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Racionalidade Ambiental. A Reapropriaçao Social da Natureza

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... Diante dessa problemática da complexidade ambiental, um caminho para a possível solução da crise ambiental poderá ser a construção de uma nova racionalidade voltada para uma política da diferença, da otridade, da postulação de valores, de significações, de identidades, diversidades, do diálogo de saberes, dentre outros, tal seja: da racionalidade ambiental (Leff, 2006). Na racionalidade da modernidade, o direito do homem em razão da natureza é um direito privado, individual, de domínio sobre a natureza, em que os valores de conservação ficam presos sem encontrar expressão nem defesa. ...
... Considerando a complexidade e a crise da pós-modernidade, Leff (2006) menciona que "a visão sistêmica e pragmática do ecodesenvolvimento careceu de uma base teórica sólida para construir um novo paradigma produtivo e velou o potencial dos saberes culturais e dos movimentos sociais". ...
... Para Leff (2006), essa objetivação do mundo, em vez de criar modelos que representam a realidade, na verdade criou modelos que simulam a realidade e, nessa simulação, gerou uma hiper-realidade, onipresente e caracterizada por afastar o real do mundo criado por essa racionalidade, e causou a metástase do conhecimento, ou melhor, a generalização do conhecimento científico. ...
... Apontada como um dos produtos da cultura ocidental, a crise ambiental, considerada por muitos como uma crise na relação ser humano-natureza sem precedentes na história da humanidade (Bornheim, 1985;Grün, 1994;Gonçalves, 1996;Grün, 2000;Leff, 2006), tem estimulado questionamentos acerca dos valores e concepções que colocam o ser humano no centro do universo (Grün, 2000). A proposta, de uma outra relação ser humano-natureza, parte da crítica ao paradigma cientificista e calculista que tem orientado a sociedade contemporânea (Leff, 2006). ...
... Apontada como um dos produtos da cultura ocidental, a crise ambiental, considerada por muitos como uma crise na relação ser humano-natureza sem precedentes na história da humanidade (Bornheim, 1985;Grün, 1994;Gonçalves, 1996;Grün, 2000;Leff, 2006), tem estimulado questionamentos acerca dos valores e concepções que colocam o ser humano no centro do universo (Grün, 2000). A proposta, de uma outra relação ser humano-natureza, parte da crítica ao paradigma cientificista e calculista que tem orientado a sociedade contemporânea (Leff, 2006). ...
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Diante da crise ambiental que se observa na contemporaneidade, a educação tem sido considerada, por muitos, como um espaço propício para o diálogo e possíveis propostas de uma nova forma de se relacionar com a natureza. Entretanto, pode-se observar que vários produtos da indústria cultural, como filmes e desenhos animados, estão sendo utilizados por professores, sobretudo no Ensino Fundamental, sem a necessária reflexão crítica acerca das implicações formativas de tal utilização. Dessa forma, o presente artigo objetiva discutir a ação desempenhada pela indústria cultural no meio escolar, problematizando o efeito da semiformação na disseminação de ideias e valores culturais, que, ao invés de subsidiar a análise crítica sobre a relação sociedade-natureza, acaba por agravar a crise ambiental mundial. Trata-se também da reflexão acerca do importante papel do docente nesse processo em que se almejam mudanças.
... Apesar da grandiosidade e importância de sua biodiversidade, o país jamais ousou conciliar, em sua política voltada à internalização do projeto de modernidade ocidental fundamentada no progresso material, a centralidade ambiental. A experiência nacional se limita a contemplar medidas pontuais, setoriais e localizadas no tempo (Pott & Estrela, 2017;Leff, 2006). ...
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A crise climática mundial é uma realidade e o Brasil já conta os prejuízos de enchentes, secas e pragas agrícolas. Não se trata apenas de calor intenso, mas de profunda mudança ambiental, capaz de reduzir as chuvas e transformar a Amazônia em savana. O problema colocado exige, portanto, além da compreensão das mudanças ambientais, antever os riscos humanos e de segurança nacional. Mais ainda, é preciso conhecer e difundir tecnologias que amenizem os impactos do clima e preservem o máximo possível os diferentes biomas brasileiros. Este livro faz um esforço nesse sentido: compreender o tamanho do problema e as tecnologias disponíveis, perceber que a história do desenvolvimento econômico brasileiro está intimamente ligado à crise ambiental no país e refletir sobre os caminhos possíveis ao Brasil que sejam, necessariamente, favoráveis à vida das futuras gerações.
... Portanto, as modificações das dinâmicas familiares, destacadas neste capítulo, apontam para a diversificação socioprodutiva de 3 agroecossistemas, aproximando-os da complexidade das relações existentes na natureza e da busca pela sustentabilidade como processo contínuo e vivo no interior dos agroecossistemas, como sistemas de produção não isolados. Deste modo, aproxima-se também da perspectiva de Leff (2006), na qual a construção da sustentabilidade é o desenho de novos mundos de vida, portanto, não é uma descrição do mundo que projeta a realidade atual em direção a um futuro incerto, mas sim a descrição do já escrito, prescrito, inscrito no conhecimento da realidade e do saber, que fez os mundos. Assim, atribui-se importância à sustentabilidade a partir de práticas já escritas na realidade atual, não direcionando o olhar para o futuro incerto, mas para as práticas sustentáveis necessárias e urgentes no presente. ...
... Portanto, as modificações das dinâmicas familiares, destacadas neste capítulo, apontam para a diversificação socioprodutiva de 3 agroecossistemas, aproximando-os da complexidade das relações existentes na natureza e da busca pela sustentabilidade como processo contínuo e vivo no interior dos agroecossistemas, como sistemas de produção não isolados. Deste modo, aproxima-se também da perspectiva de Leff (2006), na qual a construção da sustentabilidade é o desenho de novos mundos de vida, portanto, não é uma descrição do mundo que projeta a realidade atual em direção a um futuro incerto, mas sim a descrição do já escrito, prescrito, inscrito no conhecimento da realidade e do saber, que fez os mundos. Assim, atribui-se importância à sustentabilidade a partir de práticas já escritas na realidade atual, não direcionando o olhar para o futuro incerto, mas para as práticas sustentáveis necessárias e urgentes no presente. ...
... Para Schiavetti e Camargo (2008, p. 17 A atual política da sustentabilidade sugere o ambiente como custo a ser gerenciado, a partir de uma perspectiva que vê a natureza como restrição ao crescimento econômico. Esse "respeito" ao meio ambiente natural representa uma nova ética que, ainda que bem-intencionada, não reconhece a contribuição da natureza e os serviços ecológicos como potencial associativo ao processo econômico, dentro de uma possível racionalidade produtiva alternativa (Leff, 2006 ...
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Esta pesquisa se propõe a discutir como alguns dos impactos ambientais, tais como o assoreamento e poluição dos rios ocasionados por ações antrópicas que atingem a bacia hidrográfica do rio Apeú em Castanhal no Estado do Pará, contribuíram para mudar o cotidiano dos moradores da vila, também chamada de Apeú. As informações coletadas ocorreram através de observação em trabalho de campo e entrevistas semiestruturadas, caracterizando uma pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva. Os dados obtidos colaboraram para compreender como a antropização desregulada pode produzir modificações na história socioambiental de bacias hidrográficas como a do rio Apeú e modificar modo de vida de moradores. Assim, este estudo torna-se relevante para a ciência geográfica, pois mostrará a importância do rio para a cidade, além de observar a fiscalização ambiental deste através do Decreto Municipal nº 041 de 02/10/2015.
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A presente obra trata de um estudo sobre as políticas públicas para o lixoenergia em áreas urbanas na proteção do cidadão, bem como a transformação do rejeito em energia para a humanidade possível, ou seja, a oxirredução do lixo. Os escritos nasceram de reflexões aqui expostas, que partiram da participação do autor, em 2014, no seminário internacional de suporte à gestão de desastres naturais: gestão de risco de desastre; uma política de Estado. Em 2015, consolidou-se o interesse de migrar as pesquisas para o campo da educação ambiental e seu diálogo com a legislação e seus desdobramentos na forma de regulamentos, uma vez que o autor também participou da terceira conferência mundial das Nações Unidas para a redução de desastres em Genebra, Suíça e Sendai, Japão.
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La sostenibilidad es un tema que se extiende a diferentes áreas del conocimiento. Medir la sostenibilidad de los asentamientos rurales desde una perspectiva participativa se convierte, al mismo tiempo, en una tarea nueva y compleja. El presente estudio tiene como objetivo presentar reflexiones sobre la investigación participativa en el proceso de evaluación de la sostenibilidad de los asentamientos rurales en el sur de la Amazonía. Para evaluar la sostenibilidad utilizamos una perspectiva metodológica multidisciplinar, que incluye la combinación de varias herramientas y procedimientos, lo que se denomina método didáctico-pedagógico “Círculo de Sostenibilidad”. Durante el desarrollo de la investigación nuestra postura fue una relación horizontal, en la cual buscamos sustituir la postura positivista por una reflexiva. Hacemos del sitio de investigación un lugar de encuentro. Valorar la sostenibilidad a través de lo colectivo y la participación contribuyó a defender la idea de que todos somos portadores de conocimiento. El método utilizado “Círculo de Sostenibilidad” resultó satisfactorio para alcanzar los objetivos perseguidos por este estudio. Nos permitió hacer una propuesta de acuerdo con la comprensión de la literatura y las narrativas y percepciones de los sujetos sobre qué es la sostenibilidad.
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Contextualização: O estudo se justifica porque o modelo de desenvolvimento sustentável, meio pelo qual se busca equilibrar os eixos econômico, social e ambiental, sob um paradigma antropocêntrico, não se mostrou capaz de conter o avanço da crise ecológica, seja em âmbito global, seja na esfera nacional. Objetivo: O presente artigo tem como objetivo analisar se o reconhecimento dos Direitos da Natureza encontra amparo na Constituição Brasileira. Metodologia: A metodologia envolveu pesquisa interdisciplinar, com orientação epistemológica na teoria crítica, a congregar teoria e práxis na articulação do Direito Constitucional, Ambiental e Econômico, mediante análise documental e revisão bibliográfica, quanto à compatibilização entre os ditames constitucionais e a inserção da natureza como sujeito de direitos. Resultados: Verifica-se que, por meio do princípio da integridade ecológica, a CF/88 apresenta abertura à interpretação ecocêntrica capaz de elevar o status jurídico da Natureza, de objeto para sujeito de direitos, como alternativa no desafio de efetivação do direito-dever de proteção ambiental.
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