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REVISTA HYGEIA
https://seer.ufu.br/index.php/hygeia
ISSN: 1980-1726
DOI: https://doi.org/10.14393/Hygeia73387
Hygeia
Edição especial: XI GEOSAUDE
e73387
2024
1
EXPLORANDO A CONEXÃO ENTRE PARQUES URBANOS E BEM-ESTAR NA CIDADE DO
RECIFE-PE
1
EXPLORING THE CONNECTION BETWEEN URBAN PARKS AND WELL-BEING IN THE CITY OF
RECIFE-PE
Anselmo César Vasconcelos Bezerra
Instituto Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil
https://orcid.org/0000-0003-0722-9417
anselmo@recife.ifpe.edu.br
Carlos Eduardo Menezes da Silva
Instituto Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil
https://orcid.org/0000-0003-1156-156X
carlosmenezes@recife.ifpe.edu.br
RESUMO
Os parques urbanos desempenham um papel crucial no equilíbrio ambiental e na promoção da
saúde. Este estudo, realizado na cidade do Recife entre 2019 e 2020, investigou a associação
entre variáveis relacionadas ao uso de parques urbanos e a autopercepção da saúde física e
mental dos usuários. Com 1082 questionários aplicados em oito parques, a análise dos dados,
realizada por meio de modelos de regressão logística ordinal no Stata e Intelecttus, revelou que
o perfil dos usuários e os padrões de uso dos parques estão positivamente correlacionados com
o bem-estar. Os resultados indicam que os visitantes dos parques têm renda mensal e nível de
escolaridade superiores à média da cidade. A percepção positiva da saúde física e mental foi
evidenciada, com 50,82% considerando sua saúde mental como boa e 43,56% avaliando
positivamente a saúde física. Além disso, 33,79% relataram um nível de estresse considerado
bom nas últimas duas semanas. A prática de atividades físicas mostrou-se associada a uma
percepção mais positiva da saúde física, aumentando as chances em 44,24% em comparação
com aqueles que não se exercitam. A percepção favorável do nível de estresse também
contribuiu para uma melhor avaliação da saúde mental entre os usuários. Esses resultados
destacam a importância dos parques urbanos na promoção da saúde e oferecem um diagnóstico
sobre o perfil dos usuários, informando a gestão dessas áreas e o desenvolvimento de políticas
públicas intertesetoriais.
Palavras-chaves: Espaço público. Áreas verdes. Saúde Coletiva.
ABSTRACT
Urban parks play a crucial role in environmental balance and health promotion. This study in
Recife, between 2019 and 2020, investigated the association between variables related to the
use of urban parks and the users' self-perception of physical and mental health. With 1082
questionnaires administered in eight parks, data analysis, carried out using ordinal logistic
regression models in Stata and Intelecttus, revealed that the user profile and park use patterns
positively correlate with well-being. Results indicate that park visitors have a monthly income and
education level higher than the city average. The positive perception of physical and mental health
was evident, with 50.82% considering their mental health good and 43.56% evaluating their
physical health positively. Furthermore, 33.79% reported an excellent stress level in the last two
weeks. Practising physical activities was associated with a more positive perception of physical
health, increasing the chances by 44.24% compared to those who do not exercise. The favourable
perception of stress levels also contributed to a better mental health assessment among users.
These results highlight the importance of urban parks in promoting health and offer a diagnosis
of users' profiles, informing the management of these areas and developing intersectoral public
policies.
Keywords: Public space. Green áreas. Public Health.
Recebido em: 06/12/2023
Aceito para publicação em: 04/03/2024.
Explorando a conexão entre parques urbanos e bem-estar
na cidade do Recife-PE
Anselmo César Vasconcelos Bezerra
Carlos Eduardo Menezes da Silva
Hygeia
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INTRODUÇÃO
Projeções sobre o crescimento da população urbana mostram que até 2050 cerca de dois terços das
pessoas viverão em áreas urbanas (ONU, 2019). Nesse contexto, as discussões sobre a importância
das áreas verdes urbanas como espaços para a promoção da saúde ganharam relevância nos últimos
anos (LEE; MAHESWARAN, 2011; WHO, 2017), especialmente após um período de pandemia, no qual
o uso desses espaços foi mais valorizado (VENTER et al., 2020).
Atualmente, não há um conceito universal para definir as áreas verdes urbanas (WHO, 2017). Esses
espaços podem incluir praças, jardins e parques urbanos, sendo estes últimos maiores em extensão e
com funções de lazer, estética e ecológica (LONDE; MENDES, 2014). Os parques urbanos são
considerados espaços abertos de uso público geralmente com presença de vegetação e equipamentos
para atividades de lazer e recreação (KONIJNENDIJK et al., 2013), com variações em relação a sua
função principal e ao seu tamanho.
Muitos estudos fazem associações entre saúde e parques urbanos (LIU et al., 2017; KONDO et al.,
2018; STURM; COHEN, 2022). A maioria das pesquisas descreve os impactos positivos que esses
espaços geram para uma vida saudável (CARIÑANOS et al., 2017; ULMER et al., 2016; WAN; SHEN;
CHOI, 2020), em especial, das associações entre parques urbanos e saúde através da prática de
atividades físicas (DUAN et al., 2018) para ser aliada na prevenção de doenças cardiovasculares
(TAMOSIUNAS et al., 2014) e obesidade (NOCON et al., 2008). Ressalta-se também, a relação entre
o uso dessas áreas e uma melhor saúde mental e bem-estar (SONG et al., 2015; AYALA-AZCÁRRAGA;
DIAZ; ZAMBRANO, 2017), além de uma maior integração social, inclusive entre diferentes classes
sociais (GÓMEZ et al., 2015). Também, consideram-se os benefícios dos serviços ecossistêmicos para
usuários desses espaços, como a qualidade do ar, as condições de umidade e a regulação da
temperatura (ALMEIDA et al., 2018; MEXIA et al., 2020).
Entretanto, a maior parte desses estudos foi realizada em países desenvolvidos. Poucas pesquisas
exploram a associação entre áreas verdes, saúde e bem-estar em áreas urbanas nos países em
desenvolvimento, especialmente na América Latina (WRIGHT; ZARGER; MIHELCIC, 2012; LIU et al.,
2017; PARRA-SALDÍVAR et al., 2020). Alguns estudos têm sido feito em grandes cidades de países
como Brasil, México, Colômbia, Chile, Argentina e Uruguai (AMATO-LOURENÇO et al, 2016;
CAMARGO; RAMÍREZ; FERMINO, 2017; CAMARGO et al., 2018; SILVEIRA; JUNGER, 2018;
MOREIRA et al., 2020).
Associações positivas entre visitação de parques urbanos e melhor qualidade de vida foram descritas
na Colômbia (PARRA et al., 2010). A realização de atividades físicas robustas foi observadas em
parques urbanos localizados em bairros de menor nível socioeconômico, mas esses espaços são
geralmente menos verdes do que os parques localizados em bairros com alto nível socioeconómico
(CAMARGO et al., 2018). No Uruguai, observou-se que a frequência de atividades físicas em um
parque aumentou 25% após a instalação de equipamentos de ginástica (DEL CAMPO VEGA et al.,
2017). No entanto, em Tijuana, México, não foi observada associação positiva entre o uso de áreas
verdes e maior nível de atividade física (BOJORQUEZ; OJEDA-REVAH, 2018).
Constatou-se em outro estudo no Chile, que um parque urbano localizado em um bairro de baixa renda
era mais utilizado do que um parque situado no bairro de alta renda (KRELLENBERG; WELZ; REYES-
PÄCKE, 2014). Isso ressalta a distribuição desigual de espaços verdes pela cidade, o que gera
desigualdades nos benefícios que essas áreas podem representar (WRIGHT; ZARGER; MIHELCIC,
2012).
Apesar desses estudos, a compreensão sobre o tema ainda merece ser discutida, uma vez que as
taxas de urbanização na América Latina são crescentes e a demanda por estes espaços também.
Assim, para contribuir com esse debate, o objetivo deste artigo é apresentar resultados da associação
entre variáveis referentes ao uso de parques urbanos em relação à autopercepção sobre saúde física
e mental dos usuários numa metrópole brasileira.
Os resultados apresentados poderão contribuir para a discussão de como o tema está sendo
investigado na América Latina, mas também, será possível debater semelhanças e divergência com
resultados de pesquisas realizadas em países desenvolvidos. Além disso, podemos apontar questões
que sirvam de subsídios aos formuladores de políticas públicas e tomadores de decisão no que se
refere às políticas de sustentabilidade urbana e promoção à saúde.
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METODOLOGIA
Trata-se de um estudo observacional tranversal realizado a partir de um survey com a população
usuária de parques urbanos da cidade do Recife nos anos de 2019 e 2020. Pesquisas dessa natureza
já foram realizadas em outras cidades do mundo (AKPINAR, 2016; LIU et al., 2017).
Área de estudo
O estudo foi realizado na Cidade do Recife, localizada no Nordeste do Brasil. Recife possui 1,6 milhões
de habitantes e sua Região Metropolitana é habitada por aproximadamente 4 milhões de pessoas, o
que a torna a sexta maior metrópole do país (IBGE, 2019).
Atualmente, a cidade tem dez áreas classificadas como parques urbanos. Para fins desse estudo foram
selecionadas oito parques: Jaqueira, Santana, Macaxeira, Dona Lindu, Santos Dumont, Treze de Maio
e Sítio da Trindade (Figura 1). Foram excluídos dois parques por não apresentarem fluxo de usuários
significativo ao longo do dia, ou por estarem em más condições de conservação.
Figura 1 – Mapa da cidade do Recife com localização dos parques urbanos estudados
Fonte: Os autores.
Coleta de dados
Foram aplicados 1082 questionários com usuários dos parques entre os meses de maio de 2019 e
fevereiro de 2020. Os dados foram coletados durante todos os dias da semana, incluindo finais de
semana, em turnos diferenciados. O número de questionários variou em função do tamanho da área e
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frequência de visitantes observada. Os participantes foram selecionados de forma aleatória, entre
pessoas maiores de dezoito anos, frequentadores dos parques. Não foi realizada nenhuma
identificação dos usuários que respondiam os questionários após a leitura do termo de consentimento
livre e esclarecido. Foram coletadas respostas de pessoas residentes em todos os noventa e quatro
bairros da cidade. A coleta seguiu os preceitos estabelecidos na resolução 510/2016 do Conselho
Nacional em Saúde do Brasil (BRASIL, 2016) com aprovação no comitê de ética em pesquisa sob o
registro: 44427920.7.0000.0130.
O formulário foi baseado em pesquisas semelhantes (AKPINAR, 2016; LIU et al., 2017), com as devidas
adaptações a realidade local e perguntas divididas em: i) Perfil socioeconômico; ii) Conhecimento e
utilização do parque; iii) Autopercepção sobre fatores relacionados à saúde; iv) Valoração econômica
dos serviços ecossistêmicos do parque. Ressalta-se que para este artigo, os dados do bloco iv do
questionários não foram utilizados. Os dados foram obtidos por participantes do grupo de pesquisa com
treinamento prévio em estudo piloto para teste dos questionários. As entrevistas foram conduzidas de
forma individual no formato face a face com tempo médio de duração de doze minutos. Os dados
obtidos através dos formulários impressos foram tabulados pelos coordenadores da pesquisa utilizando
o software excel.
Após o tratamento dos dados, foram excluídos os questionários incompletos e com informações
imprecisas. Assim, foram utilizados 1038 questionários. Considerando a população estimada de
habitantes da cidade e a distribuição entre as faixas etárias, renda, sexo e local de residência, os dados
são representativos para a cidade.
Análise estatística
Após a coleta dos dados, buscou-se analisar qual a associação entre as variáveis coletadas nas
variáveis de interesse representadas pela autopercepção de saúde física e mental. As variáveis que
não apresentaram aderência ao modelo foram excluídas. As variáveis dependentes utilizadas foram:
autopercepção de saúde física (modelo 1); autopercepção de saúde mental (modelo 2). Todas as
variáveis categóricas foram inicialmente codificadas como 1 = Péssimo; 2 = Ruim; 3 = Regular; 4 =
Bom, 5 = ótimo. Porém, em função da pouca frequência de respostas em algumas classes, essas
foram aglutinadas em Ruim = 1; Regular = 2, Bom = 3.
As variáveis independentes foram:
(a) Autopercepção de saúde física foi utilizada para o modelo 2 (saúde mental);
(b) A autopercepção de saúde mental foi utilizada para o modelos 1 (saúde física);
(c) A autopercepção do nível de estresse foi utilizada para os modelos 1 (saúde física) e 2 (saúde
mental);
(d) Idade variável continua em número de anos foi utilizada para o modelo 2 (saúde mental);
(e) sexo variável binária 0 para masculino 1 para feminino;
(f) Renda representando a remuneração mensal em valores contínuos;
(g) Distantp variável contínua representando a distância percorrida para chegar até o parque;
(h) Freqvis variável contínua representando quantidade de visitas aos parques por mês;
(i) Tempoestad variável contínua representando o tempo de permanência das pessoas nos
parques;
(j) atvfis variável binária, 0 para quem não realizava atividade física, 1 para quem realizava
atividade física nos parques;
Para a análise dos dados utilizamos modelos de regressão logística ordenada (MRO). O uso de
modelos logísticos se faz necessário uma vez que as variáveis dependentes dos 2 modelos são
categóricas e não apresentam média e variância, impossibilitando o uso de modelos de regressão
lineares (Fávero, 2015). Já o uso de modelos ordinais se dá quando as categorias de uma variável
podem ser classificadas, mas as distâncias entre as categorias são desconhecidas (Long; Freese,
2001). Os resultados obtidos nos MRO´s relatam a probabilidade de ocorrência de um fenômeno
(variável dependente) em função de uma variável independente. Para a realização dessas análises
utilizamos o software Stata 14 e Intellectus Statistics para análise dos modelos de regressão ordinal.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observou-se que dentre os entrevistados 50,7% eram do sexo feminino; 49,3% do sexo masculino. A
maioria dos respondentes 93,9% foram adultos jovens (<65 anos), a média de idade foi de 39,5 anos.
A média de renda mensal foi R$ 2.852,91 e apenas 22,3% possuem nível superior completo. Em
relação ao estado civil, o público divide-se entre solteiros e casados com aproximadamente 42% de
visitantes em cada categoria. Há uma pequena predominância de pessoas que trabalham de forma
autônoma, seguido por usuários empregados no setor privado. Em relação a raça, observou-se que
aproximadamente 60% dos visitantes compõe o grupo de pretos e pardos, o que reflete o perfil de raça
da população do Recife (Tabela 1).
Tabela 1 – Características socioeconômicas dos usuários de parques urbanos na cidade do Recife
Variável
Média
Distribuição
Idade
39,5
Até 30 anos
30,23%
Entre 31 e 65 anos
63,67%
> 65
6,10%
Sexo
Feminino
50,70%
Masculino
49,30%
Escolaridade
16,47
básico
14,41%
médio
63,56%
superior
22,03%
Estado civil
Solteiro
42,38%
Casado
41,44%
outros
16,18%
Ocupação
Desempregado
3,30%
Funcionário Público
13,47%
Empregado da Rede Privada
25,05%
Pensionista/aposentado
19,49%
Estudante
7,25%
Outros
31,44%
Renda
R$
2.852,91
Até 1 SM
39,56%
Até 2 SM
24,67%
Até 3SM
9,77%
>3 SM
26%
Raça/Cor
branco
34,73%
preto
19,16%
amarelo
5,59%
pardo
39,52%
indígena
1%
Dependentes
1,02
0
43,92%
1
24,32%
2
21,21%
3 ou mais
10,55%
Fonte: Os autores.
Com relação ao acesso e as formas de uso do parque, verificou-se que a maioria dos usuários
deslocam-se mais de 4500 metros para acessar os parques (29%), percentual semelhante dos usuários
que se deslocam menos de 500 metros (27%). A maior parte dos visitantes costumam permanecer
entre uma e duas horas no local (39%) e a frequencia de visitação predominante varia de duas a seis
visitas ao mês (62%). Verificou-se que a maioria dos usuários vai aos parques para realização de
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atividades físicas (35%), seguido do lazer (25,7%) e o acompanhamento de crianças (26,8%). Em
relação aos usuários que realizam alguma atividade física durante a visita, aproximadamente 75% dos
entrevistados relataram gastar até uma hora na prática (Tabela 2).
Tabela 2 – Características de acesso e uso dos parques urbanos da cidade do Recife – Pernambuco,
Brasil
Variável
Distribuição
Distância Percorrida
>4500m
29,00%
entre 3001 e 4500m
4,90%
entre 1500 e 3000m
23,02%
entre 1001 e 1500m
6,55%
entre 500 e 1000m
9,51%
entre 100 e 500m
27,02%
Tempo de
Permanência
até 1h
34,27%
entre 1 e 2h
38,99%
entre 2 e 2,5h
11,86%
entre 2,5 e 3h
8,82%
mais de 3h
6,06%
Frequência de
Visitação
1x /mês
20,62%
entre 2 e 6x /mês
62,81%
entre 7 e 12x /mês
7,44%
entre 13 e 30x/mês
9,13%
Objetivo
Estudar
0,94%
lazer
25,73%
Atividade física
35,06%
Crianças
26,86%
Outros
11,41%
Tempo de Atividade
Física
até 30min
51,65%
entre 30 e 60 min
23,28%
entre 60 e 120 min
17,15%
mais de 120 min
7,92%
Fonte: Os autores.
Referente à percepção dos usuários sobre os aspectos de estrutura dos parques, a maior parte dos
usuários classificou positivamente as características físicas e a disponibilidade dos serviços
ecossistêmicos. Destaca-se, os 43,19% de usuários que consideraram o tamanho dos parques como
ótimo. Ressalta-se também as avaliações positivas para a dimensão sombra das árvores (35,26% ótimo
e 38,48% bom). Outro destaque é para uma maior frequência da categoria regular nas dimensões
segurança (35,64%); iluminação (31,54%). Do ponto de vista negativo, observou-se que 44,88% dos
entrevistados classificaram a temperatura do local como péssima. (Figura 2).
No terceiro eixo de resultados, observou-se uma percepção positiva dos usuários em relação a saúde
física e mental. 50,82% consideraram sua saúde mental como boa, já 43,56% consideraram a sua
saúde física como boa, e 33,79% dos entrevistados consideraram como bom o nível de estresse nas
ultimas duas semanas.
Na quarta etapa do estudo foi realizada a análise dos dois modelos de regressão logística ordinal. A
análise dos Fatores de Inflação de Variância (VIFs) foi calculada para detectar a presença de
multicolinearidade entre os preditores. Todos os preditores no modelo de regressão têm VIFs menores
que 10 (Tabela 3).
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Figura 2 – Percepção dos usuários sobre a estrutura física dos parques urbanos do Recife
Fonte: Os autores.
Tabela 3 – Análise dos Fatores de Inflação de Variância para cada preditor dos modelos de saúde
física e saúde mental
Modelo 1 - Saúde Física
Modelo 2 - Saude Mental
Variáveis
VIF
VIF
saudemen
1.59
saudefis
1.27
nivelstres
1.69
1.31
idade
1.12
1.13
sexo
1.06
1.06
renda
1.15
1.16
distantp
1.12
1.12
freqvis
1.04
1.04
tempoestad
1.11
1.11
atvfis
1.12
1.14
Fonte: Os autores.
Para o modelo de autopercepção de saúde física, o valor do R-quadrado McFadden calculado foi de
0,15 demostrando que o ajuste do modelo está abaixo do nível excelente, de modelo com ajustes
maiores que 0,2 (LOUVIERE; HENSHER; SWAIT, 2000) Indicando a necessidade de cautela na
interpretação dos resultados.
Nesse modelo os coeficientes de regressão para as categorias 1 ao 4 (ruim ao ótimo) da variável
saudemen foram significativos. Os resultados sugerem que a observação de cada uma das categorias
aumenta as chances de observar uma categoria maior na variável saúde física, comparados a categoria
0 (péssima) da autopercepção em saúde física. Também se mostrou significativo o coeficiente da
varável atvfis sugerindo que a realização de atividade física aumentaria as chances de observar uma
categoria maior de saudefis em 44,24% em comparação aos que não praticam. As demais variáveis
não foram significativas (Tabela 4).
0
10
20
30
40
50
60
Frequência de respostas (%)
Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo
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Tabela 4 – Resultados do modelo de regressão ordinal para saúde física
Variáveis
B
SE
χ2
p
OR
95.00% CI
(Intercept):1
-2.02
0.61
10.91
< .001
-
-
(Intercept):2
-0.11
0.60
0.04
.848
-
-
(Intercept):3
1.91
0.60
9.97
.002
-
-
(Intercept):4
4.41
0.61
52.23
< .001
-
-
saudemen1
1.19
0.57
4.37
.037
3.30
[1.08, 10.12]
saudemen2
1.61
0.50
10.54
.001
5.00
[1.89, 13.21]
saudemen3
2.95
0.50
34.77
< .001
19.01
[7.14, 50.61]
saudemen4
4.76
0.52
84.30
< .001
116.62
[42.23, 322.07]
nivelstres1
-0.07
0.30
0.05
.820
0.93
[0.52, 1.67]
nivelstres2
0.44
0.25
3.06
.080
1.55
[0.95, 2.53]
nivelstres3
0.53
0.26
4.22
.040
1.70
[1.02, 2.81]
nivelstres4
0.68
0.29
5.65
.017
1.98
[1.13, 3.48]
Idade
-0.008
0.004
3.66
.056
0.99
[0.98, 1.00]
Sexo
-0.24
0.12
3.69
.055
0.79
[0.62, 1.01]
Renda
0.00003
0.00002
3.72
.054
1.00
[1.00, 1.00]
Distantp
-0.009
0.03
0.08
.778
0.99
[0.93, 1.06]
Freqvis
-0.08
0.06
1.50
.221
0.93
[0.82, 1.05]
Tempoestad
0.02
0.06
0.12
.732
1.02
[0.91, 1.15]
Atvfis
0.37
0.13
7.41
.006
1.44
[1.11, 1.88]
Fonte: Os autores.
Nesse modelo os coeficientes de regressão para as categorias 1 ao 4 (ruim ao ótimo) da variável
saudefis foram significativos. Os resultados sugerem que a observação de cada uma das categorias
aumenta as chances de observar uma categoria maior na variável saúde mental, comparados a
categoria 0 (péssima). Também foram significativos os coeficientes das categorias 1 a 4 (ruim ao ótimo)
da variável nível de estresse, sugerindo que a observação de cada uma das categorias aumenta a
chance de se observar um nível maior de saúde mental, quando comparado a categoria 0 de nível de
estresse. Também foi significativo o coeficiente de regressão para a variável distantp, sugerindo que
um aumento de uma unidade no distantp aumentaria as chances de observar uma categoria maior de
saudemen em 7,37% (Tabela 5).
Nossos achados identificaram que uma associação entre o uso e a realização de atividades físicas nos
parques urbanos contribui para melhoria da autopercepção de saúde física e mental. Além disso,
características socioeconômicas dos usuários desses espaços influenciam diferentes tipos de uso
(NEERGAARD et al., 2009; LIU et al., 2017; CARIÑANOS et al., 2017; WAN; SHEN; CHOI, 2020). O
perfil dos usuários revelou que a média dos visitantes possui renda mensal superior à média dos
habitantes da cidade estudada, bem como um maior percentual de pessoas possui nível superior de
escolaridade em relação à média dos habitantes da cidade, o que corrobora com estudos que apontam
que os segmentos sociais de mais alta renda e escolaridade são usuários mais presentes nos parques
urbanos (WRIGHT; ZARGER; MIHELCIC, 2012).
Destaca-se que as longas distâncias para acessar os parques da cidade divergem de estudos que
mostram um maior uso entre as pessoas que residem nas proximidades dos parques frequentados (LIU
et al, 2017; BROWN; RHODES; DADE, 2018). Esse fato pode ser explicado pela desigual distribuição
dessas áreas na cidade, levando moradores de áreas com piores indicadores socioeconômico a
deslocarem-se por maiores distância para acessar os parques urbanos (WRIGHT; ZARGER;
MIHELCIC, 2012). No caso da cidade do Recife, a concentração de parques numa determinada região
da cidade evidencia essa desigualdade no acesso (MENESES, 2018).
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Tabela 5 – Resultados do modelo de regressão ordinal para saúde mental
Variáveis
B
SE
χ2
p
OR
95.00% CI
(Intercept):1
0.13
0.64
0.04
.843
-
-
(Intercept):2
1.39
0.63
4.84
.028
-
-
(Intercept):3
3.74
0.65
32.99
< .001
-
-
(Intercept):4
7.04
0.67
110.33
< .001
-
-
saudefis1
1.87
0.56
11.38
< .001
6.51
[2.19, 19.32]
saudefis2
2.14
0.52
16.76
< .001
8.51
[3.05, 23.74]
saudefis3
3.15
0.52
36.25
< .001
23.38
[8.38, 65.24]
saudefis4
5.04
0.54
86.15
< .001
154.40
[53.27, 447.49]
nivelstres1
1.25
0.30
16.86
< .001
3.48
[1.92, 6.31]
nivelstres2
1.61
0.25
40.74
< .001
5.01
[3.05, 8.22]
nivelstres3
2.39
0.26
83.85
< .001
10.91
[6.54, 18.20]
nivelstres4
3.54
0.30
138.08
< .001
34.41
[19.07, 62.08]
idade
-0.003
0.005
0.40
.525
1.00
[0.99, 1.01]
sexo
0.03
0.13
0.05
.828
1.03
[0.79, 1.33]
renda
0.00001
0.00002
0.50
.479
1.00
[1.00, 1.00]
distantp
0.07
0.03
4.23
.040
1.07
[1.00, 1.15]
freqvis
-0.03
0.06
0.23
.632
0.97
[0.85, 1.10]
tempoestad
0.05
0.06
0.68
.411
1.05
[0.93, 1.19]
atvfis
0.03
0.14
0.05
.815
1.03
[0.78, 1.37]
Fonte: Os autores.
Assim como em outros estudos, a visitação aos parques do Recife geralmente está associada a
realização de atividades físicas ou lazer (WEST; SHORES; MUDD, 2012; COHEN et al., 2013).
Importante salientar que todos os parques estudados dispõem de infraestrutura da lazer para crianças
e de espaços específicos para realização de atividades físicas, como as academias da cidade, uma
política de promoção à saúde que desenvolve atividades aeróbicas coletivas para o público em geral
(FARIA et al., 2020).
Outra característica observada foi o tempo de realização de atividade física inferior ao tempo médio
encontrado na literatura (LIU et al., 2017). É importante ressaltar que nem todos os usuários praticam
alguma atividade física nos parques, pois uma grande parte busca acesso ao lazer, sendo esse objetivo
uma das principais potencialidades dos parques no fortalecimento de vínculos e de sociabilidade
(GÓMEZ et al, 2015; COUTTS; HAHN, 2015; JENNINGS; BAMKOLE, 2019).
Sobre a estrutura dos parques, observou-se uma boa avaliação dos usuários, com destaque para
fatores como tamanho e arborização. O tamanho e especialmente a presença de árvores é um dos
fatores que pode ser determinante na atração de visitantes pelo conforto térmico que proporciona, além
do contato com um ar mais puro e a beleza estética associada (Lee; Maheswaran, 2012; Mexia et al.,
2018). Apesar disso, houve uma percepção majoritária negativa da temperatura dos parques, que pode
ser explicada pelo fato da localização geográfica da cidade, que possui clima quente e úmido ao longo
do ano, mas também pela escassa arborização em algumas das áreas estudadas (MENESES, 2018).
Os resultados referentes à autopercepção de saúde física demonstram que estes estão associados
também a prática de atividade física nos parques. Corroborando a literatura que reforça os benefícios
da prática de atividades físicas para à saúde nestes espaços (COUTTS; HAHN, 2015; LIU et al., 2017).
A associação significativa entre uma boa autopercepção de saúde mental com a saúde física dos
usuários também costuma ser reportada (ODE SANG et al., 2016; WAN; SHEN; CHOI, 2020). Quando
questionados sobre a percepção do estresse, os usuários que descreveram menores níveis de
estresse, também relataram maiores níveis de saúde física e mental (ASHING-GIWA; LIM, 2009;
STURM; COHEN, 2014; WOOLF et al., 2016). Isso reforça a relação positiva que o manejo do estresse
pode ter na percepção das pessoas sobre a saúde.
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A relação da renda dos usuários e a percepção sobre saúde física também ratifica que pessoas com
maior poder aquisitivo tendem a ter mais acesso a atividades de promoção à saúde, a diagnóstico e ao
tratamento de eventuais problemas de saúde (WOOLF et al., 2015). Em outro sentido, quanto maior a
idade, menor a percepção de boa saúde física, haja vista o acúmulo de problemas de saúde inerentes
à fisiologia humana (SILVA et al., 2012; ZANESCO et al., 2018). Destaca-se então, a importância dos
parques urbanos para à promoção da saúde visando o público mais idoso (FARIA et al, 2020).
O estudo apresenta algumas limitações por ser oriundo de uma amostra não probabilística de
conveniência. Além disso, os estudos de percepção podem revelar dados subjetivos, nos quais os
usuários respondem as questões a partir de sua experiência no momento da pesquisa (NEERGAARD
et al, 2009). Apesar disso, o trabalho demonstra indicativos dos benefícios dos parques urbanos para
melhoria da autopercepção de diferentes dimensões do bem estar humano. Dessa forma os dados
apresentados geram subsídios à criação e conservação de parques urbanos como políticas públicas
intersetoriais nos campos da gestão urbana ambiental e da saúde coletiva.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo do estudo foi apresentar a associação de variáveis referentes ao uso de parques urbanos
em relação à autopercepção sobre saúde física e mental dos usuários. Dessa forma, os resultados
foram relevantes por observamos que fatores como realizar atividades físicas e permanecer por mais
tempo nos parques urbanos contribuem de maneira significativa para uma melhoria na autopercepção
de saúde física e mental dos visitantes.
Em função disso, acreditamos que os achados dessa pesquisa corroboram com resultados anteriores
relatados especialmente em países densenvolvidos, nos quais pessoas que frequentam parques
urbanos relatam níveis significativos de bem estar. Isso reforça a importância desses espaços para à
promoção da saúde nas cidades. Entretanto, foi diagnosticado que apesar da diversidade
socioeconômica dos usuários dos parques do Recife, um segmento mais abastado continua sendo
majoritário em relação à frequência de visitação, o que joga luz sobre os aspectos de desigualdade no
acesso a esses espaços. Outro resultado importante diz respeito às grandes distâncias percorridas
pelos usuários dos parques urbanos na cidade, que refletem outro viés de desigualdade presente no
território estudado. Além disso, acreditamos que esses grandes deslocamentos podem reduzir o efeito
positivo dessas áreas no bem estar da população. Tais temas merecem ser investigados a partir de
estudos futuros.
Ressalta-se que os resultados desse artigo configuram o primeiro estudo com amostra significativa de
usuários dos distintos parques urbanos do Recife, o que reforça o pioneirismo e o ineditismo da
investigação. Acreditamos que os dados podem contribuir com o debate a partir de uma metrópole da
América Latina, uma vez que poucos estudos têm sido publicados a partir dessa região. Além disso,
os resultados podem servir como ponto de partida para futuros estudos que investiguem as relações
entre áreas verdes urbanas e promoção da saúde, de preferência com o levantamento de dados físicos.
Especialmente, num cenário de pandemia e pós-pandemia, no qual ficou mais evidente a importância
desses espaços.
Recomendamos ainda que a municipalidade passe também a gerar dados que possam subsidiar
melhor o processo de tomada de decisão sobre a gestão dos parques urbanos e as políticas
intersetoriais associadas ao uso destes espaços.
CRÉDITOS
Os autores participaram igualmente da idealização, desenho do estudo, supervisão da coleta de dados,
análise dos dados, escrita e revisão do texto.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao Instituto Federal de Pernambuco, através da Pró-reitoria de Pesquisa pelo
financiamento do estudo no âmbito dos editais BPQ 10/2019 e 04/2022.
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