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Evidência, Joaçaba v. 19, n. 1, p. 73-84, jan./jun. 2019 73
https://doi.org/10.18593/eba.v19i1.20592
PESQUISA
ENCEFALOCELE OCCIPITAL: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA COM UM
RELATO DE CASO
Mozzer EB*
Universidade do Oeste de Santa Catarina
https://orcid.org/0000-0002-9122-8910
Bonatto KZB†
Universidade do Oeste de Santa Catarina
https://orcid.org/0000-0001-5102-991X
Debiasi MM‡
Universidade do Oeste de Santa Catarina
https://orcid.org/0000-0003-4944-9645
D’Agostini FM§
Universidade do Oeste de Santa Catarina
https://orcid.org/0000-0002-1115-6153
Resumo: Os defeitos do sistema nervoso acometem 1 a 10:1.000 dos nascidos vivos
e são as malformações mais comuns detectadas nos fetos, sendo a maioria delas
diagnosticada pelo ultrassom do segundo trimestre da gestação. A encefalocele, que
consiste na herniação do cérebro e/ou das meninges através de um defeito na calota
craniana, está entre os quatro principais defeitos do fechamento do tubo neural durante
o desenvolvimento embrionário. Assim, o objetivo deste estudo foi realizar uma revisão
de literatura sobre encefalocele occipital e apresentar um relato de caso de natimorto
diagnosticado com essa malformação. Para a revisão bibliográca foram consultadas
* Graduanda em Medicina pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; manu_mozzer2@hotmail.com
† Graduanda em Medicina pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; karenbonatto@gmail.com
‡ Mestre em Ciência e Biotecnologia pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; Especialista em Biologia Celular e Teci-
dual pela Universidade Federal do Paraná; marcelina.debiasi@unoesc.edu.br
§ Doutora em Zoologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; Mestre em Biociências pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul; fernanda.dagostini@unoesc.edu.br
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bases de dados nacionais e internacionais referentes ao período de dezembro de
2016 a agosto de 2018; já no relato de caso fez-se a descrição de exames clínicos e
imaginológicos, bem como a evolução clínica da paciente. Parte das anomalias
relacionadas aos defeitos de fechamento do tubo neural, como a encefalocele, não
apresenta uma causa especíca conhecida, dessa forma, faz-se necessária a divulgação
de estudos explorando de forma detalhada esse tema.
Palavras-chave: Malformações. Tubo neural. Herniação do cérebro.
Occipital encefalocele: bibliographic review with a case report
Abstract: The defects of the nervous system affect 1 to 10:1000 of the live births and are
the most common malformations detected in the fetuses, most of them diagnosed by
the ultrasound of the second trimester of gestation. The encephalocele, which consists of
herniated brain and/or meninges through a defect in the skull cap, is among the four major
defects of neural tube closure during embryonic development. Therefore, the objective of
this study was to carry out a review of literature on occipital encephalocele and present
a case report of a stillborn child diagnosed with this malformation. For the bibliographic
review, national and international databases referring to the period from December 2016
to August 2018 were consulted, as well as a description of clinical and imaging exams as
well as the clinical evolution of the patient. Some of the anomalies related to neural tube
closure defects, such as the encephalocele, do not present a specic known cause, so it is
necessary to disseminate studies exploring this topic in detail.
Keywords: Malformations. Neural tube. Herniation of the brain.
Recebido em 25 de abril de 2019
Aceito em 22 de maio de 2019
1 INTRODUÇÃO
As malformações congênitas são distúrbios do desenvolvimento que surgem no
período embrionário e podem ser de origem estrutural, funcional ou metabólica, causando
anomalias físicas ou mentais.1 A incidência desses distúrbios é de aproximadamente 5% dos
nascidos vivos na América Latina,2 destacando-se a encefalocele – que consiste na herniação
do cérebro e das meninges em decorrência de um defeito durante o desenvolvimento
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na calota craniana – entre os quatro principais defeitos do fechamento do tubo neural. 3
Outro dado importante é que a maior parte dessas anomalias permanece sem uma causa
especíca. Todavia, alguns fatores de risco já foram elencados, como: medicamentos,
tabagismo, alcoolismo, uso de drogas ilícitas, exposições ambientais ou ocupacionais,
diabetes mellitus gestacional, disfunção da tireoide e infecções congênitas.4
Estudos mostram que os defeitos do sistema nervoso central são as malformações
mais comuns detectadas nos fetos, sendo a maioria delas diagnosticada pelo ultrassom do
segundo trimestre (entre 20 e 24 semanas de gestação).4 Além disso, observa-se que mais de
70% dos casos evoluem para o óbito após o nascimento.1 Nesse contexto, o presente artigo
teve por nalidades relatar um caso explorando variáveis que possam ser úteis no manejo
clínico da referida patologia e, também, estimular outros prossionais da Área das Ciências
da Vida e Saúde a buscarem conhecimento mais detalhado a respeito desse tema.
2 METODOLOGIA
Este artigo foi elaborado com base em revisão de literatura a respeito das
malformações do sistema nervoso central, destacando-se a encefalocele occipital. A
revisão foi realizada nas bases de dados Scielo, Google Acadêmico e PubMed referente
ao período de dezembro de 2016 a agosto de 2018. O relato de caso de encefalocele
occipital foi descrito referente a um natimorto na região Meio-Oeste de Santa Catarina,
respeitando a Resolução CNS n. 466/2012, com aprovação do comitê de ética em
pesquisa com seres humanos, Parecer n. 2.560.551/2018.
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 EPIDEMIOLOGIA
No Brasil, as malformações congênitas constituem a segunda causa de mortalidade
infantil, sendo que os defeitos congênitos do sistema nervoso central (SNC) acometem 1
a 10:1.000 dos nascidos vivos. Essa estimativa pode variar de acordo com a sazonalidade,
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o país e os grupos étnicos ou quando observada em serviços de diagnóstico pré-natal e
de neonatologia.5
No estudo Malformações do sistema nervoso central e malformações associadas
diagnosticadas pela ultrassonograa obstétrica, os autores5 concluíram que os defeitos
congênitos do SNC estavam presentes sem outras malformações associadas em 65,78%, com
a distribuição: hidrocefalia (37,5%), mielomeningocele (15%), encefalocele (12,5%), agenesia
de corpo caloso (12,5%), anencefalia (12,5%), holoprosencefalia (7,5%), Dandy-Walker (7,5%),
Arnold-Chiari (5,0%), hidranencefalia (5,0%), meningocele (5,0%) e cisto aracnoideo (2,5%).
A encefalocele foi a terceira anomalia congênita mais frequentemente associada tanto à
mielomeningocele quanto à agenesia do corpo caloso, bem como à hidrocefalia.5
3.2 DEFINIÇÃO E FISIOPATOLOGIA
Encefaloceles são defeitos no tubo neural, associados a falhas no crânio, que podem
levar à herniação das meninges e do tecido cerebral (encefalocele ou meningoencefalocele)
ou apenas das meninges (meningocele craniana).6 Essa malformação se deve a um
erro na embriogênese durante a fusão do neurocranium cartilaginoso, do neurocranium
membranoso ou do viscerocrânio,7 sendo que os casos mais graves ocorrem antes do 26º
dia de gestação, momento em que há o fechamento do neuroporo.8
Conforme o local acometido, a deformidade é classicada em: encefalocele
occipital (ocorre em 75% dos casos), sincipital (frontoetmoidal, interfrontal e associada a
ssuras craniofaciais), parietal ou basal (intrasfenoidal, transfenoidal, transetmoidal, esfeno-
etmoidal, fronto-esfenoidal ou esfeno-orbital).7 É importante saber a localização, pois pode
haver modicação tanto no tratamento quanto no prognóstico do paciente, dependendo
da classicação em que ele se encaixa.6
3.3 ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO
As causas do defeito podem ser múltiplas, incluindo fatores genéticos e ambientais.
Medicamentos (como ácido valproico, dipirona sódica, naproxeno sódico, ácido
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acetilsalicílico e vários analgésicos, anti-inamatórios e antibióticos), condições infecciosas
(vias aéreas superiores e inferiores, sistema geniturinário e TORCH – toxoplasmose,
rubéola, citomegalovírus e herpes simples), irradiação, excesso de vitamina A, falta de vitamina
B12, escassez de ácido fólico e suplementação mineral, administração de insulina, salicilatos,
hipertermia e uso de álcool, tabaco ou drogas ilícitas são considerados fatores de risco.8
Indivíduos com histórico familiar de defeitos do tubo neural (espinha bída ou anencefalia)
podem ser mais suscetíveis a desenvolver uma encefalocele, porém um segundo caso não foi
observado em nenhuma família nos estudos.9 Autores6 relatam que não há correlação desses
defeitos com fatores ambientais, entretanto a encefalocele pode ocorrer como parte de mais
de 30 síndromes diferentes (Mechel, Fraser, Roberts, Walter-Warburg).
A grande maioria dos defeitos abertos do tubo neural (DATN) está relacionada a causas
multifatoriais. Entretanto, há diversos estudos que comprovam a importância da reposição
gestacional de ácido fólico para as fases do desenvolvimento embrionário, visto que essa
vitamina do complexo B participa de diversos processos em nível celular.10
Diante disso, o Ministério da Saúde preconiza a administração preventiva de ácido
fólico no período pré-gestacional na dose de 5 mg ao dia, 60 a 90 dias antes da concepção.
Essa recomendação independe do risco e é repassada a todas as mulheres que pretendem
engravidar.11 Contudo, deve-se considerar que mesmo havendo a suplementação correta
dessa vitamina, ela não será capaz de prevenir plenamente a ocorrência de DATN.10
3.4 DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO
O diagnóstico da encefalocele é realizado através do exame de ultrassom pré-natal, que
evidencia a descontinuidade do osso do crânio. A imagem vista no exame pode se apresentar
anecogênica ou de conteúdo denso; no primeiro caso, o prolapso apresenta apenas líquido
em seu conteúdo, enquanto no segundo, há também massa encefálica em seu interior.12
Após o nascimento da criança pode-se realizar também o diagnóstico clínico através do
exame físico que evidencia o prolapso, seguido de exames complementares, como radiograa
de crânio, tomograa computadorizada e ressonância nuclear magnética. Entretanto, o
diagnóstico pré-natal precoce é de suma importância para determinar o prognóstico e
promover uma adequada investigação genética.12
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Com relação ao prognóstico, este depende do conteúdo, da dimensão, da localização
do saco herniário e de malformações associadas.12 Além disso, por evitar trauma e contaminação
do tecido cerebral, acredita-se que a cesariana pode melhorar a evolução do caso.13 Ainda,
estudos mostram que 16% das encefaloceles occipitais são maiores que 20 cm, 12% têm de 10
a 15 cm, 30%, entre 5 e 10 cm, e 28% são menores que 5 cm, e que, independentemente do
tamanho, a microcefalia está presente em 0-24% dos casos, e a hidrocefalia em 20-65% dos
casos.8 Ocorrem, também, anomalias associadas (renal ou cardíaca) em aproximadamente
30% das crianças com encefalocele.9
De acordo com dados do Programa de Defeitos Congênitos de Atlanta Metropolitana,
76% das mortes de crianças com encefalocele ocorrem no primeiro dia de vida, e a probabilidade
de sobrevivência de um ano é de 70,8%. Os fatores associados ao aumento da mortalidade
foram baixo peso ao nascer (< 2500 g), presença de defeitos múltiplos e raça negra.14
3.5 CONDUTA
No que diz respeito à encefalocele, a literatura traz que optar pela cesariana como
conduta pode melhorar o prognóstico do paciente por evitar contaminação ou trauma
do tecido cerebral. Já nas situações em que há associação com microcefalia ou alguma
patologia incompatível com a vida há indicação de conduta obstétrica conservadora.13
Nos casos em que ocorre óbito fetal, 75 a 90% das gestantes acabam evoluindo
para parto espontâneo em duas semanas, porém, em razão de todo o envolvimento
emocional que essa espera traz, poucas pacientes aceitam aguardar passivamente o
evento, solicitando ao médico uma conduta ativa de intervenção. 15
4 RELATO DO CASO E DISCUSSÃO
Gestante TCF, 27 anos de idade, residente na região Meio-Oeste de Santa
Catarina, fez uso de ácido fólico 5 mg três meses antes da concepção, mantendo-o no
desenvolvimento da gestação. Gravidez única, desejada, controlada e sem antecedentes
patológicos. O exame de sexagem fetal revelou um feto do sexo feminino. Por volta da
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21ª semana de gestação evidenciou-se, por meio do exame de ultrassonograa (USG),
crescimento fetal abaixo da média (26,7-27,8 cm) para a idade gestacional, presença de
encefalocele occipital de moderado/acentuado volume, osso nasal hipoplásico, impressão
de comunicação intraventricular (CIV) perimembranosa e ossos longos com tamanho
abaixo da média (fêmur entre 3,1 e 3,4 mm; tíbia entre 2,8 e 3,0 mm; fíbula entre 2,7 e 2,9
mm; úmero entre 3 e 3,3 mm; rádio entre 2,5 e 2,7 mm; ulna entre 2,8 e 3,1 mm; pé entre 3,1
e 3,4 mm) para a idade gestacional (Figuras 1 e 2).
Com 24 semanas e quatro dias a gestante foi submetida ao exame de amniocentese
genética, que resultou no cariótipo 46, XX, não revelando nenhuma anormalidade
cromossômica numérica ou estrutural. Decorrida uma semana da amniocentese, a gestante
notou ausência de movimentação fetal, o que a fez procurar auxílio de seu médico. Este,
após conrmar a ocorrência do óbito fetal através do USG, tentou induzir o trabalho de
parto por meio de medicações, mas, sem sucesso, teve de recorrer à via de parto cesáreo.
As justicativas atestadas como causa da morte foram: anóxia intrauterina; encefalocele
occipital; malformações do sistema nervoso central e cardíaco; e polidrâmnio.
Figura 1 – Ultrassonograa evidenciando calota craniana com contornos regulares e reentrância
ao nível dos ossos parietais
Nota: Observa-se defeito de fechamento da calota craniana na sua porção occipital, com a
formação de saco herniário contendo líquor e tecido encefálicos, compatível com
encefalocele. O saco herniário mede 39x33x40 mm (volume de 28,2 cm3). O defeito
ósseo mede 10 mm (abertura ampla, região posterior).
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Figura 2 – Coração com pequena solução de continuidade, medindo 1,4 mm, na porção
perimembranosa do septo interventricular (CIV)
Apesar de o mecanismo pelo qual o ácido fólico previne os defeitos abertos do
tubo neural (DATN) ainda não estar completamente esclarecido, a necessidade do seu
uso como prevenção já é consenso na literatura. Inclusive, sabe-se que baixo consumo
na dieta (por meio de reduzida ingesta de feijão, vegetais verdes, frutas cítricas,
etc.), distúrbios gênicos, tabagismo, uso crônico de contraceptivos hormonais orais,
anticonvulsivantes e diabetes são exemplos de fatores relacionados à queda nos níveis
séricos desse micronutriente, necessitando de reposição periconcepcional.12 Todavia, a
gestante do presente relato, além de não apresentar em sua história nenhum desses
fatores que pudessem depletar os níveis de folato, ainda realizou de forma adequada a
reposição indicada no período pré-gestacional e gestacional, afastando esses elementos
como possíveis causadores da encefalocele e deixando uma lacuna com relação à
etiologia dessa patologia.
O exame imaginológico de escolha para diagnóstico das encefaloceles é a
ultrassonograa pré-natal demonstrando descontinuidade do osso do crânio.12 No
caso da paciente, o USG evidenciou, também, osso nasal hipoplásico, impressão de
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comunicação interventricular (CIV) perimembranosa e ossos longos com tamanho
abaixo da média para a idade gestacional. Além disso, havia crescimento fetal abaixo
da média e presença de encefalocele occipital de moderado/acentuado volume. As
encefaloceles occipitais são mais comuns nos fetos do sexo feminino do que nos do sexo
masculino,1 o que condiz com o caso da paciente.
Quanto ao tratamento desse DATN, em geral tem-se o acompanhamento da
evolução do quadro durante a gestação, seguida de procedimento cirúrgico realizado
precocemente por uma equipe multidisciplinar a m de corrigir o saco herniário.12 Em
contraste a essa evolução, a gestação relatada não chegou até o m, tendo o feto ido
a óbito na 24ª semana de gestação.
Na situação do caso em relato, o médico obstetra, inicialmente, adotou a conduta
expectante,13 todavia fez uso de medicação indutora de parto. Aproximadamente 10
horas após observar que não houve nenhum progresso no trabalho de parto, optou pela
cesariana, no intuito de abreviar o sofrimento gerado pelo quadro.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste relato de caso não cou nítida nenhuma etiologia especíca para o
aparecimento da encefalocele, ressaltando-se, ainda, que apesar de ter sido realizada
consulta pré-concepcional com todos os exames necessários, de ter havido adequado
uso de ácido fólico e sulfato ferroso e nenhuma medicação que pudesse prejudicar o
desenvolvimento do feto tenha sido utilizada, o caso culminou no óbito fetal.
A presença de vários fatores etiológicos na encefalocele diculta a conrmação
de um fator causal, principalmente em casos como o descrito no presente relato, o qual
mostra que, além de não terem existido causas ou fatores evidentes que possam ter
levado ao desfecho ocorrido, ainda foi realizada a suplementação de ácido fólico de
forma adequada/recomendada.
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