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Perfil funcional de saúde física e psicológica do idoso residente na comunidade: Revisão integrativa

Authors:

Abstract and Figures

Objetivou-se identificar o perfil de funcionalidade da pessoa idosa brasileira residente na comunidade acompanhada pelas equipes de saúde da atenção primária. Tratou-se de revisão integrativa desenvolvida entre março e julho de 2020, utilizando-se a estratégia de busca “Avaliação geriátrica” AND “Atenção Primária à Saúde”; “Geriatric Assessment” AND “Primary Health Care”. Obteve-se um achado inicial de 8.146 artigos que, após aplicação dos filtros e dos critérios de elegibilidade, cinco artigos foram incluídos para a análise final, considerando os aspectos físicos e psicológicos da pessoa idosa. Observou-se que fatores sociodemográficos influenciam diretamente na dependência do idoso. Sintomas depressivos, número de comorbidades, prática atividade física, auto avaliação da sua saúde e amparo familiar são influenciadores para fragilidade e dependência desencadeando baixa funcionalidade física e psicológica da pessoa idosa comprometendo sua autonomia para desempenhar funções do dia a dia. Concluiu-se que a funcionalidade do idoso é diretamente influenciada por fatores extrínsecos, sendo necessário um redirecionamento das práticas profissionais para a efetivação de uma atenção integral à saúde.
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(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i8.17509
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Perfil funcional de saúde física e psicológica do idoso residente na comunidade:
Revisão integrativa
Functional profile of physical and psychological health of the elderly resident in the community:
Integrative review
Perfil funcional de salud física y psicológica del mayor residente de la comunidad: Revisión
integrativa
Recebido: 23/06/2021 | Revisado: 29/06/2021 | Aceito: 01/07/2021 | Publicado: 14/07/2021
José Rogécio de Sousa Almeida
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3722-9354
Faculdade do Vale do Jaguaribe, Brasil
E-mail: rogeciofisio@gmail.com
Micássio Andrade
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2836-9080
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Brasil
E-mail: micassiofernandes@gmail.com
Jean Michel Regis Mendes
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5353-5963
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Brasil
E-mail: jeanmendesfisio@gmail.com
Heloísa Alencar Duarte
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0980-0277
Faculdade de Enfermagem Nova Esperança de Mossoró, Brasil
E-mail: heloisaalencar4@gmail.com
Elihab Gomes Pereira
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2461-4096
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Brasil
E-mail: elihabpsi@gmail.com
Lucidio Clebeson de Oliveira
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2033-7546
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Brasil
E-mail: lucidioclebeson@uern.br
Resumo
Objetivou-se identificar o perfil de funcionalidade da pessoa idosa brasileira residente na comunidade acompanhada
pelas equipes de saúde da atenção primária. Tratou-se de revisão integrativa desenvolvida entre março e julho de
2020, utilizando-se a estratégia de busca “Avaliação geriátrica” AND “Atenção Primária à Saúde”; “Geriatric
Assessment” AND “Primary Health Care”. Obteve-se um achado inicial de 8.146 artigos que, após aplicação dos
filtros e dos critérios de elegibilidade, cinco artigos foram incluídos para a análise final, considerando os aspectos
físicos e psicológicos da pessoa idosa. Observou-se que fatores sociodemográficos influenciam diretamente na
dependência do idoso. Sintomas depressivos, número de comorbidades, prática atividade física, auto avaliação da sua
saúde e amparo familiar são influenciadores para fragilidade e dependência desencadeando baixa funcionalidade física
e psicológica da pessoa idosa comprometendo sua autonomia para desempenhar funções do dia a dia. Concluiu-se que
a funcionalidade do idoso é diretamente influenciada por fatores extrínsecos, sendo necessário um redirecionamento
das práticas profissionais para a efetivação de uma atenção integral à saúde.
Palavras-chave: Geriatria; Atendimento primário à saúde; Classificação internacional de funcionalidade;
Incapacidade e saúde.
Abstract
The objective was to identify the functionality profile of the Brazilian elderly living in the community accompanied
by primary care health teams. This was an integrative review developed between March and July 2020, using the
search strategy “Geriatric Assessment” AND “Primary Health Care”, and “Geriatric Assessment” AND “Primary
Health Care”. An initial finding of 8,146 articles was obtained. After applying the filters and eligibility criteria, five
articles were included for the final analysis, considering the physical and psychological aspects of the elderly person.
It was observed that sociodemographic factors directly influence the dependence of the elderly. Depressive symptoms,
number of comorbidities, physical activity, self-assessment of their health and family support influence frailty and
dependence, triggering low physical and psychological functionality in the elderly, compromising their autonomy to
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perform daily functions. It was concluded that the functionality of the elderly is directly influenced by extrinsic
factors, requiring a redirection of professional practices for the realization of comprehensive health care.
Keywords: Geriatrics; Primary health care; International classification of functionality; Disability and health.
Resumen
El objetivo fue identificar el perfil de funcionalidad de los ancianos brasileños residentes en la comunidad
acompañados de equipos de salud de atención primaria. Revisión integradora desarrollada entre marzo y julio de
2020, utilizando la estrategia de búsqueda “Evaluación geriátrica” Y “Atención primaria de salud”, y “Evaluación
geriátrica” Y “Atención primaria de salud”. Se obtuvo un hallazgo inicial de 8.146 artículos, luego de aplicar los
filtros y criterios de elegibilidad, se incluyeron cinco artículos para el análisis final, considerando los aspectos físicos
y psicológicos del anciano. Se observó que factores sociodemográficos influyen directamente en la dependencia de los
adultos mayores. Los síntomas depresivos, el número de comorbilidades, la actividad física, la autoevaluación de su
salud y el apoyo familiar influyen en la fragilidad y la dependencia, desencadenando una baja funcionalidad física y
psicológica en los ancianos, comprometiendo su autonomía para realizar las funciones diarias. Se concluyó que la
funcionalidad del anciano está directamente influenciada por factores extrínsecos, requiriendo una reorientación de las
prácticas profesionales para la realización de una atención integral de salud.
Palabras clave: Geriatría; Primeros auxilios; Clasificación internacional de funcionalidad; Discapacidad y salud.
1. Introdução
O número crescente da população idosa brasileira (Pamplona et al, 2020) e em escala global tem despertado relevante
interesse nos fatores que influenciam a qualidade de vida e a funcionalidade da pessoa idosa (Costanzi et al, 2018). Com o
passar dos anos, há alterações naturais do envelhecimento a nível fisiológico que refletem na capacidade da pessoa idosa de se
manter ativa e autônoma (Sousa et al, 2012). Porém, há fatores externos como estilo de vida, uso de álcool, fumo e patologias
que podem acelerar o processo de dependência do idoso (Karen et al, 2015), que o envelhecimento acarreta mudanças
significativas nos aspectos físicos, psicológicos e sociais (Camargos et al, 2015), preservando ou não sua capacidade funcional
em cada aspecto.
Compreende-se como capacidade funcional do idoso, sua habilidade de realizar tarefas físicas, possuindo preservadas
suas atividades mentais, além de manter relações sociais adequadas (Matsudo et al, 2002). As mudanças negativas na
capacidade funcional do idoso geram grande impacto na sua saúde, nas relações familiares, sociais e na assistência
profissional, podendo necessitar de ajuda multiprofissional, o que muitas vezes não é possível a nível da atenção primária à
saúde (APS).
Dessa forma, é importante que os profissionais da assistência primária conheçam os determinantes em saúde que
contribuem para a independência funcional da pessoa idosa para que possam avaliar o idoso em todos os seus aspectos sendo
capazes de ampliar a atenção à saúde, como sugerido pela Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (Brasil, 2006),
contribuindo para o retardo e prevenção das incapacidades (Matsudo et al, 2002), oriundas do envelhecimento. Nesse sentido,
objetivou-se identificar o perfil de funcionalidade da pessoa idosa brasileira residente na comunidade acompanhada pelas
equipes de saúde da atenção primária.
2. Metodologia
Este estudo se caracteriza como uma revisão integrativa (Botelho, Cunha e Macedo, 2011) desenvolvida a partir da
seguinte pergunta norteadora: “Qual o perfil de funcionalidade da pessoa idosa brasileira residente na comunidade atendida
pela atenção primária à saúde?” O processo de seleção e buscas de estudos nas bases de dados aconteceu no período de março
a julho de 2020, e foi realizado nas seguintes bases: Lilacs, PubMed, Scielo, Scopus e Web of Science.
Utilizou-se como critérios de inclusão os estudos que atendessem aos seguintes pré-requisitos: a) dados primários; b)
publicados entre 2016 a 2020; c) disponíveis como textos na íntegra e d) escritos em língua inglesa ou portuguesa. Descartou-
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se os estudos que: a) não estiverem disponíveis de forma gratuita; b) não tivesse relação direta com a temática pesquisada e c)
não fossem realizados no Brasil.
Os descritores selecionados foram “Avaliação geriátrica” e “Atenção Primária à Saúde”, os quais foram utilizados nas
bases Lilacs e Scielo e “Geriatric Assessment” e “Primary Health Care” usados nas bases PubMed, Scopus e Web of Science,
realizando a interação entre os descritores através do operador booleano AND: “Avaliação geriátrica” AND “Atenção
Primária à Saúde”; “Geriatric Assessment” AND “Primary Health Care”.
No processo de busca teve-se um achado inicial de 8.146 estudos. A partir do quantitativo final após uso dos filtros, os
estudos encontrados foram exportados para o EndnoteTM desktop versão 20 da empresa ClarivateTM. Neste software realizou-se
a eliminação de estudos duplicados, reduzindo de 729 para 575 artigos. Após a seleção por título restaram 19 estudos.
Agrupou-se os estudos por aspectos: físicos, psicológicos e cognitivos, finalizando com um total final de cinco produções,
sendo três do eixo psicológico e dois do eixo físico, não sendo selecionada nenhuma do eixo cognitivo.
A seleção dos textos completos e de suas informações foi realizada a partir da ficha URSi (Ursi 2005) e do
fluxograma do processo de seleção dos textos com a utilização do Checklist PRISMA (Moher et al, 2009), como observado na
Figura 1.
Figura 1. Busca e seleção dos estudos incluídos nesta revisão.
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Fonte: Autores (2020).
3. Resultados e Discussão
O condensado dos estudos selecionados para análise final foram organizados a partir dos autores, ano de publicação,
tipo de estudo, instrumentos utilizados na coleta das informações e os principais resultados. Os estudos foram publicados entre
2016 e 2020, todos do tipo transversal, como observa-se no quadro abaixo.
Quadro 1. Descrição dos estudos selecionados.
Autores
Ano
Tipo de estudo
Instrumentos utilizados
Resultados
Cordeiro RC. et al.
2020
Transversal
Brazil Old Age Shedule; Mini
Exame do Estado Mental;
Escala de Depressão Geriátrica;
Escala de Resiliência; Escala de
Apoio Social; Inventário de
Eventos Estressantes; Escala de
Satisfação com a Vida e a
Escala de Afetos Positivos e
Negativos.
associação entre as
variáveis
sociodemográficas e
sintomas depressivos,
estado mental,
resiliência e apoio
social.
Gato JM, et al.
2018
Transversal
Whoqol-old/Whoqol-bref;
Escala de Depressão Geriátrica;
Questionário sociodemográfico
e clínico.
Houve associação entre
sintomas depressivos e
diminuição da QV em
todos os domínios e a
satisfação com a QV foi
moderada.
Lenardt MH, et al.
2016
Transversal
Revisão do prontuário
observando o diagnóstico de
depressão da Classificação
Internacional de Doenças.
Os níveis de tratamento
da depressão em idosos
atendidos no PSF são
muito baixos.
Brito KQD, Menezes
TN, Olinda RA.
2016
Transversal
IMC; Índice de Barthel;
associação entre
incapacidade funcional,
número de doenças
crônicas, condições de
saúde auto avaliadas e
prática de atividades
físicas.
Bárbara FA, et al.
2017
Transversal
Minnesota Leisure Activity
Questionnaire; Escala de
associação entre
capacidade funcional e
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Depressão do Centro de
Estudos Epidemiológicos
CES-D; Questionário de
Nível de Atividade Física
para Idosos CuritibAtiva;
Escala de Depressão Geriátrica;
escala visual graduada; IMC;
Medical Outcomes Study
MOS, Short Form 36 SF-36.
QV em todos os grupos.
Fonte: Autores (2020).
Observou-se uma variedade de instrumentos aplicados para avaliar a funcionalidade da pessoa idosa tanto no rastreio
da depressão e demência (Veras et al, 2020; Krieger et al, 2020) quanto nas avaliações físicas (Araujo et al, 2020; Silva et al,
2020). Nenhum dos estudos utilizou a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) (OMS,
2013). No que diz respeito ao perfil do eixo psicológico, viu-se que há uma relação entre as condições de vida e o surgimento
de sintomas depressivos que podem afetar o estado mental e a forma como o idoso reage a esses desajustes, tendo impactos
diretos na qualidade de vida. No que tange à capacidade funcional física, os idosos que apresentam doenças crônicas e baixa
prática de atividade física se apresentaram como mais propensos a incapacidade funcional afetando negativamente sua
qualidade de vida.
A capacidade funcional se apresenta como uma condição multifatorial, podendo ser influenciada por fatores
sociodemográficos e epidemiológicos (Cordeiro et al, 2020), o que se observou em dois estudos analisados que evidenciaram
haver associação entre as variáveis sociodemográficas como saúde física, utilização de serviços médicos, dentários e saúde
mental com sintomas depressivos (Gato et al, 2016) e depressão (Lenardt et al, 2016), percebendo-se uma relação entre
sintomas depressivos e satisfação moderada da qualidade de vida, assim como também associação entre capacidade funcional
física e qualidade de vida (Brito et al, 2016).
Observou-se que a incapacidade funcional para as atividades instrumentais de vida diária (AIVD) somada a percepção
negativa de saúde, polifarmácia e número elevado de morbidades são fatores associados e desencadeadores de pré-fragilidade e
fragilidade em pessoas idosas (Cordeiro et al, 2020), o que se assemelha aos resultados encontrados, mostrando que quanto
maior o número de doenças crônicas, menor foi a avaliação de saúde contribuindo para uma significativa incapacidade
funcional (Bárbara et al, 2017).
Pessoas idosas com maior idade, maior número de morbidades e com presença indicativa de depressão estão mais
predispostas a incapacidade funcional para as atividades básicas de vida diária, já menor escolaridade e renda baixa são fatores
para incapacidade funcional relacionado as atividades instrumentais de vida diária (Abrantes et al, 2019).
A autopercepção de saúde dos idosos parece não ser fiel ao seu real estado de saúde. Uma pesquisa realizada com
idosos e seus cuidadores mostrou que os idosos possuem autopercepção positiva da sua qualidade de vida, divergindo da
opinião dos seus cuidadores. No mesmo sentido, idosos se consideram saudáveis embora apresentassem muitos agravos à
saúde, inclusive quadros de depressão (Abrantes et al, 2019). Um dos estudos da nossa análise se aproxima dos achados
anteriores ao evidenciar que a maioria dos idosos avaliados consideraram seu estado de saúde psicológico saudável mesmo
fazendo uso de ansiolíticos e tendo moderada satisfação em relação a sua qualidade de vida (Lenardt et al, 2016).
Cordeiro e colaboradores (2020) também observaram associação entre as variáveis sociodemográficas e sintomas
depressivos, estado mental, resiliência e apoio social, sendo as mulheres mais satisfeitas com a vida, apresentando mais afetos
positivos e menos afetos negativos do que os homens (Gato et al, 2016). Ainda, evidenciaram um perfil de idosos que não
apresentaram declínio de saúde mental, que vivenciam frequentemente os afetos positivos e estão satisfeitos com a vida (Gato
et al, 2016), o que se assemelha aos achados de um estudo realizado na atenção básica de saúde de João Pessoa - PB
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observando que os idosos estavam satisfeitos com a sua vida e que se sentiam felizes, figurando como fator de proteção contra
os sintomas depressivos (ChiloffI et al, 2018).
Já entre os idosos paulistanos, a prevalência de sintomas depressivos foi de 14,2% em 2006 associando-se a eles piores
condições de saúde, dependência para as atividades cotidianas, disfunção familiar, maior número de doenças, percepção
negativa de sua saúde e memória (Scazufca et al, 2016). Nota-se que os níveis de tratamento da depressão em idosos atendidos
no programa saúde da família (PSF) são muito baixos em comparação com as taxas de tratamento de diabetes e hipertensão,
por exemplo, sendo necessário melhorar o tratamento da depressão no PSF a fim de melhorar a qualidade dos cuidados da
pessoa idosa (Gonçalves et al, 2013).
No entanto, profissionais enfermeiros da ESF afirmaram não possuir formação específica para lidar com questões de
saúde mental, sentindo-se despreparados para lidar com as demandas do serviço, necessitando de aperfeiçoamento na área com
propostas de educação permanente (Coelho et al, 2009). Torna-se necessário que diferentes profissionais passem a incluir
idosos em atividades com valor social e ofereçam apoio psicossocial a suas famílias para minimizar complicações clínicas,
expandir a QV e fortalecê-los para um maior nível possível de autonomia (Lenardt et al, 2016).
Nesse sentido, destaca-se a atenção básica à saúde como um espaço importante do cuidar e, portanto, sendo capaz de
realizar o rastreio e o monitoramento de sintomas depressivos em idosos (ChiloffI et al, 2018; Santos et al, 2020) e desenvolver
ações de prevenção a baixa funcionalidade física para retardar o surgimento das incapacidades (Gonçalves et al, 2013).
4. Conclusão
Observou-se que o perfil de funcionalidade da pessoa idosa brasileira residente na comunidade está associado a
fatores sociodemográficos que influenciam diretamente a sua dependência ou independência. Percebeu-se que o idoso com
sintomas depressivos, com elevado número de comorbidades, que não pratica atividade física, com baixa avaliação de sua
saúde e que não se sente amparado por familiares tendem a se tornar mais frágeis e mais dependentes, com baixa
funcionalidade física e psicológica.
Destaca-se que a avaliação funcional da pessoa idosa residente na comunidade não é comumente realizada de forma
global pelos profissionais desse nível de atenção à saúde, necessitando de reflexão das práticas profissionais. Esta pesquisa
limitou-se a uma análise reduzida de estudos encontrados relacionados a funcionalidade física e psicológica do idoso residente
na comunidade. Assim, sugere-se que mais estudos como este sejam realizados bem como pesquisas no âmbito da saúde do
idoso na atenção primária a fim de ampliar os conhecimentos já existentes e fomentar a prática profissional melhorando a vida
das pessoas idosas.
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Resumo O objetivo do estudo foi caracterizar idosos não frágeis em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) em Natal, enfatizando a integração social em instituições filantrópicas e privadas. Os dados foram de pesquisa realizada em 2012. O instrumento utilizado foi o Brazil Old Age Schedule (BOAS). Realizou-se análise descritiva e, posteriormente, foram estimados perfis sociodemográficos e de saúde dos idosos a partir do método Grade of Membership (GoM) que permitiu identificar tipologias de integração social. Os achados indicaram que dos 68 idosos elegíveis, 63,2% eram do sexo feminino e 51,5% tinham 80 anos ou mais; 43% reportaram saúde ruim ou péssima. O método GoM caracterizou 3 perfis: um com maior presença de homens sociáveis/integrados, residentes em ILPI filantrópicas (22% dos idosos); outro, de mulheres isoladas em ILPI filantrópicas com condições vulneráveis de saúde e depressão (34,9%); um terceiro, de idosos sociáveis/integrados em ILPI particulares com boas condições de saúde, mas com fragilidade funcional e mais velhos (34,9%). O tema do estudo é relevante pois a institucionalização deveria manter ou até mesmo estimular a integridade e a independência do idoso em todos os aspectos da vida social dentro e fora da instituição.
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Resumo A violência contra a pessoa idosa desenha-se como um problema de saúde pública de complexa administração. É de fundamental importância conhecer seus fatores associados, com ênfase em cada tipo de violência, para possibilitar a criação de políticas públicas baseadas em evidências. Objetivou-se realizar uma revisão sistemática da literatura de estudos epidemiológicos analíticos sobre os fatores associados à violência contra idosos. Para a pesquisa bibliográfica utilizou-se quatro bases de dados: PubMed, Scopus, Web of Science e Lilacs, sem corte de anos. A seleção dos artigos foi realizada por pares e em duas etapas: leitura dos resumos (3121) e leitura dos artigos completos (64), tendo sido selecionados 27 artigos. O risco de viés foi avaliado. Os fatores associados à violência geral foram idade, sexo, estado civil, nível de educação, renda, arranjo familiar, suporte social, solidão, transtorno mental, depressão, tentativa de suicídio, dependência para atividades da vida diária, função cognitiva, doenças crônicas, abuso de álcool ou drogas, entre outros. A violência contra idosos apresentou-se como um fenômeno multifatorial e complexo, por isso não pode ser vista de forma parcial, unidimensional e sim levando em consideração todas as dimensões e entender que há uma interdependência entre elas.
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Objective To highlight the important role of Mini Mental State Examination (MMSE) use on judicial interdiction assessments. Methods On this paper, we present a case in which we have used the Mini mental state examination (MMSE) for screening an initial dementia diagnosis, suggested by clinical and mental state examination. Results The relevance of using a screening test for demencial states on judicial interdictions assessments, as MMSE, in order to provide more objective findings to the court, has been demonstrated. Also, we review the current evidence for using MMSE on this setting and the importance of its use on demential interdiction exams in judicial proceedings. Conclusions Judicial evidence is a critical element in decision making. Judicial interdiction assessment is usually performed by expert psychiatrists. As psychiatric diagnosis relies on clinical history and mental state examination, it is composed of subjective elements, varying also according to the examiner’s personal technical orientation and impressions. Neuroimaging exams are helpful on a minority of cases, in which specific findings are present. In such cases, clinical screening questionnaires play an important role - providing objective elements of neuropsychic functioning of an individual, thus limiting the subjective realm of the expert forensic report.
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Background The number of questionnaires that measures physical activity levels has increased considerably. For Brazilian population it becomes a challenge, due to the need of a rigorous translation, adaptation and testing of measurement properties. Objective Evaluate the methodological quality and criteria of physical activity questionnaires translated to Brazilian-Portuguese. Methods Methodological quality and quality criteria was assessed using the COnsensus-based Standards for the selection of health Measurement INstruments checklist. Results Sixty-nine studies were included, the most frequent questionnaires investigated were the International Physical Activity Questionnaire (n = 16) and the Baecke Physical Activity Questionnaire (n = 12). Translation (n = 13), reliability (n = 37) and construct validity (n = 44) were the measurement properties commonly investigated. For reliability, most studies were rated as ‘adequate’ for methodological quality. The Intraclass Correlation Coefficient of the questionnaires ranged from 0.20 to 1.0. For construct validity, 31 analyses showed ‘inadequate’ methodological quality, due to poor description of the comparator instrument. High level of evidence on reliability were found for Baecke Physical Activity Questionnaire, Self-administered Physical Activity Checklist and Physical Activity Questionnaire of the Surveillance System of Risk Factors and Protection for Chronic Diseases; on construct validity for Self-administered Physical Activity Checklist, Physical activity Questionnaire for Adolescents, Physical activity Questionnaire for Older Children and Saúde naBoa Questionnaire. Conclusion Most questionnaires showed poor methodological quality and measurement properties. The Baecke Physical Activity Questionnaire and Self-administred Physical Activity Checklist showed better scorings for methodological quality and quality criteria. Further high methodological quality studies are still warranted.
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Objective: To estimate the prevalence of depressive symptoms in the elderly in São Paulo city, Brazil (SABE Study), in 2006 and to identify risk factors associated with the 2006 prevalence and protective factors among those who did not have depressive symptoms in the assessments conducted in 2000 and 2006. Methods: In this cross-sectional and longitudinal study, the Geriatric Depression Scale was used for inclusion in the cohort in 2000 and also in 2006. Results: The prevalence of depressive symptoms in 2006 was 14.2% (95%CI 11.8 - 16.7), and 74.8% of the participants did not present depressive symptoms in 2000 neither in 2006. Logistic regression models were constructed, with different groups of variables (socio-demographic variables, status and perception of health and memory) adjusted for sex and age. In the final logistic regression model, the following factors were associated with depressive symptoms: self-assessment of vision, oral health, memory and of general health as poor, dependence for basic activities of daily living, and moderate or severe family dysfunction. Protective factors against presenting depressive symptoms in the 2000 and 2006 phases were: being male, absence of pulmonary disease and positive self-assessment of health. Conclusion: Depressive symptoms were frequent among the elderly, and were associated with health problems, dependence and family dysfunction. These factors should be addressed in health policy planning for the care of these elderly.
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Objetivo: Avaliar o estado de saúde mental, índice de depressão, humor e qualidade de vida (QV) de idosos. Metodologia: Estudo transversal quantitativo com 122 pessoas com mais de 60 anos atendidas pela atenção primária. Os dados foram coletados com inventários de avaliação da OV (WHOQOL-OLD/WHOQOL-BREE), Escala de Depressão Geriátrica, questionário sociodemográfico e clínico e analisados com estatística descritiva. Resultados: A maioria se considera saudável, embora 40,2 % apresentem agravos à saúde; 55,6 % usam ansiolíticos e antidepressivos; 61,5 % apresentaram depressão associada estatisticamente ao estado civil viúvo/ solteiro/divorciado, sexo feminino, viver sozinho, não praticar atividades de lazer e comunitárias. A depressão foi inversamente associada ao estado civil casado, residir com outras pessoas e prática de atividade física/ lazer. Houve forte associação entre aumento da intensidade dos sintomas depressivos e diminuição da ov em todos os domínios. A satisfação com a ov foi moderada, com maior pontuação em 'relações sociais' e menor no domínio 'físico' . No WHOQOL-OLD, escores médios mais elevados nos domínios 'intimidade' e 'participação social' e menor escore no domínio 'morte e morrer'. Conclusões: Percepção de melhor ov associa-se à idade, estado civil, autopercepção de 'estar saudável' e ausência de depressão. Consumo de tabaco relaciona-se à pior ov em todos os domínios. A relação entre consumo de álcool e melhor avaliação no domínio 'morte e morrer' precisa ser elucidada.
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Objective: to verify the prevalence of functional disability among older adults and how it can affect their health conditions and the regular practice of physical activities. Method: this is a household and cross-sectional study conducted with older adults of both sexes. We verified the variables associated with functional disability by Poisson's regression. Results: around 420 older adults participated in this study (68.1% of them being women). We observed a statistically significant association between functional disability, the number of chronic diseases, self-assessed health conditions, and the practice of physical activities; the latter only being found among men. Older adults who reported presenting four or more chronic diseases, self-assessed their health conditions as poor, and were not used to practice physical activities, showing high prevalence of functional disability. Conclusion: considering the changeable character of these variables, we recommend that prevention actions be taken, mainly at primary level, to delay the emergence of disability.
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Objective: to investigate the association between physical frailty and quality of life in elderly users of primary health care in the capital of the state of Paraná. Method: a cross-sectional, quantitative study with 203 elders. Data collected included: physical activity questionnaires, weight loss, fatigue/exhaustion, quality of life, performance of gait speed tests, and handgrip strength. Results: of the 203 older adults, 115 were pre-frail, 49 were non-frail, and 39 were frail, with a significant association with functional capacity and quality of life in all groups. The dimensions resulting from physical aspects, pain, and vitality were associated with those that were non-frail. Conclusion: in this study, frailty syndrome was inversely proportional to the quality of life, and significantly associated with functional capacity of older adults. Physical frailty is a manageable condition which can be targeted through geriatric nursing interventions.
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INTRODUCTION: The psychiatric reform, also presents great challenges for nursing care in community mental health, with discussion on the sustainability of the health care change in practice focused on promoting mental health in primary care. OBJECTIVE: Describe the actions ofnurses in Mental Health Promotion in primary health care. METHODS: A quantitative study, conducted with 45 nurses the Microrregião Triangle South of Minas Gerais, through semi-structured interviews. Data were analyzed descriptively and organized into categories. RESULTS: Of the 45 respondents, the actions taken by nurses to promote prevention and mental health were: (84.4%) reception, (77.8%) orientation, (53.3%) physical activity, (60.0%) family support and (68.9%) health education; (60.0%) said they did not have specific training in mental health (68.9%) feel unprepared to deal with mental health. CONCLUSION: The results showed that nurses' conceptions of actions to promote mental health in primary care are directly related to professional assistance and they reinforce the need for improvement in the area with proposals for continuing education.