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ANÁLISE DA TEORIA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS: CUIDADO DE ENFERMAGEM NOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ANALYSIS OF THE THEORY OF INTERPERSONAL RELATIONSHIPS: NURSING CARE IN PSYCHOSOCIAL CARE CENTERS ANÁLISIS DE LA TEORÍA DE LAS RELACIONES INTERPERSONALES: CUIDADO DE LA ENFERMERÍA EN LOS CENTROS DE ATENCIÓN PSICOSOCIAL

Authors:

Abstract

RESUMO Objetivo: analisar a Teoria das Relações Interpessoais de Hildegard Peplau sob o enfoque do cuidado em saúde mental nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Método: estudo teórico, tendo como referência os critérios de análise e avaliação de Ann Whall e respondendo ao questionamento “quais as definições e a importância das principais declarações teóricas e principais conceitos da teoria em questão?”. Resultados: a avaliação revelou que os pressupostos teóricos de Peplau (orientação, identificação, exploração e resolução) são operacionalizáveis nos CAPS e podem fundamentar o processo terapêutico e reabilitatório desenvolvido pelos enfermeiros na comunicação e interação com os usuários do serviço. Conclusão: o uso de teorias próprias tem-se revelado um fator determinante na autonomia da enfermagem enquanto ciência e na fundamentação de suas ações. Sua aplicabilidade na prática pode ser revelada a partir da análise dessas teorias, como apresentado neste estudo de enfoque na saúde mental. Descritores: Teoria de Enfermagem; Relações Interpessoais; Saúde Mental; Psiquiatria.
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Rev enferm UFPE on line., Recife, 10(Supl. 2):880-6, fev., 2016 880
ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963
DOI: 10.5205/reuol.6884-59404-2-SM-1.1002sup201624
ANÁLISE DA TEORIA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS: CUIDADO DE
ENFERMAGEM NOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
ANALYSIS OF THE THEORY OF INTERPERSONAL RELATIONSHIPS: NURSING CARE IN
PSYCHOSOCIAL CARE CENTERS
ANÁLISIS DE LA TEORÍA DE LAS RELACIONES INTERPERSONALES: CUIDADO DE LA ENFERMERÍA EN
LOS CENTROS DE ATENCIÓN PSICOSOCIAL
Rafaella Leite Fernandes1, Francisco Arnoldo Nunes de Miranda2
RESUMO
Objetivo: analisar a Teoria das Relações Interpessoais de Hildegard Peplau sob o enfoque do cuidado em
saúde mental nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). todo: estudo teórico, tendo como referência os
critérios de análise e avaliação de Ann Whall e respondendo ao questionamento “quais as definições e a
importância das principais declarações teóricas e principais conceitos da teoria em questão?”. Resultados: a
avaliação revelou que os pressupostos teóricos de Peplau (orientação, identificação, exploração e resolução)
são operacionalizáveis nos CAPS e podem fundamentar o processo terapêutico e reabilitatório desenvolvido
pelos enfermeiros na comunicação e interação com os usuários do serviço. Conclusão: o uso de teorias
próprias tem-se revelado um fator determinante na autonomia da enfermagem enquanto ciência e na
fundamentação de suas ações. Sua aplicabilidade na prática pode ser revelada a partir da análise dessas
teorias, como apresentado neste estudo de enfoque na saúde mental. Descritores: Teoria de Enfermagem;
Relações Interpessoais; Saúde Mental; Psiquiatria.
ABSTRACT
Objective: to analyze the Theory of Interpersonal Relationships Hildegard Peplau from the approach of the
mental health care in Psychosocial Care Centers (CAPS). Method: a theoretical study concerning the criteria
for analysis and evaluation of Ann Whall and responding to the question “what are the definitions and the
importance of the main theoretical statements and main concepts of this theory.” Results: the evaluation
revealed that the theoretical assumptions of Peplau (orientation, identification, exploitation and resolution)
are operational in CAPS and can support the therapeutic and rehabilitation process developed by nurses in
communication and interaction with patients of the service. Conclusion: the use of their theories has proved
to be a determining factor in the autonomy of nursing as a science and basis of their actions. Its applicability
in practice can be revealed from the analysis of these theories, as shown in this focused study on mental
health. Descriptors: Nursing Theory; Interpersonal Relationships; Mental Health; Psychiatry.
RESUMEN
Objetivo: analizar la Teoría de las Relaciones Interpersonales de Hildegard Peplau sobre el enfoque del
cuidado en salud mental en los Centros de Atención Psicosocial (CAPS). Método: estudio teórico teniendo
como referencia los criterios de análisis y evaluación de Ann Whall y respondiendo al cuestionamiento
“¿Cuáles son las definiciones y la importancia de las principales declaraciones teóricas y principales conceptos
de la teoría en cuestión?”. Resultados: la evaluación reveló que los presupuestos teóricos de Peplau
(orientación, identificación, exploración y resolución) son operacionales en los CAPS y pueden fundamentar el
proceso terapéutico y de rehabilitación desarrollado por los enfermeros en la comunicación e interacción con
los usuarios del servicio. Conclusión: el uso de teorías propias ha revelado un factor determinante en la
autonomía de la enfermería como ciencia y en la fundamentación de sus acciones. Su aplicabilidad en la
práctica puede ser revelada a partir del análisis de esas teorías, como presentado en este estudio de enfoque
en la salud mental. Descriptores: Teoría de Enfermería; Relaciones Interpersonales; Salud Mental;
Psiquiatría.
1Enfermeira, Mestre em Enfermagem, Doutoranda, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do
Norte/PPGENF/UFRN. Natal (RN), Brasil. E-mail: perrequel@yahoo.com.br; 2Enfermeiro, Professor Doutor em Enfermagem Psiquiátrica,
Curso de Graduação em Enfermagem / Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do
Norte/PPGENF/UFRN. Natal (RN), Brasil. E-mail: farnoldo@gmail.com
ARTIGO ANÁLISE REFLEXIVA
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Rev enferm UFPE on line., Recife, 10(Supl. 2):880-6, fev., 2016 881
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O desenvolvimento das ações da equipe de
enfermagem, apesar de seguir uma lógica de
cuidados, por muito tempo não seguiu um
corpo de teóricos que fundamentassem sua
práxis a partir da visão do enfermeiro. O uso
de teorias próprias pode ser considerado um
fator determinante na autonomia da
enfermagem enquanto ciência e na
fundamentação de suas ações, diferente de
uma tendência, na sua história, de buscar
outras ciências para embasar sua prática, em
especial a medicina.
Uma teoria propõe um olhar sobre fatos e
eventos e, a partir deles, um agir coerente
dentro de seu objetivo1. Mais do que uma
sistematização de procedimentos, as teorias
de enfermagem são formas para se pensar a
prática da enfermagem a partir de conceitos,
modelos e proposições, e sua utilização,
discussão e análise refletem a busca e a
consolidação de sua cientificidade2,3.
As teorias na enfermagem, durante a
história de suas concepções e idealizações,
foram classificadas a partir de inúmeros
métodos. Um deles classifica-as no aspecto de
sua complexidade e de seu nível de abstração,
que tem como enfoque a especificidade e o
concretismo dos seus conceitos e proposições.
Desta forma, as teorias podem ser
classificadas em metateoria, ou seja, a
filosofia básica da disciplina; grande teoria
que se caracteriza por apresentar uma
estrutura conceitual muito ampla; teoria de
médio alcance, que tem como característica
uma abrangência mais focalizada do que as
grandes teorias; e a teoria prática, de maior
restrição com relação à amplitude. Assim,
esta caracterização vai da teoria mais
abstrata para a menos abstrata4.
A teoria de Hildegard Peplau, a ser
discutida neste estudo, insere-se no rol
classificatório das teorias de médio alcance,
denominada de Teoria das Relações
Interpessoais na Enfermagem, sendo o
relacionamento interpessoal terapêutico a
essência de sua proposição4,5.
A partir da perspectiva de que enfermeiro
e paciente podem identificar problemas e
propor soluções de forma conjunta, a teoria
remete à lógica de cuidado do paciente diante
da noção de valorização deste indivíduo
dentro de sua terapêutica e o coloca como
agente do seu tratamento5.
Esta visão ampla do papel do paciente
enquanto sujeito de seu tratamento
acompanha a ideologia atual dos serviços
voltados para o cuidado em saúde mental, em
especial os serviços denominados
substitutivos, em que se destaca o papel dos
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
Os CAPS são serviços comunitários de
demanda aberta com o objetivo de
acolhimento, prestação de cuidados clínicos e
reabilitação psicossocial de pessoas que
sofrem com transtornos mentais severos e
persistentes. Podem ser encontrados em seis
modalidades de serviço, caracterizando-se
pela população de abrangência e suas
especificidades, pelo modo de atendimento e
composição da equipe multiprofissional, sendo
estes o CAPS I (atende a uma população de
até 70.000 habitantes), CAPS II (atende a uma
população de até 200.000 habitantes), CAPS III
(atendimento 24h em uma população superior
a 200.000 habitantes), CAPSi II (atendimento
direcionado a crianças e adolescentes), CAPS
ad II (direciona o atendimento a usuários de
álcool e outras drogas) e CAPS ad III
(diferencia-se do anterior por funcionar 24h)6.
Para o bom funcionamento dos mesmos,
faz-se necessário que se componha uma
equipe com pelo menos um médico
(psiquiatra), um enfermeiro e outros
profissionais de nível superior, como
psicólogo, assistente social, pedagogo,
terapeuta ocupacional, farmacêutico, além de
profissionais de nível médio, como técnicos de
enfermagem e farmácia e pessoal de trabalho
administrativo e burocrático. A quantidade e a
especificidade dos profissionais variam de
acordo com o enfoque de atendimento de
cada serviço6.
Porém, independente da classificação,
todos os CAPS têm em comum a sua
característica reabilitatória e inclusiva,
voltada para a autoestima e independência do
indivíduo, tornando-o mais autônomo e
participativo na sociedade a partir de um
relacionamento terapêutico com a equipe e
de atividades construtivas na dinâmica do
serviço.
Com uma proposta de reinclusão,
restauração de sua autonomia e resgate de
sua dignidade e autocuidado, a assistência de
enfermagem na saúde mental, baseada nos
ideais da Reforma Psiquiátrica, tem a
possibilidade de se beneficiar das proposições
da teoria de Peplau em suas ações. Assim
sendo, propõe-se um olhar desta teoria
inserida no contexto de cuidado ao usuário
dos CAPS, no qual se propõe colocar o cliente
assistido como centro das ações e detentor de
uma contribuição significativa no seu processo
terapêutico7.
Os esforços da enfermagem para
desenvolver suas teorias resultaram em
diversos sistemas de análise das mesmas para
INTRODUÇÃO
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garantir sua validade e fidedignidade. A
avaliação de uma teoria tem como propósito
examiná-la de forma sistemática e os critérios
gerais de análise incluem: exame da origem
da teoria, significado, adequação lógica,
utilidade e possibilidade de generalização e
teste4.
Dentre os vários autores que propõem as
avaliações, a maioria direcionou sua análise
para as grandes teorias de enfermagem e as
estruturas conceituais, sendo ainda recente a
aplicação de métodos avaliativos para as
teorias de médio alcance, e mais raros ainda
para as teorias da prática. Destaca-se dentre
estes Ann Whall, que propôs um sistema de
avaliação possível de ser aplicado a todos os
níveis de teorias a partir de três critérios
diferentes, que revisam: as considerações
básicas, a análise interna e avaliação e a
análise externa e avaliação das teorias
submetidas a tais critérios4. A autora propõe
uma série de questões preestabelecidas a
serem respondidas em cada critério a ser
considerado na análise.
De acordo com esta enfermeira, a análise e
avaliação da teoria de médio alcance
examinam se a teoria se ajusta às
expectativas de domínio da enfermagem, se
suas proposições são de natureza causal ou
associativa, se os conceitos estão coerentes
empiricamente, sendo, portanto, essencial um
exame das questões éticas, sociais e políticas
que envolvem tal teoria4. É importante ainda
ressaltar que a análise de teorias busca
aproximá-las de sua aplicabilidade na prática,
bem como na pesquisa, contribuindo
significativamente para o desenvolvimento da
enfermagem a partir do teste de teorias8.
Analisar a Teoria das Relações
Interpessoais de Hildegard Peplau sob o
enfoque do cuidado em saúde mental nos
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
Estudo teórico a partir da análise da Teoria
das Relações Interpessoais de Hildegard
Peplau no cuidado em saúde mental nos CAPS,
tendo como referência, dentre os três
critérios de análise e avaliação de Ann Whall,
a análise das considerações básicas de uma
teoria de médio alcance, em que a autora
propõe que se responda ao seguinte
questionamento: quais as definições e a
importância das principais declarações
teóricas e os principais conceitos da teoria em
questão?
Um pouco sobre Hildegard Peplau...
Antes de se iniciar a análise e discussão de
uma teoria, faz-se necessário um pequeno
resumo da trajetória profissional de quem a
idealizou e quais os feitos de sua carreira,
pois a história pessoal e a trajetória de cada
autor, bem como o contexto em que está
inserido, influenciam diretamente suas ideias
e embasamentos teóricos e filosóficos.
Nascida em Reading, Pennsylvania, em
1909, Hildegard Peplau formou-se em
enfermagem em 1931 e especializou seu
conhecimento e prática profissional na
psicologia interpessoal e na enfermagem
psiquiátrica, sendo professora nesta área
durante muitos anos. Em 1952, publicou sua
principal obra, o livro Interpersonal relations
in nursing, além de inúmeros artigos em
revistas a respeito da enfermagem e dos
conceitos interpessoais, inovando os trabalhos
da época por apontar a enfermeira como um
terapeuta individual5,9.
Com reconhecimento nacional e
internacional, participou da Organização
Mundial de Saúde, dentre outras organizações
da enfermagem e da psiquiatria, e ocupou
cargos de destaque, tendo sido considerada,
pelo reconhecimento da contribuição de seu
trabalho, como a “mãe da enfermagem
psiquiátrica”. Aposentou-se em 1974, mas
continuou escrevendo e publicando livros e
artigos, além de relançar sua obra prima, em
1988, até falecer em 17 de março de 1999 aos
89 anos de idade e com uma profunda
influência na enfermagem a partir de sua
trajetória profissional5,10.
Uma trajetória bem sucedida e de grandes
contribuições para a enfermagem psiquiátrica,
colocando em destaque a relação possível e
existente entre o enfermeiro e o paciente,
antes marginalizado e excluído, porém
reconhecido como um ativo interventor em
seu tratamento.
Teoria das relações interpessoais e
suas considerações básicas para atuação
da enfermagem no CAPS
A pergunta que norteia a discussão a seguir
se faz necessária recordar: “quais as
definições e a importância das principais
declarações teóricas e principais conceitos da
teoria em questão?”. Serão apontadas as
principais fundamentações teóricas de Peplau
e a importância de tais apontamentos quando
inseridos dentro do contexto do cuidado em
saúde mental em um Centro de Atenção
Psicossocial.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
MÉTODO
OBJETIVO
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ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963
DOI: 10.5205/reuol.6884-59404-2-SM-1.1002sup201624
O livro Interpersonal relations in nursing, o
referencial principal da teoria proposta por
Peplau como referido pela autora, trata-se de
uma teoria voltada para a práxis da
enfermagem. Nele, a autora postula as fases
do processo de relação interpessoal entre o
enfermeiro e o cliente. Partindo da premissa
de que a enfermagem é uma arte terapêutica
e que auxilia o indivíduo com necessidades de
saúde, o processo relacional ocorre a partir da
interação entre duas ou mais pessoas em
busca de um objetivo comum. Tal processo
resulta em uma interpessoalidade, em
respeito mútuo, que segue uma série de
etapas5.
Antes de apresentar as etapas propostas
por Peplau, é preciso entender a prestação da
assistência da enfermagem a partir de uma
perspectiva plural e de um final conjunto
entre enfermeiro e o usuário do serviço.
Pensar em objetivo conjunto significa pensar,
antes de tudo, em ouvir a pessoa que sofre,
em dar o devido valor àquilo que lhe é
prioritário em sua vida e de que forma o
enfermeiro pode e deve atuar enquanto
profissional no reconhecimento da
humanidade do indivíduo.
A reforma psiquiátrica prevê uma mudança
no olhar e uma tomada de consciência para
reorganizar as práticas de cuidado
relacionadas à saúde mental, o que requer a
valorização do sujeito e, no que diz respeito
ao cuidado nos CAPS, uma adequação dos
cuidados antes prioritariamente
hospitalocêntricos para uma perspectiva de
cuidado extramuros 7.
Definições da Teoria
Diante do cliente assistido, Peplau propõe
que a enfermagem pode assumir diversas
posturas de acordo com a necessidade e
especificidade de cada caso respeitando-se o
momento do cuidado prestado. Podem ser
descritos diversos papéis para este
profissional, como o de professor, ao
transmitir conhecimentos sobre dúvida ou
assunto de interesse do cliente; esclarecedor,
ao ajudar na compreensão de situações
problema; conselheiro, ao promover
encorajamento diante dos desafios que
interrompem sua vida; líder, ao iniciar e
manter metas de um grupo ou indivíduo
através da interação com os participantes;
especialista técnico, ao demonstrar
habilidades técnicas e operar equipamentos; e
de substituto, ao ocupar o lugar de outra
pessoa5, situação esta muito comum dentro da
dinâmica de funcionamento de um CAPS, onde
os papéis e funções dos profissionais se
interpõem diante da dinâmica de interação
entre a equipe e o usuário, em um verdadeiro
encontro humano, em que a tecnologia de
cuidado é o próprio corpo do enfermeiro.
O relacionamento interpessoal define-se a
partir de uma sequência de quatro etapas
entre enfermeiro e paciente, sendo elas a
orientação, a identificação, a exploração e a
resolução, e serão discutidas a seguir. Cada
etapa pode se sobrepor, interagir, oscilar ou
atuar em conjunto durante as várias fases do
processo interpessoal.
A orientação consiste na aproximação entre
enfermeiro e paciente a partir de uma
necessidade do paciente ou da família. A
partir do diálogo, os envolvidos no processo
definem o problema a ser resolvido, o que
requer uma orientação por parte do
profissional para se chegar a um consenso
sobre o tipo de assistência necessária para
resolução do problema. A interação
terapêutica, que no início era distante, segue
por um encontrar-se de indivíduos e um
consequente conforto e estabelecimento de
vínculo, ambos necessários para a definição e
esclarecimento das dificuldades encontradas5.
O cuidado em psiquiatria sempre foi
envolvido por relações de poder. Relações
estas que inferiorizavam o doente e sobressaía
o detentor do saber, o profissional da saúde11.
A perspectiva da teoria do relacionamento
interpessoal traz uma ideia de vanguarda,
mesmo tendo sido escrita na década de 1950.
Estabelece uma orientação de que aquilo que
se sente, que é dito, que é demonstrado, deve
ser investigado junto com o paciente por uma
busca de resolução do problema ao qual o
sujeito é submetido. A pessoa em sofrimento
psíquico durante muito tempo teve sua queixa
ignorada por ser questionado quanto as suas
funções mentais. Ao ser inseria nesta
perspectiva, torna-se importante dentro da
resolução de problemas e emerge como
detentor de um empoderamento indispensável
ao seu tratamento.
Dentro de serviços substitutivos como o
CAPS, diferentemente da assistência
institucional hospitalar onde as necessidades
são mais restritas às urgências psiquiátricas e
à resolução de crises, podem surgir diversas
necessidades do usuário ou familiar, desde
questões econômicas, financeiras, ou de
relações interpessoais familiares, ou de
questões sociais, como o preconceito e a
exclusão, que envolvem o indivíduo. Essa
realidade mais abrangente e que não se
restringe apenas à medicalização ou
contenção de urgências psiquiátricas exige do
enfermeiro um olhar mais holístico das
necessidades que envolvem toda a vida dos
usuários do serviço, revelando a readaptação
a essas novas demandas de cuidado.
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ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963
DOI: 10.5205/reuol.6884-59404-2-SM-1.1002sup201624
A segunda fase, a da identificação,
caracteriza-se por um relacionamento
terapêutico mais intenso, no qual o paciente
responde às pessoas que podem preencher
suas necessidades e, em conjunto com o
enfermeiro/equipe, decide que profissional
irá tratá-lo. É um momento em que o
relacionamento interpessoal permite que
ambos coloquem suas expectativas, o que
reduz a sensação de desamparo e
desesperança, promovendo um olhar mais
otimista sobre a situação de saúde
apresentada5.
No atendimento no CAPS, preconiza-se que
haja um momento de acolhida e de interação
inicial entre o usuário demandado ao serviço e
a equipe ou profissional que o acolhe. Este
passa por um processo de interação e empatia
com um profissional, que passa a ser o
terapeuta de referência para este indivíduo,
relação necessária para o estabelecimento de
um vínculo de cuidado em que o sujeito possa
se sentir à vontade no serviço e parte
integrante do processo de cuidado a ele
destinado6.
As estratégias de cuidado ao portador de
transtornos mentais ou usuário de álcool e
outras drogas nos CAPS partem de um projeto
terapêutico individual específico para cada
indivíduo e baseado em suas necessidades e
na relação terapêutica estabelecida com o
mesmo pela enfermagem junto com a equipe
multiprofissional do serviço. Este projeto
terapêutico precisa ser direcionado a um
modelo de reabilitação psicossocial,
colocando este sujeito como ator central da
sua vida e de sua recuperação e tratamento,
da maneira menos excludente possível12.
Nota-se que o processo de escolha do
terapeuta de referência no CAPS coincide com
a segunda fase da relação interpessoal
preconizada por Peplau, na qual o indivíduo a
ser tratado pode e deve decidir o profissional
que irá tratá-lo. Esse papel decisório é
imprescindível na sua recuperação e no
processo de autonomia necessário dentro de
sua reinserção social.
A exploração, fase seguinte, diz respeito ao
auxílio dado/ofertado pelo enfermeiro ao
paciente para que o mesmo possa desfrutar de
todo o serviço disponível para resolução de
seus problemas. Neste momento, o paciente
questiona mais, interessa-se mais e,
consequentemente, exige mais. Nesta fase, o
enfermeiro tem de lidar com os sentimentos e
emoções para garantir a manutenção do
vínculo estabelecido, preservando o
relacionamento terapêutico tão indispensável.
É um momento também no qual o cliente se
torna mais autossuficiente, com autoestima
elevada e com mais iniciativas para
estabelecer e cumprir metas para a sua saúde
e bem-estar5.
A superação de obstáculos e enfrentamento
da realidade com um amparo e orientação
profissional indicam a importância desta fase
dentro da realidade psiquiátrica. A autonomia
e responsabilidade sobre si tornam-se uma das
metas de reestabelecimento prioritárias nos
CAPS e na vida do portador de algum
transtorno mental, que por muitas vezes o
torna incapaz de responder por seus atos e ser
independente da sociedade e da família para
garantir as suas necessidades vitais.
No CAPS, como em outros serviços
substitutivos ou locais de convivência, o
encorajamento do enfermeiro pode
proporcionar esta importante força de
superação das dificuldades dentro do seu
tratamento e do reestabelecimento de sua
vida.
Por fim, a resolução, quarta fase, é o
momento em que, após preenchidas as
necessidades do paciente, a partir de um
esforço conjunto com o enfermeiro, ambos
terão de dissolver o relacionamento
terapêutico e os laços de contratualidade,
vínculo e responsabilização que os mantinham
ligados. Finalizado o motivo que os unia, faz-
se necessária a devida separação e
independência de ambas as partes. Pode
haver dificuldades de execução desta última
etapa, seja pelo paciente, por uma provável
insegurança de que não seja o momento certo
para isto, seja do profissional da enfermagem,
que pode se tornar incapaz de romper o
relacionamento terapêutico. Na resolução
bem-sucedida, tal processo deve ocorrer em
sua plenitude5.
A independência do sujeito e o seu
distanciamento do serviço reflete a
capacidade adquirida de responder as suas
necessidades, depois de uma intervenção
satisfatória do profissional enfermeiro.
Entende-se que o objetivo final da
enfermagem, em sua intervenção dentro do
CAPS, é auxiliar na inserção de mudanças
positivas na vida dos indivíduos a partir de um
estabelecimento de metas em conjunto com
toda a equipe multiprofissional, e não de uma
forma verticalizada, em que o saber científico
detém o conhecimento daquilo que é melhor
ou o que é correto no direcionamento das
ações de cuidado realizadas10. Assim, o
indivíduo se como corresponsável pela sua
superação e recuperação, na medida em que
se torna resiliente e empoderado de suas
limitações e dificuldades na produção da vida.
A visão geral da teoria das relações
interpessoais de Peplau permite algumas
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reflexões a partir do questionamento gerado
na análise de teorias de médio alcance de Ann
Whall. Destaca-se a importância da utilização
da teoria na assistência de enfermagem em
saúde mental, podendo ser utilizada nos
Centros de Atenção Psicossocial, onde o
trabalho do enfermeiro concentra-se no
estabelecimento de vínculo e na interação
com o paciente. Interação esta que muitas
vezes se torna difícil devido às características
das doenças que afetam a mente, como
distanciamento, agressividade, isolamento,
mas que não podem ser mais relevantes do
que as necessidades do indivíduo, da sua
recuperação e do seu processo de
ressocialização e reabilitação psicossocial.
Considerando-se as especificidades de cada
indivíduo a ser abordado e levando-se em
conta que o enfermeiro em seu dia a dia pode
exercer as etapas do relacionamento
terapêutico, mesmo estando em um serviço de
características multifacetadas, a consciência
e capacitação do profissional e inserção da
teoria na sua prática diária podem fazer o
diferencial em sua assistência e,
consequentemente, trazer benefícios na
resposta terapêutica do sujeito. Trata-se de
realizar as etapas do processo e os ideais da
teoria em sua essência, e não só de forma
instintiva, como muitas vezes é realizada na
prática. Poder-se-ia dizer que a Teoria do
Relacionamento Interpessoal facilita os
processos de cuidados humanizados, no que
diz respeito à eficácia, eficiência e
efetividade ao longo do desenvolvimento de
suas fases.
Diante do proposto como estudo e
discussão neste artigo, afirma-se a
importância das teorias de enfermagem para a
fundamentação de sua prática, em especial a
Teoria das Relações Interpessoais de Hildegard
Peplau, que tem destaque nos processos de
cuidados em enfermagem psiquiátrica e saúde
mental.
Observou-se que a teoria tem grande
influência e contribuições para a enfermagem
no CAPS, como também pode ser direcionada
em outros serviços que atendam este público.
Entretanto, sabendo-se da história e da
ligação de sua autora com a área da
psiquiatria e após as discussões apresentadas
levarem a tal conclusão, entende-se que é
relevante o uso e aplicabilidade desta teoria
enquanto facilitadora do processo de
enfermagem no cuidado em saúde mental, nos
serviços substitutivos, por sua capacidade em
adensar as propostas/preceitos da atenção
psicossocial.
Um ponto não menos relevante diz respeito
à dificuldade que pode surgir na
implementação de tal teoria na saúde mental
em face dos resquícios da visão biomédica
ainda fortemente impregnada nos profissionais
da saúde. Todavia, a enfermagem enquanto
profissão formada para realizar o cuidado de
forma integral deve ser pioneira na
valorização da relação interpessoal e na
superação de uma dita “onipotência médica”
que por muitas vezes impede a execução de
teorias que poderiam promover um êxito
maior nas práticas assistenciais.
Esta abordagem interpessoal assemelha-se
ou funda-se em uma perspectiva mais
abrangente da atenção à saúde mental e
atenção psicossocial almejada e realizada nos
CAPS, capaz de promover um serviço
abrangente, acolhedor, em que o usuário, a
pessoa que sofre com os transtornos mentais e
comportamentais, é o centro do projeto
terapêutico singular, na produção de sua vida,
e não a sua doença. Infere-se que sua adoção
no campo da saúde mental condiz com a
prática assistencial da enfermagem
fundamentada em suas teorias,
proporcionando novas pesquisas e
reconhecimento de uma prática baseada em
evidências científicas.
1. Hickman JS. Introdução à teoria de
enfermagem. In: George JB. Teorias de
enfermagem: os fundamentos à prática
profissional. 4th ed. Porto Alegre: Artes
Médicas Sul; 2000.
2. Porto AR, Thofehrn MB, Pai DD, Amestoy
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Submissão: 13/11/2014
Aceito: 22/01/2016
Publicado: 15/02/2016
Correspondência
Rafaella Leite Fernandes
Residencial Santa Clara
Av. Ayrton Senna, 16, casa 24
Bairro Capim Macio
CEP 59080-100 Natal (RN), Brasil
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Article
Full-text available
O uso de teorias na Enfermagem reflete um movimento da profissão em busca da autonomia e da delimitação de suas ações. Torna-se, portanto, de extrema relevância que as teorias possam ser analisadas quanto à sua aplicabilidade na prática. Objetivamos realizar um estudo analítico-descritivo da Teoria das Relações Interpessoais de Peplau a partir do modelo de análise proposto por Barbara Barnum. Dentre os componentes estruturais que podem ser analisados em uma teoria selecionamos o elemento "processo", método preconizado para o desenvolvimento das ações de enfermagem, submetendo-o ao critério de utilidade de Barnum. A avaliação revelou que os pressupostos teóricos de Peplau são operacionalizáveis e podem servir de base em quaisquer situações nas quais os enfermeiros possam comunicar-se e interagir com seus pacientes.
Article
This historical perspective is focused on the contribution of Hildegard E. Peplau in laying the foundation for advanced practice nursing and the development of the roles of clinical nurse specialists and psychiatric nurse practitioners. An overview is provided of legal developments within the state that enabled Advanced Practice Nurses to provide mental health services. A description of a recent specialized state-funded initiative is outlined, focused on the development and contributions of psychiatric advanced practice nurses in community settings in New Jersey. Implications for the advanced practice nursing role in New Jersey are presented based on national and state initiatives.
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