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Mapping to analyse geomorphological aspects using geoprocessing in the municipality of Altamira, Pará, Brazil

Authors:

Abstract and Figures

Geomorphological analysis is very important for understanding the carrying capacity ofenvironments and environmental risk in order to conserve the ecosystems. This study isa physical and environmental analysis in the municipality of Altamira, Pará, Brazil, usingadvanced technologies in the treatment of secondary information for mapping, contributingto the environmental management of Altamira. Thus, the general objective of this researchwas to analyze the importance of geomorphological mapping for the municipality of Altamira,through geoprocessing in the treatment of secondary information and use of geographicinformation system (GIS). For such, the maps were generated as geomorphology and geologyof the area based on data from IBGE as well as studies already done. It was noted that thisstudy demonstrated a good analysis of the maps generated in GIS with analysis of diversesecondary data, is suggesting a constant updating of data and monitoring to prevent theoccurrence of further negative impacts in the researched area.
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Paper do NAEA
Volume 28
Mapeamentos para análise de aspectos
geomorfológicos com uso do geoprocessamento
no município de Altamira, Pará, Brasil
Ponciana Freire de Aguiar1
Maamar El-Robrini2
Juliana de Sá Guerreiro3
George Satander de Sá Freire4
RESUMO
A análise geomorfológica é muito importante para o conhecimento da capacidade de suporte
dos ambientes, do risco ambiental, no intuito de conservar os ecossistemas. Esse estudo é uma
análise físico-ambiental no Município de Altamira, Pará, Brasil, com uso de tecnologias avançadas
no tratamento de informações secundárias para a realização de mapeamentos, contribuindo para
a gestão ambiental de Altamira. Assim o objetivo geral dessa pesquisa foi analisar a importância
de mapeamentos geomorfológicos para o município de Altamira, por meio de geoprocessamento
no tratamento de informações secundárias e uso de sistema de informação geográca (SIG).
Para tanto, foram gerados mapas como de geomorfologia, geologia da área, baseados em dados
do IBGE, bem como em estudos já realizados. Notou-se que este estudo demonstrou uma boa
análise dos mapas gerados em SIG, com análise de dados secundários diversos, sugerindo-se uma
atualização de dados e monitoramento constante prevenindo a ocorrências de mais impactos
negativos na área pesquisada.
Palavras-chave: Mapeamento. Geoprocessamento. Geomorfologia.
____________
1 Professora do Programa de Pós-graduação em Gestão Pública do NAEA/UFPA. E-mail: ponciana@ufpa.br.
2 Coordenador do Grupo de Estudos Marinhos e Costeira da Geologia da UFPA. E-mail: robrini@ufpa.br.
3 Doutoranda em Ciências Ambientais, UFPA. E-mail: juliana_guerreiro@hotmail.com.br.
4 Coordenador do Laboratório de Geologia Marinha e Aplicada da Geologia da UFC. E-mail: freire@ufc.br.
Ponciana Freire de Aguiar, Maamar El-Robrini, Juliana de Sá Guerreiro e George Satander de Sá Freire l 64
Paper do NAEA 2019, Volume 28, Nº 2 (414)
ISSN 15169111
ABSTRACT
Geomorphological analysis is very important for understanding the carrying capacity of
environments and environmental risk in order to conserve the ecosystems. This study is
a physical and environmental analysis in the municipality of Altamira, Pará, Brazil, using
advanced technologies in the treatment of secondary information for mapping, contributing
to the environmental management of Altamira. Thus, the general objective of this research
was to analyze the importance of geomorphological mapping for the municipality of Altamira,
through geoprocessing in the treatment of secondary information and use of geographic
information system (GIS). For such, the maps were generated as geomorphology and geology
of the area based on data from IBGE as well as studies already done. It was noted that this
study demonstrated a good analysis of the maps generated in GIS with analysis of diverse
secondary data, is suggesting a constant updating of data and monitoring to prevent the
occurrence of further negative impacts in the researched area.
Keywords: Mapping. Geoprocessing. Geomorfologia.
Mapeamentos para análise de aspectos geomorfológicos com uso do geoprocessamento no município de Altamira l 65
Paper do NAEA 2019, Volume 28, Nº 2 (414)
ISSN 15169111
INTRODUÇÃO
Esse estudo é uma análise de aspectos geológico-geomorfológicos do Município de Altamira com
uso do emprego de tecnologias avançadas no tratamento de informações secundárias para a
realização de mapeamentos que contribuam para a gestão ambiental do município de Altamira.
A análise geológica-geomorfológica é fundamental no estudo da paisagem e no conhecimento
do equilíbrio ambienta, sendo muito importante na análise da capacidade de suporte dos
ambientes, bem como do risco ambiental, o que pode ser baseado em teorias e autores como
o da adaptação nos princípios da ecodinâmica (Tricart, 1977), que enquadra em ecossistemas
estáveis, intergrades e instáveis.
O estudo das paisagens também possuem vertentes de adaptações realizada por outros autores
mais recentes sobre a Geoecologia das Paisagens (RODRIGUEZ; SILVA; CAVALCANTE, 2010)
que tratam os tipos de paisagens como uma “tipologia físico geográca” (ou geoecologia) que
consiste em análise com classicação e uso da cartograa, atrelada hoje ao geoprocessamento,
dos “complexos físico geográcos tipológicos” para a compreensão da composição, das
relações e estrutura dos tipos naturais e dos modicados por atividades humanas.
O município de Altamira tem passado nessa última década por fortes mudanças ambientais
e socioeconômica devido à construção da grande obra Belo Monte, atualmente pronta e
operando com toda a sua capacidade de instalação. Essa cidade localiza-se no sul do estado
do Pará (Figura 01) na região do Rio Xingu.
Mapa 1. Mapa de localização de Altamira, Pará, Brasil
Fonte: Elaborado pelo autor no ano de 2018.
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Assim a visão de Desenvolvimento Sustentável vem a ser, portanto, um elemento decisivo na
gestão (RODRIGUEZ; SILVA, 2013) ao qual se deve seguir um Manejo entre três categorias,
“a econômica, a social e a cultural”.
Assim o objetivo geral dessa pesquisa foi analisar a importância de através de
mapeamentos geológico-geomorfológicos do Município de Altamira, como subsídio
a gestão ambiental, utilizando geoprocessamento com tecnologia no tratamento
de informações secundárias e uso de sistema de informação geográfica (SIG) para a
realização de mapeamentos que contribuam para a gestão ambiental do município de
Altamira, apoiados em análise de geração de mapas de geomorfologia, geologia e de
tensão vegetacional da área.
Por tanto, esse estudo se fundamenta na importância do conhecimento dos
sistemas e suas características ambientais como a geológica e a geomorfológica,
bem como numa análise para entendimento do meio físico e sua relação com as
atividades antrópicas.
METODOLOGIA
Esta pesquisa condiz com uma análise dos aspectos geomorfológicos de
Altamira, que para tanto foram realizadas pesquisa exploratória, com
levantamento bibliográfico e documental, visita a órgãos públicos e análise de
dados secundários, sendo uma pesquisa de cunho qualitativo principalmente,
e em menor estudo o quantitativo.
Com relação as exigências para se utilizar do enfoque sistêmico e os estudos do
Desenvolvimento Sustentável segundo (RODRIGUEZ; SILVA, 2013); SLATER que usar “a
concepção sistêmica na questão ambiental é tentar ter um corpo teórico-metodológico
holístico, integral, multidimensional, multiestrutural e multirreferencial”, além dos
aspectos interdisciplinar e transdisciplinar.
O uso do geoprocessamento tem sido cada vez mais indispensável na geração de
mapas geológico-geomorfológicos, estudos de impactos ambientais e seus relatórios, e
determinação de riscos como movimento de massas, desmoronamentos, deslizamentos
de terras e enchentes.
Sendo assim, foram gerados os Mapa da Rede de Hidrografia de Altamira, o
Mapa de Unidade Geomorfológicas, o Mapa Hipsométrico de Altamira, e um
Mapa de Unidades Geológicas do Município de Altamira utilizando os dados
secundários do IBGE dos anos de 2008 e 2010, gerando-se os mapas com uso
do Sistema de Informação Geográfica ArcGis 10.3, ao obter-se a liberação de
uso da licença do NAEA.
O Mapa de Geomorfologia do Município de Altamira foi realizado a partir dos shapeles
do IBGE (2008), com a base cartográca na escala 1: 250.000, apresentando unidades
geomorfológicas, com caracterização descritas posteriormente. Esses tipos de mapas
e análises são indispensáveis em Estudos de Impactos Ambientais que requerem o
conhecimento da análise de riscos.
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O Mapa de Hipsométrico de Altamira foi gerado (Figura 07) a partir de dados da missão
Shuttle, sendo muito utilizado em mapeamentos de EIA/RIMA, devido a geração de mapas
de declividade em média escala e monitorar as mudanças e análise morfológicas. Tendo
sido gerado um Modelos Digitais de Elevação - MDE que segundo estudos já realizados
(GROHMANN, 2008) atendem a uma boa acurácia altimétrica dos modelos SRTM (3
segundos de resolução) para análises em média escala, e em mapeamentos topográcos
de semidetalhes na Amazônia.
O uso de imagens SRTM na geração de Modelos Digitais de Elevação MDE relata que
existem técnicas de correção para contornar problemas como o de resolução, como o
uso de filtragem. A autora cita dois métodos como as interpolações linear (que realça
feições de alta frequência) e krigagem (causa redução das feições de alta frequência)
(FLORENZANO, 2008). Segundo Longley et al. (2005) as imagens Shuttle permitem
análises de alta qualidade pela geração de imagens simuladas, muito usadas em
modelos de elevação.
A análise dos Recursos Hídricos também é fundamental, segundo Dias et al. (2012), para
uma avaliação de processos morfométricos, bem como o conhecimento dos padrões de
drenagem para a compreensão das formas de relevo.
Assim, os estudos gerados com base de dados do IBGE têm sido bastante difundidos,
no entanto, existe ainda uma necessidade de atualização desses dados para download,
propiciando uma base cartográfica e caracterizações e estudos dos aspectos
socioambientais de forma mais adequada para a gestão pública dos municípios como
o de Altamira.
RECURSOS HÍDRICOS NA REGIÃO DO XINGU
A Amazônia, maior oresta equatorial do planeta, e também possuidora da maior bacia
hidrográca, sendo o Rio Amazonas o maior rio do mundo em termos de vazão da água,
contribui para o equilíbrio climático do planeta imensuravelmente, tanto em suas águas
superciais como o vapor que exala de sua imensa oresta, tendo como um de seus
auentes o Rio Xingu.
O rio Xingu é o maior corpo hídrico da região sul do estado do Pará, sendo um
dos principais tributários da margem direita do rio Amazonas, onde deságua. O
Xingu passa pela sede do município de Altamira (Figura 02), onde foi construída
a principal barragem do Projeto Belo Monte. A sua nascente está localizada na
Chapada do Roncador no Mato Grosso pela junção dos rios Batovi e Coliseu no
Rio Amazonas, próximo da cidade de Porto de Moz, e os principais afluentes do
Xingu pela margem esquerda são os rios Iriri (o maior), Tamitatoala ou Batovi,
Curisevo, Manissauámiçu, Ronuro, Acaraí e Jarauçu, e pela margem direita são
os rios Sete de Setembro, Comandante Fontoura, Bacajá, Fresco e Suiá-miçu ou
Suiazão” (BARBOSA NETO, 2009).
O Mapa da bacia do rio Xingu que no recorte espacial apresentado no mapa (Figura 03)
compreendem apenas o município de Altamira, com todos os seus auentes principais
e secundários, apresentando uma densidade hidrográfica muito grande, em que se
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comparando é possível observar que grande parte desta está dentro de uma altitude média
que varia de 100 a 200m, o que demonstra grande capacidade de alagamento em época de
enchente dos rios.
Assim, tendo em vista que o rio Xingu percorre uma grande extensão do município de
Altamira, e sua dinâmica é muito intensa, observaram-se diversas mudanças e impactos a
construção do Aproveitamento hidrelétrico AHE de Belo Monte, bem como variação no
planejamento das cidades, comunidades e povos que foram impactados por essa obra, que
sobreviviam do mesmo.
Figura 02. Rio Xingu próximo sede de Altamira
Foto: Autores do Projeto, 2017.
Fontes (2017), analisando dados da pesquisadora Cristiane Carneiro sobre as
mudanças no rio Xingu em 2016, percebeu que após o barramento, a região da
Volta Grande do Xingu teve uma redução considerável na vazão do rio Xingu. Em
novembro de 2016 a vazão era em torno de 800 metros cúbicos por segundo (m3/s)
depois do barramento, enquanto a média era de 1.800 m3/s antes da construção
do barramento do AHE Belo Monte, que previu que o mês de abril seria o de maior
vazão pós-barramento, pois o período de chuvas é mais intenso com 8.000 m3/s,
mesmo sendo bastante abaixo do que ocorria antes: 20 mil m3/s; bem como que
a vazão mais reduzida causaria o impacto no processo reprodutivo dos peixes,
pois o tamanho e quantidade dos ovos relacionam-se com o período que a fêmea
consegue se alimentar (FONTES, 2017).
Essas transformações trouxeram muitos impactos negativos para as populações ribeirinhas
e indígenas que sofreram ou ainda sofrem com os alagamentos constantes, e seus riscos,
além das mudanças no equilíbrio do rio Xingu e seus auentes, das orestas que secando,
e sendo destruídas pela redução da água e pelos desmatamentos que aumentarem muito
nos últimos dois anos.
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Figura 03. Mapa da Rede de Hidrograa de Altamira
Fonte: Elaborado pelo autor em 2017.
Além disso, as áreas de pedrais e as planas, áreas de corredeiras são encontradas na parte
da Volta Grande do Xingu, em parte da jusante da barragem do AHE Belo Monte (Figura
03). Assim, a área da Volta Grande do Xingu (Figura 04) foi a área em que o Rio Xingu
sofreu o maior impacto com relação a diminuição da vazão de água, e hoje ainda passa
por constantes mudanças no seu nível de água, de forma repentina e diariamente, onde
na barragem principal há um controle das comportas de água, pois quando enche muito é
liberada parte da água para a Volta Grande, no entanto, isso causa vários transtornos para
os povos indígenas, o meio ambiente e os ribeirinhos.
Para diminuir o lago para 516 km² e não alagar as TI’s demarcadas como a Paquiçamba e a
Arara da Volta Grande do Xingu foi desviado um trecho de 622 km² (ELETROBRAS, 2009a
apud MAGALHÃES; HERNANDES, 2009) do seu curso original, causando outros impactos
em outras áreas a oeste da Volta Grande do Xingu.
O RIMA (2009) apresentou um Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas, sendo
parte do Plano de Gerenciamento dos Recursos da AHE Belo Monte que cou faltando ser
realizado, no entanto, esses estudos já deveriam ter sido entregues junto ao Rima, antes
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da Licença de Instalação da obra, por afetar os recursos hídricos, a qualidade da água, e
junto ao monitoramento que deve vir antes, durante e depois das obras. Com relação aos
Comitês de Bacias Hidrográcas e Comitês Indígenas, previstos pela Política Nacional dos
Recursos Hídricos - PNRH (Lei 9.433/1997), também não foram constados no RIMA de 2009.
Figura 04. Área de corredeiras da Volta Grande do Xingu e relevo acidentado com
escarpas de alto declive
Fonte: Carvalho (2012).
As incoerências e insuciências no EIA de Belo Monte de 2009 foram relatadas também no
Painel de Especialistas, necessitando que fossem feitos junto ao EIA estudos como a análise
de consequência do rebaixamento do lençol freáticos na Volta Grande, de diminuição do
aporte de sedimentos, do aumento do nível de água próximo a Altamira e dos impactos
associados ao assoreamento (MOLINA/PAINEL DE ESPECIALISTAS, 2009), tendo faltado
também, segundo esses especialistas:
“a) uma análise da diminuição dos níveis de água do rio Xingu e de sua utuação
estacional, como consequência da redução da vazão.; b) O estudo do remanso
(níveis de água e pers hidráulicos) não inclui o subtrecho do Xingu a jusante
da foz do rio Bacajá. Isso pela complexidade do trecho, as diculdades de obter
secções topobatimétricas e o fato de que não é navegável; c) (...) pouco ou nada
nas necessidades do ecossistema dependente no rio; d) ... adequadamente a
escolha da vazão mínima de 700 m3/s para a navegação do trecho Pimental-Foz
do rio Bacajá” (MOLINA/PAINEL DE ESPECIALISTAS, 2009).
Um empreendimento necessita passar por processo de licenciamento ambiental, e u EIA e um
RIMA precisa de análises e monitoramentos do órgão tanto empresarial como o ambiental,
audiências públicas, concessão de licenças etc. No entanto, como trata PNRH (2007) o acima
Rima teve inventários incompletos tendo faltado também a participação da população que
iria ser afetada, e representantes que fazem parte do Comitê de Bacias Hidrográcas.
Vale ressaltar ainda que, em termos de planejamento e coordenação das ações setoriais pelo
Decreto do Estado do Pará nº 1.227 de 13.02.2015 DOE-PA (19.02.2015), relativas à utilização
dos recursos hídricos, onde o artigo 1º relata que os procedimentos relativos ao recolhimento
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da Taxa de Controle, Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Exploração e
Aproveitamento de Recursos Hídricos - TFRH e à inscrição do Cadastro Estadual de Controle,
Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Exploração e Aproveitamento de
Recursos Hídricos - CERH (instituídos pela Lei nº 8.091, de 29 de dezembro de 2014), devem
no seu artigo 2º observar que:
O exercício regular do poder de polícia conferido ao Estado sobre a atividade
de exploração e aproveitamento de recursos hídricos no território paraense
será exercido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade
- SEMAS para:
I - planejar, organizar, dirigir, coordenar, executar, controlar e avaliar as ações
setoriais relativas à utilização de recursos hídricos;
II - registrar, controlar e scalizar a exploração e o aproveitamento de recursos
hídricos. Parágrafo único. No exercício das atividades relacionadas no caput, a SEMAS
contará com o apoio operacional dos seguintes órgãos da Administração Estadual”.
Vale salientar ainda que, a Semas segundo SANTOS (2015) publica normas para taxa de
exploração de recursos hídricos, na determinação da Instrução Normativa publicada pela
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) no Diário Ocial do Estado.
A lei PNGATI no eixo 2 do Art. 8 (BRASIL, 2012) destaca no inciso d a necessidade de
“apoiar a participação indígena nos comitês e subcomitês de bacias hidrográficas e
promover a criação de novos comitês em regiões hidrográficas essenciais aos povos
indígenas”. Além disso, no inciso c aconselha-se “promover o monitoramento da
qualidade da água das terras indígenas, assegurada a participação dos povos indígenas”
devendo-se permitir que os indígenas tenha acesso a essas informações, bem como esse
eixo ressalta também a importância da presença desses povos indígenas nos fóruns de
discussão sobre mudanças climáticas.
Assim, os recursos hídricos em Altamira devem ser cuidados e scalizados pelos órgãos
competentes, tendo o respeito de todos obedecendo eticamente às leis. Além disso,
outros estudos são muito importantes como as medições das mudanças climáticas
constantes, mudanças nas precipitações e temperaturas, a inferência nos efeitos globais,
como o aumento do efeitos estufa, etc. A apresentação de mapas com detalhes sobre os
recursos hídricos e climáticos com uso de geoprocessamento, para uma caracterização
adequada do ambiente.
IMPORTÂNCIA DO MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO PARA UMA
ANÁLISE AMBIENTAL EM ALTAMIRA
Os estudos de geologia e geomorfologia são essenciais para o entendimento do equilíbrio
ecossistêmico das localidades, pela especicidade morfoestrutural de cada local (RODRIGUEZ;
SILVA, 2013) onde o enfoque sistêmico e a cartograa na questão ambiental permitem gerar
tomadas de decisões fundamentais para a qualidade ambiental e social nos municípios.
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Mapeamento Geomorfológico de Altamira
O Mapa de Geomorfologia do Município de Altamira (Figura 05) foi realizado com base nos
dados (shapeles) do IBGE (2008), gerado no Arcgis 10.3, com a base cartográca na escala
1: 250.000, onde observa-se uma grande variedade de formas em toda a área, baseado no
Mapa de Geomorfologia do Pará do IBGE (2008), que dispõe dos aspectos geomorfológicos
juntamente com a descrição de suas unidades com base nos domínios morfoestruturais e
unidades geomorfológicas, bem como os seus modelados e sua caracterização. Estes aspectos
são fundamentais em descrições geomorfológicas sendo muito úteis no entendimento das
formas e suas análises para Estudos de Impactos Ambientais que requerem o conhecimento
das formas para análises de riscos.
Figura 05. Mapa de Unidade Geomorfológicas de Altamira - PA
Fonte: Elaborado pelo autor com base de Dados do IBGE, 2008.
A descrição geomorfológica abaixo descreve aspectos principais das três regiões
morfoestruturais os Crátons Neoproterozóicos, as Bacias e coberturas sedimentares
Fanerozóicas, e os Depósitos sedimentares quaternários, suas unidades e subunidades
geomorfológicas, que foi baseada principalmente em dados do IBGE (Fonte: Mapa de
Geomorfologia do Estado do Pará do IBGE, 2008):
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Crátons Neoproterozóicos
Depressão do Médio Xingu
A Depressão do Médio Xingu possui um Modelado de dissecação (com dissecação Diferencial
Tabular – Dt) marcada por controle estrutural evidente, e densidade controlados pela tectônica
e pela litologia, com um conjunto de formas de relevo tabulares, conformando feições de
rampas suavemente inclinadas e de lombadas, esculpida em rochas sedimentares e cristalinas,
são os vales rasos, com vertentes de baixa a média declividade, variando suas formas de
aprofundamento das incisões e da densidade da drenagem (IBGE, 2008).
Depressão do Bacajá
A Depressão do Bacajá (Dissecação Diferencial Tabular - Dt) é considerada a Depressão do
Medio Xingu, que possui Dissecação Diferencial Colinoso, parte norte do município, com
controle estrutural evidente, com formas de topo e aprofundamento das incisões, com padrão
de drenagem, e controle tectônico, com topos convexos, esculpidos em diferentes tipos de
rochas. São vales pouco profundos, vertentes de declividade mediana a suave, em sulcos e
cabeceiras de drenagem de primeira ordem (IBGE, 2008).
Exibe também um Modelado de dissecação (Dissecação Diferencial Colinoso - Dc) marcada
por controle estrutural evidente, e mesmas formas de topo e padrão de drenagem. Além
do Modelado de dissecação (Dissecação Diferencial Aguçado - Da) cuja interpretação rochas
metassedimentares e cristalinas modeladas por formas de relevo de topos estreitos e
alongados, com controle estrutural, e vales encaixados (Figura 04). Os topos de aparência
aguçada resultam de interceptação de vertentes de alta declividade, entalhadas por sulcos e
ravinas (IBGE, 2008).
Depressão do Jamanxim - Xingu
A Depressão do Jamanxim Xingu possui uma Dissecação Diferencial Colinoso (Dc21), maior
área, marcada pelo controle estrutural evidente, com variáveis formas de topo e o mesmo
padrão de drenagem esculpidas em diferentes tipos de rochas. São denidas por vales pouco
profundos, com vertentes de declividade mediana a suave, entalhadas por sulcos e cabeceiras
de drenagem de primeira ordem, e uma densidade da drenagem grosseira (IBGE, 2008).
Na parte sul da região do Jamanxin Dissecação Diferencial Colinoso (Dc31) em latitudes
abaixo de 8ºS as características de dissecação e forma se assemelham às de cima, mas com
aprofundamento das incisões muito fraco e uma densidade da drenagem média.
Enquanto ao norte da nascente principal do rio Iriri e subindo para o norte entrando no Planalto
do Tapajós observam-se Dissecação Diferencial Tabular (Dt11) marcada por controle estrutural
evidente, e formas de topo tabulares, feições de rampas suavemente inclinadas e de lombadas,
em rochas sedimentares e cristalinas. São por vales rasos, com vertentes de baixa a média
declividade, gerada dissecação atuando sobre superfície de aplainamento, de incisões muito
fracas e densidade drenagem muito grosseira (IBGE, 2008).
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Planalto do Tapajós
Possui uma Dissecação Diferencial Colinoso (Dc33), ao norte do rio Iriri e entre este e o rio Xingu,
com mesmo controle estrutural evidente, com formas de topos convexos, esculpidas tipos
de rochas variáveis, em por vales pouco profundos, declividade mediana a suave, entalhadas
por sulcos e cabeceiras de drenagem de primeira ordem, com uma densidade da drenagem
média (IBGE, 2008).
Chapadas do Cachimbo
Possui um Modelado de Aplainamento (Pgi) com Área de Pediplano degradado inundado e
superfície de aplainamento parcialmente conservada, ou levemente dissecada, escarpas a
separam de outros modelados de aplainamento e dissecação, sendo inundada por coberturas
detríticas e/ou de alteração, de couraças e/ou latossolos (IBGE, 2008).
Serras do Cachimbo
Tem um Modelado de Dissecação (Dc3) ao sul rio Xingu, marcada por controle estrutural evidente,
com padrão de drenagem controlado pela tectônica, tendo formas de topos convexos, em rochas
diferenciadas, em vales pouco profundos, e desnível mediano a suave, em forma de sulcos e
nascentes primeira ordem, com densidade e aprofundamento do relevo médias (IBGE, 2008).
Serras do Pardo – Porto Seguro
Possui um Modelado de Aplainamento (Pgu) com pediplano degradado desnudado, e uma
superfície de aplainamento parcialmente conservada, perdendo continuidade em decorrência
do sistema morfogenético, dissecada e separada por escarpas e ressaltos, além de outros
modelados de sistema subsequente, desnudada por exumação de camada sedimentar ou
retirada de cobertura preexistente (IBGE, 2008).
Planalto Tapajós – Xingu
No Planalto do Tapajós – Xingu existe uma Dissecação Diferencial Tabular (Dt 32) ao norte da
sede de Altamira, que tem controle estrutural evidente, padrão de drenagem controlados pela
tectônica, formas de topos tabulares, e feições de rampas e lombadas, com caimento suave,
sobre as rochas sedimentares e cristalinas. Os vales também são rasos, e vertentes de baixa
a média declividade, esculpidos pelos processos de dissecação, superfície de aplainamento
e densidade da drenagem média (IBGE, 2008).
Bacias e coberturas sedimentares Fanerozóicas
Planalto Meridional da Bacia do Rio Amazonas
Ao norte da sede de Altamira observam-se Dissecação Diferencial Tabular (Dt 42), com
aprofundamento das incisões, padrão de drenagem e densidade alinhados a tectônica e
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litologia, relevos tabulares, conformando com feições suaves, da geologia sedimentar e
cristalina, em controle estrutural. Também possui vales rasos e vertentes de declividade baixa
a média, em superfície de aplainamento (IBGE, 2008).
Depósitos sedimentares quaternários
Planície Amazônica
A Planície Amazônica abrange as unidades dos modelados de acumulação, que incluem os
depósitos e margens dos rios principais como o Rio Xingu e o Rio Iriri: Planície Fluvial (Af)
tem um modelado de acumulação uvial de recentes várzea, aeperiódicas inundações com
no seu relevo plano, deposições aluviais formam os vales do Holoceno; e a Planície e Terraço
Fluvial (Aptf) possui um modelado semelhante ao da uvial, áreas inundadas periodicamente
ou permanentemente, e planas, comportando localmente cordões arenosos e meandros
abandonados, intercalada por ruptura de declive em patamar mais elevado (IBGE, 2008).
A planície uvial do rio Xingu é intercala por áreas rochosas e na região da Volta Grande do
Xingu (Figura 06), comumente conhecida por pedrais ocorrem muitas dessas feições com
planícies arenosas intercaladas por rochas, formando um ambiente bem especíco.
Figura 06. a) Planície uvial do rio Xingu; e b) área dos pedrais na região Volta Grande do Xingu
Fonte: Carvalho, 2012.
Além de deposição sedimentar temporários ou permanentes que podem originar de praias
uviais, são praias insulares uviais inundáveis constituem depósitos de canais (DE PAULA
et. al., 2014a) que surgem no período de vazante dos rios e localizam-se no entorno das ilhas
uviais, e formam planícies insulares cobertas por vegetação arbórea de várzea.
Os Tabuleiros do Xingu formam uma área com feições de topos tabulares recortadas por
interúvios, gerados por processos aluvionares.
No Mapa de Hipsométrico do terreno do município de Altamira (Figura 07), nota-se que a
região de menor altitude do rio Xingu localiza-se próximo a sede municipal, e também do
ponto onde foi instalado o lago e a barragem principal.
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Com relação à construção de Modelos Digitais de Elevação - MDE em um estudo
numa área de relevo montanhoso na Serra dos Carajás (GROHMANN, 2008) foi
constatado que atendem à aos requisitos do PEC apenas os modelos SRTM e ASTER.
Já em uma em uma área de relevo suave na Floresta Nacional do Tapajós para
cartas Classe A, em escala 1:100.000 “a acurácia altimétrica dos modelos SRTM (3
segundos de resolução) e RADARSAT-1 (modo Fine) enquadra-se aos requisitos”.
Quanto a dados ASTER mesmo tendo desempenho superior existe dificuldade
tanto de custo na coleta de pontos de controle para gerar os modelos ASTER-DEM,
como em obter imagens sem nuvens, sendo sugerido o uso de SRTM muito útil
em mapeamentos topográficos de semidetalhes na Amazônia, sendo uma fonte
primária de dados de elevação.
O uso de imagens SRTM na geração de Modelos Digitais de Elevação MDE relata que
existem técnicas de correção para contornar problemas como o de resolução, como o
uso de filtragem. A autora cita dois métodos como as interpolações linear (que realça
feições de alta frequência) e krigagem (causa redução das feições de alta frequência)
(FLORENZANO, 2008). Segundo Longley et al. (2005) as imagens Shuttle permitem
análises de alta qualidade pela geração de imagens simuladas, muito usadas em
modelos de elevação.
Além disso, um mapa hipsométrico (Figura 07) como este da atual pesquisa elaborado para o
município de Altamira a partir de dados da missão Shuttle é muito utilizado em mapeamentos
de EIA/RIMA, devido a sua importância para a geração de mapas de declividade em média
escala, para servir de base para outros estudo, monitorar as mudanças e gerar mapas de
cenários das possíveis variações morfológicas.
No recorte de imagem do RadarSat de 2008 com resolução espacial de 6 metros
como o exemplo abaixo (Figura 08) do rio Iriri em Altamira pode-se observar a
utilidade de se trabalhar com estas imagens de alta resolução espacial, ao qual
possibilita identificar facilmente as áreas alagadas, interferências atmosféricas
são reduzidas, além de diferenciar as áreas de relevo acidentados como as abaixo
do rio, e as planícies entre o rio e acima deste. Além de possibilitar uma ótima
análise em detalhes por geração de modelos de elevação a partir destas imagens,
sugerindo-se o uso destas.
Segundo Longley et al. (2005) as imagens do RadarSat possuem resolução espacial
nominal entre cerca de 10 a 100m, onde as de maior resolução espacial, como as de 6
metros, possibilitam análises também de infraestruturas em áreas urbanas e atributos
socioeconômicos.
Assim, uma boa caracterização geomorfológica com identificação das unidades
morfoestruturais, bem como unidades morfológicas, são exemplos de parte dos
estudos que podem ser realizados na compreensão das formas de relevo, e essenciais
em estudos ambientais, servindo como modelo para estudos em média escala. O mapa
clinográfico de Altamira abaixo (Figura 09) do EIA de 2009 da Eletronorte (2012) em
escala de detalhe, foi útil para se prever parte dos alagamentos na época da construção
da barragem principal de Belo Monte, e possíveis impactos, ao qual depois necessitou
de novos detalhamentos.
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Outro aspecto, é o relacionado aos parâmetros de estudos para a construção de usinas
hidrelétricas já observados por cientistas, ao qual o autor critica o EIA de 2009 de Belo Monte
pela falta de detalhes, pois “os parâmetros da geomorfologia uvial são indispensáveis para
uma avaliação coerente que subsidie decisões mais acertadas” (SILVA, 2016).
Figura 07. Mapa Hipsométrico de Altamira
Fonte: Elaborado pelos autores em 2017.
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Figura 08. Recorte de imagem do RadarSat de 2008 com resolução espacial de 6 metros,
cedidas pelo SIPAM
Fonte: SIPAM, 2016.
Figura 09. Mapa Clinográco de Altamira
Fonte: Belo Monte, 2009, In: Plano Básico Ambiental/Eletronorte, 2012.
Assim, nota-se que o detalhamento de estudos geomorfológicos é fundamental para o
conhecimento da integração de dados para a geração de riscos ambientais, e o qual se tivesse
sido realizado em detalhes antes da construção de Belo Monte, muitos transtornos sociais e
impactos ambientais como enchentes em área ribeirinhas não previstos teriam sido evitados.
Aspectos geológicos e sua importância para a gestão ambiental
A geologia e a geomorfologia interagem e se complementam em grande parte dos estudos para a
compreensão dos ambientes, sendo uma área do conhecimento que está sempre em alta, por ser
essencial no conhecimento do equilíbrio do planeta, bem como na exploração dos recursos minerais.
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O Mapa de Unidades Geológicas do Município de Altamira (Figura 12) foi realizado em média
escala a partir do uso da base de dados (shapeles) do IBGE de 2010, sendo apresentando
apenas para análise de sua importância, para os estudos geomorfológicos e de riscos
ambientais para o município. Pelo mapa nota-se a existência de uma diversidade geológica
em toda a área, o que demonstra a necessidade de se analisar cada uma destas com mais
detalhes, principalmente para a realização de um estudo de impactos ambientais, como os
já realizados por obras na região, o que remete uma análise de riscos podendo servir como
base para uma previsão dos possíveis impactos de uma região.
Figura 12. Mapa de Unidades Geológicas do Município de Altamira, Pará
Fonte: Elaborado pelo autor em 2019.
Assim, com relação a Geologia e Geomorfologia no RIMA (2009) foi apresentado o “Programa de
Monitoramento da Estabilidade das Encostas Marginais e de Processos Erosivos”, que faz parte
do “Plano de Acompanhamento Geológico/ Geotécnico e de Recursos Minerais”; o “Programa
de Monitoramento dos Igarapés Interceptados pelos Diques e do Programa de Monitoramento
Limnológico e da Qualidade da Água”, incluídos no “Plano de Gestão de Recursos Hídricos”;
o “Programa de Conservação e Manejo de Habitats Aquáticos”, que faz parte do “Plano de
Conservação dos Ecossistemas Aquáticos”. No entanto, o Painel de Especialistas critica o RIMA pois
o relatório já deveria ter apresentado os mapas geológicos detalhados de toda a área de inuência,
já que os mapas de geologia e geomorfologia de toda a área de inuência do AHE Belo Monte,
seriam fundamentais na previsão de riscos, podendo ter sido realizado com detalhes os áreas dos
11 municípios afetados, se analisarmos a quantidade de tempo do início dos estudos para a obra,
incluindo-se ainda mapas de riscos, etc., o que teria dado um relatório mais apto de aprovação.
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No RIMA apenas observou-se “O Plano de Acompanhamento Geológico/Geotécnico e de
Recursos Minerais na Etapa de Construção, para controle e monitoramento do Meio Físico
necessárias para evitar desmoronamentos e erosões em todas as áreas onde serão feitas
as obras do AHE Belo Monte” (RIMA, 2009).
Uma caracterização geológica adequada exige termos técnicos adequados, descrições mais
detalhadas, importantes tanto no reconhecimento geológico da área, como também para
vistas e compreensão de quem buscar o EIA/RIMA para a sua análise.
Outros aspectos foram previstos por autores como a degradação da geologia da área
e a existência da Província Espeleológica Altamira-Itaituba, segundo Freire (2014) “os
sistemas cársticos estão na área de influência da usina, uma vez que algumas cavernas
encontram-se sujeitas à inundação após o enchimento do reservatório” ocorrerá
degradação. Além disso, com o aumento dos desmatamentos as margens do rio e a
“remoção de estruturas geológicas na área do represamento, ocorre a desconstrução
da estrutura geomorfológica do canal fluvial, uma vez que novas ilhas fluviais surjam
e outras desapareçam”.
Um outro problema sobre esse povo é a questão da mineração que altamente degradadora
ambientalmente, e pode gerar muitos impactos negativos em termos sociais.
Segundo (CARVALHO, 2012):
“Belo Sun mineração está explorando o ouro ao longo das faixas
mineralizadas principais do Norte do Brasil, região que ostenta uma
vasta riqueza mineral e uma vibrante indústria de mineração moderna.
O Brasil é o lar de uma indústria de mineração de classe mundial, com
potencial de exploração notável. O Brasil também tem um clima político
favorável, com um código de mineração recentemente modernizada e,
apesar de sua geologia excelente, permanece em grande parte pouco
explorada” (CARVALHO, 2012).
O Mapa Geológico do Projeto Volta Grande do Xingu da gura abaixo (Figura 12) apresenta
esse grande potencial de ocorrência de ouro na região, onde observam-se vários pontos
ideais para a extração das pepitas de ouro, o que tem atraído muito interesse econômico
para a área (CARVALHO, 2012).
No entanto, essa atividade é muito impactante tanto para os recursos naturais como para o
meio social, além de não gerar muito emprego, não traz muita renda para as comunidades
como um todo, somente para a grande indústria e para a estatística numérica do PIB do país.
Na foto abaixo (Figura 13) se vê pessoas em atividade mineradora de forma degradante na
Grota Seca Ilha da Ressaca no Rio Xingu.
Assim, o poder público junto a SEMAS, além de ONG’s e movimentos sociais, devem
monitorara essas atividades e seus impactos sobre o ambiental e o social, no intuito de
conservar os recursos naturais e os ambientes sempre saudáveis, legalmente sustentáveis,
pois sempre esta será a melhor opção, que seja ecologicamente e socialmente corretas e o
melhor também em termos de biodiversidade.
Os primeiros estudos para a implantação da Usina Belo Monte (Figura 14) começaram em
1975, no intuito de atender cerca de 60 milhões no país Brasil, dados da Aneel, equivalente
à população da Itália (G1/PA/REDE GLOBO, 2019). Atualmente a área alagada é de 478 km².
E a Agência Nacional de Energia Elétrica, autorizou em novembro de 2019), a operação
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comercial da 18ª e última turbina, localizada no rio Xingu, no Pará. E a Aneel anunciou que
o contrato de Belo Monte, arrematada em leilão pelo pela Norte Energia em 2010, iniciada
em agosto de 2010, será de 35 anos de funcionamento.
Figura 12. Mapa Geológico do Projeto Volta Grande do Xingu
Fonte: Carvalho, 2012.
Figura 13. Atividade mineradora de forma degradante na Grota Seca Ilha da
Ressaca no Rio Xingu
Fonte: Carvalho, 2012.
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Figura 14. Barragem principal da Usina Belo Monte no município de Altamira
Fonte: G1/PA/Rede Globo, 2019.
Todos os reservatórios da usina Belo Monte localizam-se entre os municípios de Altamira,
Brasil Novo e Vitória do Xingu, no entanto, a abrangência de sua área atinge até a municípios
como Anapu e Senador José Porfírio (Fonte: G1/PA/REDE GLOBO, 2019).
Portanto, é fundamental o conhecimento detalhado tanto da geomorfologia com o da
geologia no município de Altamira, para o monitoramento dos riscos, para um melhor
planejamento público, e uma melhor qualidade socioambiental da área.
CONCLUSÕES
As unidades geomorfológicas do Município de Altamira, com base nos domínios
morfoestruturais observados no mapa de geomorfologia, permitiram nos dar uma boa
acurácia para tratamento de dados morfológicos em média escala de mapeamento, assim
como os mapas de hidrograa e de geologia da área de pesquisa.
Para os estudos em escala de detalhes são necessários descrições e mapeamentos mais
detalhados, no entanto, os mapas de hidrograa, o mapa de geomorfologia e de geologia
podem servir como base para estudos mais detalhados na região e em outras áreas, além
disso os estudos de detalhes necessitam de pers topográcos realizados in locu.
A base de dados do IBGE têm sido bastante difundida e útil na realização e análise físico-
ambientais, no entanto, existe ainda uma necessidade de atualização desses dados para
download, propiciando uma base cartográca melhor para os usuários, e caracterizações
e estudos geológico-geomorfológicos de forma mais adequada para a gestão pública em
Altamira e para estudos no país.
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2012. 382p.
L
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A Geoecologia da Paisagem tem sua gênese nos trabalhos realizados no século XIX por Humbolt, Lomonosov e Dokuchaevb. Durante o século XX, trabalhos realizados por pesquisadores de todo o mundo legaram um corpo teórico e metodológico coerente e suficientemente fértil sobre o assunto, permitindo a conjunção de visões, durante certo tempo, contraditórias. Devido ao rico arsenal conceitual e aos métodos de estudos elaborados, a Geoecologia da Paisagem pode enquadrar-se como uma ciência ambiental, que oferece uma contribuição essencial no conhecimento da base natural do meio ambiente, entendido como o meio global. O presente trabalho, portanto, tem, como propósito fundamental, apresentar os elementos conceituais, teóricos, metodológicos e práticos da Geoecologia da Paisagem.
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É necessário planejar as ações do ser humano na natureza, organizar intervenções sustentáveis dentro dos limites ambientais, e gerir os recursos naturais através de comparações com outras paisagens já modificadas. Entretanto, grande parte das ações de planejamento e gestão ambiental se dão através de análises setoriais, sem entender como a população local percebe os seus lugares de vivência. Nesse artigo, discute-se sobre a análise geoecológica da paisagem e suas relações com o pensamento complexo, e sobre a importância da educação ambiental como forma de difusão do conhecimento geoecológico da paisagem. Propõe-se elementos entendidos como fundamentais para o planejamento e gestão ambiental dos recursos naturais e das paisagens, através de considerações acerca da necessidade de conhecimentos sobre a percepção ambiental dos atores sociais, de suas ações no ambiente natural, e das repercussões dessas ações na dinâmica geoecológica local. O uso da terra contribui significativamente para mudanças na dinâmica ambiental local, e assim, o entendimento sobre a dinâmica geoecológica e a percepção ambiental das comunidades locais devem ser encarados como premissas para elaboração das estratégias de planejamentos e gestão ambiental.
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Na perspectiva moderna de gestão do território, toda ação de planejamento, ordenação ou monitoramento do espaço deve incluir a análise dos diferentes componentes do ambiente, incluindo o meio físico-biótico, a ocupação humana, e seu inter-relacionamento. O conceito de desenvolvimento sustentado, consagrado na Rio-92, estabelece que as ações de ocupação do território devem ser precedidas de uma análise abrangente de seus impactos no ambiente, a curto, médio e longo prazo. Tal postura foi sancionada pelo legislador, ao estabelecer dispositivos de obrigatoriedade de Relatórios de Impacto Ambiental (RIMA), como condição prévia para novos projetos de ocupação do espaço, como rodovias, indústrias e hidroelétricas. Forma ainda a justificativa política para iniciativas como o Programa de Zoneamento Ecológico- Econômico, estabelecido pelo Governo Federal para disciplinar o desenvolvimento da região
Acervo digital da Divisão de Cartografia)
  • Divisão De Cartorafia
DIVISÃO DE CARTORAFIA. Rio Xingu em 1802 e 1884. (Acervo digital da Divisão de Cartografia).
Impactos ambientais no rio Xingu diante da implantação da usina hidrelétrica de belo monte no estado do Pará: subsídios para o planejamento ambiental
  • L M Freire
FREIRE, L.M. Impactos ambientais no rio Xingu diante da implantação da usina hidrelétrica de belo monte no estado do Pará: subsídios para o planejamento ambiental. Revista Geonorte, Edição Especial 4, V.10, N.1. 2014. p.490-493.
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