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FLORÍSTICA DE ASTERACEAE NO PARQUE ESTADUAL DE ITAPEVA, TORRES, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL

Authors:

Abstract

The coastal landforms of Rio Grande do Sul originated very recently, and cover a wide range of distinct physiognomies which house a unique biodiversity, which is increasingly threatened. In this way, the Itapeva State Park is fundamental in the protection of the physiognomies and species characteristic of the coast. Considering that Asteraceae is the richest family in species number occurring in Rio Grande do Sul and one of the defining components of grasslands, this study aimed to produce a floristic list of the species of Asteraceae found in Itapeva State Park. This is the first study focused on listing solely species of Asteraceae conducted in the Park. Through field expeditions, use of the management plan and revisions of herbaria collections, we listed a total of 154 species, which include threatened species of genera Baccharis, Mikania, Noticastrum and Porophyllum, as well as 36 new occurrences to the Park. Differences between the species lists obtained through the different methods are attributed to the dynamics of the coastal landforms and the impact caused by tourism. Our results reaffirm the importance of floristic studies and of Asteraceae to the flora of Rio Grande do Sul. RESUMO As formações litorâneas do Rio Grande do Sul, de origem muito recente, abrangem uma ampla gama de fisionomias distintas e abrigam uma biodiversidade única e cada vez mais ameaçada. Neste sentido, o Parque Estadual de Itapeva é instrumental na proteção das fisionomias e espécies típicas do litoral. Sendo Asteraceae a família mais rica em espécies no estado e um importante componente das fisionomias campestres, este estudo objetivou produzir uma lista florística das espécies da família ocorrentes no PE de Itapeva. Este é o primeiro estudo realizado no local focado em listar apenas espécies de Asteraceae. Através de expedições a campo, consulta ao plano de manejo e a coleções de herbários, foi registrado um total de 154 espécies, incluindo espécies ameaçadas de Baccharis, Mikania, Noticastrum e Porophyllum e 36 novas ocorrências para o parque. Discrepâncias entre as listas obtidas através dos diferentes meios são atribuídas principalmente à dinâmica dos ambientes costeiros e ao impacto causado pelo turismo. Os resultados obtidos reiteram a importância da realização de estudos florísticos e da família Asteraceae para a flora do estado. Palavras-chave: Compositae, levantamento de espécies, região litorânea
PESQUISAS, BOTÂNICA. ISSN-2525-7412
FLORÍSTICA DE ASTERACEAE NO PARQUE ESTADUAL DE ITAPEVA,
TORRES, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL
Marina Fülber1,2
Vinni Lima Puccinelli Fernandes1
Anderson Luiz Christ1
Mara Rejane Ritter1
Recebido 23.06.2021; Aceito 24.08.2021
ABSTRACT
The coastal landforms of Rio Grande do Sul originated very recently, and cover a wide range of
distinct physiognomies which house a unique biodiversity, which is increasingly threatened. In this
way, the Itapeva State Park is fundamental in the protection of the physiognomies and species
characteristic of the coast. Considering that Asteraceae is the richest family in species number
occurring in Rio Grande do Sul and one of the defining components of grasslands, this study
aimed to produce a floristic list of the species of Asteraceae found in Itapeva State Park. This is
the first study focused on listing solely species of Asteraceae conducted in the Park. Through field
expeditions, use of the management plan and revisions of herbaria collections, we listed a total of
154 species, which include threatened species of genera Baccharis, Mikania, Noticastrum and
Porophyllum, as well as 36 new occurrences to the Park. Differences between the species lists
obtained through the different methods are attributed to the dynamics of the coastal landforms and
the impact caused by tourism. Our results reaffirm the importance of floristic studies and of
Asteraceae to the flora of Rio Grande do Sul.
Key-words: Compositae, species survey, coastal region
RESUMO
As formações litorâneas do Rio Grande do Sul, de origem muito recente, abrangem uma ampla
gama de fisionomias distintas e abrigam uma biodiversidade única e cada vez mais ameaçada.
Neste sentido, o Parque Estadual de Itapeva é instrumental na proteção das fisionomias e
espécies típicas do litoral. Sendo Asteraceae a família mais rica em espécies no estado e um
importante componente das fisionomias campestres, este estudo objetivou produzir uma lista
florística das espécies da família ocorrentes no PE de Itapeva. Este é o primeiro estudo realizado
no local focado em listar apenas espécies de Asteraceae. Através de expedições a campo,
consulta ao plano de manejo e a coleções de herbários, foi registrado um total de 154 espécies,
incluindo espécies ameaçadas de Baccharis, Mikania, Noticastrum e Porophyllum e 36 novas
ocorrências para o parque. Discrepâncias entre as listas obtidas através dos diferentes meios são
atribuídas principalmente à dinâmica dos ambientes costeiros e ao impacto causado pelo turismo.
Os resultados obtidos reiteram a importância da realização de estudos florísticos e da família
Asteraceae para a flora do estado.
Palavras-chave: Compositae, levantamento de espécies, região litorânea
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Biociências, Departamento de Botânica. Labora-
tório de Taxonomia de Angiospermas. Av. Bento Gonçalves, 9500, Setor 4, prédio 43432, sala 211.
Agronomia CEP 91540-000 Porto Alegre, RS, Brasil.
2 Autor correspondente: marinafbr@gmail.com
PESQUISAS, BOTÂNICA Nº 76: 75-98 - São Leopoldo: Instituto Anchietano de Pesquisas, 2022.
http://www.anchietano.unisinos.br/publicacoes/botanica/botanica.htm
76 Marina Fülber, Vinni L. P. Fernandes, Anderson L. Christ & Mara R. Ritter
INTRODUÇÃO
A planície costeira do Rio Grande do Sul distribui-se ao longo de todos os ca. 600
km de faixa litorânea do estado (Boldrini, Trevisan & Schneider, 2008). O litoral é uma
formação muito recente, de origem Quaternária, quando o oceano tocava as montanhas
graníticas e ao longo do tempo ocorreu a sua regressão, deixando sedimentos que, por
causa da abundância de areias, da direção do vento e da forma da plataforma
continental, formaram a linha da costa como a conhecemos hoje (Rambo, 1994). A região
é caracterizada por uma série de ambientes distribuídos longitudinalmente à costa,
iniciando com a interface em contato com o mar, seguida da planície sedimentar costeira,
o cordão de lagoas litorâneas e então a Serra (Fujimoto et al., 2006). Além da presença
marcante da Floresta Ombrófila Densa no extremo norte, a vegetação desta faixa é
caracterizada principalmente pela presença de Áreas de Formações Pioneiras, as quais
se constituem de áreas de ocupação vegetal recente, condicionadas, em grande parte,
por fatores edáficos (Silva Filho et al., 2012). Estes ecossistemas litorâneos encontram-
se ameaçados sobretudo pela expansão urbana, pela silvicultura, pela introdução de
espécies invasoras e pela conversão de formações naturais em orizicultura (Boldrini,
Trevisan & Schneider, 2008). Neste contexto, unidades de conservação possuem um
valor ímpar para a conservação da flora local.
O Parque Estadual de Itapeva, fundado em 2002 no município de Torres, abrange
formações pioneiras de dunas, campos secos e úmidos, áreas de restinga, turfeiras e
áreas de Mata Paludosa, constituindo assim um dos últimos remanescentes preservados
da paisagem característica da planície costeira do Rio Grande do Sul (SEMA, 2006).
Devido à sua localização e abrangência de uma ampla gama de fisionomias distintas, o
Parque Estadual de Itapeva tem sido instrumental no desenvolvimento de estudos
envolvendo o levantamento e descrição da biodiversidade costeira do Rio Grande do Sul,
como pode ser evidenciado através de estudos envolvendo anuros (Colombo et al.,
2008), borboletas (Bellaver et al., 2012) e peixes (Azevedo & Bertaco, 2016) e, para
plantas, as espécies arbustivo-arbóreas (Santos et al., 2012).
Asteraceae é a maior família entre as Eudicotiledôneas, abrangendo ca. de 25.000-
35.000 espécies distribuídas em mais de 1.700 gêneros (Mandel et al., 2019) e
classificadas em 16 subfamílias e 50 tribos (Susanna et al., 2020). A taxonomia da família
tem sido drasticamente alterada nas últimas décadas, com a descrição de numerosas
novas subfamílias e tribos (Panero & Funk, 2008; Panero et al., 2014; Mandel et al.,
2019; Susanna et al., 2020), a recircunscrição de muitos gêneros tradicionalmente
reconhecidos, como Eupatorium L. (King & Robinson, 1987) e Vernonia L. (Robinson,
1999), e a classificação infragenérica como em Baccharis L. (Heiden, Antonelli & Pirani,
2019). No Rio Grande do Sul, Asteraceae está representada por 612 espécies e 147
gêneros (Flora do Brasil 2020, 2021), constituindo a família com maior riqueza específica
no estado e um dos principais componentes das fisionomias campestres (Boldrini,
Overbeck & Trevisan, 2015). Asteraceae vem sendo continuamente estudada neste
estado tanto do ponto de vista taxonômico quanto florístico. Levantamentos florísticos
focados na família incluem Azevêdo-Gonçalves, Schneider & Matzenbacher (2004),
Beretta et al. (2008), Fernandes & Ritter (2009), Fagundes et al. (2015), Christ & Záchia
(2016) e Barão (2016).
Considerando a importância da florística para o conhecimento da diversidade
vegetal e sua implicação na conservação da flora nativa, principalmente tratando-se de
um local de alto impacto antrópico como o litoral norte do Rio Grande do Sul, o objetivo
desse estudo é realizar o levantamento florístico para a família Asteraceae no Parque
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Florística de Asteraceae no Parque Estadual de Itapeva... 77
Estadual de Itapeva, contribuindo para o conhecimento taxonômico da família e da Flora
desta UC, além de fornecer dados atualizados para projetos de pesquisa e conservação
da biodiversidade do litoral e do Estado.
MATERIAL E MÉTODOS
Área de estudo
O Parque Estadual de Itapeva está localizado no município de Torres, litoral norte
do Rio Grande do Sul (Fig. 1). Possui aproximadamente 1000 ha de extensão com uma
zona de amortecimento de 10 km. Está localizado na justaposição das áreas de restinga
e de Mata Atlântica de planície, possuindo diferentes unidades de paisagem como dunas
frontais, dunas interiores fixas e móveis, baixadas úmidas, matas arenosas, campos
rochosos e mata paludosa (SEMA, 2006). O clima se enquadra como subtropical úmido,
com forte influência marítima e também do relevo local, com altitudes de até 938 metros,
possuindo verões e invernos relativamente amenos (Dobrovolski, 2006). A temperatura
média anual para o período entre 1981 e 2010 variou entre a mínima de 16ºC e a máxima
de 23ºC, e a precipitação média por ano para o mesmo período foi de 1507, 1mm
(INMET, 2020).
Levantamento florístico
O levantamento florístico foi realizado ao longo de expedições de coleta em
diferentes estações dos anos de 2014, 2017 e 2018, nas diversas unidades de paisagem
do Parque (Fig. 2). Foram coletados, registrados e georreferenciados exemplares de
todas as espécies da família encontrados na fase reprodutiva nas diferentes áreas do
Parque, através do método de caminhamento (Filgueiras et al., 1994). Os espécimes
foram herborizados no Laboratório de Angiospermas do Departamento de Botânica da
UFRGS, onde foram identificados a partir de literatura especializada, consulta a
especialistas e comparação com exsicatas depositadas no herbário ICN da mesma
universidade, onde estas também foram tombadas. A classificação de subfamílias e
tribos está de acordo com Susanna et al. (2020).
Foi também realizado o levantamento dos espécimes coletados no Parque de
Itapeva e depositados em outros herbários, a partir da busca na plataforma SpeciesLink
(2020). A busca foi realizada delimitando-se a família Asteraceae, a localidade Itapeva e
o estado Rio Grande do Sul. Como o Parque foi criado no ano de 2002, os espécimes
coletados anteriormente a esta data não foram incorporados neste levantamento, uma
vez que não é possível confirmar a localidade de coleta como a área atual do Parque,
com exceção daquelas cujos dados de coleta explicitamente indiquem como localidade
“próximo a Itapeva” ou semelhantes. Além disso, utilizamos o Plano de Manejo do Parque
Estadual de Itapeva, onde consta um levantamento florístico para o local, totalizando três
fontes de dados para o estudo. Os nomes das espécies foram atualizados conforme a
nomenclatura correta nas bases de dados Tropicos (2020) e Flora do Brasil 2020 (2021).
Espécimes identificados apenas até gênero em qualquer uma das fontes de dados
foram desconsiderados da lista final caso fosse confirmada a ocorrência de outros
espécimes do mesmo gênero identificados até o nível específico. Outros dois gêneros
excluídos foram Inulopsis sp., que não ocorre no Rio Grande do Sul (Flora do Brasil 2020,
2021), e Eupatorium sp., gênero desmembrado em diversos outros e que sob este nome
não ocorre no Brasil. Em ambos os casos, não foi possível localizar os materiais
testemunhos para que se pudesse realizar a identificação correta dos espécimes. Além
disso, Taraxacum sp. foi entendida como Taraxacum officinale F.H. Wigg., pois é a única
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78 Marina Fülber, Vinni L. P. Fernandes, Anderson L. Christ & Mara R. Ritter
espécie do gênero que consta na Flora do Brasil 2020 (2021) como ocorrente no Rio
Grande do Sul.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nas excursões a campo, no plano de manejo do Parque e na revisão dos herbários
pela plataforma SpeciesLink foram encontradas 89, 88 e 61 espécies, respectivamente.
Ao todo, 36 espécies coletadas nesse estudo não constavam em herbários ou no plano
de manejo até então, constituindo novas ocorrências para a área. A relação de todos os
táxons encontrados é apresentada na Tabela 1, com as subfamílias e tribos organizadas
em ordem evolutiva segundo a filogenia mais recente para a família (Susanna et al.,
2020) e as espécies em ordem alfabética dentro de cada tribo. Também é apresentado
um resumo das informações de hábitat, obtidas através de observações de campo e
complementadas através da plataforma Flora do Brasil 2020 (2021) quando necessário.
Tabela 1. Lista de espécies de Asteraceae encontradas no Parque Estadual de Itapeva de acordo com os
dados encontrados na plataforma SpeciesLink, no Plano de Manejo da UC e no levantamento do presente
estudo, incluindo hábitat. As espécies estão listadas de acordo com a ordem evolutiva da filogenia para a
família Asteraceae (Susanna et al., 2020). A – ambiente antrópico; C – morro com vegetação campestre; D
– dunas frontais ou interiores; M – mata sobre morro; P – mata paludosa; U – áreas úmidas.
Subfamílias/Tribos/Espécies SpeciesLink Plano de
Manejo
Levantamento
Florístico Hábitat
Barnadesioideae
Barnadesieae
Dasyphyllum spinescens (Less.) Cabrera x M
Mutisioideae
Mutisieae
Chaptalia integerrima (Vell.) Burkart x A, C, P
Chaptalia nutans (L.) Pol x A, C, M
Mutisia speciosa Aiton ex Hook x x x C, M
Nassauvieae
Holocheilus brasiliensis ( L. ) Cabrera x C
Trixis praestans (Vell.) Cabrera x x A, M, P
Vernonioideae
Vernonieae
Centratherum punctatum Cass.x A, C
Chrysolaena flexuosa (Sims) H. Rob. x C, D, U
Chrysolaena propinqua (Hieron.) H. Rob. x C
Cyrtocymura scorpioides (Lam.) H. Rob. x x A, C
Elephantopus mollis Kunth x x A, C, M
Orthopappus angustifolius (Sw.) Gleason x A, C
Vernonanthura montevidensis (Spreng.) H.
Rob. x C
Vernonanthura puberula (Less.) H. Rob. x x D
Cichorioideae
Cichorieae
Hypochaeris cf. chillensis (Kunth) Britton x x A, C, P
Hypochaeris cf. lutea (Vell.) Britton x C, U
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Florística de Asteraceae no Parque Estadual de Itapeva... 79
Subfamílias/Tribos/Espécies SpeciesLink Plano de
Manejo
Levantamento
Florístico Hábitat
Hypochaeris glabra L. x C
Hypochaeris megapotamica Cabrera x A, C
Taraxacum officinale F.H. Wigg.x A
Asteroideae
Senecioneae
Erechtites hieraciifolius (L.) Raf. ex DC. x x P
Erechtites valerianifolius (Link ex Spreng.)
DC. x x x C, D, P
Senecio bonariensis Hook. & Arn. x x x U
Senecio brasiliensis (Spreng.) Less. x x A, C, M
Senecio ceratophylloides Griseb. x x x C, D, P,
U
Senecio crassiflorus (Poir.) DC. x x C, D, P
Senecio crassiflorus var. subceratophyllus
Cabrera x D
Senecio icoglossus DC. x x x A, C, U
Senecio leptolobus DC.x C, P
Gnaphalieae
Achyrocline alata (Kunth) DC. x C, U
Achyrocline crassiuscula (Malme) Deble &
Marchiori x C, D, U
Achyrocline satureioides (Lam.) DC. x x x A, C, D,
P
Achyrocline vauthieriana DC.x U, P
Chevreulia acuminata Less. x x C, M
Facelis retusa (Lam.) Sch. Bip. x x A, C
Gamochaeta americana (Mill.) Wedd. x x x D
Gamochaeta cf. filaginea (DC.) Cabrera x D
Gamochaeta coarctata (Willd.) Kerguélen x x C
Gamochaeta falcata (Lam.) Cabrera x x C, D
Gamochaeta simplicicaulis (Willd. ex
Spreng.) Cabrera x x A, C
Gamochaeta stachydifolia (Lam.) Cabrera x D
Lucilia acutifolia (Poir.) Cass. x D
Pseudognaphalium cheiranthifolium (Lam.)
Hilliard & B.L. Burtt x C
Pseudognaphalium gaudichaudianum (DC.)
Anderb. x P
Astereae
Baccharis anomala DC. x C, P
Baccharis articulata (Lam.) Pers. x x C
Baccharis brevifolia DC. x C, M
Baccharis breviseta DC. x C
Baccharis cf. cultrata Baker x C
Baccharis cf. uncinella DC. x C
Baccharis cognata DC. x C
PESQUISAS, Botânica, N° 76 – 2022. São Leopoldo, Instituto Anchietano de Pesquisas.
80 Marina Fülber, Vinni L. P. Fernandes, Anderson L. Christ & Mara R. Ritter
Subfamílias/Tribos/Espécies SpeciesLink Plano de
Manejo
Levantamento
Florístico Hábitat
Baccharis conyzoides DC. x x C, U
Baccharis crispa Spreng. x D
Baccharis dracunculifolia DC. x x A, C, D
Baccharis genistelloides (Lam.) Pers. x C
Baccharis glaziovii Baker x P
Baccharis gnaphalioides Spreng. x x C, D
Baccharis helichrysoides DC. x P
Baccharis illinita DC. x C
Baccharis junciformis DC. x U
Baccharis lateralis Baker x C, D
Baccharis leucopappa DC. x C
Baccharis linearifolia (Lam.) Pers. x C
Baccharis microdonta DC. x x C
Baccharis milleflora DC. x x A, C
Baccharis pseudomyriocephala I.L. Teodoro x C
Baccharis psiadioides (Less.) Joch. Müll. x x C, M
Baccharis retusa DC. x C, M
Baccharis riograndensis Malag. & J.E.Vidal x C
Baccharis sagittalis (Less.) DC. x C
Baccharis singularis (Vell.) G.M.Barroso x x C, P
Baccharis spicata (Lam.) Baill. x x x D
Baccharis subtropicalis G.Heiden x C, D
Baccharis urvilleana Brongn. x x C, D
Baccharis vulneraria Baker x x A, U
Conyza blakei (Cabrera) Cabrera x D
Conyza bonariensis (L.) Cronquist x A, C, P
Conyza cf. pampeana (Parodi) Cabrera x C
Conyza primulifolia (Lam.) Cuatrec. &
Lourteig x D
Conyza monorchis (Griseb.) Cabrera x A, C
Noticastrum calvatum (Baker) Cuatrec. x x C, U, P
Noticastrum diffusum (Pers.) Cabrera x A, C
Noticastrum malmei Zardini x x D
Noticastrum psammophilum (Klatt) Cuatrec.x x C, D
Podocoma cf. hirsuta (Hook. & Arn.) Baker x A, C
Solidago chilensis Meyen x A, C, D,
M, P
Sommerfeltia spinulosa (Spreng.) Less. x x D, M
Symphyotrichum squamatum (Spreng.) G.L.
Nesom x x C, P
Anthemideae
Coleostephus myconis (L.) Cass. x A, C, M
Soliva sessilis Ruiz & Pav. x x A, C
Inuleae
PESQUISAS, Botânica, N° 76 – 2022. São Leopoldo, Instituto Anchietano de Pesquisas.
Florística de Asteraceae no Parque Estadual de Itapeva... 81
Subfamílias/Tribos/Espécies SpeciesLink Plano de
Manejo
Levantamento
Florístico Hábitat
Pluchea laxiflora Hook. & Arn. ex Baker x x C, D, P
Pluchea oblongifolia DC.x A, C, D
Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera x A, C, D
Pterocaulon angustifolium DC. x x x C, D
Pterocaulon lorentzii Malme x x C, D
Stenachaenium megapotamicum (Spreng.)
Baker x x A, U
“Heliantheae alliance”
Coreopsideae
Bidens laevis (L.) Britton, Stern & Poggenb. x U
Bidens pilosa L. x x A
Neurolaeneae
Calea phyllolepis Baker x P, U
Calea pinnatifida (R. Br.) Less. x x C, D, P
Calea uniflora Less.x x x C, D
Enydra anagalis Gardner x U
Tageteae
Porophyllum lanceolatum DC. x x C
Porophyllum ruderale subsp. ruderale (Jacq.)
Cass. x A, C
Tagetes minuta L. x A, D
Tagetes osteni Hicken x x D
Heliantheae
Acmella decumbens (SM.) R.K.Jansen x x x A, D, M,
U
Acmella leptophylla (DC.) R.K. Jansen x A, U
Aldama cf. anchusifolia (DC.) E.E.Schill. &
Panero x C
Ambrosia tenuifolia Spreng. x x A, D
Aspilia montevidensis (Spreng.) Kuntze x x A, P, U
Eclipta elliptica DC. x x D, U
Eclipta prostrata (L.) L. x U
Sphagneticola trilobata (L.) Pruski x A, C
Verbesina sordescens DC.x A, C
Xanthium strumarium L. x A, P
Millerieae
Acanthospermum australe (Loefl.) Kuntze x A, D
Jaegeria hirta (Lag.) Less. x M, U
Smallanthus connatus (Spreng.) H.Rob. x x U
Eupatorieae
Adenostemma brasilianum (Pers.) Cass. x M
Ageratum conyzoides L. x x A, P
Austroeupatorium inulifolium (Kunth)
R.M.King & H.Rob. x A, C
Austroeupatorium laetevirens (Hook. & Arn.) x C
PESQUISAS, Botânica, N° 76 – 2022. São Leopoldo, Instituto Anchietano de Pesquisas.
82 Marina Fülber, Vinni L. P. Fernandes, Anderson L. Christ & Mara R. Ritter
Subfamílias/Tribos/Espécies SpeciesLink Plano de
Manejo
Levantamento
Florístico Hábitat
R.M.King & H.Rob.
Barrosoa betoniciformis (DC.) R.M.King &
H.Rob. x U
Campovassouria cruciata (Vell.) R.M.King &
H.Rob. x x U
Campuloclinium scabrum (Klatt) J. Calvo &
N. Roque x D, U
Chromolaena congesta (Hook. & Arn.) R.M.
King & H. Rob. x C
Chromolaena hirsuta (Hook. & Arn.) R.M.
King & H. Rob. x A, C
Chromolaena laevigata (Lam.) R.M. King &
H. Rob. x x x A, M
Chromolaena pedunculosa (Hook. & Arn.)
R.M.King & H.Rob. x A, C
Chromolaena ulei (Hieron.) R.M.King &
H.Rob. x x D, P
Disynaphia cf. ligulifolia (Hook. & Arn.) R.M.
King & H. Rob. x A, C
Grazielia cf. gaudichaudeana (DC.) R.M.
King & H. Rob. x A, D
Kaunia rufescens (Lund ex DC.) R.M. King &
H. Rob. x M
Mikania campanulata Gardner x x P
Mikania chlorolepis Baker x M, P
Mikania clematidifolia Dusén x M, P
Mikania cordifolia (L.F.) Willd. x x x D, M, P
Mikania cynanchifolia Hook. & Arn. ex
B.L.Rob. x x P
Mikania glomerata Spreng. x x P
Mikania hastato-cordata Malme x x x M, P
Mikania involucrata Hook. & Arn. x x x C, M, P
Mikania laevigata Sch. Bip. ex Baker x x x P
Mikania lindleyana DC. x x M, P
Mikania lundiana DC. x P
Mikania micrantha Kunth x x C, M, P
Mikania microptera DC.x x U, P
Mikania pinnatiloba DC. x C
Mikania salviifolia Gardner x M
Mikania ternata (Vell.) B.L. Rob. x x M, P
Mikania trinervis Hook. & Arn. x M, P
Mikania ulei Hieron.x M, P, U
Mikania vitifolia DC. x x x P
Praxelis clematidea R.M. King & H. Rob.x A
Symphyopappus casarettoi B.L.Rob. x x D
PESQUISAS, Botânica, N° 76 – 2022. São Leopoldo, Instituto Anchietano de Pesquisas.
Florística de Asteraceae no Parque Estadual de Itapeva... 83
No total, foram encontradas 154 espécies, distribuídas em cinco subfamílias e 62
gêneros. Um gráfico mostrando a distribuição das espécies por tribo se encontra na
Figura 3. As tribos mais abundantes foram Astereae (Fig. 4H-M) e Eupatorieae (Fig. 5H-
L), com 44 e 36 espécies, respectivamente. As demais tribos presentes na área de
estudo são Gnaphalieae (15 espécies; Fig. 4F-G), Heliantheae (10; Fig. 5D-F),
Senecioneae (9; Fig. 4E), Vernonieae (8; Fig. 4D), Inuleae (6; Fig. 4N), Cichorieae (5; Fig.
4C), Neurolaeneae e Tageteae (4; Fig. 5B-C), Millerieae e Mutisieae (3; Fig. 5G e Fig.
4A), Anthemideae, Coreopsideae e Nassauvieae (2; Fig. 5A e Fig. 4B) e Barnadesieae
(1). Os gêneros com maior número de espécies foram Baccharis (31) e Mikania (19).
A chave de identificação para os gêneros encontrados no Parque é apresentada a
seguir. Chaves de identificação para as espécies e descrições detalhadas dos gêneros e
espécies podem ser encontradas na Flora do Brasil 2020 (2021), em outros trabalhos de
florística para a família no Estado (Beretta et al., 2008; Fernandes & Ritter, 2009; Barão,
2016) e revisões taxonômicas (Mondin, 2004; Ritter & Miotto, 2005; Carneiro & Ritter,
2016; Carneiro, 2018; Christ & Ritter, 2019; entre outros citados na bibliografia).
Chave de identificação para os gêneros de Asteraceae encontrados no Parque
Estadual de Itapeva (alguns passos adaptados de Flora do Brasil 2020, 2021)
1. Plantas latescentes na parte aérea ..................................................................................2
1’. Plantas não-latescentes na parte aérea ..........................................................................3
2. Receptáculo paleáceo ....................................................................................Hypochaeris
2’. Receptáculo epaleáceo....................................................................................Taraxacum
3. Capítulos radiados ou subradiados ..................................................................................4
3’. Capítulos discoides ou disciformes ................................................................................28
4. Folhas alternas ..................................................................................................................5
4’. Folhas opostas................................................................................................................18
5. Invólucros unisseriados..........................................................................................Senecio
5’. Invólucros bi a plurisseriados ...........................................................................................6
6. Folhas rosuladas................................................................................................................7
6’. Folhas dispostas ao longo do caule e dos ramos ............................................................8
7. Capítulos solitários..............................................................................................Chaptalia
7’. Capítulos agrupados em capitulescências corimbiformes ....................................Conyza
8. Trepadeiras, folhas com gavinhas...........................................................................Mutisia
8’. Ervas, subarbustos ou arbustos, folhas sem gavinhas ...................................................9
9. Flores do raio neutras......................................................................................................10
9’. Flores do raio pistiladas .................................................................................................11
10. Folhas lineares a oblongas, não-lustrosas ...........................................................Aldama
10’. Folhas elípticas a oblanceoladas, lustrosas.....................................................Baccharis
11. Folhas pinatissectas, segmentos espinulosos.............................................Sommerfeltia
11’. Folhas inteiras...............................................................................................................12
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12. Pápus paleáceo ..........................................................................................Coleostephus
12’. Pápus cerdoso ou aristado ..........................................................................................13
13. Pápus aristado ................................................................................................. Verbesina
13’. Pápus cerdoso .............................................................................................................14
14. Cipselas rostradas............................................................................................Podocoma
14’. Cipselas não-rostradas.................................................................................................15
15. Capitulescências piramidais com ramos secundários escorpioides ................. Solidago
15’. Capitulescências corimbiformes ou capítulos solitários ..............................................16
16. Pápus 4-seriado ............................................................................................ Noticastrum
16’. Pápus unisseriado ........................................................................................................17
17. Flores liguladas amareladas .............................................................................Baccharis
17’. Flores liguladas alvas a rosadas ...........................................................Symphyotrichum
18. Brácteas involucrais com glândulas que exalam um aroma característico quando
maceradas .............................................................................................................Tagetes
18’. Brácteas involucrais sem esse conjunto de caracteres ...............................................19
19. Brácteas involucrais externas diferentes das internas em forma e em cor ...........Bidens
19’. Brácteas involucrais externas e internas com cor e forma semelhantes ....................20
20. Pápus ausente ..............................................................................................................21
20’. Pápus paleáceo, cerdoso, coroniforme ou aristado ....................................................24
21. Cipselas recobertas de tricomas uncinados........................................ Acanthospermum
21’. Cipselas sem tricomas uncinados................................................................................22
22. Ervas aquáticas; flores do raio alvas a esverdeadas.............................................Enydra
22’. Ervas terrestres; flores do raio amareladas .................................................................23
23. Ervas tênues; folhas lanceoladas a ovaladas, sem aurículas na base; invólucro
unisseriado, brácteas involucrais com expansão hialina que envolve a base das flores
do raio .................................................................................................................... aegeria
23’.Ervas robustas; folhas amplamente ovaladas, auriculadas na base; invólucro
bisseriado, brácteas involucrais sem expansão hialina .................................Smallanthus
24. Receptáculos cônicos...........................................................................................Acmella
24’. Receptáculos planos a convexos ................................................................................25
25. Brácteas involucrais escariosas ..............................................................................Calea
25’. Brácteas involucrais (pelo menos as mais externas) foliáceas....................................26
26. Folhas trilobadas, lobo do meio frequentemente maior que os laterais ... Sphagneticola
26’. Folhas inteiras.............................................................................................................. 27
27. Páleas filiformes .....................................................................................................Eclipta
27’. Páleas oblongas ou oblongo-lanceoladas ............................................................Aspilia
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Florística de Asteraceae no Parque Estadual de Itapeva... 85
28. Capítulos disciformes.....................................................................................................29
28’. Capítulos discoides.......................................................................................................41
29. Cipselas acompanhadas de um único apêndice espinescente apical proveniente do
estilete .......................................................................................................................Soliva
29’. Cipselas sem um único apêndice espinescente apical ...............................................30
30. Anteras com base obtusa a levemente auriculada........................................................31
30’. Anteras com base sagitada...........................................................................................33
31. Invólucros unisseriados, subtendidos na base por um calículo .......................Erechtites
31’. Invólucros plurisseriados, calículo ausente..................................................................32
32. Flores do disco funcionalmente estaminadas por atrofia do gineceu ..............Baccharis
32’. Flores do disco perfeitas .....................................................................................Conyza
33. Brácteas involucrais papiráceas, hialinas, em geral amareladas ou esbranquiçadas .....
.........................................................................................................................................34
33’. Brácteas involucrais foliáceas, opacas, esverdeadas..................................................39
34. Pápus plumoso...................................................................................................... Facelis
34’. Pápus cerdoso .............................................................................................................35
35. Cipselas densamente seríceas ..............................................................................Lucilia
35’. Cipselas glabras ou com tricomas esparsos ...............................................................36
36. Capítulos solitários...........................................................................................Chevreulia
36’. Capítulos agrupados em capitulescências...................................................................37
37. Cerdas do pápus soldadas na base ............................................................Gamochaeta
37’. Cerdas do pápus livres entre si....................................................................................38
38. Capítulos com 3-20 flores..............................................................................Achyrocline
38’. Capítulos com mais de 20 flores........................................................Pseudognaphalium
39. Capítulos sésseis............................................................................................Pterocaulon
39’. Capítulos distintamente pedunculados.........................................................................40
40. Folhas distribuídas ao longo do caule; flores do disco funcionalmente estaminadas
por atrofia do gineceu.............................................................................................Pluchea
40’. Folhas rosuladas; flores do disco perfeitas ............................................Stenachaenium
41. Capítulos com todas as flores estaminadas ou todas pistiladas...................................42
41. Capítulos com todas as flores perfeitas ........................................................................44
42. Pápus cerdoso................................................................................................. Baccharis
42’. Pápus ausente .............................................................................................................43
43. Brácteas involucrais dos capítulos estaminados conatas; capítulos pistilados sem
cerdas uncinadas.................................................................................................Ambrosia
43’. Brácteas involucrais dos capítulos estaminados livres entre si; capítulos pistilados
recobertos por cerdas uncinadas........................................................................ Xanthium
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86 Marina Fülber, Vinni L. P. Fernandes, Anderson L. Christ & Mara R. Ritter
44. Todas as flores com corolas pseudobilabiadas ou bilabiadas .....................................45
44’. Todas as flores com corolas tubulosas ........................................................................47
45. Plantas armadas; todas as flores com corolas pseudobilabiadas ...............Dasyphyllum
45’. Plantas inermes; todas as flores com corolas bilabiadas ............................................46
46. Erva; folhas basais rosuladas; flores brancas ...............................................Holocheilus
46’. Arbusto; folhas não-rosuladas; flores amareladas ..................................................Trixis
47. Brácteas involucrais com glândulas que exalam um aroma característico quando
maceradas ......................................................................................................Porophyllum
47’. Brácteas involucrais sem esse conjunto de caracteres................................................48
48. Corolas profundamente fendidas nos ápices, lobos frequentemente enrolando-se nas
pontas; estiletes apenas bifurcados, ramos dos estiletes em geral agudos no ápice . . 49
48’. Corolas apenas lobadas nos ápices, lobos eretos a pouco recurvados; estiletes
longamente bífidos, ramos dos estiletes claviformes, em geral arredondados no ápice . .
.........................................................................................................................................54
49.Corolas zigomorfas ........................................................................................................50
49’. Corolas actinomorfas ...................................................................................................51
50. Capítulos agrupados em glomérulos terminais subtendidos por três brácteas
cordiformes; flores lilases .............................................................................Elephantopus
50’. Capítulos agrupados em glomérulos dispostos ao longo de um único eixo
espiciforme; flores brancas.............................................................................Orthopappus
51. Capítulos solitários, subtendidos por um conjunto de brácteas subinvolucrais foliáceas
.......................................................................................................................Centratherum
51’. Capítulos reunidos em capitulescências, brácteas subinvolucrais ausentes ou, se
presentes, escamiformes e inconspícuas ......................................................................52
52. Capitulescência escorpioide, com ápice geralmente recurvado ..................Cyrtocymura
52’. Capitulescência em cimeira simples ou paniculiforme, ápices nunca recurvados ......53
53. Folhas rosuladas; capítulos agrupados em cimeiras simples ou laxamente reunidas
em capitulescências paniculiformes ..............................................................Chrysolaena
53’. Folhas dispostas ao longo do caule; capítulos agrupados em capitulescências
paniculiformes piramidais densas ..............................................................Vernonanthura
54. Capítulos com quatro flores e quatro brácteas involucrais...................................Mikania
54’. Capítulos com cinco flores ou mais e número de brácteas involucrais superior ao de
flores ...............................................................................................................................55
55. Pápus paleáceo ou curto-aristado ................................................................................56
55’. Pápus cerdoso .............................................................................................................57
56. Pápus formado por 3-5 aristas curtas terminadas em glândulas...............Adenostemma
56’. Pápus paleáceo ................................................................................................Ageratum
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Florística de Asteraceae no Parque Estadual de Itapeva... 87
57. Capítulos com cinco flores.............................................................................................58
57’. Capítulos com seis flores ou mais................................................................................61
58. Brácteas involucrais externas subuladas e visivelmente distintas das mais internas
Grazielia
58’. Brácteas involucrais externas semelhantes à internas.................................................59
59. Brácteas involucrais pubescentes no dorso....................................................Disynaphia
59’. Brácteas involucrais glabras no dorso..........................................................................60
60. Folhas lineares a linear-lanceoladas, densamente espiraladas ao longo do caule .........
..................................................................................................................Campovassouria
60’. Folhas oblanceoladas a obovadas, espaçadas ao longo do caule ......Symphyopappus
61. Receptáculos convexos a cônicos ................................................................................62
61’. Receptáculos planos ....................................................................................................64
62. Brácteas involucrais caducas e completamente decíduas na maturidade dos frutos ....
................................................................................................................................Praxelis
62’. Brácteas involucrais conspícuas e persistentes na maturidade dos frutos..................63
63. Plantas densamente recobertas por indumento viscoso....................................Barrosoa
63’. Plantas sem indumento viscoso..............................................................Campuloclinium
64. Invólucros 4-seriados, imbricados, brácteas involucrais geralmente rosadas a
vináceas ao menos nos ápices......................................................................Chromolaena
64’. Invólucros 2-3-seriados, subimbricados, brácteas involucrais esverdeadas ou alvas
nos dorsos e ápices.........................................................................................................65
65. Folhas lanceoladas a oval-lanceoladas, estrigosas na face adaxial; flores...............7-8
.................................................................................................................Austroeupatorium
65’. Folhas amplamente ovadas a ovado-rômbicas, glabras na face adaxial; flores 20-38 . .
..................................................................................................................................Kaunia
A composição florística de Asteraceae no Parque Estadual de Itapeva apresenta um
misto de espécies amplamente distribuídas e de espécies restritas ou fortemente
características à planície costeira do Sul do Brasil ou do Rio Grande do Sul. Neste último
caso, destacam-se Acmella leptophylla (DC.) R.K.Jansen, Baccharis conyzoides DC., B.
junciformis DC. (Fig. 3H-I), Chromolaena ulei (Hieron.) R.M.King & H.Rob. (Fig. 4J),
Noticastrum malmei Zardini, N. psammophilum (Klatt) Cuatrec. (Fig. 3L), Senecio
ceratophylloides Griseb., S. crassiflorus (Poir.) DC., Symphyopappus casarettoi B.L.Rob.
(Fig. 4L) e Tagetes osteni Hicken (Zardini, 1985; Heiden, Iganci & Macias, 2009; Hattori,
2013; Carneiro & Ritter, 2018; Christ & Ritter, 2019; Flora do Brasil 2020, 2021). No que
diz respeito a endemismos, Baccharis leucopappa DC., B. urvilleana Brongn.,
Chromolaena ulei (Hieron.) R.M.King & H.Rob. e Noticastrum psammophilum (Klatt)
Cuatrec. são endêmicas do sul do Brasil, enquanto Baccharis riograndensis Malag. &
J.E.Vidal (Fig. 3J-K) é exclusiva do Rio Grande do Sul (Zardini, 1985; Heiden, Iganci &
Macias, 2009; Heiden, 2014; Christ & Ritter, 2019; Flora do Brasil 2020, 2021). Além
disso, observa-se também a ocorrência de algumas espécies naturalizadas, como Bidens
pilosa L. (Fig. 4A), Coleostephus myconis (L.) Cass., Hypochaeris glabra L., Tagetes
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88 Marina Fülber, Vinni L. P. Fernandes, Anderson L. Christ & Mara R. Ritter
minuta L., Taraxacum officinale F.H. Wigg. e Xanthium strumarium L (Azevêdo-
Gonçalves, Schneider & Matzenbacher, 2004; Mondin, 2004; Azevêdo-Gonçalves &
Matzenbacher, 2007; Fernandes & Ritter, 2009; Carneiro & Ritter, 2018).
Em relação às diferentes fitofisionomias do Parque, resumidas para todas as
espécies na Tabela 1, muitas espécies não apresentam preferências ambientais claras, e
outras tantas apresentam-se como plantas ruderais comuns particularmente em
ambientes antropizados e com intenso fluxo de turistas, como Aspilia montevidensis
(Spreng.) Kuntze (Fig. 4F), Chromolaena laevigata (Lam.) R.M.King & H.Rob. (Fig. 4I),
Conyza bonariensis (L.) Cronquist, Facelis retusa (Lam.) Sch.Bip., Hypochaeris
megapotamica Cabrera (Fig. 3C), Sphagneticola trilobata (L.) Pruski, Praxelis clematidea
R.M.King & H.Rob, entre outras (Azevêdo-Gonçalves, Schneider & Matzenbacher, 2004;
Mondin, 2004; Azevêdo-Gonçalves & Matzenbacher, 2007; Beretta et al., 2008; Christ &
Ritter, 2019). Já as preferências ambientais são observadas em espécies como Acmella
decumbens (SM) R.K.Jansen (Fig. 4D), Baccharis gnaphalioides Spreng., Conyza blakei
(Cabrera) Cabrera, Gamochaeta americana (Mill.) Wedd., Noticastrum malmei Zardini,
Senecio ceratophylloides Griseb., S. crassiflorus (Poir.) DC. e Symphyopappus casarettoi
B.L.Rob., que são características das dunas (Mondin, 2004; Hattori, 2013; Flora do Brasil
2020, 2021); Achyrocline vauthieriana DC., Baccharis junciformis DC., Barrosoa
betoniciformis (DC.) R.M.King & H.Rob. (Fig. 4H), Bidens laevis (L.) Britton, Stern &
Poggenb., Calea phyllolepis Baker, Enydra anagalis Gardner, Hypochaeris cf. lutea (Vell.)
Britton, Mikania microptera DC., Senecio bonariensis Hook. & Arb. e S. icoglossus DC.,
que se apresentam em locais alagadiços (Esteves, 2001; Mondin, 2004; Ritter & Miotto,
2005; Azevêdo-Gonçalves & Matzenbacher, 2007; Deble, 2007; Oliveira, Silva & Teles,
2015); e algumas espécies de campo rupestre encontradas no Morro Itapeva, como
Baccharis riograndensis Malag. & J.E.Vidal, B. leucopappa DC., Chevreulia acuminata
Less., Mikania pinnatiloba DC., Mutisia speciosa Aiton ex Hook. (Fig. 3A) e Senecio
leptolobus DC. (Fig. 3E) (Mondin, 1996; Beretta et al., 2008; Fernandes & Ritter, 2009;
Heiden, Iganci & Macias, 2009; Heiden, 2014).
Ao todo foram encontradas 14 espécies em algum grau de ameaça, resumidas na Tabela 2 com
sua classificação (Heiden, Iganci & Macias, 2009; Martinelli & Moraes, 2013; Rio Grande do Sul,
2014), hábito e hábitat (Zardini, 2002; Ritter & Miotto, 2005; Heiden, 2014; Carneiro & Ritter,
2018).
Tabela 2. Espécies classificadas em alguma categoria de ameaça de extinção, com categoria de
ameaça, hábito e hábitat.
Espécie Grau de Ameaça Hábito Hábitat
Baccharis leucopappa Vulnerável (VU) Subarbusto Solos basálticos e
afloramentos rochosos
Baccharis riograndensis Quase Ameaçada (NT) Subarbusto Campos secos e
pedregosos
Mikania chlorolepis Vulnerável (VU) Trepadeira
volúvel
Bordas e interior de
matas, lugares úmidos,
beiras de rios e lagos
Mikania clematidifolia Criticamente em Perigo
(CR)
Trepadeira
volúvel
Bordas de mata
paludosa
Mikania hastato-cordata Vulnerável (VU) Trepadeira
volúvel
Borda de matas e em
restinga, sobre
vegetação arbustiva
Mikania lindleyana Vulnerável (VU) Trepadeira
volúvel
Bordas e interior de
matas
PESQUISAS, Botânica, N° 76 – 2022. São Leopoldo, Instituto Anchietano de Pesquisas.
Florística de Asteraceae no Parque Estadual de Itapeva... 89
Mikania lundiana Criticamente em Perigo
(CR)
Trepadeira
apoiante
Bordas e interior de
matas
Mikania microptera Em Perigo (EN) Trepadeira
apoiante
Matas e locais
alagadiços
Mikania pinnatiloba Em Perigo (EN) Subarbusto ereto Campos secos e locais
pedregosos
Mikania trinervis Em Perigo (EN) Trepadeira
apoiante
Bordas e interior de
matas
Mikania ulei Em Perigo (EN) Trepadeira
apoiante
Bordas e interior de
matas, locais
alagadiços
Noticastrum malmei Em Perigo (EN) Erva perene Dunas costeiras com
vegetação de restinga
Noticastrum
psammophilum Em Perigo (EN) Erva perene Dunas costeiras com
vegetação de restinga
Porophyllum lanceolatum Em Perigo (EN) Subarbusto
perene
Campos com solo seco
e pedregoso
De acordo com a lista de táxons da flora nativa do Rio Grande do Sul ameaçados
de extinção (Rio Grande do Sul, 2014), sete espécies encontram-se em algum grau de
ameaça, todas pertencentes ao gênero Mikania: M. chlorolepis Baker (VU), M.
clematidifolia Dusén (CR), M. lindleyana DC. (VU), M. lundiana DC. (CR), M. microptera
DC. (EN), M. trinervis Hook. & Arn. (EN) e M. ulei Hieron (EN). Dentre estas, destacam-se
M. clematidifolia e M. lundiana, consideradas Criticamente em Perigo em decorrência da
fragmentação de populações e do declínio de área de ocupação, qualidade do hábitat e
número de populações. M. clematidifolia é reportada para o Rio Grande do Sul pela
primeira vez por Ritter & Miotto (2005), sendo endêmica do Sul do Brasil de ocorrência
restrita à planície costeira, enquanto M. lundiana possui seu limite sul no Estado, apesar
de ocorrer em outras localidades do Brasil e também na Argentina (Ritter & Miotto, 2005).
As demais espécies citadas possuem populações pequenas ou restritas, estando
vulneráveis a atividades humanas.
Além destas, de acordo com o Livro Vermelho da Flora do Brasil (Martinelli &
Moraes, 2013), também se encontram ameaçadas de extinção as espécies Noticastrum
malmei (EN), N. psammophilum (EN), Mikania hastato-cordata Malme (VU) e M.
pinnatiloba DC. (EN), além da já citada M. clematidifolia. As duas espécies de
Noticastrum possuem distribuição fragmentada e ocorrem em dunas, local de grande
ameaça tendo em vista a atividade mineradora de areia, o avanço das construções
imobiliárias, de atividades agrícolas de produção familiar e a ampliação de estradas
(SEMA, 2006). Até o momento da publicação do Livro Vermelho, não havia registro de N.
psammophilum dentro de alguma Unidade de Conservação, fazendo com que a
ocorrência aqui registrada seja de relevância para a espécie. Já as espécies de Mikania
são classificadas em decorrência do declínio das populações em decorrência de ações
antrópicas e avanço de espécies exóticas invasoras (Martinelli & Moraes, 2013).
Também encontram-se em algum grau de ameaça as espécies Porophyllum
lanceolatum DC. (EN), Baccharis leucopappa DC. (VU) e B. riograndensis Malag. &
J.E.Vidal, segundo bibliografia especializada. B. leucopappa possui área de ocupação
restrita e populações com distribuição fragmentada, e, assim como B. riograndensis, está
sob pressão antropogênica do incremento do uso da terra com repressão da vegetação
nativa e urbanização, além de o hábitat de ambas ser restrito a apenas duas pequenas
PESQUISAS, Botânica, N° 76 – 2022. São Leopoldo, Instituto Anchietano de Pesquisas.
90 Marina Fülber, Vinni L. P. Fernandes, Anderson L. Christ & Mara R. Ritter
localidades no parque. Por ser endêmica do Rio Grande do Sul e caracterizada como
Quase Ameaçada (NT) (Heiden, Iganci & Macias, 2009; Heiden, 2014), é essencial para
B. riograndensis que a população presente no Parque Estadual de Itapeva se mantenha
conservada para a manutenção do seu estado de conservação, buscando não entrar em
nenhuma categoria de ameaça. P. lanceolatum possui ampla extensão de ocorrência
porém com indivíduos isolados, populações pequenas e fragmentadas e em declínio de
extensão (Carneiro & Ritter, 2018), além do hábitat reduzido dentro do parque assim
como as duas espécies de Baccharis citadas.
Quanto às espécies de Mikania, quatro das sete espécies ocorrem em ambientes
úmidos e mata paludosa, o que é um ponto importante para sua conservação, visto que
essas áreas sofrem pressões particulares e foram as que sofreram maior redução dentro
do parque como por exemplo com o avanço agrícola para cultivo de arroz e construções
principalmente na borda da mata paludosa, identificada por sensoriamento remoto. M.
pinnatiloba ocorre em campos secos e locais pedregosos, presentes em pequena
extensão no parque, e as quatro espécies restantes são de borda e interior de mata,
locais menos preocupantes segundo o plano de manejo visto que a vegetação arbórea é
relativamente mais preservada que as demais, apesar de isso não significar que está
imune a pressões naturais e antropogênicas como o da circulação de turistas e de gado
(SEMA, 2006).
É importante salientar que muitas espécies nunca foram avaliadas quanto ao grau
de ameaça, sendo possível, portanto, que outras espécies ocorrentes na área de estudo
também se enquadrem em alguma categoria de risco.
Como visto na Tabela 1, várias espécies foram encontradas em uma das fontes de
dados, mas não em outra. No caso das espécies citadas na plataforma SpeciesLink, isso
pode ter ocorrido devido à inexistência de levantamentos anteriores focados
especificamente em espécies de Asteraceae na região do Parque, o que implica na
maioria dos registros até então existentes desta família consistirem em coletas ocasionais
por coletores visitantes. Neste sentido, fatores como o interesse do coletor e a época do
ano da sua visita influenciam nas espécies a serem coletadas e inseridas nas coleções
científicas, o que resulta em um cenário de subamostragem. Também algumas
espécies apenas citadas a partir do registro na plataforma SpeciesLink que são de
coletas mais antigas, anteriores ao ano 2000, como Achyrocline crassicula (1972), A.
vauthieriana (1992), Baccharis linearifolia (1985), Calea phyllolepis (1978), Centratherum
punctatum (1994), Jaegeria hirta (1987), Kaunia rufescens (1987), Senecio crassiflorus
var. subceratophyllus (1944 e 1950) e Vernonanthura montevidensis (1984). Visto que
essas ocorrências foram reportadas mais de 20 anos, é possível que algumas
espécies tenham se extinguido localmente devido à dinâmica natural dos ambientes
costeiros e à dinâmica antrópica, cujos mecanismos podem modificar a flora local
(Dobrovolski, 2006), apesar de não podermos confirmar essa afirmação sem estudos
aprofundados. Tendo em vista a pressão antrópica exercida sobre ambientes úmidos e
mata paludosa (SEMA, 2006), podemos supor que esse seria o caso de A. vauthieriana,
C. phyllolepis e J. hirta.
Em relação ao Plano de Manejo, um caso a ser comentado é sobre o gênero
Mikania, que todas as espécies foram encontradas nessa referência e constam em
menor quantidade nos registros do SpeciesLink e das coletas realizadas para esse
estudo. Isso pode ser atribuído ao hábitat delas, visto que a maioria se encontra em
bordas e interior de matas. Sabendo que Asteraceae é uma família predominantemente
de ambientes abertos, o esforço amostral realizado nas nossas coletas pode não ter
abrangido satisfatoriamente ambientes de mata, ao contrário do plano de manejo do
PESQUISAS, Botânica, N° 76 – 2022. São Leopoldo, Instituto Anchietano de Pesquisas.
Florística de Asteraceae no Parque Estadual de Itapeva... 91
parque, que foi focado em todas as famílias botânicas e, por isso, pode ter conseguido
registrar espécies que estavam dentro das fitofisionomias florestais. E quanto ao baixo
número de registros no Splink, pode significar que várias espécies não foram coletadas
por não estarem férteis e apenas foram registradas no Plano de Manejo e no
levantamento florístico, uma vez que o tombamento de material vegetativo muitas vezes
não é aceito pelos herbários.
Além dos impactos antrópicos citados referentes a ambientes úmidos, mata
paludosa e dunas, outro que pode causar perda de cobertura vegetal, diminuição de
diversidade específica e de distribuição das espécies é o trânsito de turistas,
particularmente notável visto que sua interação com os ambientes naturais pode levar a
alterações na flora local (Ruschmann, 1992; Oliveira, 2008) a partir do pisoteio e a
passagem de veículos pelos ambientes costeiros. Essas ações causam a compactação
do solo, dificultando ou impedindo o crescimento e colonização do espaço pela
vegetação. Também propicia o aparecimento de espécies ruderais, sejam naturalizadas
ou nativas, considerando que estas se privilegiam de ambientes alterados em que outras
espécies nativas não conseguem habitar (Rosa & Cordazzo, 2007). Estas espécies
ruderais podem aparecer no ambiente a partir da dispersão pelo vento, por animais ou
mesmo pelos próprios turistas. Deste modo, apenas um acompanhamento contínuo e
permanente das populações das espécies listadas, da dinâmica dos ambientes do
Parque e do fluxo de visitantes permitiria o desenvolvimento de uma lista definitiva das
espécies de Asteraceae ocorrentes no Parque. Apesar disto, o estudo aqui apresentado é
considerado a lista mais completa já desenvolvida para as espécies de Asteraceae nesta
UC, devido à inclusão de dados de diferentes plataformas e ao extenso trabalho de
campo e de revisão que foi empregado em seu desenvolvimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através de expedições a campo, consulta ao Plano de Manejo da UC e revisão de
material herborizado, foram referenciadas, respectivamente, 89, 88 e 61 espécies no
Parque Estadual de Itapeva. A listagem completa, após a integração destes dados, conta
com 154 espécies distribuídas em 62 gêneros, 16 tribos e cinco subfamílias.
Discrepâncias entre as listas de campo, do Plano de Manejo e da plataforma Specieslink
são atribuídas principalmente a alterações na composição de espécies ruderais e
naturalizadas ao longo do tempo, à dinâmica dos ambientes costeiros e ao interesse dos
coletores anteriores que visitaram a UC. Entre as espécies encontradas, 14 encontram-se
em algum grau de ameaça, pertencentes aos gêneros Baccharis, Mikania, Noticastrum e
Porophyllum. Apesar do grande número de espécies ruderais e amplamente distribuídas
no estado, observou-se também uma ocorrência significativa de espécies características
ou exclusivas das planícies costeiras do Sul do Brasil.
Os resultados encontrados reiteram a importância do Parque Estadual de Itapeva
para a conservação da flora e das fisionomias campestres do Rio Grande do Sul, assim
como reforçam a importância de Asteraceae para a flora do estado. Este estudo,
entretanto, não deve ser entendido como uma listagem definitiva de espécies, sendo
necessário um contínuo acompanhamento das formações naturais do Parque e das
populações de espécies encontradas para que a riqueza de Asteraceae nesta UC possa
ser completamente compreendida.
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PESQUISAS, Botânica, N° 76 – 2022. São Leopoldo, Instituto Anchietano de Pesquisas.
Florística de Asteraceae no Parque Estadual de Itapeva... 95
Figura 1. Mapas da área de estudo. A. Localização do Parque no Brasil e no estado do Rio Grande do Sul;
B. Perímetro do Parque.
PESQUISAS, Botânica, N° 76 – 2022. São Leopoldo, Instituto Anchietano de Pesquisas.
96 Marina Fülber, Vinni L. P. Fernandes, Anderson L. Christ & Mara R. Ritter
Figura 2. Diferentes ambientes do Parque Estadual de Itapeva, Torres, Rio Grande do Sul. A. Dunas com
campo úmido; B. Dunas; C. Campos secos; D. Campo seco e borda de fragmento florestal. Imagens:
Cassio Rabuske da Silva (A); Mara Rejane Ritter (B-D).
Figura 3. Número de espécies encontradas em cada tribo de Asteraceae registrada no Parque Estadual de
Itapeva. O número de espécies indicado corresponde ao total obtido entre as três fontes de dados
utilizadas.
PESQUISAS, Botânica, N° 76 – 2022. São Leopoldo, Instituto Anchietano de Pesquisas.
Florística de Asteraceae no Parque Estadual de Itapeva... 97
Figura 4. Alguns representantes da família na área do Parque. A. Mutisia speciosa; B. Holocheilus
brasiliensis; C. Hypochaeris megapotamica; D. Chrysolaena flexuosa; E. Senecio leptolobus; F. Achyrocline
satureioides; G. Pseudognaphalium cheiranthifolium; H. Baccharis junciformis; I. Detalhe dos capítulos de
B. junciformis; J. Detalhe dos capítulos de B. riograndensis; K. B. riograndensis; L. Noticastrum
psammophilum; M. Solidago chilensis; N. Pluchea sagittalis. Imagens: Mara Rejane Ritter (A, F); Rosangela
Rolim (B, C, E); Cassio Rabuske da Silva (D); Anderson Santos de Mello (G); Sérgio Bordignon (H-L);
Marina Fülber (M-N).
PESQUISAS, Botânica, N° 76 – 2022. São Leopoldo, Instituto Anchietano de Pesquisas.
98 Marina Fülber, Vinni L. P. Fernandes, Anderson L. Christ & Mara R. Ritter
Figura 5. Alguns representantes da família na área do Parque. A. Bidens pilosa; B. Calea phyllolepis; C.
Porophyllum ruderale subsp. ruderale; D. Acmella decumbens; E. Aldama cf. anchusifolia; F. Aspilia
montevidensis; G. Acanthospermum australe; H. Barrosoa betoniciformis.; I. Chromolaena laevigata; J.
Chromolaena ulei; K. Mikania hastato-cordata; L. Symphyopappus casarettoi. Imagens: Jordano D.T.
Carvalho (A); Rosangela Rolim (B-C); Mara Rejane Ritter (D); Cassio Rabuske da Silva (E, G, L); Isadora
Quintana (F); Marina Fülber (H); Anderson Christ (I); Cleusa Vogel Ely (J); Eduardo L.H. Giehl (K).
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We present the hitherto most comprehensive phylogenetic hypothesis for Baccharis. Our results confirm that subtribe Baccharidinae is a monogeneric group and support a broad circumscription of Baccharis as monophyletic with the inclusion of all genera that have been previously segregated from it (Baccharidastrum, Baccharidiopsis, Heterothalamulopsis, Heterothalamus, Lanugothamnus). We provide comprehensive lists of accepted and synonymized infrageneric taxa. Seven main lineages are recognized, which we treat as subgenera. Subgenera Baccharis and Molina roughly match previous circumscriptions, while subgenera Pteronioides and Stephananthus are merged with Molina. In total, we propose that Baccharis comprises 440 species classified into 7 subgenera and 47 sections, while 22 sections are considered synonyms. The phylogeny provided constitutes the basis for further exploration of the evolutionary processes that have allowed the group to attain its wide geographic distribution, morphological variation, variable sexual reproductive strategies, and complex chemical contents.
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The ichthyofauna herein presented was collected in streams, lake, and swamps from the Parque Estadual de Itapeva, Rio Mampituba basin. The protected area is located in the northernmost part of the coastal plain of Rio Grande do Sul state. Samplings resulted in 26 species, in 20 genera, 15 families, and six orders. Two species are listed as threatened and one near threatened in Rio Grande do Sul. This study represents the first fish survey in the protected area, Atlantic Forest biome.
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A study of the taxonomic diversity of Baccharis sect. Caulopterae DC. in Rio Grande do Sul State, Brazil, is presented. Three lectotypes were chosen and seven new synonyms were proposed. Twenty two species within the section were recognized, two of them are new records to the state flora. Key and morphological descriptions of the species are presented. Additionally, illustrations and data concerning to geographic distribution and ecological observations of the species in Rio Grande do Sul are discussed, including comments about morphological and taxonomic similarities.
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The north littoral region of Rio Grande do Sul is a coastal zone segment where a sequence of environments organized in a longitudinal orientation to the coast occurs. A sedimentary coastal plain is identified landwards from the shoreline, formed by dunes deposits and by interconnected coastal lagoons, and extending its area up to the scarps of the Planalto Meridional (basement highlands), which are deeply incised by the valleys of Maquiné and Três Forquilhas rivers. The relationships between society and nature have increased in the last decades, in special in the Coastal Zone, due to the urbanizationprocesses, among other factors. However, the quick grow of urbanization resulted in some problems for an environment that is characterized by an ecosystem diversity of great sensibility. The analysis of the index of social-economic development allows classifying the north littoral region of Rio Grande do Sul in a profile of a medium development rate. The investments on healthy and education of the last years have increased the regional socio-economical indicators. However, more investments are necessary in key-sectors of the study area, mainly in respect to: the demand for high school opportunities, availability of water by a general net, collection and discharge of urban effluents and waste disposal. The most significant environmental changes, increased during summer months (December to March), are related to the high demand and quality of waters, the high demand for healthy services, beach quality, sanitarycollapse, disposal of residual solids, conflicts on the use of the beach area, increase on the number of irregular properties, water, sound and visual pollution, a general lack of respect to the environment,among others.
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Senecio L. compreende 60 espécies no Brasil distribuídas principalmente nos campos rupestres e de altitude das regiões Sudeste e Sul. Possui taxonomia complexa, sobretudo considerado-se suas espécies sulamericanas e particularmente brasileiras. Com o intuito de contribuir com o conhecimento sobre a diversidade de Senecio no Brasil, é aqui apresentado o tratamento taxonômico das espécies deste gênero para o Estado do Rio de Janeiro. O estudo baseou-se em levantamento bibliográfico, análise de coleções herborizadas e coletas bimestrais. Foram registradas 14 espécies, sendo S. bonariensis Hook. & Arn. e S. juergensii Mattf. mencionadas primeiramente para a área estudada. Estas espécies são nativas e geralmente crescem em áreas montanas ou em ambientes paludosos. Das espécies estudadas, dez são endêmicas do Brasil, sendo quatro restritas ao Estado. São apresentadas chave de identificação, descrições, ilustrações e comentários biogeográficos, morfológicas e fenológicas, para cada espécie.
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The Praxelinae comprises two genera-Praxelis and Chromolaena-and 19 species in Rio Grande do Sul, the southernmost State of Brazil. This is the first taxonomic treatment of these genera in the state according to their current circumscriptions. Chromolaena squarrosoramosa is formally reported for the first time for the flora of the state. The names C. callilepis and C. paraguariensis are used for the first time to refer to species previously known as Eupatorium polyanthum and E. angusticeps. Eupatorium angusticeps, considered in previous studies endemic to Rio Grande do Sul and probably extinct, is synonymized under C. paraguariensis and has its geographical range extended. Two neglected names, C. elliptica and C. latisquamulosa, are re-established, and C. umbelliformis is synonymized under C. elliptica. Furthermore, C. rhinanthacea is recollected for the first time after 40 years, and C. gentianoides is rediscovered in the state after almost 200 years of the original collection. Identification key and morphological descriptions, as well as distribution maps, field photographs, illustrations and general comments on the biology, ecology and identification of the species are provided.
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Tribe Tageteae in southern Brazil. The tribe Tageteae is predominantly composed by herbs and subshrubs, most with pellucid oil glands in the leaves and involucral bracts. Our aim was to study specimens of the tribe in the three state of southern Brazil. For this study, we collected specimens and we reviewed herbarium exsicata from 19 herbaria of southern and southeastern Brazil, in addition to images of exsicata from foreign herbaria. We provide descriptions of genera and species from southern Brazil, identification keys, data on habitat, geographical distribution, flowering and fruiting period, as well as photographs, illustrations and taxonomic and additional nomenclatural comments. Twelve species from three genera were considered, ten are native and two cultivated. The largest genus is Porophyllum Guett., with seven species. © 2018 Fundacao Zoobotanica do Rio Grande do Sul. All rights reserved.