ArticlePDF Available

Atividade Física e Rendimento Académico -Uma Revisão Sistemática de Sete Revisões Sistemáticas

Authors:

Abstract and Figures

RESUMO O objetivo deste estudo foi analisar dados provenientes de revisões sistemáticas, para compreender a relação entre a prática de atividade física e educação física, o rendimento académico e a cognição dos alunos. Realizou-se uma pesquisa na B-On, em março de 2015, por revisões sistemáticas publicadas entre 2005 e 2015, com as palavras-chave " physical activity AND academic performance AND systematic review " sendo encontrados quarenta e sete artigos dos quais sete foram selecionados para análise. A maioria dos estudos apresentaram associações positivas entre as variáveis de estudo, estando as associações discriminadas consoante o tipo, duração, frequência e intensidade da atividade física, assim como pelo sexo e idade. Fortes evidências apontam para a existência de efeitos positivos dos programas de atividade física sobre os resultados académicos, bem como, associações positivas entre a atividade física e medidas de cognição. Observa-se ainda que reduções na carga horária de educação física não trarão benefícios para o rendimento académico de outras disciplinas e que a prática de educação física três vezes por semana tem associação positiva com o rendimento académico. A literatura sugere a existência de uma associação positiva entre a prática de atividade física – bem como educação física – e o rendimento académico. ABSTRACT The objective of this study was to analyze data from systematic reviews in order to understand the relation between the practice of physical activity and physical education, academic performance and cognition of students. A search was performed in B-On, in march 2015, for systematic reviews published between the years of 2005 and 2015, with the keywords " physical activity AND academic performance AND systematic review ". Forty-seven articles were found, seven of which selected for analysis. Most of the studies reported a positive correlation between the variables of study, attending to the type, duration, frequency and intensity of physical activity, as well as gender and age. There is strong evidence of a positive effect of physical activity programs on academic performance, as well as positive associations between physical activity and cognition measures, as concentration and work memory. It's also suggested that reduction in the workload of physical education won't result in benefits to academic performance on other curriculum subjects and that participating in physical education classes three times a week has positive association with academic performance. The literature suggests the existence of a positive association between the practice of physical activity – as well as physical education – and academic performance.
Content may be subject to copyright.
Journal of Sport Pedagogy and Research 1(6) - (2015) 24-29
*Correspondência -
João MotaFaculdade de Motricidade Humana, Estrada da Costa, 1499-002 Cruz Quebrada Dafundo,
joaomotarodrigues@gmail.com
24
Atividade Física e Rendimento Académico
- Uma Revisão Sistemática de Sete
Revisões Sistemáticas
João Mota1*; André Picado1; Tânia Assunção1; Ana Alvito1; Fábio
Gomes1; Adilson Marques2,3
1Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa, Portugal; 2CIPER, Faculdade de
Motricidade Humana, Universidade de Lisboa, Portugal; 3ISAMB, Instituto de Saúde Ambiental,
Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa.
RESUMO
O objetivo deste estudo foi analisar dados provenientes de revisões sistemáticas, para
compreender a relação entre a prática de atividade física e educação física, o
rendimento académico e a cognição dos alunos. Realizou-se uma pesquisa na B-On,
em março de 2015, por revisões sistemáticas publicadas entre 2005 e 2015, com as
palavras-chave physical activity AND academic performance AND systematic
review” sendo encontrados quarenta e sete artigos dos quais sete foram selecionados
para análise.
A maioria dos estudos apresentaram associações positivas entre as variáveis de
estudo, estando as associações discriminadas consoante o tipo, duração, frequência e
intensidade da atividade física, assim como pelo sexo e idade. Fortes evidências
apontam para a existência de efeitos positivos dos programas de atividade física sobre
os resultados académicos, bem como, associações positivas entre a atividade física e
medidas de cognição. Observa-se ainda que reduções na carga horária de educação
física não trarão benefícios para o rendimento académico de outras disciplinas e que a
prática de educação física três vezes por semana tem associação positiva com o
rendimento académico. A literatura sugere a existência de uma associação positiva
entre a prática de atividade física bem como educação física e o rendimento
académico.
ABSTRACT
The objective of this study was to analyze data from systematic reviews in order to
understand the relation between the practice of physical activity and physical
education, academic performance and cognition of students.
A search was performed in B-On, in march 2015, for systematic reviews published
between the years of 2005 and 2015, with the key-words “physical activity AND
academic performance AND systematic review”. Forty-seven articles were found,
seven of which selected for analysis.
Most of the studies reported a positive correlation between the variables of study,
attending to the type, duration, frequency and intensity of physical activity, as well as
gender and age. There is strong evidence of a positive effect of physical activity
programs on academic performance, as well as positive associations between physical
activity and cognition measures, as concentration and work memory. It’s also
suggested that reduction in the workload of physical education won’t result in benefits
to academic performance on other curriculum subjects and that participating in
physical education classes three times a week has positive association with academic
performance.
The literature suggests the existence of a positive association between the practice of
physical activity as well as physical education and academic performance.
Palavras-chave
Educação física;
Atividade física;
Rendimento
académico;
cognição;
Revisão
sistemática
KEYWORDS
Physical
education;
Physical activity;
Academic
performance;
Cognition;
Systematic review
Atividade física e rendimento académico
Revista da Sociedade Científica de Pedagogia do Desporto, 1(6), pp.24-29, 2015
25
INTRODUÇÃO
A área curricular de educação física (EF), dada a sua
integração no currículo do ensino obrigatório
português, constitui-se como um veículo
privilegiado da prática de atividade física (AF) para
todas as crianças e jovens, independentemente do
seu estatuto socioeconómico. A AF é comummente
definida como qualquer movimento corporal
produzido pelos músculos esqueléticos que resulte
em dispêndio energético (Caspersen, Powell, &
Christenson, 1985). A relação entre a AF e a saúde
está bem documentada, sabendo-se que a prática
regular de AF está associada ao aumento da
densidade mineral óssea, músculos, força e
resistência muscular e redução no risco de
desenvolvimento de fatores de risco para doenças
crónicas; para além de promover a autoestima e
bem-estar (Physical Activity Guidelines Advisory
Committee, 2008). Por esta razão recomenda-se que
as crianças e jovens pratiquem pelo menos 60
minutos de AF diariamente com intensidade
moderada a vigorosa (World Health Organization,
2010).
Apesar dos benefícios da AF para a saúde, as
tendências políticas contemporâneas têm apontado
para uma redução da carga horária alocada à
disciplina de EF, substituindo-a por outras
disciplinas de cariz mais teórico na tentativa de
aumentar as classificações obtidas nas mesmas tais
como a matemática, língua materna e restantes
disciplinas científicas (UNESCO, 2014). Estas
classificações são comumente designadas de
rendimento académico (RA) conceito sem
definição única, abarcando resultados obtidos em
diversos instrumentos de avaliação de alunos em
ambiente escolar, desde testes estandardizados a
classificações finais de período. Assim, a relação
entre a AF e o RA (Rasberry et al., 2011) bem como
a relação entre a EF e o RA têm sido alvo de
discussão e investigação recente (Ardoy et al., 2014;
Peralta et al., 2015), culminando em resultados que
sugerem um efeito positivo tanto da AF, como da
própria EF no RA dos estudantes.
Concomitantemente, diversos autores têm-se
debruçado no estudo da relação entre a AF e a
cognição dada a recorrente inexistência de relação
entre estes dois conceitos (Howie & Pate, 2012). Por
cognição entende-se a função mental envolvida na
obtenção de conhecimentos e nos processos de
compreensão (Esteban-Cornejo, Tejero-Gonzalez,
Sallis, & Veiga, 2015). Durante a adolescência a
cognição encontra-se numa fase crítica de
desenvolvimento, constituindo um importante
preditor de saúde na vida adulta (Gottfredson &
Deary, 2004). Para além disto, existem sugestões na
literatura de um efeito indireto da AF no RA que
utiliza a cognição como variável intermédia
(Haapala, 2012); efeito que exploraremos no
decorrer deste estudo.
O objetivo deste estudo foi analisar os dados
provenientes de revisões sistemáticas, para
compreender a relação entre a prática de AF e EF, o
RA e a cognição dos alunos. Como hipótese do
estudo, consideramos que a prática de AF não tem
um efeito detrator no RA, o que poderá servir como
forma de legitimar a disciplina de EF no currículo
escolar. Este estudo ganha relevância ao estabelecer
uma súmula de revisões sistemáticas recentes que
provêm de diversas partes do mundo,
nomeadamente dos Estados Unidos, Finlândia,
Canadá, Austrália e Reino Unido, e que abordam a
relação entre as variáveis citadas, em crianças e
jovens que frequentam as escolas atualmente.!
METODOLOGIA
Estratégia de pesquisa
Em março de 2015 foi feita uma pesquisa de
revisões sistemáticas na B-On. Foram incluídos
artigos publicados entre 2005 e 2015. As palavras-
chave utilizadas foram: “physical activity AND
academic performance AND systematic review”.
Contudo, estudos que estabelecessem a relação entre
atividade física e “academic achievement” também
foram incluídos.
Critérios de Inclusão
Uma série de critérios de inclusão foram pré-
determinados para a seleção dos artigos para esta
revisão sistemática. Cada estudo tinha de cumprir os
seguintes critérios: (1) Ser uma revisão sistemática
(design do estudo); (2) Ter sido publicado entre
2005 e 2015 (data de publicação); (3) Ter de incluir
crianças e adolescentes entre os participantes,
independentemente da idade e do número (n) da
amostra (critério de amostragem); (4) Ter de
estabelecer a relação entre atividade física em
contexto escolar e/ou educação física e rendimento
académico (critério de relação); (5) Ter sido
publicado em inglês ou português (critério
linguístico).
Extração de dados
A seleção dos estudos após a pesquisa foi levada a
cabo pelos autores, onde foram examinados todos os
títulos e resumos para identificar artigos com
relevância para esta revisão.
Resultados da pesquisa
Através da pesquisa realizada, com base nos
critérios de inclusão anteriormente descritos, obteve-
se um total de 47 referências (Figura 1). Depois de
se importarem os dados para o software EndNote
X5, eliminaram-se as referências repetidas (8
referências). Posteriormente, analisou-se a
relevância do título e do resumo dos 39 artigos que
revelou que 32 artigos poderiam ser eliminados (15
Atividade física e rendimento académico
Revista da Sociedade Científica de Pedagogia do Desporto, 1(6), pp.24-29, 2015
26
por não se figurarem revisões sistemáticas, 17 por
não estabelecerem relação entre atividade física em
contexto escolar e/ou educação física e rendimento
académico).
A análise do texto dos sete artigos restantes foi
efetuada, tendo sido considerados apropriados
devido a cumprirem com todos os critérios de
pesquisa definidos. Não obstante, antes dos estudos
serem incluídos na revisão, cada um foi examinado
independentemente por dois revisores para avaliar a
sua qualidade. Os revisores compararam as decisões
e quando houve desacordo chegaram a um consenso
com arbitragem adicional de um terceiro revisor. A
qualidade dos artigos foi avaliada a partir de um
conjunto de critérios. Esses critérios assentaram nas
medidas usadas para aumentar o rigor dos estudos
selecionados; nas medidas usadas para aumentar o
rigor da análise dos dados; nos resultados e sua
discussão (se eram suportados pelos dados); bem
como na extensão e especificidade dos resultados.
Seguidamente, os estudos foram avaliados em
termos da sua fiabilidade e utilidade, sendo a escala
de classificação definida pelos revisores como baixa,
média e elevada. Como todos os estudos foram
avaliados acima do critério mínimo de qualidade,
todos foram incluídos na revisão (n=7). Para analisar
os resultados recorreu-se à síntese temática
(thematic synthesis). Os estudos foram lidos,
identificando as principais caraterísticas e
resultados, independentemente por dois revisores,
que depois reuniram para discutir os resultados de
cada estudo.
!
Figura 1- Diagrama de fluxo.
RESULTADOS
Na Tabela 1 é apresentado o número total de estudos
que foram analisados dentro de cada revisão
sistemática, bem como o número de estudos que
associaram a prática de AF e EF, a cognição e o RA.
Dentro destas sete revisões sistemáticas foram
identificados 100 estudos que relacionaram as
variáveis em estudo, sendo que 62 destes reportaram
uma associação positiva entre as variáveis.!Nos
estudos analisados as relações foram discriminadas
quanto ao tipo, duração, frequência e intensidade da
AF, bem como sexo e idade. Lees e Hopkins (2013)
apresentam uma relação benéfica no RA com a
prática de AF do tipo aeróbio, a partir da
acumulação de 45 minutos por semana. Haapala
(2012) salienta maiores benefícios no RA quando a
duração da AF é de 40 minutos, três vezes por
semana comparativamente a 20 minutos com a
mesma frequência. Norris, Shelton, Dunsmuir,
Duke-Williams, e Stamatakis (2015) salientam que a
prática de AF moderada a vigorosa produz efeitos
positivos na melhoria da cognição e do RA. Lees e
Hopkins (2013), por sua vez verificaram que a
prática de AF de intensidade moderada por si
apresenta benefícios, enquanto Esteban-Cornejo et
al. (2015) concluíram que a AF de intensidade
vigorosa produz um maior impacto nos processos
cognitivos e no RA. É sugerido ainda que a prática
de AF apresenta benefícios no RA para ambos os
sexos (Trudeau & Shephard, 2008) todavia, Esteban-
Cornejo et al. (2015) e Norris et al. (2015)
verificaram que estes benefícios são superiores no
sexo feminino. Concomitantemente, Esteban-
Cornejo et al. (2015) apontam melhorias na
cognição e no RA em idades entre os 13 e os 18
anos.
DISCUSSÃO
A fim de melhor discutir os efeitos da EF/AF sobre a
cognição e rendimento académico agrupámos os
principais resultados em três categorias de relação.
Educação física e rendimento académico!!
Existem fortes evidências para a ausência de efeitos
negativos dos programas de EF sobre os resultados
académicos (Murray et al., 2007). Foi
adicionalmente identificado que participar em três
ou mais aulas de EF por semana está positivamente
correlacionado com uma melhoria no RA, sugerindo
que a distribuição da carga horária semanal pode ser
um fator relevante (Esteban-Cornejo et al., 2015).
Murray et al. (2007) verificaram que um programa
de intervenção em EF demonstrou ganhos
significativos ao nível da leitura, não existindo
diferenças para as notas de matemática num teste
estandardizado, sugerindo que mesmo reduzindo o
número de horas alocadas às restantes disciplinas,
em detrimento de EF, não existe um prejuízo no
funcionamento e resultados académicos globais.
Atividade física e rendimento académico
Revista da Sociedade Científica de Pedagogia do Desporto, 1(6), pp.24-29, 2015
27
Atividade física e rendimento académico!!
São diversos os estudos que sugerem evidência para
uma relação positiva entre a prática de AF e o RA
(Esteban-Cornejo et al., 2015; Rasberry et al., 2011).
Lees & Hopkins (2013) constataram que a atividade
física aeróbica (AFA) está positivamente associada
com o RA e com o comportamento, para além de
diversas variáveis psicossociais. Referem na sua
análise sistemática um estudo longitudinal onde
foram encontradas melhorias significativas no RA
ao longo de um período de três anos, em escolas que
integram programas de AFA (Donnelly et al., 2009).
Relativamente a este tipo de AF, Reed et al. (2010)
sugerem que existem benefícios significativos em
testes de inteligência, mesmo que realizada com
intensidade moderada. Desta mesma revisão
sistemática surge evidência de que uma acumulação
superior a 45 minutos por semana pode trazer
benefícios para o RA. Ainda assim, Haapala (2012)
sugere que a prática de 40 minutos de AF com uma
frequência de três vezes semanais pode trazer
benefícios acrescidos a intervenções que utilizem
um menor volume, distando ainda assim das
recomendações emanadas pela Organização Mundial
de Saúde (2010) no que toca ao volume
recomendado de AF para jovens e crianças com
vista a benefícios para a saúde de 60 minutos
diários. Trudeau e Shephard (2008) corroboram a
tendência apresentada, verificando que o desporto e
a AF foram preditores de melhor RA em 2200
estudantes do ensino médio nos Estados Unidos da
América. Assim, estes concluem que uma limitação
ou redução do tempo destinado à prática de AF, seja
esta em programas de EF ou de índole desportiva,
não conduzirá a uma melhoria do RA, nem da
aptidão física (bem como marcadores de saúde
cardiovascular e metabólica associados à mesma).
Norris et al. (2015) vêm acrescentar ao corpo de
literatura a investigação sobre a utilização do que os
autores nomeiam de aulas fisicamente ativas aulas
de matemática, língua materna e estudos sociais que
Autores(
Estudos(
analisados(
%(de( estudos(com(
associação(
positiva( entre(
variáveis(
Principais(conclusões(
Esteban)Cornejo,!
Tejero)Gonzalez,!
Sallis,!&!Veiga,!2015!
20!
80%!
AF!intensa!parece!estar!
positivamente!associada!com!o!
desempenho!cognitivo;!
AF!geral!relacionada!com!o!
rendimento!académico,!
especialmente!em!adolescentes!do!
sexo!feminino;!
Haapala,!2012!
9!
55,5%!
AF!pode!melhorar!processos!
cognitivos!e!memória,!que!a!longo!
prazo!poderão!ter!efeitos!positivos!
no!rendimento!académico;!
Lees!&!Hopkins,!
2013!
8!
80%!
Sugestão!de!benefícios!no!
rendimento!académico!a!partir!da!
acumulação!de!45!minutos/semana!
de!AF;!
Murray,!Low,!Hollis,!
Cross,!&!Davis,!2007!
17!
50%!
Tendência!positiva!para!o!aumento!
do!rendimento!académico!através!
da!AF;!
Norris,!Shelton,!
Dunsmuir,!Duke)
Williams,!&!
Stamatakis,!2015!
11!
50%!
Utilização!de!AF!durante!aulas!pode!
potencializar!rendimento!
académico;!
Rasberry!et!al.,!2011!
43!
50,5%!
Sugestão!de!associação!positiva!
entre!AF!e!rendimento!académico;!
Trudeau!&!
Shephard,!2008!
15!
66%!
Rendimento!académico!não!
aumenta!com!a!limitação!da!AF;!
Atividade física e rendimento académico
Revista da Sociedade Científica de Pedagogia do Desporto, 1(6), pp.24-29, 2015
28
incluem AF apresentando evidência que sugere
aparentes melhorias no RA. Ainda que a larga
evidência acima mencionada nos permita tecer
associações entre a duração da AF e os seus efeitos
sobre o RA, a associação entre a intensidade ótima
da AF com fim a maximizar os efeitos sobre o RA
encontra-se ainda ténue na literatura, ainda que
exista evidência crescente dos benefícios da AF de
intensidade vigorosa relativamente à intensidade
leve ou moderada (Esteban-Cornejo et al., 2015).
Atividade física e cognição!!
Um crescente corpo de literatura sugere que a AF
tem associações positivas significativas sobre
medidas de cognição, como a concentração,
memória de trabalho e inibição de comportamentos
de desvio em sala de aula (Esteban-Cornejo et al.,
2015). Haapala (2012) relatou uma melhoria na
concentração como resultado da prática de AF, bem
como uma melhoria na memória de trabalho após a
realização de uma tarefa de AF com intensidade
moderada. Para além disto, o autor identificou uma
melhoria no comportamento em sala de aula. Este
mesmo autor sugere, através da literatura
sistematizada, um papel indireto da AF sobre o RA,
através da cognição a cognição encontra-se
associada à aprendizagem, que por sua vez se
relaciona com o RA. A fim de melhor compreender
o efeito da AF sobre a cognição (e por sua vez no
RA) é importante investigar os mecanismos por
detrás do fenómeno. A maioria das pesquisas sobre
estes mecanismos tem-se centrado no efeito da AF
sobre o hipocampo dada a sua função central na
memória e aprendizagem. Trudeau e Shephard
(2008) apontam para um aumento da potenciação a
longo termo (PLT) mecanismo que conduz a um
aumento da eficiência sináptica perante um aumento
do número de estímulos sinápticos como
fundamental na relação entre AF e cognição. Assim
estes sistematizam três efeitos principais da AF
crónica sobre o hipocampo. O primeiro consiste num
aumento da neurogénese (formação de novos
neurónios) após prática de AF. O segundo efeito
aponta para um aumento da PLT em si, conduzindo
a uma maior capacidade aprendizagem. O terceiro
consiste na resposta hormonal à AF, potenciando
uma concentração aumentada de fatores neuro-
protetivos tais como o brain-derived neurotrophic
factor (BDNF), insulin-like growth factor-1 (IGF-1)
e fibroblast growth factor-2 (FGF-2) no hipocampo,
que para além de conduzirem a uma neurogénese
aumentada, diminuem os processos oxidativos e
danos originados por estes.
Implicações e limitações!
O presente estudo vem reforçar a necessidade de
tomada de decisões de índole política e educacional
por forma a potenciar a prática de EF sendo que
esta representa acesso curricular para todos a uma
prática de AF monitorizada por especialistas e de
AF em contexto escolar, através de uma distribuição
cuidada da carga horária da disciplina, bem como
uma atenção especial à intensidade das aulas.
Durante a realização desta revisão deparámo-nos
com várias formas distintas de medir o RA e
definição das variáveis de estudo, o que pode
influenciar as ilações e interpretação dos dados. Para
além disso verificámos uma escrita cautelosa por
parte dos autores no que toca às suas conclusões
finais, ainda que por vezes os resultados sejam
significativos. Uma das limitações desta revisão
passa pelo facto de não termos classificado ou
diferenciado as revisões sistemáticas de acordo com
o tamanho dos participantes dos seus estudos, bem
como termos optado por realizar a pesquisa inicial
somente numa base de dados.
CONCLUSÃO
Ainda que seja necessário um maior corpo de
estudos longitudinais, a maior parte da literatura
existente à data aponta para uma associação positiva
entre a AF e o RA, sendo recomendadas
acumulações de AF superiores a 120 minutos
semanais, com evidência que sugere benefícios da
intensidade vigorosa. No que toca à redução da
carga horária dedicada à prática de AF em
programas de EF, a evidência sugere que a mesma
não trará benefícios ao RA, para além de apontar
para uma associação positiva entre a prática de aulas
de EF três vezes por semana e o RA. Encontra-se
também sugerido na literatura um incremento na
cognição e variáveis associadas a esta memória e
concentração através da prática de AF. É reforçado
o papel da AF no aumento do RA através de
benefícios na cognição, dado que esta melhora a
capacidade de aprendizagem.
Atividade física e rendimento académico
Revista da Sociedade Científica de Pedagogia do Desporto, 1(6), pp.24-29, 2015
29
REFERÊNCIAS
Ardoy, D. N., Fernández-Rodríguez, J. M., Jiménez-
Pavón, D., Castillo, R., Ruiz, J. R., & Ortega, F. B.
(2014). A physical education trial improves
adolescents’ cognitive performance and academic
achievement: The EDUFIT study. Scandinavian
Journal of Medicine & Science in Sports, 24(1),
e5261. http://doi.org/10.1111/sms.12093
Ardoy, D. N., Fernández-Rodríguez, J. M., Jiménez-
Pavón, D., Castillo, R., Ruiz, J. R., & Ortega, F. B.
(2014). A physical education trial improves
adolescents’ cognitive performance and academic
achievement: The EDUFIT study. Scandinavian
Journal of Medicine & Science in Sports, 24(1),
e5261. http://doi.org/10.1111/sms.12093
Caspersen, C. J., Powell, K. E., & Christenson, G.
M. (1985). Physical activity, exercise, and physical
fitness: Definitions and distinctions for health-
related research. Public health reports, 100(2), 126.
Donnelly, J. E., Greene, J. L., Gibson, C. A., Smith,
B. K., Washburn, R. A., Sullivan, D. K.,
Williams, S. L. (2009). Physical activity across the
curriculum (PAAC): A randomized controlled trial
to promote physical activity and diminish
overweight and obesity in elementary school
children. Preventive medicine, 49(4), 336341.
http://doi.org/10.1016/j.ypmed.2009.07.022
Esteban-Cornejo, I., Tejero-Gonzalez, C. M., Sallis,
J. F., & Veiga, O. L. (2015). Physical activity and
cognition in adolescents: A systematic review.
Journal of Science and Medicine in Sport.
http://doi.org/10.1016/j.jsams.2014.07.007
Gottfredson, L. S., & Deary, I. J. (2004).
Intelligence predicts health and longevity, but why?
Current Directions in Psychological Science, 13(1),
1–4. http://doi.org/10.1111/j.0963-
7214.2004.01301001.x
Haapala, E. (2012). Physical activity, academic
performance and cognition in children and
adolescents. A systematic review. Baltic Journal of
Health and Physical Activity, 4(1), 5361.
Howie, E. K., & Pate, R. R. (2012). Physical activity
and academic achievement in children: A historical
perspective. Journal of Sport and Health Science,
1(3), 160169.
http://doi.org/10.1016/j.jshs.2012.09.003
Lees, C., & Hopkins, J. (2013). Effect of aerobic
exercise on cognition, academic achievement, and
psychosocial function in children: A systematic
review of randomized control trials. Preventing
Chronic Disease, 10.
http://doi.org/10.5888/pcd10.130010
Murray, N. G., Low, B. J., Hollis, C., Cross, A. W.,
& Davis, S. M. (2007). Coordinated school health
programs and academic achievement: A systematic
review of the literature. The Journal of School
Health, 77(9), 589600.
http://doi.org/10.1111/j.1746-1561.2007.00238.x
Norris, E., Shelton, N., Dunsmuir, S., Duke-
Williams, O., & Stamatakis, E. (2015). Physically
active lessons as physical activity and educational
interventions: A systematic review of methods and
results. Preventive Medicine, 72C, 116125.
http://doi.org/10.1016/j.ypmed.2014.12.027
Peralta, M., Maurício, Í., Lopes, M., Costa, S.,
Sarmento, H., & Marques, A. (2015). A relação
entre a educação física e o rendimento académico
dos adolescentes: Uma revisão sistemática (The
relationship between physical education and
academic achievement for adolescents: A systematic
review). Revista de Psicologia da Criança e do
Adolescente, 5(2), 129137.
Physical Activity Guidelines Advisory Committee.
(2008). Physical activity guidelines advisory
committee report. Washington, DC.
Rasberry, C. N., Lee, S. M., Robin, L., Laris, B. A.,
Russell, L. A., Coyle, K. K., & Nihiser, A. J. (2011).
The association between school-based physical
activity, including physical education, and academic
performance: A systematic review of the literature.
Preventive Medicine, 52(Suppl 1), S1020.
http://doi.org/10.1016/j.ypmed.2011.01.027
Reed, J. A., Einstein, G., Hahn, E., Hooker, S. P.,
Gross, V. P., & Kravitz, J. (2010). Examining the
impact of integrating physical activity on fluid
intelligence and academic performance in an
elementary school setting: A preliminary
investigation. Journal of Physical Activity & Health,
7(3), 343351.
Trudeau, F., & Shephard, R. J. (2008). Physical
education, school physical activity, school sports
and academic performance. International Journal of
Behavioral Nutrition and Physical Activity, 5(1), 10.
http://doi.org/10.1186/1479-5868-5-10
UNESCO. (2014). UNESCO-NWCPEA. World-wide
survey of school physical education. Paris, France:
UNESCO.
World Health Organization. (2010). Global
recommendations on physical activity for health.
Geneva, Switzerland: World Health Organization.
... Em uma perspectiva que aos poucos ganha espaço, os aspectos motores, físicos e corporais, tão próprios da Educação Física, aproximam-se do viés primário e dualístico da escola: ensinar-aprender. Dessa forma, este componente curricular que, historica- A participação de crianças em idade escolar da prática de atividades físicas, incluindo as aulas de Educação Física, atua positivamente sobre os processos envolvidos na cognição e na aprendizagem (MOTA et al., 2015), apontando o benefício das práticas corporais sobre processos de memória, atenção, tempo de reação, consequentemente levando a uma melhora no desempenho escolar das crianças (CHADDOCK et al., 2011). Ganhos significativos relacionados à leitura foram constatados por Murray et al. (2007), em decorrência de programas de intervenção com Educação Física Escolar, mesmo com a redução do número de horas destinadas às demais disciplinas em favor deste componente. ...
... Desta forma, a Educação Física escolar vem deixando de ser vista apenas como um recurso pedagógico que se limita ao corpo em seus aspectos meramente biológicos. Mais recentemente, em virtude da quebra de antigos paradigmas pela Ciência, a área de Educação Física vem sendo encarada como um importante recurso no processo de aprendizagem e na melhora do desempenho escolar em decorrência de sua, ainda pouco explorada, relação com os aspectos cognitivos (LEES; HOPPIKINS, 2013; MERE-GE FILHO et al., 2014;MOTA et al., 2015). Por outro lado, já é consagrada sua relação com outros elementos educacionais, como a regulação de comportamentos em grupo, a construção de relações sociais, a adoção de hábitos saudáveis e a transmissão de valores sociais e culturais (MARQUES; CATUNDA, 2015; SOUZA; MOURA; ANTUNES, 2016). ...
Article
Full-text available
O espaço ocupado pela Educação Física no ambiente escolar vem sendo ampliado ao longo do tempo, sobretudo, em virtude de importantes reflexões sobre seu verdadeiro papel educacional. Os Anos Iniciais do Ensino Fundamental têm-se apresentado como um local de importantes discussões a respeito da atuação dos professores unidocentes ou da possibilidade de atuação de professores especialistas. Desta forma, este estudo tem por objetivo identificar e refletir sobre as percepções de professores unidocentes sobre a Educação Física nos Anos Iniciais. . Para tanto, foi realizada uma pesquisa qualitativa e exploratória com quinze professoras unidocentes que receberam em suas turmas de trabalho estagiários de um curso de Educação Física. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas e os dados avaliados através de análise de conteúdo. Os achados apontam um panorama persistente, no qual a Educação Física vem sendo trabalhada de forma limitada, através de atividades recreativas e brincadeiras, em decorrência de uma formação ineficiente e inespecífica, na qual esta área do conhecimento pode estar sendo colocada em segundo plano. Em contraponto, os avanços da ciência podem estar servindo para desconstruir antigos paradigmas, abrindo espaço para que a Educação Física possa também ser reconhecida por sua influência positiva nos processos relacionados à cognição e à aprendizagem dos alunos.
... The positive relationship perceived in most investigated research is similar to the results found in other systematic reviews on the relationship between Physical Education and physical activity and academic performance, which concluded that the younger people participate in physical activity practices, the better their school performance (Peralta, Maurício, Lopes, Costa, Sarmento, & Marques, 2014;Mota, Picado, Assunção, Alvito, Gomes, & Marques, 2015). Thus, even if participation in sport causes tiredness, lack of time and an extensive routine of training and competitions, these do not, in the perception of young people, dedication, involvement and good performance in studies. ...
Article
Full-text available
The purpose of this article was to map the published empirical investigations on the involvement and sports and school performance of young athletes, through a systematic literature search in the Lilacs, ProQuest, Scielo and SportDiscus electronic databases. The characteristics of the studies were analyzed using absolute frequency, while their results were analyzed using categories (NVIVO PRO, version 12). The 17 selected studies revealed, in the athletes' perception, more benefits than harms due to the involvement with the sport, a positive relationship between sport and study, and a positive influence of sports practice on the academic performance of student-athletes. It can be concluded that the dual career accumulates numerous commitments and obligations, however, the benefits and positive relationships established make this involvement, in the perception of young people, something favorable to their development, making it essential to their human formation in a comprehensive way. Further research is needed to broaden the understanding of how trainings are related and how they influence the lives of student-athletes throughout their lives. Key Words: Athlete, Students, Education, Youth Sport.
... Existe um grande corpo científico no campo da educação física que também investiga e aponta a relação benéfica das práticas corporais no rendimento acadêmico (Peralta et al., 2014). Em torno desta relação, há diversos estudos com hipóteses e evidências buscando entender os mecanismos da relação positiva entre exercício físico e o rendimento acadêmico (Lipošek et al., 2018;Mota et al., 2015;Netto et al., 2012;Peralta et al., 2014;Silva et al., 2010). Para fins didáticos, foi dada ênfase a duas vertentes que buscam explicar a relação positiva. ...
Article
Full-text available
O presente trabalho abordou a influência do exercício físico no rendimento acadêmico na Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri-Brasil (UFVJM). Deste modo, o objetivo da pesquisa se deu em investigar se a correlação entre grupos de alunos com boas notas e os níveis de exercícios. Participaram da pesquisa 191 universitários com média de idade 23 anos, 125 mulheres e 66 homens. Como instrumento de coleta de dados, foi utilizado o questionário internacional de atividade física (IPAQ) e o coeficiente de rendimento acadêmico (CRA) declarados pelos indivíduos. Foram comparados os grupos de praticantes e não praticantes de exercícios físicos a partir de critérios de corte minutos/semanas e seus índices de coeficiente de rendimento acadêmico. Após a categorização, os grupos foram avaliados quanto a significância pelo teste t de students. O resultado do primeiro parâmetro de corte de no mínimo 60 minutos/semanais de exercícios vigorosos demonstrou não haver significância na relação de melhores índices de coeficiente de rendimento acadêmico. No segundo parâmetro de corte de no mínimo 150 minutos/semanais de exercícios moderado, houve diferença significativa. É possível concluir que, no que se refere a amostragem os exercícios moderados de no mínimo 150 minutos/semanais então correlacionados com melhores índices de coeficiente de rendimento acadêmico.
... Existe um grande corpo científico no campo da educação física que também investiga e aponta a relação benéfica das práticas corporais no rendimento acadêmico (Peralta et al., 2014). Em torno desta relação, há diversos estudos com hipóteses e evidências buscando entender os mecanismos da relação positiva entre exercício físico e o rendimento acadêmico (Lipošek et al., 2018;Mota et al., 2015;Netto et al., 2012;Peralta et al., 2014;Silva et al., 2010). Para fins didáticos, foi dada ênfase a duas vertentes que buscam explicar a relação positiva. ...
... Em relação ao número de sessões segundo Van Den Berg et al. (2016), parece haver uma relação dependente entre essas variáveis, pois as sessões com tempo superiores a 20 minutos de acordo com Reed et al. (2013), e com mais de uma sessão promoveram alterações positivas nos testes de memória. Com esse propósito Mota et al. (2015), recomenda 40 minutos diários de atividade física por 3 dias na semana e ainda com intensidade vigorosa. Em outros estudos Skriver et al. (2014), So (2012) e Winter et al. (2007), observaram que a intensidade vigorosa é mais indicada para os praticantes do sexo masculino e a intensidade moderada, segundo So (2012), promovem melhores alterações para os praticantes do sexo feminino. ...
Article
Full-text available
Objetivo: O objetivo dessa pesquisa foi fazer uma revisão sistemática para verificar a relação do exercício físico e o BDNF na aprendizagem. Como objetivos específicos: verificar qual o tipo de exercício é mais indicado; intensidade; relação com o gênero e com a faixa etária e ainda o melhor momento para sua realização. Metodologia: A busca pelos documentos foi realizada nas bases de dados: PubMed, LILACS e Google Acadêmico. Foram considerados artigos de revisão, experim entais e dissertações (Doutorado e Mestrado) publicados nos últimos vinte anos (1996 – 2016), escritos em inglês, espanhol e português. Como critérios de inclusão testes realizados em seres humanos e em modelos animais; relacionando à prática de exercícios com o BDNF e a sua influência na aprendizagem. Como critérios de exclusão os documentos que não apresentaram dados como: gênero, idade, intensidade, número e tempo de cada sessão. Foram selecionados 120 documentos, restando somente 19, segundo os critérios de inclusão. Resultado e Discussão: As pesquisas em neurociências relacionadas à educação contribuem para o aprimoramento das práticas pedagógicas levando em conta as funções encefálicas e suas relações com a aprendizagem. O Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF) tem como função promover a sobrevivência dos neurônios. O exercício físico promoveu alterações positivas nas concentrações de BDNF estando relacionado à melhora do desempenho neurológico. Conclusão: O exercício aeróbio parece ser o mais indicado com intensidade vigorosa para o sexo masculino e a intensidade moderada para o feminino, as intervenções com tempo superiores há 20 minutos e com mais de uma sessão foram mais indicadas, contudo são necessárias novas pesquisas.
... The intensity of the PA also appears to influence the academic performance 8,10,22 . A recent systematic review 23 showed the existence of a positive association between measures of cognition and the practice of PA. Thus, a different analysis was proposed in this study, in which tha differences between the active and insufficiently students were considered, as well as the between the participants in sports schools and non-participants. ...
Article
Full-text available
There are still doubts about the real benets of physical activity on the academic performance of adolescents. The aim of this study was to determine whether the physical activity (PA) interferes in the academic performance of high school students.The study included 348 adolescents from one fed- eral public school. For information regarding PA, the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ short-version) was used. For PAL classication the adolecents who had 300 minutes/week or more of physical activity were considered as active. The information related to the participation in sports schools was obtained through a question inserted in IPAQ. For the academic performance, the average grades of the rst semester of 2015 were used, within the three major Knowledge Areas, as dened by the National Curriculum Standards. ere was no signicant correlation between academic performance and PA (r= 0.06; p= 0.28). Higher minimum scores were found among active high school students and higher average school for areas 1 – Languages, Codes and its Technologies (7.2±0.8) and 2 – Natural Sciences, Mathematics and its Technologies (6.6±1.3) among participants in sports schools, with statistical signicance (p= 0.017; p= 0.014). In conclusion, PAL did not relate to the academic performance of pupils in this study and participants of sports schools achieved better academic performance demonstrating that sports activities can cause benecial eects in their cognitive performances.
Article
Full-text available
Introdução: Os estudantes do ensino superior que participam em atividades físicas regulares tendem a demonstrar melhores atributos, como aumento da atividade cerebral, melhores níveis de concentração e de energia, o que pode dar maior suporte ao desenvolvimento cognitivo. Objetivo: Analisar a relação entre a atividade física e o rendimento escolar nos estudantes do ensino superior. Métodos: Realizou-se uma revisão sistemática da literatura. A seleção de artigos, com data de publicação entre 2015-2020, foi feita em plataformas informáticas, nomeadamente: PubMed e B-On. Na análise dos estudos tiveram-se em consideração os critérios de inclusão definidos. Resultados: A análise dos artigos que constituíram o corpus de análise desta revisão integrativa da literatura (n=3) indica unanimidade quanto ao facto de haver relação entre a prática de atividade física e o rendimento escolar de estudantes do ensino superior. Ficou confirmada a existência de uma associação significativa entre o nível de atividade física moderada e vigorosa e um melhor desempenho académico, comparativamente aos estudantes com níveis mais elevados de inatividade física. Conclusão: Os resultados sugerem que se estimule a prática de atividade física em estudantes do ensino superior, por potenciar um melhor rendimento escolar e consequentemente facilitar o desenvolvimento das suas competências sensoriais, motoras, cognitivas e emocionais.
Article
Full-text available
O presente trabalho apresenta uma reflexão teórica acerca da realidade escolar brasileira em relação à Educação Física. A abordagem metodológica utilizada é a pesquisa bibliográfica. Verifica-se a obrigatoriedade da disciplina na escola e direcionamento de uma educação crítica e contextualizada com a realidade por parte do Estado, que contraditoriamente não oferece condições adequadas para a prática. Verifica-se o descaso com a disciplina por parte das escolas, que não consideram sua amplitude e importância. Conclui-se que a Educação Física no ensino médio é um direito ameaçado, que a prática diária da disciplina pode contribuir de forma positiva para a saúde e apreensão crítica dos conhecimentos relativos à cultura de movimento para estudantes do ensino médio.
Article
Full-text available
The present study sought to analyze the associations of physical activity and academic achievement of middle school students from the city of Talca, Chile. A total of 2,094 (52,1% female) children and adolescents, boys and girls from 12 to 19 years old, participated in the study. The physical activity was measured by questionnaire. Data on students’ academic achievement was obtained through consulting the school official documents about the final year grades in Mathematics, Biology, Physical Education, English and Spanish. A linear regression analysis was performed to evaluate the associations of physical activity and academic achievement. The results show that the students’ attendance across subjects was 90%. The mean of all subjects was above 4 (enough to have success and to move on for the next school year). Girls had the higher grades in biology 5,80 ± 0,61, p = 0.001, English 5,88 ± 0,65, p = 0.01 e Spanish 5,91 ± 0,57, p < 0.001. More that 75% of the sample mentioned to practice physical activity at least three times per week. Boys were significantly more active than girls (26,40 ± 6,12 and 25,54 ± 5,97 p = 0.001). Among boys, physical activity was positively associated with their mathematics grades [F(6; 857) = 8,180, p = 0.039; t(857) = 2,068, p = 0.039]. The linear regression results only revealed a significant association between the physical activity score (25,96 ± 6,06) and mathematics grades for boys (β= 0,07; p = 0,039). These study results lead to the conclusion that boys with a higher physical activity score had a better academic achievement in mathematics, but not in biology, physical education, English and Spanish.
Article
Full-text available
As the focus on academic achievement has increased, physical activity opportunities in schools have decreased in the United States. In an attempt to discover how the decline in physical activity may affect academic achievement, researchers have been studying the effects of physical activity on cognition and academic achievement in children for more than fifty years. This review takes a historical perspective on the science of physical activity and academic achievement prior to and during the past five years. A total of 125 published articles were included and reviewed. Fifty-three of these articles were published in the past five years. In recent years, the overall quality of the studies has increased, but the results continue to be inconsistent. Many use cross-sectional designs and the methods vary substantially. The majority of conclusions show a positive effect of physical activity on constructs related to academic achievement. Future studies should use strong study designs to examine the types and doses of physical activity needed to produce improvements in academic achievement.
Article
Full-text available
Although the effects of aerobic physical activity (APA) on children's physical health is well characterized, the effect of aerobic physical activity on cognition, academic achievement, and psychosocial function has not yet been established. This systematic review provides an overview of research elucidating the relationship between aerobic physical activity and children's cognition, academic achievement, and psychosocial function. A systematic review of English articles was performed in April 2013 using MEDLINE, Cochrane, PsycINFO, SPORTDiscus, and EMBASE. Additional studies were identified through back-searching bibliographies. Only randomized control trials with an intervention of aerobic physical activity in children younger than 19 years that measured psychological, behavioral, cognitive, or academic outcomes were included. We found 8 relevant randomized control trials that met our inclusion criteria and extracted relevant data and evaluated the methodologic quality of the studies. Of the 8 studies identified, 2 studies were crossover randomized control trials studying the effects of acute aerobic physical activity on cognitive performance. Six studies were parallel-group randomized control studies, of which only 2 had a follow-up period of longer than 6 months. All studies showed that APA had a generally positive impact on children's cognition and psychosocial function. However, this relationship was found to be minimal in many studies and in some measures, no significant improvement was seen at all. There was no documentation of APA having any negative impact on children's cognition and psychosocial health, even in cases where school curriculum time was reassigned from classroom teaching to aerobic physical activity. APA is positively associated with cognition, academic achievement, behavior, and psychosocial functioning outcomes. More rigorous trials with adequate sample sizes assessing the impact of APA on children's cognitive abilities, psychosocial functioning, behavior, and academic achievement are needed, with standardized interventions, valid and reliable tools of measurement, and long-term follow-up for sustained cognitive and psychosocial outcomes.
Article
Full-text available
A literature review was conducted to investigate the effect of physical exercise and physical training on cognition and academic performance in children and adolescents. Nine randomized or quasi-randomized controlled trials with 2,013 participants were identified by employing the following data sources: the Cochrane Register of Controlled Trials, Medline, Eric, CINAHL, PsychINFO, and ISI Web of Knowledge. Five studies indicated positive effects of physical exercise on attention, concentration, and working memory, and three studies reported positive effects of 14 to 64 week physical training on language and arithmetic skills. Thus, there is some evidence that physical exercise may facilitate cognitive functions related to learning and enhance academic performance.
Article
Objective The purpose of this report is to perform a systematic review of the evidence on the associations between physical activity and cognition by differentiating between academic and cognitive performance measures. Second-generation questions regarding potential mediators or moderators (i.e. sex, age and psychological variables) of this relationship were also examined. Design Systematic review. Methods Studies were identified from searches in PubMed, Sportdiscus and ERIC databases from 2000 through 2013. The search process was carried out by two independent researchers. Results A total of 20 articles met the inclusion criteria, 2 of them analyzed both cognitive and academic performance in relation to physical activity. Four articles (18%) found no association between physical activity and academic performance, 11 (50%) found positive association and one showed negative association (5%). Five articles (23%) found positive association between physical activity and cognitive performance and one showed negative association (5%). The findings of these studies show that cognitive performance is associated with vigorous physical activity and that academic performance is related to general physical activity, but mainly in girls. Results of the review also indicate that type of activity and some psychological factors (i.e. self-esteem, depression) could mediate the association between physical activity and academic performance. Conclusions Results of the review support that physical activity is associated with cognition, but more research is needed to clarify the role of sex, intensity and type of physical activity and some psychological variables of this association.
Book
WHO developed the Global Recommendations on Physical Activity for Health with the overall aim of providing national and regional level policy makers with guidance on the dose-response relationship between the frequency, duration, intensity, type and total amount of physical activity needed for the prevention of NCDs. The recommendations set out in this document address three age groups: 5-17 years old; 18-64 years old; and 65 years old and above. The section below includes the recommendations for each age group. For further information click below and download the complete document or click on the individual age groups for specific recommendations.
Article
To analyze the effects of an intervention focused on increasing the time and intensity of Physical Education (PE), on adolescents' cognitive performance and academic achievement. A 4-month group-randomized controlled trial was conducted in 67 adolescents from South-East Spain, 2007. Three classes were randomly allocated into control group (CG), experimental group 1 (EG1) and experimental group 2 (EG2). CG received usual PE (two sessions/week), EG1 received four PE sessions/week and EG2 received four PE sessions/week of high intensity. Cognitive performance (non-verbal and verbal ability, abstract reasoning, spatial ability, verbal reasoning and numerical ability) was assessed by the Spanish Overall and Factorial Intelligence Test, and academic achievement by school grades. All the cognitive performance variables, except verbal reasoning, increased more in EG2 than in CG (all P < 0.05). Average school grades (e.g., mathematics) increased more in EG2 than in CG. Overall, EG2 improved more than EG1, without differences between EG1 and CG. Increased PE can benefit cognitive performance and academic achievement. This study contributes to the current knowledge by suggesting that the intensity of PE sessions might play a role in the positive effect of physical activity on cognition and academic success. Future studies involving larger sample sizes should confirm or contrast these preliminary findings.
Article
The 2005 Dietary Guidelines Advisory Committee evaluated the science base for the relationships of diet and physical activity and health using an evidence-based approach. The USDA Food Intake Patterns were used as a tool to model food group recommendations that meet 100% of the current Dietary Reference Intake standards for most nutrients. Americans need to make substantial changes in food choices to meet their nutrient needs without exceeding their energy needs. The new guidelines stress the importance of making calories count by choosing nutrient-dense foods combined with adequate physical activity.
Article
Background: Physical Activity Across the Curriculum (PAAC) was a three-year cluster randomized controlled trial to promote physical activity and diminish increases in overweight and obesity in elementary school children. Methods: Twenty-four elementary schools were cluster randomized to the Physical Activity Across the Curriculum intervention or served as control. All children in grades two and three were followed to grades four and five. Physical Activity Across the Curriculum promoted 90 min/wk of moderate to vigorous intensity physically active academic lessons delivered by classroom teachers. Body Mass Index was the primary outcome, daily Physical activity and academic achievement were secondary outcomes. Results: The three-year change in Body Mass Index for Physical Activity Across the Curriculum was 2.0+/-1.9 and control 1.9+/-1.9, respectively (NS). However, change in Body Mass Index from baseline to 3 years was significantly influenced by exposure to Physical Activity Across the Curriculum. Schools with > or =75 min of Physical Activity Across the Curriculum/wk showed significantly less increase in Body Mass Index at 3 years compared to schools that had <75 min of Physical Activity Across the Curriculum (1.8+/-1.8 vs. 2.4+/-2.0, p=0.02). Physical Activity Across the Curriculum schools had significantly greater changes in daily Physical activity and academic achievement scores. Conclusions: The Physical Activity Across the Curriculum approach may promote daily Physical activity and academic achievement in elementary school children. Additionally, 75 min of Physical Activity Across the Curriculum activities may attenuate increases in Body Mass Index.
Article
The purpose of this review is to synthesize the scientific literature that has examined the association between school-based physical activity (including physical education) and academic performance (including indicators of cognitive skills and attitudes, academic behaviors, and academic achievement). Relevant research was identified through a search of nine electronic databases using both physical activity and academic-related search terms. Forty-three articles (reporting a total of 50 unique studies) met the inclusion criteria and were read, abstracted, and coded for this synthesis. Findings of the 50 studies were then summarized. Across all the studies, there were a total of 251 associations between physical activity and academic performance, representing measures of academic achievement, academic behavior, and cognitive skills and attitudes. Slightly more than half (50.5%) of all associations examined were positive, 48% were not significant, and 1.5% were negative. Examination of the findings by each physical activity context provides insights regarding specific relationships. Results suggest physical activity is either positively related to academic performance or that there is not a demonstrated relationship between physical activity and academic performance. Results have important implications for both policy and schools.