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Fungos trametoides (Polyporaceae, Basidiomycota) do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo, Estado de São Paulo, Brasil

Authors:
  • Instituto de Pesquisas Ambientais

Abstract

A survey of trametoid fungi species from Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (PEFI), located in the city of São Paulo, SP, Brazil (23o38’00”S-23o40’18”S, 46o36’48”W-46o38’08”W), was carried out. Fifteen species belonging to six genera were identified from the analysis of macro and micro morphology in which the dimensions of the basidiomata, texture, color, as well as, the size of hyphae, basidia, basidiospores and cystidia, were evaluated. The species are distributed in: Cerrena Gray (uma sp.), Funalia Pat. (1 sp.), Hexagonia Fr. (duas spp.), Lenzites Fr. (uma sp.), Podofomes Pouzar (duas spp.), Pycnoporus T. Karst. (uma sp.), and Trametes Fr. (sete spp). Trametes lactinea (Berk.) Sacc. was found as a new record for the State of São Paulo; Podofomes mollis (Sommerf.) Gorjón, P. stereoides (Fr.) Gorjón, Trametes cubensis (Mont.) Sacc., T. decipiens Bres. and T. neovillosa Fernandes & Gugliotta are reported for the first time from the locality. Identification key, descriptions and comments of the taxa studied are provided herewith. Keywords: Atlantic Forest; biodiversity; polypores; taxonomy
Hoehnea 51: e202023, 2024
Artigos
https://doi.org/10.1590/2236-8906e202023
Como citar: Fernandes, M., Gugliotta, A.M., Silva, D.S., Pires, R.M. 2024. Fungos trametoides (Polyporaceae,
Basidiomycota) do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo, Estado de São Paulo, Brasil. Hoehnea 51: e202023.
https://doi.org/10.1590/2236-8906e202023
Fungos trametoides (Polyporaceae, Basidiomycota) do Parque Estadual
das Fontes do Ipiranga, São Paulo, Estado de São Paulo, Brasil
Mariana Fernandes1,2, Adriana de Mello Gugliotta1, Daniele Santana da Silva1 e
Ricardo Matheus Pires1
1. Instituto de Pesquisas Ambientais, Avenida Miguel Stéfano 3687, 04301-902 São Paulo, SP, Brasil
2. Autor para correspondência: pirucasp@gmail.com
Introdução
Polyporaceae Corda 1839 (Polyporales, Basidiomycota),
abrange espécies com basidiomas ressupinados a pileados,
sésseis a estipitados, com himênio exposto desde a fase inicial
até a maturação dos basidiósporos (Donk 1964) e himenóforo
predominantemente tubular; o sistema hifal é di ou trimítico
na maioria das espécies, monomítico em poucos táxons;
as hifas generativas possuem ansas, excepcionalmente
septos simples; os basídios normalmente produzem quatro

lisa ou ornamentada, com exósporo não amiloide, em alguns
et al. 2013, Justo et
al. 2017, Zmitrovich 2018).
Chamados popularmente de orelhas-de-pau devido
ao formato do basidioma, estes fungos estão presentes nos
ambientes terrestres, onde atuam como decompositores,
parasitas ou formam associações simbióticas com outros
organismos. No entanto, as espécies geralmente são
lignícolas e responsáveis pela degradação de materiais
vegetais lenhosos e, assim, possuem grande importância
na ciclagem de nutrientes, no equilíbrio das propriedades
físico-químicas e biológicas do ambiente, bem como
na dinâmica da população de outros seres vivos nos
ecossistemas (Gugliotta & Capelari 1998, Pounds et al.
2006, Bahram & Tarquin 2022).
Apesar de Polyporaceae concentrar a maior parte
das espécies com himenóforo tubular, superfície himenial
RESUMO – (Fungos trametóides (Polyporaceae, Basidiomycota) do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo,
São Paulo State, Brasil). Foi realizado o levantamento das espécies de fungos trametoides do Parque Estadual das Fontes do
Ipiranga (PEFI), localizado no município de São Paulo, São Paulo, Brasil (23o38’00”S-23o40’18”S, 46o36’48”W-46o38’08”W).

avaliadas as dimensões dos basidiomas, textura, cor, assim como o tamanho das hifas, basídios, basidiósporos e cistídios. As
espécies estão distribuídas em: Cerrena Gray (one sp.), Funalia Pat. (one sp.), Hexagonia Fr. (two spp.), Lenzites Fr. (one
sp.), Podofomes Pouzar (two spp.), Pycnoporus T. Karst. (one sp.), and Trametes Fr. (seven spp). Trametes lactinea (Berk.)
Sacc. foi encontrado como novo registro para o Estado de São Paulo; Podofomes mollis (Sommerf.) Gorjón, P. stereoides
(Fr.) Gorjón, Trametes cubensis (Mont.) Sacc., T. decipiens Bres. e T. neovillosa Fernandes & Gugliotta são relatados pela

Palavras-chave: biodiversidade, Mata Atlântica, políporos, taxonomia
ABSTRACT – (Trametoid fungi (Polyporaceae, Basidiomycota) of the Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo,
Estado de São Paulo, Brasil). A survey of trametoid fungi species from Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (PEFI),
located in the city of São Paulo, SP, Brazil (23o38’00”S-23o40’18”S, 46o36’48”W-46o38’08”W), was carried out. Fifteen

of the basidiomata, texture, color, as well as, the size of hyphae, basidia, basidiospores and cystidia, were evaluated. The
species are distributed in: Cerrena Gray (uma sp.), Funalia Pat. (1 sp.), Hexagonia Fr. (duas spp.), Lenzites Fr. (uma sp.),
Podofomes Pouzar (duas spp.), Pycnoporus T. Karst. (uma sp.), and Trametes Fr. (sete spp). Trametes lactinea (Berk.) Sacc.
was found as a new record for the State of São Paulo; Podofomes mollis (Sommerf.) Gorjón, P. stereoides (Fr.) Gorjón,
Trametes cubensis (Mont.) Sacc., T. decipiens Bres. and T. neovillosa

Keywords: Atlantic Forest, biodiversity, polypores, taxonomy
2 Hoehnea 51: e202023, 2024
poroide, e, portanto, abarcar os fungos chamados
políporos, também são incluídas nesta família espécies
com himenóforos lamelados (como membros dos gêneros
Lentinus Fr. e Trametes Fr.) e formas corticioides (como
Dentocorticium M.J. Larsen & Gilb. e Grammothele Berk.
& M.A. Curtis) (Binder et al. 2013, Hibbett et al. 2014,
Justo et al. 2017). Estudos moleculares têm contribuído
para a melhor circunscrição da família e da posição
taxonômica dos organismos (Binder et al. 2013, Justo et
al. 2017, Motato-Vásquez et al. 2018, Zmitrovich 2018,
He et al. 2019).
O termo trametoide, i.e. relacionado ao gênero
Trametes    

consistência coriácea a suberosa e himenóforo tubular
que, microscopicamente, possui sistema hifal trimítico,
com hifas generativas septadas com ansas e basidósporos
 
(Zmitrovich 2018).
Ryvarden (1991) incluiu no grupo dos políporos
trametoides 16 gêneros, abrangendo as espécies com
himenóforo poroide, sistema hifal di a trimítico, hifa
generativa com ansa, hifas conectivas, quando presentes,
do tipo tortuosa, basidiósporos hialinos, de parede
    
cistídios verdadeiros. Todas as espécies são causadoras de
podridão branca, e crescem quase que exclusivamente em
angiospermas.
A delimitação dos gêneros deste grupo é complexa,
mas tem recebido maior atenção por parte dos taxonomistas,
pois o grupo inclui espécies com propriedades medicinais
e potencial de uso em biorremediação, como Pycnoporus
sanguineus (L.) Murrill, Trametes versicolor (L.) Lloyd, T.
villosa (Sw.) Kreisel e T. lactinea Berk. (Sacc.) (Machado
et al. 2006, Yamanaka et al. 2008, Arroyo-Figueroa et al.
2011, Zmitrovich et al. 2012, Vitali et al. 2018, Elkhateeb
et al. 2020, Ferreira-Silva et al. 2022).
Com base na morfologia do basidioma, Corner (1989)
ampliou consideravelmente o número de espécies no gênero
Trametes, incluindo neste todas as espécies poliporoides
(ou seja, fungos poroides), lignícolas, com sistema
hifal trimítico, sem terminações cistidiformes nas hifas
himeniais, basidiósporos de parede lisa e não dextrinoides e,
com isso, propôs a inclusão de 13 gêneros em sua sinonímia.
Essa também foi a posição de Justo & Hibbett (2011), que
   
análises moleculares com diversos marcadores (nLSU, ITS,

nome (Trametes) para todas as espécies com morfologia
similar (sensu Corner), posição seguida posteriormente por
outros autores (Zmitrovich et al. 2012, Justo et al. 2017,
Ueitele et al. 2018).
Ryvarden (2015a, b, 2016) realizou um estudo de
espécies neotropicais e também considerou o gênero
Trametes em sentido amplo, incluindo em sua sinonímia os
seguintes gêneros: Artolenzites Falck, Cellulariella Zmitr.
& Malysheva, Coriolellus Murrill, Coriolopsis Murrill,
Coriolus Quél., Cubamyces Murrill, Cyclomycetella
Murrill, Funalia Pat., Leiotrametes Welti & Courtec.,
Lenzites, Fr., Poronidulus Murrill, Trametella Pinto
Lopes e Trametopsis Tomsovsky. Zmitrovich (2018) em
seu Conspectus systematis Polyporacearum” considerou
estes gêneros válidos, com exceção de Coriolus Quel. e
Poronidulus Murril.
Os estudos moleculares ajudaram a esclarecer as
relações genéricas e de outros níveis taxonômicos superiores
dos poliporoides e, alguns dos gêneros considerados como
parte de Trametes sensu Corner (1989), foram colocados
fora dos Polyporales, a saber, Trichaptum Murril, alocado
em Hymenochaetales (Hibbett & Donoghue, 1995; Binder
et al. 2005; Larsson et al. 2006) e Elmerina Murril, alocado
em Tremellales (Larsson et al. 2004). Em contrapartida,
outros gêneros pertencentes a Polyporales não estão
intimamente relacionados a Trametes, como Cerrena Gray,
que pertence ao clado Flebioide (Ko & Jung 1999a, Lee
& Lim 2010), e os gêneros de podridão parda, Daedalea
Pers. e Fomitopsis P. Karst. por exemplo, que pertencem
ao clado Antrodia (Ko & Jung 1999b, Hibbett & Donoghue
2001, Binder et al. 2005). A ferramenta molecular também
Trametes por
Corner (1989), não pertencem ao gênero, como Trametes
trogii Berk. que é mais relacionado a Coriolopsis gallica
(Fr.) Ryvarden (Ko & Jung 1999b, Tomšovský et al.
2006), ou Trametes cervina, (Schwein.) Bres. relacionado
a Ceriporiopsis Dománski e que foi transferido para
Trametopsis Tomšovský (Tomšovský 2008).
Embora os estudos filogenéticos tenham sido
conduzidos para elucidar a posição taxonômica das
espécies trametoides (Ko & Jung 1999a, b, Tomsovsky et
al. 2006, Zhang et al. 2006, Tomsovsky 2008, Zmitrovich
& Malysheva 2013, Carlson et al. 2014, Li et al. 2014,
Oyetayo 2018, Ueitele et al. 2018, Olou et al. 2020, Gorjón
et al. 2020), poucas espécies neotropicais têm sido incluídas
nestes estudos e a identidade de algumas espécies ainda
hoje permanece incerta.
A maioria dos gêneros trametoides é considerada
cosmopolita (Ryvarden 1991, Kirk et al. 2008, Justo &
Hibbett 2011) e possui ampla distribuição nos diversos
ecossistemas do Brasil (Maia et al. 2015). Até o momento,
49 espécies de trametoides foram registradas no país, das
quais 26 ocorrem no Estado de São Paulo (Maia et al. 2015),
   
de Cerrado (Bononi 1984, Gugliotta 1997, Abrahão et al.
2012, 2019), e de Mata Atlântica (Fidalgo & Fidalgo 1957,
Fidalgo et al. 1965, Bononi 1984, Gugliotta & Bononi
1999, Gugliotta et al. 2010, 2012, Motato-Vásquez et al.
2015, Pires et al. 2017), destacando-se entre as espécies de
maior ocorrência.
O Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (PEFI)
   
Mata Atlântica de Planalto inserido em área urbana do
município de São Paulo. Os únicos registros de políporos
trametoides no PEFI foram realizados por Bononi et al.
(1981) e por Jesus (1993) porém, ambos sem descrições
dos táxons relacionados - enquanto Bononi et al.
(1981) apresenta uma listagem das espécies de fungos
macroscópicos depositados no Herbário do Instituto de
Botânica (SP), Jesus (1993) realizou um estudo comparando
Fernandes et al: Fungos trametoides do PEFI 3
a comunidade de basidiomicetos lignocelulolíticos de uma
Pinus elliottii,
presentes no interior do parque.
Assim, o presente trabalho tem como objetivo ampliar
o conhecimento sobre a diversidade de fungos trametoides
do PEFI, importante remanescente de Mata Atlântica para o
Estado de São Paulo, e documentar essa diversidade através
da inclusão de novas exsicatas ao Herbário SP - Maria

Material e métodos
O Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (PEFI)
está localizado no município de São Paulo (23o38’00”S-
23o40’18”S, 46o36’48”W-46o38’08”W) onde ocupa
uma área de 549,31 ha com altitude média de 798 m. A
  
e representa um dos poucos e importantes remanescentes
de Mata Atlântica efetivamente protegidos como Unidades
de Conservação na cidade de São Paulo (Whately et al.
2008). Aspectos climáticos, do meio físico e da vegetação
são encontrados em Bicudo et al. (2002).
Para este trabalho, foram revistas as exsicatas de todos
os fungos trametoides depositadas no Herbário SP (total de
178 exsicatas) provenientes de coletas realizadas no Parque
Estadual Fontes do Ipiranga. Cinco coletas adicionais foram
realizadas no período de junho de 2018 a novembro de 2021,
seguindo as recomendações técnicas de Fidalgo & Bononi

sido coletados e depositados até então; espécies que foram
previamente amostradas e que já contam com considerável
número de registros não foram reamostradas. O material
coletado foi depositado no Herbário SP (Thiers 2020).
Para a identificação, foram utilizadas descrições
e chaves dicotômicas apresentadas por Corner (1989),
Ryvarden (1991, 2015a, b, 2016), Gugliotta & Bononi
(1999), Gomes-Silva et al. (2010), Zmitrovich et al. (2012)

por Zmitrovich (2018). A análise dos caracteres macro
e microscópicos do basidioma seguiu recomendações
de Ryvarden (1991, 2004) e Teixeira (1995). Foram
elaboradas descrições das espécies baseadas nos materiais
examinados; a macroscopia foi baseada em observações
a olho nu (tanto de basidiomas frescos como secos) ou
com auxílio de microscópio estereoscópio (LEICA S6D),
em que se observou modo de inserção no substrato,
coloração, dimensões do basidioma, forma do píleo e tipo
de himenóforo; as microestruturas foram analisadas em
  
feitos com auxílio de lâminas de aço, à mão livre, de
diferentes porções dos basidiomas e as medições foram
feitas com auxílio de ocular micrometrada, usando o

observação da coloração das estruturas, o reagente de
Melzer (IKI) foi usado para avaliar as reações amiloide
e dextrinoide (Teixeira 1995) e, azul de algodão (Merck
1275) em solução de ácido lático foi utilizado para observar

as espécies estudadas são negativas em reagente de Melzer
    
informações não foram incluídas nas descrições, embora as

15 hifas do himênio, 20 basídios e 20 basidiósporos foram
medidos para cada espécie examinada. Ao apresentar a

são apresentados em parênteses (Miettinen et al. 2018); as
dimensões dos basidiósporos são apresentadas da seguinte
forma: (m-) n-o (-p), em que m é o menor valor observado e
p é o maior valor observado (na faixa de valores observados
o 5o percentil é n e 95o percentil é o).
Foram usadas as abreviações: L’× W’- relação
comprimento versus largura do basidiósporo, L - média
de comprimento do basidiósporo, W - média de largura do
basidiósporo e Q = L/W - média do comprimento dividida
pela média da largura.



no PEFI é apresentada, assim como comentários para cada
táxon estudado.
Resultados e Discussão
Foram identificadas 15 espécies trametoides no
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (Figuras 1 a 4):
Cerrena caperata (Berk.) Zmitr., Funalia rigida (Berk.
& Mont.) Peck, Hexagonia hydnoides (Sw.) M. Fidalgo,
H. papyracea Berk., Lenzites elegans (Spreng.) Pat.,
Podofomes mollis (Sommerf.) Gorjón, P. stereoides (Fr.)
Gorjón, Pycnoporus sanguineus (L.) Murrill, Trametes
cubensis (Mont.) Sacc., T. decipiens Bres., T. lactinea
(Berk.) Sacc., T. neovillosa Fernandes & Gugliotta, T.
ochracea (Pers.) Gilb. & Ryvarden, T. polyzona (Pers.)
Justo e T. villosa (Sw.) Kreisel. Todas as espécies causam
podridão branca no substrato. Trametes lactinea representa
novo registro para o Estado de São Paulo; Podofomes
mollis, P. stereoides, Trametes cubensis, T. decipiens e T.
neovillosa são citados para o parque pela primeira vez. Há
registros da ocorrência das espécies Hexagonia leprosa Fr.
e Trametes hirsuta (Wulfen) Pilát para o PEFI, no trabalho
de Bononi et al. (1981), mas os espécimes relacionados
como H. leprosa   Daedalea
aethalodes (Mont.) Rajchenb., espécie não trametoide da
família Fomitopsidaceae (Polyporales) e, infelizmente, o
único espécime citado como T. hirsuta (SP71319) não foi
encontrado e nenhuma coleta posterior desta espécie na
área de estudo foi realizada.
Jesus (1993) cita em seu inventário sobre a funga
(Basidiomycota) lignocelulolítica do PEFI que foram
encontrados nove espécimes de Trametes versicolor (L.)
Lloyd, os quais estariam depositados no Herbário SP; destes,
apenas um foi localizado (SP211907) e redeterminado como
Cerrena caperata. Essa referência não apresenta nenhuma
informação adicional sobre o material estudado, o que
impossibilitou a localização dos demais e, por este motivo,

4 Hoehnea 51: e202023, 2024
Figura 1. Macro morfologia de Basidioma - Superfície abhimenial e himenoforal. a-b. Cerrena caperata. c-d. Funalia
rigida. e-f. Hexagonia hydnoides. g-h. Hexagonia papyracea. Escala = 1cm.
Figure 1. Basidioma macromorphology - Abhymenial and hymenophoral surface. a-b. Cerrena caperata. c-d. Funalia
rigida. e-f. Hexagonia hydnoides. g-h. Hexagonia papyracea. Scale = 1cm.
Fernandes et al: Fungos trametoides do PEFI 5
Figura 2. Macro morfologia de Basidioma - a-b. Lenzites elegans. a. superfície abhimenial; b. superfície himenoforal. c-e.
Podofomes mollis. c-d. superfície abhimenial; e. superfície himenoforal. f-g. Podofomes stereoides, superfície himenoforal.
Escala = 1cm.
Figure 2. Basidioma macromorphology. a-b. Lenzites elegans. a. abhymenial surface; b - hymenophoral surface. c-e.
Podofomes mollis. c-d. abhymenial surface; e. hymenophoral surface. f-g. Podofomes stereoides, hymenophoral surface.
Scale = 1cm.
6 Hoehnea 51: e202023, 2024
Figura 3. Macro morfologia de Basidioma - Superfície abhimenial e himenoforal. a-b. Pycnoporus sanguineus. c-d. Trametes
cubensis. e-f. Trametes decipiens. g. Trametes lactinea, superfície himenoforal. Escala = 1 cm.
Figure 3. Macro morphology of Basidioma - Abhymenial and hymenophoral surface. a-b. Pycnoporus sanguineus. c-d.
Trametes cubensis. e-f. Trametes decipiens. g. Trametes lactinea, hymenophoral surface. Scale = 1 cm.
Fernandes et al: Fungos trametoides do PEFI 7
Figura 4. Macro morfologia de Basidioma - Superfície abhimenial e himenoforal. a-b. Trametes neovillosa. c-d. Trametes
ochracea. e-f. Trametes polyzona. g-h. Trametes villosa. Escala = 1 cm.
Figure 4. Basidioma macromorphology - Abhymenial and hymenophoral surface. a-b.Trametes neovillosa. c-d. Trametes
ochracea. e-f. Trametes polyzona. g-h. Trametes villosa. Scale = 1cm.
8 Hoehnea 51: e202023, 2024

1. Basidioma vermelho a alaranjado ................................................................................................. Pycnoporus sanguineus
1. Basidioma branco, creme a castanho-escuro
2. Superfície himenial lamelar a poroide, com poros irregulares, dedaloides .......................................... Lenzites elegans
2. Superfície himenial poroide com poros regulares
3. Poros grandes, 1-3(-4) poros/mm
4. Contexto dúplex com linha negra ........................................................................................... Trametes decipiens
4. Contexto homogêneo, sem linha negra
5. Superfície abhimenial com zonas coloridas, zonas púrpuras, castanho-claras e castanho-escurasI- Hexagonia papyracea
5. Superfície abhimenial castanha sem zonas púrpuras
Podofomes mollis


contexto 3-9 mm de espessura .......................................................................................... Trametes lactinea
7. Superfície abhimenial vilosa, concentricamente zonada, contexto até 1mm de espessura ........... Trametes villosa
3. Poros menores, 3-6 poros/mm
8. Contexto homogêneo
Hexagonia hydnoides
9. Superfície abhimenial levemente tomentosa a glabra
10. Basidioma grande, 8-13,5 × 12,2-27,2 cm, superfície abhimenial azonada, bege a creme, tornando-
se ocrácea a partir da base na maturidade ............................................................. Trametes cubensis
10. Basidioma menor, 2,5-5,1 × 3,2-7,5 cm, superfície abhimenial com zonas concêntricas vináceas
a castanho-avermelhadas ..................................................................................... Trametes ochracea
8. Contexto heterogêneo a dúplex
11. Basidioma castanho-escuro

............................................................................................................... Podofomes stereoides
Cerrena caperata
11. Basidioma ocráceo a castanho-claro
13. Basidioma ressupinado a séssil, com basidiósporos 7,0-10,0 × 3,0-4,0 µm ...............
................................................................................................................... Funalia rigida

Trametes neovillosa
13. Basidiósporos cilíndricos, 5,0-7,0 × 2,5-4,0 µm .................... Trametes polyzona
Cerrena caperata (Berk.) Zmitr., Myc. 1 (1): 91. 2001.
Polyporus caperatus Berk., Ann. Mag. Na. Hist. 3: 391.
 Coriolopsis caperata (Berk.) Murrill, N. Amer.
Trametes caperata (Berk.) Teixeira,
Datronia caperata (Berk.)
Ryvarden, Mycotaxon 23: 172. 1985.
Figura 1 a-b
Ilustração das microestruturas em: Gugliotta (1997,
como Datronia caperata).
Basidioma anual, lignícola, pileado séssil a efuso-

1,2-17,2 × 3,3-12,5 × 0,1-0,4 cm. Superfície abhimenial
com zonas concêntricas, vilosas, em tons de castanho, com
a maturidade, a superfície torna-se glabra e uma cutícula
preta é exposta; margem aguda, lobada, creme a castanho-
clara. Contexto heterogêneo, castanho-claro, 1-2 mm
espesso. Superfície himenial poroide, de cor castanho-clara
a castanha; poros regulares a circulares, 3-4 por mm; tubos
até 2 mm de profundidade, castanho-claros; dissepimentos
inteiros. Sistema hifal trimítico; hifas generativas com
ansas, parede fina, hialinas, ramificadas, 1,1-1,35 µm
diâm.; hifas esqueletais amareladas, parede espessa, retas,


himeniais estéreis ausentes. Basídios clavados, 9,8-14,2 ×

L’ × W’= (6,3-)6,5-10,0 × (2,5-)2,7-4,6 µm. L= 7,4 µm. W
= 3,8 µm. Q = 2,1.
Material examinado: Brasil, , São Paulo,
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 14-VIII-1958,
M. Kuhlmann s.n. (SP42079); 7-VIII-1959, J.S. Furtado
(SP44147); 06-II-1960, J.S. Furtado & O. Fidalgo s.n.
(SP46664); 15-II-1960, O. Fidalgo et al. s.n. (SP47211);
Picada Gardner, V-1960, J.S. Furtado s.n. (SP48849); 07-
VI-1960, J.S. Furtado s.n. (SP50922); 24-III-1961, A.R.
Salles s.n. (SP95194); 13-XI-1961, J.S. Furtado et al. s.n.
(SP95538); 22-VIII-1967, B. Skvortzov s.n. (SP98490);
30-VI-1967, B. Skvortzov s.n. (SP98491); 21-III-1969,
B. Skvortzov s.n. (SP103751); V-1969, B. Skvortzov s.n.
(SP103935); 17-XI-1968, B. Skvortzov s.n. (SP107113);
18-XI-1977, V.L. Penteado 63 (SP); 31-III-1986, M.A. de
Jesus (SP211907); 16-I-1987, L. Ryvarden et al. 24117 (SP);
24-I-1987, L. Ryvarden et al. 24334 (SP); 26-VIII-1992,
L.K. Okino & V.L.R. Bononi s.n. (SP250525); 23-IX-1992,
M. Capelari s.n. (SP250542); 27-IV-1995, A.M. Gugliotta
et al. 457 (SP); 30-VIII-1995, A.M. Gugliotta et al. 558
(SP); 18-XII-1999, D.M. Vital s.n. (SP394427); 29-V-1996,
A.M. Gugliotta & G.S.G. Louza 662 (SP); 24-V-2000, A.M.
Fernandes et al: Fungos trametoides do PEFI 9
Gugliotta et al. 1078 (SP); 25-VIII-2000, A.M. Gugliotta
et al. 1080, 1081 (SP); 25-IX-2001, A.M. Gugliotta et al.
1118 (SP); 20-II-2002, A.M. Gugliotta et al. 1168, 1169
(SP); 12-II-2004, A.M. Gugliotta & G.R. Leal 1208 (SP);
16-II-2004, C. Puccinelli et al. (SP308041); 29-III-2004,
L.J. Gimenes & C. Puccinelli (SP308040); 06-VII-2004,
M. Capelari et al. 4295 (SP); 26-XI-2004, C.A. Osaku &
G.R. Leal 011 (SP); 05-XII-2006, C.L.C Redivo et al. 006
(SP); 09-I-2012, V. Bononi s.n. (SP417123; SP417431).
Comentários: Cerrena caperata pode ser reconhecida
pela superfície abhimenial com zonas concêntricas,
vilosas, em tons de castanho, que se torna glabra com a
maturidade expondo uma cutícula preta. Difere das espécies
de Trametes pela cor escura do píleo e contexto e, se
distingue das espécies de Hexagonia, pelos poros regulares
e circulares (Ryvarden & Johansen 1980).
Distribuição: Possui ampla distribuição no Brasil
ocorrendo em áreas de Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata
Atlântica (Maia et al. 2015). Em São Paulo já foi registrada
nos seguintes municípios: Barretos, Bebedouro, Matão,
Novo Horizonte, Palestina, Planalto, Sales, Taquaritinga,
União Paulista (Gugliotta et al. 2012), Cananéia (Gugliotta
& Bononi 1999), Mogi-Guaçu (Gugliotta 1997, Abrahão
et al. 2012, 2019), Santo André (Capelari et al. 2009),
São José do Rio Preto (Abrahão et al. 2009), São Luiz do
Paraitinga (Pires et al. 2017) e São Paulo (Motato-Vásquez
et al. 2014). A ocorrência da espécie no PEFI já havia sido
registrada por Bononi et al. (1981). A ocorrência de Cerrena
caperata no parque também foi registrada por Vital et al.

macrofungos; estes autores encontraram duas espécies de
musgos e três de hepáticas crescendo sobre o basidioma
deste fungo.
Funalia rigida (Berk. & Mont.) Peck, Bull. N.Y.
  Trametes rigida Berk. & Mont.,
Annales des Sciences Naturelles Botanique 11: 240. 1849.
Coriolopsis rigida (Berk. & Mont.) Murrill, N. Amer.
Fl. 9 (2): 75. 1908.
Figura 1 c-d
Ilustração das microestruturas em: Gugliotta (1997,
como Coriolopsis rigida).
Basidioma anual, lignícola, séssil, efuso-reflexo
a ressupinado, solitário ou imbricado. Píleo aplanado
a dimidiado, coriáceo, 1,2-4,2 × 2,0-6 ,0 × 0,1-0,2 cm.
Superfície abhimenial hirsuta a glabra, concentricamente
zonada e sulcada, castanha; margem inteira, aguda, lobada
ou denteada, também castanha. Contexto heterogêneo,
amarelo a castanho, até 1 mm espesso. Superfície himenial
poroide, castanho-clara; poros angulares a circulares, 3-5
por mm; tubos castanho-claros, 1mm de profundidade;
dissepimentos inteiros a lacerados. Sistema hifal trimítico;

diâm.; hifas esqueléticas amareladas, parede espessa,
  



× W’= 7,0-9,7(-9,8) × (2,9-)3,0-4,2 µm. L= 8,3 µm. W =
3,5 µm. Q = 2,4.
Material examinado: BRASIL, , São Paulo,
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 29-III-1969, B.
Skvortzov s.n. (SP103737); 16-I-1987, Ryvarden et al.
24121 (SP); 19-VI-2001, U.C Peixoto s.n. (SP380154);
03-I-2007, A.M. Gugliotta s.n. (SP392808); 28-VIII-2007,
A.M. Gugliotta et al. 1252, 1253 (SP).
Comentários: O basidioma fino, castanho, séssil,

superfície abhimenial hirsuta a glabra, concentricamente
zonada e sulcada, e os basidiósporos cilíndricos caracterizam
a espécie. A delimitação de espécies como Coriolopsis
rigida (Berk. & Mont.) Murrill, sinônimo de Funalia
rigida (cuja descrição foi baseada em materiais da América
do Norte), e Coriolopsis floccosa (Jungh.) Ryvarden
(localidade do tipo: Java), é bastante complexa. Por serem
morfologicamente muito semelhantes, esses nomes tem
sido considerados sinônimos (vide Mycobank: mycobank.
  
a distribuição geográfica tem afetado fortemente na
delimitação das espécies, e que diversos nomes até então
utilizados para espécies tropicais têm sido erroneamente
aplicados (Motato-Vásquez et al. 2018, Palacio et al. 2019,
Westphalen et al. 2021.), indicando que provavelmente
C. floccosa e C. rigida devam ser espécies válidas.
   
Coriolopsis C. polyzona (Pers.)
Ryvarden (espécie tipo do gênero) está incluída em
Trametes s.str., enquanto que outras espécies (tal qual C.
rigida e C. caperata = Cerrena caperata), têm se agrupado
com outras espécies de Funalia (Li et al. 2016, Zmitrovich
& Malysheva 2013).
Distribuição: A espécie possui ampla distribuição
e está presente em todas as regiões do Brasil, ocorrendo
nos biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica
(Maia et al. 2015) onde tem sido frequentemente citada
como C. occosa (considerada por muitos autores sinônimo
deste nome). No Estado de São Paulo já foi registrada nos
seguintes municípios: Barretos, Bebedouro, Macaubal,
Matão, Palestina, Pindorama, Santo Antônio de Aracanguá,
Taquaritinga, Turmalina (Gugliotta et al. 2012), Mogi-
Guaçu (Gugliotta 1997; Abrahão et al. 2012, 2019), Santo
André (Capelari et al. 2009, Gugliotta et al. 2010), São
José do Rio Preto (Abrahão et al. 2009), São Luiz do
Paraitinga (Pires et al. 2017) e São Paulo (Motato-Vásquez
et al. 2014). A ocorrência da espécie no PEFI já havia sido
registrada por Bononi et al. (1981) e Jesus (1993).
Hexagonia hydnoides (Sw.) M. Fidalgo, Mem. N. Y.
 Boletus hydnoides Sw., Nova
genera et species Plantarum seu prodromus descriptioneum
vegetabilium maximam parte incognitorum qua sub itinere
in Indiam Occidentalem annis 1783-1787 digessit Olof
Swartz M.D.: 149. 1788.
Figura 1 e-f
Ilustração das microestruturas em: Gugliotta & Bononi
(1999).
10 Hoehnea 51: e202023, 2024
Basidioma anual, lignícola, pileado, séssil, anual,
ligado ao substrato por uma pequena porção do píleo mais



castanho-escura a preta, concentricamente zonada, margem
inteira de mesma cor que superfície abhimenial. Contexto
homogêneo, cor de canela a castanho-escuro, 0,2 cm de
espessura. Superfície himenial poroide, castanha mais
clara que a superfície abhimenial, 3-5 poros por mm,
regulares, circulares; tubos de mesma cor que a superfície
himenial, reação em KOH positiva. Sistema hifal trimítico;
hifas generativas de difícil visualização, com ansas,

castanho-oliváceas, parede espessa, 3,8-6,3 µm diâm.; hifas
conectivas hialinas a castanho-amareladas, muito tortuosas

não observados. Basidiósporos cilíndricos, hialinos, parede

3,9) µm. L= 10 µm. W = 3,2 µm. Q = 3,1
Material examinado: BRASIL,, São Paulo,
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 16-XII-2021, M.
Fernandes 143 (SP).
Comentários: A espécie é facilmente reconhecida pela
densa massa de pelos eretos e escuros na superfície do píleo,
geralmente em zonas concêntricas e distintas, também pela
forma e tamanho dos poros, cor do contexto e tamanho dos
basidiósporos. Hexagonia hirta (P. Beauv.) Fr. é a espécie
mais próxima de H. hydnoides, cuja diferença reside no
fato de que, enquanto H. hydnoides possui poros menores
e menos variáveis (3-5 poros por mm), basidiósporos
menores, 8,6-11,3 × 2,5-3,8 µm, H. hirta possui poros
de 8-16 poros por cm e basidiósporos 13,75-16,25 ×
3,75-6,25 µm (Fidalgo 1968b).
Distribuição: Possui ampla distribuição no Brasil
ocorrendo em áreas de Amazônia, Caatinga, Cerrado,
Mata Atlântica e Pantanal, onde foi e já foi registrada para
os Estados Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito
Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Pará,
Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande
do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São
Paulo e Sergipe (Maia et al. 2015). No Estado de São Paulo
já foi registrada nos seguintes municípios: Mogi-Guaçu,
Cananéia e São José do Rio Preto (Gugliotta 1997, Gugliotta
& Bononi 1999, Abrahão et al. 2009). Sua ocorrência no
Parque Estadual Fontes do Ipiranga havia sido registrada
por Bononi et al. (1981), que citaram dois espécimes
(SP71318 e SP141953). Esses espécimes foram revistos e
não pertenciam à espécie em questão. O espécime SP71318
é um fungo corticioide, enquanto o espécime SP141953
(coletado por V.L. Penteado número 63) foi redeterminado
como Cerrena caperata.
Hexagonia papyracea Berk., Ann. Mag. Nat. Hist. 10:
379. 1843. = Hexagonia variegata Berk., Ann. Mag. Nat.
Hist. 9: 196. 1852.
Figura 1 g-h
Ilustração das microestruturas em: Gugliotta & Bononi
(1999).
Basidioma anual, pileado séssil a efuso-reflexo,
imbricado, solitário ou em grupos. Píleo aplanado,
  
0,1 cm. Superfície abhimenial concentricamente zonada,
sulcada, com zonas púrpuras, castanho-claras e castanho-
escuras alternadas, velutina a glabra. Contexto homogêneo,
castanho-claro, 0,1 cm espesso. Superfície himenial
poroide, castanho-clara; poros angulares a circulares, 1-2
por mm; tubos até 0,1 cm de profundidade, castanho-
 

hifas esqueléticas marrons, parede espessa, 3,5-4,0 µm
  
diâm. Elementos estéreis ausentes.
Basídios tetrasterigmados, com ansa basal, clavados,
hialinos, 13,2-18,3 × 3,3-4,2 µm.
Basidiósporos elipsoides, hialinos, L’ × W’ = (5,5-)5,6-
8,1(-8,2) × (2,7-)3,0-4,0(-4,1) µm. L= 6,7 µm. W = 3,4
µm. Q = 1,9.
Material examinado: BRASIL,, São Paulo,
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 31-VIII-1961, A.R.
Salles s.n. (SP60375); 30-VIII-1995, A.M. Gugliotta et al.
559 (SP); 29-V-1996, A.M. Gugliotta & S.C.S.Souza 666,
673 (SP); 25-VIII-2000, A.M. Gugliotta et al. 1082 (SP);
26-III-2003, U.C. Peixoto s.n. (SP380158); 18-II-2005,
L.J. Gimenes et al. s.n. (SP308201); 06-X-2005, , U.C.
Peixoto s.n. (SP380138); Trilha para Ecologia, 19-XII-
2006, C. Redivo & A.M. Gugliotta 13 (SP); 18-II-2019,
A.M. Gugliotta et al. 1628 (SP).
Comentários: A espécie é facilmente reconhecida

e concentricamente zonada, com zonas púrpuras, castanho-
claras e castanho-escuras alternadas e, pelos poros grandes
(1-2 por mm) e rasos, de formato hexagonal. Entretanto,
pelas características microscópicas como sistema hifal
trimítico e basidiósporos cilíndricos pode ser confundida
com espécies de Trametes, tais como T. membranacea (Sw.)
Kreisel e T. polyzona (Pers.) Justo.
Distribuição: Possui ampla distribuição no Brasil
ocorrendo em áreas de Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata
Atlântica e Pantanal (Maia et al. 2015). Há registros da
espécie nos seguintes municípios do Estado de São Paulo:
Barretos, Macaubal, Nova Granada, Palestina, Pindorama,
Sales, São João de Iracema, Taquaritinga, Turmalina
(Gugliotta et al. 2012), Cananéia (Gugliotta & Bononi
1999), Mogi-Guaçu (Gugliotta 1997, Abrahão et al. 2012,
2019), São José do Rio Preto (Abrahão et al. 2009), Santo
André (Gugliotta et al. 2010) e São Paulo (Motato-Vásquez
et al. 2014). A ocorrência da espécie no PEFI já havia sido
registrada por Bononi et al. (1981).
Lenzites elegans (Spreng.) Pat., Essai taxonomique
sur les familles et les genres des Hyménomycètes: 89.
 Daedalea elegans Spreng., Kungl. Svenska
Vetenskapsakad. Handl.
Trametes elegans (Spreng.) Fr.,
Epi. S. Mycol.: 492. 1838. (Mycobank 2023).
Figura 2 a-b
Fernandes et al: Fungos trametoides do PEFI 11
Ilustração das microestruturas em: Gugliotta & Bononi
(1999, como Trametes elegans).
Basidioma anual, lignícola, pileado, séssil a
pseudo-estipitado, solitário a imbricado. Píleo aplanado,
   
abhimenial concentricamente zonada, creme a castanha,
glabra na maturidade; margem lisa, aguda, branca a creme.
Contexto homogêneo, branco a creme, 1-2 mm espesso.
Superfície himenial lamelar a dedaloide, branca a creme;
quando presentes, há 2-4 poros dedaloides por mm.;
tubos creme, até 0,4 cm de profundidade; dissepimentos
lisos, inteiros. Sistema hifal trimítico; hifas generativas

esqueléticas hialinas a amareladas, parede espessa, retas,
sem ramificações, 5,0-6,7 µm diâm.; hifas conectivas

estéreis ausentes. Basídios tetrasterigmados, hialinos,
12,4-17,1 × 5,9-7,3µm. Basidiósporos cilíndricos, hialinos,

3,3) µm. L= 5,3 µm. W = 2,4 µm. Q = 2,2.
Material examinado: BRASIL,, São Paulo,
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 20-VI-1956,
M.A. Pereira s.n. (SP43741); Picada Gardner, 08-V-1961,
A.R. Salles & D. Vital s.n. (SP62043); Picada Gardner,
29-III-1962, A.R. Salles s.n. (SP62097); Picada Gardner,
28-IV-1962, R. Salles s.n. (SP61406); Picada Gardner,
19-V-1962, J.R.P. Castro et al. s.n. (SP61407); III-1967,
J.S. Furtado s.n. (SP98451); 08-VI-1967, V.P. Souza s.n.
(SP98075); V-1969, B. Skvortzov s.n. (SP103923); 5-V-
1969, B. Skvortzov (SP103918); 20-VI-1996, M.A. Pereira
(SP43741).
Comentários: Lenzites elegans caracteriza-se pelo
basidioma creme, glabro, e superfície abhimenial
nitidamente lamelar ou, em alguns casos, dedaloide.
Morfologicamente, é essa característica que separa a
espécie de Trametes. O táxon é amplamente difundido em
regiões tropicais e subtropicais e apresenta a morfologia
do himenóforo variável, que pode ser lamelado, dedaloide
ou poroide, inclusive no mesmo espécime (Ryvarden &

de Justo e Hibbett (2011) foram recuperados três clados
Trametes elegans,
(sinônimo de L. elegans) o que sugere que o táxon faz parte
de um complexo de espécies (Olou et al. 2020).
Distribuição: Ocorre na Amazônia, Caatinga, Cerrado,
Mata Atlântica, e já foi registrada para os Estados do
Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco,
Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo
(Maia et al. 2015). No Estado de São Paulo foi registrada
apenas nos municípios de Cananéia (Bononi & Gugliotta
1999), Mogi-Guaçu (Abrahão et al. 2012) e São Paulo,
onde sua ocorrência no PEFI já havia sido registrada por
Bononi et al. (1981).
Podofomes mollis (Sommerf.) Gorjón, Sydowia 73:
 Daedalea mollis Sommerf., Supp. Fl. Lapp.
Datronia mollis (Sommerf.) Donk, Persoonia
4 (3): 338. 1966. (Mycobank 2023).
Figura 2 c-e
Ilustração das microestruturas em: Silveira & Guerrero
(1991, como Datronia mollis).


cm. Superfície abhimenial estrigosa, castanho-escura a quase
preta; margem aguda, lobada, vilosa, castanha. Contexto
homogêneo, azonado, castanho-claro, 1 mm espesso.
Superfície himenial poroide, castanho; poros dedaloides
a angulares, 1-3 por mm; tubos 0,1 cm de profundidade,
marrons; dissepimentos inteiros. Sistema hifal trimítico; hifas
  
diâm.; hifas esqueléticas castanhas, parede espessa, 4,1-5,5
  
  

5,3µm diâm. Medas muito abundantes. Basídios clavados,
hialinos, 15,0-18,2 × 5,1-8,3 µm. Basidiósporos cilíndricos,
hialinos, L’ × W’= (11,0-)11,1-13,0(-13,1) × (4,0-)4,1-5,9(-
6,1) µm. L=12 µm. W = 5,2 µm. Q = 2,3.
Material examinado: BRASIL,, São Paulo,
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 27-IV-1995; A.M.
Gugliotta et al. 465 (SP); 30-VIII-1995, A.M. Gugliotta et
al. 553 (SP); 29-V-2000, A.M. Gugliotta & S.C.S. Souza
670 (SP); 10-X-2000, A.M. Gugliotta et al. 1088 (SP);
25-IX-2001, A.M. Gugliotta et al. 1117 (SP); 23-X-2001,
A.M. Gugliotta et al. 1137 (SP); 06-XI-2003; G.R. Leal et
al. s.n. (SP307903); 16-II-2004, C. Puccinelli et al. s.n.
(SP308043); 25-IV-2012, V.M.V. Vitali 44 (SP498582).

castanho-escuro a quase preto, com poros grandes (1-3 por
mm), dedaloides a angulares são boas características para o
reconhecimento da espécie em campo (Silveira & Guerrero
1991). Microscopicamente, se diferencia de outros gêneros
de trametoides pela presença de dendrohifídios.
Distribuição: No Brasil sua ocorrência foi registrada
nos Estados do Acre, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e São Paulo, em áreas de Amazônia, Cerrado e
Mata Atlântica (Maia et al. 2015). No Estado de São Paulo
já foi registrada nos seguintes municípios: Bebedouro
(Gugliotta et al. 2012); Mogi-Guaçu (Abrahão et al. 2012,
2019), Santo André, São Paulo (Gugliotta et al. 2010) e São
José do Rio Preto (Abrahão et al. 2009).
Podofomes stereoides (Fr.) Gorjón, Sydowia 73:
 Polyporus stereoides Fr., Observationes
  Datronia stereoides (Fr.)
Ryvarden, Blyttia 25: 168. 1967.
Figura 2 f-g
Ilustração das microestruturas em: Gugliotta & Bononi
(1999, como Datronia stereoides).

às vezes discoide. Píleo dimidiado, coriáceo, 1,1-2,1
× 2,1-3,2 × 0,1 cm. Superfície abhimenial tomentosa
a estrigosa, castanho-escura a preta; margem aguda,
lobada, bege a branca. Contexto heterogêneo, castanho,
12 Hoehnea 51: e202023, 2024
linha negra presente, 1 mm espesso. Superfície himenial
poroide, castanho-acinzentada; poros regulares, angulares a
circulares, 3-5 por mm; tubos até 0,1 cm de profundidade,
castanho-acinzentados; dissepimentos inteiros, finos.
Sistema hifal dimítico; hifas generativas com ansas, hialinas,
1,5-2,2 µm diâm.; hifas esqueléticas marrons, retas, com
  

dissepimentos, 1,5-2,5 µm diâm.; cistidíolos abundantes,
20,0-24,3 × 5,2-6,1 µm diâm. Basídios clavados, com ansa
basal, 11-22,3× 3,5-7,2 µm. Basidiósporos cilíndricos,
hialinos, L’ × W’= (9,2-)9,5-11,2(-11,3) × (3,0-)3,2-5,0(-5,1)
µm. L= 10,5 µm. W = 3,9 µm. Q = 2,7.
Material examinado: BRASIL,, São Paulo,
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 27-IV-1993, A.M.
Gugliotta et al. 451 (SP); idem, 03-X-2003, A.M. Gugliotta
et al. 1191 (SP); idem, 05-XII-2006, C.L.C Redivo, et al.
07 (SP).
Comentários: Podofomes stereoides é caracterizada

formando pequenos discos no ponto de adesão ao substrato.
Se diferencia de P. mollis visto que esta espécie possui poros
maiores (1-3 por mm) e de outros gêneros de trametoides

Distribuição: Sua ocorrência no Brasil está restrita às
áreas de Amazônia e Mata Atlântica dos Estados do Acre,
Amapá, Bahia, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Norte,
Rondônia e São Paulo (Maia et al. 2015). No Estado de São
Paulo já foi registrada nos seguintes municípios: Cananéia
(Gugliotta & Bononi 1999), Sales (Gugliotta et al. 2012),
Santo André (Gugliotta et al. 2010) e São Paulo (Motato-
Vásquez et al. 2014).
Pycnoporus sanguineus (L.) Murrill, Bull. Torrey Bot.
Boletus sanguineus L., Species
Plantarum: 1646. 1763.
Figura 3 a-b
Ilustração das microestruturas em: Gugliotta & Bononi
(1999).
Basidioma anual, pileado, séssil a efuso-reflexo,
solitário a imbricado. Píleo aplanado, dimidiado a
   
Superfície abhimenial glabra, vermelha a alaranjada;
margem fina, inteira. Contexto esponjoso a suberoso,
homogêneo, alaranjado, 0,1-0,2 mm espesso. Superfície
himenial poroide, laranja; poros circulares, 7-8 por
mm; tubos alaranjados até 0,3 cm de profundidade;
   

µm diâm.; hifas esqueléticas hialinas, parede espessa,
    

Basídios tetrasterigmados, com ansa basal, clavados,
hialinos, 9,8-17,9 × 3,6-7,4 µm. Basidiósporos cilíndricos,
  
2,0-3,7(-4,2) µm. L= 4,7 µm. W = 2,3 µm. Q = 2
Material examinado: BRASIL,, São Paulo,
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, Viveiro do I.C.B,
s.d., C. Lucchesi s.n. (SP36481); 27-II-1961, R. Salles &
P. Francisco s.n. (SP95531); E.S. Beneke s.n. (SP62028);
18-VI-1969, B. Skvortzov s.n. (SP106726); 20-X-1977,
S.F.B. Trufem s.n. (SP141910); 05-IX-1980, M. Capelari
s.n. (SP157042); 30-VIII-1995, A.M. Gugliotta et al. 557
(SP); 23-X-2001, A.M. Gugliotta et al. 1134 (SP); 19-XII-
2001, U.C. Peixoto (SP307868); 21-VIII-2003, M.D. Trude,
(SP307901); 29-IX-2003, A.M. Gugliotta A17/03 (SP); 20-
X-2006; C.L.C Redivo et al. 01 (SP); 28-VIII-2007, A.M.
Gugliotta et al. 1247 (SP).
Comentários: Pycnoporus sanguineus é uma das
espécies mais facilmente reconhecíveis em campo devido à
sua coloração alaranjada e ao fato de ocorrer com frequência

mais próxima é Pycnoporus cinnabarinus (Jacq.) P. Karst.,
que possui basidiomas mais espessos com himenóforo
cujos poros permanecem com coloração intensa, mas não
ocorre no Brasil (Valenzuela 1999, Pompa et al. 2011).
    
   Pycnoporus no
clado trametoide, e considerou o uso de um único nome
genérico, Trametes, para este clado. Neste trabalho, os
autores resgataram combinações de nomenclatura, como
Trametes sanguinea (L. Fr) Lloyd, argumentando ser a
melhor opção taxonômica e nomenclatural. Entretanto,
de acordo com Gurgel et al. (2023), além de Pycnoporus
ser um nome sancionado e conservado, incluir o táxon
em Trametes implica mudanças nomenclaturais e, assim,
decisão de sinonimizar Pycnoporus em Trametes deve
ser cuidadosamente avaliada com base em mais dados
moleculares.
Distribuição: possui registros em todas as regiões do
Brasil, em áreas de Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata
Atlântica, Pantanal (Maia et al. 2015). No Estado de São
Paulo há registros da espécie nos seguintes municípios:
Barretos, Macaubal, Novo Horizonte, Palestina, Sales, São
João de Iracema, Turmalina, União Paulista, Votuporanga
(Gugliotta et al. 2012), Bragança Paulista, São Carlos
(Abrahão et al. 2012), Cananéia (Gugliotta & Bononi 1999),
Mogi-Guaçu (Gugliotta 1997, Abrahão et al. 2012, 2019),
Santo André (Capelari et al. 2009; Gugliotta et al. 2010),
São Luiz do Paraitinga (Pires et al. 2017), São José do Rio
Preto (Abrahão et al. 2009), e São Paulo (Motato-Vásquez
et al. 2014). A ocorrência da espécie no PEFI já havia sido
registrada por Bononi et al. (1981) e Jesus (1993).
Trametes cubensis (Mont.) Sacc., Sylloge Fungorum
Polyporus cubensis Mont., Ann. Sc. Nat.
Bot. 8: 364. 1837.
Figura 3 c-d
Ilustração das microestruturas em: Gugliotta & Bononi
(1999).
Basidioma anual, pileado, séssil, solitário a imbricado.

0,3 cm, creme. Superfície abhimenial concentricamente
zonada próxima a margem, vilosa, glabra na maturidade,
bege a creme. Contexto homogêneo, creme claro, até
0,2 mm espesso. Superfície himenial poroide; poros
circulares a regulares, 4-6 por mm, creme; tubos até 0,4
cm de profundidade, de coloração creme; dissepimentos
Fernandes et al: Fungos trametoides do PEFI 13
lisos, inteiros. Sistema hifal trimítico; hifas generativas

µm diâm.; hifas esqueléticas hialinas, de parede espessa,
retas, 4,1-5,0 µm diâm.; hifas conectivas hialinas, parede
  
estéreis ausentes. Basídios hialinos, 16-17,3 × 5,0-6,5 µm.
Basidiósporos cilíndricos a elipsoides, hialinos, de parede

6,4 µm. W = 3,6 µm. Q = 1,8.
Material examinado: BRASIL, Parque
Estadual das Fontes do Ipiranga, 23-XII-2000, A.M.
Gugliotta & G.R. Leal s.n. (SP30816); 02-XII-2004, C.
Puccinelli & G.R. Leal C21/4 (SP); 05-XII-2006, C.L.C.
Redivo et al. 09 (SP); 08-II-2006, A.M. Gugliotta 1224 (SP);
28-VIII-2007, A.M. Gugliotta et al. 1243 (SP).
Comentários: Esta espécie pode ser reconhecida em
campo pelo basidioma dimidiado, de coloração clara (creme
a ocráceo) e um himenóforo com poros de tamanho médio

após a secagem. A superfície pilear pode apresentar uma

O sistema hifal trimítico e basidiósporos cilíndricos
caracterizam esta espécie microscopicamente.
Distribuição: Segundo Maia et al. (2015), a espécie
ocorre em todas as regiões do Brasil, em áreas de Amazônia,
Mata Atlântica e Pantanal. No Estado de São Paulo foi
registrada nos municípios de Cananéia (Gugliotta & Bononi
1999), Santo André (Capelari et al. 2009) e São Paulo
(Gugliotta et al. 2010).
Trametes decipiens Bres., Ann. Mycol. 18 (1-3): 40.
Datronia decipiens (Bres.) Ryvarden, Mycotaxon
33: 308. 1988.
Figura 3 e-f
Ilustração das microestruturas em: Ryvarden (1988).
Basidioma anual, lignícola, pileado, séssil a efuso-

castanho-escuro, 1,5 × 2,1 × 0,1 cm. Superfície abhimenial
hirsuta, castanha; margem aguda, lobada, castanho-
clara. Contexto dúplex, com linha preta distinta, 1 mm
espesso. Superfície himenial poroide, castanho-clara;
poros angulares a dedaloides, 1-2 por mm; tubos 2 mm de
profundidade, castanho-claros; dissepimentos lacerados,
irregulares. Sistema hifal dimítico; hifas generativas

diâm.; hifas esqueléticas castanhas, parede espessa, retas,
3,5-4,5 µm diâm. Elementos estéreis ausentes. Basídio
cilíndricos, hialinos, 16,3-19,2 × 6,0-8,2 µm. Basidiósporos
   
(11,2-)11,5-14,0 × (4,0-)4,1-6,2(-6,5) µm. L= 12,7 µm. W
= 5,1 µm. Q = 2,5.
Material examinado: BRASIL,, São Paulo,
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 16-24-I-1987, L.
Ryvarden et al. 24128 (SP).
Comentários: O basidioma efuso-reflexo, fino,
contexto duplex com presença de linha negra que separa as
porções superior e inferior, poros grandes e basidiósporos
elipsoides caracterizam a espécie (Ryvarden 1988). Difere
das demais espécies do gênero pois possui sistema hifal
dimítico; difere das espécies de Datronia em função dos
poros grandes (1-2 por mm) e basidiósporos elipsoides;
difere de Cerrena caperata e Funalia rigida pois não possui
píleo zonado concentricamente típicas destas espécies
(Ryvarden & Johansen, 1980).
Distribuição: Ocorre apenas na Colômbia e no Brasil,
onde já foi citada para os Estados da Bahia (localidade
tipo), Pernambuco, Roraima, Rio Grande do Sul (Ryvarden
1988, Baltazar et al. 2012, Maia et al. 2015, ICN 2019).
Até o momento, o material estudado é o único coletado no
Estado de São Paulo.
Trametes lactinea (Berk.) Sacc., Sylloge Fungorum
6: 343. 1888. = Trametes levis Berk., London J. of Bot. 6:
507. 1847.
Figura 3 g
Ilustração das microestruturas em: Ryvarden (1988).
Basidioma anual, pileado, séssil e aplanado, com
consistência de cortiça após desidratação. Píleo semicircular,

aveludada, branca quando jovem, tornando-se cinza,
a cinza-amarelada com a idade, sem zonas ou, quando
presentes, são levemente radiadas, margem regular, inteira
e espessa. Superfície himenial poroide, de mesma cor que o
píleo, poros circulares, 3-4 por mm; dissepimentos inteiros
e espessos, tubos de até 5 mm de profundidade. Contexto
espesso, 3-9 mm, de cor creme, duro quando seco. Sistema


esqueléticas hialinas, abundantes, dominantes tanto na
trama quanto no contexto, de paredes moderadamente
   





Material examinado: BRASIL,, São Paulo,
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 19--III-1999, L.R.
Silva s.n. (SP381522).
Comentários: Trametes lactinea caracteriza-se por
um basidioma espesso, branco quando jovem e que, com
a maturidade, desenvolve tons acinzentados, e por poros
circulares e regulares; microscopicamente, possui hifas
conectivas arboriformes e basidiósporos cilíndricos. T.
lactinea pode ser confundida macroscopicamente com
Tyromyces leucomalllus (Berk. & M.A. Curtis) Murrill
devido aos basidiomas espessos e esbranquiçados, mas esta
última possui sistema hifal monomítico e basidiósporos
pequenos e alantóides. Lenzites elegans (Spreng.) Pe.
também é semelhante na cor e no hábito aos basidiomas de
T. lactinea, mas possui uma superfície himenial irregular
dedaloide a lamelar, enquanto T. lactinea possui poros,
redondos a angulares, mas nunca labirintiformes. Para além

de Justo & Hibbett (2011), há dois clados com ramos bem
suportados que revelam que o clado L. elegans é muito
mais divergente do que o de T. lactinea. Fomitopsis nivosa
(Berk.) Gilb. & Ryvarden também possui um basidioma
14 Hoehnea 51: e202023, 2024
espesso esbranquiçado, sistema hifal trimítico e esporos
cilíndricos, mas difere de T. lactinea pois causa podridão
marrom e desenvolve uma cutícula escura avermelhada na
superfície pilear, quando o basidioma está velho.
Distribuição: A espécie ocorre na região pantropical
e, segundo Ryvarden & Johansen (1980), há registros da
espécie na África do Sul, Austrália e Filipinas. Também foi
registrado da China (Zhang 1999). Na região neotropical,
há registro de ocorrência na Guiana (Aime et al. 2003),
Jamaica (Ryvarden 2000) e Venezuela (Iturriaga &
Ryvarden 2001). No Brasil já foi citada para os Estados do
Acre, Amazonas, Pará, Pernambuco, Rondônia e Sergipe
(Gomes-Silva et al. 2010, Maia et al. 2015). Rick (1960)
descreveu e citou a espécie no Estado do Rio Grande do
Sul como Trametes levis Berk. Até o momento, o material
estudado é o único coletado no Estado de São Paulo.
Trametes neovillosa Fernandes & Gugliotta, Phytotaxa
Boletus pavonius Hook., Syn. Pl. 1:
Trametes pavonia (Hook.) Ryvarden, Nor. J.
Bot. 19: 236. 1972.
Figura 4 a-b
Ilustração das microestruturas em: Gilbertson &
Ryvarden (1987).
Basidioma anual, pileado, séssil. Píleo dimidiado
a flabeliforme, semicircular, coriáceo, fino e flexível
quando fresco, 6,0-8,0 × 4,0-4,5 × 0,2-0,3 cm. Superfície
abhimenial plana, ligeiramente sulcada, tomentosa a hirsuta,
concentricamente zonada, com zonas de cores marrom-
  
Superfície himenial amarelo-acinzentada a laranja pálida;
poros regulares, circulares a angulares, 4-6 por mm; tubos
com a mesma coloração que a superfície dos poros, curtos,
até 1 mm de profundidade; dissepimentos inteiros, estéreis,

cor que a margem estéril, até 2 mm de espessura, dúplex,

inferior mais densa. Sistema hifal trimítico; hifas generativas


   
hifas conectivas também abundantes, especialmente no
  
  
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
Material Examinado: BRASIL, , São Paulo,
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 20-II-2020, A.M.
Gugliotta & M.C. Westphalen 1633 (SP).
Comentários: A espécie caracteriza-se por basidiomas
aplanados e coriáceos, concentricamente zonados e na
micromorfologia, pelos basidiósporos elipsoides. Sua
ocorrência no Brasil tem sido relatada como Trametes
pavonia (Hook.) Ryvarden, nome ilegítimo por ser
homônimo posterior de Trametes pavonia (Berk.) Fr.
Dessa maneira, Fernandes & Gugliotta (2023) propuseram
o nome Trametes neovillosa Fernandes & Gugliotta para
substituí-lo. T. neovillosa é uma espécie similar a T. villosa,
entretanto, difere no tamanho dos poros, dificilmente
visíveis a olho nu em T. neovillosa (4-6 por mm) enquanto
em T. villosa os poros angulares são de 2-3 (-4) por mm.
Distribuição: Ocorre em todos as regiões do Brasil
(Amazonas, Rondônia, Roraima, Tocantins, Alagoas,
Pernambuco, Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo e
Santa Catarina) em áreas de Floresta Amazônica, Mata
Atlântica e Cerrado (Maia et al. 2015). No Estado de São
Paulo já foi registrada nos seguintes municípios: São Paulo
e Cananéia.
Trametes ochracea (Pers.) Gilb. & Ryvarden, North
    Boletus ochraceus Pers.,
Annal. Bot. (Usteri) 11: 29. 1794. = Boletus zonatus Nees,
S. Pil. Schw. 221, t. 28:221. 1817.
Figura 4 c-d
Ilustração das microestruturas em: Gilbertson &
Ryvarden (1987).


0,1 cm. Superfície abhimenial levemente tomentosa a glabra,
concentricamente zonada, com zonas vináceas a castanho-
avermelhadas; margem lisa, inteira. Contexto fibroso,
homogêneo, zonado, creme, até 1 mm espesso. Superfície
himenial poroide, castanha; poros circulares, regulares,
3-4 por mm; tubos creme, até 0,3 cm de profundidade;
dissepimentos inteiros, espessos. Sistema hifal trimítico;
hifas generativas com ansas, parede fina, 2,0-3,5 µm
diâm.; hifas esqueléticas amareladas a hialinas, retas,

2,2-4,0 µm diâm. Elementos estéreis ausentes. Basídios
não observados. Basidiósporos cilíndricos, hialinos, parede

6,2 µm. W = 2,7 µm. Q= 2,3.
Material examinado: BRASIL,, São Paulo,
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, J.S. Furtado s.n.,
7-VIII-1959 (SP 43834); 07-VI-1960, J.S. Furtado s.n.
(SP50897); 26-VI-1960, M.E.P.K. Fidalgo & E. Campos
s.n. (SP47007); 19-VIII-1960, A.R. Teixeira s.n. (SP51090);
22-VI-1961, E.S. Beneke s.n. (SP62022; SP 95118); 22-VI-
1961, A. Rogers s.n. (SP62015); 23-VI-1961, E.S. Beneke
s.n. (SP95104); 1963, D. Vital s.n. (SP70785); 22-IV-1969,
B. Skvortzov s.n. (SP103944).
Comentários: Trametes ochracea é caracterizada
por apresentar um píleo fosco com zonações de tons
vináceos e superfície himenial com poros castanhos que,
na senescência, adquire tons de cinza pálido. Pode ser
confundida com Trametes versicolor (L.) Lloyd, mas
essa espécie possui basidioma de tons menos pálidos e
    
(não coriáceo). Também pode se assemelhar a Trametes
pubescens (Schumach.) Pilát, mas esta possui superfície
pilear de cor creme uniforme, sem zonações (ou muito
fracamente zonada) (Gilbertson & Ryvarden 1987).
Distribuição: De acordo com Maia et al. (2015) a
espécie foi registrada em áreas de Cerrado e Mata Atlântica
nos Estados do Rio Grande do Sul e São Paulo. Os relatos
de ocorrência de Trametes ochracea no Estado de São Paulo
restringem-se aos municípios de Mogi-Guaçu (Abrahão
Fernandes et al: Fungos trametoides do PEFI 15
et al. 2012) e São Paulo (Motato-Vásquez et al. 2014). A
ocorrência da espécie no PEFI já havia sido registrada por
Bononi et al. (1981).
Trametes polyzona (Pers.) Justo, Taxon 60 (6): 1580
Polyporus polyzonus Pers., Botanique (Nagpur)
  Coriolopsis polyzona (Pers.) Ryvarden,
Nor. J. Bot. 19: 230. 1972.
Figura 4 e-f
Ilustração das microestruturas em: Ryvarden &
Johansen (1980).
Basidioma anual, lignícola, pileado séssil a efuso-
reflexo, solitário ou em grupos. Píleo dimidiado a
   
Superfície abhimenial ocrácea a castanho-clara, hirsuta,

Contexto dúplex, castanho a castanho-acinzentado, até
2 mm espesso. Superfície himenial castanho-dourada;
poros circulares a angulares, 3-4 por mm; tubos 1-2 mm
de profundidade; dissepimentos inteiros. Sistema hifal
trimítico; hifas generativas com ansas, hialinas com parede
fina, 2,1-3,3 µm diâm.; hifas esqueléticas castanhas,
algumas hialinas, retas, 4,2-8,3 µm diâm.; hifas conectivas
    
diâm. Elementos estéreis ausentes. Basídios clavados,
hialinos, parede fina, com ansa basal, 12,2-17,5 µm.

W’= (5,0-)5,2-7,2(-7,3) × 2,5-4,0(-4,1) µm. L= 6,4 µm. W
= 3,1 µm. Q = 2,1.
Material Examinado: BRASIL, , São Paulo,
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, Picada R. Brown,
01-II-1960, O. Fidalgo et al. s.n. (SP46770); 06-II-1960,
J.S. Furtado & O. Fidalgo s.n. (SP46660); 26-II-1960,
O. Fidalgo et al. s.n. (SP47633); 29-XI-1961, A.R. Salles
s.n. (SP62001); Picada Gardner, 1962, A.R. Salles s.n.
(SP61505); 15-III-1995, L.K. Okino & A.M. Gugliotta s.n.
(SP250928); 08-XII-2006, C.L.C. Redivo & A.M. Gugliotta
11 (SP).
Comentários: A espécie caracteriza-se pelo basidioma

superfície abhimenial ocrácea a castanho-clara, hirsuta,
concentricamente zonada e sulcada, que pode apresentar
contexto dúplex. Microscopicamente, caracteriza-se por
possuir basidiósporos cilíndricos e hialinos, o que, nesse
aspecto, difere a espécie da T. neovillosa, que possui
basidiosporos elipsoides. Em virtude da grande variação na
morfologia do basidioma, essa espécie pode ser confundida
com espécimes velhos de Trametes hirsuta (Wulf.:Fr.) Pilát,
cujos basidiomas se tornam ocráceos a castanho escuros.
No entanto, quando fresco, T. hirsuta apresenta superfície
pilear hirsuta, acinzentada, assim como a superfície
himenial; o contexto é branco e basidiósporos ligeiramente

Bernicchia 1990).
Distribuição: A espécie ocorre em áreas de Amazônia,
Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal (Maia et al. 2015), e
no Estado de São Paulo já foi registrada nos seguintes
municípios: Mogi-Guaçu (Abrahão et al. 2012), Santo
André (Capelari et al. 2009, Gugliotta et al. 2010), São
José do Rio Preto (Abrahão et al. 2009) e São Paulo, onde
sua ocorrência no PEFI já havia sido registrada por Bononi
et al. (1981).
Trametes villosa
   Boletus villosus
Sw., Nova genera et species Plantarum seu prodromus
descriptioneum vegetabilium maximam parte incognitorum
qua sub itinere in Indiam Occidentalem annis 1783-1787
Coriolus villosus
(Sw.) Bondartseva & S. Herrera, Nov. Sist. Nizs. Rast. 16:
50. 1979.
Figura 4 g-h
Ilustração das microestruturas em: Gugliotta & Bononi
(1999).
Basidioma anual, pileado, séssil a efuso-reflexo,
   
coriáceo a lenhoso, 1,0-6,2 ×1,7-7,6 × 0,1 cm. Superfície
abhimenial vilosa, concentricamente zonada, castanho-clara
a castanho-acinzentada; margem vilosa, lisa, aguda, lobada,
castanho-clara. Contexto homogêneo, até 1 mm espesso,
castanho-claro. Superfície himenial poroide, creme a bege;
poros regulares, angulares, 2-3 (4) por mm; tubos bege, até
0,1 cm de profundidade; dissepimentos lacerados. Sistema
hifal trimítico; hifas generativas com ansas, hialinas,



2,0-4,0 µm diâm. Elementos estéreis ausentes. Basídios
tetraesterigmados, clavados, hialinas, 10-16,5 × 4,2-8,2

W’= (5,0-)5,1-7,0(-7,2) × 2,1-3,9(-4,0) µm. L= 6,1 µm. W
= 2,9 µm. Q = 2,1.
Material Examinado: BRASIL, , São
Paulo, Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, s.d.,
V.L. Penteado s.n. (SP141886); Picada Faquini, 1960,
E.F. Campos s.n. (SP193682); 01-I-1960, N. Pires s.n.
(SP48270); Picada Gardner, 20-VI- 1960, E.J. Campos &
J.R.P. Castro s.n. (SP50331); 20-VII-1960, E.F. Campos
s.n. (SP50742); 26-VI-1960, M.E.P.K. Fidalgo & E.F.
Campos s.n. (SP50977); 04-VIII-1960, J.S. Furtado s.n.
(SP50814); 22-VI-1961, E.S. Beneke (SP60963); 11-XI-
1961, A.R. Salles s.n. (SP61475); Picada Loefgreen, 28-
IX-1962, A.R. Sales (SP95927); 06-X-1966, H. Reguejo
s.n. (SP97578); 31-VIII-1970, B. Skvortzov s.n. (SP109170,
SP109173);12-X-1970, B. Skvortzov s.n. (SP109157); 07-
XI-1997, A.M. Gugliotta et al. 1028 (SP); 08-XII-2006,
C.L.C Redivo & A.M. Gugliotta 010 (SP); 18-XII-2006,
C.L.C Redivo 012 (SP); 28-VIII-2007, A.M. Gugliotta &
L.J. Gimenes 1250, 1251 (SP).
Comentários: Trametes villosa pode ser reconhecido
pelo basidioma fino, com superfície vilosa e poros
himenoforais grandes, tubos rasos com dissepimentos
denteados, além de grande quantidade de hifas conectivas.
Diferencia-se das demais espécies de Trametes do parque


Assim como P. sanguineus, parece não ser muito
exigente quanto à umidade para crescer. Trametes
16 Hoehnea 51: e202023, 2024
membranacea (Sw.) Kreise e T. versicolor (L.) Lloyd são
semelhantes a T. villosa, mas apresentam poros pequenos
(Silveira & Guerrero 1991).
Distribuição: Trata-se de uma espécie de ampla
distribuição no Brasil ocorrendo na Amazônia, Caatinga,
Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. No Estado
de São Paulo há registros da espécie nos seguintes
municípios: Bragança Paulista, São Carlos (Abrahão et
al. 2012), Cananéia (Gugliotta & Bononi 1999), Mogi-
Guaçu (Gugliotta 1997, Abrahão et al. 2012, 2019), Sales,
Votuporanga (Gugliotta et al. 2012), Santo André (Capelari
et al. 2009, Gugliotta et al. 2010), São Luiz do Paraitinga
(Pires et al. 2017) e São Paulo (Gugliotta et al. 2010,
Motato-Vásquez et al. 2014). A ocorrência da espécie no
PEFI já havia sido registrada por Bononi et al. (1981) e
Jesus (1993).
Foi localizado no Herbário SP um espécime de fungos
trametoide coletado no Parque Estadual das Fontes do
Ipiranga determinado previamente como Trametes cf.
ochroava Cooke (SP212935). O material foi examinado,
mas não possui estruturas férteis ou características
diagnósticas suficientes para determinação específica.
Assim, apesar de haver registros da espécie em áreas de
Mata Atlântica e Amazônia no Brasil (Maia et al. 2015),

O PEFI é uma área de Mata Atlântica preservada (e
efetivamente protegida como Unidades de Conservação)
com relevante importância ambiental para diversos
organismos e não é diferente com os fungos trametoides.
Com esse trabalho, se observa um novo registro de espécie
do grupo para o Estado de São Paulo - Trametes lactinea
e outros cinco táxons registrados pela primeira vez para
a localidade - Podofomes mollis, P. stereoides, Trametes
cubensis, T. decipiens e T. neovillosa. Segundo a base de
   
gov.br) são registradas para o país 49 espécies de fungos
trametoides sendo que, destas, 26 foram registradas
para o Estado de São Paulo. Desse modo, as 15 espécies
distribuídas nos seis gêneros relacionados neste trabalho
    
diversidade de trametoides documentadas, até o momento,
para o Estado de São Paulo.
Agradecimentos
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (CAPES), pela Bolsa de Doutorado
concedida à primeira Autora; ao Instituto Nacional de
Ciência e Tecnologia Herbário Virtual da Flora e dos Fungos

  
(CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (CAPES) e da Fundação de Amparo à
Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE),
pela Bolsa de Pós-Doutorado concedida a Ricardo M. Pires;

à Daniele Santana da Silva; e à Fundação de Amparo à
Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo (FAPESP),

Conitos de interesse

Contribuição dos Autores
Mariana Fernandes: Contribuição substancial na
concepção e design do estudo; contribuição na coleta de
dados; contribuição na análise de dados e interpretação
dos resultados; contribuição na preparação do manuscrito.
Adriana de Mello Gugliotta: Contribuição na preparação
do manuscrito; contribuição na revisão crítica.
Ricardo Mateus Pires: Contribuição na coleta de dados;
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Editora Associada: Rosana Maziero
Recebido : 26/02/2023
Aceito : 21/11/2023
ISSN da publicação online 2236-8906
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Dyes used in the textile industry contribute significantly to the increase of water pollution as they are disposed of, most of the time, without proper treatment. Indigo carmine is a synthetic dye widely used in the coloring of jeans and is considered difficult to remove, causing irreversible damage to the food chain in ecosystems. Mycomediation appears as an economical and sustainable way to treat textile effluents, and this work tested three strains of Trametes collected in Brazil against the ability to discolor the indigo carmine and also the activity of laccase, lignin and manganese peroxidases. The experiment was carried out in Kirk medium under static, non-sterile condition, at ± 28 °C for 120 h. Trametes lactinea (URM8350) discolored 81.40 % of the indigo carmine, T. lactinea (URM8350) 85.09 % and T. villosa (URM8022) 96.11 %. Laccase was detected in all specimens. Manganese peroxidase was detected in T. villosa and T. lactinea (URM8354), while lignin peroxidase was not detected in any of the isolates. The ability of T. lactinea to discolor dyes is reported for the first time. The discoloration rates demonstrate the ability of the strains to discolor carmine indigo and their promising use in the discoloration processes in wastewater from the textile segment. Keywords: Trametes; Basidiomycota; indigo carmine; mycoremediation; pollutants; textile industry
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Fungi form a major and diverse component of most ecosystems on Earth. They are both micro and macroorganisms with high and varying functional diversity as well as great variation in dispersal modes. With our growing knowledge of microbial biogeography, it has become increasingly clear that fungal assembly patterns and processes differ from other microorganisms such as bacteria, but also from macroorganisms such as plants. The success of fungi as organisms and their influence on the environment lies in their ability to span multiple dimensions of time, space, and biological interactions, that is not rivalled by other organism groups. There is also growing evidence that fungi mediate links between different organisms and ecosystems, with the potential to affect the macroecology and evolution of those organisms. This suggests that fungal interactions are an ecological driving force, interconnecting different levels of biological and ecological organisation of their hosts, competitors, and antagonists with the environment and ecosystem functioning. Here we review these emerging lines of evidence by focusing on the dynamics of fungal interactions with other organism groups across various ecosystems. We conclude that the mediating role of fungi through their complex and dynamic ecological interactions underlie their importance and ubiquity across Earth's ecosystems.
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This article provides an outline of the classification of the kingdom Fungi (including fossil fungi. i.e. dispersed spores, mycelia, sporophores, mycorrhizas). We treat 19 phyla of fungi. These are Aphelidiomycota, Ascomycota, Basidiobolomycota, Basidiomycota, Blastocladiomycota, Calcarisporiellomycota, Caulochytriomycota, Chytridiomycota, Entomophthoromycota, Entorrhizomycota, Glomeromycota, Kickxellomycota, Monoblepharomycota, Mortierellomycota, Mucoromycota, Neocallimastigomycota, Olpidiomycota, Rozellomycota and Zoopagomycota. The placement of all fungal genera is provided at the class-, order- and family-level. The described number of species per genus is also given. Notes are provided of taxa for which recent changes or disagreements have been presented. Fungus-like taxa that were traditionally treated as fungi are also incorporated in this outline (i.e. Eumycetozoa, Dictyosteliomycetes, Ceratiomyxomycetes and Myxomycetes). Four new taxa are introduced: Amblyosporida ord. nov. Neopereziida ord. nov. and Ovavesiculida ord. nov. in Rozellomycota, and Protosporangiaceae fam. nov. in Dictyosteliomycetes. Two different classifications (in outline section and in discussion) are provided for Glomeromycota and Leotiomycetes based on recent studies. The phylogenetic reconstruction of a four-gene dataset (18S and 28S rRNA, RPB1, RPB2) of 433 taxa is presented, including all currently described orders of fungi.
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Trametes is a globally distributed genus of white-rot polypores and well sampled in temperate and boreal areas. However, the diversity, taxonomy, and phylogenetic positions of Trametes spp. are poorly known in tropical Africa. This study aims at documenting the diversity of Trametes species in Benin (tropical Africa) and their phylogenetic positions with a focus on the T. elegans species complex. Therefore, we collected specimens of Trametes from different forest types across Benin. To infer phylogenetic relationships between Trametes species, we investigated sequences of five gene regions and added available sequences from GenBank. Using Maximum likelihood and Bayesian phylogeny inference methods, we found eight supported species clades. For the T. elegans species complex, we re-establish the name Trametes palisotii for species previously known as T. elegans in tropical Africa. Furthermore, we propose Trametes parvispora as a species new to science and provide the description of this species. Our molecular phylogeny of Trametes with a focus on tropical Benin contributes to taxonomic clarity of an important wood-decay fungal genus, which is the basis for biodiversity assessments of Trametes in the tropics.
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Polyporus subpurpurascens is a rare Neotropical species characterized by deep purplish pilear surface and radially elongated pores. This study analyzed Neotropical specimens from Argentina, Bolivia and Brazil by applying detailed morphological examination and phylogenetic analyses. We conclude that P. subpurpurascens is a species of Neofavolus, and N. subpurpurascens is proposed as a new combination. New records from Argentina and Bolivia, a detailed description, and photographs of the species are included.
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The family Steccherinaceae includes genera with smooth, hydnoid, and poroid hymenophores, monomitic to dimitic hyphal systems, and generative hyphae with clamps or simple septa. Steccherinum is the largest genus in the family, with a worldwide distribution, and is characterized mainly by a dimitic hyphal system and presence of thick-walled encrusted cystidia. Species traditionally included in Steccherinum, however, have been transferred to other genera based on results of molecular phylogenetic analyses. Even though knowledge of Steccherinaceae has increased in the past few years, very little is known about the hydnoid species of the family, especially from the Neotropics. In this study, we present morphological and phylogenetic analyses on hydnoid specimens of Steccherinaceae collected in the Neotropics. Molecular data of nuc internal transcribed spacer region ITS1-5.8S-ITS rDNA (ITS) and portions of nuc 28S rDNA (28S), translation elongation factor 1-α (tef1), and the largest subunit of RNA polymerase II (rpb1) were obtained from Brazilian collections. Types and original collections were studied for morphological comparison. Samples we studied grouped in four different genera of Steccherinaceae: Cabalodontia, Etheirodon, Metuloidea, and Steccherinum. Three new neotropical species, Cabalodontia delicata, Etheirodon purpureum, and Steccherinum larssonii, are described. In addition, the new combinations Cabalodontia albofibrillosa and Metuloidea reniformis are proposed. The four genera presented in this study are compared and discussed in detail.
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The monotypic genus Podofomes, with the species Podofomes trogii, is a stipitate polypore with annual, reniform to infundibuliform pilei with a black crust, concentrically zonate, irregularly decurrent pores, a trimitic hyphal system, clamped generative hyphae, absence of cystidial elements, and ellipsoid, smooth, non-reacting in Melzer’s reagent basidiospores. It is a rare species growing specifically on roots of Abies spp., causing a white rot, and distributed in Central and Southern Europe and in the Caucasus. To date, phylogenetic relationships are unknown, and the species was related, based on morphology, to the polypore genus Ischnoderma. The present phylogeny, based on ITS analyses, recovers Podofomes trogii among other species of Datronia and close to its generic type Datronia mollis. We provide a complete description of the species with comments on its distribution and habitat, and notes on the taxonomy of the genus.
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The Basidiomycota constitutes a major phylum of the kingdom Fungi and is second in species numbers to the Ascomycota. The present work provides an overview of all validly published, currently used basidiomycete genera to date in a single document. An outline of all genera of Basidiomycota is provided, which includes 1928 currently used genera names, with 1263 synonyms, which are distributed in 241 families, 68 orders, 18 classes and four subphyla. We provide brief notes for each accepted genus including information on classification, number of accepted species, type species, life mode, habitat, distribution, and sequence information. Furthermore, three phylogenetic analyses with combined LSU, SSU, 5.8s, rpb1, rpb2, and ef1 datasets for the subphyla Agaricomycotina, Pucciniomycotina and Ustilaginomycotina are conducted, respectively. Divergence time estimates are provided to the family level with 632 species from 62 orders, 168 families and 605 genera. Our study indicates that the divergence times of the subphyla in Basidiomycota are 406–430 Mya, classes are 211–383 Mya, and orders are 99–323 Mya, which are largely consistent with previous studies. In this study, all phylogenetically supported families were dated, with the families of Agaricomycotina diverging from 27–178 Mya, Pucciniomycotina from 85–222 Mya, and Ustilaginomycotina from 79–177 Mya. Divergence times as additional criterion in ranking provide additional evidence to resolve taxonomic problems in the Basidiomycota taxonomic system, and also provide a better understanding of their phylogeny and evolution.