ArticlePDF AvailableLiterature Review

Abstract and Figures

Paracoccidioidomycosis is the most prevalent systemic mycosis in Latin America, among immunecompetent patients. It's caused by the dimorphic fungus Paracoccidioiddes brasiliensis. Investigations regarding its immunopathogenesis are very important in the understanding of aspects related to natural history, as the protective immunity, and the relationship between host and parasite; also favoring the knowledge about clinical patterns and the elaboration of therapeutic strategies. The disease clinical polymorphism depends, at least, of the immune response profile according to the tissue and blood released citokynes, resulting in tissue damage.
Content may be subject to copyright.
An Bras Dermatol. 2011;86(3):516-25.
L
Imunologia da paracoccidioidomicose *
Immunology of paracoccidioidomycosis
Maria Rita Parise Fortes1Hélio Amante Miot 2
Cilmery Suemi Kurokawa 1Mariângela Esther Alencar Marques3
Sílvio Alencar Marques 2
Resumo: Paracoccidioidomicose é a mais prevalente micose sistêmica na América Latina, em pacientes
imunocompetentes, sendo causada pelo fungo dimórfico Paracoccidioiddes brasiliensis. O estudo da
sua imunopatogênese é importante na compreensão de aspectos relacionados à história natural, como
a imunidade protetora, e à relação entre hospedeiro e parasita, favorecendo o entendimento clínico e
a elaboração de estratégias terapêuticas. O polimorfismo clínico da doença depende, em última análise,
do perfil de resposta imune que prevalece expresso pelo padrão de citocinas teciduais e circulantes,
além da qualidade da resposta imune desencadeada, que levam ao dano tecidual.
Palavras-chave: Alergia e imunologia; Citocinas; Paracoccidioides; Paracoccidioidomicose
Abstract: Paracoccidioidomycosis is the most prevalent systemic mycosis in Latin America, among
immunecompetent patients. It's caused by the dimorphic fungus Paracoccidioiddes brasiliensis.
Investigations regarding its immunopathogenesis are very important in the understanding of aspects
related to natural history, as the protective immunity, and the relationship between host and parasite;
also favoring the knowledge about clinical patterns and the elaboration of therapeutic strategies. The
disease clinical polymorphism depends, at least, of the immune response profile according to the tissue
and blood released citokynes, resulting in tissue damage.
Keywords: Allergy and immunology; Cytokines; Paracoccidioides; Paracoccidioidomycosis
Aprovado pelo Conselho Editorial e aceito para publicação em 29.04.2010.
* Trabalho realizado no Departamento de Dermatologia e Radioterapia da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp),
Botucatu (SP), Brasil.
Conflito de interesse: Nenhum / Conflict of interest: None
Suporte financeiro: Nenhum / Financial funding: None
1Doutora em Patologia, Bióloga da FMB-Unesp, Botucatu (SP), Brasil.
2Doutor; professor-assistente do Departamento de Dermatologia e Radioterapia da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
(FMB-Unesp) – Botucatu (SP), Brasil.
3Doutora em Patologia, Professora adjunta do Departamento de Patologia da FMB-Unesp, Botucatu (SP), Brasil.
©2011 by Anais Brasileiros de Dermatologia
INTRODUÇÃO
Paracoccidioidomicose (PCM) é micose sistêmi-
ca humana, cujo agente etiológico é o Paracocci-
dioides brasiliensis, fungo termodimórfico (Figura 1)
que promove uma doença inflamatória crônica granu-
lomatosa.1
A PCM é endêmica na América Latina, tendo
maior incidência no Brasil, e diagnosticada com maior
frequência no Estado de São Paulo. A real incidência
não é conhecida, porém, nas áreas endêmicas, acredi-
ta-se na ocorrência de 3 casos por 100 mil habitantes.2,3
A PCM infecção não privilegia gênero ou etnia;
já a PCM doença afeta principalmente trabalhadores
rurais adultos, do sexo masculino, em contato cons-
tante com a vegetação e solo, no período mais produ-
tivo de suas vidas, o que implica em importante reper-
cussão econômica para pacientes e dependentes.1,2
Trabalhadores rurais, geralmente, estão inseri-
dos em estratos sociais de menor nível socioeconômi-
co, têm higiene menos cuidadosa e apresentam maior
grau de desnutrição. Além disso, tabagismo e consumo
516
REVISÃO
An Bras Dermatol. 2011;86(3):516-25.
capazes de bloquear a transformação de micélios ou
conídios à forma leveduriforme infectante.12,13 OP.bra-
siliensis é desprovido de sistemas de mobilidade e
desenvolveu evolutivamente características antigêni-
cas para permitir sua adesividade e interação com os
tecidos do hospedeiro, impedindo a defesa efetiva e
garantindo sua sobrevivência.11 Os mecanismos imu-
nopatológicos pelos quais ocorre a persistência da
infecção latente, invasão intravascular e disseminação
do fungo pelo organismo não são completamente
esclarecidos, apesar de inúmeras pesquisas relativas à
fisiopatologia da doença e da biologia do fungo.11
Classificação clínica da PCM
A PCM é classificada de acordo com sua história
natural e condições clínicas do paciente nas formas
aguda ou subaguda e crônica (Quadro 1). As manifes-
tações clínicas dependem da virulência da cepa infec-
tante do P.brasiliensis, do grau e do tipo de resposta
imunológica desencadeada, dos tecidos infectados e,
especificamente, de características intrínsecas do seu
hospedeiro.11,14
Não se conhecem as manifestações clínicas
associadas à PCM infecção. Os resultados evidencia-
dos pelo achado de reação intradérmica positiva à
paracoccidioidina, quando de inquéritos epidemioló-
gicos, têm mostrado que, em áreas endêmicas, o índi-
ce de infecção pode ser alto quanto a 70% da popula-
ção pesquisada.5Em contraposição, o número de
casos clínicos, com a doença franca, é muito inferior,
mostrando que a possibilidade maior é que indiví-
duos infectados permaneçam como tal, indefinida-
mente, a não ser que o equilíbrio hospedeiro-parasita
seja alterado, permitindo a multiplicação do fungo e a
evolução para doença clinicamente manifesta.5,14, 15
QUADRO 1: Classificação clínica da
paracoccidioidomicose
1. Paracoccidioidomicose infecção
2. Paracoccidioidomicose doença
2.1. Forma Aguda
2.1.1. Moderada
2.1.2. Grave
2.2. Forma Crônica
2.2.1. Unifocal Leve
Moderada
Grave
2.2.2. Multifocal Leve
Moderada
Grave
3. Paracoccidioidomicose
associada à imunossupressão
4. Forma residual (sequela)
Fonte adaptada: Franco et al., 198716
abusivo de álcool são hábitos comumente observados
nesta população.4,5 Estes fatores são considerados con-
dições de risco pré-existentes e exercem papel impor-
tante na transformação do estado de infecção para
doença manifesta, uma vez que interferem nos meca-
nismos de defesa do hospedeiro com implicações na
qualidade da formação do granuloma.6Da mesma
forma, observa-se em indivíduos imunossuprimidos
pela infecção pelo HIV/Aids, ou iatrogenicamente, que
o fungo adquire comportamento de agente oportunis-
ta, com evolução e aspectos clínicos distintos.7
A relação entre o P. brasiliensis e o meio
ambiente ainda não está totalmente esclarecida, mas
acredita-se que o micélio seja a forma saprobiótica do
fungo na natureza que, sob certas condições, produzi-
ria conídios, estruturas de reprodução assexuada e de
propagação da espécie. Os conídios, presentes no
solo, água e plantas, à temperatura ambiente, são con-
siderados formas infectantes.3,8
O contágio do hospedeiro ocorre mais frequen-
temente pela inalação de conídios e fragmentos mice-
lianos, que alcançam os bronquíolos terminais e
alvéolos pulmonares, onde se transformam em células
leveduriformes, produzindo a infecção que pode dis-
seminar-se para os demais tecidos por via linfática e
hematogênica. Excepcionalmente, é possível a inocu-
lação traumática do fungo, via tegumentar. O fungo
também pode instalar-se na pele e mucosas por inocu-
lação traumática.9-11
A predominância de homens em relação às
mulheres afetadas pela PCM ocorre devido ao possível
efeito protetor hormonal, este definido pela presença
de receptores para estrógenos na parede do fungo,
FIGURA 1: Paracoccidioides brasiliensis, forma leveduriforme
característica com brotamentos múltiplos em forma de roda de
leme. KOH - 400X
Imunologia da paracoccidioidomicose 517
An Bras Dermatol. 2011;86(3):516-25.
A forma aguda ou subaguda (tipo juvenil) é
observada em indivíduos jovens de ambos os sexos.
Em geral, desenvolve-se a partir de lesão primária pul-
monar não detectada que progride rapidamente com
disseminação linfática e hematogênica para órgãos do
sistema monocítico-macrofágico, como baço, fígado,
linfonodos, ossos e medula óssea, levando à deterio-
ração importante da condição clínica do paciente.
Altos títulos de anticorpos específicos e depressão
grave da imunidade celular são comumente observa-
dos.16 Os índices de letalidade associados à PCM estão
particularmente associados a essa forma clínica.
A forma crônica, também denominada “do adul-
to”, é a mais comum na prática clínica. Desenvolve-se
a partir do complexo primário pulmonar ou da reati-
vação de foco quiescente pulmonar ou metastático. A
maior parte dos casos tem início nos pulmões e pro-
gride lentamente. Geralmente, é observada em adultos
do sexo masculino com mais de 30 anos de idade.
Apresenta quadro clínico de duração prolongada, nor-
malmente acima de seis meses de história clínica, e se
expressa frequentemente pelo comprometimento pul-
monar e tegumentar (cutâneo e/ou mucoso).5
As lesões podem permanecer localizadas (subti-
po clínico unifocal) ou se disseminar para vários órgãos
e sistemas (multifocal), com gravidade variável.16
Aspectos histológicos das lesões cutâneas
O contato do P.brasiliensis com o tecido do hos-
pedeiro desencadeia inicialmente reação inflamatória
congestivo-exudativa com afluxo predominante de
neutrófilos. Progressivamente, estas células são subs-
tituídas por macrófagos, que se dispõem em nódulos
frouxos e células gigantes multinucleadas. Com a evo-
lução do processo, são encontradas células epitelioi-
des e, concomitantemente, forma-se halo linfoplas-
mocitário. Assim, o granuloma da PCM é constituído
por arranjo nodular de células epitelioides e células
gigantes multinucleadas do tipo Langhans e corpo
estranho, muitas contendo fungos. É comum a pre-
sença de área central de supuração e de exsudato
inflamatório rico em linfócitos, plasmócitos e eosinó-
filos, permeando ou circundando a reação granulo-
matosa (Figura 2). Fibrose de intensidade variável é
vista, em geral, circundando o granuloma ou áreas de
necrose, que vão sendo progressivamente substituí-
das por tecido fibroso cicatricial.6,17
Estudos experimentais e em humanos susten-
tam a hipótese de que o granuloma da PCM pode
representar uma resposta imune específica do hospe-
deiro contra o fungo.18 A evolução do granuloma está
relacionada à resposta imune do hospedeiro e aos
componentes da parede celular expressos pelo
fungo.19 Os granulomas epitelioides, obtidos de bióp-
sias de pele ou mucosa de pacientes com PCM, são
compostos por agrupamento central de células HLA-
DR+, representadas por macrófagos e células epite-
lioides envolvidas por manto periférico de células T
com predomínio da população CD4+. Estes achados
corroboram a hipótese de que os linfócitos T e as
células HLA-DR+ estão ativamente envolvidos no pro-
cesso de formação do granuloma e na defesa do hos-
pedeiro contra o P.brasiliensis.20
Assim, macrófagos e linfócitos T assumem
importância central na morfogênese do processo
inflamatório e a atuação sinérgica destas células é
importante na formação e modulação do granuloma,
por meio da produção de citocinas e outros mediado-
res no sítio inflamatório.14, 18, 21
A configuração morfológica da reação granulo-
matosa na PCM, baseada no padrão da resposta imu-
nológica, pode ser representada pela configuração de
dois polos antagônicos. Em indivíduos com resposta
imune celular preservada, observam-se granulomas
epitelioides compactos, bem definidos, por vezes con-
fluentes, com poucos fungos e infecção benigna loca-
lizada. Nos pacientes que apresentam comprometi-
mento imunológico, a inflamação granulomatosa é
desorganizada, com grande número de fungos e gra-
nulomas frouxos, mal definidos, com exudação supu-
rativa e áreas de necrose. Ocorrem proliferação e dis-
seminação do fungo, levando à doença generalizada
de mau prognóstico.5, 21, 22
Portanto, a reação granulomatosa que ocorre na
PCM humana e na experimental representa a mais espe-
cializada e eficiente resposta do tecido do hospedeiro
na tentativa de bloquear e restringir o fungo, impedin-
do sua multiplicação e disseminação pelos tecidos.
FIGURA 2: Pele. Reação inflamatória crônica e supurativa,
apresentando granulomas constituídos por macrófagos, células
epitelioides e células gigantes, contendo fungos viáveis em seu
interior (seta simples). Observar focos de supuração em meio ao
processo granulomatoso epitelioide (seta dupla). HE – 200X
518 Fortes MRP, Miot HA, Kurokawa CS, Marques MEA, Marques SA
An Bras Dermatol. 2011;86(3):516-25.
Imunologia da paracoccidioidomicose 519
Lesões cutâneas
O significado clínico das lesões cutâneas
depende do seu número, padrão e localização. Lesões
múltiplas, do tipo pápulo-acneiformes, sugerem dis-
seminação hematogênica do P. brasiliensis e refletem
a gravidade da doença. Basicamente, a frequência, o
número e a característica das lesões cutâneas são con-
sequências da interação parasita-hospedeiro, incluin-
do a patogênese das lesões, o sítio envolvido e a dura-
ção da doença.5
A caracterização dos padrões morfológicos das
lesões cutâneas na PCM não é facilmente estabelecida
devido ao polimorfismo clínico da doença, à dinâmi-
ca de evolução da lesão e também ao critério derma-
tológico empregado. Entretanto, lesões ulceradas são
consideradas as mais prevalentes, podendo apresen-
tar um padrão semiológico característico que é a apa-
rência de úlceras limpas, não infectadas secundaria-
mente e com a presença de pontilhado hemorrágico
que imita, assim, a denominada estomatite moriforme
(Figura 3), auxiliando o diagnóstico clínico.5As lesões
cutâneas são mais frequentes no segmento cefálico e
presentes ao redor do nariz e da boca.1,5,23
Formas disseminadas são associadas à resposta
imune menos eficiente, ao pior prognóstico e a reci-
divas mais frequentes, como ocorre nas formas aguda
ou subaguda e em formas crônicas graves (Figura 4).
Imunopatogenia da PCM
O estabelecimento da doença, sua disseminação
e gravidade dependem de fatores inerentes ao próprio
fungo, como sua virulência, composição antigênica,
das condições ambientais e, principalmente, dos fato-
res ligados ao hospedeiro de desenvolver uma respos-
ta imune eficaz. No que se refere a este último aspec-
to, podemos considerar que o P. brasiliensis sintetiza
antígenos metabólicos que interagem com o sistema
imune do hospedeiro, provocando uma resposta imu-
nológica altamente complexa e multifatorial.14 Estudos
clínicos e experimentais têm sugerido a interação
entre mecanismos específicos e inespecíficos de defe-
sa na determinação da resistência ao P. brasiliensis.11, 24
O P. brasiliensis apresenta uma complexa estru-
tura antigênica, com epítopos que se relacionam com
a patogenicidade. O principal componente antigênico
do P. brasiliensis é uma glicoproteína de superfície da
parede fúngica com 43 KDa (gp43), um antígeno imu-
nodominante associado ao fator de virulência e/ou
escape pelo qual o fungo evade os mecanismos de
defesa do hospedeiro e se instala nos tecidos.25 A gli-
coproteína gp43 apresenta efeitos proteolíticos sobre
colágeno, elastina e caseína. Esta digestão de proteí-
nas estruturais parece ter importante papel na instala-
ção do fungo nos tecidos.26
Vários mecanismos da imunidade inata, como
ativação das proteínas do sistema- complemento e ati-
vidade microbicida das células natural killer (NK)e
dos fagócitos, constituem forma significativa no com-
bate aos fungos patogênicos. Células da resposta inata
- células natural killer (NK), neutrófilos, monócitos e
macrófagos - desempenham papel central na resistên-
cia ao P. brasiliensis. A participação destas células na
reação inflamatória e na atividade fungicida são indu-
zidas pelo fungo e por citocinas produzidas pelas
células durante sua interação com fagócitos.27-29 O
FIGURA 3:
Úlceras na
mucosa labial
e gengiva,
apresentando
fundo limpo
com pontilhado
hemorrágico
(estomatite
moriforme)
FIGURA 4:
Paciente
portador de
PCM forma
aguda, com
linfonodo
pré-auricular e
cervical com
abscesso
e fístula
An Bras Dermatol. 2011;86(3):516-25.
520 Fortes MRP, Miot HA, Kurokawa CS, Marques MEA, Marques SA
papel das células NK foi estudado no sangue periféri-
co de pacientes com a PCM e no modelo experimen-
tal do hamster. Estas células apresentam atividade
citotóxica diminuída quando de PCM doença, suge-
rindo distúrbio imunológico associado à depressão da
imunidade celular tanto em pacientes quanto no
modelo experimental.30
A interação entre moléculas de superfície do
parasita e receptores homólogos presentes na membra-
na celular das células fagocíticas, incluindo os neutrófi-
los, modula a fagocitose e a ativação dessas células.
Entre esses receptores destacam-se os receptores seme-
lhantes a Toll (TLRs, Toll-like receptors) e receptores de
lecitina tipo C- Like (CLR), que são proteínas trans-
membrânicas que interagem com estruturas molecula-
res de patógenos, ativando as células fagocitárias. Os
TLRs são capazes de reconhecer porções moleculares
associadas ao patógeno (PAMPs) e induzir a sinais que
resultam na expressão de genes da resposta imune
inata e produção de citocinas inflamatórias e anti-infla-
matórias que regulam a resposta imune adaptativa.31
Apesar dos TLRs promoverem resposta imuno-
lógica contra agentes infecciosos, modelos experi-
mentais sugerem que leveduras do fungo penetram
em macrófagos do hospedeiro através dos receptores
TLR2 e TLR4. A interação entre o TLR e o P. brasilien-
sis é considerada um mecanismo de escape desenvol-
vido pelo fungo para garantir sua sobrevivência den-
tro das células fagocitárias.32
Foi demonstrada a participação de TLR2, TLR4
e dectin-1 no reconhecimento e internalização do P.
brasiliensis com consequente ativação de neutrófilos.
A cepa menos virulenta do fungo foi reconhecida pre-
ferencialmente por TLR2 e detectin-1, com produção
balanceada de TNF-αe IL-10. No entanto, a cepa mais
virulenta induziu somente à produção de TNF-α. Os
autores sugerem que a cepa menos virulenta desenca-
dearia uma resposta mais controlada, menos danosa
para o hospedeiro por meio da indução da produção
de IL-10.33
Polimorfonucleares (PMN) humanos estão pre-
sentes em grande quantidade nos tecidos parasitados
e apresentam importante papel na atividade fungicida
contra o P. brasiliensis através dos mecanismos
dependentes dos metabólitos de oxigênio como H2O2
e ânion superóxido, quando estas células são estimu-
ladas com IFN-γ, TNF-α, GM-CSF e IL-15.34,35 Os PMN
têm papel essencial nos estágios iniciais da infecção,
conferindo resistência ao hospedeiro e contribuindo
para o desenvolvimento de resposta imune efetiva
contra o P.brasiliensis. PMN ainda produzem grandes
quantidades de prostaglandinas E2 e leucotrienos,
perpetuando o edema e o processo inflamatório,
porém, minimizando a capacidade de dano celular
causado pelos monócitos.
No entanto, quando desafiados com P. brasi-
liensis in vitro, os PMN produzem altos níveis de IL-8,
desencadeando processo antiapoptótico dos neutrófi-
los, favorecendo a multiplicação e sobrevivência do
fungo no interior da célula fagocitária.36 Da mesma
forma, a produção de óxido nítrico (NO) pelos monó-
citos, estimulados pelo P. brasiliensis, parece exercer
efeito modulador negativo na formação de granulo-
mas e positivo na disseminação fúngica, levando à dis-
seminação da PCM.37
Estudos experimentais e em pacientes com PCM
indicam que a resistência ao fungo é dependente das
atividades de células T Helper e macrófagos/monóci-
tos, mediadas por IFN-γe TNF-α.27 O efeito sinérgico
entre estas duas citocinas é essencial para a resistência
do hospedeiro e eficiente atividade fungicida contra o
P .brasiliensis.27,28 Ainda durante a evolução da infec-
ção, os linfócitos CD4 Th1 sintetizam citocinas, como
IFN-γ, TNF-αe IL-12, que conferem proteção ao hospe-
deiro, evitando a disseminação do fungo.14,18,27,38
O TNF-αatua sobre a função macrofágica na
PCM humana e experimental, modulando e amplifi-
cando a resposta imune, promovendo reação granulo-
matosa e atividade fungicida mediada por macrófa-
gos.27, 39 A ausência desta citocina resulta no compro-
metimento dos mecanismos de defesa associado à
incapacidade de desenvolver reações granulomatosas,
eficientes para conter a multiplicação fúngica.40
O aspecto heterogêneo das lesões observadas
no tegumento dos pacientes com PCM está, provavel-
mente, associado aos eventos imunopatológicos que
se estabelecem durante o contato do P. brasiliensis
com o tecido do hospedeiro. A interação parasita-hos-
pedeiro estimula a produção de citocinas como o
TNF-αpelas células fagocíticas, levando à lesão teci-
dual através da produção exacerbada de metabólitos
intermediários do oxigênio, colagenases e ativação
das moléculas de adesão e proliferação fibroblástica.
Assim, na PCM, tal como ocorre em outras doenças
granulomatosas, como tuberculose,41 esquistossomo-
se42 e hanseníase,43 o TNF-αparece estar envolvido na
proteção contra agentes infecciosos através da indu-
ção da atividade fungicida e microbicida de fagócitos
mononucleares e macrófagos teciduais, na ativação de
fibroblastos, na iniciação e manutenção da resposta
granulomatosa, na expressão de moléculas de adesão,
como também na imunopatogênese tecidual.18,27,39
Para corroborar a importância do papel mediador
do TNF-αna formação de resposta imune efetiva contra
patógenos intracelulares, cite-se a terapêutica imunobio-
lógica de doenças inflamatórias com imunoglobulinas
antiTNF-α, que promove aumento no risco do desenvol-
vimento de formas graves de doenças infecciosas.44
Nas lesões granulomatosas de pele e mucosa de
pacientes com PCM, a expressão de TNF-αdistribui-se
An Bras Dermatol. 2011;86(3):516-25.
Imunologia da paracoccidioidomicose 521
difusamente na derme, expressa-se nas células mono-
nucleares do infiltrado inflamatório ao redor do gra-
nuloma e em ceratinócitos, indicando o envolvimento
desta citocina na gênese e manutenção de granulo-
mas.18 Grande número de células dendríticas expres-
sando TNF-αdispõe-se ao redor de granulomas, suge-
rindo participação desta citocina precocemente após
o contato do P. brasiliensis com o hospedeiro.45 A
expressão de citocinas anti-inflamatórias, como IL-10
e TGF-b em linfonodos de pacientes com a forma
aguda da doença, está associada ao mecanismo pelo
qual o fungo evade a resposta imune do hospedeiro,
contribuindo para a forma disseminada da PCM.46 A
detecção de imunomarcação para IL-10 e IL-5 em gra-
nulomas frouxos de pacientes indica resposta imune
ineficaz para conter a infecção fúngica.45, 47 Nas formas
mucocutâneas da PCM, a presença de TGF-βnas áreas
de fibrose após tratamento com sulfametoxazol-trime-
toprim sugere que esta citocina está envolvida no pro-
cesso de cicatrização através da estimulação da proli-
feração de fibroblastos, como também exerce funções
reparadora e reguladora das lesões, modulando a res-
posta inflamatória, reduzindo a destruição tecidual e
contribuindo para o reparo e menor intensidade da
sequela tecidual.18
O sucesso da implantação do P. brasiliensis nos
tecidos do hospedeiro depende de características do
fungo, como virulência da cepa infectante e volume
do inóculo e, principalmente, do ambiente de citoci-
nas produzidas durante o confronto entre o fungo e
as células fagocitárias. Desta forma, se o fungo induzir
precocemente à síntese de citocinas com atividade
supressora ou anti-inflamatória, como o TGF-βe IL-
10, a resultante poderá ser a supressão da resposta
macrofágica, permitindo a instalação e a reprodução
do fungo nos tecidos e a disseminação do mesmo para
vários órgãos e sistemas.14
Há evidências que indicam capacidade de inter-
nalização do fungo pelos ceratinócitos, células epite-
liais de outros tecidos e pelo endotélio, sem que o pro-
cesso desencadeie resposta fagocítica efetiva, o que
pode indicar mecanismo outro pelo qual o agente
evade a fagocitose por leucócitos e, assim, ganha a cor-
rente sanguínea e se dissemina por outros tecidos.11
A imunorregulação na PCM está associada a
padrões de resposta imune regulada por células T
Helper do Tipo Th1 , Th2 e células T regulatórias CD4+
CD25+(Treg). Indivíduos saudáveis que entram em
contato com o P.brasiliensis podem resolver a infecção
no local do inóculo a partir de eficiente resposta imune
inata e do desenvolvimento do padrão de resposta Th1,
com formação de granulomas densos.14
A maioria das formas clínicas da doença ocorre
pela incapacidade de desenvolvimento de resposta
efetiva Th1, portanto, inaptidão à formação de granu-
lomas densos. Há, nesses casos, possibilidade de des-
vio para outros padrões de respostas imunológicas,
como a Th2, que resulta ser ineficiente para conter a
propagação da infecção.45
Pacientes com a doença em atividade apresen-
tam depressão da resposta imune celular, caracteriza-
da por diminuição da síntese de citocinas de padrão
Th1 como IL-2, IFN-g e IL-12, e aumento dos níveis de
IL-4, IL-5 e IL-10, que corresponde à resposta de
padrão Th2 não protetora ao hospedeiro.48
A resposta imune humoral contra o fungo não é
efetiva. Caracteriza-se pela produção de altos títulos de
anticorpos das classes IgG4, IgA e IgE, associadas ao pre-
domínio de citocinas supressoras do granuloma como
IL-4, IL-5 e TGF-β, além da intensa eosinofilia. É obser-
vada em pacientes com as formas mais graves da PCM, o
que reforça o papel não protetor da resposta Th2.49,50
Pacientes com a forma crônica de gravidade
moderada apresentam resposta imune intermediária
entre o padrão Th1 e Th2. Indivíduos com a PCM
infecção que vivem em áreas endêmicas, mas que não
desenvolvem a doença, apresentam padrão Th1,
suprimindo a replicação fúngica e mantendo um equi-
líbrio entre o hospedeiro e o parasita; além disso,
pacientes com a forma aguda/subaguda desenvolvem
resposta Th2.51
A importância da resposta Th1 na PCM foi
demonstrada, in vivo, pelo desenvolvimento de doen-
ça disseminada em paciente portador de deficiência
congênita da subunidade b1 do receptor de IL-12/IL-
23. Essa deficiência resulta em prejuízo adicional da
síntese de IFN-γ, e susceptibilidade às infecções intra-
celulares por micobactérias e salmonelas.52
Células T regulatórias com fenótipo CD4+
CD25+(Treg) são importantes no controle da respos-
ta imune. A ausência destas células está associada à
exacerbação da resposta inflamatória e, consequente-
mente, ao desenvolvimento de doenças autoimunes.
Por outro lado, a ativação excessiva pode estar associa-
da à susceptibilidade aos patógenos.53
Pacientes com PCM crônica apresentam níveis
elevados de células com fenótipo característico de célu-
las Tregs (CD4+CD25+), tanto no sangue periférico
quanto nas lesões, sugerindo que estas células podem
controlar a resposta imune local e sistêmica na PCM
crônica. A expressão de receptores CTLA-4 (Cytotoxic
T-lymphocyte-associated antigen-4 immunoglobin) em
células Tregs age como regulador negativo da ativação
das células T em pacientes com PCM.53, 54
Dentro do contexto de susceptibilidade da
PCM, antígenos leucocitários humanos classe II
(DRB1*11) estão associados à forma crônica unifocal
leve, sugerindo que este alelo possa conferir resistên-
cia contra a disseminação do P. brasiliensis.55
Citocinas como IL-1b, IL-6, IL-8, IL-10, IL-12 e
An Bras Dermatol. 2011;86(3):516-25.
522 Fortes MRP, Miot HA, Kurokawa CS, Marques MEA, Marques SA
TNF-α, na PCM, têm sido relatadas por vários autores
e sugerem que monócitos/macrófagos são importan-
tes fontes desses peptídeos capazes de promover res-
posta inflamatória sistêmica.56 A produção sistêmica
de TNF-αpode ser responsável por sintomas como
febre, anorexia, perda de peso e dano tecidual, comu-
mente associadas às formas moderadas e graves de
PCM.39, 57 Níveis elevados de IL-18 e sTNF-RII em
pacientes com a forma aguda estão associados à gravi-
dade,58 e sTNF-R1, sTNF-R2 e a quimiocina CXCL9 na
forma crônica indicam doença em atividade.59 Em tra-
balho recente, Siqueira et al, em 2009, demonstraram
que a adição de IL-6 em cultura de monócitos permi-
tiu a proliferação do P. brasiliensis quando essas célu-
las foram desafiadas com cepa virulenta do fungo. Os
mecanismos pelos quais monócitos em presença de
IL-6 permitem a proliferação do fungo ainda não são
conhecidos; no entanto, a elucidação deste processo
poderia contribuir para o entendimento do papel
desta citocina na patogênese da PCM.60
Embora a resposta imune seja fundamental
para a defesa do hospedeiro, aspectos imunopatológi-
cos estão relacionados à exacerbação da resposta
imune, resultando em dano tecidual. Citocinas pró-
inflamatórias como IL-1, IL-8 e TNF-αpodem estar
envolvidas em distúrbios metabólicos como febre,
elevação da proteína C reativa, astenia e perda de
peso, observados em pacientes com quadros mais gra-
ves.56 Em contrapartida, citocinas anti-inflamatórias IL-
10 e TGF-β, provavelmente, têm como função contro-
lar e modular a resposta inflamatória sistêmica em
pacientes com a doença em atividade.56
Um resumo dos efeitos das citocinas decorren-
tes da interação entre fagócitos e P. brasiliensis
encontra-se na figura 5.
Como exposto, a interação dos componentes
da parede do fungo com os receptores do sistema
imune do hospedeiro induz à produção de citocinas,
que atuam estimulando os mecanismos celulares de
defesa contra o fungo, levando à sua eliminação e
regulando a intensidade da resposta granulomatosa,
impedindo a lesão tecidual. Por outro lado, o envolvi-
mento de citocinas durante o confronto entre o fungo
e as células fagocitárias pode promover o crescimento
do fungo nos tecidos do hospedeiro levando à pro-
gressão da doença.60 No entanto, é fundamental que
haja equilíbrio entre os sinais pró e anti-inflamatórios
para o sucesso e equilíbrio das interações entre o hos-
pedeiro e o fungo.
Os resultados obtidos até o momento sugerem
papel potencial de substâncias imunomoduladoras,
como o uso de vacina efetiva que possa modular o sis-
tema imune no sentido de amplificação de resposta
eficaz contra o P. brasiliensis. As moléculas associadas
às proteínas de choque térmico (heat-shock proteins -
HSP) são a opção mais atraente, pois estão associadas
a diferentes fenômenos da imunidade inata e adapta-
tiva.61 Membros desta família de proteínas têm sido
testados na profilaxia e/ou imunoterapia de doenças
como tumores, doença autoimune e micoses.62, 63
O potencial da vacina DNAhsp65 foi testado em
modelo murino da PCM como fator imunomodulador.
FIGURA 5:
Microambientes de
citocinas decorrentes da
interação entre
P. brasiliensis e fagócito
mononuclear
An Bras Dermatol. 2011;86(3):516-25.
Imunologia da paracoccidioidomicose 523
A imunização com a DNAhsp65 induziu à resposta Th1
associada à redução da carga fúngica pulmonar. Estes
resultados indicam a DNAhsp65 como candidata pro-
missora e atrativa na prevenção, e mesmo na terapia,
como adjuvante no tratamento da PCM.64 Outra molé-
cula, denominada HSP60, quando utilizada no mode-
lo da PCM pulmonar induziu à resposta imune prote-
tora contra a infecção, sugerindo que este antígeno
imunodominante é considerado candidato também
para o desenvolvimento da vacina contra o P. brasi-
liensis.65
O tratamento das micoses sistêmicas é feito
com antifúngicos sistêmicos e, nos casos de pacientes
imunossuprimidos, as formas leveduriformes prolife-
ram intensamente devido à deficiência da resposta
imune inata e adaptativa. Nestas condições, a terapêu-
tica é pouco eficiente e períodos longos de tratamen-
to são necessários com risco de recaídas da doença. A
vacina terapêutica com antígenos fúngicos pode levar
a uma resposta imune celular eficiente impedindo a
possível recaída da doença. As vacinas de DNA e pep-
tídeos parecem ser bastante promissoras, pois são
obtidas em grandes quantidades e com alto grau de
purificação para a imunização humana.66
O estudo da imunologia da PCM tem fornecido
subsídios para o entendimento da história natural da
doença e suas manifestações clínicas para a elaboração
de propostas terapêuticas, bem como o desenvolvi-
mento de medidas protetoras, como as vacinas.
Enquanto todos estes aspectos fisiopatológicos não
são esclarecidos, a PCM permanece como doença de
grande morbidade para os pacientes, causando signifi-
cativo impacto à sociedade.
AGRADECIMENTOS
À fotógrafa Eliete Soares, pela documentação
fotográfica clínica.
À bióloga Rosângela Maria Pires de Camargo,
pela realização dos exames micológicos.
REFERÊNCIAS
1. Ramos ESM, Saraiva Ldo E. Paracoccidioidomycosis. Dermatol Clin.
2008;26:257-69.
2. Marques SA, Franco MF, Mendes RP, Silva NC, Baccili C, Curcelli ED, et al.
Epidemiologic aspects of paracoccidioidomycosis in the endemic area of Botucatu
(São Paulo - Brazil). Rev Inst Med Trop Sao Paulo. 1983;25:87-92.
3. Barrozo LV, Mendes RP, Marques SA, Benard G, Silva ME, Bagagli E. Climate and
acute/subacute paracoccidioidomycosis in a hyper-endemic area in Brazil. Int J
Epidemiol. 2009;38:1642-9.
4. Martinez R, Moya MJ. The relationship between paracoccidioidomycosis and
alcoholism. Rev Saude Publica. 1992;26:12-6.
5. Marques SA, Cor tez DB, Lastoria JC, Camargo RMP, Marques MEA.
Paracoccidioidomicose: Frequência, morfologia e patogênese de lesões
tegumentares. An Bras Dermatol. 2007;82:411-7.
6. de Camargo ZP, de Franco MF. Current knowledge on pathogenesis and immunodi-
agnosis of paracoccidioidomycosis. Rev Iberoam Micol. 2000;17:41-8.
7. Marques SA, Camargo RM, Abbade LP, Fortaleza CM, Marques ME.
Paracoccidioidomycosis: an unusual presentation in a young girl disclosing an
unnoted HIV-infection. Med Mycol. 2010;48:182-7.
8. Restrepo S, Tobon A, Trujillo J, Restrepo A. Development of pulmonary fibrosis in
mice during infection with Paracoccidioides brasiliensis conidia. J Med Vet Mycol.
1992;30:173-84.
9. Restrepo A. The ecology of Paracoccidioides brasiliensis: a puzzle still unsolved.
Sabouraudia. 1985;23:323-34.
10. Castro RM, Cuce LC, Netto CF. Paracoccidioidomycosis. Accidental inoculation "in
anima nobile." Report of a case. Med Cutan Ibero Lat Am. 1975;3:289-92.
11. Mendes-Giannini MJ, Monteiro da Silva JL, de Fátima da Silva J, Donofrio FC,
Miranda ET, Andreotti PF, et al. Interactions of Paracoccidioides brasiliensis with
host cells: recent advances. Mycopathologia. 2008;165:237-48.
12. Aristizabal BH, Clemons KV, Cock AM, Restrepo A, Stevens DA. Experimental
paracoccidioides brasiliensis infection in mice: influence of the hormonal status of
the host on tissue responses. Med Mycol. 2002;40:169-78.
13. Pinzan CF, Ruas LP, Casabona-Fortunato AS, Carvalho FC, Roque-Barreira MC.
Immunological basis for the gender differences in murine Paracoccidioides
brasiliensis infection. PLoS One. 2010;5:e10757.
14. Benard G. An overview of the immunopathology of human paracoccidioidomycosis.
Mycopathologia. 2008;165:209-21.
15. Botteon FA, Camargo ZP, Benard G, Coelho RF, Chamone DA, Itano EN.
Paracoccidioides brasiliensis-reactive antibodies in Brazilian blood donors. Med
Mycol. 2002;40:387-91.
16. Franco M, Montenegro MR, Mendes RP, Marques SA, Dillon NL, Mota NG.
Paracoccidioidomycosis: a recently proposed classification of its clinical forms.
Rev Soc Bras Med Trop. 1987;20:129-32.
17. Iabuki K, Montenegro MR. Experimental paracoccidioidomycosis in the Syrian
hamster: morphology, ultrastructure and correlation of lesions with presence of
specific antigens and serum levels of antibodies. Mycopathologia. 1979;67:131-41.
18. Parise-Fortes MR, Marques SA, Soares AM, Kurokawa CS, Marques ME, Peracoli
MT. Cytokines released from blood monocytes and expressed in mucocutaneous
lesions of patients with paracoccidioidomycosis evaluated before and during
trimethoprim-sulfamethoxazole treatment. Br J Dermatol. 2006;154:643-50.
19. Figueiredo F, Silva CL, Alves LMC, Rossi MA. Participation of Paracoccidioides
brasiliensis lipids and polysaccarides in theevolution of granulomas. Braz J Med
Biol Res. 1986;19:651:3.
20. Moscardi-Bacchi M, Soares A, Mendes R, Marques S, Franco M. In situ localization
of T lymphocyte subsets in human paracoccidioidomycosis. J Med Vet Mycol.
1989;27:149-58.
21. Mota NG, Rezkallah-Iwasso MT, Peraçoli MT, Audi RC, Mendes RP, Marcondes
J, et al. Correlation between cell-mediated immunity and clinical forms of paracoc-
cidioidomycosis. Trans R Soc Trop Med Hyg. 1985;79:765-72.
22. Lacaz CS. Aspectos clínicos gerais. Formas polares da paracoccidioidomicose.
In: Del Negro G, Lacaz CS, Fiorillo AM, eds. Paracoccidioidomicose. São Paulo:
Sarvier-Edusp; 1982.
23. Londero AT, Ramos CD. Paracoccidioidomycosis. A clinical and mycologic study
of forty-one cases observed in Santa Maria, RS, Brazil. Am J Med.1972;52:771-5.
24. Calich VL, da Costa TA, Felonato M, Arruda C, Bernardino S, Loures FV, et al. Innate
immunity to Paracoccidioides brasiliensis infection. Mycopathologia.
2008;165:223-36.
25. Vicentini AP, Gesztesi JL, Franco MF, de Souza W, de Moraes JZ, Travassos LR, et
al. Binding of Paracoccidioides brasiliensis to laminin through surface glycoprotein
gp43 leads to enhancement of fungal pathogenesis. Infect Immun. 1994;62:1465-9.
26. Mendes-Giannini MJ, Moraes RA, Ricci TA. Proteolytic activity of the 43,000
molecular weight antigen secreted by Paracoccidioides brasiliensis. Rev Inst Med
Trop Sao Paulo. 1990;32:384-5.
27. Calvi SA, Peraçoli MT, Mendes RP, Marcondes-Machado J, Fecchio D, Marques
SA, et al. Effect of cytokines on the in vitro fungicidal activity of monocytes from
An Bras Dermatol. 2011;86(3):516-25.
524 Fortes MRP, Miot HA, Kurokawa CS, Marques MEA, Marques SA
paracoccidioidomycosis patients. Microbes Infect. 2003;5:107-13.
28. Soares AM, Calvi SA, Peracoli MT, Fernandez AC, Dias LA, Dos Anjos AR.
Modulatory effect of prostaglandins on human monocyte activation for killing of
high- and low-virulence strains of Paracoccidioides brasiliensis. Immunology.
2001;102:480-5.
29. Pagliari C, Pereira NV, Kanashiro L, Stegun FW, Croda J, Duarte MI, et al.
Characterization of cytotoxic immune response in skin and mucosal lesions of
paracoccidioidomycosis. J Cutan Pathol. 2010;37:565-70.
30. Peracoli MT, Fortes MR, Da Silva MF, Montenegro MR. Natural killer cell activity in
experimental paracoccidioidomycosis of the Syrian hamster. Rev Inst Med Trop
Sao Paulo. 1995;37:129-36.
31. McInturff JE, Modlin RL, Kim J. The role of toll-like receptors in the pathogenesis
and treatment of dermatological disease. J Invest Dermatol. 2005;125:1-8.
32. Calich VL, Pina A, Felonato M, Bernardino S, Costa TA, Loures FV. Toll-like recep-
tors and fungal infections: the role of TLR2, TLR4 and MyD88 in paracoccid-
ioidomycosis. FEMS Immunol Med Microbiol. 2008;53:1-7.
33. Bonfim CV, Mamoni RL, Souza MH, Blotta L. TLR-2, TLR-4 and dectin-1
expression in human monocytes and neutrophils stimulated by Paracoccidioides
brasiliensis. Med Mycol. 2009:1-12.
34. Rodrigues DR, Dias-Melicio LA, Calvi SA, Peracoli MT, Soares AM.
Paracoccidioides brasiliensis killing by IFN-gamma, TNF-alpha and GM-CSF
activated human neutrophils: role for oxygen metabolites. Med Mycol. 2007;45:27-33.
35. Tavian EG, Dias-Melicio LA, Acorci MJ, Graciani AP, Peracoli MT, Soares AM.
Interleukin-15 increases Paracoccidioides brasiliensis killing by human neutrophils.
Cytokine. 2008;41:48-53.
36. Acorci MJ, Dias-Melicio LA, Golim MA, Bordon-Graciani AP, Peracoli MT, Soares
AM. Inhibition of human neutrophil apoptosis by Paracoccidioides brasiliensis: role
of interleukin-8. Scand J Immunol. 2009;69:73-9.
37. Nishikaku AS, Molina RF, Ribeiro LC, Scavone R, Albe BP, Cunha CS, et al. Nitric
oxide participation in granulomatous response induced by Paracoccidioides
brasiliensis infection in mice. Med Microbiol Immunol. 2009;198:123-35.
38. Romano CC, Mendes-Giannini MJ, Duarte AJ, Benard G. IL-12 and neutralization
of endogenous IL-10 revert the in vitro antigen-specific cellular immunosuppression
of paracoccidioidomycosis patients. Cytokine. 2002;18:149-57.
39. Parise-Fortes MR, da Silva MF, Sugizaki MF, Defaveri J, Montenegro MR, Soares
AM, et al. Experimental paracoccidioidomycosis of the Syrian hamster: fungicidal
activity and production of inflammatory cytokines by macrophages. Med Mycol.
2000;38:51-60.
40. Souto JT, Figueiredo F, Furlanetto A, Pfeffer K, Rossi MA, Silva JS. Interferon-
gamma and tumor necrosis factor-alpha determine resistance to Paracoccidioides
brasiliensis infection in mice. Am J Pathol. 2000;156:1811-20.
41. Bean AG, Roach DR, Briscoe H, France MP, Korner H, Sedgwick JD, et al. Structural
deficiencies in granuloma formation in TNF gene-targeted mice underlie the height-
ened susceptibility to aerosol Mycobacterium tuberculosis infection, which is not
compensated for by lymphotoxin. J Immunol. 1999;162:3504-11.
42. Chensue SW, Warmington KS, Ruth JH, Lincoln P, Kunkel SL. Cytokine function
during mycobacterial and schistosomal antigen-induced pulmonary granuloma
formation. Local and regional participation of IFN-gamma, IL-10, and TNF.
J Immunol. 1995;154:5969-76.
43. Sarno EN, Sampaio EP. The role of inflammatory cytokines in the tissue injury
of leprosy. Int J Lepr Other Mycobact Dis. 1996;64:S69-73; discussion S-4.
44. Tsiodras S, Samonis G, Boumpas DT, Kontoyiannis DP. Fungal infections compli-
cating tumor necrosis factor alpha blockade therapy. Mayo Clin Proc.
2008;83:181-94.
45. Pagliari C, Sotto MN. Dendritic cells and pattern of cytokines in paracoccidioidomy-
cosis skin lesions. Am J Dermatopathol. 2003;25:107-12.
46. Neworal EP, Altemani A, Mamoni RL, Noronha IL, Blotta MH. Immunocytochemical
localization of cytokines and inducible nitric oxide synthase (iNOS) in oral mucosa
and lymph nodes of patients with paracoccidioidomycosis. Cytokine.
2003;21:234-41.
47. Pagliari C, Fernandes ER, Guedes F, Alves C, Sotto MN. Role of mast cells as IL10
producing cells in paracoccidioidomycosis skin lesions. Mycopathologia
2006;162:331-5.
48. Benard G, Romano CC, Cacere CR, Juvenale M, Mendes-Giannini MJ, Duarte AJ.
Imbalance of IL-2, IFN-gamma and IL-10 secretion in the immunosuppression
associated with human paracoccidioidomycosis. Cytokine. 2001;13:248-52.
49. Mamoni RL, Nouér SA, Oliveira SJ, Musatti CC, Rossi CL, Camargo ZP, et al.
Enhanced production of specific IgG4, IgE, IgA and TGF-beta in sera from patients
with the juvenile form of paracoccidioidomycosis. Med Mycol. 2002;40:153-9.
50. Oliveira SJ, Mamoni RL, Musatti CC, Papaiordanou PM, Blotta MH. Cytokines and
lymphocyte proliferation in juvenile and adult forms of paracoccidioidomycosis:
comparison with infected and non-infected controls. Microbes Infect. 2002;4:139-44.
51. Mamoni RL, Blotta MH. Kinetics of cytokines and chemokines gene expression
distinguishes Paracoccidioides brasiliensis infection from disease. Cytokine.
2005;32:20-9.
52. Moraes-Vasconcelos D, Grumach AS, Yamaguti A, Andrade ME, Fieschi C, de
Beaucoudrey L, et al. Paracoccidioides brasiliensis disseminated disease in a
patient with inherited deficiency in the beta1 subunit of the interleukin (IL)-12/IL-23
receptor. Clin Infect Dis. 2005;41:e31-7.
53. Ferreira MC, de Oliveira RT, da Silva RM, Blotta MH, Mamoni RL. Involvement of
regulatory T cells in the immunosuppression characteristic of patients with para-
coccidioidomycosis. Infect Immun. 2010;78:4392-401.
54. Lima HC. Papel das células T reguladoras no desenvolvimento de dermatoses.
An Bras Dermatol. 2006;81:269-81.
55. Sadahiro A, Roque AC, Shikanai-Yasuda MA. Generic human leukocyte antigen-
class II (DRB1 and DQB1) alleles in patients with paracoccidioidomycosis. Med
Mycol. 2007;45:35-40.
56. Kurokawa CS, Araujo JP Jr, Soares AM, Sugizaki MF, Peraçoli MT. Pro- and
anti-inflammatory cytokines produced by human monocytes challenged in vitro
with Paracoccidioides brasiliensis. Microbiol Immunol. 2007;51:421-8.
57. Peraçoli MT, Kurokawa CS, Calvi SA, Mendes RP, Pereira PC, Marques SA, et al.
Production of pro- and anti-inflammatory cytokines by monocytes from patients
with paracoccidioidomycosis. Microbes Infect. 2003;5:413-8.
58. Corvino CL, Mamoni RL, Fagundes GZ, Blotta MH. Serum interleukin-18 and
soluble tumour necrosis factor receptor 2 are associated with disease severity
in patients with paracoccidioidomycosis. Clin Exp Immunol. 2007;147:483-90.
59. Lyon AC, Teixeira MM, Araujo SA, Pereira MC, Pedroso ER, Teixeira AL. Serum
levels of sTNF-R1, sTNF-R2 and CXCL9 correlate with disease activity in adult type
paracoccidioidomycosis. Acta Trop. 2009;109:213-8.
60. Siqueira KZ, Campos Soares AM, Dias-Melicio LA, Calvi SA, Peraçoli MT.
Interleukin-6 treatment enhances human monocyte permissiveness for
Paracoccidioides brasiliensis growth by modulating cytokine production. Med
Mycol. 2009;47:259-67.
61. Segal BH, Wang XY, Dennis CG, Youn R, Repasky EA, Manjili MH, et al. Heat shock
proteins as vaccine adjuvants in infections and cancer. Drug Discov Today.
2006;11:534-40.
62. Raz I, Elias D, Avron A, Tamir M, Metzger M, Cohen IR. Beta-cell function in
new-onset type 1 diabetes and immunomodulation with a heat-shock protein
peptide (DiaPep277): a randomised, double-blind, phase II trial. Lancet.
2001;358:1749-53.
63. Ribeiro AM, Bocca AL, Amaral AC, Souza AC, Faccioli LH, Coelho-Castelo AA,
et al. HSP65 DNA as therapeutic strategy to treat experimental paracoccidioidomy-
cosis. Vaccine. 2010;28:1528-34.
64. Ribeiro AM, Bocca AL, Amaral AC, Faccioli LH, Galetti FC, Zárate-Bladés CR, et al.
DNAhsp65 vaccination induces protection in mice against Paracoccidioides
brasiliensis infection. Vaccine. 2009;27:606-13.
65. de Bastos Ascenço Soares R, Gomez FJ, de Almeida Soares CM, Deepe GS Jr.
Vaccination with heat shock protein 60 induces a protective immune response
against experimental Paracoccidioides brasiliensis pulmonary infection. Infect
Immun. 2008;76:4214-21.
66. Travassos LR, Rodrigues EG, Iwai LK, Taborda CP. Attempts at a peptide vaccine
against paracoccidioidomycosis, adjuvant to chemotherapy. Mycopathologia.
2008;165:341-52.
Como citar este artigo/How to cite this article: Parise-Fortes MR, Miot HA, Kurokawa CS, Marques MEA, Marques
AS. Imunologia da paracoccidioidomicose. An Bras Dermatol. 2011;86(3):516-25.
ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA / MAILING ADDRESS:
Hélio Amante Miot
Departamento de Dermatologia – SN
Campus Universitário
18618-000 Botucatu – SP
Tel.: (14) 9671-5656
E-mail: heliomiot@fmb.unesp.br
... Hence, we first focused our attention on IFN-γ T CD4 + producing cells, as the P10 is an MHC-II binding peptide. The production of IFN-γ is protective in PCM [29]. We evaluated the cellular response in splenocyte cultures 10 days after immunization with the different test constructs, stimulated with peptide P10 (20 ug/mL) or with an unrelated control peptide named TEWETGQI. ...
... Protection against systemic fungal infection requires an effective cell immune response, and the presence of IFN-γ appears to be essential to control the progression of PCM [16,29,33]. We started immunizing the animals with 5 µg of αDEC/P10 and 50 µg of poly (I:C) and found that the targeting was able to stimulate a CD4 + T cell response as shown by the ELISPOT, by which we detected significant numbers of IFN-γ-producing cells. ...
Article
Full-text available
Paracoccidioidomycosis (PCM) is a systemic mycosis caused by Paracoccidioides brasiliensis, a thermally dimorphic fungus, which is the most frequent endemic systemic mycosis in many Latin American countries, where ~10 million people are believed to be infected. In Brazil, it is ranked as the tenth most common cause of death among chronic infectious diseases. Hence, vaccines are in development to combat this insidious pathogen. It is likely that effective vaccines will need to elicit strong T cell-mediated immune responses composed of IFNγ secreting CD4+ helper and CD8+ cytolytic T lymphocytes. To induce such responses, it would be valuable to harness the dendritic cell (DC) system of antigen-presenting cells. To assess the potential of targeting P10, which is a peptide derived from gp43 secreted by the fungus, directly to DCs, we cloned the P10 sequence in fusion with a monoclonal antibody to the DEC205 receptor, an endocytic receptor that is abundant on DCs in lymphoid tissues. We verified that a single injection of the αDEC/P10 antibody caused DCs to produce a large amount of IFNγ. Administration of the chimeric antibody to mice resulted in a significant increase in the levels of IFN-γ and IL-4 in lung tissue relative to control animals. In therapeutic assays, mice pretreated with αDEC/P10 had significantly lower fungal burdens compared to control infected mice, and the architecture of the pulmonary tissues of αDEC/P10 chimera-treated mice was largely normal. Altogether, the results obtained so far indicate that targeting P10 through a αDEC/P10 chimeric antibody in the presence of polyriboinosinic: polyribocytidylic acid is a promising strategy in vaccination and therapeutic protocols to combat PCM.
... The biofilm formation by P. brasiliensis was first reported by Sardi et al. (2015) in abiotic surfaces (polystyrene plate) under hypoxic conditions. Also, the fungal agglomeration resembling biofilm was observed when interacting with epithelial and macrophage cells, an aspect that can be considered similar to that found in granulomas, which consists of a nodular arrangement in a hypoxic environment, containing many types of cells, as epithelioid and Langhans cells, and also yeasts (Fortes et al., 2011;Grahl et al., 2012). The gene expression at mature biofilm of P. brasiliensis demonstrates higher expression of gp43 and GAPDH known to be adhesins in P. brasiliensis, as well as up-regulation of aspartyl proteinase gene that can contribute to invasion and tissue destruction as described for Candida albicans (Vicentini et al., 1997;Hanna et al., 2000;Barbosa et al., 2006;Ramage et al., 2012;Sardi et al., 2015). ...
Article
Full-text available
The genus Paracoccidioides includes Paracoccidioides lutzii and the Paracoccidioides brasiliensis complex, which comprises four phylogenetic species. A key feature distinguishing planktonic growth from biofilm is the presence of a 3D extracellular matrix (ECM). Therefore, in this study, we analyzed biofilm formation in different species of Paracoccidioides yeast phase, characterized the structural elements of the matrix of P. brasiliensis (Pb18), P. lutzii (Pl01 and 8334) and P. restrepiensis (339 and 192) and evaluated the expression of glucan genes, according to the stage of biofilm evolution for P. brasiliensis. The strains were cultivated in planktonic and biofilm form for 24–144 h. The fungi biomass and metabolic activity were determined by crystal violet and tetrazolium salt reduction (XTT) tests and colony-forming unit (CFU) by plating. The biofilm structure was designed using scanning electron microscopy and confocal laser scanning microscopy techniques. The extracellular matrix of P. brasiliensis and P. lutzii biofilms was extracted by sonication, and polysaccharides, proteins, and extracellular DNA (eDNA) were quantified. The RNA was extracted with the Trizol® reagent and quantified; then, the cDNA was synthesized to analyze the enolase expression, 14-3-3, FKS1, AGS1, GEL3, and KRE6 genes by real-time PCR. All strains of Paracoccidioides studied form a biofilm with more significant metabolic activity and biomass values in 144 h. The extracellular matrix of P. brasiliensis and P. lutzii had a higher content of polysaccharides in their composition, followed by proteins and eDNA in smaller quantities. The P. brasiliensis biofilm kinetics of formation showed greater expression of genes related to glucan's synthesis and its delivery to the external environment in addition adhesins during the biofilm's adhesion, initiation, and maturation. The GEL3 and enolase genes increased in expression within 24 h and during the biofilm maturation period, there was an increase in 14-3-3, AGS1, and FKS1. Furthermore, at 144 h, there was a decrease in KRE6 expression and an increase in GEL3. This study highlights the potential for biofilm formation for three species of Paracoccidioides and the main components of the extracellular matrix that can contribute to a better understanding of biofilm organization.
... The high number of neutrophils found in Paracoccidioides spp. granulomas demonstrates the importance of polymorphonuclear neutrophil (PMN) cells during this infection [5]. ...
Article
Full-text available
The fungal pathogen Paracoccidioides lutzii causes systemic mycosis Paracoccidioidomycosis (PCM), which presents a broad distribution in Latin America. Upon infection, the fungus undergoes a morphological transition to yeast cells and provokes an inflammatory granulomatous reaction with a high number of neutrophils in the lungs. In this work, we employed proteomic analysis to investigate the in vitro response of the fungus to the interaction with human neutrophils. Proteomic profiling of P. lutzii yeast cells harvested at 2 and 4 h post interaction with human polymorphonuclear cells allowed the identification of 505 proteins differentially accumulated. The data indicated that P. lutzii yeast cells underwent a shift in metabolism from glycolysis to Beta oxidation, increasing enzymes of the glyoxylate cycle and upregulating enzymes related to the detoxification of oxidative and heat shock stress. To our knowledge, this is the first study employing proteomic analysis in the investigation of the response of a member of the Paracoccidioides genus to the interaction with neutrophils.
... It's known that asymptomatic patients demonstrate a satisfactory TH1 response, being capable to form granulomas once in contact with the agent and limited the infection on the lung. On the other hand, TH2 responses are associated with a disseminated form and a worse clinical outcome [5]. ...
Article
Full-text available
Paracoccidioidomycosis is a systemic mycosis caused by the fungus Paracoccidioides sp. The genital cutaneous manifestation is rare, with few reports in the literature. We report a case of a male farmer, who presented with a genital cutaneous ulcer for 2 years, without respiratory symptoms. Clinical and histological findings showed paracoccidioidomycosis. This pathology must be considered as an etiology of an ulcerated lesion in the genital tract, even in the absence of respiratory or systemic manifestations.
... Individuals with PCM may also present additional clinical forms such as the regressive form of the disease, rarely diagnosed, with mild clinical manifestations and clinical regression even without treatment; the mixed form, where there are clinical manifestations of both the acute and chronic forms; the isolated organic form, which affects only one organ, but does not meet the criteria for classification as acute or chronic form; and the residual form, which consists of sequel resulting from PCM, mainly characterized by fibrosis and emphysema [6] Pattern recognition receptors (PRRs) such as dectin-1, Toll like receptor (TLR)-2 and TLR4 interact with pathogen-associated molecular patterns (PAMPs) of P. brasiliensis, which induce innate immune activation. Further, acquired immune responses result in a granulomatous inflammatory process that is responsible for the containment or elimination of the fungus as well as the tissue damage observed in PCM [7]. The human immune response with subsequent cytokine profile is an important factor for the clinical outcome of the disease. ...
Article
Full-text available
Paracoccidioidomycosis (PCM) is a systemic mycosis caused by fungi of the genus Paracoccidioides and the different clinical forms of the disease are associated with the host immune responses. Quantitative trait loci mapping analysis was performed to assess genetic variants associated with mononuclear-cells-derived cytokines induced by P. brasiliensis on 158 individuals. We identified the rs11053595 SNP, which is present in the CLEC7A gene (encodes the Dectin-1 receptor) and the rs62290169 SNP located in the PROM1 gene (encodes CD133) associated with the production of IL-1β and IL-22, respectively. Functionally, the blockade of the dectin-1 receptor abolished the IL-1β production in P. brasiliensis-stimulated PBMCs. Moreover, the rs62290169-GG genotype was associated with higher frequency of CD38+ Th1 cells in PBMCs cultured with P. brasiliensis yeasts. Therefore, our research indicates that the CLEC7A and PROM1 genes are important for the cytokine response induced by P. brasiliensis and may influence the Paracoccidioidomycosis disease outcome.
... Additionally, an essential subpopulation of T cells involved in the immunoregulation in CNS paracoccidioidomycosis is TCD4 + CD25 + FoxP3 + regulatory T cells (Treg), responsible for controlling the immune response and avoiding exacerbation of the inflammation and, consequently, the development of autoimmune diseases. (28) As previously mentioned, the most significant number of registered cases of fungal meningitis has, as a causal agent, yeasts of the genus Cryptococcus. So, explaining some differences in pathogenesis among several fungal genera is essential. ...
Article
Full-text available
Meningitis is a potentially life-threatening infection characterised by the inflammation of the leptomeningeal membranes. The estimated annual prevalence of 8.7 million cases globally and the disease is caused by many different viral, bacterial, and fungal pathogens. Although several genera of fungi are capable of causing infections in the central nervous system (CNS), the most significant number of registered cases have, as causal agents, yeasts of the genus Cryptococcus. The relevance of cryptococcal meningitis has changed in the last decades, mainly due to the increase in the number of people living with human immunodeficiency virus/acquired immunodeficiency syndrome (HIV/AIDS) and medications that impair the immune responses. In this context, coronavirus disease 19 (COVID-19) has also emerged as a risk factor for invasive fungal infections (IFI), including fungal meningitis (FM), due to severe COVID-19 disease is associated with increased pro-inflammatory cytokines, interleukin (IL)-1, IL-6, and tumour necrosis factor-alpha, reduced CD4-interferon-gamma expression, CD4 and CD8 T cells. The gold standard technique for fungal identification is isolating fungi in the culture of the biological material, including cerebrospinal fluid (CSF). However, this methodology has as its main disadvantage the slow or null growth of some fungal species in culture, which makes it difficult to finalise the diagnosis. In conclusions, this article, in the first place, point that it is necessary to accurately identify the etiological agent in order to assist in the choice of the therapeutic regimen for the patients, including the implementation of actions that promote the reduction of the incidence, lethality, and fungal morbidity, which includes what is healthy in the CNS.
... En los estudios histopatológicos, los hallazgos consisten principalmente en granulomas con disposición nodular de células epitelioides y células gigantes multinucleadas de tipo Langhans y cuerpo extraño. También puede encontrarse un área central de supuración y exudado rico en linfocitos, células plasmáticas y eosinófilos, hallazgos que refuerzan la sospecha de una infección por hongos, que es confirmada con la demostración de estructuras micóticas multigemantes que tengan la clásica apariencia en "timón de barco" con la utilización de tinciones especiales, como la plata metenamina (6) . ...
Article
Full-text available
Varón de 59 años, agricultor, residente en el área rural de Valparaíso, Antioquia, Colombia. Antecedente de tabaquismo excesivo hasta hace seis meses. Consultó por cuadro de cinco años de evolución de lesiones en la cavidad oral y desde hace cinco meses presenta pérdida no intencionada de 10 kg, disnea, sialorrea, dolor articular y lesiones en las extremidades. Se realizaron múltiples estudios que mostraron úlceras en la cavidad oral y en la piel, lesiones friables en la vía aérea superior, imágenes en árbol de gemación en los lóbulos pulmonares superiores y osteomielitis crónica del maxilar. Se tomaron nuevas biopsias de piel y estudios de histoquímica, que permitieron confirmar el diagnóstico de paracoccidioidomicosis crónica diseminada.
... The main loadings responsible for separation of the samples were 1650 cm -1 (positive) and 1643 cm -1 (negative) in PC1; and 1657 cm -1 (negative) and 1633 cm -1 (positive) in PC3 ( Fig. 2B and C). The separation of samples from the different groups may have been due mainly to immunoglobulins; it is known that in the humoral immune response against Paracoccidioides spp., there is an increase in IgG levels, mainly of the IgG 4 class [33,34]. In the discrete separation of PCM from other systemic mycoses, considering the main bands in PC3 loadings, the absorption of immunoglobulins may also have been determinant, mainly of IgG 2 , IgG 3 , and IgG 4 , around 1650-1500 cm -1 [32]. ...
Article
Paracoccidioidomycosis (PCM) is a systemic granulomatous mycosis endemic to Latin America, whose etiologic agents are fungi of the genus Paracoccidioides. PCM is usually diagnosed by microscopic observation of the fungus in biological samples, combined or not with other techniques such as serological methods. However, all currently used diagnostic methods have limitations. The objective of this study was to develop a method based on Fourier transform infrared spectroscopy (FTIR) and chemometric analysis for PCM diagnosis. We included 224 serum samples: 132 PCM sera, 24 aspergillosis sera, 10 cryptococcosis sera, 8 histoplasmosis sera, and 50 sera from healthy blood donors. Samples were analyzed by attenuated total reflection (ATR), and chemometric analyses including exploratory analysis through principal component analysis (PCA) and a classification method (PCM and non-PCM) through orthogonal partial least squares discriminant analysis (OPLS-DA). The spectra were similar, with the main bands up to approximately 1652 cm–1 and 1543 cm–1 (amide I and amide II bands). This same region was mainly responsible for the partial separation of the samples in PCA. The OPLS-DA model correctly classified all serum samples with only one latent variable, with a determination coefficient (R²) higher than 0.999 for both the calibration set and prediction set. Sensitivity and specificity were 100% for both sets, showing better performance than the reference diagnostic methods. Therefore, the use of FTIR/ATR together with OPLS-DA modeling proved to be a promising method for PCM diagnosis.
Article
Full-text available
The microbiome has shown a correlation with the diet and lifestyle of each population in health and disease, the ability to communicate at the cellular level with the host through innate and adaptative immune receptors, and therefore an important role in modulating inflammatory process related to the establishment and progression of cancer. The oral cavity is one of the most important interaction windows between the human body and the environment, allowing the entry of an important number of microorganisms and their passage across the gastrointestinal tract and lungs. In this review, the contribution of the microbiome network to the establishment of systemic diseases like cancer is analyzed through their synergistic interactions and bidirectional crosstalk in the oral-gut-lung axis as well as its communication with the host cells. Moreover, the impact of the characteristic microbiota of each population in the formation of the multiomics molecular metafirm of the oral-gut-lung axis is also analyzed through state-of-the-art sequencing techniques, which allow a global study of the molecular processes involved of the flow of the microbiota environmental signals through cancer-related cells and its relationship with the establishment of the transcription factor network responsible for the control of regulatory processes involved with tumorigenesis.
Chapter
Superficial mycoses are fungal infections of the skin, hairs, and nails that invade only the stratum corneum and the most superficial layers of the skin, and include dermatophytoses, tinea versicolor, candidiasis, tinea nigra, and Piedras (white and black). Dermatophytosis, also known as tinea, is a superficial fungal infection of the stratum corneum, nails, and hair, caused by dermatophytes, and includes three genera: Trichophyton sp., Microsporum sp., and Epidermophyton sp. Pityriasis versicolor, or tinea versicolor, is a common superficial fungal infection of the skin caused by Malassezia yeasts that presents as flaky round or oval macular elements, usually located in the upper aspects of the trunk, neck, and arms. Candidiasis is a fungal infection caused by any of the species from the genera Candida, which includes about 150 different species of yeast, among which C. albicans is the most common causative species, accounting for up to 80% of cases. Subcutaneous mycoses include a heterogeneous group of infections that often result from direct penetration of the fungus into the skin through trauma. Systemic mycosis is characterized by infections caused by truly pathogenic fungi as well as those produced by fungi with small intrinsic pathogenicity, enhanced by immunocompromised hosts. In the majority of cases, the respiratory tract may be the first site of entry; fungi then usually spread hematogenously to other organs.KeywordsSuperficial mycosisTineasDermatophytosisPityriasis versicolorCandidiasisSubcutaneous mycosisSporotrichosisChromoblastomycosisSystemic mycosisParacoccidioidomycosis
Article
Full-text available
Interleukin-15 is a pro-inflammatory cytokine produced by a wide range of different cell types, especially monocytes and macrophages, in response to infective agents, playing a crucial and modulatory role in innate and adaptive immune response. Infections by intracellular microorganisms such as some bacteria, protozoa and fungi point out the role of IL-15 in the activation of monocytes/macrophages and neutrophils, a process that represents an important defense mechanism in early periods of infection during the development of innate immune response. The aims of the present study were to evaluate the effects of IL-15 on human neutrophil fungicidal activity against a high virulent Paracoccidioides brasiliensis strain (Pb18) and to verify whether this activity was mediated by oxidative metabolism such as the production of superoxide anion and H2O2 and if it was associated with an alteration of cytokine (IL-8 and TNF-a) levels. Neutrophils from peripheral blood of healthy individuals were incubated in the presence and absence of IL-15 (12.5–250ng/ml) for 18h, at 37ºC, under tension of 5% CO2, then infected with Pb18 for 4h and evaluated for fungicidal activity, production of superoxide anion and H2O2, and quantification of cytokines IL-8 and TNF-a in the supernatant. Pre-incubation of neutrophils with IL-15 induced a significant increase in the fungicidal activity of such cells in a dose-dependent manner. After activation, there was an increase in the production of superoxide anion and H2O2 by these cells, suggesting participation of such metabolites in fungicidal activity. Catalase inhibits fungicidal activity, confirming the role of H2O2 in fungus killing. However, the levels of TNF-a and IL-8 were not modified after incubation with IL-15, which suggests that its role is not mediated by those cytokines. Taken together, results showed that IL-15 had a modulatory effect on human neutrophils infected in vitro with a high virulent strain of P. brasiliensis, which was characterized by an increased fungicidal activity mediated by a dependent mechanism of oxidative metabolism.
Article
Full-text available
FUNDAMENTOS: Paracoccidioidomicose é micose sistêmica de alta prevalência no Brasil. As lesões orocutâneas são de importância para o diagnóstico e acompanhamento clínico. OBJETIVO: Quantificar e qualificar a presença de lesões cutâneas em pacientes com paracoccidioidomicose e correlacionar com forma clínica e gravidade dos casos. MÉTODOS: Realizou-se estudo clínico observacional de série de casos, classificados segundo a forma clínica, localização topográfica e morfologia da lesão quando presente. RESULTADOS: Foram estudados 152 pacientes classificados como forma crônica do adulto (87,5%) ou como forma aguda-subaguda, tipo juvenil (12,5%). Lesão cutânea foi identificada em 61,2% dos pacientes. Não houve correlação estatística entre presença de lesão e forma clínica (p=1,000) ou entre presença de lesão e gravidade clínica (p= 0,5607). Houve correlação entre presença de lesão mucosa e a forma clínica crônica do adulto (p
Article
Full-text available
Células T, em particular as células T CD4+, têm sido associadas a muitos aspectos das doenças de pele. A evidência atual sugere, porém, que o papel dos linfócitos T CD4+ no desenvolvimento de inflamação cutânea excede o de ativador pró-inflamatório das células T de ação que dirigem a resposta imune. Subtipos de células T com capacidade reguladora, tais como Tregs CD4+CD25+high, têm sido identificadas. Observações recentes sugerem que em algumas doenças da pele a função dessas células está modificada. Portanto, o desenvolvimento e a função de Tregs na dermatologia são atualmente um tópico atraente devido a sua importância no controle da resposta do sistema imune contra tumores e doenças infecciosas, bem como inibindo o desenvolvimento de auto-imunidade e alergia. Assim, mecanismos reguladores defeituosos podem permitir a quebra da tolerância imune periférica seguida por inflamação crônica e doença. Detalham-se as anormalidades funcionais e a contribuição de diferentes subtipos de células T reguladoras no desenvolvimento de doenças dermatológicas nesta revisão. Acentuam-se os possíveis alvos terapêuticos e as modificações dos T reguladores causados por imunomoduladores usados no campo da dermatologia. (AU)
Article
Full-text available
Patients with paracoccidioidomycosis (PCM) exhibit a suppression of the cellular immune response characterized by negative delayed-type hypersensitivity (DTH) to Paracoccidioides brasiliensis antigens, the apoptosis of lymphocytes, and high levels of expression of cytotoxic-T-lymphocyte-associated antigen 4 (CTLA-4), interleukin-10 (IL-10), and transforming growth factor β (TGF-β). The aim of this study was to investigate whether and how regulatory T cells (Treg cells) are involved in this immunosuppression by analyzing the number, phenotype, and activity of these cells in patients with active disease (AD group) and patients who had received treatment (TD group). Our results showed that the AD patients had more Treg cells than the TD patients or controls (C group) and also had elevated levels of expression of regulatory markers (glucocorticoid-induced tumor necrosis factor [TNF] receptor-related protein [GITR], CTLA-4, CD95L, LAP-1, and CD38). An analysis of regulatory activity showed that Treg cells from the AD group had greater activity than did cells from the other groups and that cell-cell contact is mandatory for this activity in the C group but was only partially involved in the regulatory activity of cells from AD patients. The addition of anti-IL-10 and anti-TGF-β neutralizing antibodies to the cultures showed that the production of cytokines may be another mechanism used by Treg cells. In conclusion, the elevated numbers of these cells with an increased regulatory phenotype and strong suppressive activity suggest a potential role for them in the immunosuppression characteristic of paracoccidioidomycosis. In addition, our results indicate that while Treg cells act by cell-cell contact, cytokine production also plays an important role.
Article
Full-text available
This study aimed to investigate the immunological mechanisms involved in the gender distinct incidence of paracoccidioidomycosis (pcm), an endemic systemic mycosis in Latin America, which is at least 10 times more frequent in men than in women. Then, we compared the immune response of male and female mice to Paracoccidioides brasiliensis infection, as well as the influence in the gender differences exerted by paracoccin, a P. brasiliensis component with carbohydrate recognition property. High production of Th1 cytokines and T-bet expression have been detected in the paracoccin stimulated cultures of spleen cells from infected female mice. In contrast, in similar experimental conditions, cells from infected males produced higher levels of the Th2 cytokines and expressed GATA-3. Macrophages from male and female mice when stimulated with paracoccin displayed similar phagocytic capability, while fungicidal activity was two times more efficiently performed by macrophages from female mice, a fact that was associated with 50% higher levels of nitric oxide production. In order to evaluate the role of sexual hormones in the observed gender distinction, we have utilized mice that have been submitted to gonadectomy followed by inverse hormonal reconstitution. Spleen cells derived from castrated males reconstituted with estradiol have produced higher levels of IFN-gamma (1291+/-15 pg/mL) and lower levels of IL-10 (494+/-38 pg/mL), than normal male in response to paracoccin stimulus. In contrast, spleen cells from castrated female mice that had been treated with testosterone produced more IL-10 (1284+/-36 pg/mL) and less IFN-gamma (587+/-14 pg/mL) than cells from normal female. In conclusion, our results reveal that the sexual hormones had a profound effect on the biology of immune cells, and estradiol favours protective responses to P. brasiliensis infection. In addition, fungal components, such as paracoccin, may provide additional support to the gender dimorphic immunity that marks P. brasiliensis infection.
Article
Data on forty-one patients with paracoccidioidomycosis seen in the State of Rio Grande do Sul, Brazil, are reviewed. Twelve patients presented with a chronic pulmonary type of infection, twenty-nine with a chronic disseminated form. Clinical and mycologic diagnoses are discussed, with an account of the clinical features, especially pulmonary involvement.
Article
Paracoccidioidomycosis (PCM) is an endemic mycosis in Latin America caused by the dimorphic fungus Paracoccidioides brasiliensis. The pattern of the immune responses to P. brasiliensis determines the disease progression and clinical outcome. Innate immune response is mediated by phagocytic cells, such as macrophage and neutrophils, which ingest and kill invading pathogens and then trigger the adaptive immune system through the secretion of cytokines and chemokines. The C-type like lectin receptors (CLR) and Toll-like receptors (TLRs) are the two main pattern recognition receptors in phagocytic cells that recognize fungal components. Therefore, the purpose of the present study was to evaluate the expression of TLR-1, TLR-2, TLR-4 and dectin-1 (CLR) in monocytes and neutrophils from healthy individuals after stimulation with Pb18 (high virulence) and Pb265 (low virulence) yeasts of P. brasiliensis. As positive controls we used specific ligands to TLR-4 (LPS), TLR-2 and dectin-1 (zymosan). Our results demonstrated a decreased of TLRs and dectin-1 expression mainly on monocytes as opposes on neutrophils, as soon as 30 minutes after yeast cells stimulation. This decrease was similar to the one caused by zymosan stimulation and indicates that up binding the complexes are rapidly internalized. There was a tendency towards an increased TLR2 and dectin-1 mRNA expression in response to fungal cells, mainly to Pb265. P. brasiliensis yeast cells induced the production of pro-inflammatory and anti-inflammatory cytokines, but the low ratio between TNF-alpha and IL-10 in response to zymosan and Pb265 indicates a balanced production of IL-10 and TNF-alpha, while Pb18 predominantly induced TNF-alpha secretion. Fungal cells also induced an elevated production of PGE(2) by monocytes and neutrophils showing their potential to provoke an intense inflammatory response. Altogether our results suggest the participation of TLR2, TLR-4 and dectin-1 in P. brasiliensis recognition, internalization and consequent activation of the immune response against the fungus. Moreover, the preferential recognition of zymosan and Pb265 by TLR-2 and dectin-1 would result in the production of adequate concentration of IL-10, which would be able to counterbalance the excessive inflammatory response mediated by TNF-alpha and PGE2. With these attributes the low virulence strain of P. brasiliensis would induce a controlled immune response beneficial to the host.
Article
Paracoccidioidomycosis (PCM) occurs in two distinct forms, the acute or juvenile form (JF), and the chronic or adult form (AF). To clarify the basis of this dichotomy, specific IgG subclasses, IgA and IgE anti-gp43 were measured by enzyme-linked immunosorbent assay, in patients with different forms of PCM. Serum levels of tumor necrosis factor-α, interleukin (IL)-6, IL-8, macrophage inflammatory protein (MIP)-1α and transforming growth factor (TGF)-β were also quantified. We show here that JF patients have significantly higher titers of IgE antibodies against gp43, an immunodominant antigen specific for Paracoccidioides brasiliensis, than do patients with the unifocal adult form (UF-AF, isolated lesions). Patients with the multifocal adult form (MF-AF, lesions in more than one organ) also produced elevated levels of anti-P. brasiliensis IgE. Furthermore, specific IgE levels were correlated with IgG4, IgA and eosinophilia. Patients with JF showed eosinophilia and increased levels of TGF-β, a switching factor for IgA. These results indicate a T helper (Th)-2 pattern of cytokine expression in both the JF and the MF-AF of PCM. On the other hand, patients with UF-AF had a significantly lower production of specific IgE, IgG4 and IgA than was seen in the other patient groups.