ArticlePDF Available

A essencialidade da autoeficácia para a aprendizagem autorregulada

Authors:

Abstract

Abstract: In a school content, the socio-cognitive perspective frames self-efficacy as the students’ perception on both their learning skills and behavior concepts at the desired level within a specific range unraveling it as a fundamental component in a self-regulated procedure. Based both on the Bandura’s theoretical self-efficacy reasoning and Zimmerman’s self-regulated learning procedures, the current text has as its purpose a theoretical and reflexive approach on the students’ self-efficacy apprehension upon learning self-regulation. The underlying theoretical information to both patterns emphasizes the role of students who usually consider themselves to be able to carry out the implied schooling activities. These students are acknowledged for using more cognitive and meta-cognitive strategies in their school performance together with a definition of more challenging goals. Some suggestions for pedagogical practice are presented. Keywords: Self-efficacy. Self-regulated learning. School performance. Resumen: En el contexto educativo, la perspectiva socio-cognitiva concibe la auto-eficacia como la percepción de los estudiantes acerca de sus capacidades para aprender o poner en práctica comportamientos escolares, el nivel de ambición en un campo específico, interpretándolo como un componente fundamental en el proceso de auto-regulación. Con el respaldo de la teoría de la auto-eficacia de Bandura y de los procesos auto-regulatorios de aprendizaje de Zimmerman, el presente trabajo tiene como objetivo hacer una aproximación teórica y la reflexión sobre la importancia de la percepción de auto-eficacia de los alumnos en la autorregulación de su aprendizaje. La literatura que subyace en los dos modelos teóricos hace hincapié en que los estudiantes suelen considerar que no es capaz de realizar las actividades escolares sugeridas, utilizan estrategias cognitivas y meta-cognitivas más en su desempeño escolar, establecer metas más desafiantes, persiste más tiempo en la tarea cuando se enfrentan dificultades y alcanzar mayores niveles de logro. Se presentan algunas sugerencias para la practica pedagógica. Palabras clave: Auto-eficacia. Auto-regulación del aprendizaje. Rendimiento escolar.
283
DOI: http://dx.doi.org/10.14393/REVEDFIL.issn.0102-6801.v31n61a2017-p283a320
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801
A essencialidade da autoecácia para
a aprendizagem autorregulada
Abílio Afonso Lourenço*
Maria Olímpia Almeida Paiva**
Resumo: No contexto educativo, a perspetiva sociocognitiva concebe a autoecácia
para a aprendizagem como a percepção do aluno acerca das suas capacidades para
aprender ou concretizar comportamentos escolares a um nível ambicionado, interpre-
tando-a como uma componente fundamental no processo autorregulatório. Suportado
nos racionais teóricos da autoecácia de Bandura e nos processos autorregulatórios
da aprendizagem de Zimmerman, este texto tem como objetivo fazer uma abordagem
teórica e de reexão sobre a importância das percepções de autoecácia dos alunos
na autorregulação das suas aprendizagens. Estas teorias realçam que os alunos, que
normalmente consideram que são capazes de executar as atividades escolares suge-
ridas, usam mais estratégias cognitivas e metacognitivas no seu desempenho escolar,
denem metas mais desaantes, persistem mais na tarefa e alcançam níveis mais altos
de realização. São apresentadas algumas sugestões para a prática pedagógica.
Palavras-chave: Autoecácia. Autorregulação da aprendizagem. Rendimento
escolar.
The essentiality of self-efcacy in self-regulated learning
Abstract: In a school content, the socio-cognitive perspective frames self-efcacy as
the students’ perception on both their learning skills and behavior concepts at the de-
sired level within a specic range unraveling it as a fundamental component in a self-
* Doutor em Psicologia da Educação pela Universidade do Minho, Braga, Portugal.
Professor titular do Agrupamento de Escolas Alexandre Herculano e investigador
do CIPE – Centro de Investigação em Psicologia e Educação do AEAH, Porto,
Portugal. E-mail: privadoxy@gmail.com
** Doutora em Psicologia da Educação pela Universidade do Minho, Braga.
Professora titular do Agrupamento de Escolas Alexandre Herculano e investigador
do CIPE – Centro de Investigação em Psicologia e Educação do AEAH, Porto,
Portugal. E-mail: olimpiapaiva0212@gmail.com
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801284
A essencialidade da autoecácia para a aprendizagem autorregulada
regulated procedure. Based both on the Bandura’s theoretical self-efcacy reasoning
and Zimmerman’s self-regulated learning procedures, the current text has as its purpose
a theoretical and reexive approach on the students self-efcacy apprehension upon
learning self-regulation. The underlying theoretical information to both patterns em-
phasizes the role of students who usually consider themselves to be able to carry out the
implied schooling activities. These students are acknowledged for using more cognitive
and meta-cognitive strategies in their school performance together with a denition of
more challenging goals. Some suggestions for pedagogical practice are presented.
Keywords: Self-efcacy. Self-regulated learning. School performance.
La esencialidad de la auto-ecacia en el aprendizaje auto-regulado
Resumen: En el contexto educativo, la perspectiva socio-cognitiva concibe la au-
to-ecacia como la percepción de los estudiantes acerca de sus capacidades para
aprender o poner en práctica comportamientos escolares, el nivel de ambición en
un campo especíco, interpretándolo como un componente fundamental en el pro-
ceso de auto-regulación. Con el respaldo de la teoría de la auto-ecacia de Bandu-
ra y de los procesos auto-regulatorios de aprendizaje de Zimmerman, el presente
trabajo tiene como objetivo hacer una aproximación teórica y la reexión sobre la
importancia de la percepción de auto-ecacia de los alumnos en la autorregulación
de su aprendizaje. La literatura que subyace en los dos modelos teóricos hace hin-
capié en que los estudiantes suelen considerar que no es capaz de realizar las acti-
vidades escolares sugeridas, utilizan estrategias cognitivas y meta-cognitivas más
en su desempeño escolar, establecer metas más desaantes, persiste más tiempo
en la tarea cuando se enfrentan dicultades y alcanzar mayores niveles de logro.
Se presentan algunas sugerencias para la practica pedagógica.
Palabras clave: Auto-ecacia. Auto-regulación del aprendizaje. Rendimiento
escolar.
1. Introdução
Os alunos aprendem por uma grande variedade de razões;
essas razões determinam a forma como aprendem
e esta determinará a qualidade do seu resultado
(Biggs,1991, p. 14)
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801 285
Abílio Afonso Lourenço; Maria Olímpia Almeida Paiva
Analisando de uma forma sistemática a investigação na área da autor-
regulação da aprendizagem, poder-seinferir que existe uma preocupação
latente e de convergência por parte dos investigadores em tentar encon-
trar um quadro de inteligibilidade que possibilite explicar, de uma forma
generalizada, o processo de aprendizagem autorregulatória dos alunos
portugueses em qualquer nível de ensino, desde o pré-escolar (Rosário,
Núñez & González-Pienda, 2007), passando pelo Ensino Básico 5.º - 9.º
anos (Rosário 2002a,b,c,d; 2003; 2004a,b), até à Universidade (Rosário,
Núñez & González-Pienda, 2006). Através da revisão de literatura, é visí-
vel, também, a multiplicidade de investigações que em distintos contextos
procuram encontrar os fatores que mais inuenciam o complexo ato de
aprender, talvez por este motivo ressaltem as comunalidades dos modelos
encontrados (Boekaerts, 1996, 1999; McKeachie, Pintrich, Lin & Smith,
1986; Pintrich & Schrauben, 1992; Rosário, 2004a; Zimmerman, 1989,
1998, 2000, 2013; Zimmerman & Risemberg, 1997). Contudo, apesar dos
avanços signicativos desenvolvidos na autorregulação da aprendizagem,
Zimmerman (2013) refere a pesquisa e a prática psicológica e educacional
vinculada a este construto tem, ainda, importantes aspetos a explorar. Estas
questões incluem, entre outras, o estudo da autorregulação da aprendiza-
gem nos primeiros anos de escolaridade dos alunos, a investigação em
contextos de ensino mediados por computador, mais estudos sobre as
concepções de autorregulação nos professores e a utilização da mesma
para o seu desenvolvimento pessoal e prossional, assim como carecem
novos métodos de avaliar este construto.
Nesta sequência, Pajares (1996a) realça que para um indivíduo obter
um rendimento adequado é necessário que possua tanto de habilidades
objetivas como de fortes crenças acerca da sua ecácia para realizar uma
tarefa. Desde o aparecimento da Teoria Social Cognitiva (Bandura, 1986,
1991), assumiu-se que existe uma diferença evidente entre dispor de habi-
lidades e ser capaz de as utilizar em diferentes contextos. Esta circunstân-
cia deve-se ao facto de que, entre o conhecimento e a ação, o pensamento
autorreferente age como intermediário, controlando e medindo o que as
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801286
A essencialidade da autoecácia para a aprendizagem autorregulada
pessoas pensam, sentem e fazem. Isto é, a teoría da autoecácia atribui
um papel primordial à inuência do pensamento autorreferente sobre o
funcionamento psicossocial, atuando como mediador do comportamento
e da motivação dos indivíduos. Assim, os juízos que as pessoas formam
acerca da sua capacidade para atuar a um determinado nível numa tarefa
especíca têm inuência nas suas atitudes (persistência, esforço, ..) nos
seus padrões de pensamento e nas suas emoções.
Assim, nenhum outro aspeto é tão infuente e importante na ação do
ser humano como as crenças que os indivíduos têm acerca da sua ecácia
pessoal (Valiante, 2000). Nesta sequência, é fundamental considerar o
papel das crenças de autoecácia quando queremos empreender estudos
sobre a aprendizagem, a motivação, a autorregulação para a aprendiza-
gem e o rendimento académico (Pajares, 2003). No entender de Bandura
(1987), a importância deste construto é múltiplo dado que afeta o com-
portamento de formas distintas, inuenciando a eleição de atividades e
posturas, nos padrões de pensamento e reações emocionais, bem como
determinam o esforço e a perseverança de investimento dos indivíduos
Assim, um dos caminhos apontados para o combate do insuces-
so escolar passa pela implementação de estratégias metacognitivas,
motivacionais e comportamentais através das quais os alunos possam
monitorizar a ecácia dos seus métodos de estudo e/ou estratégias de
aprendizagem (Núñez, González-Pienda, Garcia, González-Pumariega
& Garcia, 1998; Rosário, Mourão, Salgado, Rodrigues, Silva, Marques,
Amorim, Machado, Núñez, González-Pienda & Hernandéz-Pina, 2006).
Por outras palavras, urge a necessidade de que os alunos sejam capazes
de desenvolver conhecimentos, competências e atitudes, em diferentes
domínios e conteúdos, e que estes saberes possam ser transferidas de um
contexto de aprendizagem para outro e, desta forma, possam autorregular
a aprendizagem. Deste modo, os saberes obtidos nos distintos contextos
de aprendizagem podem, por sua vez, ser utilizados nos vários contextos
de trabalho (Pérez, González-Pienda & Rodriguez, 1998). Consequen-
temente, a forma, habitualmente pouco investida, com que os alunos
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801 287
Abílio Afonso Lourenço; Maria Olímpia Almeida Paiva
encaram a escola, as suas abordagens ao estudo e a necessária motiva-
ção para manter os níveis de ecácia nos objetivos estabelecidos, não
só inquieta muitos professores, como também tem preocupado, devido
às suas consequências pessoais, sociais e prossionais, muitos outros
parceiros do processo educativo, desde os encarregados de educação aos
responsáveis políticos (Estrela & Amado, 2000).
A consideração deste papel agente dos alunos, suscita algumas ques-
tões na agenda quotidiana dos professores e educadores: O que signica
ser um aluno autorregulado? Como se diferenciam estes alunos nos seus
resultados escolares? Em que medida as crenças de autoecácia dos alunos
inuenciam as perceções da instrumentalidade ou o valor da tarefa? Em que
medida a autoecácia afetadiretamente os processos autorregulatórios dos
alunos e o seu rendimento académico? Este conjunto de questões levantou
a necessidade de considerar a autorregulação da aprendizagem na sua
complexidade. A autorregulação da aprendizagem não se congura como
um único fator, mas sim como um conceito guarda-chuva que acolhe um
conjunto de fatores - da responsabilidade e motivação dos intervenientes,
das características e composição do grupo-turma, do clima de escola, da
personalidade e ação pedagógica dos professores envolvidos, do currículo
e práticas escolares, da própria natureza da vida escolar, do apoio familiar,
entre outros - sendo que, perante cada caso, poderemos reconhecer mais o
peso deste ou daquele fator do que de outros no sucesso educativo. Consoan-
te os fatores que se revelem mais determinantes, também as leituras acerca
do fenómeno, como a que se prende com a interpretação das suas funções
aos níveis psicológico, sociológico e pedagógico, poderão ser variadas.
2. Processos de autorregulação da aprendizagem - uma reexão prévia
Ao observarmos a investigação produzida, nas últimas três décadas,
sob o tópico da aprendizagem autorregulada, podemos concluir que este
é um novo e importante construto explicativo dos processos de aprendi-
zagem, com implicações evidentes no sucesso escolar (Bandura, 2002;
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801288
A essencialidade da autoecácia para a aprendizagem autorregulada
Lopes da Silva, Veiga Simão & Sá, 2004; Fernández, Bernardo, Suárez,
Cerezo, Núñez & Rosário, 2013;Meirav & Goroshit, 2014; Núñez, Cere-
zo, González-Pienda, Rosário, Valle, Fernandez & Suárez, 2011; Núñez,
Suárez, Cerezo, González-Pienda, Rosário, Mourão & Valle, 2013; Núñez
et al., 2014; Paris & Newman, 1990; Randi & Corno, 2000; Rosário,
2004a; Rosário, Núñez & González-Pienda, 2004; Rosário,Núñez,Valle,
Gozález-Pienda & Lourenço, 2012; Schunk, 1994; Schunk & Ertmer,
2000; Zimmerman, 2000).
Mas, exatamente pela sua abrangência, este conceito pode aglutinar
quase todas as variáveis processuais da aprendizagem. Neste sentido urge
claricar, tentando compreender, em que consiste a aprendizagem autorregu-
lada e quais as teorias, modelos, fases e dimensões que lhe estão associadas.
O processo de autorregulação do aluno supõe o domínio e gestão de um
conjunto de fatores que se apresentam como os elementos essenciais de
uma aprendizagem de elevada qualidade e, previsivelmente, do êxito escolar
(Boekaerts & Corno, 2005). Para essa aprendizagem de sucesso académico
concorrem fatores tais como: o estabelecimento de objetivos nos sucessivos
momentos de aprendizagem; o envolvimento na tarefa; o planeamento e
gestão apropriada do tempo; a aplicação de estratégias válidas; a criação
de um ambiente produtivo de trabalho; o uso e aproveitamento ecaz dos
recursos disponíveis; a monitorização das realizações; a previsão dos resul-
tados das suas atividades escolares e, sempre que necessário, a procura de
ajuda e cooperação. Em associação, o aluno deverá, necessariamente, ter
interiorizadas crenças positivas acerca das suas capacidades e do valor da
sua aprendizagem, bem como sentir brio e prazer com o empenho pessoal
desenvolvido (McCombs, 1989). Para Rosário (2004a) a autorregulação
da aprendizagem pode ser denida como “um processo ativo no qual os
sujeitos estabelecem os objetivos que norteiam a sua aprendizagem tentando
monitorizar, regular e controlar as suas cognições, motivação e comporta-
mentos com o intuito de os alcançar” (p. 37).
Neste sentido, podemos considerar que a aprendizagem autorre-
gulada pressupõe um modelo dinâmico de aquisição do conhecimento,
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801 289
Abílio Afonso Lourenço; Maria Olímpia Almeida Paiva
podendo, assim, ser descrita como um processo ativo, construtivo e orien-
tado para objetivos sob a tutela da interacção dos recursos cognitivos,
motivacionais e emocionais do aluno (Rosário, 2004a). Para se atingir
esses objetivos os alunos terão de utilizar, continuamente, estratégias
cognitivas, metacognitivas, motivadoras e comportamentais (Zimmer-
man & Martinez-Pons, 1990). A autorregulação, quando considerada
num contexto de aprendizagem, relaciona-se com o processo que abarca
a ativação e manutenção das cognições, comportamentos e afetos dos
alunos, planeados e ciclicamente ajustados com a nalidade de alcançar
os seus objetivos escolares (Schunk, 1989a, 1994; Zimmerman, 1989b,
2000a,b). Ao ser encarada desta forma, numa perspetiva mais centrada
nos processos, a autorregulação da aprendizagem distancia-se de um traço
particular ou de uma capacidade desenvolvida isoladamente.
Deste modo, o estudo da autorregulação ao concorrer para o enten-
dimento dos processos de aprendizagem na sala de aula, indagando a sua
dinâmica e os seus resultados, desempenha um papel de realce na per-
cepção e na conguração de ambientes de aprendizagem considerados de
excelência. Estes ambientes de excelência são espaços de aprendizagem
em que os alunos se percepcionam como capazes de induzir uma abor-
dagem profunda e em que possam efetuar aprendizagens signicativas,
caraterizadas por um interesse intrínseco nas tarefas e na qual o aluno
tenta compreender o material de aprendizagem, relacionando-o com os
seus conhecimentos prévios e com o mundo que o circunda.
Os conhecimentos alcançados nos diferentes âmbitos de apren-
dizagem podem, por sua vez, ser utilizados nos diversos contextos de
trabalho, pois o aluno ao desenvolver a autorregulação no seu processo
de aprendizagem desenvolve a capacidade de transferir saberes, mestrias
e comportamentos para novas situações de aprendizagem. O resultado
ecaz dessa autorregulação da aprendizagem conduz-nos ao sucesso
escolar desejado, ou seja, pretende-se que os alunos aprendam a anali-
sar os conteúdos que lhes são novos, avaliando de uma forma crítica as
resoluções apresentadas para os problemas, e se tornem capazes de, no
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801290
A essencialidade da autoecácia para a aprendizagem autorregulada
quotidiano, usarem as informações aprendidas. É desejável que o estudo
dos diversos assuntos académicos altere qualitativamente as interpreta-
ções dos alunos acerca do mundo que os rodeia. Assim, o objectivo é
encontrar e sistematizar modos de pensamento que resumam a forma
como os indivíduosinterpretam determinadas situações da realidade.
Este processo deverá ser entendido como um modo de compreender a
análise do signicado que os sujeitos dão ao mundo e aos conceitos e
conteúdos implicados nos contextos educativos.
No entender de Schunk e Zimmerman (1996), outro aspeto
importante no processo de autorregulação é que este advém, prin-
cipalmente, de dois fatores: o social e as experiências controladas
pelo próprio indivíduo. Desta forma, o vínculo que este mecanismo
autorregulatório cria com os processos sociais, como a modelagem,
a orientação e ajuda dos outros, é estudado como um dos aspetos
mais evidentes na expansão e desempenho da autorregulação da
aprendizagem. Nesta linha de pensamento, a percepção do aluno para
decidir quando é conveniente desenvolver trabalho isoladamente, ou
com outros, quando se torna necessário invocar a cooperação dos
professores, dos colegas ou outras fontes de informação, é indicativa
de uma capacidade para regular o seu ambiente social. Neste sentido,
poder-se-á dizer que um dos aspetos mais evidentes num aluno autor-
regulador da sua aprendizagem é a sua capacidade de pedir o apoio
de outras pessoas quando experiencia obstáculos durante a aprendi-
zagem ou se depara com diculdades em atingir as metas escolares
estabelecidas (Newman, 1994; Zimmerman & Martinez-Pons, 1990).
A este respeito Schunk e Zimmerman (1994) referem a procura de
ajuda como sendo uma estratégia adaptativa, principalmente quando
é usada para superar diculdades com o propósito de obter a mestria
e autonomia das aprendizagens.
Como já anteriormente referido, o incremento da autorregulação da
aprendizagem é primordial para a promoção do êxito escolar do aluno.
Foi igualmente referenciado que os alunos autorregulados estão intelec-
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801 291
Abílio Afonso Lourenço; Maria Olímpia Almeida Paiva
tualmente ativos no decurso da aprendizagem, não se comportando como
simples recetáculos desprovidos de informação, mantendo um controlo
ao longo das suas aprendizagens a partir da determinação e realização
dos seus propósitos escolares (Pintrich & Schrauben, 1992; Schunk,
1990, 2000). Torna-se possível admitir, desta forma, que todos os alunos,
em algumas áreas disciplinares, possam desenvolver a habilidade para
regular a sua aprendizagem e o seu rendimento escolar. Esta exibilidade
permite melhorar e incentivar a competência autorregulatória dos alunos,
utilizando um esquema de caráter interventor e sistemático moldado
para ensinar estratégias e competências, fomentando a autoecácia para
a aprendizagem e o estabelecimento de objetivos escolares realistas
(Schunk & Ertmer, 2000).
Na perspetiva sociocognitiva os alunos autorregulados na sua
aprendizagem evidenciam a sua autoecácia através das suas realizações
(Bandura, 1997a,b) e percecionam-na como uma componente essencial
na autorregulação da aprendizagem (Lourenço, 2007). Pela importân-
cia conferida a esta variável, e para melhor entendermos o seu âmbito
funcional nas aprendizagens dos alunos, serão abordados alguns aspetos
relevantes, nomeadamente: o papel da autoecácia; o desenvolvimento
das crenças de autoecácia; autoecácia e autorregulação; e a autoecácia
e realização académica.
3. O papel da autoecácia
Sendo a autoecácia uma das variáveis que inuencia a autorregu-
lação da aprendizagem torna-se pertinente uma abordagem introdutória
sobre a denição da mesma, assim como dos fatores e implicações a ela
associada, tendo sempre como referencial a Teoria Sociocognitiva de
Bandura (1997a).
Na nossa vida quotidiana todos fazemos apreciações acerca
dos nossos atos, comportamentos e pensamentos. Estes juízos, que
elaboramos acerca da nossa competência para concretizar com êxito
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801292
A essencialidade da autoecácia para a aprendizagem autorregulada
uma aprendizagem ou uma atividade especíca, foram identicados
por Bandura (1982) como perceções de autoecácia. O construto da
autoecácia tem um historial iniciado nos anos 70, do século XX, com
Bandura (1977b) e prolongado no tempo pelo mesmo autor (Bandura,
1986), onde contextualiza a autoecácia no centro de uma teoria de
agência pessoal, que atua em consonância com outros agentes socio-
cognitivos na regulação das aquisições e do bem-estar dos indivíduos
(Bandura, 1997a,b). Numa perspetiva abrangente, o autor apresenta um
espetro do comportamento humano onde as crenças que os indivíduos
concebem acerca de si próprios são os componentes essenciais no
exercício do controlo e da agência pessoal. Esta perspetiva considera
os indivíduos como sendo, simultaneamente, produtos e produtores do
seu ambiente e do seu sistema social. Para Bandura (1997a) o conceito
de autoecácia relaciona-se com as “crenças na capacidade própria para
organizar e implementar o curso das acções requeridas para produzir
determinados resultados” (p. 3).
No contexto educacional, as perceções dos alunos acerca das suas
competências escolares são mencionadas como a autoecácia acadêmica.
Estas abrangem, por um lado, a apreciação que o aluno realiza sobre o
que é determinado pelo seu contexto de aprendizagem e, por outro, a
avaliação que o aluno faz sobre a sua aptidão para usar os conhecimentos
e competências que adquiriu em novas aprendizagens e realizações que
esse contexto lhe propicia e reivindica (Pintrich & Schunk, 2002; Schunk,
1989a; Schunk & Pajares, 2004). A perspetiva sociocognitiva concebe
a autoecácia (e.g., uma variável pessoal) como a percepção do aluno
acerca das suas capacidades para aprender ou concretizar comportamentos
escolares ao nível ambicionado num domínio especíco, e interpreta-a
como uma variável fundamental no processo autorregulatório (Bandura,
1986, 1997a; Boakaerts, Otten & Voeten, 2003; Schunk, 1984, 1985).
Por alocar complexidade, a sua análise envolve método e combinação
de diferentes fatores (Schunk, 1985, 1996b), não devendo ser estudado
como um fenómeno isolado.
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801 293
Abílio Afonso Lourenço; Maria Olímpia Almeida Paiva
As pesquisas desenvolvidas em ambiente escolar no marco socio-
cognitivo, comprovam que a autoecácia está associada às variáveis da
aprendizagem autorregulada (Lourenço, 2007; Schunk, 2003; Schunk
& Pajares, 2004). Observa-se que os alunos que, normalmente, consi-
deram que são capazes de executar as atividades escolares sugeridas,
usam mais estratégias cognitivas e metacognitivas no seu desempenho
escolar e denem metas mais desaantes do que aqueles alunos que
evidenciam crenças opostas. Os resultados dos estudos divulgaram,
ainda, que as crenças de autoecácia inuem, também, o comportamen-
to de realização, a eleição das tarefas, o investimento nas atividades
e a perseverança face aos fracassos (Brito & Inglez de Souza, 2015;
Sagone & Caroli, 2013; Silva, Beltrame, Viana, Capistrano & Oliveira,
2012; Soares, Seabra & Gomes, 2014). Comparados com alunos que
questionam as suas capacidades para aprender, aqueles que exibem
um percepção elevada de autoecácia face às tarefas escolares, são
mais participativos, trabalham mais, persistem mais na tarefa quando
confrontados com diculdades e alcançam níveis mais altos de reali-
zação (Chong, 2005; Paris & Oka, 1986; Pintrich & Schrauben, 1992;
Schunk, 1982b, 1985).
Nesta perspetiva, Zimmerman (2000b) conceptualiza a autoecá-
cia como “(...) as crenças pessoais acerca da capacidade para organizar
e implementar as acções necessárias para conseguir uma determinada
realização ou competência perante uma tarefa especíca” (p. 14).
A autoecácia também é fomentada quando o aluno é instruído no
sentido de aplicar estratégias de aprendizagem. Esta instrução desen-
volve um sentimento de controlo pessoal sobre os resultados das reali-
zações. Simultaneamente, o aumento da autoecácia conduz os alunos
a reconhecerem-se mais competentes para usar as diferentes estratégias
de aprendizagem que lhe são ensinadas (Schunk 1989b). As conclusões
alcançadas em estudos relacionados com este assunto salientam que, para
além da obtenção de competências cognitivas, os efeitos da modelagem,
o feedback atribucional e o estabelecimento de objetivos, inuenciam
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801294
A essencialidade da autoecácia para a aprendizagem autorregulada
também o desenvolvimento das crenças de autoecácia e que, por sua
vez, essas crenças, inuem nas realizações escolares (Bandura, 1997a;
Schunk, 1996a; Zimmerman 1995).
Porém, estas inuências não se constituem como um contínuo
durante o desenvolvimento e percurso escolar do aluno. Alunos viven-
ciando os mesmos ambientes e com realizações escolares e capacidades
cognitivas idênticas podem diferir, posteriormente, nos seus resultados
académicos devido a terem elaborado diferentes crenças sobre a sua
autoecácia, pois estas servem de mediadoras das anteriores aprendiza-
gens e das realizações escolares presentes (Schunk, 1982a, 1984, 1985,
1996b; Zimmerman & Ringle, 1981). Consolidando estes argumentos,
Collins (1982) vericou que alunos com baixa, média e bons resultados
escolares na disciplina de Matemática tinham, relativamente a cada nível
de rendimento, elevadas ou baixas crenças de autoecácia. Conrmou-se
que a capacidade se associava com a realização, mas que, independen-
temente da capacidade, os estudantes que apresentavam perceções de
autoecácia mais robustas resolviam mais questões de forma correta e
concediam mais tempo àquelas em que tinham falhado. A esse respeito,
Scott (1996) arma que para além da capacidade cognitiva do indivíduo,
o que se torna essencial é saber quanto o sujeito acredita nas suas capa-
cidades, ou seja, a autoecácia não manifesta o que o indivíduo pode
fazer, mas aquilo que ele julga que pode fazer.
De acordo com Bandura (1986, 1997a,b), as crenças de autoecácia
produzem um grande efeito no comportamento escolar do aluno e este é
observável de quatro formas distintas. Primeiro, a autoecácia inuencia
na seleção das atitudes e procedimentos escolares, pois o aluno aproxima-
se mais de atividades que se identiquem com as suas competências,
desviando-se das tarefas em situações adversas. Em segundo lugar, as
crenças de autoecácia doseiam o esforço que o aluno despende numa
qualquer atividade, bem como o tempo de investimento quando exposto
a contrariedades. O esforço e persistência usados na realização de uma
tarefa são diretamente proporcionais à percepção de autoecácia do aluno.
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801 295
Abílio Afonso Lourenço; Maria Olímpia Almeida Paiva
Em resultado, e como destacou Bandura (1986), os alunos devem
realizar avaliações sobre a sua ecácia académica, pois só estas avaliações
promovem um comportamento de sucesso. O autor verica, também, que
as perceções de ecácia mais funcionais são aquelas que transcendem
levemente aquilo que o sujeito é suscetível de executar nesse preciso
momento. Esta sobrestimação, que nunca deve ser excessiva, faz com que
o sujeito aumente a sua persistência e esforço perante as atividades com
que se confronta nos distintos contextos de vida. Assim, manifesta-se de
enorme importância para a prática educativa o facto de considerarmos
que as perceções de autoecácia que o aluno organiza durante o seu
processo de ensino e aprendizagem são alteráveis.
O terceiro efeito das crenças de autoecácia no comportamento
escolar do aluno verica-se quando estas têm inuência nos seus pensa-
mentos e nas suas manifestações emocionais. Igualmente, se o aluno tem
uma grande percepção de ecácia para realizar as atividades escolares
de maior grau de diculdade, alimenta sentimentos de tranquilidade
e conança em relação às mesmas. De forma antagónica, desenvolve
cogitações negativas e de afrontação quando possui crenças de baixa
ecácia relativamente a qualquer tarefa escolar (Boekaerts et al., 2003;
Linnenbrink & Pintrich, 2002).
Finalmente, a última forma onde se observa que as perceções de
autoecácia inuenciam o comportamento escolar do aluno ocorre
quando este se identica como gerador do seu comportamento. Neste
caso, a autoconança que o aluno constrói converge para que alcan-
ce êxito nos resultados escolares. Este sucesso prepara o aluno para
enfrentar realizações cada vez mais desaantes. Bandura (1997a,b)
refere que as perceções de ecácia que o aluno constrói ajudam a de-
terminar como o aluno pensa, sente e se comporta. Assim, Pintrich e
Schunk (1996) lembram que as perceções de ecácia nunca se deverão
apresentar nem extremamente baixas nem exageradamente elevadas,
revelando-se, assim, prejudiciais para a aprendizagem e para a reali-
zação escolar de sucesso.
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801296
A essencialidade da autoecácia para a aprendizagem autorregulada
3.1 O desenvolvimento das crenças de autoecácia
Devido à natureza do tema, verica-se a importância do desen-
volvimento das crenças de autoecácia do aluno em relação às tarefas
escolares. Na perspetiva sociocognitiva os alunos consciencializam-se
da sua autoecácia através de quatro fontes: (i) experiências de êxito;
(ii) experiências vicárias; (iii) persuasão verbal; e (iv) indicadores sio-
lógicos (Bandura, 1986,1997a; Pajares, 2000; Schunk, 1994; Usher &
Pajares, 2006; Zimmerman & Ringle, 1981).
A primeira, e a mais preponderante fonte das perceções de autoe-
cácia dos alunos, é o signicado que estes atribuem aos resultados das
suas realizações intencionais, ou das suas experiências com sucesso.
O sentimento de êxito ajuda no incremento das crenças de ecácia e o
fracasso contribui para as reduzir. Poder-se-á dizer que os alunos que
realizam as atividades escolares com êxito e conseguem alto rendimento
escolar, vivenciam uma sensação de conança nas suas aptidões escolares,
fomentando, geralmente, o envolvimento renovado no estudo (Figueira,
1994; Kitsantas, 2002; Linnenbrink & Pintrich, 2003; Lourenço 2007).
Pelo contrário, uma produção escolar de baixo rendimento, debilita a
crença do aluno nas suas competências, desencorajando-o de investir na
aprendizagem, assim como nas atividades de estudo (Lourenço, 2007).
Relativamente às experiências pessoais, estas manifestam-se muito
importantes porque providenciam feedback acerca da ecácia pessoal,
bem como a informação necessária para o desenvolvimento dos proces-
sos autorregulatórios. Investigações realizadas nesta área indicam com
clareza suciente que as experiências pessoais de sucesso aumentam as
crenças de autoecácia numa grande diversidade de atividades escolares,
pelo que deveriam ser desenvolvidas na sala de aula (Bandura, 1986;
Sánchez Rosas, 2013; Schunk, 1984).
A observação vicariante, é o segundo gerador de informação das
crenças de autoecácia e consiste na observação dos efeitos causados
pelas realizações dos outros. Os demais, entendidos como semelhantes,
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801 297
Abílio Afonso Lourenço; Maria Olímpia Almeida Paiva
e na opinião de Schunk (1987), representam um suporte através do qual
o indivíduo avalia as suas acções. Deste modo, a observação do êxito
(ou fracasso) numa qualquer atividade escolar dos pares que compreende
como semelhantes, pode ajudar para que o aluno aumente, ou não, a sua
autoecácia percebida para essa mesma atividade.
A terceira fonte de informação é proporcionada pelos professores,
pais e outros, quando transmitem aos alunos conança na sua aptidão para
executarem as tarefas entretanto propostas. Esta informação, quando está
em consonância com as habilidades do indivíduo para efetuar a tarefa com
êxito, ajuda a aumentar a sua autoecácia percebida. Mas, se o feedback
fornecido pelos professores, pais e outros é irrealista - na medida em
que não atende às capacidades do aluno - a autoecácia percebida pelo
indivíduo pode ser questionada pelas realizações posteriores com reper-
cussões evidentes no seu investimento na tarefa. Assim, simultaneamente
ao desenvolvimento das crenças pessoais, deve ser garantido o êxito nas
tarefas propostas, para que as crenças de autoecácia do aluno estejam
em consonância com as suas capacidades (Schunk, 1991a).
A última fonte de informação é veiculada pelas reações siológicas
do aluno, tais como os sintomas de alta ansiedade, quando percebidos
pelo indivíduo, sinalizam vulnerabilidade e assim levam a julgamento de
baixas capacidades numa dada situação. Inversamente, um baixo nível
de ansiedade pode ser percebido como um prenúncio de competência.
Relativamente a estes quatro fatores, Bandura (1986) refere que
a informação adquirida dessas fontes não inuencia a autoecácia de
modo automático, mas através de um processamento cognitivo pelo qual
o aluno pondera, por um lado, suas próprias aptidões percebidas e suas
experiências passadas e, por outro lado, diversos componentes da situa-
ção, tais como a diculdade da tarefa, o grau de exigência do professor
e a possível ajuda que possa receber. Do emparelhamento entre suas
potencialidades percebidas e as condições pertinentes à tarefa resultará
um julgamento, positivo ou negativo, de suas próprias capacidades de
controlar a situação.
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801298
A essencialidade da autoecácia para a aprendizagem autorregulada
Pajares (1997) refere que os indivíduos consideram os resultados
dos comportamentos, e é a interpretação dessas considerações que lhes
proporciona a informação de base aos seus julgamentos. É a escolha,
integração, interpretação da informação associada ao contexto escolar
que inui nos julgamentos de autoecácia do aluno. Relativamente à
avaliação das crenças de autoecácia, Bandura (1997a) refere que estas
crenças deveriam ser medidas em termos de juízos especícos de capa-
cidade, submetidos a variações em função da atividade, das exigências
da tarefa e a outras múltiplas situações circunstanciais.
Nesta mesma linha, Zimmerman (1996) resume algumas proprie-
dades implícitas na medição da autoecácia: (i) refere-se a determi-
nadas tarefas ou atividades; (ii) está ligada a determinados âmbitos de
funcionamento; (iii) está dependente do contexto em que se desenvolve
a tarefa; e (iv) subordinada a um critério referido a si mesmo (e não à
comparação com o desempenho de outros). Os alunos, com a observação
de modelos, podem acreditar que também têm a capacidade de planicar
e controlar o tempo, desenvolvendo uma crença de autoecácia para a
autorregulação académica, estimuladora do seu comportamento com as
tarefas escolares e com as atividades de estudo.
Conforme foi mencionado por Bandura (1977a, 1986), a intervenção
social (e.g., modelagem dos adultos e persuasão verbal) pode alterar a percep-
ção individual da autoecácia. Neste sentido, em pesquisas realizadas com
alunos dos primeiros anos de escolaridade, Zimmerman (1985) considera
que as diligências consumadas para alterar o sentimento de ecácia desses
alunos alteraram os critérios e a seleção de atividades de aprendizagem. Al-
guns alunos mudaram a sua escolha para tarefas mais desaadoras, enquanto
outros baixaram os seus níveis de audácia, escolhendo tarefas mais fáceis.
Sendo o ser humano um agente reexivo e intencional, no que diz respeito
ao seu comportamento, estas intervenções são observáveis através do que
Bandura (1977a, 1986), no seu modelo teórico, refere como sendo o processo
de aprendizagem por observação através dos seus mecanismos: a atenção;
a retenção; a reprodução motora; e o reforço e motivação.
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801 299
Abílio Afonso Lourenço; Maria Olímpia Almeida Paiva
Assim, para que a aprendizagem ocorra é necessário a atenção quan-
to aos comportamentos mostrados pelo modelo e suas consequências.
O valor dado à atividade é atribuído à sua utilidade, concorrendo para
robustecer a atenção.
Na retenção, o comportamento observado ca retido na memória
através de um sistema de codicação para que, posteriormente, possa ser
resgatado. Desta forma, os comportamentos podem ser exercitados men-
talmente, antecipando eventuais consequências, tornando-se quase que
automáticos, oferecendo ao indivíduo espaço para novas aprendizagens.
Na fase da reprodução motora, o comportamento observado é reti-
do, estruturado e ajustado em conformidade com a posterior utilização,
tendo em consideração as capacidades individuais e os contextos onde se
desenvolvem. Contudo, como nos é referido por Bandura, nem todos os
padrões comportamentais sustidos pela memória são postos em prática,
pois existe diferenciação entre aquisição e desempenho. O desempenho
depende de reforços e motivações anteriores. Esses fatores determinam
o propósito de atuar ou de expressar alguma atitude.
Considerando a perspetiva sociocognitiva, torna-se legítimo de-
preender que a autoecácia não pode ser examinada como um traço ou
uma característica relativamente consistente do aluno, mas como um
construto que pode ser regulado e alterado, da mesma maneira que as
outras estratégias de aprendizagem a que o aluno pode acorrer (Schunk,
1994). Alguns estudos realizados sobre a autoecácia em contextos de
aprendizagem indiciam que uma parte substancial dos alunos é muito
conante relativamente às suas capacidades escolares (Hackett & Betz,
1989; Pajares, 1996b; Pajares & Miller, 1997). Esta constatação revela,
habitualmente, que estes alunos não se comprometem com as tarefas
de estudo indispensáveis para atingirem êxito. Esta questão da falta
ou excesso de autoconança nas capacidades escolares é fundamental,
porque quando ela é escassa pode travar a ação e impossibilitar os alu-
nos de alcançar as metas anteriormente estabelecidas. Pois, pode levar
à utilização desajustada das suas potencialidades, dos recursos do am-
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801300
A essencialidade da autoecácia para a aprendizagem autorregulada
biente ou até ao abandono, de uma forma geral. Similarmente, o excesso
de autoconança pode induzir os indivíduos a eleger e encetar trajetos
de atuação demasiado complexos, para os quais não estão preparados
ou não possuem as apropriadas capacidades, levando ao insucesso e à
prostração. Ambas as situações podem levar ao fracasso, pondo em risco
a aprendizagem e o desenvolvimento dos indivíduos.
Analogamente, a consciencialização, por parte dos intervenientes
educativos, das dimensões que concorrem para a variedade das crenças
de autoecácia, pode contribuir para que se possam alterar práticas de
sala de aula adversas ao incremento de uma autoecácia impulsionadora
do sucesso escolar dos alunos (Lourenço, 2007).
Segundo (Bandura, 1997a), as crenças de autoecácia podem variar
em conformidade com três dimensões de grande importância na realização
escolar do aluno: (i) nível; (ii) generalidade; e (iii) força. A primeira dimen-
são observada - o nível - diz respeito à propensão do aluno para manter a
sua percepção de autoecácia, apesar das diculdades que pode encontrar
na realização de uma determinada atividade escolar. Estes, traduzem os
diferentes níveis de desao ou de diculdade que o aluno enfrenta para
conseguir concretizar a atividade escolar com sucesso. A segunda dimensão
- a generalidade - pode mudar em resultado do nível de anidade entre as
atividades, da condição em que a capacidade é expressa (comportamental,
cognitiva ou afetiva), das características da ocorrência e da pessoa, ou pes-
soas, para quem o comportamento é orientado. O aluno pode, igualmente,
sentir-se ecaz em relação a um alargado número de atividades, ou apenas
num qualquer domínio ou função. Por m, as perceções de autoecácia
também permitem variação relativamente à força, na medida em que, quanto
maior for o sentimento de ecácia pessoal, em relação à sua função como
estudante, mais persistente este será perante os obstáculos encontrados, e
maior a viabilidade de executar as atividades escolares com êxito (Bandura,
1997a; Vansteenkiste, Simons, Lens, Sheldon & Deci, 2004).
Deste modo, podemos admitir que a autoecácia percebida é
cumulativa, isto é, os alunos que constroem crenças elevadas de ecácia
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801 301
Abílio Afonso Lourenço; Maria Olímpia Almeida Paiva
percebida, em relação a determinadas tarefas ou atividades, quando são
confrontados com diferentes tarefas ou atividades idênticas às vividas
anteriormente, são capazes de recordar as suas primeiras crenças de
autoecácia percebida (Zimmerman, Bandura & Martinez-Pons, 1992;
Schunk, 1996a,b). Essa recordação ajuda a que o aluno preserve a
crença de ecácia, encarando as novas situações de realização com um
sentimento de conança na sua capacidade para as efetivar com sucesso.
No decurso do seu percurso escolar o aluno é, permanentemente,
confrontado com novas e diferentes atividades de aprendizagem, pelo
que este sentido de ecácia para aprender novas competências é muito
importante. Proporciona-lhe sentimentos de crença e de tranquilidade,
fundamentais à aquisição de rendimentos escolares de sucesso durante
os vários ciclos de escolaridade, bem como poderá induzir, a longo
prazo, resultados positivos nas questões intrínsecas à sua vida pessoal,
prossional e social de adulto (Bandura 1997a; Hackett & Betz, 1989;
Pajares, 1996a).
3. 2 Autoecácia e autorregulação
A autoecácia constitui-se como uma variável fundamental no
processo autorregulatório, estando presente durante as três fases do
mesmo processo. Assim, na fase prévia, os alunos com um grau mais
elevado de autorregulação encaram as atividades de aprendizagem com
metas especícas, manifestando fortes perceções de autoecácia quanto
à possibilidade de as atingirem. No decurso da fase de realização, moni-
torizam as atividades durante a sua concretização e confrontam os dados
conseguidos com os seus objetivos, como forma de calcular o progresso
obtido. Consequentemente, estas autoperceções acerca do progresso
alcançado cooperam para o aumento da autoecácia do aluno e, simul-
taneamente, da sua motivação e uso das estratégias de aprendizagem que
se manifestaram ecazes. Finalmente, durante a fase de autorreexão,
a avaliação do desenvolvimento conseguido e dos resultados obtidos
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801302
A essencialidade da autoecácia para a aprendizagem autorregulada
ajuda a manter e, às vezes, a aumentar os sentimentos de autoecácia,
contribuindo para que o aluno opere as alterações imprescindíveis no
processo autorregulatório (Schunk & Ertmer, 2000).
Pode inferir-se que a autoecácia, como variável, não detém a ex-
clusividade de inuência na realização do aluno. Esta coopera de uma
forma decisiva para a autorregulação ecaz da aprendizagem, apesar
de não estar isolada e de atuar em uníssono com as restantes variáveis.
Algumas das outras variáveis (e.g. processos de estudo, controlo voliti-
vo, planicação da gestão do tempo, autoconceito, procrastinação) com
importância na realização escolar do aluno distribuem-se, de igual forma,
pelas três fases do ciclo da aprendizagem autorregulada.
Assim, na fase prévia, a motivação e o compromisso do aluno nas
atividades escolares são afetados pelos objetivos, as expetativas perante
os resultados e o valor percebido da tarefa. No entender de Shell, Murphy
e Bruning (1989), as expetativas acerca dos resultados ou antevisão dos
efeitos das ações a desenvolver são importantes. Por seu lado, Schunk e
Ertmer (2000) referem que o valor percebido também afeta o comporta-
mento pessoal, pelo facto de os alunos, frequentemente, não mostrarem
grande curiosidade pelas tarefas que não valorizam.
No decorrer da fase de realização, os processos de automonitoriza-
ção, de autopercepção do progresso obtido, as estratégias de aprendiza-
gem usadas e a motivação, também afetam as suas realizações. Por último,
na fase de autorreexão, em consequência do resultado dos processos de
autoavaliação, os alunos adequam as estratégias de aprendizagem usadas,
modicam os objetivos escolares estabelecidos e procedem à alteração
do ambiente de trabalho, quando isso se revela essencial para atingir o
êxito escolar pretendido (Schunk & Ertmer, 2000). Depreende-se, então,
que quando o aluno não dispõe de um razoável conhecimento acerca das
matérias, o facto de possuir uma autoecácia robusta não origina, por
si só, uma realização escolar de sucesso. É patente que as perceções de
ecácia estão estritamente relacionadas com as variáveis explanadas,
bem como com as práticas de estudo dos alunos e com a qualidade e a
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801 303
Abílio Afonso Lourenço; Maria Olímpia Almeida Paiva
quantidade do conhecimento factual, processual e condicional que estes
albergam. Este conhecimento, especialmente num domínio especíco,
pode ser estudado não só nos conhecimentos declarativo e processual,
mas também no que se denomina de conhecimento condicional. Como
nos refere Alexander, Schallert e Hare (1991) o conhecimento processual
é entendido como uma “compilação do conhecimento declarativo em
unidades funcionais que incorporam estratégias do domínio especíco”
(p. 376), e o conhecimento condicional como o que transmite “a com-
preensão do quando e onde aceder a determinados factos ou empregar
procedimentos particulares” (p.376). Desta forma, quando um indivíduo
adquire conhecimento sobre algum assunto especíco, não só obtém in-
formação dos factos (conhecimento declarativo), o modo de aplicar esse
conhecimento em determinadas rotinas ou procedimentos (conhecimento
processual), ou ainda depreender quando e onde esse conhecimento de-
verá ser aplicado (conhecimento condicional). Contudo, o facto destes
três tipos de conhecimento serem diferentes, a aquisição de um deles
não garante, automática ou imediatamente, o conhecimento dos outros.
Em estudos realizados com alunos que manifestavam diculdades
leitoras, Schunk e Rice (1992, 1993) consideraram que a modelação
de estratégias de aprendizagem, assistida de feedback sobre a ecácia
do uso dessas estratégias, fomentava a autoecácia dos alunos para a
leitura, a utilização futura das estratégias de autorregulação ensinadas e
o progresso da sua competência para a leitura. Graham, Harris e Mason
(2005), por outro lado, referem uma pesquisa onde era apresentada a mo-
delação cognitiva, cuja conclusão demonstra que ensinar uma estratégia
de autorregulação da escrita, a alunos com diculdades de aprendizagem,
aumenta a sua autoecácia e o seu desempenho na escrita e, esses bene-
fícios, não só permaneciam depois do tempo de ensino, como também
eram expandidos a outros contextos de vida.
Na mesma perspetiva teórica, Zimmerman e Martinez-Pons (1990)
estudaram a relação entre o sexo, o ano de escolaridade, a competência
académica, o uso de estratégias e a autoecácia em alunos do sexo mas-
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801304
A essencialidade da autoecácia para a aprendizagem autorregulada
culino e feminino do 5.º, 8.º e 11.º anos de escolaridade. A investigação
sugeriu, por um lado, que a autoecácia e a utilização de estratégias au-
torregulatórias se intensicam em conformidade com o progresso escolar
dos alunos e, por outro lado, que as crenças dos alunos acerca da sua
ecácia na Matemática e na competência verbal estavam relacionadas
positivamente com a utilização de estratégias autorregulatórias, em todos
os domínios, particularmente nas tarefas escolares.
Finalmente, nos últimos anos, em Portugal, o GUIA (Grupo de Uni-
versitário de Investigação em Autorregulação) tem realizado uma grande
investigação no âmbito da autorregulação da aprendizagem, em todos os
níveis de ensino, onde se desenvolvem estudos com variáveis preditoras
da autorregulação da aprendizagem e sua inuência no rendimento dos
alunos. (Lourenço & Nogueira, 2014; Paiva & Lourenço, 2012, 2015;
Rosário, Lourenço, Paiva, Núñez, González-Pienda & Valle, 2012; Rosá-
rio, Lourenço, Paiva, Rodrigues, Valle & Tuero-Herrero, 2012; Rosário,
Núñez, Ferrando, Paiva, Lourenço, Cerezo & Valle, 2013).
4. Últimas reexões
Apesar do construto da autorregulação da aprendizagem ser relativa-
mente recente, as investigações efetuadas no seu âmbito revestem-se de
um grande impacto para a melhoria do ensino e aprendizagem das nossas
escolas. Este enriquecimento pode ser observado na contribuição efetiva
para a melhoria do rendimento escolar da maior parte dos nossos alunos,
se os professores possuírem os conhecimentos subjacentes à temática da
autorregulação da aprendizagem e se a exercitarem em contexto de sala
de aula. Para além deste conhecimento, será também importante que os
professores possam avaliar o tipo de comportamento autorregulado que
os alunos exibem para poderem intervir adequada e atempadamente nas
disfunções que possam surgir.
Esta avaliação pode ser feita, posteriormente, nos diversos modelos
de avaliação e de uma forma mais ecaz, após terem sido introduzidas, na
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801 305
Abílio Afonso Lourenço; Maria Olímpia Almeida Paiva
consciência coletiva dos alunos, estratégias de aprendizagem autorregu-
latórias (e. g. autoavaliação, organização e transformação de informação,
estabelecimento de objetivos e planeamento, procura de informação,
tomada de apontamentos, estrutura ambiental, auto-consequências,
repetição e memorização, procura de ajuda social, revisão de dados),
sempre que possível em contexto de sala de aula e inserido no currículo
da disciplina prática, que a literatura denominou como infusão curricular
(Rosário, 2004a). A infusão curricular ou disseminação transversal é
uma estratégia que se tem caracterizado pela introdução, nos currículos
de cada disciplina escolar, de dimensões de formação transversais que
conduzem para três dimensões do desenvolvimento pessoal e social dos
alunos, nomeadamente - os valores, os conhecimentos e as competências
-, identicados como essenciais na capacitação para a ação.
As condições ideais para o desenvolvimento da aprendizagem au-
torregulada existem quando é dada a oportunidade aos aprendizes para
estabelecer e perseguir objetivos pessoais e criar os seus episódios de
aprendizagem, promotores de um autoconhecimento gerador de perceções
de autoecácia positivas e realistas. Como é referido por Boekaerts e
Niemivirta (2000), o facto de um professor realçar a importância de uma
determinada competência ou estratégia autorreguladora para a realização
de uma actividade, não é o mesmo que o aluno sentir a necessidade de
adquirir essa competência. Neste sentido, integrando o ensino e apren-
dizagem de estratégias autorregulatórias no currículo de cada disciplina,
através da infusão curricular, e monitorizando a sua utilização durante as
atividades letivas, os professores estarão a contribuir para que os alunos
se apercebam que o manuseamento das mesmas os guiará na senda do
sucesso escolar.
Quanto à percepção de si próprio como aluno, nomeadamente
a competência percebida, a literatura sugere, recorrentemente, que a
autoecácia académica dos alunos é uma variável preditora do nível de
investimento na aprendizagem, contudo não é única nem se constitui
como um factor que atue de modo isolado (Schunk, 1991b, 1994, 1996b).
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801306
A essencialidade da autoecácia para a aprendizagem autorregulada
Perante determinadas tarefas, no caso em que as competências já estejam
bem estabelecidas ou os comportamentos já assegurados pelo facto de
serem rotineiros, não se torna imprescindível que o aluno pondere a sua
autoecácia. Esse julgamento mais facilmente será necessário quando se
alterarem ou as condições pessoais ou as condições da tarefa, como novos
conteúdos, nova disciplina ou aspectos semelhantes (Schunk, 1991b).
Igualmente, não se devem descartar as inuências das expetativas de
resultados, que são as crenças quanto aos efeitos prováveis das ações.
Os alunos não se motivarão a agir caso prevejam resultados negativos
das suas atuações, muito embora se percebam capazes de as realizar, e,
mesmo que antevejam resultados positivos, estes devem, ainda, ser valo-
rizados para que o aluno os procure com as suas posturas de ação. Caso
esses efeitos nais não tenham nenhum signicado ou valor para eles,
de nada adianta para a motivação eles acreditarem nas suas capacidades.
No campo da investigação educacional, o construto autoecácia
tem-se revelado como uma variável de considerável valor heurístico. São
muitos os trabalhos empíricos que reportam relações entre as crenças
de ecácia e outras variáveis, nomeadamente com a ansiedade, a autor-
regulação, as metas, o autoconceito académico e o rendimeno prévio
(Pajares, 2003), dentre outras.
Outro aspeto interessante é o referido por Bandura (1991), quando
menciona que na escola existem muitos alunos que têm sucesso e assim
se preparam ecazmente para atuarem nesta nova era da informação,
onde é exigida maior exibilidade e autorregulação na aprendizagem.
Mas existem, também, muitos alunos que não aprendem tão rápido quanto
necessário e sofrem fracassos crónicos, o que os impede de acompanhar
a evolução social. Estes precisam de aprender como enfrentar as adver-
sidades próprias da condição de aprendizes. Contudo, a escola não está
a saber lidar corretamente com este tipo de alunos, sendo considerada,
frequentemente, como uma autêntica escola de inecácia (Bandura,
1986), ou seja, não os ajuda a recuperar ou a manter a crença das suas
capacidades, no meio de inevitáveis diculdades e contrariedades. Traba-
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801 307
Abílio Afonso Lourenço; Maria Olímpia Almeida Paiva
lhar com os educadores o valor das tarefas associado à instrumentalidade
percebida dos conteúdos e das matérias é um repto que está, ou deveria
estar, presente, diariamente, nas salas de aula.
Neste sentido, na realização das tarefas previstas no currículo, os
professores poderiam discutir com os alunos a aplicação das estratégias
de autorregulação a situações concretas, treinando a sua transferência
para outros contextos e tarefas escolares (Boekaerts & Corno, 2005). Os
alunos seriam, deste modo, ajudados a responderem mais ecazmente
aos seus objetivos e estilos de aprendizagem (Zimmerman, 2000a).
A literatura refere que os alunos a quem os professores, de uma for-
ma sistemática, ensinam e modelam estratégias de autorregulação de
aprendizagem aplicadas a diferentes tarefas escolares, mais facilmente
exercitarão autonomamente a sua utilização (Ablard & Lipschultz, 1998;
Zimmerman & Schunk, 1998). Todavia, apesar da sua importância, as
estratégias da autorregulação da aprendizagem não são uma panaceia
para as diculdades de aprendizagem, porque a sua ecácia depende
da interdependência dos fatores pessoais e contextuais (Bandura, 1986;
Zimmerman & Martinez-Pons, 1986).
Estes resultados constituem um desao aos professores e educa-
dores sugerindo-lhes, por um lado, a urgência da discussão das crenças
dos alunos face à aprendizagem. Estas antecedem os comportamentos
de estudo, determinando-os, e sugerem também uma reexão apurada
sobre o tipo de estimulação autorregulatória que poderá ser promovida
quer na sala de aula, quer no estudo pessoal em casa (Biggs, 1993).
São variadas as razões que levam os alunos a aprender, contudo são
essas razões que motivam a forma como aprendem e esta determinará a
qualidade do seu resultado (Biggs, 1991). Poder-se-á dizer que o ato de
aprender, por vezes, poderá ser complexo, e é isso mesmo que o torna
interessante e desaador. Esta complexidade advém da anuência que
aprender é reorganizar e acrescentar signicados, tornando, assim, mais
complexo o já apreendido, possibilitando a construção de ligações entre
o conhecido e o desconhecido.
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801308
A essencialidade da autoecácia para a aprendizagem autorregulada
Este desao passa por olhar para o aluno, cada vez mais, como um
protagonista ativo e diligente que, diariamente, questiona a realidade,
conquistando o protagonismo no processo de construção do seu conhe-
cimento. Conforme nos é referido porPaiva e Lourenço (2011), torna-se,
assim, imperioso fazer alterações nas práticas pedagógicas, porquanto
conscientes desta complexidade vivenciada na escola, é expectável que
este quadro de sucessivasconstruções e reconstruções projetem a edu-
cação para uma nova etapa da sua história, onde a escola desejável será,
incondicionalmente mais abrangente e mais envolvida com a diferença.
Desta forma, os obstáculos que continuam a afectar o ensino terão, neces-
sariamente, de dar lugar a novos compromissos dentro de um renovado
espaço público da educação (Nóvoa, 2005) e, consequentemente, a alunos
com perceções de autoecácia mais positivas.
Referências
Ablard, K., & Lipschultz, D. (1998). Self-regulation in high-achieving
students:relations to advanced reasoning, achievement goals, and gen-
der. Journal of Educational Psychology, 90 (1), 94-101.
Alexander, P. A.; Schallert, D.L & Hare, V. C. (1991). Coming to Terms:
How Researchers in Learning and Literacy Talk About Knowledge; Re-
view of Educational Research, 61(3), 315-343.
Bandura, A. (1977a). Social Learning Theory. New York: General
Learning Press.
Bandura, A. (1977b). Perceived self-efcacy in cognitive development
and functioning. Educational Psychologist, 28, 117-148.
Bandura, A. (1982). Self-Efcacy mechanism in human agency.
American Psychologist, 37, 122-147.
Bandura, A. (1986). Social foundations of thought and action: a social
cognitive theory. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall, Inc.
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801 309
Abílio Afonso Lourenço; Maria Olímpia Almeida Paiva
Bandura, A. (1987). Pensamiento y acción. Madrid: Martinez Roca.
Bandura, A. (1991). Social cognitive theory of self-regulation. Organi-
zational Behaviour and Human Performance, 50, 248-287.
Bandura, A. (1997a). Self-efcacy: the exercise of control. New York:
Freeman.
Bandura, A. (1997b). Perceived self-efcacy in cognitive development
and functioning. Educational Psychologist, 28, 117-148.
Bandura, A. (2002). Social cognitive theory in cultural context. Applied
Psychology: An International Review, 51 (2), 269-290.
Biggs, J. B. (1991). Approaches to learning in secondary and terti-Approaches to learning in secondary and terti-
ary students in Hong Kong: Biggs, J. B. (1993). What do invento-
ries of students’ learning processes really measure? A theoretical
review and clarication. British Journal of Educational Psychology,
63 (1), 3-19.
Boekaerts, M. (1996). Self-regulated learning at the junction of cogni-Self-regulated learning at the junction of cogni-
tion and motivation.European Psychologist, 1 (2), 100-112.
Boekaerts, M. (1999). Self-regulated learning: where we are today. In-
ternational Journal of Educational Research, 31, 445-457.
Boekaerts, M., & Corno, L. (2005). Self-regulation in classroom: a per-
pective on assessment and intervention. Applied Psychology: An Inter-
national Review, 54 (2), 199-231.
Boekaerts, M. & Niemvirta, M. (2000). Self-regulated learning: nd-
ing a balance between learning goals and ego-protective goals. In M.
Boekaerts, P. Pintrich & M. Zeidner (Eds.), Handbook of self-regula-
tion (pp. 417-450). San Diego: Academic Press.
Boekaerts, M. Otten, R. & Voeten, R. (2003). Examination perform-
ance: are student’s causal attributions school-subject specic? Anxiety,
Stress, and Coping, 16, (3), 331-342.
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801310
A essencialidade da autoecácia para a aprendizagem autorregulada
Brito, M. R. F. & Inglez de Souza, L. F. N. (2015). Autoecácia na
solução de problemas matemáticos e variáveis relacionadas. Temas em
Psicologia, 23(1), 29-47.
Chong, W. H. (2005). The role of self-regulation and personal agency
beliefs: a psychoeducational approach with asian high school students
in Singapore. The Journal For Specialists in Group Work, 30, (4),
343-361.
Collins, J. L. (1982, April). Self-efcacy and ability in achievement
behaviour. Paper presented at the meeting of the American Educa-
tional Research Association, New York.
Estrela, T. & Amado, J. (2000). Indisciplina, violência e delinquência
na escola: uma perspectiva pedagógica. Revista Portuguesa de Peda-
gogia, 34 (1, 2 e 3), 249-271.
Fernández, E., Bernardo, A., Suárez, N., Cerezo, R., Núñez, J. C. &
Rosário, P. (2013). Predicción del uso de estrategias de autorregu-Predicción del uso de estrategias de autorregu-
lación en la educación superior: un análisis a nivel individual y de
contexto, Anales de Psicología, 29 (3), 865-875.
Figueira, A. P. C. (1994). Em torno do rendimento escolar. Tese de
mestrado. Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Uni-
versidade de Coimbra.
Graham, S., Harris, K. R. & Mason, L. (2005). Improving the writing
performance, knowledge, and motivation of struggling young writ-
ers: the effects of self-regulated strategy development. Contemporary
Educational Psychology, 30, 207-241.
Hackett, G. & Betz, N. E. (1989). An exploration of the mathmatics
self-efcacy/mathmatics performance correspondence. Journal for
Research in Mathmatics Education, 20, 261-273.
Kitsantas, A. (2002). Test preparation and performance: A self-reg-
ulatory analysis. The Journal of Experimental Education, 70, (2),
101-113.
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801 311
Abílio Afonso Lourenço; Maria Olímpia Almeida Paiva
Linnenbrink, E. A. & Pintrich, P. R. (2002). Motivation as an enabler
for academic sucess. School Psychology Review, 31 (3), 313-327.
Linnenbrink, E. A. & Pintrich, P. R. (2003).The role of self-efcacy
beliefs in student engagement and learning in the classroom. Reading
& Writing Quarterly, 19, 119-137.
Lourenço, A. A. (2007). Processos auto-regulatórios em alunos do
ciclo do ensino básico: contributos da autoecácia e da instrumentalida-
de. Dissertação de doutoramento. Escola de Psicologia da Universidade
do Minho, Braga.
Lourenço, A. A. & Nogueira, C. M. L. (2014). Perceções sobre as abor-
dagens à aprendizagem: estudo de variáveis psicológicas. Educação e
Filosoa, 28 (55), 323-372.
Lopes da Silva, A., Veiga Simão, A. M. & Sá, I. (2004). Auto–regulação
da aprendizagem: estudos teóricos e empíricos. Intermeio: Revista do
Mestrado em Educação, 10 (19), 58-74.
McCombs, B. L. (1989). Self-regulated learning and academic achieve-
ment.In B. J. Zimmerman & D. H. Schunk (Eds.), Self-regulated learn-
ing and academic achievement: theory, research and practice (pp.51-
82). New York: Springer-Verlag.
Mckeachie, W. J., Pintrich, P. R., Lin, Y. & Smith, D. A. (1986). Teach-
ing and learning at the college classroom: a review of the research
literature. Ann Arbor, MI: National Center for Research to Improve
Postsecondary Teaching and Learning, The University of Michigan.
Meirav, H. & Goroshit, M. (2014). Academic self-efcacy, emotional
intelligence, GPA and academic procrastination in higher education.
Eurasian Journal of Social Sciences, 2 (1), 1-10.
Mills, H. & Clyde, J. A. (1991). Children’success as readers and writ-
ers: It’s the teacher’s beliefs that make the difference. Young Children,
46 (2), 54-59.
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801312
A essencialidade da autoecácia para a aprendizagem autorregulada
Newman, R. S. (1994). Academic help-seeking: a strategy of self-regu-
lated learning. In D. H. Schunk & B. J. Zimmerman (Eds.), Self-regula-
tion of learning and performance: issues and educational applications,
(pp. 283-301). Hillsdale: Erlbaum.
Nóvoa, A. (2005). Evidentemente: Histórias da Educação. Porto: ASA.
Núñez, J. C., Cerezo, R., González-Pienda, J., Rosário, P., Valle, A.,
Fernandez, E. & Suárez, N. (2011). Implementation of training pro-Implementation of training pro-
grams in self-regulated learning strategies in Moodle format: Results of
a experience in higher education”, Psicothema, (23), 274-281.
Núñez, J. C., González-Pienda, J. A., García, M. S., González-Pumarie-
ga, S. & García, S. I. (1998). Estrategias de aprendizaje en estudiantes
de 10 a 14 años y su relación com los procesos de atribución causal, el
autoconcepto y las metas de estudio. Estudios de Psicología, 59, 65-85.
Núñez, J. C., Suárez, N., Cerezo, R., González-Pienda, J., Rosário, P.,
Mourão, R. &Valle, A. (2013). Homework and academic achievement
across Spanish Compulsory Education, Educational Psychology, 3, 1-21.
Núñez, J. C., Vallejo, G., Rosário, P., Tuero, E. & Valle, A. (2014).
Student, teacher, and school context variables predicting academic
achievement in biology: analysis from a multilevel perspective, Journal
of Psychodidactics 19 (1), 145-171.
Paiva, M.O. A. & Lourenço, A. A. (2011). Ambiente da sala de aula: um
estudo de caso. Revista Educação e Filosoa, 25 (49), 17-42.
Paiva, M. O. A. & Lourenço, A. A. (2012). A inuência da aprendiza-
gem autorregulada na mestria escolar. Estudos e Pesquisas em Psicolo-
gia, 12 (2), 501-520.
Paiva, M. O. A. & Lourenço, A. A. (2015) Abordagens à aprendizagem: a
dinâmica para o sucesso académico, Revista CES Psicologia, 8 (2), 47-75.
Pajares, F. (1996a). Self-efcacy beliefs in academic setting. Review of
Educational Research, 66 (4), 543-578.
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801 313
Abílio Afonso Lourenço; Maria Olímpia Almeida Paiva
Pajares, F. (1996b). Self-efcacy beliefs and mathematical problem
solving of gifted students. Contemporary Educational Psychology, 21,
325-344.
Pajares, F. (1997). Current directions in sef-efcacy research. In M.
Maehr & P. R. Pintrich (Eds.). Advances in motivation and achieve-
ment. Vol. 10, (pp. 1-49). Greenwich, CT: JAI Press.
Pajares, F. (2000 January). Schooling in America: Myths, Mixed Mes-
sages, and Good Intentions. Lecture delivered at Emory University,
Cannon Chapel. Great Teachers Lecture Series.
Pajares, F. (2003). Self-efcacy beliefs, motivation and achievement
in writing: a review of literature. Reading and Writing Quartely, 19,
139-158.
Pajares, F. & Miller, M. D. (1997). Mathematics self-efcacy and math-
ematical problem-solving: implications of using different forms of as-
sessment. Journal of Experimental Education, 65, 213-228.
Paris, S. G. & Newman, R. S. (1990). Development aspects of self-
regulated learning. Educational Psychologist, 25 (1), 87-105.
Paris, S. G. & Oka, E. (1986). Children�s reading strategies, metacogni-Children�s reading strategies, metacogni-
tion and motivation. Development Review, 6, 25-36.
Pérez, J. N., González-Pienda, J. A. & Rodriguez, M. (1998). Apren-
der en la escuela. In González-Pienda & Núnez Pérez (coord.), Dicul-
dades del aprendizaje na escola (pp. 21-43). Madrid: Edições Pirâmide.
Pintrich, P. R. & De Groot, E. (1990). Motivational and self-regulated
learning components of classroom academic performance. Journal of
Educational Psychology, 82, 33-40.
Pintrich, P. R. & Schrauben, B. (1992). Student�s motivational beliefs
and their cognitive engagement in classroom academic tasks. In D. H.
& J. Meece (Eds.), Student Perceptions in the Classroom (134-153).
Hillsdale, NJ: Lawrence Erlbaum.
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801314
A essencialidade da autoecácia para a aprendizagem autorregulada
Pintrich, P. R. & Schunk, D. H. (1996). Motivation in education: The-
ory, research, and applications. Englewood Cliffs, NJ: Prentice Hall
Merrill.
Pintrich, P. R. & Schunk, D. H. (2002). Motivation in Education: Theo-
ry, research and applications (2nd ed.). Upper Saddle, NJ: Merril/Pren-
tice Hall.
Randi, J. & Corno, L. (2000). Teacher innovations in self-regulated
learning.In M. Boekaerts, P. Pintrich & M. Zeidner (Eds.), Handbook
of self-regulation (pp. 651-686). San Diego, NY: Academic Press.
Rosário, P. (2002a). Estórias sobre o estudar, histórias para estudar.
Narrativas autorregulatórias na sala de aula. Porto: Porto Editora.
Rosário, P. (2002b). Testas para sempre. Porto: Porto Editora.
Rosário, P. (2002c). Elementar, meu caro Testas. Porto: Porto Editora.
Rosário, P. (2002d). 007.º Ordem para estudar. Porto: Porto Editora.
Rosário, P. (2003). O Senhor aos papéis, a irmandade do granel. Porto:
Porto Editora.
Rosário, P. (2004a). Estudar o estudar: (Des)venturas do Testas. Porto:
Porto Editora.
Rosário, P. (2004b). Testas o Lusitano. Porto: Porto Editora.
Rosário, P., Lourenço, A. A., Paiva, M. O. A., Núñez, J. C., González-
Pienda, L. A. & Valle, A. (2012). Autoecacia y utilidad percibida como
condiciones necesarias para un aprendizaje académico autorregulado.
Anales de Psicologia, 28, 37-44.
Rosário, P., Lourenço, A. A., Paiva, M. O. A., Rodrigues, A., Valle, A.
& Tuero-Herrero, E. (2012). Prediction of mathematics achievement:
effect of personal, socioeducational and contextual variables. Psicothe-Psicothe-
ma, 24 (2), 289-295.
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801 315
Abílio Afonso Lourenço; Maria Olímpia Almeida Paiva
Rosário, P., Mourão, R., Salgado, A., Rodrigues, A., Silva, C., Marques,
C., Amorim, L., Machado, S., Núñez, J., González-Pienda, J. & Her-
nández-Pina, F. (2006). Trabalhar e estudar sob a lente dos processos e
estratégias de autorregulação da aprendizagem. Psicologia, Educação
e Cultura, 10 (1), 77-88.
Rosário, P., Núñez, J. P., Ferrando, P. J., Paiva, M. O. A., Lourenço, A.
A., Cerezo, R. & Valle, A. (2013). The relationship between approaches
to teaching and approaches to studying: a two-level structural equa-
tion model for biology achievement in high school. Metacognition and
Learning, 8, 47-77.
Rosário, P., Núñez, J. & González-Pienda, J. (2004). Stories that show
how to study and how to learn: an experience in Portuguese school
system. Electronic Journal of Research in Educational Psychology 1,
131-144.
Rosário, P., Núñez, J. & González-Pienda, J. (2006). Comprometer-se
com o estudar na universidade: cartas do Gervásio ao seu umbigo. Por-Por-
to: Almedina.
Rosário, P., Núñez, J. C. & González-Pienda, J. (2007). Sarilhos do
Amarelo. Porto: Porto Editora.
Rosário, P., Núñez, J. C., Valle, A., González-Pienda, J. & Lourenço,
A. A. ( 2012). Grade level, study time, and grade retention and their ef-Grade level, study time, and grade retention and their ef-
fects on motivation, self-regulated learning strategies, and mathematics
achievement: a structural equation model, European Journal of Psy-
chology of Education 1 (1), 10 - 21.
Sagone, E. & Caroli, M. E. D. (2013). Relationships between resilience,
self-efcacy, and thinking styles in italian middle adolescents.Procedia
- Social and Behavioral Sciences, 92, 838-845.
Sánchez Rosas, J. (2013). Búsqueda de ayuda académica, autoecacia
social académica e emociones de logro en clase en estudiantes universi-
tários. Revista Argentina de Ciencias del Comportamiento, 5 (1), 35-41.
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801316
A essencialidade da autoecácia para a aprendizagem autorregulada
Schunk, D. H. (1982a). Goal dif culty and attainment information: Ef-Goal difculty and attainment information: Ef-
fects on Children’s Behaviours. Human Learning, 25, 107-117.
Schunk, D. H. (1982b). Reward contingencies and the development of
children�s skills and self-efcacy. Journal of Educational Psychology,
75, 511-518.
Schunk, D. H. (1984).The self-efcacy perspective on achievement be-
haviour. Educational Psychologist, 19, 199-218.
Schunk, D. H. (1985). Self-efcacy and school learning. Psychology in
the Schools, 22, 208-223.
Schunk, D. H. (1987). Peer models and children�s behavioural change.
Review of Educational Research, 57, 149-174.
Schunk, D. H. (1989a). Social cognitive theory and self-regulated learn-Social cognitive theory and self-regulated learn-
ing. In B. J. Zimmerman & D. H. Schunk (Eds), Self-regulated learning
and academic achievement: theory, research and practice (pp. 83-110).
New York: Springer Verlag.
Schunk, D. H. (1989b). Self-efcacy and achievement behaviors. Edu-
cational Psychology Review, 1 (3),173-207.
Schunk, D. H. (1990). Goal setting and self-efcacy during self-regula-
ted learning. Educational Psychologist, 26, 207-231.
Schunk, D. H. (1991a). Learning theory: An educational perpective.
New York: Macmillian Publishing Company.
Schunk, D. H. (1991b). Self-efcacy and academic motivation. Educa-
tional Psychologist, 26, 207-231.
Schunk, D. H. (1994). Self-regulation of self-efcacy and attributions
in academic settings. In D. H. Schunk & B. J. Zimmerman (Eds), Self-
regulation of learning and performance: Issues and educational appli-
cations (pp. 75-99). Hillsdale: Erlbaum.
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801 317
Abílio Afonso Lourenço; Maria Olímpia Almeida Paiva
Schunk, D. H. (1996a). Goal and self-evaluative inuences during
children’s cognitive skill learning. American Educational Research
Journal, 33, 359-382.
Schunk, D. H. (1996b, April). Self-efcacy for learning and performan-
ce. Paper Presented at the Annual Conference of the American Educa-
tional Research Association, New York.
Schunk, D. H. (2000). Coming to terms with motivation constructs.
Contemporary Educational Psychology, 25, 116-119.
Schunk, D. H. (2003). Self-efcacy for reading and writing: inuence
of modeling, goal setting, and self-evaluation. Reading e Writing Quar-
terly, 19, 159-172.
Schunk, D. H. & Ertmer, P. A. (2000). Self-regulation and academic
learning, self-ecacy enhancing interventions.In M. Boekaerts, P. Pin-
trich & M. Zeidner (Eds.), Handbook of self-regulation (pp. 631-649).
San Diego, NY: Academic Press.
Schunk, D. H. & Pajares, F. (2004). Self-efcacy in education revisited:
empirical and applied evidence. In D. M. McInerney & S. Van Etten
(Eds.), Big theories revisited (pp. 115-138). Greenwich, CT: Informa-
tion Age.
Schunk, D. H. & Rice, J. M. (1992). Inuence of reading-comprehen-
sion strategy information on children�s achievement outcomes. Lear-
ning Disability Quarterly, 15, 51-64.
Schunk, D. H. & Rice, J. M. (1993). Strategy fadind and progress fee-
dback: effects on self-efcacy and comprehension among students re-
ceiving remedial reading services. Journal of Special Education, 27,
257-276.
Schunk, D. H. & Zimmerman B. J. (1994). Self regulation in education:
Retospect and prospect. In D. H. Schunk & B. J. Zimmerman (Eds.),
Self-regulation of learning and performance: Issues and educational
applications (pp. 305-314).Hillsdale, NJ: Erlbaum.
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801318
A essencialidade da autoecácia para a aprendizagem autorregulada
Schunk, D. H. & Zimmerman B. J. (1996). Goal and self-evaluative in-
uences during Children’s cognitive skill learning. American Research
Journal, 33, 195-208.
Scott, J. E. (1996). Self-efcacy: A key to literacy learning. Reading
Horizons, 36 (3), 195-213.
Shell, D. F., Murphy, C.C. & Bruning, R. H. (1989). Self-efcacy and
outcome expectancy mechanisms in reading and writing achievement.
Journal of Educational Psychology, 81, 91-100.
Silva, J., Beltrame, T. S., Viana, M. S., Capistrano, R. & Oliveira, A.
V. P. (2012). Autoecácia e desempenho escolar de alunos do ensino
fundamental. Revista Quadrimestral da Associação Brasileira de Psi-
cologia Escolar e Educacional, 18 (3), 411-420.
Soares, A. B., Seabra, A. M. R. & Gomes, G. (2014). Inteligência, ha-
bilidades sociais e autoecácia. Revista Brasileira de Orientação Pro-
ssional, 15(1), 85-94.
Usher, E. L. & Pajares, F. (2006). Sources of academic and self-regula-Sources of academic and self-regula-
tory efcacy beliefs of entering middle school students. Contemporary,
Educational Psychology, 31, 125-141.
Valiante, G. (2000). Writing self-efcacy and gender orientation. A de-
velopmental perspective. A Disertation Proposal. Atlanta: Emory Uni-
versity.
Vansteenkiste, M., Simons, J., Lens, W., Sheldon, K. M. & Deci, E.
L. (2004). Motivating learning, performance, and persistence: the
synergistic effects of intrinsic goal contents and autonomy-suppor-
tive contexts. Journal of Personality and Social Psychology, 87 (2),
246-260.
Zimmerman, B. J. (1985). The development of “intrinsic” motivation:
A social learning analysis. In G. J. Whitehurst (Ed.), Annals of Child
Development, (pp. 117-160). Greenwich, CT: JAI Press.
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801 319
Abílio Afonso Lourenço; Maria Olímpia Almeida Paiva
Zimmerman, B. J. (1989). Model of self-regulated learning and aca-
demic achievement. In B. J. Zimmerman & D. H. Schunk (Eds.), Self-
regulated learning and academic achievement: Theory, research and
practice (pp. 1-25). New York: Springer-Verlag.
Zimmerman, B. J. (1995). Self-regulation involves more than metacog-
nition: a social cognitive perspective. Educational Psychologist, 30 (4),
217-221.
Zimmerman, B. J. (1996 April). Measuring and mismeasuring academ-
ic self-efcacy: Dimensions, problems and misconceptions. Symposi-
um presented at the meeting of the American Educational Association,
New York.
Zimmerman, B. J. (1998). Developing self-fullling cycles of academic
regulation: an analysis of exemplary instructional models. In D. H. Sc-
hunk & B. J. Zimmerman (Eds.), Self-regulated learning: from teaching
to self-reective practice (pp. 1-19). New York: The Guilford Press.
Zimmerman, B. J. (2000a). Attaining self-regulation. A social cognitive
perspective.In M. Boekaerts, P. Pintrich & M. Zeidner (Eds.), Hanbook
of self-regulation. New York (pp. 13-39) San Diego: Academic Press.
Zimmerman, B. J. (2000b). Self-efcacy: an essential motive to learn.
Contemporary Educational Psychology, 25, 82-91.
Zimmerman, B. J. (2013). From cognitive modeling to self-regula-
tion: a social cognitive career path. Educational Psychologist, 48 (3),
135-147.
Zimmerman, B. J., Bandura, A. & Martinez-Pons, M. (1992). Self-moti-Self-moti-
vation for academic attainment: the role of sef-efcacy beliefs and per-
sonal goal setting. American Education Research Journal, 29, 663-676.
Zimmerman, B. J. & Martinez-Pons, M. (1986). Development of a
structured interview for assessing student use of self-regulated learning
strategies. American Educational Research Journal, Winter, 23 (4),
614-628.
Educação e Filosoa, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 283-320, jan./abr. 2017. issn 0102-6801320
A essencialidade da autoecácia para a aprendizagem autorregulada
Zimmerman, B. J. & Martinez-Pons, M. (1990). Student differences
in self-regulated learning: relating grade, sex, and giftedness to self-
efcacy and strategy use. Journal of Educational Psychology, 82 (1),
51-59.
Zimmerman, B. J. & Ringle, J. (1981). Effects of model persistence and
statements of condence on children�s efcacy and problem solving.
Journal of Educational Psychology, 73, 485-493.
Zimmerman, B. J. & Risemberg, R. (1997). Self-regulatory dimensions
of academic learning and motivation. In G. D. Phye (Ed.), Handbook of
academic learning. San Diego, CA: Academic Press.
Zimmerman, B. J. & Schunk, D. H. (1998). Self-regulated learning:
From teaching to self-reective practice. New York: Guilford.
Data de registro: 04/11/2014
Data de aceite: 17/02/2016
ResearchGate has not been able to resolve any citations for this publication.
Article
*Doutor em Psicologia da Educação pela Universidade do Minho, Braga, Portugal. Professor titular do Agrupamento de Escolas Alexandre Herculano, Porto, Portugal. Investigador da Universidade do Minho e do Centro de Investigação em Psicologia e Educação do Agrupamento de Escolas Alexandre Herculano.**Licenciada em Matemática pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Professora de Matemática no Agrupamento de Escolas de S. João de Sobrado, Valongo, Portugal.Perceções sobre as abordagens à aprendizagem - estudo de variáveis psicológicasResumo: Esta investigação, realizada numa escola básica no norte de Portugal, tem como objetivo analisar as perceções que os alunos apresentam sobre algumas variáveis relativas à forma como desenvolvem a sua aprendizagem, nomeadamente: a autorregulação para a aprendizagem; os processos de estudo utilizados; o controlo volitivo; a planificação da gestão do tempo; e a procrastinação. Outra finalidade deste estudo éverificar se existe uma relação significativa entre estas variáveis e a perceção de autoeficácia revelada pelos alunos, assim como com os níveis exibidos no final do 1º período, nas disciplinas de Língua Portuguesa, Inglês, Matemática e Ciências Naturais. São apresentadas, também, algumas implicaçõespara a prática educativa.Palavras-chave: Abordagens à aprendizagem. Percepções de autoeficácia. Ensino básico.Perceções sobre as abordagens à aprendizagem - estudo de variáveis psicológicasAbstract: This research, conducted in a basic school in northern Portugal, aims to analyze the perceptions that students have about some variables regarding how to develop their learning, namely: self-regulation for learning; study the processes used, the control volitional; planning time management, and procrastination. Another purpose of this study is to determine whether there is a significant relationship between these variables and the perception of self-efficacy revealed by the students, as well as the levels shown at the end of the 1st period, in the discipline of Portuguese, English, Mathematics and Natural Sciences. We present also some implications for educational practice.Keywords: Approaches to learning. Perceptions of self-efficacy. Basic education.Data de registro: 07/02/2013Data de aceite: 20/11/2013Referências:ABLARD, K.; LIPSCHULTZ, D. Self-regulation in high-achieving students: relations to advanced reasoning, achievement goals, and gender. Journal of Educational Psychology, 90 (1), p. 94-101, 1998.AMES, C. A. Motivation: what teachers need to know. Teachers College Record, 91 (3), p. 409-421, 1990.ANDERMAN, E. M. & MAEHR, M. L. Motivation and schooling in the middle grades. Review of Educational Research, 64 (2), p. 287-309, 1994.BANDURA, A. Social foundations of thought and action: A social cognitive theory. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall, 1986.BARCA, A.; PORTO, A.; SANTORUM, R. Los enfoques de aprendizajeen contextos y situaciones educativas. Una aproximación conceptual e metodológica. In: BARCA, A.; MALMIERCA, J. L.; NÚÑ EZ, J. C.; PORTO, A.; SANTORUM, R. (Ed.). Procesos de aprendizaje en ambientes educativos. Madrid: Editorial Centro de Estudios Ramón Areces, 1997. p. 387-435.BIGG S, J. B. Approaches to learning in secondary and tertiary students in Hong Kong: some comparative studies. Educational Research Journal, 6, p. 27-39, 1991.BIGG S, J. B. What do inventories of students' learning processes really measure? Atheoretical review and clarification. British Journal of Educational Psychology, 63 (1), p. 3-19, 1993.__________. Teaching for quality learning at university. 2. ed. Buckingham: Open University Press/Society for research into Higher Education, 2003.__________; MOORE, P. J. The process of learning. Sydney: Prentice Hall of Australia, 1993.BOEKAERTS, M. Personality and the Psychology of Learning. European Journal of Personality, 10, 377-404, 1996.__________. Self-regulation. With a focus on the self-regulation of motivation and effort. In: RAMON, W.; LERNER R. (Series Ed.); SIGEL, I. E.; RENNINGER, K. A. (Vol. Ed.). Handbook of Child Psychology: Child psychology in practice. v. 4. 6. ed. NY: Wiley, 2005. p. 115-126.__________; CORNO, L. Self-Regulation in Classroom: A Perspective on Assessment and Intervention. Applied Psychology: An International Review, 54 (2), p. 199-231, 2005.BORUCHOVITCH, E. A motivação para aprender de estudantes em cursos de formação de professores. Educação, 31 (1), p. 30-38, 2008.BYR NE, B. M. Structural Equation Modeling With AMOS - Basic Concepts, Applications, and Programming. NJ: Lawrence Erlbaum, 2001.BZUNECK, A. Uma abordagem sócio-cognitivista à motivação do aluno: A teoria de metas de realização. Psico-USF, 4 (2), p. 51-66, 1999.CORNO, L. The best-laid plans. Modern conceptions of volition and educational research. Educational Research, 22, p. 14-22, 1993.__________. Work habits and work styles: Volition in education. Teachers College Record, 106, p. 1669-1694, 2004.__________; KANFER, R. The role of volition in learning and performance. In: DARLING-HAMMOND, L. Review of Research in Education. v. 19.Washington, DC: American Educational Research Association, 1993. p. 301-341.DE VOLDER, M. L.; LENS, W. Academic achievement and future time perspective as a cognitive-motivational concept. Journal of Personality and Social Psychology, 42 (3), p. 566-571, 1982.DECI, E. L. The "What" and "Why" of Goal Pursuits: Human Needs and the Self-Determination of Behavior. Psychological Inquiry, 11(4), p. 227- 268, 2000.__________. RY AN, R. M. Intrinsic motivation and self-determination in human behavior. NY: Plenum Press, 1985.DEWITTE, S.; LENS, W. Procrastinators lack a broad action perspective. European Journal of Personality, 14, p. 121-140, 2000.ELLIOTT, E.; DWECK, C. S. Goals: An approach to motivation and achievement. Journal of Personality and Social Psychology, 54 (1), p. 5-12, 1988.ENTWISTLE, N. J. Motivational factors in students' approaches to learning. In: SCHMECK, R. R. (Ed.). Learning Strategies and Learning Styles. NY: Plenum Press, 1988. p. 1-51.__________. Frameworks for Understanding as Experienced in Essay Writing and in Preparing for Examinations. Educational Psychologist, 30 (1), p. 47-54, 1995.FEARN-WANNAN, H.(1980). Students' of lecturers as determinants of academic performance in first-year chemistry. In: BILLING, D. (Ed.). Course design and student learning. Guildonf: SRHE, 1980. p. 76-89.FERR ARI, J.; HARR IOTT, J.; EVANS, L.; LECIK-MICHNA, D.; WENGER, J. Exploring the time preferences by procrastinators: Night or day, which is the one? European Journal of Personality, 11 (3), p. 187-196, 1997.__________; JOHNSON, J.; MCCOWN, W. Procrastination and task avoidance: Theory, research and practice. NY: Plenum Press, 1995.__________; O'CALLAGHAN, J.; NEWBEGIN, I. Prevalence of procrastination in the United States, United Kingdom, and Australia: arousal and avoidance delays among adults. North American Journal of Psychology, 7 (1), p. 1-6, 2005.FIGUEIRA, A. P. C. Em torno do rendimento escolar. 1994. Tese (Mestrado) - Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, Coimbra, 1994.GAINE, C.; GEORG E, R. Gender, "race", and class in schooling. London: Falmer Press, 1999.GIBBS, G. Improving the Quality of Student Learning. Bristol: Technical and Educational Services, 1992.HARR IS, N.; SUTTON, R. Task procrastination in organizations: A framework for research. Human Relations, 36 (11), p. 987-995, 1983.KARABENICK, S. A. Help seeking as a strategic resource. In: KARABENICK, S. A. (Ed.). Strategic help seeking: Implications for learning and teaching. Mahwah, NJ: Erlbaum, 1998. p. 1-11.KUHL, J. Volitional mediators of cognitive behavior consistency: Selfregulatory processes and action versus state orientation. In: __________.; BECKMAN, J. (Ed.). Action control. NY: Springer, 1985. p. 101-128.LENS, W. La signification motivationnelle de la perspective future. Revue Québécoise de Psychologie, 14 (1), p. 69-83, 1993.LOPES DA SILVA, A. ; SÁ, I. Auto-Regulação e Aprendizagem. Investigar em Educação. Revista da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, 2, p. 71-90, 2003.LOURENÇO, A. A. Multiculturalidade, etnia e personalidade. Revista de Psiquiatria e Psicologia, 25, 1-2-3-4, p. 29-50, 2004.__________. Processos Auto-Regulatórios em Alunos do 3º Ciclo do Ensino Básico: Contributos da Auto-Eficácia a da Instrumentalidade. 2008.Dissertação (Doutorado em Educação). Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho, Braga, 2008. Não publicada.__________; PAIVA, M. O. A. Conflitos na escola: a importância da amabilidade na negociação. Educação e Filosofia, 23 (46), p. 145-168, 2009.__________; DA ROSA, V. M. P.; PAIVA, M. O. A. Ambiente psicossociológico da sala de aula e rendimento escolar: um estudo de caso. Revista da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, 7, p. 276-289, 2010.__________; PAIVA, M. O. A. A motivação escolar e o processo de aprendizagem. Ciências & Cognição, 15 (2), p. 132-141, 2010a.__________; PAIVA, M. O. A. A percepção do clima de escola pelos alunos da ESAH. In: Semin ário Inte rnacional Cont ributos da Psicolo gia em Contextos Educativos , 1., 2010, Braga. Actas... Braga: Edição Universitária, 2010b. (Apresentação de trabalho).__________; ROSÁR IO, P.; SALGADO, A.; GUIMARà ES, C.; TRIGO, L.; BALDAQUE, M.; COSTA, M.; PAIVA, M. O. A; SANTOS, L.; MOURà O, R.; MAGALHÃES, C.; VALLE, A.; NÚÑ EZ, J. C. & GONZÁ LEZ-PIENDA, J. Processos auto-regulatórios em alunos do 3º Ciclo do Ensino Básico: Auto-eficácia e instrumentalidade. In: Con gresso Inte rnacional de Avalia ção Psicol ógica : fo rmas e contextos , 13., 2008, Braga: Edição Universitária. (Apresentação de trabalho).__________; PAIVA, M. O. A.; YOUNG, N.; DA ROSA, V. P. Effects of personality on interpersonal negotiation strategies and self-presentation in a school setting. Psique, 6 (1), p. 7-27, 2010.LOWE, B.; WARD, S.; WINZAR, H. (2007). Essentials of SPSS for Windows Versions 14 and 15. Australia: Cengage Learning, 2007.MAIA, J. A. R.; GR AÇA, A. Validade de construto e invariância configuracional de instrumentos psicológicos. Uma abordagem psicológica a partir da teoria psicométrica e do LISREL. In: Con gresso de Educa ção Física e Ciências do Despo rto dos Países de Língua Portu guesa , 5., 1995, Coimbra. Anais... Coimbra. (Apresentação de comunicação).MARTON, F. What does it take to learn? In: ENTWISTLE, N. J. (Ed.). Strategies for researchand development in higher education. Amsterdam: Swets and Zeitlinger, 1975. p. 32-43.__________. Describing and Improving Learning. In: SCHMECK, R. (Ed.). Learning strategies and learning styles. NY: Plenum Press, 1988. p. 53-82.MARTON, F.; BOOTH, S. Learning and awareness. NJ: Lawrence Erlbaum, 1997.__________; CARLSSON, M. A.; HALÁSZ, L. Differences in understanding and the use of reflective variation in reading. British Journal of Educational Psychology, 62, p. 1-16, 1992.__________; HOUNSELL, D.; ENTWISTLE, N. (Ed.). The Experience of Learning. Edinburgh: Scottish Academic Press Limited, 1997.__________; SÄLJÖ, R. On qualitative differences in learning: I - Outcome and Process. British Journal of Educational Psychology, 46, p. 4-11, 1976a.__________; SÄLJÖ, R. On qualitative differences in learning: II. Outcome as a function of the learner's conception of the task. British Journal of Educational Psychology, 46, p. 115-127, 1976b.__________; SÄLJÖ, R. Approaches to learning. In: MARTON, F.; HOUNSELL, D.; ENTWISTLE, N. (Ed.). The Experience of Learning. Edinburgh: Scottish Academic Press Limited, 1997. p. 39-58.__________; WATKINS, D.; TANG, C. Discontinuities and continuities in the experience of learning: An interview study of high-school students in Hong-Kong. Learning and Instruction, 7 (1), p. 21-48, 1997.__________; WEN, Q.; NAGLE, A. Views on learning in different cultures. Comparing patterns in China and Uruguay. Anales de Psicologia, 12 (2), p. 123-132, 1996.MONTERO, C. R.; TORR ES, M. G. Capacidad de autorregulación del proceso de aprendizaje. In: Gon zále z-Pienda , J. A.; Pérez Núnez (Coord.). Dificultades del aprendizaje escolar. Madrid: Psicología Pirámide, 1998. p. 239-259.MONTGOMERY , D. Enhancing student learning in higher education through the development and use of cognitive process strategies. In: Gibbs , G. (Ed.). Improving student learning-theory and practice. Oxford: The Oxford Centre of Staff Development, 1994. p. 36-49.NEWMAN, R. S. Academic help-seeking: A strategy of self-regulated learning. In: Schun k, D. H.; Zimme rman , B. J. (Ed.). Self-regulation of learning and performance: Issues and educational applications. Hillsdale: Erlbaum, 1994. p. 283-301.NICHOLLS, J. Achievement motivation: Conceptions of ability, subjective experience, task choice, and performance. Psychological Review, 91, p. 328-346, 1984.NÚÑ EZ, J. C.; SOLANO, P.; GONZÁ LEZ-PIENDA, J. A.; ROSÁR IO, P. El aprendizaje autoregulado como medio y meta de la educación. Papeles del Psicólogo, 27 (3), p. 141-148, 2006.NUTTIN, J. C. Théorie de la motivation humaine. Paris: Presses Universitaires de France, 1985.__________; LENS, W. Future time perspective and motivation: Theory and research method. Louvain: Presses Universitaires de Louvain, 1985.PAIVA, M. O. A. Abordagens à aprendizagem e abordagens ao ensino: Uma aproximação à dinâmica do aprender no Secundário. 2008.Dissertação (Doutorado em Educação). Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho, Braga, 2008. Não publicada.__________; LOURENÇO, A. A. Inventário de Percepções de Ambiente de Ensino (IPAE): Validação numa perspectiva exploratória. Psicologia, Educação e Cultura, 15 (1), p. 23-35, 2011a.__________; LOURENÇO, A. A. Ambiente da sala de aula: um estudo de caso. Educação e Filosofia, 25 (49), p. 17-42, 2011b.__________; LOURENÇO, A. A. Rendimento Académico: Influência do Autoconceito e do Ambiente de Sala de Aula. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 27 (4), p. 393-402, 2011c.PEREZ, J. N.; GONZALEZ-PIENDA, J. A.; RODRIGUEZ, M. Aprender en la escuela. In: Gon zále z-Pienda , J. A.; Pérez Núnez (Coord.). Dificultades del aprendizaje escolar. Madrid: Psicología Pirámide, 1998. p. 21-43.PINTRICH, P. R. The role of goal orientation in self-regulated learning. In: Boe kae rts , M.; Pint rich , P.; Zeidne r, M. (Ed.). Handbook of self-regulation. San Diego: Academic Press, 2000. p. 451-502.__________. A motivational science perspective on the role of student motivation in learning and teaching contexts. Journal of Educational Psychology, 95, p. 667-686, 2003.__________; ZUSCHO, A. The development of academic self-regulation: the role of cognitive and motivational factores. In: Wigfield , A.; Eccles , J. (Ed.). Development of achievement motivation. NY: Academic Press, 2002. p. 250-271.PROSSER, M.; TRIGWELL, K. Understanding Learning and Teaching: The Experience in Higher Education. Buckingham: Open University Press, 2000.RAMSDEN, P. Learning to Teach in Higher Education. London: Routledge, 1992.REEVE, J.; DECI, E. L.; RY AN, R. M. Self-determination theory: a dialectical framework for understanding sociocultural influences on student motivation. In: MC Ine rne y, Dennis; Van Etten , Shawn (Ed.). Big theories revisited. Greenwich: Information Age Publishing, 2004. p. 31-60.RICHARDSON, J. T. E. Meaning orientation and reproducing orientation: A typology of approaches to studying in higher education? Educational Psychology, 17 (3), p. 301-311, 1997.ROSÁR IO, P. Variáveis Cognitivo-motivacionais na Aprendizagem: As "Abordagens ao Estudo" em alunos do Ensino Secundário. 1999. Tese (Doutorado em Psicologia) - Universidade do Minho, Braga, 1999.__________; COSTA, M. A procrastinação, auto-regulação e género. 2007. Dissertação (Mestrado)-Universidade do Minho, Braga, 2007.ROSÁRIO , P.; GRÁCIO , L.; NÚNE Z, J. C.; GON ZÁLE Z-PIENDA , J. Voix d'élèves sur l'apprentissage à l'entrée et à la sortie de l'université: um regard phénoménographique. Revue des Sciences de l'éducation, 33 (1), p. 237-262, 2007.__________; LOURENÇO, A. A.; PAIVA, M. O.; NÚÑ EZ, J. C.; GONZÁ LEZ-PIENDA, J.; VALLE, A. Inventário de processos de autoregulação da aprendizagem (IPAA). In: Machado , C.; Gon çalves , M. M.; Almeid a, L. S.; Sim ões , M. R. (Coord.). Instrumentos e Contextos da Avaliação Psicológica. v. I. Coimbra: Almedina, 2011. p. 159-174.__________; FERR EIRA, I.; CUNHA, A. Inventário de Processos de Estudo (IPE). In: Gon çalves , M.; Sim ões ,M.; Almeida , L.; Machado , C. (Coord.). Avaliação psicológica: instrumentos validados para a população portuguesa. v. 1. Coimbra: Quarteto Editora, 2003.__________; FERR EIRA, I.; GUIMARà ES, C. Abordagens ao estudo em alunos de alto rendimento. Sobredotação, 2 (2), p. 121-137, 2001.__________; MOURà O, R.; SALGADO, A.; RODRIGUES, A.; SILVA, C.; MARQ UES, C.; AMORIM, L.; MACHADO, S.; NÚÑ EZ, J.; GONZÁ LEZ-PIENDA, J.; HERNÁNDEZ-PINA, F. Trabalhar e estudar sob a lente dos processos e estratégias de auto-regulação da aprendizagem. Psicologia, Educação e Cultura, 10 (1), p. 77-88, 2006.__________; NÚÑ EZ, J. C.; GONZÁ LEZ-PIENDA, J. Sarilhos do Amarelo. Porto: Porto Editora, 2007.__________. NÚÑ EZ, J. C.; GONZÁ LEZ-PIENDA, J. A.; ALMEIDA, L.; SOARES, S.; RÚ BIO, M. El aprendizaje escolar examinado desde la perspectiva del "Modelo 3P" de J. Biggs. Psicothema, 17 (1), p. 20-30, 2005.__________; SOARES, S.; NÚÑ EZ, J. C.; GONZÁ LEZ-PIENDA, J.; RÚ BIO, M. Auto-regulação da aprendizagem em contexto escolar: questões e discussões. In: Encont ro do Grupo de trabalho - Peda gogia pa ra a Autonomia (GT-PA), 2., 2003, Braga, Portugal. Actas… Braga, Portugal: Universidade do Minho, 2003.RY AN, R. M.; DECI, E. L. Self-determination theory and facilitation of intrinsic motivation, social development and well-being. American Psychologist, 55 (1), p. 68-78, 2000.__________; PINTRICH, P. R. Should I ask for help? The role of motivation and attitudes in adolescents' help seeking in math class. Journal of Educational Psychology, 89, p. 329-341, 1997.SÄLJÖ, R. Learning and Understanding: A Study of Differences in Constructing Meaning from a Text. Göteborg: Acta Universitatis Gothoburgensis, 1982. (Göteborg Studies in Educational Sciences, n. 41)SALOMON, G. The differential investment of mental effort in learning from different sources. Educational Psychologist, 18(1), p. 42-50, 1983.SENÉCAL, C.; KOESTNER, R.; VALLERAND, R. Self-regulation: an academic procrastination. The Journal of Social Psychology, 135, 5, p. 607-619, 1995.SCHER, S.; OSTERMAN, N. Procrastination, conscientiousness, anxiety, and goals: exploring the measurement and correlates of procrastination among school-aged children. Psychology in the Schools, 39 (4), p. 385- 398, 2002.SCHOUWENBURG , H. Trait procrastination in academic settings: An overview of students who engage in task delays. In: Schouwenbu rg, H.; Lay, C.; Pylch yl, T.; Ferrari, J. (Ed.). Counselling the procrastinator in academic settings. Washington: American Psychological Association, 2004. p. 3-18.SCHUNK, D. H. The self-efficacy perspective on achievement behaviour. Educational Psychologist, 19, p. 199-218, 1984.__________. Self-efficacy and academic motivation. Educational Psychologist, 26, p. 207-231, 1991.__________. Self-regulation of self-efficacy and attributions in academic settings. In: Schun k, D. H.; Zimme rman , B. J. (Ed.). Self-regulation of learning and performance: Issues and educational applications. Hillsdale: Erlbaum, 1994. p. 75-99.__________. Goal and self-evaluative influences during children's cognitive skill learning. American Educational Research Journal, 33, p. 359-382, 1996a.__________.Teaching elementary students to self-regulated practice of Mathematical skills with modeling. In: Schun k, D. H.; Zimme rman , B. J. (Ed.). Self-regulated learning: From teaching to self-reflective practice. Hillsdale, NJ: Lawrence Erlbaum Associates, 1998. p. 137-159.__________. Social Cognitive Theory and Self-Regulated Learning. In: Zimme rman , B. J.; Schun k, D. H. (Ed.) Self-regulated learning and academic achievement: Theoretical Perspectives. 2. ed. New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates, 2001. p. 125-151.__________. Commentary on self-regulation in school contexts. Learning and Instruction, 15, p. 173-177, 2005.TIMOTHY, J. C.; ZIMMERMAN, B. J. Self-Regulation Empowerment Program to Enhance Self-Regulated and Self-Motivated Cycles of Student Learning. Psychology in the Schools, 41 (5), p. 537-550, 2004.VANSTEENKISTE, M.; SIMONS, J.; LENS, W.; SHELDON, K. M.; DECI, E. L. Motivating learning, performance, and persistence: The synergistic effects of intrinsic goal contents and autonomy-supportive contents. Journal of Personality and Psychology, 87, p. 246-260, 2004.WINNE, P. H. Inherent details in self-regulated learning. Educational Psychology, 71, p. 3-25, 1995.__________. Experimenting to bootstrap self-regulated learning. Journal of Educational Psychology, 89 (3), p. 397-410, 1997.YOWELL, C. M.; SMYLIE, M. A. Self-regulation in democratic communities. Elementary School Journal, 99, p. 469-490, 1999.ZIESAT, H.; ROSENTHAL, T.; WHITE, G. Behavioural self-control in treating procrastination of studying. Psychological Reports, 42, p. 59-69, 1978.ZIMMERMAN, B. J. Model of self-regulated learning and academic achievement. In: __________.; Schun k, D. H. (Ed.). Self-regulated learning and academic achievement: Theory, research and practice. NY: Springer-Verlag, 1989a. p. 1-25.__________. A Social Cognitive View of Self-Regulated Academic Learning. Journal of Educational Psychology, 81 (3), p. 329-339, 1989b.__________. Dimensions of academic self-regulation: A conceptual frame-work for education. In: Schun k, D. H.; ZIMMERMAN, B. J. (Ed.). Self-regulation of learning and performance: Issues and educational applications. Hillsdale, NJ: Erlbaum, 1994. p. 3-21.__________. Developing self-fulfilling cycles of academic regulation: An analysis of exemplary instructional models. In: Schun k, D. H.; ZIMMERMAN, B. J. (Ed.). Self-regulated learning: From teaching to self-reflective Practice. NY: The Guilford Press, 1998. p. 1-19.__________. Commentary: toward a cyclicaly interactive view of self372 regulated learning. International Journal of Educational Research, 31, p. 545-551, 1999.__________. Attaining self-regulation: A social cognitive perspective. In: Boe kae rts , M.; Pint rich , P.; Zeidne r, M. (Ed.). Hanbook of selfregulation. NY: Academic Press, 2000. p. 13-39.__________. Becoming a Self-Regulated Learner: An Overview. Theory Into Practice, 41 (2), p. 64-70, 2002.__________; BONNER, S.; KOVACH, R. Developing self-regulated learners: Beyond achievement to self-efficacy. Washington, DC: American Psychological Association, 1996.__________; MARTINEZ-PONS, M. Construct validation of a strategy model of student self-regulated learning. Journal of Educational Psychology, 80, p. 284-290, 1988.__________; MARTINEZ-PONS, M. Student differences in self-regulated learning: Relating grade, sex, and giftedness to self-efficacy and strategy use. Journal of Educational Psychology, 82 (1), p. 51-59, 1990.__________; MARTINEZ-PONS, M. Perceptions of efficacy and strategy use in the self-regulation of learning. In: Schun k, D. H.; Meese , J. (Ed.). Student perceptions in classroom: causes and consequences. Hilldale, NJ: Erlbaum, 1992.__________; PAULSEN, A. S. Self-monitoring during collegiate studing: An invaluable tool for academic self-regulation. In: Pint rich , P. (Ed.). New directions in college teaching and learning: Understanding selfregulated learning. San Francisco, CA: Jossey-Bass, 1995. p. 13-27.__________; RISEMBERG , R. Research for the future. Becoming a selfregulated writer: A social cognitive perspective. Contemporary Educational Psychology, 22, p. 73-101, 1997.__________; SCHUNK, D. H. Self-regulated learning: From teaching to self-reflective practice. NY: Guilford, 1998.
Article
This experiment tested the hypothesis that rewards offered for performance attainments during competency development promote children's arithmetic skills and percepts of self-efficacy. Children received didactic instruction in division operations and were offered rewards contingent on their actual performance, rewards for simply participating, or no rewards. Results showed that performance-contingent rewards led to the highest levels of division skill and self-efficacy, as well as the most rapid problem solving during the training program. In contrast, offering rewards for participation resulted in no benefits compared with offering no rewards. The findings suggest caution in how rewards are distributed in educational contexts.