Content uploaded by Ferdinando Oliveira Carvalho
Author content
All content in this area was uploaded by Ferdinando Oliveira Carvalho on May 21, 2020
Content may be subject to copyright.
Available via license: CC BY 4.0
Content may be subject to copyright.
Araújo WA de, Sousa JCM de, Medeiros RLSFM de et al. Processo de trabalho e planejamento...
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(10):2564-72, out., 2018 2564
ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963
https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i10a237485p2564-2572-2018
PROCESSO DE TRABALHO E PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE SAÚDE
THE WORK PROCESS AND PLANNING OF HEALTH ACTIONS
PROCESO DE TRABAJO Y PLANIFICACIÓN DE LAS ACCIONES DE SALUD
Wilkslam Alves de Araújo¹, Juliane Carla Medeiros de Sousa², Renata Lívia Silva Fonsêca Moreira de
Medeiros³, Edineide Nunes da Silva4, Izabelle Silva de Araujo5, Ferdinando Oliveira Carvalho6, Elisangela Vilar
de Assis7, Ankilma do Nascimento Andrade Feitosa8
RESUMO
Objetivo: analisar o processo de trabalho com base no planejamento das ações de saúde e o impacto no
âmbito da atenção básica de saúde. Método: trata-se de um estudo quantitativo, exploratório e descritivo
com 25 profissionais da Equipe Saúde da Família, a partir de um questionário. Os dados foram organizados no
SPSS, versão 21, e analisados por meio de estatística descritiva e inferencial bivariada. Resultados: o
trabalho em equipe, aliado às ações educativas, com foco na promoção e prevenção da saúde, favorece a
integralidade da atenção à saúde em sua dimensão ampliada. As ações de promoção e prevenção
desenvolvidas no cenário da atenção básica de saúde ainda são pontuais, dirigidas e assistenciais. Conclusão:
a integralidade da atenção deve compreender a noção de ampliação do conhecimento com vistas sobre a
realidade comunitária, o trabalho em equipe multiprofissional, com abordagem interdisciplinar. Descritores:
Atenção Primária à Saúde; Avaliação de Processos; Equipe Interdisciplinar de Saúde; Promoção da Saúde;
Saúde da Família; Saúde Integral.
ABSTRACT
Objective: to analyze the work process based on the planning of health actions and the impact in the scope
of basic health care. Method: this is a quantitative, exploratory and descriptive study with 25 professionals
from the Family Health Team, based on a questionnaire. The data was organized in SPSS, version 21, and
analyzed using bivariate descriptive and inferential statistics. Results: Teamwork, together with educational
actions, focusing on health promotion and prevention, favors the integrality of health care in its expanded
dimension. The actions of promotion and prevention developed in the scenario of basic health care are still
punctual, directed and related to care. Conclusion: the integrality of care must comprehend the notion of
expansion of knowledge with a view to the community reality, the multiprofessional teamwork, with an
interdisciplinary approach. Descriptors: Primary Health Care; Process Evaluation; Interdisciplinary Health
Team; Health Promotion; Family Health; Comprehensive Health.
RESUMEN
Objetivo: analizar el proceso de trabajo con base en la planificación de las acciones de salud y el impacto en
el ámbito de la atención básica de salud. Método: se trata de un estudio cuantitativo, exploratorio y
descriptivo con 25 profesionales del Equipo Salud de la Familia, a partir de un cuestionario. Los datos fueron
organizados en el SPSS, versión 21, y analizados por medio de estadística descriptiva e inferencial bivariante.
Resultados: el trabajo en equipo, aliado a las acciones educativas, con foco en la promoción y prevención de
la salud, favorece la integralidad de la atención a la salud en su dimensión ampliada. Las acciones de
promoción y prevención desarrolladas en el escenario de la atención básica de salud todavía son puntuales,
dirigidas y asistenciales. Conclusión: la integralidad de la atención debe comprender la noción de ampliación
del conocimiento con vistas a la realidad comunitaria, el trabajo en equipo multiprofesional, con enfoque
interdisciplinario. Descriptores: Atención Primaria a la Salud; Evaluación de Procesos; Equipo
Interdisciplinario de Salud; Promoción de la salud; Salud de la Familia; Salud Integral.
¹Mestre, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). Petrolina (PE), Brasil. E-mail: wilksam@hotmail.com
ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-3323-4650; 2Mestra, Faculdade Santa Maria/FSM. Cajazeiras (PB), Brasil. E-mail:
julianecarlam@gmail.com ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-1454-424X; ³Mestra, Faculdade Santa Maria/FSM.
Cajazeiras (PB), Brasil. E-mail: renataliviamoreira@hotmail.com ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-9913-4863;
4Mestra, Universidade Federal de Campina Grande/UFCG. Cajazeiras (PB), Brasil. E-mail: edineidens@hotmail.com ORCID
iD: https://orcid.org/0000-0001-8756-9360; 5Mestranda, Universidade Federal do Vale do São Francisco/UNIVASF.
Petrolina (PE), Brasil. E-mail: izabebelle@hotmail.com ORCID iD: https://orcid.org/0000-0001-7588-286X; 6Doutor,
Universidade Federal do Vale do São Francisco/UNIVASF. Petrolina (PE), Brasil. E-mail:
ferdinando.carvalho@univasf.edu.br ORCID iD: https://orcid.org/0000-0003-0306-5910; 7Doutora, Faculdade Santa
Maria/FSM. Cajazeiras (PB), Brasil. E-mail: ely.vilar@hotmail.com ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-8223-1878;
8Doutora, Faculdade de Medicina do ABC/FMABC. Cajazeiras (PB), Brasil. E-mail: ankilmar@hotmail.com ORCID iD:
https://orcid.org/0000-0002-4751-2404
ARTIGO ORIGINAL
Araújo WA de, Sousa JCM de, Medeiros RLSFM de et al. Processo de trabalho e planejamento...
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(10):2564-72, out., 2018 2565
ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963
https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i10a237485p2564-2572-2018
Caracteriza-se a Estratégia Saúde da
Família (ESF) como um importante
instrumento da atenção básica no Sistema
Único de Saúde (SUS) impulsionado pelo
processo de descentralização e apoiado por
programas inovadores de reestruturação do
sistema de saúde e do modelo assistencial.
Dessa forma, busca oferecer acesso universal
a serviços de saúde com nível de cuidado
abrangente, bem como implementar ações de
promoção e prevenção direcionadas para a
comunidade.1-2
Organiza-se o recurso humano que atua na
ESF a partir do trabalho em equipe
multiprofissional, considerado fator essencial
para o funcionamento adequado do processo
organizacional nas unidades de saúde. As
equipes são compostas por um médico, um
enfermeiro, um técnico de Enfermagem e
Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e, desde
2004, começou a incluir equipes de saúde
bucal. As equipes são responsáveis pelo
acompanhamento de um número definido de
famílias adscritas em território delimitado e
desenvolvem ações de atenção integral ao
indivíduo e sua coletividade.3
Sabe-se que as atividades práticas de
estímulo à prevenção e ao autocuidado,
desenvolvidas junto à comunidade,
possibilitam a sensibilização da população
como parte integrante do processo saúde-
doença fortalecendo a autonomia e instigando
a reflexão crítica mediante temas relevantes
sobre as mudanças socioambientais
necessárias e considerando o contexto de vida
local. Todavia, a capacidade administrativa
em nível municipal ainda é deficiente, assim
como a regulamentação nacional, e ressalta o
fato de que estratégias como a de saúde da
família são processos em construção.4
Observa-se, nesse contexto, a importância
da educação em saúde como instrumento para
o cuidado da saúde da comunidade como,
também, a necessidade de ultrapassar
barreiras e a existência de conflitos
organizacionais. Sobretudo, a participação
ativa da população deve ser sempre
estimulada responsabilizando-a para o cuidado
da saúde.5 Desse modo, destaca-se a
necessidade de análise entre o processo de
trabalho da equipe multidisciplinar e o
planejamento das ações de educação em
saúde na ESF.
Espera-se que esta pesquisa contribua para
o norteamento de trabalhadores e gestores
quanto ao planejamento e ao desenvolvimento
das ações de educação em saúde que
satisfaçam os anseios do serviço, dos
profissionais e, principalmente, dos usuários
do SUS, assim como estimule a construção de
novos estudos.
● Analisar o processo de trabalho com base
no planejamento das ações de saúde e o
impacto no âmbito da atenção básica de
saúde.
Trata-se de um estudo quantitativo,
exploratório e descritivo com profissionais da
equipe saúde da família do município de
Cajazeiras/PB, Brasil.
Informa-se que a população deste estudo
foi composta pelo número de profissionais de
nível superior, ativos, cadastrados na equipe
multidisciplinar de saúde da família do
município de Cajazeiras/PB, sendo que, até o
ano de 2016, eram cadastradas 24 equipes
distribuídas em 24 unidades.
Selecionaram-se, para a delimitação da
amostra, os profissionais que se enquadraram
aos critérios deste estudo: (1) ser profissional
cadastrado na equipe de saúde da família; (2)
atuar como dentista, enfermeiro ou médico na
ESF devidamente registrado no Cadastro
Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES)
do município de Cajazeiras/PB; (3) fazer parte
da equipe multidisciplinar de Unidade Mista
(que atenda tanto a população da zona
urbana, quanto da zona rural em mesmo
estabelecimento). Em contrapartida,
adotaram-se os seguintes critérios de
exclusão: (1) não estar presente no momento
da coleta; (2) tempo de trabalho na atenção
básica inferior a seis meses de atuação.
Envolveram-se, dessa forma, sete ESF na
amostra deste estudo, que constituiu o
quantitativo de 25 profissionais de saúde: sete
dentistas, nove enfermeiros e nove médicos
que responderam a um questionário
autoaplicável, no período de junho e julho de
2016. Antes da aplicação do instrumento, os
profissionais foram informados sobre os
objetivos do estudo sendo apresentado, para
eles, o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE). Os sujeitos foram
identificados com pseudônimos
correspondentes a nomes de flores nativas da
caatinga – um bioma que se concentra na
região Nordeste do Brasil.
Utilizou-se, para este estudo, o formulário
semiestruturado, com perguntas de múltipla
escolha e discursivas divididas em dois
segmentos, adaptado de um estudo:6 (1)
quanto à caracterização social e demográfica
INTRODUÇÃO
MÉTODO
OBJETIVO
Araújo WA de, Sousa JCM de, Medeiros RLSFM de et al. Processo de trabalho e planejamento...
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(10):2564-72, out., 2018 2566
ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963
https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i10a237485p2564-2572-2018
dos entrevistados e (2) questões diretamente
relacionadas ao objeto central de estudo.
Analisaram-se os dados no Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS, versão
21). Utilizaram-se estatísticas descritivas de
frequência relativa e absoluta e, como técnica
inferencial, a correlação não paramétrica de
Spearman, com aceite de significância
estatística menor ou igual a 5%, p < 0,05,
sendo considerada.
Aprovou-se o estudo pelo Comitê de Ética
em Pesquisa da Faculdade Santa Maria,
Cajazeiras/PB, conforme a Resolução 510, de
7 de abril de 2016, do Conselho Nacional de
Saúde, que determina as normas e diretrizes
para a realização de pesquisa envolvendo
seres humanos (CAAE: 56536516.7.0000.5180).
Aponta-se que os participantes
selecionados para compor a amostra deste
estudo foram profissionais de nível superior da
equipe multidisciplinar da ESF (dentista,
enfermeiro e médico), de nove equipes de
saúde da família, que exercem função em
Unidades Mistas, somando-se um total de 25
participantes. No entanto, no período da
pesquisa de campo, por ausência de cinco
profissionais médicos, a amostra foi fechada
em 20 participantes.
Observou-se a prevalência do sexo feminino
(70%). Com relação à idade dos profissionais,
os dados revelaram a faixa etária entre 24 e
54 anos, com média de 24 a 34 anos de idade
(65%). Quanto à variável estado civil,
demonstra-se a predominância de solteiros,
num total de 55% dos profissionais, em relação
a 40% dos casados. Houve a predominância de
enfermeiros na amostra do estudo (45%),
seguidos do cirurgião dentista (35%). Em
relação ao tempo de formado, 16
participantes (80%) concluíram a graduação há
menos de 13 anos.
Entendeu-se a percepção do conceito de
promoção de saúde como o desenvolvimento
de ações educativas a fim de promover a
saúde junto à comunidade (89,5%), como
evidenciado a seguir.
É a articulação de meios e ações para
evitar que as pessoas se exponham a
fatores condicionantes e determinantes
de doenças promovendo a qualidade de
vida [...]. (Bromélia do sertão)
É promover saúde orientando a comunidade
das mais diversas formas (roda de conversas,
diálogos), em todos os aspectos da vida e,
consequentemente, prevenindo agravos. Não
podemos nos deter a assistir somente a
pessoa doente. É preciso envolver os
múltiplos fatores do processo saúde-doença
(lazer, casa, família...). (Catingueira)
A promoção da saúde no planejamento do
trabalho em equipe é de extrema relevância
porque somos a via de acesso mais fácil para
a comunidade. Somos portadores do
cuidado, das prevenções, das
conscientizações [...]. (Jurema)
Considerou-se que as intervenções sobre os
determinantes sociais da saúde possibilitam
promover a saúde, a equidade em saúde e
superar as iniquidades atuando nos
condicionantes e determinantes sociais que a
geraram por meio de ações de saúde efetivas
(89,5%). Inferiu-se, então, pelos dados
primários produzidos a partir das entrevistas,
que a concepção da saúde ampliada
relacionada com os determinantes sociais da
saúde é muito bem entendida pela equipe.
É todo o contexto ligado ao estilo de vida,
saúde, educação, moradia, trabalho,
cultura, são as condições que levam o
indivíduo a se sentir bem. Com baixo risco
de vulnerabilidade. (Papoilas)
Os determinantes sociais influenciam
diretamente no trabalho da ESF, que deve
reduzir as iniquidades a direitos básicos
(saúde, lazer, educação) dos indivíduos e
coletividade oferecendo serviços que
garantam a promoção, prevenção e
assistência em saúde considerando a sua
singularidade humana. (Violeta-da-caatinga)
Apresentam-se os resultados evidenciados
na tabela 1. Os respondentes consideram que
a Educação Permanente em saúde oportuniza
o aperfeiçoamento/atualização profissional a
fim de garantir a qualidade de assistência
para a população (60%).
RESULTADOS
Araújo WA de, Sousa JCM de, Medeiros RLSFM de et al. Processo de trabalho e planejamento...
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(10):2564-72, out., 2018 2567
ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963
https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i10a237485p2564-2572-2018
Tabela 1. Descrição do processo de trabalho. Cajazeiras (PB), Brasil, 2016.
Variáveis
N
%
Com que frequência os agentes comunitários de saúde (ACS) realizam
o levantamento das necessidades da população na área
Sempre
2
10,0
Quase sempre
8
40,0
Regularmente
9
45,0
Às vezes
1
5,0
Como analisam a estrutura física disponível para a sua atuação
Bom
10
50,0
Regular
10
50,0
Como analisam os recursos materiais disponíveis para a sua atuação
Excelente
2
10,0
Bom
8
40,0
Regular
9
45,0
Deficitário
1
5,0
Em relação às condições de uso desses recursos materiais, como as
qualificam
Bom
10
50,0
Regular
8
40,0
Deficitário
2
10,0
Qual o seu nível de satisfação em relação à sua atividade profissional
na AB
Satisfeito
18
90,0
Razoável
2
10,0
Na sua forma de pensar, qual a relevância da Educação Permanente
em saúde no contexto da promoção da saúde para o trabalho em
equipe
Orienta os profissionais quanto a metodologias teóricas e
práticas
2
10,0
Estratégia indispensável para o processo de trabalho
2
10,0
Facilita a interação profissional e o compartilhamento de saberes
4
20,0
Oportuniza o aperfeiçoamento profissional a fim de garantir a
qualidade de assistência para a população
12
60,0
Afirma-se, além disso, que os agentes de
saúde realizam, regularmente, o
levantamento das necessidades da população
na área (45%). Metade da amostra qualificou
como boa a estrutura física e as condições de
uso desses recursos materiais, assim como os
materiais disponíveis para a sua atuação.
Considera-se o trabalho em equipe uma
atividade complexa, que apresenta variáveis
de comportamentos, opiniões/percepções,
diferenças de personalidade, interesses
conflitantes e impressões individuais e
coletivas. Nesse sentido, foram levantadas
facilidades e dificuldades no processo de
trabalho - a articulação de saberes e práticas
(65%) e as relações interpessoais fragilizadas
(55%), conforme a sequência.
Articulação de saberes e práticas
multiprofissionais e alteridade facilitam
muito ao trabalho entre a equipe. (Sena)
Uma dificuldade é as poucas relações
interpessoais, frágeis, entre os profissionais
da ESF. (Muçambê)
A falta de suporte e acompanhamento das
relações entre os profissionais, por parte da
gestão, dificulta o trabalho da equipe.
(Laelia purpurata)
Acrescenta-se, em relação à descrição das
atividades em educação em saúde, que os
profissionais relataram que desenvolvem
atividades de educação em saúde
periodicamente (65%) e muitos expuseram que
não têm colegiado gestor no local em seu
território de atuação (75%), conforme a tabela
2.
Tabela 2. Descrição das atividades em educação em saúde. Cajazeiras (PB),
Brasil, 2016.
Variáveis
N
%
Qual é a frequência de realização de atividades de
Educação em Saúde com os usuários
Sempre
1
5,0
Periodicamente
13
65,0
Em épocas de campanhas
4
20,0
Poucas vezes
2
10,0
Na sua unidade, existe colegiado gestor local
Sim
4
20,0
Não
15
75,0
Desconheço
1
5,0
Verificou-se uma correlação positiva e
estatisticamente significativa entre a
frequência da realização de atividades de
Educação em Saúde e quem acompanha as
constantes atualizações dos manuais e
regulamentos da Atenção Básica (r = 0,46).
Araújo WA de, Sousa JCM de, Medeiros RLSFM de et al. Processo de trabalho e planejamento...
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(10):2564-72, out., 2018 2568
ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963
https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i10a237485p2564-2572-2018
Constatou-se, também, correlação positiva e
estatisticamente significativa entre a análise
positiva dos recursos materiais disponíveis
para a sua atuação e as condições positivas
para o uso dos recursos materiais, assim como
a frequência que os agentes comunitários de
saúde (ACS) realizam o levantamento das
necessidades da população na área, ambas as
correlações estatisticamente significativas.
Tabela 3. Correlações entre as atividades de educação em saúde e o contexto e a condição de trabalho.
Cajazeiras (PB), Brasil, 2016.
Variáveis
1
2
3
4
5
6
7
1 - Qual é a frequência de
realização de atividades de
Educação em Saúde com usuários
2 - Análise positivada de recursos
materiais disponíveis para sua a
atuação
0,22
3 - Condições positivas para o
uso dos recursos materiais
-0,05
0,48*
4 - Com que frequência os
Agentes Comunitários de Saúde
(ACS) realizam o levantamento
das necessidades da população
na área
0,40
0,57**
0,14
5 - Acompanha as constantes
atualizações, manuais e
regulamentos da Atenção Básica
0,46*
0,38
0,08
0,34
6 - Tempo de atuação na
Atenção Básica
-0,31
0,01
-0,13
-0,38
0,01
7 - Tempo de trabalho na
instituição
-0,01
-0,12
-0,08
-0,41
0,09
0,78**
8 - Tempo de trabalho na equipe
-0,07
-0,16
-0,11
-0,30
0,01
0,72**
0,96**
1 - A frequência de realização de atividades de Educação em Saúde com usuários
2 - Avaliação dos recursos materiais disponíveis para a sua atuação
3 - Qualificação em relação às condições de uso desses recursos materiais
4 - A frequência com que os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) realizam o levantamento das necessidades
da população na área
5 - Acompanha as constantes atualizações, manuais e regulamentos da Atenção Básica
6 - Tempo de Atuação na Atenção Básica
7 - Tempo de trabalho na instituição
** p < 0,01; * p < 0,05.
Observou-se a prevalência do sexo feminino
(70%), com idades entre 24 a 34 anos (65%),
de solteiros (as) (55%), com a predominância
de enfermeiros. Além disso, a maioria relatou
ter entre dois e 13 anos de experiência na ESF
com especialização em Saúde da
Família/Saúde Coletiva. A concepção de
promoção da saúde ampliada, relacionada
com os determinantes sociais e educação
permanente, é bem compreendida pela
equipe.
Considera-se a promoção da saúde uma
estratégia mediadora entre pessoas e
ambiente fortalecendo a participação dos
atores sociais e coletividade na modificação
dos determinantes e condicionantes do
processo saúde-doença por uma concepção
complexa e ampliada buscando desenvolver
capacidades para a saúde.8-9
Destaca-se que, para alguns autores10 a
educação em saúde possibilita a
transformação da realidade mediante a
sensibilização crítica dos indivíduos, pois
oportuniza a construção compartilhada do
conhecimento integrando o saber científico-
popular e de formas de cuidado diferenciadas
que favoreçam a aprendizagem significativa
“como um processo de compreensão, reflexão
e atribuição de significados do sujeito em
interação com o meio social, ao construir a
cultura e por ela ser constituído”.11
Acredita-se que as práticas educativas
devem ser desenvolvidas por meio da reflexão
que parte da realidade do sujeito, que propõe
a emancipação e a autonomia do mesmo por
uma pedagogia libertadora. Nesse sentido, é
considerada uma importante metodologia para
trabalhar a promoção da saúde.12
Conceitua-se que a promoção da saúde foi
considerada ferramenta importante para o
trabalho em equipe por todos os profissionais
entrevistados, sendo uma estratégia
mediadora entre pessoas e ambiente que visa
a aumentar a participação dos sujeitos e da
coletividade no seu autocuidado e é muito
importante para o trabalho em equipe na ESF.
A equipe da ESF assume a responsabilidade da
prestação de ações educativas norteadas pelos
princípios da promoção à saúde em que a ação
multiprofissional é fator integrante para a
melhoria dos indicadores de saúde e da
qualidade de vida da população.6
DISCUSSÃO
Araújo WA de, Sousa JCM de, Medeiros RLSFM de et al. Processo de trabalho e planejamento...
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(10):2564-72, out., 2018 2569
ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963
https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i10a237485p2564-2572-2018
Pauta-se a abordagem do processo saúde-
doença, atualmente, em um conceito
ampliado de saúde, que se apropria da
necessidade de superar o modelo biomédico
considerando-o insuficiente para garantir o
pleno potencial de saúde da população. Há,
então, um momento de reordenação e
reorientação das práticas visando a ampliar a
compreensão do processo saúde-doença
englobando a inserção e a valorização de
diferentes saberes, profissionais e setores
sociais.13-4
Aprofundou-se, nessa perspectiva, o
reconhecimento do indivíduo enquanto ser
social, que transforma e é transformado, por
meio das relações e interações, tornando-o
participante do cuidado em seu contexto
coletivo e redirecionando o cuidar em saúde e
de Enfermagem enquanto ciência do cuidado.
Assim, a intersetorialidade surge como uma
importante estratégia para a sistematização
da promoção da saúde, considerada
estruturante para o alcance dos objetivos em
saúde em um movimento de
corresponsabilização entre as organizações
públicas e parceiros com a construção de uma
rede de relações efetivas.15
Constatou-se, também, que os agentes
comunitários de saúde (ACS) realizam o
levantamento das necessidades da população
na área com pouca assiduidade (45%). O
levantamento de necessidades é a base
fundamental para a identificação da situação
atual da saúde de uma população produzindo
dados básicos para posterior análise e
planejamento do desenvolvimento das ações,
de programas de educação em saúde e
controle das doenças constituindo-se, dessa
forma, como um instrumento de vigilância
epidemiológica utilizado nas ações de saúde.
Detalha-se que duas variáveis em relação à
estrutura física da ESF se igualaram como
primeira opção de respostas dos entrevistados
(Tabela 1) caracterizando-se como bom (50%)
e regular (50%). Já quanto às condições de uso
dos recursos materiais, as qualificam como
apropriadas para a atuação profissional.
Entretanto, identifica-se distinção desse
resultado quando comparado a um estudo16
similar, que aponta existirem fragilidades e
dificuldades para o desempenho das
atividades no âmbito da atenção básica como:
escassez de infraestrutura, de materiais e
equipamentos para a realização do trabalho,
especialmente de medicamentos, materiais
para curativos e de limpeza como, também,
ausência de transporte para as visitas
domiciliares, o que inviabiliza a adequada
realização das atividades diárias,
principalmente na zona rural.
Nota-se que o nível de satisfação dos
profissionais da ESF é bastante significativo
(90%). A boa estrutura física influencia
positivamente as práticas do profissional de
saúde favorecendo a sua realização com a
qualidade requerida. Além disso, a existência
de uma estrutura apropriada promove
condições mais humanizadas de trabalho para
a equipe propiciando a ampliação das
possibilidades de atuação da equipe
multidisciplinar.17-8
Alerta-se que, além disso, as articulações
dos conhecimentos e práticas
multiprofissionais e a alteridade entre
profissionais como, também, profissionais-
usuários são indicadores relevantes para a
transformação das práticas em todos os
cenários de atenção à saúde e de gestão
setorial, haja vista que o convívio profissional
fragilizado é considerado como condição
estressora dentro do processo de trabalho em
equipe.
Compreende-se que as relações
interpessoais devem caminhar por um viés de
valorização de maneira positiva, pois
ambientes de trabalho que promovem o
contato entre as pessoas são mais benéficos e
estimuladores tendo em vista que o
comprometimento de uma característica
essencial do processo de trabalho é a
formação de vínculos, o desenvolvimento de
habilidades e de relevância na construção de
competências para a promoção da saúde.
Admite-se que as competências são
combinações sinérgicas de atitudes,
habilidades e conhecimentos que dão
subsídios para a resolução de problemas.
Desenvolver competências consiste em
conferir, ao profissional, diversos recursos
cognitivos relacionados ao saber-fazer, saber
ser, saber agir. Em relação à promoção da
saúde, especificamente, competência é
definida como a relação harmoniosa de
conhecimentos, habilidades e atitudes que
possibilita que um indivíduo desempenhe
tarefas de acordo com um padrão.19
Relaciona-se a relevância da utilização de
competências para a promoção da saúde à
potencialidade destas servirem de referência
para: estabelecer padrões profissionais;
identificar a necessidade de treinamento;
nortear a formação acadêmica; elaborar
diretrizes de acreditação; orientar a
elaboração de instrumentos de avaliação;
aumentar o conhecimento e habilidades
requeridas pelos promotores de saúde no
planejamento, na implementação e na
avaliação de programas, bem como avaliar a
qualidade do trabalho.20
Araújo WA de, Sousa JCM de, Medeiros RLSFM de et al. Processo de trabalho e planejamento...
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(10):2564-72, out., 2018 2570
ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963
https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i10a237485p2564-2572-2018
Auxilia-se, nesse contexto, por meio da
educação permanente, o processo de ações
continuadas de trabalho-aprendizagem que
ocorre em um espaço de trabalho-produção-
educação em saúde, que parte de uma
situação existente, proporcionando a
articulação da perspectiva, conhecimento e
atitude a fim de estimular a criatividade nas
mudanças do processo de trabalho por meio
da ação compartilhada e não individualista
entre os vários atores envolvidos com ênfase
para a educação em saúde.21
Focam-se, em sua maioria, as atividades
realizadas com a comunidade, pelos
profissionais da equipe multiprofissional
(dentista, enfermeiro, médico), nos grupos de
patologias específicas (público-alvo: pessoa
idosa) e nos grupos do ciclo vital (público-
alvo: mulheres), como se pode identificar por
meio dos relatos, sendo os seguintes temas
mais trabalhados: hipertensão arterial
sistêmica, diabetes mellitus, gestação, câncer
de colo de útero, tabagismo, obesidade, saúde
sexual e reprodutiva.
Orienta-se, entretanto, que as ações
educativas devem contemplar atividades de
assistência integral em todas as fases do ciclo
de vida (criança, adolescente, mulher, adulto
e idoso). Na educação em saúde, os
profissionais devem utilizar sistematicamente
conhecimentos, habilidades de ensino,
metodologias ativas/participativas
privilegiando o diálogo, os saberes formal e
informal atuando como facilitadores,
estimulando o desenvolvimento de
capacidades individuais e coletivas visando à
melhoria das condições de saúde das pessoas e
grupos e não somente a criação de grupos de
patologias específicas.9
Caracteriza-se, assim, a educação em
saúde como um importante instrumento para
o trabalho com a comunidade, por meio de
iniciativas que visam a uma política voltada
para a promoção da saúde, com estímulo à
autonomia das pessoas, ao empowerment
comunitário garantindo o acesso à informação
em saúde, ao desenvolvimento de habilidades
e tomadas de decisão nos seus contextos
social, político e cultural.
Consideram-se a participação e o controle
social, elementos fundamentais nas ações
educativas. Como controle social, entende-se
a capacidade e a possibilidade que a
sociedade organizada tem de intervir
efetivamente na definição e implementação
do modelo de gestão do SUS e do modelo de
atenção em saúde para a execução de
políticas públicas.22
Torna-se essencial a participação social
para o desenvolvimento e a organização
locais. A pesquisa identificou relatos positivos
e negativos com relação à utilização do
instrumento colegiado gestor. Observou-se
que participantes deste estudo, envolvidos no
controle social, tinham argumento
significativo sobre o colegiado gestor local.
Identifica-se que a reorientação do modelo
assistencial, no qual se insere a ESF, seja uma
estratégia formalmente concreta, no campo
das práticas, que permanece em construção e,
em vista disso, coexistem fundamentos de
ambos os modelos de atenção à saúde e faz-se
necessária a sistematização de mecanismos
que visem ao desenvolvimento de
metodologias para a efetivação da promoção
da saúde de forma a superar as ações
orientadas ainda pelo enfoque biológico.8
Adverte-se que as ações de cunho
preventivista prevalecem na incorporação de
práticas educativas, mas, apesar de
relevantes, não avançam para uma concepção
positiva de saúde. Essa situação é referida
tanto em relação aos espaços de formação,
quanto aos espaços de atuação profissional
favorecendo a presença de modelos
tradicionais de atenção.23
Propõe-se, dessa forma, que a equipe
multiprofissional precisa conhecer as
limitações no que diz respeito à prática
educativa no âmbito da atenção básica de
saúde e, por meio delas, buscar alternativas
para superá-las. Salienta-se que, na educação
em saúde, ainda prevalecem as práticas
educativas hegemônicas e a sua postura não
tem estimulado a participação e a autonomia
das famílias no tocante à assistência e ao
serviço.
Salienta-se ainda que é importante buscar
atualizações constantes em saúde objetivando
a prática da estratégia da promoção da saúde
no trabalho da ESF face à perspectiva das
diferentes dimensões do cuidar, pois abordar
o tema da promoção da saúde implica pensar
em saúde no seu sentido amplo, nos
determinantes sociais da saúde, no
desenvolvimento de competências e
habilidades e no empoderamento social.
Deve-se priorizar, nas articulações dos
membros das equipes multidisciplinares no
âmbito da atenção básica, o desenvolvimento
das atividades educativas com ênfase no fato
de que essas práticas precisam avançar na
sistematização de suas ações envolvendo a
interdisciplinaridade e ser norteadas pelos
indicadores de saúde. A gestão, por sua vez,
deve contribuir para a construção de espaço e
ambientes que possibilitem o desempenho
efetivo da atividade de cuidado integral.
Araújo WA de, Sousa JCM de, Medeiros RLSFM de et al. Processo de trabalho e planejamento...
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(10):2564-72, out., 2018 2571
ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963
https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i10a237485p2564-2572-2018
Podem-se compreender, portanto, as ações
educativas como estratégia de intervenções
de caráter inovador das práticas em saúde,
uma concepção ampliada de planejamento,
execução, avaliação e controle.7 Assim, vão
além da resolução de necessidades
individualizadas e, por meio de uma
abordagem dialógica, buscam a integração, o
território, a equidade, a cidadania e os
direitos sociais.
Conclui-se que as atividades educativas,
apesar de não ocorrerem de maneira efetiva,
foram identificadas como importante
instrumento no processo de trabalho da
equipe integrada com foco na prática da
promoção da saúde que impacta
significativamente o processo saúde-doença
da população.
Entende-se que as ações de promoção e
prevenção da saúde, realizadas no cenário da
atenção básica de saúde, ainda são pontuais,
dirigidas e assistenciais, sem planejamento
interdisciplinar e, diante disso, não se
configuram como um trabalho coletivo. A
integralidade da atenção deve compreender a
noção de ampliação do conhecimento com
vistas sobre a realidade comunitária, o
trabalho em equipe multiprofissional e
transdisciplinar e a ação intersetorial.
Contribui-se, por meio deste estudo, para o
norteamento de ações educativas no processo
de trabalho das equipes de saúde da família.
Assim, as proposições produzidas poderão
subsidiar estratégias para a reorientação de
suas práticas de trabalho.
1. Almeida PF, Giovanella L, Romero RV,
Amarante P. Atenção Primária Integral à
Saúde em perspectiva: experiências
latinoamericanas. Saúde Debate. 2012
July/Sept;36(94):321-6. Doi:
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-
11042012000300002
2. David GC, Shimizu HE, Silva EN. Primary
Health care in Brazilian municipalities:
efficiency and disparities. Saúde Debate. 2015
Dec; 39(Spe):232-45. Doi:
https://doi.org/10.5935/0103-
1104.2015S005512
3. Carneiro Junior N, Jesus, CH, Crevelim,
MA. The Family Health Strategy focused on
access equity and targeted at the homeless
population living in large urban centers. Saúde
Soc. 2010; 19(3): 709-16. Doi:
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-
12902010000300021
4. Coriolano-Marinus MWL, Queiroga, BAM,
Ruiz-Moreno L, Lima, LS. Communication in
health practices: integrative literature
review. Saúde Soc. 2014 Oct/Dec; 23(4):1356-
69. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-
12902014000400019
5. Oliveira SF, Oliveira MW. Evaluating the
training workshops for a group of community
health workers Rev APS [Internet]. 2013 [cited
2016 Mar 12]; 15(4):421-34. Available from:
https://aps.ufjf.emnuvens.com.br/aps/articl
e/view/1699/688
6. Silva DAJ, Tavares MDFL. Intersectoral
action: potentialities and difficulties of
working in teams under the project Family
Health Strategy in the city of Rio de Janeiro.
Saúde Debate. 2016 Oct/Dec; 40(111): 193-
205. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/0103-
1104201611115.
7. Kemppainen V, Tossavainen K, Turunen H.
Nurses roles in health promotion practice: an
integrative review. Health Promot Int. 2013
Dec; 28(4):490-501. Doi:
https://doi.org/10.1093/heapro/das034
8. Janini JP, Bessler D, Vargas AB. Health
education and health promotion: impact on
quality of life of elderly. Saúde Debate. 2015
Apr/June; 39(105): 480-90. Doi:
https://doi.org/10.1590/0103-
110420151050002015
9. Andrade ACV, Schwalm MT, Ceretta LB,
Dagostin VS, Soratto, MT. Planning of
Educational Actions by the Multidisciplinary
Team of the Family Health Strategy. Mundo
Saúde. 2013; 37(4):439-49. Doi:
https://doi.org/10.15343/0104-
7809.2013374377384
10. Sousa ATO, Formiga NS, Oliveira SHS,
Costa MML, Soares MJGO. Using the theory of
meaningful learning in nursing education. Rev
Bras Enferm. 2015 July/De; 68(4): 713-22.
Doi: http://dx.doi.org/10.1590/0034-
7167.2015680420i
11. Salci MA, Maceno P, Rozza SG, Silva
DMGV, Boehs AE, Heidemann ITSB. Health
education and its theoretical perspectives: a
few reflections. Texto contexto-enferm. 2013
Jan/Mar; 22(1): 224-30. Doi:
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-
07072013000100027
12. Backes DS, Backes MS, Erdmann AL,
Büscher A. The role of the nurse in the
Brazilian Unified Heath System: from
community health to the family health
strategy. Ciênc Saúde coletiva. 2012; 17(1):
223-30. Doi:
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-
81232012000100024
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Araújo WA de, Sousa JCM de, Medeiros RLSFM de et al. Processo de trabalho e planejamento...
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(10):2564-72, out., 2018 2572
ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963
https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i10a237485p2564-2572-2018
13. Kringos DS, Boerma WGW, Hutchinson A,
ZEE J, Groenewegen PP. The breadth of
primary care: a systematic literature review
of its core dimensions. BMC Health Serv Res.
2010; 10:65. Doi:
https://doi.org/10.1186/1472-6963-10-65
14. Silva ALQC, Araújo LS, Silva ZSSB, Mercês
PL. Práticas educativas mais utilizadas pelos
enfermeiros na atenção básica: uma revisão
bibliográfica. Rev Cient ITPAC [Internet]. 2013
Oct [cited 2016 Sept 20]; 6(4): 1-5. Available
from:
https://www.itpac.br/arquivos/Revista/64/6.
pdf
15. Marqui ABT, Jahn AC, Resta DG, Colomé
ICS, Rosa ND, Zanon T. Characterization of
family health teams and their work process.
Rev esc enferm USP. 2010; 44(4):956-61. Doi:
http://dx.doi.org/10.1590/S0080-
62342010000400014
16. Arantes LJ, Shimizu HE, Merchán-Hamann
E. Organizational processes in the Family
Health Strategy: an analysis conducted by
nurses. Acta Paul Enferm. 2016 May/June;
29(3): 274-81. Doi:
http://dx.doi.org/10.1590/1982-
0194201600039
17. Pedrosa ICF, Corrêa ACP, Mandú ENT.
Perceptions of nurses about the influence of
the infrastructure in their practices. Ciênc
Cuid Saúde. 2011 Jan/Mar; 10(1): 58-65. Doi:
http://dx.doi.org/10.4025/cienccuidsaude.v1
0i1.13288
18. Aguiar MIF, Lima HP, Braga VAB, Aquino
PS, Pinheiro AKB, Ximenes LB. Nurse
competencies for health promotion in the
mental health context. Acta Paul Enferm.
2012; 25 (Spe2):157-63. Doi:
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-
21002012000900025
19. Pinheiro DGM, Scabar TG, Maeda ST,
Fracolli LA, Pelicioni MCF, Chiesa AM.
Competencies em promoção da saúde:
desafios da formação. Saúde Soc. 2015
Jan/Mar; 24(1): 180-8. Doi:
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-
12902015000100014
20. Celedônio MR, Bessa-Jorge MS, Santos
DCM, Freitas CHA, Aquino FOTP. Policies of
continuous education and health training: a
documentary analysis Rev RENE. 2012;
13(5):1100-10. Doi:
http://www.redalyc.org/html/3240/32402798
4015/
21. Ayres JRCM. Organização das ações de
atenção à saúde: modelos e práticas. Saúde
Soc. 2009; 18(Suppl 2):11-23. Doi:
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-
12902009000600003
22. Silva ACMA, Villar MAM, Cardoso MHCA,
Wuillaume SM. The family health program:
motivation, training and work according to
physicians acting at three districts of the city
of Duque de Caxias, Rio de Janeiro, Brazil.
Saúde Soc. 2010 Jan/Mar; 19(1):159-69. Doi:
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-
12902010000100013
Submissão: 02/07/2018
Aceito: 06/08/2018
Publicado: 01/10/2018
Correspondência
Ankilma do Nascimento Andrade Feitosa
Rodovia BR 230, Km 504, s/n - Zona Rural
CEP: 58900-000 − Cajazeiras (PB), Brasil