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Research, Society and Development, v. 11, n. 14, e40111436099, 2022
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i14.36099
1
Implicações da sífilis em gestantes com baixo nível socioeconômico: revisão
integrativa da literatura
Implications of syphilis in pregnant women with low socioeconomic status: integrative literature
review
Implicaciones de la sífilis en mujeres embarazadas con bajo nivel socioeconómico: revisión
integradora de la literatura
Recebido: 04/10/2022 | Revisado: 12/10/2022 | Aceitado: 13/10/2022 | Publicado: 18/10/2022
Milena Jéssica Silva de Sousa
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2024-2114
Centro Universitário Santo Agostinho, Brasil
E-mail: milenajessica2001@gmail.com
João Miguel da Silva Sá
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3275-0888
Centro Universitário Santo Agostinho, Brasil
E-mail: joaomiguellupinha@hotmail.com
Raquel Vilanova de Araújo
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5902-9869
Centro Universitário Santo Agostinho, Brasil
E-mail: raquelvilanova@unifsa.com.br
Resumo
O presente estudo tem como objetivo conhecer as principais implicações da sífilis em gestantes com baixo nível
socioeconômico, caracterizar as gestantes diagnosticadas com sífilis, analisar os fatores associados a sífilis em
gestantes e apresentar ações de enfermagem a gestantes diagnosticadas com sífilis durante o pré-natal. Trata-se de
uma revisão integrativa de literatura, utilizou-se três bases de dados eletrônicos: Literatura latino-americana e do
caribe em ciências da saúde (LILACS), Base de Dados da Enfermagem (BDENF) e Medical Literature Analysis and
Retrieval System Online (MEDLINE), utilizando a seguinte questão de pesquisa: Quais as implicações da sífilis em
gestantes com baixo nível socioeconômico? Os estudos analisados revelam que as principais dificuldades quanto à
adesão ao tratamento e a redução da transmissão de sífilis vertical, se relaciona a questão socioeconômicas,
infraestrutura, além da falta de conhecimento por parte dos profissionais de saúde. Esse alto índice de acometimento
por sífilis congênita traz diversas implicações como adoecimento da mulher, má formação do feto, aborto ou morte do
bebê ou quando nascem estes apresentam-se muito doentes. Recomenda-se então um pré-natal especializado.
Palavras-chave: Sífilis; Gravidez; Fatores socioeconômicos; Sífilis congênita.
Abstract
The present study aims to understand the main implications of syphilis in pregnant women with low socioeconomic
status, characterize pregnant women diagnosed with syphilis, analyze the factors associated with syphilis in pregnant
women, and present nursing actions to pregnant women diagnosed with syphilis during prenatal care. This is an
integrative literature review, using three electronic databases: Latin American and Caribbean Health Sciences
Literature (LILACS); Nursing Database (BDENF) and Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
(MEDLINE), using the following research question: What are the implications of syphilis in pregnant women with
low socioeconomic status?. The analyzed studies reveal that the main difficulties regarding adherence to treatment
and the reduction of vertical syphilis transmission are related to socioeconomic issues, infrastructure, in addition to
the lack of knowledge on the part of health professionals. This high rate of involvement by congenital syphilis has
several implications such as illness of the woman, malformation of the fetus, abortion or death of the baby or, when
they are born, they are very sick. Therefore, specialized prenatal care is recommended.
Keywords: Syphilis; Congenital Syphilis; Pregnancy; Socioeconomic factors.
Resumen
Presente estudio tiene como objetivo conocer las principales implicaciones de la sífilis en mujeres embarazadas con
bajo nivel socioeconómico, caracterizar a las mujeres embarazadas diagnosticadas con sífilis, analizar los factores
asociados con la sífilis en mujeres embarazadas y presentar acciones de lactancia a las mujeres embarazadas
diagnosticadas con sífilis durante la atención prenatal. Esta es una revisión integradora de la literatura, se utilizaron
tres bases de datos electrónicas: Literatura Latinoamericana y del Caribe en Ciencias de la Salud (LILACS), Base de
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Datos de Enfermería (BDENF) y Sistema de Análisis y Recuperación de Literatura Médica en Línea (MEDLINE),
utilizando la siguiente pregunta de investigación: ¿Cuáles son las implicaciones de la sífilis en mujeres embarazadas
con bajo nivel socioeconómico?. Los estudios analizados revelan que las principales dificultades en cuanto a los
tratamientos y la reducción de la transmisión vertical de la sífilis están relacionadas con cuestiones socioeconómicas,
de infraestructura, además de la falta de conocimiento por parte de los profesionales de la salud. Esta alta tasa de
afectación por sífilis congénita tiene varias implicaciones como enfermedad de la mujer, malformación del feto,
aborto o muerte del bebé o cuando nacen se presentan muy enfermos. Luego se recomienda una atención prenatal
especializada.
Palabras clave: Sífilis; Sífilis congénita; Embarazo; Factores socioeconómicos.
1. Introdução
As Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST’s, são ocasionadas por bactérias, vírus, protozoários e fungos, podem
ser transmitidas principalmente no contato sexual por meio das vias oral, anal, genital e vertical (Domingues et al., 2021).
Dentre as IST’s uma das que mais se destaca nas gestantes é a sífilis, o Ministério da Saúde explica que é uma doença crônica,
contagiosa, causada pela bactéria Treponema pallidum, subespécie pallidum, que pode ser transmitida sexualmente ou de
maneira vertical durante a gravidez, parto e nascimento (Brasil, 2019).
É considerada um grave problema de saúde pública em especial nos países em desenvolvimento, em virtude do
aumento significativo no número de casos e das implicações na vida do indivíduo (Ricci et al., 2019). As estimativas apontam
que em todo o mundo, existe aproximadamente um milhão das gestantes com sífilis, cerca de 1/3 delas tem complicações
causadas pela sífilis, sendo uma taxa de transmissão vertical de 70 a 100% de sífilis primaria e secundaria não tratada, e de
30% de sífilis terciária, no Brasil a sífilis é uma doença de notificação compulsória rastreada na Atenção Primária à Saúde
(APS) por meio da realização do teste treponêmico (teste rápido) e não treponêmico (VDRL) durante o pré-natal (Nascimento,
2018).
Uma das grandes preocupações da sífilis na gestação é que mais da metade de todos os casos podem levar a
complicações, incluindo aborto, perda fetal, morte neonatal, baixo peso ao nascer, bem como complicações precoces e tardias
em nascidos vivos, em crianças que adquirem sífilis congênita as manifestações clínicas aparecem até os dois anos de idade,
geralmente no período neonatal (Andrade et al., 2018). Esse agravo apresenta uma variedade de manifestações clínicas e vários
estágios de desenvolvimento (primário, secundário, latente e terciária), cada um com seu próprio conjunto de atividades
clínicas, imunológicas e histopatológicas. (Simioni et al., 2017).
Ricci et al (2019), explica que o aumento na incidência dos casos de sífilis na mulher gestante reflete a baixa
qualidade dos serviços de saúde responsáveis pela prevenção e tratamento dessas infecções. Deste modo destaca-se a
importância da assistência ao pré-natal de qualidade, aconselhamento, das atividades em educação sexual e reprodutiva,
utilização e disponibilização dos métodos contraceptivos de barreiras (de Lima et al., 2020).
Já que se trata de assunto que é recorrente, mas que precisa de atualizações para que assim seja sanada as dúvidas não
só dos acadêmicos, mas também da população como um todo. Tem como objetivo conhecer as principais implicações da sífilis
em gestantes com baixo nível socioeconômico, caracterizar as gestantes diagnosticadas com sífilis, analisar os fatores
associados a sífilis em gestantes e apresentar ações de enfermagem a gestantes diagnosticadas com sífilis durante o pré-natal.
2. Metodologia
Trata-se de uma revisão integrativa de literatura. De acordo com Souza; Silva; Carvalho, (2010) neste tipo de estudo a
coleta de dados é realizada a partir de fontes coletadas por meio de levantamento bibliográfico, com inclusão de estudos
experimentais e não experimentais, a fim de reunir informações que irão contribuir para a elaboração do estudo.
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A pesquisa de revisão seguiu as seis etapas conforme descrito por Souza; Silva; Carvalho (2010), sendo 1- Elaboração
da pergunta norteadora; 2- Coleta de dados; 3- Analise crítica dos estudos incluídos; 5- Discussão dos resultados e 6-
apresentação da revisão integrativa. A fim de responder à pergunta da pesquisa; quais as implicações da sífilis em gestantes
com baixo nível socioeconômico? Utilizar-se-á como estratégia TQO, onde “T”, corresponde ao “tema” a ser pesquisado
(Implicações da sífilis), o “Q”, o “qualificador” (baixo nível socioeconômico); e o “O”, corresponde o “objeto” (gestantes).
A busca dos estudos foi realizada nas bases de dados da Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da
Saúde (LILACS), Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
(MEDLINE), utilizando os Decs/MeSH, bem como os conectores booleanos AND e OR. Foram incluídos na revisão de
pesquisas, artigos completos, publicados nos idiomas português, inglês e que responderam à pergunta da pesquisa; e excluídos
artigos: teses, dissertações, monografia, editoriais, manuais, artigos duplicados. No quadro 1, tem-se a estratégia de busca dos
artigos desta revisão integrativa.
Quadro 1: Estratégia de busca dos artigos desta revisão integrativa.
Objetivo/
Problema
Quais as implicações da sífilis em gestantes com baixo nível socioeconômico?
T
Q
O
Extração
Implicações da sífilis
Baixo nível socioeconômico
Gestantes
Conversão
Syphilis
Socioeconomic Factors
Pregnancy
Combinação
Sífilis
Sífilis
Sífilis Congênita
Fatores Socioeconômicos
Factores Socioeconómicos
Planejamento Socioeconômico
Classe Social
Gravidez
Embarazo
Construção
(syphilis) OR (sífilis) OR
(sífilis) OR (sífilis
congênita)
(socioeconomic factors) OR (fatores
socioeconômicos) OR (factores
socioeconómicos) OR (planejamento
socioeconômico) OR (classe social)
(Pregnancy) OR
(Gravidez) OR
(Embarazo)
Uso
Medline
((syphilis) OR (sífilis) OR (sífilis) OR (sífilis congênita)) AND ((socioeconomic factors) OR
(fatores socioeconômicos) OR (factores socioeconómicos) OR (planejamento
socioeconômico) OR (classe social)) AND ((pregnancy) OR (gravidez) OR (embarazo))
Fonte: Autores (2022).
A princípio foram resgatados 1318 estudos, que foram identificados nas bases de dados da Medline (1222 artigos),
Lilacs (96 artigos) e BDenf (13 artigos). Desses artigos foram excluídos 127 que não respondia à questão norteadora do estudo
e mais 36 artigos utilizando os critérios de exclusão: teses, dissertações, monografia, editoriais, manuais e artigos duplicados
ficando então 14 artigos incluso no estudo para a análise final, posteriormente a uma primeira leitura, os artigos foram lidos
novamente objetivando a analisá-los sob a ótica da questão norteadora, conforme descrito no fluxograma da Figura 1.
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Figura 1 - Fluxograma PRISMA representativo do processo de revisão de literatura. Teresina– PI, 2022.
Fonte: Dados da pesquisa (2022).
3. Resultados
No Quadro 2, tem-se a descrição dos estudos resgatados de acordo com o código de identificação dos estudos, nome
dos autores, ano de publicação, título, objetivo e nível de evidência cientifica.
Quadro 2 - Descrição dos títulos dos artigos, ano de publicação, objetivo e nível de evidencia cientifica, Teresina- PI, 2022.
Cd
Autor e Ano
Título
Objetivo
Nível de
evidência
científica
E1
Wagman et al.,
2022
Understanding perinatal patient's
health preferences and patient-
provider relationships to prevent
congenital syphilis in California
and Louisiana
Examinar as preferências de saúde
do paciente perinatal e as percepções
das relações paciente-provedor no
ambiente da clínica de pré-natal.
IV
E2
Ramos et al.,
2021
Incidence of congenital syphilis
according to inequalities and living
conditions in the city of Recife,
Pernambuco, Brazil
Analisar a variação das taxas de
incidência de sífilis congênita
segundo a distribuição espacial do
Índice de (ICV) em Recife-PE.
IV
E3
Nascimento,
2020
Congenital syphilis in the Paraíba
valley using a spatial approach.
To compare spatial patterns of
congenital syphilis (CS) with those
of socioeconomic and medical
variables in Paraíba Valley, São
Paulo, between 2012 and 2016.
III
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5
E4
Benzaken et al.,
2019
Adequacy of prenatal care,
diagnosis and treatment of syphilis
in pregnancy: a study with open
data from Brazilian state capitals
Avaliar a adequação do pré-natal
oferecido nas capitais brasileiras e o
diagnóstico da sífilis gestacional por
meio de dados públicos dos SIS.
IV
E5
Favero et al.,
2019
Sífilis congênita e gestacional:
notificação e assistência pré-natal
Traçar o perfil epidemiológico dos
casos notificados de sífilis congênita
e sífilis gestacional e verificar
possíveis relações entre fatores
sociodemográficos e clínicos
associados a sífilis congênita.
V
E6
Felipe et al.,
2019
Puérperas de sífilis congênita de
uma maternidade de Cabo Frio-RJ:
levantamento do perfil
epidemiológico
Identificar o perfil epidemiológico de
puérperas de sífilis congênita
internadas em uma maternidade do
município de Cabo Frio-RJ.
III
E7
Bezerra et al.,
2019
Congenital Syphilis as a Measure of
Maternal and Child Healthcare,
Brazil.
Avaliar a sífilis congênita como
preditor da qualidade da atenção
básica materno-infantil no Brasil
durante 2010-2015
III
E8
Domingues e
Leal, 2016
Incidência de sífilis congênita e
fatores associados à transmissão
vertical da sífilis: dados do estudo
Nascer no Brasil
Estimar a incidência de sífilis
congênita ao nascimento e verificar
os fatores associados à transmissão
vertical.
IV
E9
Domingues et
al., 2014
Prevalence of syphilis in pregnancy
and prenatal syphilis testing in
Brazil: Birth in Brazil study
Determinar a taxa de cobertura do
teste de sífilis durante o pré-natal e a
prevalência de sífilis em gestantes no
Brasil.
IV
E10
Oliveira et al.,
2014
Evaluation of preventative and
control measures for congenital
syphilis in State of Mato Grosso
Avaliar as medidas voltadas à
prevenção e controle da sífilis no
MG.
V
E11
Cruz et al., 2013
Gestational and congenital syphilis
epidemic in the Colombian Pacific
Coast.
Realizar uma análise retrospectiva do
prontuário eletrônico de todos os
bebês admitidos com SC durante os
primeiros 7 meses de 2011 no
Hospital Departamental de
Buenaventura, o principal hospital de
parto da cidade.
IV
E12
Fonseca et al.,
2013
Incidence of congenital syphilis in a
metropolitan region of Rio de
Janeiro state: social inequalities
Descrever a ocorrência de sífilis
congênita em um hospital de
referência da Região Metropolitana
do Estado do Rio de Janeiro,
segundo variáveis socioeconômicas e
clínico-laboratoriais.
V
E13
Araújo et al.,
2012
Incidência da sífilis congênita no
Brasil e sua relação com a
Estratégia Saúde da Família
Estimar a incidência da sífilis
congênita e identificar sua relação
com a cobertura da Estratégia Saúde
da Família.
III
E14
Rodrigues et al.,
2008
Missed opportunities for congenital
syphilis and HIV perinatal
transmission prevention.
Estimar a prevalência de
oportunidades perdidas de prevenção
de sífilis congênita e HIV em
gestantes que tiveram acesso ao pré-
natal e avaliar fatores associados à
não testagem dessas infecções.
V
Fonte: Autores (2022).
No Gráfico 1, tem as características das gestantes diagnosticas com sífilis. Percebe-se que teve uma maior ocorrência
dentre os artigos de não realizam o tratamento inadequado e de seus parceiros.
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Gráfico 1 - Características das gestantes diagnosticadas com sífilis. Teresina- PI, 2022.
Fonte: Autores (2022).
De acordo com o Gráfico 1 acima podemos observar que a maior incidência com 19% dos artigos (não realizam o
tratamento inadequado e de seus parceiros), logo depois temos com 14% (iniciam tardiamente o pré-natal e não realizam o pré-
natal de maneira adequada), com 9% temos (baixa escolaridade) e com 5% temos (interação limitada com os pais, menor
realização de exames sorológicos, negras, jovens de idade entre 20 a 30 anos, apresentam maior vulnerabilidade, baixa
condição de vida, residem em bairros com precárias condições de vida, desigualdades no acesso aos serviços de saúde, não
aderem ao tratamento.
No Quadro 3, tem-se os fatores associados a sífilis em gestantes. Percebe-se que o maior índice entre os artigos são as
falhas na assistência pré-natal, bem como o tratamento inadequado das gestantes e seus parceiros.
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Quadro 3 - Fatores associados a sífilis em gestantes. Teresina- PI, 2022.
Código
Fatores associados a sífilis em gestantes
E1
Atraso no inicio do pré-natal
E1;
Atraso na triagem e/ou tratamento das IST.
E2
Necessidade de intervenções de saúde pública voltadas à prevenção da transmissão
vertical da sífilis
E3; E4; E8 E10; E11
Falhas na assistência pré-natal
E6
Falha na detecção da sífilis na gestação
E3
Falhas no acompanhamento dos filhos de gestantes com sífilis
E3; E6 E11
Tratamento inadequado das gestantes
E3; E10; E10
Tratamento inadequado de seus parceiros
E10
Falta de tratamento dos parceiros
Necessidade de abordagem mais próxima dessa população
E5
Falta de notificação dos casos de sífilis congênita.
E9
Baixa taxa de cobertura dos teste sorológico
E10
Falta de informação sobre o resultado dos testes treponêmico no parto
E13
Baixa efetividade das ações para a prevenção da sífilis congênita.
E14
Não solicitação do exame na primeira consulta de pré-natal
Fonte: Autores (2022).
As principais implicações da sífilis em gestantes com baixo nível socioeconômico encontram-se descritas no Gráfico
2 e podemos observar que a mortalidade fetal apresenta a maior quantidade entre os artigos.
Gráfico 2 – Implicações da sífilis em gestantes com baixo nível socioeconômico, Teresina- PI, 2022.
012345678
ABORTAMENTO ESPONTÂNEO
PREMATURIDADE
MORTALIDADE FETAL
MAIOR NÚMERO DE INTERNAÇÕES
DA CRIANÇA
GESTAÇÕES ECTÓPICAS
QUANTIDADE DE ARTIGOS
Fonte: Autores (2022).
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Observa-se que as maiores implicações em gestante ocasionadas pela sífilis são a mortalidade fetal demonstrada em 7
artigos, seguida de abortamento espontâneo com 5 artigos, maior número de internações da criança e prematuridade com 2
artigos e por fim gestação ectópicas com 1 artigo evidenciado.
No Quadro 4, a seguir, tem-se as descrições das ações de enfermagem para gestantes diagnosticadas com sífilis durante o
pré-natal.
Quadro 4 – Ações de enfermagem para gestantes diagnosticadas com sífilis durante o pré-natal, Teresina- PI, 2022.
Código
Ações de enfermagem para gestantes diagnosticadas com sífilis durante o pré-natal.
E1
▪ Oferecer tratamento diferenciado
▪ Entender como as questões culturais influenciam na compreensão das causas da doença, como
estas são curadas e quem deve estar envolvido no processo de diagnóstico e tratamento.
E2
▪ Solicitar os exames laboratoriais de rotina no pré-natal e destacar para a gestante/parceiro a
importância dos mesmos
▪ Orientar quanto a importância das consultas de pré-natal e os procedimentos de rotina
▪ Enfatizar a importância do uso dos métodos de barreira para prevenção das ISTs, em especial a
sifilis.
E3
▪ Incentivar a gestante a realizar as consultas de pré-natal, bem como o teste rapidos para sifilis
▪ Compreender as dificuldades de locomoção da gestante
E4
▪ Monitorar contínuamente o resultado dos exames sorologicos
▪ Desenvolver estratégias para eliminar a sífilis congênita.
E5
▪ Desenvolver estratégias para eliminar a sífilis congênita
▪ Realizar diagnóstico e tratamento precoce da sifilis
▪ Desenvolver ações para prevenção de sífilis entre homens e mulheres em idade reprodutiva.
▪ Oferecer assistência pré-natal de qualidade, incluindo o rastreio da sífilis e o tratamento
adequado durante a gravidez.
E6
▪ Realizar diagnóstico precoce e tratamento imediato da a gestante e seu parceiro a fim de diminuir
ou evitar reinfecção.
E7
▪ Realizar o diagnóstico precoce da sífilis em gestantes
▪ Fortalecer o manejo do tratamento com penicilina G benzatina para prevenir a sífilis congênita.
E8
▪ Preencher o cartão da gestante em todas as consultas de pré-natal e o prontuário eletrônico.
▪ Registrar no cartão os resultados positivos para sífilis
▪ Registrar o diagnóstico de sífilis congênita no prontuário do recém-nato.
E9
▪ Registrar no cartão de pré-natal, o resultado dos exames para sífilis, independentemente da
titulação
▪ Registra o diagnóstico de sífilis congênita no prontuário do recém-nato.
E10
▪ Realizar cursos de atualização voltados para a assistencia pré-natal;
▪ Realizar medidas para a prevenção da transmissão vertical da sífilis e promoção da saúde
▪ Desenvolver atividades de prevenção das ISTs
E11
▪ Supervisionar o tratamento da gestante diagnostica com sifilis e certificar-se da administração
correta da dose da penicilina G benzatina Documentar claramente o tratamento no prontuário da
gestante
E12
▪ Desenvolver estrategias par evitar os erros no diagnóstico da sifilis
E13
▪ Certificar-se da administração correta da dose da penicilina G benzatina nas gestantes e em seu
parceiro
E14
▪ Fazer o teste treponêmicos e não treponêmicos nas gestantes e de anti-HIV, realizer o tratamento
com penicilina, verificar a titulação do VDRL.
Fonte: Autores (2022).
4. Discussão
Enquanto Wagman et al. (2022) demonstrou que determinantes específicos do local da infecção da sífilis surgiram,
porem os participantes de ambos os locais sentiram que os esforços de prevenção da SC devem ser priorizados entre jovens,
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populações minoritárias raciais/étnicas, pessoas com limitações socioeconômicas e pessoas com outras condições de saúde
comuns. Embora os pacientes perinatais tenham expressado claras preferências de saúde, eles relataram recebimento
inconsistente de cuidados respeitosos e centrados no paciente. As inconsistências estavam relacionadas com a competência
étnica e cultural limitada entre os provedores e as atitudes implícitas e negativas em relação aos pacientes que usam
substâncias, vivem na rua ou se envolvem em trabalho sexual. Os provedores claramente visavam oferecer cuidados pré-natais
de alta qualidade. No entanto, alguns fatores de nível clínico e de sistemas de saúde foram pensados para reduzir as relações
paciente-provedor positivas e comunicativas, contribuindo para lacunas no uso de cuidados pré-natais e testes e tratamento da
sífilis.
Já Ramos et al. (2022) mostrou que a taxa média de incidência da doença foi de 6,8 casos por mil nascidos vivos.
Houve maior incidência nos estratos de muito baixa e baixa condição de vida, bem como nos Distritos que apresentavam más
condições sanitárias e baixa escolaridade do chefe da família (Distrito VII), maior proporção de analfabetismo entre 10 e 14
anos (Distrito II) e baixa renda do chefe da família (Distritos I, II e VII). Nascimento (2020) avaliou 144.613 nascimentos e
870 casos de SC (6,04/1000 nascidos vivos) no período do estudo. O valor médio das taxas de SC por município foi de
4,0±4,1, (0,0-17,6/1000 nascidos vivos). Maiores taxas de cesárea ocorreram em municípios do Alto Vale do Paraíba,
contrariando as proporções de pediatras que estavam no extremo leste da região. Os mapas temáticos das variáveis
apresentaram aspecto de mosaico, que caracterizou a distribuição aleatória das variáveis. O IM não foi significativo. Não foi
encontrada correlação significativa entre as variáveis. O BoxMap identificou oito municípios com altas taxas de SC.
Benzaken et al. (2019) analisou 685.286 nascimentos. Apenas 2,3% das mulheres não compareceram às consultas de
pré-natal. A adequação média foi de 79,7%. Não foi encontrada correlação entre adequação do pré-natal e cobertura da ESF (p
= 0,172), mas foi encontrada correlação positiva com o IDHM (p < 0,001). A inadequação do pré-natal esteve associada à
idade inferior a 20 anos, escolaridade inferior a 4 anos, cor da pele não branca e não possuir companheiro. Entre os casos de
sífilis congênita, 17,2% das mães não realizaram o pré-natal. A sífilis gestacional acometeu mais mulheres vulneráveis,
incluindo maior proporção de adolescentes, mulheres com baixa escolaridade e mulheres de cor não branca. O PMAQ-AB
mostrou disponibilidade mediana de 27,3% para testes rápidos de sífilis, 67,7% para penicilina benzatina e 86,7% para
administração de penicilina benzatina pelas equipes de saúde.
Favero et al. (2019) relatou 120 casos de sífilis gestacional e 103 casos de sífilis congênita. Destes, houve uma moda
crescente na incidência a partir de 2012, com um aumento de 200% nas notificações de 2014 a 2015. Os casos de foram mais
generalizados em mães com idade variando de 20 a 30 anos históricos (50,49%) e com baixa formação (86,41% cursaram até
oito anos de estudo). Certa vez, verificou-se que 94,17% dos jovens que foram declarados com nasceram de mães que
realizaram o pré-natal. No entanto, as mães foram atendidas apenas em 42,72% dos casos. A avaliação confirmou que 61% das
crianças de mães notificadas com sífilis gestacional não foram mais notificadas com sífilis congênita. Uma incidência
excessiva de casos já foi descoberta na cidade de Maringá. Os elementos relacionados à sífilis congênita apontaram falhas no
pré-natal, em especial na cura inadequada da gestante e de seus parceiros. Assim, é fundamental reorientar as técnicas a fim de
diminuir a incidência dessa morbidade.
Enquanto Felipe et al. (2019) avaliou 24 puérperas com sífilis congênita. A maioria dos entrevistados tem entre 18 e
24 anos (66,7%), possui ensino médio completo (54,2%), são solteiros (75%), se declaram negros (54,2%) e possuem renda de
um salário mínimo (45,8%). A maioria não tem parceiro fixo (66,7%) e não usa preservativo (50%) nas relações sexuais. O
maior número relatou ter feito pré-natal (75%), com diagnóstico de sífilis entre 3 e 6 meses de gestação (54,2%). Em sua
maioria o companheiro não recebeu tratamento (62,5%) e não houve orientação de enfermagem no pré-natal (62,5%). A
redução da sífilis na gravidez e consequentemente da sífilis congênita está relacionada ao atendimento prioritário e adequado
na rede básica de saúde.
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Já Bezerra et al. (2019) investigaram as taxas de casos e correlações com indicadores epidemiológicos e
socioeconômicos. Observaram taxas crescentes de incidência de sífilis congênita e taxas crescentes de mortalidade perinatal e
infantil associada à sífilis em todas as regiões. As taxas de casos foram maiores nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, e as taxas
de mortalidade infantil por sífilis congênita foram maiores nas regiões Nordeste e Sudeste. Observamos correlações entre as
taxas de sífilis congênita e mortalidade infantil, aborto espontâneo (aborto) e taxas de natimortos. Também observamos
correlações entre as taxas de natimortos por sífilis e o pré-natal inadequado.
Domingues e Leal (2016) demonstrou que a incidência estimada de sífilis congênita foi de 3,51 por 1.000 nascidos
vivos (IC95%: 2,29-5,37) e a taxa de transmissão vertical foi de 34,3% (IC95%: 24,7-45,4). A sífilis congênita foi associada à
menor escolaridade materna, cor da pele negra, maior índice de fatores de risco para prematuridade, início tardio do pré-natal,
menor número de consultas pré-natais e menor índice de sorologia pré-natal. A mortalidade fetal foi seis vezes maior na sífilis
congênita, e os recém-nascidos com sífilis congênita apresentaram maiores taxas de internação hospitalar. A sífilis congênita é
um problema de saúde pública persistente no Brasil e está associada a maior vulnerabilidade social e lacunas na assistência
pré-natal.
Domingues et al. (2014) demonstrou que o pré-natal abrangeu 98,7% das puérperas. A taxa de cobertura do teste de
sífilis foi de 89,1% (um teste) e 41,2% (dois testes), e a prevalência de sífilis na gravidez foi de 1,02% (IC95% 0,84;1,25). A
menor taxa de cobertura do pré-natal foi observada entre as mulheres da região Norte, as indígenas, as com menor escolaridade
e as que realizaram o pré-natal em unidades públicas de saúde. Uma menor taxa de cobertura de testagem foi observada entre
residentes nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, entre mulheres mais jovens e de cor da pele não branca, entre aquelas
com menor escolaridade e aquelas que realizaram pré-natal em unidades públicas de saúde. Maior prevalência de sífilis foi
observada entre as mulheres com < 8 anos de escolaridade (1,74%), que se autodeclararam pretas (1,8%) ou pardas (1,2%),
aquelas que não fizeram pré-natal (2,5%) e os que frequentam unidades de saúde públicas (1,37%) ou mistas (0,93%).
Oliveira et al. (2014) mostra que entre 2001 e 2006 no Mato Grosso, 86,8% das mães que tiveram nascidos vivos com
sífilis congênita fizeram pré-natal, 90,6% apresentaram teste reagente não treponêmico no parto, 96,2% não tiveram
informação sobre teste confirmatório treponêmico no parto e 77,6% recebeu tratamento inadequado para sífilis; além disso,
75,8% de seus parceiros não foram tratados. Houve redução estatisticamente significativa das consultas de pré-natal (p =
0,004) e aumento da proporção de mães reativas aos testes não treponêmicos no parto (p = 0,031) entre os dois períodos.
Nenhuma outra variável apresentou diferenças significativas entre os períodos. Em Cuiabá, observamos distribuição
semelhante de variáveis. No estado e na capital, a tendência de aumento da sífilis congênita não foi estatisticamente
significativa. A alta incidência de sífilis congênita em Mato Grosso e os baixos níveis de indicadores de atenção à saúde de
gestantes com sífilis sugerem a necessidade de melhorar a cobertura e a qualidade do pré-natal.
Cruz et al. (2013) avaliou um total de 89 lactentes que preencheram a definição de caso para SC. A maioria das mães
(80%) era filiada a planos de saúde regulamentados ou privados. Enquanto 64 (70%) de 92 compareceram a pelo menos 1
consulta pré-natal e 59 dessas 64 (84%) foram rastreadas para sífilis, apenas 5 (8%) de 59 receberam antibioticoterapia
adequada. Embora a maioria das crianças fosse assintomática ao nascimento, a prematuridade (15/82) era comum. Dois bebês
morreram no período neonatal e 5 gestações terminaram em natimortos. Nossos achados confirmam que Buenaventura tem
uma incidência muito alta de SC e demonstram que os programas de sífilis gestacional de cuidados pré-natais existentes são
falhos. As estratégias de prevenção devem enfatizar a triagem precoce da sífilis na gravidez, de preferência por meio da
implementação de testes no local de atendimento na comunidade e tratamento no mesmo dia com pelo menos 1 dose de
penicilina.
Fonseca et al. (2013) avaliou 666 mulheres elegíveis, compreendendo 576 partos – 558 nascidos vivos e 18
natimortos. Foram identificados 22 casos de SC: 18 nascidos vivos, três óbitos fetais e 1 aborto. Um dos neonatos morreu no
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terceiro dia de vida. A incidência de SC foi de 39,4/1.000 nascidos vivos. Variáveis socioeconômicas – baixa escolaridade,
baixa renda e pele negra – estiveram relacionadas a uma maior incidência. Apenas 13 dos 22 casos foram identificados no pré-
natal. Como o pré-natal também está relacionado a variáveis socioeconômicas, os investimentos na qualidade da assistência
materna devem ser direcionados às mulheres mais vulneráveis.
Araújo et al. (2012) demonstrou que há uma tendência de ampliação das notificações de sífilis congênita no Brasil,
com desigualdades sociais na distribuição dos casos. Há uma má associação entre a incidência de sífilis congênita em
municípios com cobertura excessiva de Saúde da Família; no entanto, após o controle das covariáveis, esse impacto pode ser
atribuído adicionalmente ao seguro pré-natal e às características demográficas dos municípios em que essa Estratégia foi
excepcionalmente implementada. Apesar da extensão da cobertura do pré-natal, ainda há baixa efetividade dessas medidas para
a prevenção da sífilis congênita. Já não se reconhecia maior afiliação entre o pré-natal realizado por meio dos grupos da
Estratégia Saúde da Família e a manipulação da sífilis congênita do que a afiliação determinada nas condições em que o pré-
natal é realizado por meio de diferentes modelos de atenção.
Enquanto Rodrigues et al. (2008) avaliou que a prevalência de perda de oportunidade de prevenção para sífilis ou
anti-HIV foi de 41,2% e 56,0%, respectivamente. A análise multivariada mostrou que raça/cor da pele (não branca),
escolaridade (<8 anos), estado civil (solteiro), renda (<3 salários mínimos mensais), ter relações sexuais durante a gravidez,
história de sífilis anterior à gravidez atual, número de consultas de pré-natal (<6) e última consulta de pré-natal antes do
terceiro trimestre de gestação foram associados a um risco aumentado de perda de oportunidade de prevenção. Encontrou-se
associação negativa com perda de oportunidade de prevenção entre estado civil (solteira), local de pré-natal (hospital) e
primeira consulta de pré-natal no terceiro trimestre de gestação. Altas taxas de mulheres não testadas indicam falhas nas ações
de prevenção e controle da infecção pelo HIV e da sífilis congênita. As gestantes estão descontinuando o pré-natal
precocemente e deixando de realizar a triagem pré-natal para HIV e sífilis.
5. Conclusão
A partir dos resultados encontrados neste estudo, percebeu-se que em relação as características das gestantes
diagnosticadas com sífilis durante o pré-natal, a maioria é jovem, tem baixa escolaridade, baixo nível socioeconômico, não tem
interação com os pais e tem resistência ao tratamento da doença. E em relação aos fatores associados, foi identificado o início
tardio do pré-natal, atraso na triagem, diagnóstico e tratamento, falhas na assistência pré-natal e falta de atividades de educação
em saúde para prevenção da doença.
A respeito das principais implicações da sífilis em gestantes com baixo nível socioeconômico, foram o abortamento
espontâneo, a prematuridade, mortalidade neonatal, maior numero de internação e gestação ectópica. Caracterizar as gestantes
diagnosticadas com sífilis, analisar os fatores associados a sífilis em gestantes e apresentar ações de enfermagem a gestantes
diagnosticadas com sífilis durante o pré-natal. Destaca-se a importância de pesquisas de campo no sentido de compreender
melhor o universo feminino da gestante, contexto familiar e relação com parcerias, bem como a realização de intervenções de
educação em saúde e para melhoria da qualidade da assistência pré-natal.
Tais implicações poderiam ser evitados considerando que oportunidades precoces de diagnóstico e tratamento da
gestante foram perdidas durante a assistência pré-natal. Dessa forma, por meio desses estudos, determina-se quais questões
requerem atenção para serem resolvidas. Aconselha-se o desenvolvimento de estudos que demonstrem a relação entre as
variáveis que vão desde o diagnóstico até o manejo da sífilis gestacional. Deixando então claro que existem limitações para
estudos nacionais sobre esta questão.
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