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Soc. Nat. | Uberlândia, MG | v.33 | e57722 | 2021 | ISSN 1982-4513
DOI: 10.14393/SN-v33-2021-57722
Recebido: 10 Outubro 2020 | Aceito: 31 Maio 2021 | Publicado: 13 Maio 2021
Proposta de Identificação de Subcentros Urbanos com
Base na Distribuição Espacial das Funções: caso da
Cidade de Maputo - Moçambique
Proposal for Urban Subcenters identification based on the Spatial Distribution Of
Functions: Case of Maputo City - Mozambique
Tomé Francisco Chicombo
1
Palavras-chave:
Centralidades
Pontos de Interesse
ArcGis
Resumo
O presente trabalho de pesquisa apresenta uma proposta metodológica de identificação de
novas centralidades funcionais urbanas com base nos dados dos pontos de interesse da
plataforma Open Street Map. Por outro lado, dados coletados através do trabalho de campo,
entrevistas também foram usados para o estudo, complementados com imagens do Google
Earth. Os dados de pontos de interesse foram classificados de acordo com critérios pré-
definidos representando funcionalidades urbanas. Cada um dos critérios foi atribuído um
peso. Os pesos dos critérios foram calculados com base no método do Processo Analítico
Hierárquico. Para tal, foram realizadas entrevistas junto a especialistas e indivíduos com
maior experiência de vivência na área de estudo, tendo como base as suas percepções em
relação a distribuição das funcionalidades urbanas. Os resultados das entrevistas foram
introduzidos em matrizes que permitiram o cálculo dos pesos de cada critério. Ademais, os
dados dos pontos de interesse foram editados e processados com a ajuda do aplicativo
ArcGis onde foi produzido um mapa que mostra a distribuição espacial dos pontos de
interesse e os respetivos níveis de centralidade. Portanto, foi possível identificar com o
presente estudo alguns pontos de concentração fora do centro histórico da cidade de Maputo,
o que mostra evidências de surgimento de novas centralidades funcionais como resultado de
implantação de novas infraestruturas urbanas na área não central, principalmente
relacionadas ao comércio e prestação de serviços.
Keywords:
Centralities
Points of Interest
ArcGis
Abstract
This study presents a methodological proposal for identification of new urban
functional centralities based on data from the points of interest of Open Street Map platform.
On the other hand, data collected through fieldwork interviews were also used for the study
and complemented with Google Earth imagery. Points of interest data were classified
according to pre-defined criteria representing urban features. Each criterion was assigned a
weight. The criteria weights were calculated based on the Analytical Hierarchical Process
(AHP) method. For this purpose, interviews were carried out with specialists and individuals
with greater experience of living in the study area, based on their perception regarding to
the distribution of urban functionalities. The results of interviews were introduced in
matrices that allowed the calculation of weights for each criterion. In addition, points of
interest data were edited and processed through ArcGis application, in which a map was
produced showing the spatial distribution of the points of interest and the respective levels
of centrality. Therefore, it was possible to identify from this study some points of
concentration outside the historic center of the Maputo city, which show evidence of
emergence of new functional centralities as a result of implementation of new urban
infrastructure in the non-central area, mainly related to commerce and services provision.
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Instituto Superior Politécnico de Gaza, Chókwè, Moçambique. tchicombo@gmail.com
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INTRODUÇÃO
Estudos sobre a distribuição das centralidades urbanas
têm grande importância no planejamento urbano,
principalmente na mobilidade urbana. Segundo Sopha
et al. (2016) a localização da distribuição dos centros
urbanos desempenha um papel importante na medida
em que reduz custos de distribuição, impactos
ambientais e congestionamento do tráfego nas cidades.
As cidades são entendidas por Castells (1983) como
sistemas vivos, feitos, transformados e experienciados
por pessoas. Olhando para o espaço interno da cidade,
importa referir que estudos sobre a sua estrutura e
funções são de extrema importância porque permitem
um melhor planejamento e gerenciamento do espaço
urbano.
O espaço urbano é caraterizado por um lugar central
para onde convergem a maior parte das pessoas
concentrando maior parte de bens e serviços em relação
a restante área. O centro de acordo com Castells (1983)
é o local onde se concentram as principais atividades
comerciais, de serviços, de gerenciamento público e
privado, terminais de transportes e caraterizado por uma
intensa construção verticalizada.
Milani e Silva (2009) definem a centralidade como
a circulação contínua de consumidores, trabalhadores,
automóveis, mercadorias e informação para
determinados lugares. É de salientar a importância de se
perceber que a intensidade desse movimento ou fluxo
depende da importância de um determinado local e a
sua capacidade de atrair mais pessoas. Daí que faz
sentido analisar a centralidade do ponto de vista das
funções destes locais.
Para Yu et al. (2020) um dos passos mais
importantes para analisar a estrutura espacial urbana é a
identificação das suas centralidades. A identificação de
centralidades tem sido abordada em vários estudos.
Numa primeira fase tais estudos utilizavam
principalmente dados populacionais e de emprego e ao
longo do tempo estudos sobre centralidades foram
incorporando vários outros elementos.
Atentar para o fato de que o processo de surgimento
de novas centralidades no espaço urbano é
consequência do crescimento da cidade, tanto em
termos demográficos como espaciais. Ferreira (2018)
refere que neste processo são impulsionadas novas
dinâmicas como surgimento de grandes superfícies
comerciais e de serviços nas áreas pericentrais.
Vários estudos sobre a identificação de novas
centralidades têm sido realizados apresentando
metodologias e dados diferentes (quadro 1).
Quadro 1. Estudos realizados sobre centralidade urbana.
Autores
Titulo
Borgatti (2005)
Estudo de centralidade considerando as categorias de trajetórias que o trafego pode seguir e
o método de propagação.
Hellrvik et al. (2019)
Proposta de uma metodologia onde se integram as atividades, a atração e a acessibilidade o
que se chamou de centralidade preferencial.
Porta et al. (2006)
Metodologia para análise de redes geográficas baseada na avaliação da múltipla centralidade
com base em gráficos das ruas, funcionando uma estrutura métrica e não topológica,
investigando a pluralidade de índices de centralidade entre pares.
Santos et al. (2019)
Uso da técnica Delphi, AHP com a aplicação do modelo gravitacional para identificação de
prováveis novos centros através de uma análise multicritério no Rio Grande de Sul.
Sevtsuk e Mekonnen (2012)
Análise de rede urbana de código aberto para ArcGis, que faz o cálculo de cinco medidas de
centralidade, a saber, o alcance, índice de gravidade, entrelaçamento, proximidade e retidão.
Siqueira (2014)
Identificação de subcentros com base no estabelecimento de valores de corte, estimativas
econométricas e análise exploratória de dados espaciais onde são usados dois parâmetros, a
saber, o total de trabalhadores e a densidade de emprego.
Yu (2020)
Análise da centralidade do ponto de vista da distribuição da função urbana tendo usado três
camadas a saber: dados de pontos de interesse, distância, funções e a distribuição espacial
dos centros urbanos.
Zong et al. (2015)
Identificação das mudanças de estrutura espacial das cidades, para o desenvolvimento e
validação de estratégias de planejamento adequadas, onde propõem um índice de
centralidade simples que pode ser aplicado a larga escala sobre atividades humanas,
identificando centros, estabelecendo vínculos funcionais no espaço e identificando
mudanças estruturais no espaço urbano com base nas informações sobre atividades
humanas.
Fonte: Autor.
Como pode se constatar, estudos sobre centralidades
urbanas apresentam várias metodologias, cada uma com
seus pontos fortes e fracos. Em termos gerais um dos
grandes desafios neste tipo de estudos é a
disponibilidade de dados, principalmente nos países em
desenvolvimento, que ainda não possuem instituições
que se dediquem na coleta e armazenamento
estruturado deste tipo de dados.
O presente trabalho constitui uma proposta de
identificação de prováveis novas centralidades na
cidade de Maputo, em Moçambique, dentro dos
constrangimentos de disponibilidade de dados. Para tal
foi assumida uma metodologia que tem como base de
informação os dados disponibilizados pela plataforma
Open Street Maps. Trata-se de uma plataforma que
conforme Boeing (2019), fornece um valioso banco de
dados geoespaciais brutos de fontes coletivas para a
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construção de modelos de redes de ruas urbanas para
análise científica. Note-se que esta plataforma também
oferece dados sobre pontos de interesse e suas
funcionalidades, rede de estradas e funcionalidades nas
suas adjacências tanto como de edifícios e suas
funcionalidades.
Sobre esta plataforma há que reconhecer que ainda
persistem dúvidas acerca da sua validade. Entretanto,
Jiang et al. (2015) esclarecem que embora existam
problemas de validade e confiabilidade das informações
dos pontos de interesse, rede de estradas e edifícios
obtidas pela informação geográfica voluntária, estes
dados são úteis nos estudos sobre uso de solo. De
acordo com estes autores a cobertura e precisão destas
informações depende fortemente das fontes públicas
online.
Deste modo, foram consideradas informações sobre
os pontos de interesse, na medida em eles refletem o uso
real de cada local. Para Long e Liu (2015) os dados
sobre os pontos de interesse possuem informações no
nível de subparcelas, disponíveis em fornecedores
online, com uma cobertura quase global, com altas
resoluções espaciais e em maioria dos casos disponíveis
gratuitamente.
Contudo, nos estudos de centralidades urbanas
usando pontos de interesse é importante que elementos
que desempenham diferentes funções urbanas sejam
atribuídos pesos diferenciados, tendo em conta que eles
atraem pessoas com intensidades destintas. Sevtsuk e
Mekonnen (2012) chamam atenção que as
representações não ponderadas nas redes urbanas
limitam estritamente a análise, ignorando todas as
informações sobre as atividades realizadas nos pontos
de interesse.
Para a atribuição de pesos as diferentes
funcionalidades dos pontos de interesse, foi aplicado o
método multicritério e processo de análise hierárquica,
que segundo Taherdoost (2017) é um dos sistemas mais
inclusivos considerados para tomar decisões com vários
critérios e assume um problema de forma hierárquica.
Este método permitiu fazer a comparação dos fatores de
decisão de forma pareada, o que culminou com a
atribuição dos pesos de cada tipo de funcionalidade
urbana.
ÁREA DE ESTUDO
A cidade de Maputo, antes denominada de Lourenço
Marques, é a capital da República de Moçambique e
maior cidade do país, situada em seu extremo sul, a 25°
58' S 32° 35' E, na margem da baía de Maputo. Faz
fronteira com distrito de Marracuene a norte, município
da Matola a oeste e noroeste, distrito de Boane a oeste,
oceano índico a leste e com o distrito de Matutuine a
sul.
A cidade, ao longo do tempo, foi passando por um
processo de expansão da mancha urbana tendo
originado processos de conurbação urbana com o
município da Matola a oeste e com o distrito de
Marracuene a norte. Entretanto, para o presente estudo
foi feito um recorte (figura 1) representando a área de
estudo que representa a região principal e contínua da
cidade.
Figura 1 - Localização da cidade de Maputo
Fonte: Autor.
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A cidade possui uma área total de 346 km² e situa-
se numa zona temperada sul entre o trópico de
capricórnio e círculo polar antártico. Devido a sua
localização ela sofre efeitos das correntes marítimas,
fazendo com que ocorram chuvas com boa
regularidade, durante todos os meses do ano. Localiza-
se uma posição litorânea e em fundo de um estuário na
margem ocidental da baia de Maputo, uma posição
privilegiada para as trocas comerciais, transporte pesca
e lazer. O sítio urbano tem um relevo que varia de um
plano costeiro para o leste, a baixa altitude, terminando
em formas escarpadas que se desenvolvem no sentido
norte-sul levando a uma planície mais alta, culminando
em promontório.
Historicamente, a urbanização moçambicana surgiu
dentro da matriz colonial, isto é, com acesso a recursos
e portos para a exportação. Assim, existe uma longa
história de assentamento urbano com vilas costeiras
desenvolvidas por árabes, indianos e, posteriormente,
comerciantes portugueses, que exportavam
principalmente ouro, marfim e escravos.
Da mesma forma, a origem da cidade de Maputo,
está associada a uma zona portuária que servia de um
ponto de escoamento de recursos naturais e ligação com
a hinterlândia. Este papel ainda é notório atualmente
dentro da rede das cidades da região da África Austral,
servindo de ponto de escoamento para cidades da África
do Sul e Suazilândia. Esta zona passa por um processo
de centralização da área central, caraterizado por
construção de grandes centros comerciais, edifícios
públicos e privados para prestação de serviços,
comércio e habitação. É a área de maior concentração
diurna de pessoas com uma ampla escala vertical.
O histórico de ocupação da cidade de Maputo pode
ser analisado em dois momentos, a saber, a sua gênese
em 1781 no período colonial com a criação de um
presídio e o período após a independência do país. De
acordo com Baia (2001) a cidade no âmbito da
colonização portuguesa era constituída como centro
administrativo com uma centralidade que sustentava a
conquista e controle territorial em função das
estratégias de dominação que visavam a garantia de
acumulação de capital por parte da metrópole, no
quadro de uma economia mercantil, mas com uma
componente racial fundamentada na exclusão da
população africana e servia de posto de produção e
exportação de matéria-prima para os países
colonizadores.
O padrão urbano é caraterizado por:
[…] um traçado geométrico regular adaptado à
topografia, mas não racionalizado; o
protagonismo urbanístico da rua, em que as vias
principais mais largas se dispõem paralelamente à
costa, desenhando uma estrutura de quarteirões
lineares, com rua de ambos os lados, idênticos aos
do período medieval; a existência de uma praça
estruturante de cariz mais renascentista,
articulando as vias e o acesso da língua de areia à
margem continental, onde se localizam os
equipamentos prioritários, apresentando uma
constância e interação espacial; o espaço
hierarquizado e a independência morfológica
relativamente ao cerco muralhado (ROSSA, 2002;
TEIXEIRA; VALLA, 1999 apud MELO 2017).
Ainda de acordo com Melo (2017) no período
colonial, tempos em que a cidade era considerada a
capital da Província Ultramarina de Moçambique, o
desenvolvimento urbano surgiu através de situações
criadas pela revolução industrial com um forte
crescimento urbano gerado pelo grande afluxo de
população maioritariamente rural, a introdução de
novas funcionalidades e necessidades de saneamento e
provisão de infraestruturas adequadas.
Neste período, a dinâmica de ocupação do solo
seguia um padrão do urbanismo português em que as
funções urbanas eram distribuídas obedecendo as cotas
altimétricas. Em relação a esta dinâmica Melo (2017)
faz a seguinte descrição:
Entre 1900 e 1940, a cidade cresce para norte e
oeste de forma faseada, seguindo vários projetos
de ampliação que refletem os mesmos princípios
urbanísticos, a consolidação das estruturas
públicas, áreas meramente residenciais,
acentuando-se a separação entre diferentes usos do
solo, que remete para outra característica do
urbanismo português, nomeadamente uma
ocupação diferenciada segundo cotas altimétricas:
a cidade alta, mais fresca e arejada, destinada aos
edifícios administrativos, às principais instituições
cívicas e religiosas e às residências das classes
mais altas; e a cidade baixa, destinada às
atividades marítimas, aos serviços e ao comércio,
bem como às classes mais baixas, junto ao porto e
aos locais de emprego (MENDES, 1985;
MORAIS, 2001; TEIXEIRA; VALLA, 1999 apud
MELO, 2017).
No período pós-colonial a ocupação foi marcada por
medidas estruturais como com a participação de
investidores privados, nacionais e internacionais, uma
pressão cada vez maior no centro urbano. Melo (2017)
considera que essa situação exerceu uma crescente
pressão imobiliária sobre as áreas semiurbanizadas
mais próximas e também já nas mais afastadas com a
construção de edifícios administrativos, de serviços
residenciais para classes média e alta podendo envolver
processos de gentrificação, a construção de habitações
subsidiadas pelo estado, a formulação de projetos
urbanísticos, a implementação de grandes superfícies
comerciais, equipamentos e infraestruturas viárias.
Atualmente o centro histórico é caraterizado pelo
surgimento de novos edifícios privados (sedes de
instituições bancárias, centros comerciais) e públicos
(edifícios ministeriais e de administração da justiça).
Estas edificações geralmente foram erguidas em áreas
que não tinham sido ocupadas no período colonial, de
maior declividade ou com lençol freático elevado. Melo
(2017) enfatiza que este processo rompeu com o
princípio de urbanismo português de adaptação à
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topografia e respeito pelas condições naturais de cada
local.
Assim, de acordo com Maloa e Nascimento Júnior
(2018) a situação atual da urbanização na cidade de
Maputo resulta do somatório do processo colonial
urbano e pós-colonial que perfaz múltiplas partes
enquadradas num mosaico urbano de geometria
intricada que consiste em duas realidades (“zona
cimento” e “zona caniço”) que constituem duas
realidades que tendem a desvanecer-se cursando-se,
sobrepondo-se e justapondo-se a outras realidades que
foram ganhando forma e expressão no espaço urbano.
As denominações de “zona cimento” e “zona
caniço” são os termos usados para se referir às duas
áreas que representam a dicotomia que carateriza a
urbanização na cidade de Maputo. De acordo com a
explicação de Araújo (2003) a primeira que também é
chamada de área urbana obedece uma planta ortogonal
com rede viária pavimentada, serviços de saneamento
básico, redes de abastecimento de água, energia elétrica
e telecomunicações, construções verticalizadas, em
geral, concentração de comércio, serviços e algumas
indústrias. A segunda área chamada de suburbana é
caraterizada por bairros não planejados e planta
indiferenciada ou anárquica, elevada densidade da
ocupação do solo, dificuldade de circulação, falta de
área para serviços, construções horizontalizadas,
serviços de saneamento inexistentes, deficiente rede de
abastecimento de água, energia elétrica e de
telecomunicações.
METODOLOGIA
Em termos gerais o presente trabalho teve como base
metodológica a leitura bibliográfica, o processamento
de dados referentes dos pontos de interesse fornecidos
pela plataforma Open Street Maps, a análise de imagens
Google Earth e trabalho de campo.Para o estudo
proposto foram usadas duas fontes de dados. Uma de
dados secundários obtidos a partir uma base de dados
raster obtida na plataforma Open Street Map (2020) e
outra de dados primários através de um inquérito. O
Open Street Map é uma plataforma gratuita e editável
de todo o mundo que está sendo construído por
voluntários que coletam informações dirigindo,
andando de bicicleta ou andando pelas ruas e caminhos,
e em torno das áreas que registram todos os seus
movimentos usando recetores GPS (Sistema de
Posicionamento Global). Essas informações são usadas
para criar um conjunto de pontos e linhas que podem ser
transformados em mapas ou usados para navegação.
No caso do presente trabalho a camada de dados usada
foi referente a pontos de interesse que possuem
informação sobre a distribuição espacial das funções
urbanas.
Os resultados das entrevistas serviram para
atribuição de importâncias relativas dos critérios, o que
permitiu calcular os pesos aos fatores usados para a
identificação de prováveis novas centralidades
funcionais na cidade.
Os dados referentes ao mapa dos pontos de interesse
foram pré-analisados possibilitando a correção e edição
de informações em falta. Através da informação
coletada em trabalho de campo foi possível comparar
com a constante nos pontos de interesse. Para os casos
onde esta informação não constasse era feita a edição
dos dados do raster. Foi necessário editar os dados das
camadas de modo a introduzir a variável peso que foi
usada para a elaboração dos mapas. Entretanto, os
valores dos pesos de cada critério foram calculados com
base método de Analytic Hierarchy Process (AHP),
onde foram usados resultados das entrevistas.
A implementação das entrevistas seguiu uma
amostragem intencional, na medida em que a escolha
dos respondentes dependeu do julgamento do
pesquisador.
Para o estudo foram considerados os seguintes
critérios (Quadro 2) para a análise de centralidade
funcionais na área em estudo.
Quadro 2. Descrição dos critérios.
Local
Descrição
Administração
Pública
Repartições públicas e equipamentos urbanos de prestação de serviços
Comercial
Mercado, centro comercial, loja, prestação de serviços.
Educacional
Universidades, colégios, escolas de diferentes níveis, instituições de pesquisa
Financeiro
Bancos, casas de câmbio e caixas eletrônicas (ATM)
Industrial
Indústrias, montadoras
Recreação
Estádio, piscina, museu, ginásio, igreja, jardim zoológico, cinema, praças, etc.
Residencial
Locais de residência
Restauração
Restaurantes, cafés, bares, etc.
Saúde
Hospitais e clínicas
Transportes
Estação Ferroviária (estação de metrô), paragem de transportes públicos de
passageiros, aeroportos e portos.
Fonte: Autor
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Dada a necessidade da atribuição do nível de importância para cada critério foram usadas as escalas segundo o
quadro 3.
.
Quadro 3. Descrição das escalas.
Escala de importância
Descrição
1
Os dois locais concentram pessoas na mesma medida
3
Um dos locais concentra pessoas um pouco mais que o outro
5
Um dos locais concentra moderadamente mais pessoas que o outro
7
Um dos locais concentra intensamente pessoas que o outro
9
Um dos locais concentra muito intensamente pessoas que o outro
Fonte: Adaptado de Taherdoost (2017)
Depois de aplicada do método AHP foram encontrados os pesos de cada critério. Os resultados estão apresentados
na Tabela 1.
Tabela 1. Pesos dos critérios.
CRITÉRIO
PESO
Comércio
0.4253
Serviços Públicos
0.1948
Serviços Bancários
0.1097
Educação
0.0987
Serviços de Saúde
0.0714
Restauração
0.0444
Recreação
0.0282
Residencial
0.0275
Fonte: Autor
Para o cálculo da consistência dos resultados dos pesos encontrados foi foram usados os valores do índice
randômico de acordo com a Tabela 2. Segundo a escala de Saaty, a inconsistência máxima permitida para matriz
quadrada de ordem 8 é de 1.41. Este valor é usado para o cálculo da consistência, que no caso foi menor que 0.1,
satisfazendo assim os requisitos da consistência.
Tabela 2. Índice Randômico Médio do AHP
Ordem da matriz
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
RI
0
0
0.58
0.9
0.12
1.24
1.32
1.41
1.45
1.49
Fonte: Saaty (1987).
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O trabalho de campo (baseado na vivência do autor
na área de estudo) foi importante modo a confirmar ou
identificar e caraterizar algumas funcionalidades em
pontos de interesse onde esta informação seja duvidosa
ou inexistente. Serviu também como base para a
abordagem teórica sobre os processos e formas
espaciais na área de estudo.
Por conseguinte, o raster contendo informação dos
pontos de interesse foi editado usando a ferramenta
ArcGis de modo a acrescentar um campo que representa
o peso de cada critério. Depois da edição do raster foi
feito o seu processamento. O processamento consistiu
na classificação dos pontos de interesse usando como
base os pesos cujos valores foram calculados
anteriormente (ver quadro 4).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados a serem discutidos no presente trabalho
de pesquisa são referentes a processamento dos dados
referentes aos pontos de interesse no aplicativo ArcGis,
do trabalho de campo e na observação de imagens via
Google Earth.
A figura 2 ilustra a distribuição espacial dos pontos
de maior ou menor atração na área de estudo. Nota-se
que o comércio segundo resultados do inquérito
realizado é aquele que apresenta maior nível de atração
de pessoas e consequentemente com maior peso. Por
isso, no mapa, os lugares que apresentam maior
intensidade de atração devem ser entendidos como
locais onde existe maior concentração de atividades
comerciais.
Figura 2 - Mapa dos pontos de interesse e seus níveis de centralidade na cidade de Maputo.
Fonte: Autor.
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O mapa mostra pontos amarelados que representam
menor concentração ou nula e pontos vermelhos que
representam áreas de maior concentração segundo a
legenda. É possível notar o surgimento de locais que
vão concentrando mais pessoas fora do centro histórico.
Entretanto, a área central continua sendo aquela que
atrai mais pessoas devido a maior concentração de
serviços e comércio.
Alguns desses pontos de interesse fora do centro
histórico representam áreas compostas por estações de
abastecimento de combustível, cercadas de lojas de
conveniência, estabelecimentos de prestação de
serviços e comerciais. É notório o movimento cada vez
mais acentuado de pessoas nestas áreas que vão se
beneficiando dos serviços e produtos que antes só
estavam disponíveis no centro histórico da cidade. Este
fenômeno contribui para o descongestionamento do
centro da cidade e consequentemente o surgimento de
novas centralidades funcionais na cidade facilitando a
mobilidade urbana.
Outro elemento importante que o mapa ilustra é o
fato de que grande parte pontos de maior concentração
que vão surgindo na periferia estão localizados ao longo
das principais vias de acesso. Novas infraestruturas
cujas funções urbanas geram maior atração estão sendo
erguidas ao longo destas avenidas. Fatores como a
dificuldade de obtenção de espaço na zona central e a
existência de terras não ocupadas na zona não central
são responsáveis na descentralização de
funcionalidades urbanas no município de Maputo. No
entanto, o comércio e a prestação de serviços são as
funções que estão registando maior descentralização.
Por outro lado, registrou-se nos últimos anos a
construção cada vez maior de edifícios públicos e
privados no centro da cidade. Trata-se de uma opção
que contribui para o maior congestionamento na área
central da cidade e contribuindo negativamente para a
mobilidade urbana.
Na zona pericentral do município de Maputo,
existem algumas áreas que vão desempenhando o papel
de maior atração de pessoas contribuindo também para
o descongestionamento do centro histórico. Estas áreas
são vistas como núcleos funcionais situados ao longo de
algumas avenidas dentro da cidade (figura 3). As
principais funcionalidades existentes nestas novas
centralidades são o comércio (venda a retalho ou
atacado) e prestação de serviços.
Figura 3 - Exemplos de núcleos funcionais.
Fonte: Google Earth Pro.
Estes núcleos criam uma dinâmica de concentração
dentro da cidade, reduzindo a pressão sobre o centro
histórico na medida que vários serviços e produtos já
podem ser encontrados neles. Corrêa (1995) chama esta
dinâmica de coesão e as áreas especializadas. Para o
autor este processo é definido como aquele movimento
que leva as atividades a se localizarem juntas formando
economias externas de aglomeração. Neste caso,
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segundo a abordagem do autor estamos perante uma
dinâmica de funcionalidades de natureza distinta e
complementares constituídas por centros comerciais,
unidades de fabricação, companhias de seguros, bancos,
sede de empresas industriais com ligações entre si, tanto
à montante como à jusante, uma realidade que também
contribui para o descongestionamento do centro da
cidade e o surgimento de novas centralidades.
Outro cenário que se verifica na cidade e vai
contribuindo para o surgimento de novas centralidades
é a construção de novos centros comerciais fora do
centro principal, que são representados pelos pontos de
centralidade intensa ou muito intensa como ilustra
figura 4.
Figura 4 - Exemplo de novas centralidades.
Fonte: Google Earth Pro.
Estes centros comerciais agregam na sua
proximidade outras categorias de estabelecimentos
comerciais e serviços com funções de natureza distinta,
da mesma linha ou até complementares como bancos,
farmácias, restaurantes, pastelarias entre outras
funcionalidades.
O surgimento destes pontos de concentração nas
periferias do centro resulta principalmente da falta de
espaço no centro, sendo que geralmente ocupam
espaços não ocupados. Trata-se de um processo que
acompanha a implosão urbana resultante da
reclassificação urbana por decreto, onde áreas rurais
foram acrescentadas a área urbana, com o surgimento
de novos bairros. Segundo Correa (1995) esta
descentralização torna o espaço urbano mais complexo,
com vários núcleos secundários de atividades, o que
gera economia de transporte e para o consumidor.
CONCLUSÕES
Um dos maiores desafios nos estudos de centralidades
urbanas é a disposição de dados que operacionalizem as
metodologias propostas para este tipo de estudos,
principalmente em países em desenvolvimento como é
o caso de Moçambique. Esta situação faz com que estes
tipos de estudos sejam escassos ou inexistentes, e
quando existem são realizados com um conjunto
limitado de dados.
No caso de se trabalhar com dados sobre
funcionalidades urbanas, identificar suas centralidades
constitui uma tarefa de extrema importância na medida
em que contribui para tomada de decisões que permitem
a resolução de certos problemas urbanos como é o caso
dos custos elevados de distribuição dentro do espaço
urbano e os congestionamentos no tráfego.
Políticas de planejamento e gerenciamento urbano
devem ter em conta as acessibilidades, pois elas
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moldam a distribuição espacial das funções urbanas.
Deste modo, promove-se um equilíbrio no
desenvolvimento urbano. Assim, estudos sobre funções
urbanas e centralidades são necessários para prover
informações que ajudem na tomada de melhores
decisões.
O presente trabalho de pesquisa fez uma análise,
com base nos dados disponíveis, os possíveis novos
centros funcionais que vão criando uma maior atração
de pessoas. Os resultados do mapa mostram alguns
pontos de maios concentração na área pericentral, que
tendem a criar novas centralidade funcionais dentro do
espaço urbano na cidade de Maputo.
Assim, o trabalho buscou contribuir para mais uma
proposta metodológica em que procurou-se mostrar a
possibilidade do uso dos dados da plataforma Open
Street Maps nos estudos de centralidade funcionais
urbanas, na medida em que estes dados são cada vez
mais confiáveis e abrangentes.
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