ArticlePDF Available

EXPLORANDO A CONEXÃO ENTRE PARQUES URBANOS E BEM-ESTAR NA CIDADE DO RECIFE-PE 1 EXPLORING THE CONNECTION BETWEEN URBAN PARKS AND WELL-BEING IN THE CITY OF RECIFE-PE

Authors:

Abstract

Os parques urbanos desempenham um papel crucial no equilíbrio ambiental e na promoção da saúde. Este estudo, realizado na cidade do Recife entre 2019 e 2020, investigou a associação entre variáveis relacionadas ao uso de parques urbanos e a autopercepção da saúde física e mental dos usuários. Com 1082 questionários aplicados em oito parques, a análise dos dados, realizada por meio de modelos de regressão logística ordinal no Stata e Intelecttus, revelou que o perfil dos usuários e os padrões de uso dos parques estão positivamente correlacionados com o bem-estar. Os resultados indicam que os visitantes dos parques têm renda mensal e nível de escolaridade superiores à média da cidade. A percepção positiva da saúde física e mental foi evidenciada, com 50,82% considerando sua saúde mental como boa e 43,56% avaliando positivamente a saúde física. Além disso, 33,79% relataram um nível de estresse considerado bom nas últimas duas semanas.A prática de atividades físicas mostrou-se associada a uma percepção mais positiva da saúde física, aumentando as chances em 44,24% em comparação com aqueles que não se exercitam. A percepção favorável do nível de estresse também contribuiu para uma melhor avaliação da saúde mental entre os usuários. Esses resultados destacam a importância dos parques urbanos na promoção da saúde e oferecem um diagnóstico sobre o perfil dos usuários, informando a gestão dessas áreas e o desenvolvimento de políticas públicas intertesetoriais.
REVISTA HYGEIA
https://seer.ufu.br/index.php/hygeia
ISSN: 1980-1726
DOI: https://doi.org/10.14393/Hygeia73387
Hygeia
Edição especial: XI GEOSAUDE
e73387
2024
EXPLORANDO A CONEXÃO ENTRE PARQUES URBANOS E BEM-ESTAR NA CIDADE DO
RECIFE-PE
1
EXPLORING THE CONNECTION BETWEEN URBAN PARKS AND WELL-BEING IN THE CITY OF
RECIFE-PE
Anselmo César Vasconcelos Bezerra
Instituto Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil
https://orcid.org/0000-0003-0722-9417
anselmo@recife.ifpe.edu.br
Carlos Eduardo Menezes da Silva
Instituto Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil
https://orcid.org/0000-0003-1156-156X
carlosmenezes@recife.ifpe.edu.br
RESUMO
Os parques urbanos desempenham um papel crucial no equilíbrio ambiental e na promoção da
saúde. Este estudo, realizado na cidade do Recife entre 2019 e 2020, investigou a associação
entre variáveis relacionadas ao uso de parques urbanos e a autopercepção da saúde física e
mental dos usuários. Com 1082 questionários aplicados em oito parques, a análise dos dados,
realizada por meio de modelos de regressão logística ordinal no Stata e Intelecttus, revelou que
o perfil dos usuários e os padrões de uso dos parques estão positivamente correlacionados com
o bem-estar. Os resultados indicam que os visitantes dos parques têm renda mensal e nível de
escolaridade superiores à média da cidade. A percepção positiva da saúde física e mental foi
evidenciada, com 50,82% considerando sua saúde mental como boa e 43,56% avaliando
positivamente a saúde física. Além disso, 33,79% relataram um nível de estresse considerado
bom nas últimas duas semanas. A prática de atividades físicas mostrou-se associada a uma
percepção mais positiva da saúde física, aumentando as chances em 44,24% em comparação
com aqueles que não se exercitam. A percepção favorável do nível de estresse também
contribuiu para uma melhor avaliação da saúde mental entre os usuários. Esses resultados
destacam a importância dos parques urbanos na promoção da saúde e oferecem um diagnóstico
sobre o perfil dos usuários, informando a gestão dessas áreas e o desenvolvimento de políticas
públicas intertesetoriais.
Palavras-chaves: Espaço público. Áreas verdes. Saúde Coletiva.
ABSTRACT
Urban parks play a crucial role in environmental balance and health promotion. This study in
Recife, between 2019 and 2020, investigated the association between variables related to the
use of urban parks and the users' self-perception of physical and mental health. With 1082
questionnaires administered in eight parks, data analysis, carried out using ordinal logistic
regression models in Stata and Intelecttus, revealed that the user profile and park use patterns
positively correlate with well-being. Results indicate that park visitors have a monthly income and
education level higher than the city average. The positive perception of physical and mental health
was evident, with 50.82% considering their mental health good and 43.56% evaluating their
physical health positively. Furthermore, 33.79% reported an excellent stress level in the last two
weeks. Practising physical activities was associated with a more positive perception of physical
health, increasing the chances by 44.24% compared to those who do not exercise. The favourable
perception of stress levels also contributed to a better mental health assessment among users.
These results highlight the importance of urban parks in promoting health and offer a diagnosis
of users' profiles, informing the management of these areas and developing intersectoral public
policies.
Keywords: Public space. Green áreas. Public Health.
Recebido em: 06/12/2023
Aceito para publicação em: 04/03/2024.
Explorando a conexão entre parques urbanos e bem-estar
na cidade do Recife-PE
Anselmo César Vasconcelos Bezerra
Carlos Eduardo Menezes da Silva
Hygeia
Edição especial: XI GEOSAUDE
e73387
2024
INTRODUÇÃO
Projeções sobre o crescimento da população urbana mostram que até 2050 cerca de dois terços das
pessoas viverão em áreas urbanas (ONU, 2019). Nesse contexto, as discussões sobre a importância
das áreas verdes urbanas como espaços para a promoção da saúde ganharam relevância nos últimos
anos (LEE; MAHESWARAN, 2011; WHO, 2017), especialmente após um período de pandemia, no qual
o uso desses espaços foi mais valorizado (VENTER et al., 2020).
Atualmente, não um conceito universal para definir as áreas verdes urbanas (WHO, 2017). Esses
espaços podem incluir praças, jardins e parques urbanos, sendo estes últimos maiores em extensão e
com funções de lazer, estética e ecológica (LONDE; MENDES, 2014). Os parques urbanos são
considerados espaços abertos de uso público geralmente com presença de vegetação e equipamentos
para atividades de lazer e recreação (KONIJNENDIJK et al., 2013), com variações em relação a sua
função principal e ao seu tamanho.
Muitos estudos fazem associações entre saúde e parques urbanos (LIU et al., 2017; KONDO et al.,
2018; STURM; COHEN, 2022). A maioria das pesquisas descreve os impactos positivos que esses
espaços geram para uma vida saudável (CARIÑANOS et al., 2017; ULMER et al., 2016; WAN; SHEN;
CHOI, 2020), em especial, das associações entre parques urbanos e saúde através da prática de
atividades físicas (DUAN et al., 2018) para ser aliada na prevenção de doenças cardiovasculares
(TAMOSIUNAS et al., 2014) e obesidade (NOCON et al., 2008). Ressalta-se também, a relação entre
o uso dessas áreas e uma melhor saúde mental e bem-estar (SONG et al., 2015; AYALA-AZCÁRRAGA;
DIAZ; ZAMBRANO, 2017), além de uma maior integração social, inclusive entre diferentes classes
sociais (GÓMEZ et al., 2015). Também, consideram-se os benefícios dos serviços ecossistêmicos para
usuários desses espaços, como a qualidade do ar, as condições de umidade e a regulação da
temperatura (ALMEIDA et al., 2018; MEXIA et al., 2020).
Entretanto, a maior parte desses estudos foi realizada em países desenvolvidos. Poucas pesquisas
exploram a associação entre áreas verdes, saúde e bem-estar em áreas urbanas nos países em
desenvolvimento, especialmente na América Latina (WRIGHT; ZARGER; MIHELCIC, 2012; LIU et al.,
2017; PARRA-SALDÍVAR et al., 2020). Alguns estudos têm sido feito em grandes cidades de países
como Brasil, México, Colômbia, Chile, Argentina e Uruguai (AMATO-LOURENÇO et al, 2016;
CAMARGO; RAMÍREZ; FERMINO, 2017; CAMARGO et al., 2018; SILVEIRA; JUNGER, 2018;
MOREIRA et al., 2020).
Associações positivas entre visitação de parques urbanos e melhor qualidade de vida foram descritas
na Colômbia (PARRA et al., 2010). A realização de atividades físicas robustas foi observadas em
parques urbanos localizados em bairros de menor nível socioeconômico, mas esses espaços são
geralmente menos verdes do que os parques localizados em bairros com alto nível socioeconómico
(CAMARGO et al., 2018). No Uruguai, observou-se que a frequência de atividades físicas em um
parque aumentou 25% após a instalação de equipamentos de ginástica (DEL CAMPO VEGA et al.,
2017). No entanto, em Tijuana, México, não foi observada associação positiva entre o uso de áreas
verdes e maior nível de atividade física (BOJORQUEZ; OJEDA-REVAH, 2018).
Constatou-se em outro estudo no Chile, que um parque urbano localizado em um bairro de baixa renda
era mais utilizado do que um parque situado no bairro de alta renda (KRELLENBERG; WELZ; REYES-
PÄCKE, 2014). Isso ressalta a distribuição desigual de espaços verdes pela cidade, o que gera
desigualdades nos benefícios que essas áreas podem representar (WRIGHT; ZARGER; MIHELCIC,
2012).
Apesar desses estudos, a compreensão sobre o tema ainda merece ser discutida, uma vez que as
taxas de urbanização na América Latina são crescentes e a demanda por estes espaços também.
Assim, para contribuir com esse debate, o objetivo deste artigo é apresentar resultados da associação
entre variáveis referentes ao uso de parques urbanos em relação à autopercepção sobre saúde física
e mental dos usuários numa metrópole brasileira.
Os resultados apresentados poderão contribuir para a discussão de como o tema está sendo
investigado na América Latina, mas também, será possível debater semelhanças e divergência com
resultados de pesquisas realizadas em países desenvolvidos. Além disso, podemos apontar questões
que sirvam de subsídios aos formuladores de políticas públicas e tomadores de decisão no que se
refere às políticas de sustentabilidade urbana e promoção à saúde.
Explorando a conexão entre parques urbanos e bem-estar
na cidade do Recife-PE
Anselmo César Vasconcelos Bezerra
Carlos Eduardo Menezes da Silva
Hygeia
Edição especial: XI GEOSAUDE
e73387
2024
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo observacional tranversal realizado a partir de um survey com a população
usuária de parques urbanos da cidade do Recife nos anos de 2019 e 2020. Pesquisas dessa natureza
já foram realizadas em outras cidades do mundo (AKPINAR, 2016; LIU et al., 2017).
Área de estudo
O estudo foi realizado na Cidade do Recife, localizada no Nordeste do Brasil. Recife possui 1,6 milhões
de habitantes e sua Região Metropolitana é habitada por aproximadamente 4 milhões de pessoas, o
que a torna a sexta maior metrópole do país (IBGE, 2019).
Atualmente, a cidade tem dez áreas classificadas como parques urbanos. Para fins desse estudo foram
selecionadas oito parques: Jaqueira, Santana, Macaxeira, Dona Lindu, Santos Dumont, Treze de Maio
e Sítio da Trindade (Figura 1). Foram excluídos dois parques por não apresentarem fluxo de usuários
significativo ao longo do dia, ou por estarem em más condições de conservação.
Figura 1 Mapa da cidade do Recife com localização dos parques urbanos estudados
Fonte: Os autores.
Coleta de dados
Foram aplicados 1082 questionários com usuários dos parques entre os meses de maio de 2019 e
fevereiro de 2020. Os dados foram coletados durante todos os dias da semana, incluindo finais de
semana, em turnos diferenciados. O número de questionários variou em função do tamanho da área e
Explorando a conexão entre parques urbanos e bem-estar
na cidade do Recife-PE
Anselmo César Vasconcelos Bezerra
Carlos Eduardo Menezes da Silva
Hygeia
Edição especial: XI GEOSAUDE
e73387
2024
frequência de visitantes observada. Os participantes foram selecionados de forma aleatória, entre
pessoas maiores de dezoito anos, frequentadores dos parques. Não foi realizada nenhuma
identificação dos usuários que respondiam os questionários após a leitura do termo de consentimento
livre e esclarecido. Foram coletadas respostas de pessoas residentes em todos os noventa e quatro
bairros da cidade. A coleta seguiu os preceitos estabelecidos na resolução 510/2016 do Conselho
Nacional em Saúde do Brasil (BRASIL, 2016) com aprovação no comitê de ética em pesquisa sob o
registro: 44427920.7.0000.0130.
O formulário foi baseado em pesquisas semelhantes (AKPINAR, 2016; LIU et al., 2017), com as devidas
adaptações a realidade local e perguntas divididas em: i) Perfil socioeconômico; ii) Conhecimento e
utilização do parque; iii) Autopercepção sobre fatores relacionados à saúde; iv) Valoração econômica
dos serviços ecossistêmicos do parque. Ressalta-se que para este artigo, os dados do bloco iv do
questionários não foram utilizados. Os dados foram obtidos por participantes do grupo de pesquisa com
treinamento prévio em estudo piloto para teste dos questionários. As entrevistas foram conduzidas de
forma individual no formato face a face com tempo médio de duração de doze minutos. Os dados
obtidos através dos formulários impressos foram tabulados pelos coordenadores da pesquisa utilizando
o software excel.
Após o tratamento dos dados, foram excluídos os questionários incompletos e com informações
imprecisas. Assim, foram utilizados 1038 questionários. Considerando a população estimada de
habitantes da cidade e a distribuição entre as faixas etárias, renda, sexo e local de residência, os dados
são representativos para a cidade.
Análise estatística
Após a coleta dos dados, buscou-se analisar qual a associação entre as variáveis coletadas nas
variáveis de interesse representadas pela autopercepção de saúde física e mental. As variáveis que
não apresentaram aderência ao modelo foram excluídas. As variáveis dependentes utilizadas foram:
autopercepção de saúde física (modelo 1); autopercepção de saúde mental (modelo 2). Todas as
variáveis categóricas foram inicialmente codificadas como 1 = Péssimo; 2 = Ruim; 3 = Regular; 4 =
Bom, 5 = ótimo. Porém, em função da pouca frequência de respostas em algumas classes, essas
foram aglutinadas em Ruim = 1; Regular = 2, Bom = 3.
As variáveis independentes foram:
(a) Autopercepção de saúde física foi utilizada para o modelo 2 (saúde mental);
(b) A autopercepção de saúde mental foi utilizada para o modelos 1 (saúde física);
(c) A autopercepção do nível de estresse foi utilizada para os modelos 1 (saúde física) e 2 (saúde
mental);
(d) Idade variável continua em número de anos foi utilizada para o modelo 2 (saúde mental);
(e) sexo variável binária 0 para masculino 1 para feminino;
(f) Renda representando a remuneração mensal em valores contínuos;
(g) Distantp variável contínua representando a distância percorrida para chegar até o parque;
(h) Freqvis variável contínua representando quantidade de visitas aos parques por mês;
(i) Tempoestad variável contínua representando o tempo de permanência das pessoas nos
parques;
(j) atvfis variável binária, 0 para quem não realizava atividade física, 1 para quem realizava
atividade física nos parques;
Para a análise dos dados utilizamos modelos de regressão logística ordenada (MRO). O uso de
modelos logísticos se faz necessário uma vez que as variáveis dependentes dos 2 modelos são
categóricas e não apresentam média e variância, impossibilitando o uso de modelos de regressão
lineares (Fávero, 2015). o uso de modelos ordinais se quando as categorias de uma variável
podem ser classificadas, mas as distâncias entre as categorias são desconhecidas (Long; Freese,
2001). Os resultados obtidos nos MRO´s relatam a probabilidade de ocorrência de um fenômeno
(variável dependente) em função de uma variável independente. Para a realização dessas análises
utilizamos o software Stata 14 e Intellectus Statistics para análise dos modelos de regressão ordinal.
Explorando a conexão entre parques urbanos e bem-estar
na cidade do Recife-PE
Anselmo César Vasconcelos Bezerra
Carlos Eduardo Menezes da Silva
Hygeia
Edição especial: XI GEOSAUDE
e73387
2024
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observou-se que dentre os entrevistados 50,7% eram do sexo feminino; 49,3% do sexo masculino. A
maioria dos respondentes 93,9% foram adultos jovens (<65 anos), a média de idade foi de 39,5 anos.
A média de renda mensal foi R$ 2.852,91 e apenas 22,3% possuem nível superior completo. Em
relação ao estado civil, o público divide-se entre solteiros e casados com aproximadamente 42% de
visitantes em cada categoria. uma pequena predominância de pessoas que trabalham de forma
autônoma, seguido por usuários empregados no setor privado. Em relação a raça, observou-se que
aproximadamente 60% dos visitantes compõe o grupo de pretos e pardos, o que reflete o perfil de raça
da população do Recife (Tabela 1).
Tabela 1 Características socioeconômicas dos usuários de parques urbanos na cidade do Recife
Variável
Média
Distribuição
Idade
39,5
Até 30 anos
30,23%
Entre 31 e 65 anos
63,67%
> 65
6,10%
Sexo
Feminino
50,70%
Masculino
49,30%
Escolaridade
16,47
básico
14,41%
médio
63,56%
superior
22,03%
Estado civil
Solteiro
42,38%
Casado
41,44%
outros
16,18%
Ocupação
Desempregado
3,30%
Funcionário Público
13,47%
Empregado da Rede Privada
25,05%
Pensionista/aposentado
19,49%
Estudante
7,25%
Outros
31,44%
Renda
R$
2.852,91
Até 1 SM
39,56%
Até 2 SM
24,67%
Até 3SM
9,77%
>3 SM
26%
Raça/Cor
branco
34,73%
preto
19,16%
amarelo
5,59%
pardo
39,52%
indígena
1%
Dependentes
1,02
0
43,92%
1
24,32%
2
21,21%
3 ou mais
10,55%
Fonte: Os autores.
Com relação ao acesso e as formas de uso do parque, verificou-se que a maioria dos usuários
deslocam-se mais de 4500 metros para acessar os parques (29%), percentual semelhante dos usuários
que se deslocam menos de 500 metros (27%). A maior parte dos visitantes costumam permanecer
entre uma e duas horas no local (39%) e a frequencia de visitação predominante varia de duas a seis
visitas ao mês (62%). Verificou-se que a maioria dos usuários vai aos parques para realização de
Explorando a conexão entre parques urbanos e bem-estar
na cidade do Recife-PE
Anselmo César Vasconcelos Bezerra
Carlos Eduardo Menezes da Silva
Hygeia
Edição especial: XI GEOSAUDE
e73387
2024
atividades físicas (35%), seguido do lazer (25,7%) e o acompanhamento de crianças (26,8%). Em
relação aos usuários que realizam alguma atividade física durante a visita, aproximadamente 75% dos
entrevistados relataram gastar até uma hora na prática (Tabela 2).
Tabela 2 Características de acesso e uso dos parques urbanos da cidade do Recife Pernambuco,
Brasil
Variável
Distribuição
Distância Percorrida
>4500m
29,00%
entre 3001 e 4500m
4,90%
entre 1500 e 3000m
23,02%
entre 1001 e 1500m
6,55%
entre 500 e 1000m
9,51%
entre 100 e 500m
27,02%
Tempo de
Permanência
até 1h
34,27%
entre 1 e 2h
38,99%
entre 2 e 2,5h
11,86%
entre 2,5 e 3h
8,82%
mais de 3h
6,06%
Frequência de
Visitação
1x /mês
20,62%
entre 2 e 6x /mês
62,81%
entre 7 e 12x /mês
7,44%
entre 13 e 30x/mês
9,13%
Objetivo
Estudar
0,94%
lazer
25,73%
Atividade física
35,06%
Crianças
26,86%
Outros
11,41%
Tempo de Atividade
Física
até 30min
51,65%
entre 30 e 60 min
23,28%
entre 60 e 120 min
17,15%
mais de 120 min
7,92%
Fonte: Os autores.
Referente à percepção dos usuários sobre os aspectos de estrutura dos parques, a maior parte dos
usuários classificou positivamente as características físicas e a disponibilidade dos serviços
ecossistêmicos. Destaca-se, os 43,19% de usuários que consideraram o tamanho dos parques como
ótimo. Ressalta-se também as avaliações positivas para a dimensão sombra das árvores (35,26% ótimo
e 38,48% bom). Outro destaque é para uma maior frequência da categoria regular nas dimensões
segurança (35,64%); iluminação (31,54%). Do ponto de vista negativo, observou-se que 44,88% dos
entrevistados classificaram a temperatura do local como péssima. (Figura 2).
No terceiro eixo de resultados, observou-se uma percepção positiva dos usuários em relação a saúde
física e mental. 50,82% consideraram sua saúde mental como boa, 43,56% consideraram a sua
saúde física como boa, e 33,79% dos entrevistados consideraram como bom o nível de estresse nas
ultimas duas semanas.
Na quarta etapa do estudo foi realizada a análise dos dois modelos de regressão logística ordinal. A
análise dos Fatores de Inflação de Variância (VIFs) foi calculada para detectar a presença de
multicolinearidade entre os preditores. Todos os preditores no modelo de regressão têm VIFs menores
que 10 (Tabela 3).
Explorando a conexão entre parques urbanos e bem-estar
na cidade do Recife-PE
Anselmo César Vasconcelos Bezerra
Carlos Eduardo Menezes da Silva
Hygeia
Edição especial: XI GEOSAUDE
e73387
2024
Figura 2 Percepção dos usuários sobre a estrutura física dos parques urbanos do Recife
Fonte: Os autores.
Tabela 3 Análise dos Fatores de Inflação de Variância para cada preditor dos modelos de saúde
física e saúde mental
Modelo 1 - Saúde Física
Modelo 2 - Saude Mental
Variáveis
VIF
VIF
saudemen
1.59
saudefis
1.27
nivelstres
1.69
1.31
idade
1.12
1.13
sexo
1.06
1.06
renda
1.15
1.16
distantp
1.12
1.12
freqvis
1.04
1.04
tempoestad
1.11
1.11
atvfis
1.12
1.14
Fonte: Os autores.
Para o modelo de autopercepção de saúde física, o valor do R-quadrado McFadden calculado foi de
0,15 demostrando que o ajuste do modelo está abaixo do nível excelente, de modelo com ajustes
maiores que 0,2 (LOUVIERE; HENSHER; SWAIT, 2000) Indicando a necessidade de cautela na
interpretação dos resultados.
Nesse modelo os coeficientes de regressão para as categorias 1 ao 4 (ruim ao ótimo) da variável
saudemen foram significativos. Os resultados sugerem que a observação de cada uma das categorias
aumenta as chances de observar uma categoria maior na variável saúde física, comparados a categoria
0 (péssima) da autopercepção em saúde física. Também se mostrou significativo o coeficiente da
varável atvfis sugerindo que a realização de atividade física aumentaria as chances de observar uma
categoria maior de saudefis em 44,24% em comparação aos que não praticam. As demais variáveis
não foram significativas (Tabela 4).
0
10
20
30
40
50
60
Frequência de respostas (%)
Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo
Explorando a conexão entre parques urbanos e bem-estar
na cidade do Recife-PE
Anselmo César Vasconcelos Bezerra
Carlos Eduardo Menezes da Silva
Hygeia
Edição especial: XI GEOSAUDE
e73387
2024
Tabela 4 Resultados do modelo de regressão ordinal para saúde física
Variáveis
B
SE
χ2
p
OR
95.00% CI
(Intercept):1
-2.02
0.61
10.91
< .001
-
-
(Intercept):2
-0.11
0.60
0.04
.848
-
-
(Intercept):3
1.91
0.60
9.97
.002
-
-
(Intercept):4
4.41
0.61
52.23
< .001
-
-
saudemen1
1.19
0.57
4.37
.037
3.30
[1.08, 10.12]
saudemen2
1.61
0.50
10.54
.001
5.00
[1.89, 13.21]
saudemen3
2.95
0.50
34.77
< .001
19.01
[7.14, 50.61]
saudemen4
4.76
0.52
84.30
< .001
116.62
[42.23, 322.07]
nivelstres1
-0.07
0.30
0.05
.820
0.93
[0.52, 1.67]
nivelstres2
0.44
0.25
3.06
.080
1.55
[0.95, 2.53]
nivelstres3
0.53
0.26
4.22
.040
1.70
[1.02, 2.81]
nivelstres4
0.68
0.29
5.65
.017
1.98
[1.13, 3.48]
Idade
-0.008
0.004
3.66
.056
0.99
[0.98, 1.00]
Sexo
-0.24
0.12
3.69
.055
0.79
[0.62, 1.01]
Renda
0.00003
0.00002
3.72
.054
1.00
[1.00, 1.00]
Distantp
-0.009
0.03
0.08
.778
0.99
[0.93, 1.06]
Freqvis
-0.08
0.06
1.50
.221
0.93
[0.82, 1.05]
Tempoestad
0.02
0.06
0.12
.732
1.02
[0.91, 1.15]
Atvfis
0.37
0.13
7.41
.006
1.44
[1.11, 1.88]
Fonte: Os autores.
Nesse modelo os coeficientes de regressão para as categorias 1 ao 4 (ruim ao ótimo) da variável
saudefis foram significativos. Os resultados sugerem que a observação de cada uma das categorias
aumenta as chances de observar uma categoria maior na variável saúde mental, comparados a
categoria 0 (péssima). Também foram significativos os coeficientes das categorias 1 a 4 (ruim ao ótimo)
da variável vel de estresse, sugerindo que a observação de cada uma das categorias aumenta a
chance de se observar um nível maior de saúde mental, quando comparado a categoria 0 de nível de
estresse. Também foi significativo o coeficiente de regressão para a variável distantp, sugerindo que
um aumento de uma unidade no distantp aumentaria as chances de observar uma categoria maior de
saudemen em 7,37% (Tabela 5).
Nossos achados identificaram que uma associação entre o uso e a realização de atividades físicas nos
parques urbanos contribui para melhoria da autopercepção de saúde física e mental. Além disso,
características socioeconômicas dos usuários desses espaços influenciam diferentes tipos de uso
(NEERGAARD et al., 2009; LIU et al., 2017; CARIÑANOS et al., 2017; WAN; SHEN; CHOI, 2020). O
perfil dos usuários revelou que a média dos visitantes possui renda mensal superior à média dos
habitantes da cidade estudada, bem como um maior percentual de pessoas possui nível superior de
escolaridade em relação à média dos habitantes da cidade, o que corrobora com estudos que apontam
que os segmentos sociais de mais alta renda e escolaridade são usuários mais presentes nos parques
urbanos (WRIGHT; ZARGER; MIHELCIC, 2012).
Destaca-se que as longas distâncias para acessar os parques da cidade divergem de estudos que
mostram um maior uso entre as pessoas que residem nas proximidades dos parques frequentados (LIU
et al, 2017; BROWN; RHODES; DADE, 2018). Esse fato pode ser explicado pela desigual distribuição
dessas áreas na cidade, levando moradores de áreas com piores indicadores socioeconômico a
deslocarem-se por maiores distância para acessar os parques urbanos (WRIGHT; ZARGER;
MIHELCIC, 2012). No caso da cidade do Recife, a concentração de parques numa determinada região
da cidade evidencia essa desigualdade no acesso (MENESES, 2018).
Explorando a conexão entre parques urbanos e bem-estar
na cidade do Recife-PE
Anselmo César Vasconcelos Bezerra
Carlos Eduardo Menezes da Silva
Hygeia
Edição especial: XI GEOSAUDE
e73387
2024
Tabela 5 Resultados do modelo de regressão ordinal para saúde mental
Variáveis
B
SE
χ2
p
OR
95.00% CI
(Intercept):1
0.13
0.64
0.04
.843
-
-
(Intercept):2
1.39
0.63
4.84
.028
-
-
(Intercept):3
3.74
0.65
32.99
< .001
-
-
(Intercept):4
7.04
0.67
110.33
< .001
-
-
saudefis1
1.87
0.56
11.38
< .001
6.51
[2.19, 19.32]
saudefis2
2.14
0.52
16.76
< .001
8.51
[3.05, 23.74]
saudefis3
3.15
0.52
36.25
< .001
23.38
[8.38, 65.24]
saudefis4
5.04
0.54
86.15
< .001
154.40
[53.27, 447.49]
nivelstres1
1.25
0.30
16.86
< .001
3.48
[1.92, 6.31]
nivelstres2
1.61
0.25
40.74
< .001
5.01
[3.05, 8.22]
nivelstres3
2.39
0.26
83.85
< .001
10.91
[6.54, 18.20]
nivelstres4
3.54
0.30
138.08
< .001
34.41
[19.07, 62.08]
idade
-0.003
0.005
0.40
.525
1.00
[0.99, 1.01]
sexo
0.03
0.13
0.05
.828
1.03
[0.79, 1.33]
renda
0.00001
0.00002
0.50
.479
1.00
[1.00, 1.00]
distantp
0.07
0.03
4.23
.040
1.07
[1.00, 1.15]
freqvis
-0.03
0.06
0.23
.632
0.97
[0.85, 1.10]
tempoestad
0.05
0.06
0.68
.411
1.05
[0.93, 1.19]
atvfis
0.03
0.14
0.05
.815
1.03
[0.78, 1.37]
Fonte: Os autores.
Assim como em outros estudos, a visitação aos parques do Recife geralmente está associada a
realização de atividades físicas ou lazer (WEST; SHORES; MUDD, 2012; COHEN et al., 2013).
Importante salientar que todos os parques estudados dispõem de infraestrutura da lazer para crianças
e de espaços específicos para realização de atividades físicas, como as academias da cidade, uma
política de promoção à saúde que desenvolve atividades aeróbicas coletivas para o público em geral
(FARIA et al., 2020).
Outra característica observada foi o tempo de realização de atividade física inferior ao tempo médio
encontrado na literatura (LIU et al., 2017). É importante ressaltar que nem todos os usuários praticam
alguma atividade física nos parques, pois uma grande parte busca acesso ao lazer, sendo esse objetivo
uma das principais potencialidades dos parques no fortalecimento de vínculos e de sociabilidade
(GÓMEZ et al, 2015; COUTTS; HAHN, 2015; JENNINGS; BAMKOLE, 2019).
Sobre a estrutura dos parques, observou-se uma boa avaliação dos usuários, com destaque para
fatores como tamanho e arborização. O tamanho e especialmente a presença de árvores é um dos
fatores que pode ser determinante na atração de visitantes pelo conforto térmico que proporciona, além
do contato com um ar mais puro e a beleza estética associada (Lee; Maheswaran, 2012; Mexia et al.,
2018). Apesar disso, houve uma percepção majoritária negativa da temperatura dos parques, que pode
ser explicada pelo fato da localização geográfica da cidade, que possui clima quente e úmido ao longo
do ano, mas também pela escassa arborização em algumas das áreas estudadas (MENESES, 2018).
Os resultados referentes à autopercepção de saúde física demonstram que estes estão associados
também a prática de atividade física nos parques. Corroborando a literatura que reforça os benefícios
da prática de atividades físicas para à saúde nestes espaços (COUTTS; HAHN, 2015; LIU et al., 2017).
A associação significativa entre uma boa autopercepção de saúde mental com a saúde física dos
usuários também costuma ser reportada (ODE SANG et al., 2016; WAN; SHEN; CHOI, 2020). Quando
questionados sobre a percepção do estresse, os usuários que descreveram menores níveis de
estresse, também relataram maiores níveis de saúde física e mental (ASHING-GIWA; LIM, 2009;
STURM; COHEN, 2014; WOOLF et al., 2016). Isso reforça a relação positiva que o manejo do estresse
pode ter na percepção das pessoas sobre a saúde.
Explorando a conexão entre parques urbanos e bem-estar
na cidade do Recife-PE
Anselmo César Vasconcelos Bezerra
Carlos Eduardo Menezes da Silva
Hygeia
Edição especial: XI GEOSAUDE
e73387
2024
A relação da renda dos usuários e a percepção sobre saúde física também ratifica que pessoas com
maior poder aquisitivo tendem a ter mais acesso a atividades de promoção à saúde, a diagnóstico e ao
tratamento de eventuais problemas de saúde (WOOLF et al., 2015). Em outro sentido, quanto maior a
idade, menor a percepção de boa saúde física, haja vista o acúmulo de problemas de saúde inerentes
à fisiologia humana (SILVA et al., 2012; ZANESCO et al., 2018). Destaca-se então, a importância dos
parques urbanos para à promoção da saúde visando o público mais idoso (FARIA et al, 2020).
O estudo apresenta algumas limitações por ser oriundo de uma amostra não probabilística de
conveniência. Além disso, os estudos de percepção podem revelar dados subjetivos, nos quais os
usuários respondem as questões a partir de sua experiência no momento da pesquisa (NEERGAARD
et al, 2009). Apesar disso, o trabalho demonstra indicativos dos benefícios dos parques urbanos para
melhoria da autopercepção de diferentes dimensões do bem estar humano. Dessa forma os dados
apresentados geram subsídios à criação e conservação de parques urbanos como políticas públicas
intersetoriais nos campos da gestão urbana ambiental e da saúde coletiva.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo do estudo foi apresentar a associação de variáveis referentes ao uso de parques urbanos
em relação à autopercepção sobre saúde física e mental dos usuários. Dessa forma, os resultados
foram relevantes por observamos que fatores como realizar atividades físicas e permanecer por mais
tempo nos parques urbanos contribuem de maneira significativa para uma melhoria na autopercepção
de saúde física e mental dos visitantes.
Em função disso, acreditamos que os achados dessa pesquisa corroboram com resultados anteriores
relatados especialmente em países densenvolvidos, nos quais pessoas que frequentam parques
urbanos relatam níveis significativos de bem estar. Isso reforça a importância desses espaços para à
promoção da saúde nas cidades. Entretanto, foi diagnosticado que apesar da diversidade
socioeconômica dos usuários dos parques do Recife, um segmento mais abastado continua sendo
majoritário em relação à frequência de visitação, o que joga luz sobre os aspectos de desigualdade no
acesso a esses espaços. Outro resultado importante diz respeito às grandes distâncias percorridas
pelos usuários dos parques urbanos na cidade, que refletem outro viés de desigualdade presente no
território estudado. Além disso, acreditamos que esses grandes deslocamentos podem reduzir o efeito
positivo dessas áreas no bem estar da população. Tais temas merecem ser investigados a partir de
estudos futuros.
Ressalta-se que os resultados desse artigo configuram o primeiro estudo com amostra significativa de
usuários dos distintos parques urbanos do Recife, o que reforça o pioneirismo e o ineditismo da
investigação. Acreditamos que os dados podem contribuir com o debate a partir de uma metrópole da
América Latina, uma vez que poucos estudos têm sido publicados a partir dessa região. Além disso,
os resultados podem servir como ponto de partida para futuros estudos que investiguem as relações
entre áreas verdes urbanas e promoção da saúde, de preferência com o levantamento de dados físicos.
Especialmente, num cenário de pandemia e pós-pandemia, no qual ficou mais evidente a importância
desses espaços.
Recomendamos ainda que a municipalidade passe também a gerar dados que possam subsidiar
melhor o processo de tomada de decisão sobre a gestão dos parques urbanos e as políticas
intersetoriais associadas ao uso destes espaços.
CRÉDITOS
Os autores participaram igualmente da idealização, desenho do estudo, supervisão da coleta de dados,
análise dos dados, escrita e revisão do texto.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao Instituto Federal de Pernambuco, através da Pró-reitoria de Pesquisa pelo
financiamento do estudo no âmbito dos editais BPQ 10/2019 e 04/2022.
REFERÊNCIAS
AKPINAR, A. How is quality of urban green spaces associated with physical activity and health?
Urban Forestry & Urban Greening, v. 16, p. 7683, 2016. https://doi.org/10.1016/j.ufug.2016.01.011
ALMEIDA, C. M. V. B. et al. Exploring the potential of urban park size for the provision of ecosystem
services to urban centres: A case study in São Paulo, Brazil. Build Environ, v. 144, p. 450458,
2018. https://doi.org/10.1016/j.buildenv.2018.08.036
Explorando a conexão entre parques urbanos e bem-estar
na cidade do Recife-PE
Anselmo César Vasconcelos Bezerra
Carlos Eduardo Menezes da Silva
Hygeia
Edição especial: XI GEOSAUDE
e73387
2024
AMATO-LOURENÇO, L. F. et al. Metrópoles, cobertura vegetal, áreas verdes e saúde. Estudos
Avançados, v. 30, p. 113130, 2016. https://doi.org/10.1590/S0103-40142016.00100008
ASHING-GIWA, K. T.; LIM, J. W. Examining the impact of socioeconomic status and socioecologic
stress on physical and mental health quality of life among breast cancer survivors. Oncology Nursing
Forum, v. 36, p. 7988, 2009. https://doi.org/10.1188/09.ONF.79-88
AYALA-AZCÁRRAGA, C.; DIAZ, D.; ZAMBRANO, L. Characteristics of urban parks and their relation
to user well-being. Landsc Urban Plan, v. 189, p. 2735, 2019.
https://doi.org/10.1016/j.landurbplan.2019.04.005
BRASIL. Resolução N. 510, de 7 de abril de 2016. Brasília, DF: Ministério da Saúde/Conselho
Nacional de Saúde, 2016.
BOJORQUEZ, I.; OJEDA-REVAH, L. Urban public parks and mental health in adult women: Mediating
and moderating factors. International Journal of Social Psychiatry, v. 64, p. 637646, 2018.
https://doi.org/10.1177/0020764018795198
BROWN, G.; RHODES, J.; DADE, M. An evaluation of participatory mapping methods to assess urban
park benefits. Landsc Urban Plan, v. 178, p. 1831, 2018.
https://doi.org/10.1016/j.landurbplan.2018.05.018
CAMARGO, D. M.; RAMÍREZ, P. C.; FERMINO, R. C. Individual and environmental correlates to
quality of life in park users in Colombia. Int J Environ Res Public Health, v. 14, 2017.
https://doi.org/10.3390/ijerph14101250
CAMARGO, D. M.; RAMÍREZ, P. C.; QUIROGA, V. et al. Physical activity in public parks of high and
low socioeconomic status in Colombia using observational methods. J Phys Act Heal, v. 15, p. 581
591, 2018. https://doi.org/10.1123/jpah.2017-0318
CARIÑANOS, P.; CASARES-PORCEL, M.; DÍAZ DE LA GUARDIA, C. et al. Assessing allergenicity in
urban parks: A nature-based solution to reduce the impact on public health. Environ Res, v. 155, p.
219227, 2017. https://doi.org/10.1016/j.envres.2017.02.015
COHEN, D. A.; MCKENZIE, T. L.; SEHGAL, A. et al. Contribution of public parks to physical activity.
American Journal of Public Health, v. 97, p. 509514, 2007.
COUTTS, C.; HAHN, M. Green infrastructure, ecosystem services, and human health. International
Journal of Environmental Research and Public Health, v. 12, p. 97689798, 2015.
DEL CAMPO VEGA, C.; TUTTE, V.; BERMUDEZ, G. et al. Impact on area-level physical activity
following the implementation of a fitness zone in Montevideo, Uruguay. J Phys Act Heal, v. 14, p.
883887, 2017.
DUAN, Y.; WAGNER, P.; ZHANG, R. et al. Physical activity areas in urban parks and their use by the
elderly from two cities in China and Germany. Landsc Urban Plan, v. 178, p. 261269, 2018.
https://doi.org/10.1016/j.landurbplan.2018.06.009
FÁVERO, L. P. Análise de dados: Modelos de regressão com EXCEL, STATA e SPSS. 1st ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2015.
FARIA, T. M. T. R.; BRENNER, S.; DECKERT, A. et al. Health Academy Program and physical activity
levels in Brazilian state capitals. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v. 25, p. 18,
2020.
GÓMEZ, E.; BAUR, J. W. R.; HILL, E. et al. Urban parks and psychological sense of community. J
Leis Res, v. 47, p. 388398, 2015.
IBGE. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população
brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 2019.
JENNINGS, V.; BAMKOLE, O. The relationship between social cohesion and urban green space: An
avenue for health promotion Int J Environ Res Public Health, v. 16, 2019.
KONDO, M. C.; FLUEHR, J. M.; MCKEON, T. et al. Urban green space and its impact on human
health. Int J Environ Res Public Health, v. 15, 2018.
KONIJNENDIJK, C. C.; ANNERSTEDT, M.; NIELSEN, A. B. et al. Benefits of Urban Parks - A
systematic review. A Report for IFPRA, Copenhagen & Alnarp, 2013. p. 1-70.
Explorando a conexão entre parques urbanos e bem-estar
na cidade do Recife-PE
Anselmo César Vasconcelos Bezerra
Carlos Eduardo Menezes da Silva
Hygeia
Edição especial: XI GEOSAUDE
e73387
2024
KRELLENBERG, K.; WELZ, J.; REYES-PÄCKE, S. Urban green areas and their potential for social
interaction - A case study of a socio-economically mixed neighbourhood in Santiago de Chile. Habitat
Int, v. 44, p. 1121, 2014.
LEE, A. C. K.; MAHESWARAN, R. The health benefits of urban green spaces: A review of the
evidence. J Public Health (Bangkok), v. 33, p. 212222, 2011.
LIU, H.; LI, F.; LI, J. et al. The relationships between urban parks, residents’ physical activity, and
mental health benefits: A case study from Beijing, China. J Environ Manage, v. 190, p. 223230,
2017.
LONDE, P. R.; MENDES, P. C. A Influência das Áreas Verdes na Qualidade de Vida Urbana. Rev
Bras Geogr Médica e da Saúde, v. 10, p. 264272, 2014.
LONG, J. S.; FREESE, J. Regression models for categorical dependent variables, using Stata.
1st ed. College Station, Texas: Stata Press, 2001.
LOUVIERE, J. J.; HENSHER, D. A.; SWAIT, J. D. Stated Choice Methods: Analysis and
Applications. Cambridge University Press, 2000.
MENESES, A. R. S. de. Desafios da gestão dos parques urbanos de Recife. (Dissertação de
Mestrado, Universidade Federal de Pernambuco), 2018.
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33408
MEXIA, T.; VIEIRA, J.; PRÍNCIPE, A. et al. Ecosystem services: Urban parks under a magnifying
glass. Environ Res, v. 160, p. 469478, 2018.
MOREIRA, T. C. L. et al. Green spaces, land cover, street trees and hypertension in the megacity of
São Paulo. Int J Environ Res Public Health, v. 17, p. 114, 2020.
NEERGAARD, M. A. et al. Qualitative description-the poor cousin of health research? BMC Med Res
Methodol, v. 9, p. 15, 2009.
NOCON, M. et al. Association of physical activity with all-cause and cardiovascular mortality: A
systematic review and meta-analysis. Eur J Prev Cardiol, v. 15, p. 239246, 2008.
ODE SANG, Å. et al. The effects of naturalness, gender, and age on how urban green space is
perceived and used. Urban Forestry & Urban Greening, v. 18, p. 268276, 2016.
PARRA, D. C. et al. Perceived and objective neighborhood environment attributes and health-related
quality of life among the elderly in Bogotá, Colombia. Soc Sci Med, v. 70, p. 10701076, 2010.
PARRA-SALDÍVAR, A. et al. Exploring perceived well-being from urban parks: Insights from a
megacity in Latin America. Sustain, v. 12, p. 114, 2020.
SILVA, R. J. dos S. et al. Prevalence and factors associated with negative health perception by the
Brazilian elderly. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 15, p. 4962, 2012.
SONG, C. et al. Physiological and psychological effects of a walk in Urban parks in fall. Int J Environ
Res Public Health, v. 12, p. 1421614228, 2015.
STURM, R.; COHEN, D. Proximity to urban parks and mental health. J Ment Health Policy Econ, v.
17, p. 1924, 2014.
TAMOSIUNAS, A. et al. Accessibility and use of urban green spaces, and cardiovascular health:
Findings from a Kaunas cohort study. Environ Heal A Glob Access Sci Source, v. 13, p. 111,
2014.
ULMER, J. M. et al. Multiple health benefits of urban tree canopy: The mounting evidence for a green
prescription. Heal Place, v. 42, p. 5462, 2016.
UN. World population prospects 2019. New York, 2019. Disponível em:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12283219
VENTER, Z. S. et al. Urban nature in a time of crisis: Recreational use of green space increases
during the COVID-19 outbreak in Oslo, Norway. Environ Res Lett, v. 15, 2020.
Explorando a conexão entre parques urbanos e bem-estar
na cidade do Recife-PE
Anselmo César Vasconcelos Bezerra
Carlos Eduardo Menezes da Silva
Hygeia
Edição especial: XI GEOSAUDE
e73387
2024
WAN, C.; SHEN, G. Q.; CHOI, S. Effects of physical and psychological factors on users’ attitudes, use
patterns, and perceived benefits toward urban parks. Urban For Urban Green, v. 51, p. 126691,
2020.
WEST, S. T.; SHORES, K. A.; MUDD, L. M. Association of available parkland, physical activity, and
overweight in America’s largest cities. Journal of Public Health Management and Practice, v. 18, p.
423430, 2012.
WORLD HEALTH ORGANISATION. Urban Green Space Interventions and Health. Copenhagen. A
review of impacts and effectiveness, 2017. Disponível em:
https://apps.who.int/iris/handle/10665/366036
WOOLF, S. H. et al. How are income and wealth linked to health and longevity?, 2016. Disponível
em: https://policycommons.net/artifacts/632420/how-are-income-and-wealth-linked-to-health-and-
longevity/1613697/
WRIGHT, W. H. E.; ZARGER, R. K.; MIHELCIC, J. R. Accessibility and usability: Green space
preferences, perceptions, and barriers in a rapidly urbanizing city in Latin America. Landsc Urban
Plan, v. 107, p. 272282, 2012.
ZANESCO, C. et al. Factors determining the negative perception of the health of Brazilian elderly
people. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 21, p. 283292, 2018.
ResearchGate has not been able to resolve any citations for this publication.
Technical Report
Full-text available
Os indicadores apresentados neste volume da "Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira - 2014", sistematizam uma conjunto de informações sobre a realidade social do País, a partir de temas de grande relevância para a construção de um quadro abrangente e integrado, considerando as distintas dimensões que envolvem a elaboração de um sistema de indicadores sociais, como Demografia, Famílias, Educação, Trabalho, Distribuição de Renda e Domicílios. As desigualdades de gênero, cor ou raça e de rendimentos foram abordados de forma transversal em todos os capítulos, assim como a comparação temporal de alguns indicadores, de forma a revelar aspectos importantes dos temas aqui abarcados e sua evolução no tempo. A principal fonte de informação para a construção dos indicadores foi a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 2013, cuja cobertura abrange todo o Território Nacional. Tais informações da PNAD foram combinadas, em alguns capítulos, a outras fontes de dados existentes, pesquisas e registros administrativos, como o Censo Demográfico 2010, Projeção da População do Brasil por sexo e idade 2013, Sistema de Contas Nacionais, Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar - PeNSE, Boletim Estatístico de Pessoal e Informações Organizacionais do Ministério do Planejamento, bases de dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP, do Ministério da Educação, e Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM, do Ministério da Saúde.
Article
Full-text available
The objective of this study was to analyze the impact of a community-based physical activity program, the Health Academy Program (Academia da Saúde or PAS), on leisure-time physical activity (LTPA) among the population living at the Brazilian state capitals. We pooled individual data from the National Surveillance for Protective and Risk Factors for Chronic Diseases (VIGITEL) between 2006 and 2016 and estimated odds ratios according to levels of exposure by using a multilevel logistic regression. Total sample was composed of 572,437 individuals. In the initial model, chances of reaching sufficient LTPA was 1.20 (95%CI: 1.16-1.25) times higher among individuals exposed since 2011. In the analyses adjusted for year, sex, age and education, this probability was only 1.04 (95%CI: 1.00-1.08) times higher among exposed individuals. Odds of reaching recommended LTPA was 1.09 (95%CI: 1.04-1.15) times higher among women exposed since 2011 as compared to women in the control group with no exposure. No other statistically significant results were found. We conclude that the PAS cannot substantially affect whole populations. Yet it is possible to visualize a positive influence of the program on specific subgroups, pointing to its potential to reduce gender inequity in LTPA practice. We recommend more tailored interventions before indistinctively scaling up the program, as well as we suggest better monitoring for large scale evaluations.
Article
Full-text available
Urbanization has impacted biodiversity and ecosystems at a global scale. At the same time, it has been recognized as a driver of the physical and emotional gap between humans and nature. The lack of direct contact with nature can have a negative impact on several aspects of human well-being and change knowledge and attitudes of people towards the environment. However, this phenomenon is still poorly understood in megacities outside developed countries. Here, we explore the relationship between ecological knowledge and self-reported well-being in an important urban park in Santiago, Chile. We conducted semi-structured surveys of park users to explore their beliefs, preferences, ecological knowledge of plants and birds, and self-reported well-being. Citizens associated urban parks mainly with "nature," and particularly with the presence of trees and plants. Trees were recognized as the most relevant elements of urban parks; in turn, birds were ranked as the less relevant. Regarding formal ecological knowledge, respondents correctly identified an average of 2.01 plants and 2.44 birds out of a total of 10 for each taxon, and exotic species were more likely to be recognized. Park users also reported high scores for self-reported well-being. Interestingly, variance of self-reported well-being scores tended to increase at low levels of ecological knowledge of trees, but no significant relationship was detected with knowledge of birds, nor native species. Ecological knowledge of trees was positively related to self-reported well-being. Results suggest that parks can positively contribute to bring people closer to nature in middle-income countries. Improving ecological knowledge can be critical to restore the relationship between humans and nature in megacities.
Article
Full-text available
The global response to the COVID-19 pandemic has brought with it significant changes to human mobility patterns and working environments. We aimed to explore how social distancing measures affected recreational use of urban green space during the partial lockdown in Oslo, Norway. Mobile tracking data from thousands of recreationists were used to analyze high resolution spatio-temporal changes in activity. We estimated that outdoor recreational activity increased by 291% during lockdown relative to a 3 yr average for the same days. This increase was significantly greater than expected after adjusting for the prevailing weather and time of year and equates to approx. 86 000 extra activities per day over the municipality (population of 690 000). Both pedestrians (walking, running, hiking) and cyclists appeared to intensify activity on trails with higher greenviews and tree canopy cover, but with differences in response modulated by trail accessibility and social distancing preferences. The magnitude of increase was positively associated with trail remoteness, suggesting that green spaces facilitated social distancing and indirectly mitigated the spread of COVID-19. Finally, pedestrian activity increased in city parks, peri-urban forest, as well as protected areas, highlighting the importance of access to green open spaces that are interwoven within the built-up matrix. These findings shed new light on the value of urban nature as resilience infrastructure during a time of crisis. The current pandemic also reveals some important dilemmas we might face regarding green justice on the path towards urban planning for future sustainable cities.
Article
Full-text available
Proximity to green spaces has been shown to be beneficial to several cardiovascular outcomes in urban spaces. Few studies, however, have analyzed the relationship between these outcomes and green space or land cover uses in low–medium income megacities, where the consequences of rapid and inordinate urbanization impose several health hazards. This study used a subgroup of the dataset from The Brazilian Longitudinal Study of Adult Health ELSA-BRASIL (n= 3418) to identify the correlation between the medical diagnosis of hypertension and green spaces in the megacity of São Paulo. Land cover classification was performed based on the random forest algorithm using geometrically corrected aerial photography (orthophoto). Three different indicators of exposure to green spaces were used: number of street trees, land cover and number of parks within 1 km. We used logistic regression models to obtain the association of the metrics exposure and health outcomes. The number of street trees in the regional governments (OR = 0.937 and number of parks within 1 km (OR = 0.876) were inversely associated with a diagnosis of hypertension. Sixty-three percent of the population had no parks within 1 km of their residence. Our data indicate the need to encourage large-scale street tree planting and increase the number of qualified parks in megacities.
Article
Full-text available
Social cohesion involves the interpersonal dynamics and sense of connection among people. Increased social cohesion can be associated with various physical and psychological health benefits. The presence of urban green spaces can encourage positive social interactions that cultivate social cohesion in ways that enhance health and well-being. Urban green spaces have also been linked to positive health behaviors and outcomes including increased physical activity and social engagement. Understanding the relationship between social cohesion and urban green space is important for informing holistic approaches to health. In this article, we discuss how positive interactions in urban green space can catalyze social cohesion, social capital and critical health-promoting behaviors that may enhance psychological health and well-being. We also summarize the strengths and limitations of previous studies and suggest directions for future research.
Article
A temática sobre áreas verdes é extremamente complexa, permitindo vários olhares e perspectivas de análise. Neste trabalho, procuramos dar ênfase e tecer reflexões a cerca dos benefícios ambientais proporcionados pelas áreas verdes no espaço urbano e suas contribuições para a qualidade de vida da população. Estas áreas são consideradas espaços livres, com predominância de vegetação arbórea, acessíveis ao uso direto da população. Por desempenharem diferentes funções no espaço urbano, as áreas verdes proporcionam inúmeros benefícios tanto para a qualidade do meio ambiente e o equilíbrio ambiental, quanto para saúde e bem-estar da população citadina. Partindo-se desta premissa, é de extrema relevância estudos que discutam a importância destas áreas no espaço urbano, bem como reflexões acerca da importância do planejamento municipal e de políticas públicas, na construção de cidades ambientalmente saudáveis e sustentáveis.
Article
This paper studied perceived physical and psychological factors that influence relations between people and urban parks. Current literature showed that these factors influence attitudes, behavior, and perceived benefits toward urban parks. While most of the research focused on either physical factors or psychological determinants, much less grouping them and simultaneously examining their effects on people-environment relations. To study the issue, we collected data by interviewing five hundred park visitors from ten urban parks in Hong Kong. Results showed that both categories of influence are significantly associated with relations between people and urban parks; facilities and management in physical dimension and perceived accessibility in psychological factors are variables most strongly associated with these relations. Besides, psychological factors added explanatory power of regression models. Nevertheless, the inclusion of psychological factors crowded out physical factors as significant variables, and the mediation test suggested that psychological factors play a potential mediating role in the associations between physical factors and the people-environment relations. The findings highlighted the salient factors of urban parks and the effects on health-related benefits.
Article
We investigate the association between urban public park coverage and mental health in adult women. Combining data from a cross-sectional survey of the adult female population of Tijuana (Mexico) in 2014, and a study of public spaces in 2013, we analyzed the association between park coverage in buffers of 400 and 800 m from participants’ homes and score in the Center for Epidemiologic Studies-Depression scale (CES-D). We tested for mediation by use of park and interaction of urban park coverage with personal and park characteristics. Results: Urban public park coverage in the 400-m buffer had an inverse association with CES-D score that was moderated by age (significant only for younger participants), with no evidence of mediation. Park coverage in the 800-m buffer also had an inverse association with CES-D score, moderated by age and occupation (significant for younger participants and homemakers), and a mediated association was also observed. There was no interaction between park coverage and park characteristics in their association with CES-D score.