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DIFUSÃO E CONVERSÃO DO CONHECIMENTO PARA UMA FORMAÇÃO VOLTADA AO DESENVOLVIMENTO: Uma aplicação do modelo SECI

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Apresenta a aplicação do modelo SECI de difusão e conversão do Conhecimento no processo de construção de uma Planta Piloto didática para controle de variáveis industriais como pressão, vazão e nível. Mostra a seqüência das ações envolvidas neste processo construtivo, ações tais como: montagem de equipamentos e instrumentos, estudo do controle PID e sua sintonia, dentre outras. O trabalho foi realizado com a participação direta dos alunos do 4º ano do curso técnico de Automação e Controle Industrial do Instituto Federal da Bahia (IFBA) no ano de 2009. Encontros e interações constantes entre alunos e destes com os professores possibilitaram visualizar a conversão do conhecimento conforme proposto pelo modelo SECI. http://www.editora.ifba.edu.br/wp-content/uploads/PESQUISA-APLICADA-E-INOVACAO.pdf
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DIFUSÃO E CONVERSÃO
DO CONHECIMENTO
PARA UMA FORMAÇÃO
VOLTADA AO
DESENVOLVIMENTO:
Uma aplicação do modelo SECI
Claudio Reynaldo Barbosa de Souza
José Lamartine de Andrade Lima Neto
Núbia Moura Ribeiro
DIFUSÃO E CONVERSÃO DO CONHECIMENTO
PARA UMA FORMAÇÃO VOLTADA AO
DESENVOLVIMENTO: uma aplicação do modelo
SECI
INTRODUÇÃO
Vivemos em uma sociedade que apresenta demandas cada
vez maiores de informações. Este fato pode ser constatado
simplesmente pelos volumes crescentes de recursos e energia
que as pessoas investem para acessar, receber ou trocar informações,
pelos mais diversos meios e mídias.. Aspectos relacionados à infor-
mação não se constituem mais em diferencial apenas para empresas
e nações: as pessoas que tem mais acesso à informação, tem também
mais oportunidades, seja no âmbito pessoal, seja na vida prossio-
nal. Mas é preciso destacar que o acesso à informação, por si só, não
garante um diferencial competitivo; o que de fato pode garantir este
diferencial no âmbito pessoal, empresarial ou nacional é a capacida-
de que o indivíduo, a empresa ou a nação tem de aplicar a informa-
ção, convertendo-a em conhecimentos e isso decorre da aprendiza-
gem, da capacidade de estabelecer correlações e consequentemente
do aumento da capacidade para visualizar as oportunidades.
A circulação da informação cria um ambiente favorável para que no-
vas ideias surjam, e novas soluções sejam propostas, e posteriormente
colocadas em prática. Considerando o cenário atual do Brasil, uma
pesquisa do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da
Sociedade da Informação1 (CETIC.BR, 2014), cujos resultados são
1 Com a missão de monitorar a adoção das tecnologias de informação e comunicação (TIC) – em par-
ticular, o acesso e uso de computador, Internet e dispositivos móveis – foi criado em 2005 o Centro
Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br). O Cetic.br é
um departamento do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (Nic.br), que implementa
as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet do Brasil (Cgi.br) (CETIC.BR, 2014).
156 Pesquisa Aplicada & Inovação
apresentados na Tabela 01 cam demonstrados os dados relativos à
proporção de domicílios brasileiros com acesso à internet. Conside-
rando que este é uma das vias atualmente mais utilizadas para acesso
a informações, e considerando os dados coletados entre outubro de
2014 e março de 2015, 50% dos domicílios brasileiros dispunham
de acesso à internet. Ou seja, metade dos lares tem acesso a um
manancial de informações como nunca houve na história da huma-
nidade. A Tabela 01 mostra também o retrato da desigualdade no
país: enquanto nas áreas urbanas 54% dos domicílios têm acesso à
internet, as áreas rurais esta proporção cai para 22%. Além disso, nas
regiões sudeste e sul a proporção de domicílios brasileiros com acesso
à internet está acima da proporção nacional, 60% e 51%, respecti-
vamente, no nordeste (37%) e norte (35%) a maioria da população
não tem esta oportunidade. Também um perl desigual é observado
quando analisamos os dados de acesso em relação à renda familiar,
com 95% dos domicílios com renda superior a 10 salários mínimos
tendo acesso à internet e este acesso existe em somente 17% dos
domicílios com renda de até 1 (um) salário mínimo. O mesmo ob-
servamos em relação às classes sociais: 98% dos domicílios de classe
A têm acesso à internet, enquanto este acesso é de apenas 14% para
as classes D e E.
Considerando o volume de informações disponível na world wide
web, via internet, o acesso a este imenso estoque de informações não
é garantia de desenvolvimento de uma sociedade, mas potencializa
condições melhores para que ele aconteça. O fato de observarmos
estas desigualdades de facilidade de acesso a informação justamente
em áreas, regiões, segmentos e classes menos desenvolvidas educa-
cional e economicamente só aprofunda as assimetrias no país o que
requer a atenção, especialmente dos gestores públicos.
Difusão e conversão do conhecimento 157
Tabela 1 – PROPORÇÃO DE DOMICÍLIOS COM ACESSO À
INTERNET – Percentual sobre o total de domicílios
Percentual (%) Sim Não
TOTAL 50 50
Área Urbana 54 46
Rural 22 78
Região Sudeste 60 40
Nordeste 37 63
Sul 51 49
Norte 35 65
Centro-Oeste 44 56
Renda familiar Até 1 SM 17 83
Mais de 1 SM até 2 SM 37 63
Mais de 2 SM até 3 SM 59 41
Mais de 3 SM até 5 SM 76 24
Mais de 5 SM até 10 SM 89 11
Mais de 10 SM 95 5
Classe social A 98 2
B 82 18
C 48 52
DE 14 85
Base: 65.129.753 domicílios. Dados coletados entre outubro de 2014 e março
de 2015.
Fonte: CETIC, 2014.
Mas, aliadas a um ambiente favorável proporcionado pelo acesso à
informação, são necessárias outras condições para que as ideias ou as
propostas saiam do plano da formulação e se materializem em bene-
fícios reais para a sociedade como um todo. Uma destas condições
é a existência de cérebros devidamente preparados para fazer esta
ponte entre o plano das ideias e das formulações, para o plano da
materialização. Mas como favorecer o surgimento de tais cérebros?
Como proporcionar um ambiente social criativo, empreendedor?
Se alguém tivesse a resposta exata para isto, esta seria provavelmen-
te a pessoa mais poderosa do mundo, pois dos problemas que ora
158 Pesquisa Aplicada & Inovação
enfrentamos seriam rapidamente resolvidos. Mas na realidade, cada
país, região ou comunidade tem suas singularidades e terá caminhos
também singulares para percorrer sua trajetória de desenvolvimen-
to, além do fato de que cada um precisa denir que tipo de de-
senvolvimento ele deseja. É preciso lembrarmos que, por exemplo,
o Butão, um pequeno país nos Himalaias, deniu suas metas de
desenvolvimento baseadas num indicador denominado Felicidade
Interna Bruta (FIB) em vez de traçar suas metas baseadas no Produto
Interno Bruto (PIB), como é usual em muitos países do Ocidente2.
Voltando às possíveis respostas sobre como proporcionar um am-
biente social criativo, empreendedor, a experiência acumulada pela
humanidade demonstra que alguns fatores contribuem para o surgi-
mento desses ambientes, e um deles é bastante decisivo: a educação
da população. Quanto a indicadores relativos à educação no Brasil,
o Instituto Brasileiro de Geograa e Estatística (IBGE, 2015) indica
o Brasil como um dos países com menores médias de anos de estudo
da população (Figura 01), o que indica a educação como uma das
áreas que apresenta fragilidade no que se refere às condições de de-
senvolvimento do país.
A escolaridade média da população de 25 anos ou mais de idade
aumentou de 2004 a 2014, passando de 6,4 para 7,8 anos de es-
tudo completos, o que não equivale nem ao ensino fundamental
completo [...]. É interessante observar que o Chile possuía uma
média de anos de estudo de exatamente 6,4 em 1980, isto é, o
Brasil demorou quase 25 anos para atingir o patamar chileno,
[...] Esse dado evidencia que o décit educacional brasileiro é
histórico e que sua alteração é necessariamente lenta, levando em
conta o tempo requerido para a formação de cada nova geração.
[...] o Brasil e a Colômbia apresentaram as menores médias de
anos de estudo da América do Sul para esse segmento da popu-
lação (IBGE, 2015, p. 55)
2 Para informações sobre um estudo sobre o FIB num município brasileiro vide: < http://www.anpad.
org.br/admin/pdf/2012_APB1436.pdf>. Acesso em 10 fev. 2016.
Difusão e conversão do conhecimento 159
Figura 1 – Média de anos de estudo das pessoas com 25 anos ou mais
de idade, segundo os países da América do Sul – 2012.
Fonte: IBGE, 2015, p. 56, gráfico 3.11.
Embora a educação seja um dos pilares ainda frágeis em relação às
condições para o desenvolvimento da população brasileira, notamos
melhoras signicativas ao longo dos anos. As políticas públicas que
ampliaram o acesso à educação básica e superior têm resultado na
elevação da escolaridade da população brasileira. Isto é perceptível
em relação à redução da taxa de analfabetismo de 2004 a 2014 e
de acordo com a faixa etária, com novas gerações, com mais acesso
à educação, substituindo às que tiveram menos acesso, elevando a
representatividade da educação na população total (Figura 02).
A proporção dos estudantes de 18 a 24 anos de idade que frequenta-
va o ensino superior, nível adequado a essa faixa etária, é um indica-
dor representativo das condições educacionais e sociais de um país,
pois o nível superior de educação, juntamente com nível técnico,
são por natureza aqueles que preparam o cidadão para o mundo do
trabalho. É na educação superior que são preparados os engenheiros,
os geógrafos, os médicos, os contadores, os físicos e todas as demais
prossões. Assim, garantir que uma parcela signicativa da popu-
lação tenha acesso à educação superior é criar uma sociedade com
pessoas preparadas para cuidar das diversas áreas da vida humana.
160 Pesquisa Aplicada & Inovação
Figura 2 – Taxa de analfabetismo, por grupo de idade – Brasil –
2004/2014
Fonte: IBGE, 2015, p. 57, gráfico 3.13.
Diversos dados sinalizam uma melhoria dos indicadores nacionais
para a faixa etária dos estudantes de 18 a 24 anos. Em 2014, 58,5%
dos estudantes dessa faixa etária frequentavam o ensino superior, en-
quanto, em 2004, esta proporção era de apenas 32,9%. Além disso,
houve uma queda signicativa, de 15,8% para 4,3%, na propor-
ção desses estudantes que frequentavam o ensino fundamental entre
2004 e 2014. Mas as assimetrias ainda são visíveis entre as regiões
brasileiras: nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, a proporção de
estudantes de 18 a 24 anos que frequentavam o ensino superior -
cavam acima da média nacional, mas nas regiões Norte e Nordeste,
respectivamente, apenas 40,2% e 45,5% desses jovens estudantes
cursavam esse nível em 2014 (Figura 03).
Difusão e conversão do conhecimento 161
Figura 3 – Proporção dos estudantes de 18 a 24 anos de idade que
frequentam o ensino superior, por Grandes regiões – 2004/2014
Fonte: IBGE, 2015, p. 51, gráfico 3.16.
Além do acesso à informação e o cenário educacional, podemos ci-
tar também o amadurecimento tecnológico como um dos fatores que
favorecem o desenvolvimento de uma sociedade. Estes fatores levam
ao desenvolvimento das sociedades como um todo. A humanidade
vivenciou nos últimos quatro séculos um desenvolvimento extraordi-
nário a partir da revolução industrial.
No século 18 houve a substituição da principal fonte de energia, a tra-
ção animal, por outra com capacidade de realização de trabalho muito
maior, as máquinas à vapor, que constituem um marco da Revolução
industrial. James Watt, em 1769, deu um dos primeiros passos na au-
tomatização dos processos com a invenção do regulador centrífugo de
velocidade, que permitia o funcionamento de maquinas motrizes sem
interferência humana. O intuito consistia em promover o controle e
ação corretiva, automatizando assim o processo. Ao longo dessa era
industrial, especialmente no período de 1750 a 1950, a humanidade
passou da referência às estações do ano, às quais estava acostumada
162 Pesquisa Aplicada & Inovação
nos dez mil anos de duração do trabalho agrícola, para o ritmo ditado
pela tecnologia. No decorrer deste período, vem se estruturando outro
modo de organização social, a sociedade pós-industrial. Nesta era pós-
-industrial, o esforço físico cada vez mais é realizado pela máquina,
e o esforço mental, pelos computadores, cabendo ao homem a in-
substituível tarefa de exercer a criatividade, ter ideias. Neste cenário os
aspectos relacionados a educação tornam-se ainda mais importantes,
senão imprescindíveis.
Unindo acesso à informação, educação e tecnologia, a partir do século
20 tem sido cada vez mais possível e viável, implementar o controle de
processos pois surgiram controladores, atuadores inteligentes, robôs
e os protocolos de comunicação de rede, que possibilitaram conectar
todos esses dispositivos. A utilização integrada de todos estes com-
ponentes mostrou-se muito satisfatória, atendendo de modo ecaz
e eciente as demandas criadas. Atualmente, a área de controle au-
tomático é vasta e seus principais usos estão nos setores comerciais,
domésticos e industriais. As principais vantagens estão relacionadas à
qualidade e quantidade dos produtos fabricados com segurança e sem
subprodutos nocivos.
O controle automático
[...] possibilita a existência de processos extremamente complexos,
impossíveis de existirem apenas com o controle manual. Um pro-
cesso industrial típico envolve centenas e até milhares de sensores
e de elementos nais de controle que devem ser operados e coor-
denados continuamente. (RIBEIRO 2003, p. 01).
Para atender às demandas dessa sociedade pós-industrial, precisamos
associar educação à tecnologia, formando prossionais especializados
tanto para as atividades de manutenção quanto na supervisão, planeja-
mento e controle dessa tecnologia que é a base para o funcionamento
otimizado dos processos industriais modernos.
Levando em conta o cenário e os fatores para o desenvolvimento
apontados aqui, temos como objetivo deste texto discutir sobre a
conversão e difusão do conhecimento e a aplicação do modelo de
Difusão e conversão do conhecimento 163
conversão do conhecimento para a construção de uma planta piloto,
didática, envolvendo o controle automático de variáveis como, nível,
vazão e pressão.
CONVERSÃO E DIFUSÃO DO CONHECIMENTO
Ao longo da era industrial, capital físico, os bens e a propriedade,
associados ao desenvolvimento tecnológico, aos serviços e à criati-
vidade deram o tom característico do crescimento econômico. Mas
pouco a pouco esta dinâmica foi perdendo lugar para a dinâmica
atual, marcada pelo papel do ser humano e pelo conjunto de capa-
citações que são adquiridas através da educação, treinamento e da
própria experiência de vida, além das competências adquiridas do
ponto de vista prossional.
Nos anos 1990, inspirado no desenvolvimento da world wide web e
das tecnologias da informação e comunicação surge o termo Socie-
dade da Informação, associado a este lugar privilegiado que a infor-
mação tomou. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE)3 inserido o termo na sua agenda das reuniões
partir de 1995. Na célebre trilogia escrita por Manoel Castells (1999)
o termo Sociedade da Informação foi cunhado por Nora e Minc em
1980. Mas outras terminologias foram surgindo e Abdul Waheed
Khan, Diretor-Geral Adjunto da Organização das Nações Unidas para
a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) para a Comunicação e
Informação, numa entrevista publicada num boletim dessa organiza-
ção, explica como a informação e o conhecimento podem contribuir
para o desenvolvimento em um mundo e comenta sobre Sociedade da
Informação e Sociedade do Conhecimento.
3 A Organização Europeia de Cooperação Económica (OECE) tem suas raízes em 1948, numa orga-
nização criada para executar o Plano Marshall nanciado pelos Estados Unidos para a reconstrução
da Europa, um continente devastado pela guerra. Baseado no sucesso deste trabalho cooperativo, a
OCDE nasceu ocialmente em 30 de setembro de 1961, quando entrou em vigor um Convenção
assinada por países europeus, pelo Canadá, os EUA e países da Organização dos Países Exportadores
de Petróleo. OCDE utiliza a sua riqueza de informações sobre uma ampla gama de tópicos para ajudar
os governos promover a prosperidade e combater a pobreza através do crescimento económico e da es-
tabilidade nanceira. Vide: http://www.oecd.org/about/whatwedoandhow/. Acesso em 10 fev. 2016.
164 Pesquisa Aplicada & Inovação
Na verdade, os dois conceitos são complementares. A socieda-
de da informação é o alicerce para sociedades do conhecimento.
Considerando que vejo o conceito de “sociedade da informação”,
como relacionado à ideia de “inovação tecnológica”, o conceito
de “sociedades do conhecimento” inclui uma dimensão de trans-
formação social, cultural, econômico, político e institucional, e
uma perspectiva mais pluralista e de desenvolvimento. Em minha
opinião, o conceito de “sociedades do conhecimento” é preferível
à de “sociedade da informação” porque capta melhor a complexi-
dade e o dinamismo das mudanças que estão ocorrendo. Como
eu disse antes, o conhecimento em questão é importante não só
para o crescimento económico, mas também para capacitar e de-
senvolver todos os setores da sociedade. Assim, o papel das TIC se
estende para o desenvolvimento humano de forma mais geral – e,
portanto, também para questões como a cooperação intelectual,
a aprendizagem ao longo da vida e os valores humanos básicos e
direitos (UNESCO, 2003, não paginado).
Outros estudiosos, como Gasque e Tescarolo (2005), argumentam que
as terminologias Sociedade da Informação e Sociedade do Conheci-
mento não são sucientes para o salto necessário em direção a um de-
senvolvimento ético e inclusivo: para isto é preciso uma Sociedade da
Aprendizagem. Nessa nova forma de organização social, baseada em
diversos fatores, mas centrada na aprendizagem e no potencial cria-
tivo humano, as ideias têm grande importância, o pensar é o grande
diferencial, mas não basta: é preciso dar concretude as ideias. Temos aí
o grande desao e oportunidade para a escola/educação: desenvolver
nos educandos a capacidade de pensarem de modo autônomo, agindo
como protagonistas do processo de construção do conhecimento e na
materialização dessas ideias criativas. Sobre o que é o pensar, trazemos
uma reexão do livro El café de los losofos muertos.
Pensar é aprender a ser livre, responsável e honrado. Pensar é es-
forço e inconformismo, para com o mundo e também para con-
sigo mesmo. Pensar é duvidar e criticar, não de forma altaneira
ou presunçosa, senão por desejo do bem comum. Pensar é ter o
tempo de poder fazê-lo. Pensar não é repetir ou reproduzir. Pen-
sar é ativar o que de nobre há no ser humano, porque pensar e
Difusão e conversão do conhecimento 165
também sentir e intuir. A frase de Descartes não é de todo certa:
não se trata de “penso, logo existo”, mas penso, logo vivo. Viver
é encontrar seu próprio caminho e evitar permanentemente a
tentação do fácil. O fácil é não pensar (K.; HÖSLE, 1998, p. 9).
Na Sociedade da Aprendizagem o ambiente educacional precisa trans-
formar-se numa grande central de ideias e num espaço de experimen-
tação, de concretização desse universo criativo, num ensino em que
prevaleça a interação, superando a simples instrução. A informação
apreendida, vivenciada, tornada parte da base do saber de cada pessoa,
deve ser articulada e internalizada, como uma espiral, transformando-
-se de fato em conhecimento.
Embora os autores Nonaka e Takeuchi (2008) não diferenciem cla-
ramente conhecimento e informação, como aqui o fazemos – con-
siderando conhecimento como informação apreendida –, tomamos
como modelo orientador para processos de difusão e conversão de
informações o proposto por eles. Em estudos voltados para o am-
biente organizacional, Nonaka e Takeuchi (2008) armam que, para
uma organização gerar conhecimento, ela deve proporcionar a difu-
são e a conversão dessas informações, constituindo uma espiral do
conhecimento, que se movimenta em quatro etapas: (a) a Socializa-
ção da informação, (b) a sua Externalização, (c) a sua Combinação e
(d) a sua Internalização – o modelo SECI4.
Para entender esse modelo precisamos tratar de categorias de conheci-
mento apresentadas nos estudos de Nonaka e Takeuchi (2008) embo-
ra concebidas por outros estudiosos, a exemplo do conceito de conhe-
cimento tácito apresentado por Polanyi. Assim, o conhecimento pode
ser compreendido ou categorizado como conhecimento tácito ou ex-
plicito. O conhecimento tácito é aquele que o indivíduo traz consigo,
sua expertise, portanto é um conhecimento de difícil codicação, pes-
soal, não documentado, e sua captura é complexa, pois normalmente
é feita através de contato pessoal pela troca de experiências. Quanto ao
4 O modelo SECI, proposto por Nonaka e Takeuchi (2008), é o acrônimo composto pelos nomes dos
processos envolvidos na conversão do conhecimento: Socialização, Externalização, Combinação e
Internalização.
166 Pesquisa Aplicada & Inovação
conhecimento explícito, ele poderia ser mais bem denominado como
informação, já que se refere ao que se apresenta codicado, publicado,
facilmente expresso em palavras, números e fórmulas, daí o seu cará-
ter teórico e formal. As diversas formas de conversões da informação
ou do conhecimento – de tácito para tácito, tácito para explicito, de
explicito para explicito, ou explícito para tácito – compõe a espiral do
conhecimento, conforme ilustrado na Figura 04.
Figura 4 – Modelo SECI de criação do conhecimento
Fonte: Nonaka e Takeuchi, 2008, p. 96.
A etapa de transformação de conhecimento tácito em conhecimento
tácito é chamada de SOCIALIZAÇÃO, trata-se de um processo de
aprender junto, pela observação prática de quem tem a expertise, o
conhecimento. É o processo de aprendizagem do mestre-aprendiza-
gem, do fazer junto, da convivência, é a conversão do conhecimento
tácito do “mestre” para conhecimento tácito do “aprendiz”.
Na EXTERNALIZAÇÃO ocorre a transformação de conhecimento
tácito em conhecimento explícito, ou seja, “o conhecimento tácito é
tornado explicito para que possa ser compartilhado com outros e se
torne a base de um novo conhecimento, como os conceitos, imagens
Difusão e conversão do conhecimento 167
e documentos escritos” (NONAKA; TAKEUCHI, 2008, p. 97). A
externalização é o processo pelo qual o que foi apreendido é expresso e
veiculado por meio de falas, livros, vídeos etc. Mas este conhecimento
explicitado muitas vezes é reunido com outros, combinado com ou-
tras informações explicitadas, gerando um conjuntos de informações
mais complexas e elaboradas por meio de um processo denominado
de COMBINAÇÃO. Quando as informações explicitadas são acessa-
das e apreendidas, num processo de transformação do conhecimento
explícito em conhecimento tácito, ocorre a INTERNALIZAÇÃO.
Este estágio pode ser entendido como práxis, onde o conheci-
mento é aplicado e usado em situações práticas e torna-se a base
para novas rotinas. Assim, o conhecimento explícito, como os
conceitos de produtos ou os procedimentos de fabricação, tem
de ser atualizados através da ação, da prática e da reexão para
que possa realmente se tornar conhecimento de alguém (NO-
NAKA; TAKEUCHI, 2008, p. 98)
A espiral continua seu movimento, porém em patamares cada vez
mais elevados, ampliando sua aplicação abordando outras áreas do
conhecimento que se encontram perifericamente que acabam sendo
incorporadas no processo, conforme Figura 05.
Figura 5 – A espiral do conhecimento.
Fonte: Nonaka e Takeuchi, 2008, p. 69.
168 Pesquisa Aplicada & Inovação
A CONSTRUÇÃO DA PLANTA PILOTO DIDÁTICA
PARA CONTROLE DAS VARIÁVEIS DE NÍVEL, VAZÃO
E PRESSÃO (PP-NVP)
Tomando como inspiração o modelo SECI, descrito na seção ante-
rior, e com o intuito de formar prossionais aptos a contribuir com
o desenvolvimento da sociedade, foi realizada a construção de uma
Planta Piloto didática para controle das variáveis de Nível, Vazão e
Pressão com aos alunos do 4º ano do curso técnico de nível médio
de Automação e Controle Industrial do Instituto Federal da Bahia
(IFBA). A área de automação e controle industrial do IFBA dispu-
nha de laboratórios que propiciavam aos estudantes conhecimentos,
tácito e explicito, um relacionamento efetivo, dialético e dialógico
para progressivamente ampliar sua estruturação e aplicação na futura
vida prossional. O uso de uma Planta Piloto didática é de funda-
mental importância na materialização da espiral do conhecimento,
permitindo a interação entre conhecimento internalizado e prática,
ou seja, tácito e explícito, indispensável para a área de Controle In-
dustrial.
A atividade iniciou com o planejamento das etapas do projeto: (a)
sensibilização; (b) planejamento trabalho; (c) aquisição de material;
(d) construção da base para xação dos diversos equipamentos e ins-
trumentos; (e) montagem dos diversos equipamentos; (f) monta-
gem da instrumentação destinada a medição e controle das variáveis
envolvidas (pressão, nível e vazão); (g) programação e instalação do
Controlador Lógico Programável (PLC) e do sistema de intertrava-
mento (conjunto de passos ou laços que devem existir para garantir
a segurança dos equipamentos e pessoas); (h) elaboração de docu-
mentação e registro. Todas as etapas foram intercaladas por diversos
seminários internos, onde cada novo elemento foi apresentado, dis-
cutido e internalizado pelos participantes.
A construção da Planta Piloto transformou-se em uma prática de
aplicação do modelo SECI, demonstrando que é possível agregar
valor ao aprendizado e preparar prossionais com formação aplicada
Difusão e conversão do conhecimento 169
e voltada para o desenvolvimento do país. A articulação de conheci-
mento tácitos e explícitos, na constante conversão de conhecimento
criou a base para que os objetivos fossem alcançados e o cronograma,
obedecido.
A etapa de SOCIALIZAÇÃO concretizou-se à medida que os alu-
nos interagiam com especialistas, trabalhando lado-a-lado, apren-
dendo pela observação e pelo contato direto com estes prossionais,
convertendo assim o conhecimento tácito dos especialistas em seus
próprios conhecimentos tácitos.
No decorrer das atividades em que os alunos elaboravam protocolos
e registravam as etapas do processo de construção da planta, dava-se
a etapa de EXTERNALIZAÇÃO, convertendo conhecimento táci-
to em conhecimento explícito.
Ao reunir as informações já sistematizadas com outras, de manuais
de instrumentos, para dar forma a novos conteúdos e protocolos de
uso da planta piloto, os alunos realizaram a etapa de COMBINA-
ÇÃO.
Por m, ao apresentarem a novos alunos o processo de construção e
a própria planta piloto construída, concretiza-se a etapa de INTER-
NALIZAÇÃO, fechando o ciclo de criação e difusão do conheci-
mento, preconizado no modelo SECI.
Embora haja diversas críticas a este modelo, como mostra Goldman
(2010), considera-se aqui que todo modelo é uma representação da
realidade, uma simplicação que permite analisar e otimizar proces-
sos, no caso o processo de criação e compartilhamento de informa-
ções e conhecimento. A atividade constituiu-se uma forma de apro-
ximar os alunos ao mundo do trabalho que irão encontrar depois de
formados. A aplicação do modelo proposto por Nonaka e Takeuchi
(2008) demonstrou que a espiral da construção do conhecimento é
um modelo aplicável inclusive a ambientes não empresariais, e quan-
do os alunos assumem seus papéis como atores e autores deste pro-
cesso, os resultados são surpreendentes.
170 Pesquisa Aplicada & Inovação
A Planta Piloto didática para controle das variáveis de
nível, vazão e pressão (PPNVP)
Os equipamentos utilizados para a construção da Planta Piloto para
controle de Nível, Vazão e Pressão (PPNVP), conforme Figura 06,
foram: (1) Tanque inferior (TQ-01) com capacidade de 100 litros,
(2) Bomba (BB-01) com ½ HP e um (3) Vaso de Pressão (VS-01)
com capacidade de 65 litros interligados por tubulações de aço gal-
vanizadas com uma polegada de diâmetro. O TQ-01 possui uma
válvula de dreno que permite a limpeza periódica e o VS-01 tem co-
nectado uma válvula de segurança de pressão calibrada para 2,0 Kgf/
cm2. Esta válvula garante a segurança do equipamento caso a pressão
interna exceda o valor que foi ajustado previamente.
Figura 6 – Vista geral da Planta Piloto PP-NVP.
Fonte: Foto do acervo dos
autores
Difusão e conversão do conhecimento 171
As malhas de controle das variáveis da Planta Piloto (Figura 07) fo-
ram implementadas, e desenvolvidos procedimentos de identica-
ção dos processos e sintonia dos controladores. As principais malhas
de controle desenvolvidas foram de pressão, vazão e nível:
• Malha de controle de pressão. Esta malha controla a pres-
são interna do vaso de pressão através da entrada de ar com-
primido, vindo do compressor. Para isso foram utilizados os
seguintes instrumentos: Transmissor de pressão (PT), Con-
trolador indicador de pressão (PIC) e Válvula de controle de
pressão (PCV).
• Malha de controle de vazão. Essa malha teve por nalidade
efetuar o controle de vazão de entrada de água no vaso de
pressão. Através de uma placa de orifício (elemento primário
destinado a medição da vazão), era gerado um diferencial de
pressão num trecho reto da tubulação, sendo este medido por
um transmissor de pressão diferencial (FT) que, interligado
ao controlador indicador de vazão (FIC), atuava na válvula
de controle de vazão (FCV).
• Malha de controle de nível. O objetivo dessa malha, que
possui a conguração de controle em Cascata, é efetuar o
controle de nível no vaso de pressão através da vazão de saí-
da deste equipamento (FT e FIC). Por meio da medição de
nível, efetuada por uma célula de pressão diferencial (LT),
tornou-se possível medir a coluna líquida dentro do vaso. A
atuação do controlador indicador de nível (LIC) na válvula
de controle (FCV) fechava esta malha de controle.
A Figura 07 ilustra as malhas de controle no vaso VS-01 do tipo feed
back (FB) para controle de Pressão, e do tipo Cascata para controle
de nível usando a vazão de entrada.
172 Pesquisa Aplicada & Inovação
Figura 7 – Planta Piloto PP-NVP com diversas malhas de controle.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Os controladores possuem os seguintes algoritmos de controle Pro-
porcional, Integral e Derivativo. Lotufo arma que:
Tendo em vista que a maioria dos controladores é ajustada no
local de uso, têm sido propostos na literatura muitos tipos dife-
rentes de regras de sintonia. A utilização destas regras de sintonia
tem tornado possível o ajuste suave e preciso dos controladores
PID no local de uso. Além disso, têm sido desenvolvidos méto-
dos visando a sintonia automática e alguns controladores PID
podem ser dotados de capacidade de sintonia automática, em
operação (LOTUFO, 2008, p. 154).
Existem quatro tipos de controladores: Proporcional (P), Integral
(I), Proporcional e Integral (PI), Proporcional e Derivativo (PD) e
Proporcional, Integral e Derivativo (PID), com estruturas simples
e ecientes para aplicações em uma vasta classe de processos indus-
Difusão e conversão do conhecimento 173
triais. A respeito do Controlador PID ideal, e sua equação demons-
trada na Figura 08, Lutofo (2008) nos orienta que:
O termo integral tem a característica de fornecer uma saída não
nula após o sinal de erro ter sido zerado. Este comportamento
é conseqüência do fato de que a saída depende dos valores pas-
sados do erro. O termo derivativo tem o papel de aumentar o
amortecimento e, em geral, melhorar a estabilidade de um siste-
ma (LOTUFO, 2008, p. 154-155).
Figura 8 – Controlador PID ideal e sua equação.
P
IPlanta
D
Yref(s) Y(s)
Gc(s)
t de(t)
u(t) = K pe(t) | Ki e(t)dt | Kd
0 dt
Fonte: Lotufo, 2008, p. 154
A combinação dos termos proporcional, integral e derivativo, é uti-
lizada para se obter uma resposta aceitável nas malhas de controle,
apresentando características adequadas de estabilidade e amorteci-
mento, implicando assim na diminuição de erro das variáveis dos
processos.
Para a garantia da segurança em instalações industriais, são utiliza-
dos dispositivos de automação denominados intertravamento. Vá-
174 Pesquisa Aplicada & Inovação
rios podem ser os elementos ou instrumentos utilizados para este
m, tal como pressostatos, termostatos, chaves de posição, de nível,
etc. sendo todos calibrados de acordo com seus ns e aplicações.
Na construção da Planta Piloto foi utilizado um Controlador Ló-
gico Programável (PLC) fabricado pela SIEMENS modelo LOGO!
230R, como visto na Figura 09, onde os dispositivos de proteção
foram conectados.
Figura 9 – O PLC utilizado na Planta Pilito (SIEMENS LOGO! 230R).
Fonte: foto do acervo dos autores
A programação do CLP foi feita utilizando o programa LOGO!Soft
Comfort adquirido gratuitamente a partir do endereço de internet do
fabricante, conforme Figura 10.
Difusão e conversão do conhecimento 175
Figura 10 – LOGO!Soft Comfort, em simulação do diagrama na
linguagem Ladder.
Fonte: Elaborado pelos autores
Para proteção do vaso VS-01 contra pressões elevadas, foi instalado
um pressostato, calibrado para 15 PSI.
Um segundo pressostato foi instalado na alimentação geral de ar
comprimido, (calibrado em 60 PSI) garante que a Planta Piloto PP-
-NVP só possa ser utilizada se existir pressão de suprimento. Um
terceiro pressostato foi calibrado para 20 PSI, garantindo o pleno
funcionamento dos instrumentos pneumáticos.
CONCLUSÕES
A construção da Planta Piloto PP-NVP concretizou-se com diversas
etapas do modelo SECI. Nas reuniões e na prática cotidiana de cons-
trução o conhecimento tácito dos docentes e dos alunos era compar-
tilhado congurando-se em práticas de Socialização. À medida que
as atividades eram registradas em manuais e os protocolos de operação
176 Pesquisa Aplicada & Inovação
eram gerados, concretizavam-se as etapas de Externalização. Estes da-
dos, reunidos a outros disponíveis em periódicos, livros, manuais ou
outras fontes, que são caracterizados como conhecimento explícito,
congurou a etapa de Combinação. Através da disponibilidade do
material gerado pela equipe de construção da planta piloto e pelo aces-
so que outras pessoas tiveram a este material, tem-se a conversão do
conhecimento tácito em conhecimento explícito, congurando-se a
etapa de Internalização, fechando-se um ciclo da espiral do conheci-
mento. Este trabalho, tal como preconiza Nonaka e Takeuchi (2008),
baseou-se na difusão e conversão de informações, constituindo uma
espiral durante a execução do projeto, sendo os alunos, atores e autores
deste processo de construção do conhecimento.
A construção da Planta Didática potencializou o processo de apren-
dizagem, permitindo a construção de:
1. Desenho esquemático com identicação dos componentes
do sistema e como estão interligados;
2. Diagramas de blocos mostrando os circuitos utilizados;
3. Estudos de manuais técnicos (controladores, transmissores,
transdutores, válvulas de controle, etc.);
4. Operação do sistema em malha aberta, no manual e no
automático.
5. Coleta dados para modelagem e validação do modelo;
6. Vericação dos parâmetros escolhidos para o controle PID
e congurá-los;
7. Testes em modo automático alterando o valor do set-point
dos controladores, coletando e comparando esses dados
com o modelo.
Desta forma, conseguiu-se realizar diversos ciclos de aprendizagem,
abrindo novas oportunidades de crescimento intelectual, continu-
amente, em forma de espiral, tal como preconizado por Nonaka e
Takeuchi (2008).
Difusão e conversão do conhecimento 177
Ademais, como contribuição adicional, a construção desta Planta
Piloto tornará mais robusta as aulas das disciplinas de controle e me-
dição de variáveis industriais, projetos e instrumentação, permitindo
uma melhor adequação entre teoria e prática no desenvolvimento de
habilidades e competências na formação de técnicos em automação
e controle industrial e principalmente melhorando o processo edu-
cacional, tornando-o mais eciente e ecaz.
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Este artigo discute o pensamento reflexivo como fator decisivo na produção do conhecimento. São apresentadas concepções que tratam da natureza da informação e do conhecimento, discutindo-se a aprendizagem como forma de acesso à emergente sociedade, por essa razão denominada ‘sociedade da aprendizagem’. Conclui-se que, no contexto atual de profundas transformações, o pensamento reflexivo será efetivo se inspirado na ética, condição fundamental para a emancipação humana. Palavras-chave Informação; Conhecimento; Pensamento reflexivo; Ética. Learning society: information, reflection and ethics Abstract This article discusses the reflexive thinking, considered as an effective condition in knowledge production. Some of the concepts presented deal with the nature of information and knowledge, discussing the fundamental participation of learning as a way of access for an emergent society, for this very reason called ‘learning society’. The conclusion is that, in the present context of deep transformations, the reflexive thought shall be effective if based on ethics, a fundamental condition for emancipation of mankind. Keywords Information; Knowledge; Reflexive thinking; Ethics.
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Estamos vivendo numa época de mudanças ou numa mudança de época? Como caracterizar as profundas transformações que acompanham a acelerada introdução na sociedade da inteligência artificial e as novas tecnologias da informação e da comunicação (TIC)? Trata-se de uma nova etapa da sociedade industrial ou estamos entrando numa nova era? "Aldeia global","era tecnotrônica","sociedade pós-industrial", "era -ou sociedade -da informação"e "sociedade do conhecimento" são alguns dos termos cunhados com a intenção de identificar e entender o alcance destas mudanças. Mas, enquanto o debate continua no âmbito teórico, a realidade se adianta e os meios de comunicação escolhem os nomes que temos de usar. Fundamentalmente, qualquer termo que usemos é um atalho que nos permite fazer referência a um fenômeno -atual ou futuro -sem ter de descrevê-lo todas as vezes; mas o termo escolhido não define, por si só, um conteúdo. O conteúdo surge dos usos em um dado contexto social que, por sua vez, influem nas percepções e expectativas, uma vez que cada termo carrega consigo um passado e um sentido (ou sentidos), com sua respectiva bagagem ideológica. Era de se esperar, então, que qualquer termo que se queira empregar para designar a sociedade na qual vivemos, ou à qual aspiramos, seja objeto de uma disputa de sentidos, por trás da qual se confrontam diferentes projetos de sociedade. No contexto da Cimeira Mundial da Sociedade da Informação (CMSI), há dois termos que ocuparam o cenário: sociedade da informação e sociedade do ¬conhecimento com suas respectivas variantes. Mas, apesar de o âmbito ter imposto o uso do primeiro, desde o início houve falta de conformidade e nenhum termo conseguiu um consenso.
  • Ikujiro Takeuchi
  • Hirotaka Gestão
  • Conhecimento
NONAKA, Ikujiro; TAKEUCHI, Hirotaka. Gestão do Conhecimento. Porto Alegre: Bookman, 2008.
Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira
  • Ibge
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IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira: 2015. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=295011. Acesso em 10 fev. 2016.
El café de los filosofos muertos
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  • Hösle
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