Technical ReportPDF Available

Abstract and Figures

o objetivo desse documento é apresentar ilustrações dos sintomas da mancha anelar (Leptosphaeria sachari) e da podridão vermelha (Colletotrichum falcatum) e a identificação dos agentes causais visando facilitar o diagnóstico correto de manchas foliares em cana-de-açúcar e complementar a literatura referente a doenças na cultura.
Content may be subject to copyright.
Identicação de doenças
fúngicas foliares
emergentes em cana-de-
açúcar
Katia de Lima Nechet1
Nilza Patrícia Ramos2
Bernardo de Almeida Halfeld Vieira3
53
ISSN 1516-8638
Jaguariúna, SP
Dezembro, 2016
Técnico
1 Engenheira Agrônoma, Doutora em Fitopatologia, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Jaguariúna, SP. E-mail: katia.nechet@embrapa.br
2 Engenheira Agrônoma, Doutora em Fitotecnia, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Jaguariúna, SP. E-mail: nilza.ramos@embrapa.br
3
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Fitopatologia, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Jaguariúna, SP. E-mail: bernardo.halfeld@embrapa.br
Comunicado
Introdução
O Brasil possui aproximadamente 9,8 milhões de
hectares de área colhida com cana-de-açúcar (FAO,
2016), dos quais 54% é cultivado em terras paulis-
tas, utilizando colheita mecanizada e crua (FREDO
et al., 2014). Esta relevância se deve ao aproveita-
mento quase total da cultura como matéria-prima,
voltada para a produção de açúcar, biocombustível,
fertilizante e eletricidade (GOLDEMBERG, 2007;
ROSSETTO et al., 2008; BIOETANOL…, 2009),
passando a ser referenciada como fonte de
biomassa.
Na safra 2015/2016 a área total cultivada foi
ampliada para 5,97 milhões de hectares (UNICA,
2016). O aumento da área cultivada e da produção
tem sido acompanhado de crescente preocupação
com os impactos ambientais e sociais causados
por essa cultura. Uma das medidas adotadas, na
década passada para mitigar o impacto da cul-
tura foi a proibição da queimada em canaviais no
Estado de São Paulo, seguindo um esquema de
restrições legais progressivas até o ano de 2021,
em áreas com possibilidade de mecanização total
da colheita, e até 2031 para as demais áreas
segundo Decreto no 47.700 de 11/3/2003, que
regulamenta a Lei no 11.241 de 19/9/2002 (SÃO
PAULO, 2003).
A manutenção da palhada em áreas sem queima
prévia (cana crua) e a adoção de outras práticas
conservacionistas como o cultivo mínimo, o plantio
direto (RECOMENDAÇÕES…, 2016) e a substituição
de fertilizantes nitrogenados químicos por inoculantes
(SCHULTZ et al. 2012) são medidas que tendem a
reduzir os riscos de degradação produtiva na cultura.
Entretanto, essas mudanças em sistema de produção
estabelecido, como da cana-de-açúcar, interferem, ao
longo do tempo, na tossanidade da cultura e conse-
quentemente no manejo da cultura (DINARDO-MIRAN-
DA; FRACASSO, 2013; GUIMARAES et al., 2008).
Foto: Katia de Lima Nechet
2Identicação de doenças fúngicas foliares emergentes em cana-de-açúcar
As principais doenças da cana-de-açúcar estão
relacionadas a patógenos que causam manchas
foliares, como a ferrugem alaranjada [Puccinia kue-
hnii (W. Krüger) E.J. Butler] e a ferrugem marrom
(Puccinia melanocephala Syd. & P. Syd.), e patóge-
nos sistêmicos transmitidos por toletes infectados,
como o mosaico (Sugarcane mosaic virus), escalda-
dura das folhas [(Xanthomonas albilineans (Ashby)
Dowson] e o raquitismo-da-soqueira (Leifsonia xyli
subsp xyli (Lxx) (TOKESHI; RAGO, 2005). O uso de
variedades resistentes a manchas foliares e o trata-
mento de toletes por termoterapia são medidas de
controle que vem sendo adotadas para a redução de
perdas na cultura em função de incidência de doen-
ças (SANTOS, 2010; URASHIMA; GRACHET, 2012).
Entretanto, nos últimos três anos, observou-se
uma alta incidência das doenças fúngicas foliares,
mancha anelar e podridão vermelha (apenas com
sintoma de mancha foliar), em fazendas comerciais
nos municípios de Iracemápolis (variedade CTC-04),
Araras (RB-845210) e Guaíra (RB-867515 e IAC95-
500), no estado de São Paulo. Ambas doenças são
consideradas secundárias no sistema produtivo da
cana-de-açúcar, e há escassez de ilustrações dos sin-
tomas, que podem ser confundidos com os sintomas
de outras manchas foliares registradas em publica-
ções técnicas (TOKESHI, 1982).
Em função dessa mudança de prevalência na ocor-
rência de doenças o objetivo desse documento é
apresentar ilustrações dos sintomas dessas duas
doenças e a identicação dos agentes causais
visando facilitar o diagnóstico correto de manchas fo-
liares em cana-de-açúcar e complementar a literatura
referente a doenças na cultura.
Mancha Anelar – agente causal Lep-
tosphaeria sacchari Breda de Haan
A mancha anelar é considerada uma doença comum
em canaviais, mas considerada de pouca importân-
cia econômica, uma vez que sua ocorrência sempre
esteve associada às folhas velhas e senescentes da
planta (TOKESHI; RAGO, 2005). Embora, os sintomas
ocorram, principalmente nas folhas, o fungo pode ata-
car a bainha e o caule das plantas (TOKESHI, 1982).
A doença tem sido considerada fator de estudo, ape-
nas nos programas de melhoramento, na eliminação
de genótipos suscetíveis (OLIVEIRA et al., 2009).
Os sintomas da mancha anelar são caracterizados
por manchas de formato fusiforme inicialmente
amarronzadas com bordos escuros (Figura 1A). Com
o progresso da doença a lesão expande e se torna
cor de palha (Figura 1B). Em seu centro é comum se
observar pontuações pretas e pequenas que são os
corpos de fruticação do fungo.
Figura 1. Sintomas de mancha anelar em folha de cana-de-
açúcar, causada pelo fungo Leptospaheria sacchari, mostrando
detalhe de lesão inicial (in) (A) e de lesões mais velhas da man-
cha anelar com centro cor de palha (B). (Fotos: Kátia de Lima
Nechet).
A estrutura de L. sacchari pode ser visualizada em
microscópio ótico através de corte do tecido do
hospedeiro. O fungo é um ascomiceto, cujo as-
coma é um pseudotécio, uniloculado, disperso ou
agregado e imerso no tecido do hospedeiro (Figura
2A). Dentro do ascoma observam-se ascos cilíndri-
cos, bitunicados, contendo 8 ascósporos (Figura
2B). Os ascósporos são hialinos, elipsoides, com
extremidades obtusas, e apresentam 3 septos, com
a segunda célula ligeiramente inchada (Figura 2C)
(HOLLIDAY, 1980).
Figura 2. Estruturas do fungo Leptosphaeria sacchari visualizadas
em microscópio ótico. (A) Ascoma imerso no tecido do hospe-
deiro. (B) Ascas contendo ascósporos. (C). Ascósporos (Fotos:
(A) Kátia de Lima Nechet; (B) e (C). Bernardo de Almeida Halfeld
Vieira).
A mancha anelar está ocorrendo não apenas em
folhas senescentes (Figura 3A), mas também em
folhas novas de cana-de-açúcar (Figura 3B) e em
alguns casos com uma severidade alta (Figura 3C).
3
Identicação de doenças fúngicas foliares emergentes em cana-de-açúcar
Figura 3. Sintoma da mancha anelar, causada pelo fungo Lepto-
sphaeria sacchari, em folhas de cana-de-açúcar senescentes (A)
e em folha nova com baixa (B) e alta severidade (C) (Fotos: Kátia
de Lima Nechet).
Podridão vermelha - agente causal
Colletotrichum falcatum Went 1893
A podridão vermelha ocorre em vários estádios da
planta e com sintomatologia diferenciada, causando
morte de gemas, ocasionando redução da germina-
ção de toletes, manchas em folhas e apodrecimento
do colmo do órgão (TOKESHI, 1982). Quando o
ataque é nos colmos, em função da suscetibilidade
da cultivar, ocorre redução de produção devido à
morte dos colmos e à redução do conteúdo e pureza
da sacarose, que é convertida em frutose e glucose
(BAILEY, 2011). Nessa situação, a doença tem
grande impacto econômico em países produtores
como a Índia (SATHYABHAMA et al., 2015). No
Brasil, as perdas de podridão vermelha estão associa-
das a lesões causadas pela broca-da-cana (Diatraea
saccharalis) (PANNUTI et al., 2013).
Todo sintoma associado ao fungo C. falcatum é de-
nominado de podridão vermelha, embora a podridão
só ocorra quando o ataque é nos colmos das plantas.
Os sintomas em folhas não ocasionam podridão,
mas teoricamente podem ser fonte de inóculo para a
infecção em outras partes da planta (Abbot, 1938).
Em nosso levantamento, observamos os sintomas da
doença tipicamente distribuídos na nervura central
das folhas, o que facilita a identicação da doença.
As lesões são inicialmente ovaladas de coloração
bege e circundadas por halo vermelho (Figura 4A).
Com o progresso da doença as lesões tornam-se
maiores e assumem coloração vermelho-amar-
ronzada (Figura 4B). Algumas lesões se tornam
escuras quando mais velhas (Figura 4C). Em uma
mesma área é possível encontrar plantas com
diferentes níveis de severidade, com sintomas de
pequenas lesões isoladas até o avermelhamento
completo da nervura central, caracterizando o
sintoma típico de estria avermelhada da nervura
central (Figura 4D).
Figura 4. Sintomas da podridão vermelha, causada pelo fungo
Colletotrichum falcatum, na nervura central de folhas de cana-de-
açúcar. (A) Lesões Iniciais de coloração bege com halo vermelho.
(B) Lesão mais velha de coloração vermelho-amarronzada. (C).
Lesão mais velha de coloração escura. (D). Diferentes níveis de
severidade da doença. (Fotos: Kátia de Lima Nechet).
Em microscópio ótico, observam-se as estruturas
de C. falcatum que apresenta conidióforos e setas na
superfície foliar dor tecido do hospedeiro (Figura 5 A) e
formação de conídios falcados e hialinos (Figura 5 B).
Figura 5. Estruturas do fungo Colletotrichum falcatum em folha de
cana-de-açúcar visualizadas em microscópio ótico. (A) Acérvulo
do fungo com setas. (B) Conídios falcados e coloridos com azul de
algodão (Fotos: Kátia de Lima Nechet).
Na maioria das observações as duas doenças
ocorreram simultaneamente (Figura 6).
Figura 6. Ocorrência simultânea de podridão vermelha (lesão no
centro da nervura principal), causada pelo fungo Colletotrichum
falcatum, e da mancha anelar (lesão no limbo foliar), causada pelo
fungo Leptosphaeria sacchari, em folha de cana-de-açúcar (Foto:
Kátia de Lima Nechet).
4Identicação de doenças fúngicas foliares emergentes em cana-de-açúcar
Estudos complementares sobre esses patossitemas
serão conduzidos visando correlacionar a produtividade
da cultura com diferentes níveis de severidade dessas
doenças. Também espera-se elucidar quão variável
geneticamente é o patógeno, comparando isolados
que causam infecção em diferentes órgãos, assim
como a capacidade do inóculo de C. falcatum de
ocorrência nas folhas em ocasionar a incidência de
podridão vermelha nos colmos de cana-de-açúcar.
Essas duas questões são importantes uma vez que é
assumido que a capacidade do patógeno em causar a
podridão em colmos esteja intimamente relacionada
à sua associação com a broca da cana-de-açúcar.
A adoção de novas práticas agrícolas no sistema de
cultivo da cana-de-açúcar interfere na ocorrência de
doenças na cultura. A incidência de doenças con-
sideradas secundárias deve ser monitorada visando
avaliar seu impacto no manejo tossanitário da cul-
tura. O diagnóstico precoce e correto das doenças é
a principal ferramenta para embasar esse acompan-
hamento ao longo do tempo.
Referências
ABBOT, E. V. Red rot of sugarcane. Washington, DC: USDA,
1938. (Technical Bulletin, v. 641).
BAILEY, R. Disease control. In: MEYER, J. (Ed.). Good management
practices: manual for the cane sugar industry (nal). Washington,
DC: IFC, 2011. p. 313-332.
BIOETANOL combustível: uma oportunidade para o Brasil. Brasília,
DF: CGEE, 2009. 536p. Disponível em: <http://www.cgee.org.
br/atividades/redirect.php?idProduto=5913>. Acesso em: 10
jun. 2015.
DINARDO-MIRANDA, L. L.; FRACASSO, J. V. Sugarcane straw
and the populations of pests and nematodes. Scientia Agricola, v.
70, n. 5, p. 305-310, 2013.
FAO. FAOSTAT 2013. Disponível em: <http://faostat.fao.org/>.
Acesso em: 25 abr. 2016.
FREDO, C. E.; OLIVETTE, M. P. de A.; CASER, D. V.; VEIGA
FILHO, A. de A.; ROQUE, A. A. de O. Mecanização na colheita da
cana-de-açúcar atinge 84,8% na safra agrícola 2013/14. Análises
e Indicadores do Agronegócio, v. 9, n. 7, p. 1-7, 2014. Disponível
em: <http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/AIA/AIA-31-2014.pdf>.
Acesso em: 16 abr. 2016.
GOLDEMBERG, J. Ethanol for a sustainable energy future. Science,
v. 315, n. 5813, p. 808-810, 2007.
GUIMARAES, E. R.; MUTTON, M. A.; MUTTON, M. J. R.; FERRO,
M. T.; RAVANELI, G. C.; SILVA, J. A. Free proline accumulation
in sugarcane under water restriction and spittlebug infestation.
Scientia Agricola, v. 65, n. 6, p. 628-633, 2008.
HOLLIDAY, P. Fungus diseases of tropical crops. New York:
University of Cambridge,1980. 607 p.
OLIVEIRA, B. N. M. de; RUAS, A. R.; SOUZA JÚNIOR, J. M. de;
LODO, B. N.; SCHEER, O.; SILVA NETO, H. F. da; BARRETO,
M. Reação de genótipos de Cana-de-açúcar à Mancha Anelar.
In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE INCICIAÇÃO CIENTÍFICA DA
USP, 17., 2009, Pirassununga. Anais.... Piracicaba: Universidade
de São Paulo, 2009.
PANNUTI, L. E. R.; BALDIN, E. L. L.; GAVA, G. J. C.; KÖLLN,
O. T.; CRUZ, J. C. S. Danos do complexo broca-podridão à
produtividade e à qualidade da cana-de-açúcar fertirrigada com
doses de nitrogênio. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 48, n. 4,
p. 381-387, 2013.
RECOMENDAÇÕES Gerais para a Conservação do Solo na Cultura
da Cana-de-açúcar. Campinas: IAC, 2016. 75 p. (Boletim
Técnico, 1).
ROSSETTO, R.; VITTI, A. C.; GAVA, G. J. C.; MELLIS E. V.;
VARGAS V. P.; CANTARELLA, H.; PRADO, R. D.; DIAS, F. L. F.;
LANDELL, M. G. A.; BRANCALIÃO, S. R.; GARCIA J. C. Cana-de-
açúcar: cultivo com sustentabilidade. Informações Agronômicas,
n. 124, p. 8-13, 2008.
SANTOS, A. da S. Doenças causadas por fungos. In: DINAROD-
MIRANDA, L. L.; VASCONCELOS, A. C. M.; LANDELL, M. G. A.
Cana-de-açúcar. Campinas: Instituto Agronômico, 2010. p. 423-
435.
SÃO PAULO, Decreto n. 47.700, de 11 de março de 2003.
Regulamenta a Lei nº 11.241, de 19 de setembro de 2002. Diário
Ocial [do Estado de São Paulo], São Paulo, SP, v. 113, n. 48, 12
mar. 2003. Seção I, p. 3.
SATHYABHAMA, M.; VISWANATHAN, R.; NANDAKUMAR, M.;
MALATHI, P.; RAMESH SUNDAR, A. Understanding sugarcane
defense responses during the initial phase of Colletotrichum
falcatum pathogenesis by suppression subtractive hybridization
(SSH). Physiological and Molecular Plant Pathology, v. 91, p.131-
140, 2015.
SCHULTZ, N.; MORAIS, R. F.; SILVA, J. A.; BAPTISTA, R.
B.; OLIVEIRA, R. P.; LEITE, J. M.; PEREIRA, W.; CARNEIRO
JUNIOR, J. B.; ALVES, B. J. R.; BAÇDANI, J. I.; BODDEY, R. M.;
URQUIAGA, S.; REIS, V. M.. Avaliação agronômica de variedades
de cana‑de‑açúcar inoculadas com bactérias diazotrócas e
adubadas com nitrogênio. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 47,
n. 2, p. 261-268, 2012.
TOKESHI, H. Doenças da cana-de-açúcar. Piracicaba:
PLANALSUCAR, 1982. 70 p.
TOKESHI, H.; RAGO, A. Doenças da cana-de-açúcar (híbridos
de Saccharum spp.). In: KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J.
A. M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A. Manual de
Fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. São Paulo: Ceres,
2005. v. 2, p. 185-196.
UNICA. Produção: área cultivada com cana-de-açúcar. Disponível
em http://www.unicadata.com.br/historico-de-area-inep.php?idMn
=34&tipoHistorico=6. Acesso em 21 de Novembro de 2016.
URASHIMA, A. S.; GRACHET, N. G. Métodos de detecção de
Leifsonia xyli subsp. xyli e efeito da termoterapia na brotação das
gemas de diferentes variedades de cana-de-açúcar. Tropical Plant
Pathology, v. 37, n. 1, p. 57-64, 2012.
5
Identicação de doenças fúngicas foliares emergentes em cana-de-açúcar
Embrapa Meio Ambiente
Endereço: Rodovia SP 340 km 127,5
Caixa Postal 69, Tanquinho Velho
13.820-000 Jaguariúna/SP
Fone: (19) 3311-2700
Fax: (19) 3311-2640
www.embrapa.br
1a edição eletrônica (2016)
Comunicado
Técnico, 53
Presidente: Maria Isabel de Oliveira Penteado
Secretária-Executiva: Cristina Tiemi Shoyama
Membros: Rodrigo Mendes, Ricardo A. A. Pazianotto,
Maria Cristina Tordin, Nilce Chaves Gattaz, Victor
Paulo Marques Simão, Daniel Terao (suplente), Lauro
Charlet Pereira (suplente) e Marco Antônio Gomes
(suplente).
Revisão de texto: Nilce Chaves Gattaz
Normalização bibliográca:Victor P. Marques Simão
Tratamento das ilustrações: Silvana Cristina Teixeira
Editoração eletrônica: Silvana Cristina Teixeira
Comitê de
publicações
Expediente
... An important factor that contributed to the increased incidence of stalk-associated disorders was the planting of smaller stalk cuts as propagating materials, including mini-stems, billets, and seedlings, which became the current standards for sugarcane planting [14,[40][41][42]. Using smaller stalk cuts favored the plant tissue exposure to the attack of insect pests and the infection of plant pathogens, leading to failures in planting stands, ultimately resulting in up to five consecutive years of decreasing yields [16,19,20,31,37,43]. Another factor that contributed to the higher incidence of sugarcane-stalk-associated insect pests and pathogens is the predominantly staggered planting process, which favors continuous insect infestation and the maintenance of fungal pathogens' inocula in the field [15,16,31,44,45]. ...
... Using smaller stalk cuts favored the plant tissue exposure to the attack of insect pests and the infection of plant pathogens, leading to failures in planting stands, ultimately resulting in up to five consecutive years of decreasing yields [16,19,20,31,37,43]. Another factor that contributed to the higher incidence of sugarcane-stalk-associated insect pests and pathogens is the predominantly staggered planting process, which favors continuous insect infestation and the maintenance of fungal pathogens' inocula in the field [15,16,31,44,45]. ...
... Together, they resulted in the buildup of large amounts of crop residues and favored the survival of both insect pests and plant pathogens' inocula in sugarcane straw [17,19,[22][23][24][25][26]. Besides the quantitative yield losses associated with these disorders [16,29,31,52], damaged sugarcane stalks arrive at the industry dead and dry, reducing their milling capacity, as well as microbiologically contaminated due to cracks and deterioration, thus decreasing sugar production and inhibiting fermentation required for alcohol production [33]. ...
Article
Full-text available
Sugarcane dry rot emerged as an important stalk disorder in newly expanded plantations in northwestern São Paulo, Brazil, under the current no-burning fully mechanical harvest policy gradually implemented in the past 20 years. This emergence was probably due to a considerable increase in both pathogen inocula and insect pest populations in sugarcane crop residues kept in the field. In this study, we surveyed the incidence of three stalk-related disorders in commercial sugarcane fields in six municipalities in northwestern São Paulo and the corresponding yield losses. The three stalk-related disorders surveyed were as follows: the red rot disease caused by the fungal pathogen Colletotricum falcatum, the spittlebug-induced shoot stunting, and the stem dry rot, which is associated with the simultaneous infection of C. falcatum and Thielaviopsis paradoxa, the pineapple set rot pathogen. Red rot disease was detected in 88.2% of the fields surveyed, while the spittlebug-induced shoot stunting disorder and the internal stem dry rot were found in 97.1% of the fields. Stem dry rot had the highest incidence and resulted in the highest yield losses. Total sugarcane yield losses were estimated at 20.1%, with an average of 14.2 (±3.8) t·ha−1 per field. The multiple regression model constructed to determine which of the three stem-related disorders contributed the most to total yield losses was not significant. Subsequently, the performance analyses of single-variable polynomial regression models indicated that the simple linear model was the best fit in terms of independently predicting sugarcane yield losses based on each stem-related disorder. Positive and significant correlations were only detected between sugarcane yield losses in t·ha−1 and the incidence of red rot disease or leafhopper-induced shoot stunting. We concluded that the stalk’s internal dry rot, as a disease complex associated with both C. falcatum and T. paradoxa, was the most important disorder in sugarcane fields in the northwest region of São Paulo state. A sustainable pest management program is needed to reduce the impact of all three stalk-associated disorders on regional sugarcane production.
... The diseases assessed were restricted to ring spot and red rot (leaf symptoms). Interestingly, both diseases have been more frequently reported after the implementation of mechanized sugarcane systems (Nechet et al. 2016;Nechet et al. 2017). Ring spot incidence is very common in sugarcane and, besides not being considered a major disease in Brazil, it has been regarded as a selection parameter in breeding programs to eliminate susceptible genotypes. ...
Article
The Brazilian sugarcane sector has increased the adoption of conservation practices based both on mechanized harvest without burning and on the use of biological nitrogen fixation (BNF) to improve crop sustainability. However, there is no information about the impact of these practices on sugarcane diseases. This study aims at investigating the effect of conservation practices on the incidence and severity of spontaneous sugarcane diseases, considering soil tillage, planting season, residue maintenance, and sources of nitrogenous fertilizers. Two experiments were conducted, being one during the cane-plant cycle and the other carried out throughout the sugarcane cycle until the second ratoon. The simultaneous occurrences of ring spot, caused by Leptosphaeria sacchari Breda de Haan, and red rot leaf infection, caused by Colletotrichum falcatum Went, were the only diseases observed in the experiments regardless of the conservation practices. The use of reduced tillage, conventional tillage, and non-tillage as well as the planting season and the depth of the sugarcane trash layer did not influence the severity of the diseases. However, BNF reduced the severity of foliar diseases in the first and second ratoons. The overall disease severity affected the dry biomass of sugarcane in the first ratoon. The results can assist disease management strategies considering the new scenario of sugarcane production in Brazil.
Article
Full-text available
The green cane harvesting represented a significant change in sugarcane ecosystem due to the presence of straw left on the soil and to the absence of fire. These two factors may affect the populations of pests and their natural enemies. Among the pests benefit from the green cane harvesting stand out the spittlebug, Mahanarva fimbriolata, the curculionid Sphenophorus levis and sugarcane borer, Diatraea saccharalis. In areas of green cane harvesting, the population of these species grew faster than in areas of burnt cane. On the other hand, there are virtually no records of attacks by lesser cornstalk borers in areas of green cane harvesting. Populations of plant parasitic nematodes and the beetles Migdolus fryanus, very important pests of sugarcane, were apparently not affected by the green cane harvesting. Despite the absence of more consistent information, it appears that populations of ants and the giant borer Telchin licus can increase in green cane areas, due primarily to the difficulty of pest control. The partial or total removal of straw from the field represents an additional change to the ecosystem that could alter the status of pests and nematodes. It is likely that spittlebug, the curculionid S. levis and sugarcane borer populations decrease if a portion of the straw is removed from the field. However, the pest populations in areas where the straw is collected will not return to their original conditions at the time of burnt cane harvesting because the absence of fire will be maintained.
Doenças da cana-de-açúcar (híbridos de Saccharum spp.) In: KIMATI Manual de Fitopatologia: doenças das plantas cultivadas
  • H Rago
  • H Amorim
  • L Rezende
  • J A M Bergamin
  • A Filho
  • L E A Camargo
TOKESHI, H.; RAGO, A. Doenças da cana-de-açúcar (híbridos de Saccharum spp.). In: KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A. Manual de Fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. São Paulo: Ceres, 2005. v. 2, p. 185-196.
Disponível em: <http://faostat.fao.org/>. Acesso em: 25 abr
  • Fao Faostat
FAO. FAOSTAT 2013. Disponível em: <http://faostat.fao.org/>. Acesso em: 25 abr. 2016.
Doenças causadas por fungos Cana-de-açúcar
  • A Da
  • S Dinarod-Miranda
  • L L Vasconcelos
  • A C M Landell
SANTOS, A. da S. Doenças causadas por fungos. In: DINAROD- MIRANDA, L. L.; VASCONCELOS, A. C. M.; LANDELL, M. G. A. Cana-de-açúcar. Campinas: Instituto Agronômico, 2010. p. 423- 435.
Doenças da cana-de-açúcar
TOKESHI, H. Doenças da cana-de-açúcar. Piracicaba: PLANALSUCAR, 1982. 70 p.
área cultivada com cana-de-açúcar Disponível em http://www.unicadata.com.br/historico-de-area-inep.php?idMn =34&tipoHistorico=6
  • Unica Produção
UNICA. Produção: área cultivada com cana-de-açúcar. Disponível em http://www.unicadata.com.br/historico-de-area-inep.php?idMn =34&tipoHistorico=6. Acesso em 21 de Novembro de 2016.
Ethanol for a sustainable energy future
GOLDEMBERG, J. Ethanol for a sustainable energy future. Science, v. 315, n. 5813, p. 808-810, 2007.
Free proline accumulation in sugarcane under water restriction and spittlebug infestation
  • E R Mutton
  • M A Mutton
  • M J R Ferro
  • M T Ravaneli
  • G C Silva
GUIMARAES, E. R.; MUTTON, M. A.; MUTTON, M. J. R.; FERRO, M. T.; RAVANELI, G. C.; SILVA, J. A. Free proline accumulation in sugarcane under water restriction and spittlebug infestation. Scientia Agricola, v. 65, n. 6, p. 628-633, 2008.
Cana-deaçúcar: cultivo com sustentabilidade
  • Vargas V P Cantarella
  • H Prado
  • R D Dias
  • F L F Landell
  • M G A Brancalião
VARGAS V. P.; CANTARELLA, H.; PRADO, R. D.; DIAS, F. L. F.; LANDELL, M. G. A.; BRANCALIÃO, S. R.; GARCIA J. C. Cana-deaçúcar: cultivo com sustentabilidade. Informações Agronômicas, n. 124, p. 8-13, 2008.
Mecanização na colheita da cana-de-açúcar atinge 84
  • C E Olivette
  • M P De
  • A Caser
  • D V Veiga
  • A Filho
  • A De
  • A A Roque
  • O De
FREDO, C. E.; OLIVETTE, M. P. de A.; CASER, D. V.; VEIGA FILHO, A. de A.; ROQUE, A. A. de O. Mecanização na colheita da cana-de-açúcar atinge 84,8% na safra agrícola 2013/14. Análises e Indicadores do Agronegócio, v. 9, n. 7, p. 1-7, 2014. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/AIA/AIA-31-2014.pdf>. Acesso em: 16 abr. 2016.