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Recebido
04-11-05
Aprovado
09-12-05
Artigo original – Original article
Medindo a satisfação com a vida dos médicos no Brasil
Measuring life satisfaction among physicians in Brazil
Valdiney V. Gouveia, Genário Alves Barbosa, Edson de Oliveira Andrade e Mauro
Brandão Carneiro
Resumo
Objetivo: O presente estudo teve como objetivo adaptar para a população
médica brasileira a Escala de Satisfação com a Vida (ESV) e avaliar a sua
validade de construto. Métodos: Contou-se com a participação de 14.405
prossionais das cinco regiões do país. Estes tinham idades entre 22 e 85
anos (média 40,8 ± 10,2), sendo a maioria do sexo masculino (69,8%).
Eles responderam a um questionário eletrônico (on-line) com seis blocos
de itens, incluindo aqueles da ESV, que são respondidos numa escala de
7 pontos, variando de 1 (discordo totalmente) a 7 (concordo totalmente).
As respostas dos participantes à escala foram submetidas às análises de
componentes principais (CP) e fatorial conrmatória (FC). Resultados: Os
resultados da CP indicaram consistentemente uma estrutura unifatorial que
explicou aproximadamente 70% da variância total e apresentou consistência
interna média de 0,89. A análise FC corroborou a unidimensionalidade dessa
medida no contexto brasileiro (goodness-of-t index [GFI] = 0,99; adjusted
goodness-of-t index [AGFI] = 0,97; comparative t index [CFI] = 0,99; razão
metabólica relativa [RMR] = 0,045; root mean square error of approximation
[RMSEA] = 0,077). Os participantes demonstraram satisfação com suas
vidas, principalmente os mais velhos. Conclusões: Tais resultados apóiam
a validade de construto da ESV para a população considerada.
Palavras-chave: médico, satisfação com a vida, bem-estar, validade.
Abstract
Objective: This study aimed at adapting to the Brazilian physician
population the Satisfaction With Life Scale (SWLS) and testing its construct
validity. Methods: Participants were 14,405 professionals from the ve
regions of this country. Their age ranged from 22 to 85 years (mean
40.8 ± 10.2), most of them male (69.8%). They answered an electronic
questionnaire (on-line) with six blocks of items, including those of the SWLS.
This measure is rated in a 7-point scale, ranging from 1 (strongly disagree)
to 7 (strongly agree). The set of answers to this scale was submitted
to Principal Components (PC) and Factor Conrmatory (FC) analyses.
Results: The PC’s results indicated a one-factor structure, accounting for
approximately 70% of the total variance, with a mean Cronbach’s Alpha of
0.89. The CF analysis corroborates the unidimensionality of this measure
to the Brazilian milieu (GFI = 0.99, AGFI = 0.97, CFI = 0.99, RMR = 0.045,
and RMSEA = 0.077). Participants showed satisfaction with their lives,
principally the oldest ones. Conclusions: These ndings support the
construct validity of the SWLS to the corresponding population.
Key words: physician, life satisfaction, well-being, validity.
Universidade Federal da Paraíba (UFPB) (Gouveia VV)
Universidade do Estado do Amazonas (UEA) (Andrade EO)
Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) (Carneiro MB)
Correspondência para: Valdiney V. Gouveia, Universidade Federal da Paraíba, CCHLA – Departamento de
Psicologia – 58051-900 – João Pessoa-PB – e-mail: vvgouveia@uol.com.br
Satisfação com a vida dos médicos no Brasil
J Bras Psiquiatr 54(4): 298-305, 2005 299
sobre aqueles mais cognitivos, isto é, de satisfação com a vida.
Esta é a dimensão de interesse do presente estudo.
Alguns pesquisadores têm priorizado critérios externos ou
domínios especícos como indicadores de satisfação com a vida
(por exemplo, saúde, trabalho, família) (Campbell, 1981), espe-
rando que as pessoas os considerem no momento de relatarem o
quanto estão satisfeitas. Apesar da importância desses domínios,
o interesse no presente estudo é com a avaliação geral que as
pessoas fazem de suas vidas (Diener et al., 1985; Pavot, Diener,
1993; Pavot et al., 1991). Dá-se, portanto, a possibilidade de que
elas empreguem seu próprio e único conjunto de critérios para
avaliar sua qualidade de vida, ponderando e atribuindo subjetiva-
mente pesos diferentes aos diversos domínios.
Na literatura são encontradas mais medidas do componen-
te afetivo do bem-estar subjetivo (Diener et al., 1985; Pavot, Diener,
1993), porém, recentemente, também têm sido desenvolvidos ins-
trumentos para avaliar seu componente cognitivo ou propriamente
a satisfação com a vida (Albuquerque, Tróccoli, 2003; Kim, 2004;
Lee, 1998). Observa-se, contudo, que a maioria dos instrumentos
disponíveis apresenta alguma limitação, como contar com um único
item, ter sido construído para populações especícas (por exemplo,
crianças, idosos) e cobrir fatores outros que não especicamente
a satisfação com a vida (Diener et al., 1985). Procurando resolver
essas limitações, propôs-se a Satisfaction With Life Scale (SWLS)
(Diener et al., 1985), cujas qualidades psicométricas atraíram o
interesse dos autores desse artigo.
Escala de Satisfação com a Vida
O propósito dessa medida é avaliar o julgamento que
as pessoas fazem acerca do quanto estão satisfeitas com suas
vidas. Como os indivíduos provavelmente dão pesos e signica-
dos diferentes a domínios especícos de suas vidas, Diener et al.
(1985) decidiram desenvolver uma medida com independência
de domínio, isto é, os itens que compõem sua escala são de na-
tureza global, avaliando o julgamento geral de satisfação com a
vida. Nesse sentido, são os próprios respondentes, em lugar dos
pesquisadores, quem elegem que domínios deverão ser conside-
rados no momento de expressar a satisfação geral com suas vidas,
tendo em conta seus próprios interesses e valores. As principais
vantagens dessa medida em relação às demais que pretendem
avaliar a satisfação com a vida parecem claras: compreende uma
escala com múltiplos itens, cobre um único fator, é breve e tem
um formato de resposta simples (Pavot, Diener, 1993; Pavot et
al., 1991). Esses aspectos tornam viável seu uso em grupos de
diferentes faixas etárias, permitem seu emprego no consultório
para subsidiar a avaliação de pacientes psiquiátricos e favorecem
os estudos de levantamento em grandes amostras, principalmente
quando se demanda incluir outras medidas.
A ESV vem sendo administrada amplamente em diversos
países (Pavot, Diener, 1993). Por exemplo, ela já foi traduzida para
francês (Blais et al., 1990; Fouquereau, Rioux, 2002), holandês
(Arrindell, Heesink, Feij, 1999; Arrindell, Meeuwesen, Huyse, 1991),
russo (Balatsky, Diener, 1993), árabe (Abdallah, 1998), checo
(Lewis et al., 1999), chinês (Sachs, 2004), espanhol (Atienza, Ba-
laguer, García-Merita, 2003; Atienza et al., 2000; Pons et al., 2000,
2002) e, inclusive, português (Neto, 1993b). Foi empregada em di-
ferentes grupos, como crianças (Atienza et al., 2000), adolescentes
Introdução
As condições de vida e trabalho dos médicos são uma
realidade precária que preocupa pesquisadores de diversos paí-
ses (Bruce, 2004; Smrdel, 2003; Von Vultée, 2004). A propósito,
a Canadian Medical Association procurou conhecer a percepção
que 3.520 médicos canadenses têm do seu trabalho, tendo sido
retratado um perl nada satisfatório: 62% opinaram que possuem
uma carga de trabalho muito pesada; 55% relataram que sua fa-
mília e vida pessoal sofrem por terem escolhido a medicina como
prossão; e 65%, apesar de insatisfeitos, consideraram escassas
as oportunidades de mudar de prossão (Sullivan, Buske, 1998).
Efetivamente, na maioria dos países os médicos têm pago
caro pelo exercício do seu hipocrático ofício em circunstâncias
adversas (Galambos et al., 2004). Por exemplo, são expressi-
vos os quantitativos daqueles que apresentam problemas em
suas relações interpessoais e matrimoniais (Maxwell, 2001) e,
especialmente, os que relatam problemas emocionais e sintomas
psiquiátricos (Burbeck et al., 2002; Sullivan, Buske, 1998). Reforça
essa visão pessimista a revisão da literatura apresentada por Miller
e Mcgowen (2000), os quais indicam que a taxa de médicos que
cometem suicídio se situa entre 28 e 40 por 100 mil habitantes,
sendo que, na população geral, é menos da metade (12,3 por 100
mil habitantes). Por outro lado, acrescentam que a taxa de divórcio
de médicos é 10% a 20% superior à registrada na população. Esse
quadro pode ser ainda pior no âmbito da emergência hospitalar,
em que aproximadamente 18% dos médicos sofrem de depressão
e 10% relatam ideação suicida (Burbeck et al., 2002).
No Brasil a situação não é muito diferente, demandando
dos pesquisadores e das entidades médicas um esforço no sen-
tido de melhor retratar e compreender aspectos tão comuns e
desgastantes do exercício da prossão como são, por exemplo, as
múltiplas atividades assumidas e os trabalhos de plantão (Carneiro,
Gouveia, 2004; Machado, 1996). Portanto também aqui os médicos
e acadêmicos de medicina enfrentam diculdades. Especicamen-
te, em consonância com as preocupações no âmbito internacional,
os seguintes sintomas/problemas são freqüentemente abordados:
ansiedade, depressão e/ou ideação suicida (Meleiro, 1998; Millan,
Rossi, De Marco, 1995; Miranda, Queiroz, 1991; Nogueira-Martins
et al., 2004). Esses aspectos denotam baixa qualidade de vida ou
propriamente bem-estar subjetivo dos médicos, porém enfocando
principalmente seu componente afetivo. Pouco tem sido encontrado
a respeito do cognitivo, isto é, da satisfação com a vida.
Bem-estar subjetivo e satisfação com a
vida
O bem-estar subjetivo apresenta duas dimensões princi-
pais: uma afetiva ou emocional, representada por afetos positivos
(prazer) e negativos (desprazer), e outra cognitiva, correspondendo
à satisfação com a vida (Pavot et al., 1991). Apesar de esses
componentes se correlacionarem entre si (Diener et al., 1985),
representam construtos diferentes. Coerentemente, os pesqui-
sadores têm identicado fatores afetivos e cognitivos claramente
separados em suas medidas (Albuquerque, Tróccoli, 2003; Pavot,
Diener, 1993). Como visto anteriormente, os estudos com os
médicos e acadêmicos de medicina têm sido mais proeminentes
em tratar os aspectos afetivos. Nenhuma pesquisa foi encontrada
Gouveia VV et al.
300 J Bras Psiquiatr 54(4): 298-305, 2005
(Atienza, Balaguer, García-Merita, 2003; Neto, 1993b; Pons et
al., 2000; Gilman, Huebner, 2001), adultos (Arrindell, Heesink,
Feij, 1999; Blais et al., 1990), pessoas idosas (Pavot et al., 1991;
Pons et al., 2002), estudantes universitários (Diener et al., 1985;
Shevlin, Bunting, 1995), pacientes médicos não-psiquiátricos (Ar-
rindell, Meeuwesen, Huyse, 1991), mulheres grávidas (Martinez
et al., 2004) e migrantes (Neto, 1993a, 2001).
Sua estrutura fatorial e dedignidade foram comprovadas
em diversos estudos. As análises fatoriais realizadas, tanto explo-
ratórias como conrmatórias, têm demonstrado que seus cinco
itens cobrem uma única dimensão (Atienza et al., 2000; Diener
et al., 1985; Lewis et al., 1995, 1999; Pavot et al., 1991; Shevlin,
Bunting, 1995). A precisão teste-reteste tem produzido coecientes
no intervalo de 0,54 (quatro anos) a 0,83 (duas semanas), e sua
consistência interna (alfa de Cronbach) tem se situado entre 0,79
e 0,89 (Pavot et al., 1991). Esses resultados apóiam a adequação
dessa medida como sendo válida e precisa para avaliar o julga-
mento geral que as pessoas fazem de sua satisfação com a vida,
ao menos em outros países.
No Brasil, apesar dos esforços em medir o bem-estar
subjetivo (Albuquerque, Tróccoli, 2003; Gouveia et al., 2003;
Wagner et al., 1999), são escassas as evidências acerca da
adequação desta escala. Gouveia et al. (2003) a empregaram
em uma amostra de 306 membros da população geral de João
Pessoa, realizando uma análise fatorial exploratória (principal
components) em que identicaram um único fator com eigenvalue
de 2,67, explicando 53,2% da variância total e apresentando um
alfa de Cronbach de 0,72. Albuquerque e Tróccoli (2003), ao
proporem uma medida nova de bem-estar subjetivo, incluíram
três itens dessa escala, porém isso não signica que a tenham
validado.
Apesar das qualidades da ESV, não foram encontradas
pesquisas brasileiras em que ela tenha sido empregada para
conhecer o bem-estar subjetivo dos médicos. Como antes cou
evidenciado, tal medida cobre um dos componentes fundamentais
desse bem-estar: o cognitivo. Entretanto os pesquisadores, talvez
por escassez de medidas adequadas sobre tal componente,
têm insistido em avaliar aqueles afetivos ou emocionais, cujos
meios para avaliá-los estão mais presentes neste país (Gouveia
et al., 2003). Portanto, adaptá-la a este contexto se constitui no
objetivo principal deste estudo. Especicamente, pretende-se
conhecer sua validade de construto, isto é, a estrutura fatorial e
a consistência interna.
Método
Participantes
Fizeram parte deste estudo 14.405 médicos das cinco
regiões do Brasil com idades entre 22 e 85 anos (média 40,8 ±
10,2), a maioria dos quais do sexo masculino (69,8%). A coleta de
dados foi realizada no período de 18 de outubro de 2002 a 31 de
março de 2003. Embora esta amostra não seja exatamente alea-
tória, contando com a participação daqueles que se dispuseram a
responder, representa 6,14% do contingente de médicos à época
com inscrição primária ativa no país (Carneiro, Gouveia, 2004). A
Tabela 1 oferece uma descrição geral desta amostra, detalhando
suas principais características demográcas em função da região
onde atua o médico.
Tabela 1. Variáveis demográcas
Amostra nMédia de idade
(amplitude)
Homens
(%)
Norte 695 43 (24 a 71) 66,7
Nordeste 2.757 40 (23 a 75) 66,7
Centro-Oeste 1.500 39 (22 a 78) 68,1
Sudeste 7.461 41 (23 a 85) 70,6
Sul 1.992 40 (22 a 80) 73,7
Total 14.405 41 (22 a 85) 69,8
De acordo com esta tabela, em razão da região do
país, os participantes desse estudo diferem em relação ao
sexo [χ² (4) = 32,26; p < 0,001] e à idade [F (4, 14.374) = 24,83;
p < 0,001]. No caso da primeira variável, verica-se maior con-
tingente de prossionais do sexo masculino no Sul (73,7%) e no
Sudeste (70,6%) e menos no Norte e no Nordeste (66,7% para
ambos). Em se tratando da idade dos médicos, o teste post hoc de
Bonferroni indicou (p < 0,05) serem mais velhos aqueles do Norte
em relação aos das demais regiões; os do Nordeste são mais
jovens que os que atuam no Sudeste, sendo esses mais velhos
que os do Centro-Oeste e Sul.
Instrumentos
Os participantes responderam a um questionário eletrônico
(disponibilizado na Internet) contendo seis blocos de perguntas que
procuravam conhecer os seguintes aspectos: (1) características
demográcas, (2) formação prossional, (3) participação cientíca,
(4) mercado de trabalho, (5) participação e orientação sociopolí-
tica e (6) atitudes sociais. Neste caso incluíram-se duas medidas
especícas: uma de valores humanos e outra de satisfação com
a vida. Considerando os propósitos deste artigo, unicamente essa
última será tratada.
A ESV (Diener et al., 1985) é composta por cinco itens
que avaliam um componente cognitivo do bem-estar subjetivo
(por exemplo, na maioria dos aspectos, minha vida é próxima ao
meu ideal; se pudesse viver uma segunda vez, não mudaria quase
nada na minha vida). Os participantes dão suas respostas em
uma escala de 7 pontos, com os extremos 1 (discordo totalmen-
te) e 7 (concordo totalmente). A versão brasileira teve em conta
inicialmente aquela portuguesa encaminhada por Ed Diener (Neto,
1993b), realizando ajustes no sentido de torná-la culturalmente
mais adequada (Anexo).
Procedimento
Através de divulgação em congressos cientícos, jor-
nais e sites de entidades médicas brasileiras (associações,
conselhos, cooperativas e sindicatos) e, eventualmente, de
spams realizados, procurou-se divulgar a pesquisa e indicar o
endereço eletrônico do Conselho Federal de Medicina (CFM) ao
qual os médicos deveriam aceder. Procurando assegurar que
apenas médicos habilitados acessassem o questionário, antes
de respondê-lo eles deveriam informar sua data de nascimento
e seu número de registro prossional (no Conselho Regional de
Medicina [CRM]), que eram checados com o banco de dados do
Satisfação com a vida dos médicos no Brasil
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CFM. Além deste propósito de autenticação, estas informações,
automaticamente dissociadas do banco de dados com o m de
assegurar o sigilo das respostas, foram utilizadas para a reali-
zação do sorteio de um computador entre os participantes de
cada região do país. Este incentivo foi previamente divulgado,
procurando maximizar a participação dos médicos.
Análise de dados
As respostas dos médicos foram inicialmente armazena-
das em um arquivo MySQL. Posteriormente, foram salvas como
arquivo texto (.txt) e, nalmente, convertidas para o formato de
dados (.sav) do Statistical Package for the Social Sciences (SPSS
11.5). Com esse programa foram calculadas as estatísticas des-
critivas (medidas de tendência central e dispersão), bem como
feitas as comparações de médias e freqüências, a análise fatorial
exploratória (principal components) e o cálculo da consistência
interna da escala.
A versão 5 do AMOS foi empregada para efetuar as
análises fatoriais conrmatórias, tendo sido considerada a matriz
de correlação como entrada e empregado o estimador Maximum
Likelihood (ML). Considerando-se o fato de os tamanhos das
amostras nas regiões serem grandes (n > 200), decidiu-se não
empregar o χ² como índice de bondade de ajuste por ser pouco
recomendado nestes casos (Marsh, Balla, McDonald, 1988); menos
sensíveis ao tamanho da amostra, os seguintes indicadores foram
escolhidos: GFI, AGFI, NFI, CFI, RMR e RMSEA (Byrne, 2001; Hu,
Bentler, 1999; Tabachinick, Fidel, 2001). Para os quatro primeiros,
valores iguais ou superiores a 0,95 indicam um ajuste muito bom;
no caso dos dois últimos índices, os valores precisam ser 0,05 e
0,08, respectivamente, para indicar um modelo satisfatório.
Resultados
Estatísticas descritivas e diferenças de sexo
e idade
Os médicos apresentaram uma média de satisfação com
a vida de 23,5 ± 6,77, que se situou acima da mediana teórica da
pontuação total da escala (M = 15; amplitude 5-35), t (13.664) =
147,01, p < 0,001. Através de uma análise multivariada da vari-
ância (MANOVA), constatou-se que a pontuação nesta medida
varia em função da idade dos participantes (F [8,13.636] = 25,06;
p < 0,001), mas não do seu sexo (F [1,13.636] = 0,31, p > 0,05);
não foi constatado efeito de interação signicativo entre essas
duas variáveis (F [7,13.636] = 0,9, p > 0,05). Quanto ao papel da
idade na pontuação de satisfação com a vida, o teste post hoc
de Bonferroni (p < 0,05) indicou serem menores as médias dos
mais jovens [por exemplo, com até 27 anos (22,5) ou de 28 e 29
anos (21,9)] do que daqueles mais velhos [por exemplo, com 60
a 69 anos (25,9) ou com 70 ou mais anos (29,0)].
Validação da Escala de Satisfação com a Vida
Inicialmente, procurou-se descrever como os participantes de
diferentes regiões do país pontuavam na escala, considerando cada
um dos seus cinco itens. Posteriormente, foram submetidos a uma
análise fatorial (componentes principais), sem xar número de fatores
ou tipo de rotação. Os resultados podem ser vistos na Tabela 2.
Como é possível observar, o padrão de resposta dos
participantes das cinco regiões é praticamente o mesmo para
todos os itens da escala. Coerentemente, obtêm maior média
no item 4 (5,37 ± 1,34; Dentro do possível, tenho conseguido as
coisas importantes que quero da vida) e menor no 2 (4,22 ± 1,65;
As condições da minha vida são excelentes).
Tabela 2. Médias, saturações e correlações item-total dos itens da ESV através das amostras
Amostra Número do item
1 2 3 4 5
Médias dos itens
Norte 4,94 ± 1,55 4,36 ± 1,61 5,05 ± 1,55 5,53 ± 1,32 4,54 ± 1,94
Nordeste 4,66 ± 1,63 4,13 ± 1,66 4,8 ± 1,6 5,35 ± 1,33 4,35 ± 1,93
Centro-Oeste 4,77 ± 1,59 4,32 ± 1,64 4,89 ± 1,57 5,37 ± 1,38 4,44 ± 1,91
Sudeste 4,64 ± 1,62 4,16 ± 1,67 4,78 ± 1,58 5,34 ± 1,35 4,35 ± 1,9
Sul 4,89 ± 1,49 4,43 ± 1,58 4,97 ± 1,5 5,43 ± 1,31 4,44 ± 1,86
Total 4,71 ± 1,6 4,22 ± 1,65 4,83 ± 1,58 5,37 ± 1,34 4,38 ± 1,91
Saturação e correlação item-total
Norte 0,84/0,73 0,86/0,76 0,87/0,77 0,79/0,67 0,76/0,64
Nordeste 0,86/0,77 0,86/0,76 0,89/0,81 0,79/0,67 0,76/0,64
Centro-Oeste 0,87/0,79 0,87/0,78 0,9/0,82 0,82/0,72 0,76/0,65
Sudeste 0,88/0,77 0,87/0,78 0,9/0,82 0,8/0,69 0,75/0,63
Sul 0,86/0,77 0,87/0,78 0,9/0,83 0,82/0,71 0,76/0,64
Total 0,87/0,77 0,87/0,78 0,9/0,82 0,8/0,69 0,76/0,64
Gouveia VV et al.
302 J Bras Psiquiatr 54(4): 298-305, 2005
Tabela 3. Índices de bondade de ajuste da estrutura
unifatorial da ESV nas diferentes regiões do
Brasil
Amostra GFI AGFI NFI CFI RMR RMSEA
Norte 0,98 0,95 0,98 0,98 0,049 0,088
Nordeste 0,99 0,98 0,99 1 0,03 0,049
Centro-Oeste 0,99 0,96 0,99 0,99 0,05 0,08
Sudeste 0,99 0,96 0,99 0,99 0,045 0,077
Sul 0,99 0,97 0,99 0,99 0,037 0,065
Total 0,99 0,97 0,99 0,99 0,04 0,071
GFI = goodness-of-t index; AGFI = adjusted goodness-of-t index; CFI = com-
parative t index; RMSEA = root mean square error of approximation.
Figura 1. Modelo unifatorial da Escala de
Satisfação com a Vida
E1
E2
E3
E4
E5
SV1
SV5
SV4
SV3
SV2
Satisfação
com a vida
0,45
0,53
0,78
0,72
0,7
0,84
0,85
0,88
0,73
0,67
Quanto ao resultado da análise de componentes principais,
primeiramente comprovou-se a adequação de empregar esta
técnica estatística, tendo sido observados indicadores satisfató-
rios para a amostra total: KMO = 0,88 e teste de esfericidade de
Bartlett, χ² (10) = 40.142,71, p < 0,001. A região que apresentou
indicadores menos satisfatórios foi a Norte [KMO = 0,86, teste de
esfericidade De Bartlett, χ² (10) = 1.724,91, p < 0,001], porém
igualmente adequados. No que se refere aos resultados dessa
análise propriamente, de forma coerente constatou-se a emersão
de um único fator/componente cujas saturações variaram de 0,75
(Se pudesse viver uma segunda vez, não mudaria quase nada na
minha vida) a 0,9 (Estou satisfeito/a com minha vida). Seu valor
próprio (eigenvalue) foi de 3,52 na amostra brasileira, variando
de 3,4 (Norte) a 3,58 (Centro-Oeste); este fator explicou 70,5%
da variância das pontuações do total de médicos, sendo que nos
âmbitos regionais a contribuição se situou no intervalo de 68,1%
(Norte) a 71,6% (Centro-Oeste).
Diante do antes exposto, parece razoável admitir que a ESV
apresenta um componente cognitivo único de bem-estar subjetivo.
Resta, entretanto, conhecer a conabilidade (consistência interna)
desse fator, o que se checou através do alfa de Cronbach. Na
amostra do Norte constatou-se o menor alfa (0,88), com correlações
item-total variando de 0,64 (Se pudesse viver uma segunda vez,
não mudaria quase nada na minha vida) a 0,77 (Estou satisfeito/a
com minha vida). Nas demais regiões, este foi de 0,89; os mesmos
dois itens previamente citados foram os que apresentaram a menor
e a maior correlação item-total nas demais regiões: 0,63 (Sudeste)
e 0,83 (Sul), respectivamente.
Análise fatorial conrmatória da estrutura
unifatorial
Embora a análise antes descrita revele a existência
de um único fator, não oferece índices de bondade de ajuste
do modelo. Neste sentido, decidiu-se considerar os mesmos
participantes e efetuar a comprovação da estrutura unifatorial
teorizada e aqui reconhecida. Os resultados desta análise podem
ser vistos na Tabela 3.
Os resultados para a amostra brasileira não deixam
dúvidas acerca da adequação da estrutura unifatorial desta
escala: goodness-of-t index [GFI] = 0,99; adjusted goodness-
of-t index [AGFI] = 0,97; comparative t index [CFI] = 0,99;
razão metabólica relativa [RMR] = 0,045; root mean square
error of approximation [RMSEA] = 0,077. Como se verica na
Tabela 3, resultados similares são apresentados nas diversas
regiões do país; o caso menos favorável é do Norte, mas os
índices se aproximam dos valores recomendados: GFI = 0,98,
AGFI = 0,95, CFI = 0,98, RMR = 0,049 e RMSEA = 0,088. Neste
sentido considerou-se a amostra total brasileira para representar
gracamente a estrutura conrmada (Figura 1).
Discussão
O objetivo principal deste estudo foi conhecer a validade de
construto da versão brasileira da ESV (Diener et al., 1985) em amostra
nacional de médicos, e espera-se que tenha sido alcançado. Como
armado na introdução, esta é uma medida amplamente empregada
em diversos países, considerando amostras variadas (Pavot, Diener,
1993). Porém não foram encontradas informações no Brasil acerca
do seu uso para conhecer a satisfação que os médicos apresentam
com suas vidas.
Apesar de não se contar com uma amostra aleatória que
possa representar elmente as características da população mé-
dica que atua no Brasil, fez-se um esforço por constituir um grupo
bastante expressivo numericamente, contemplando médicos das
cinco regiões do país. Neste sentido, cona-se estar oferecendo
uma contribuição ao entendimento da saúde mental desses pro-
ssionais, especicamente no que se refere à dimensão cognitiva
do seu bem-estar subjetivo. A seguir destacam-se os principais
resultados observados.
Satisfação com vida, sexo e idade
Apesar das condições de trabalho adversas que os
médicos têm enfrentado na última década (Carneiro, Gouveia,
2004; Machado, 1996), no geral esses profissionais relatam
estarem satisfeitos com suas vidas. Sua pontuação média (M =
23,5) está dentro da amplitude que permite classificá-los como
ligeiramente satisfeitos (21 a 25 pontos) (Pavot, Diener, 1993).
Quanto às respostas dadas a cada um dos cinco itens desta
medida, merece particular atenção a maior média verificada
Satisfação com a vida dos médicos no Brasil
J Bras Psiquiatr 54(4): 298-305, 2005 303
para o item 4: Dentro do possível, tenho conseguido as coisas
importantes que quero da vida. Provavelmente, o conteúdo
deste item reflete o sentimento de auto-realização, cumprimento
com o dever de ser médico, tornando-se um dos profissionais
mais respeitados e admirados pela população geral (Pimen-
tel, Andrade, Barbosa, 2004). Seguramente não se limita a
eventuais bens materiais conseguidos, pois, como também se
viu, o item 2 (As condições da minha vida são excelentes) foi
sistematicamente o que recebeu menor pontuação.
A satisfação com a vida não foi afetada pelo sexo dos
médicos, coerente com o constatado em pesquisas prévias que
consideraram diversos grupos amostrais (Arrindell, Heesink,
Feij, 1999; Shevlin, Brunsden, Miles, 1998; Pavot, Diener, 1993).
Embora na dimensão afetiva os médicos do sexo masculino
possam apresentar menores indicativos de distúrbios do que
aqueles do sexo feminino (por exemplo, depressão e ideação
suicida) (Frank, Dingle, 1999), isso não se constata no aspecto
cognitivo. Esse resultado pode sugerir que as mulheres têm
pensamentos positivos, embora possam ser menos aptas que
os homens para gerenciar os afetos negativos. Contudo esta
é apenas uma hipótese, demandando-se que se considere em
pesquisas futuras os modos de enfrentamento que profissionais
de ambos os sexos adotam diante dos afetos negativos. Por
certo, no geral, este resultado também aponta para a indepen-
dência dos fatores afetivo e cognitivo do bem-estar subjetivo,
como sugerido na literatura.
A pontuação de satisfação com a vida variou em função
da idade dos participantes. Concretamente, os médicos mais
velhos apresentaram maior satisfação com a vida. Este resul-
tado é consistente com o que escrevem Ehrlich e Isaacowitz
(2002) sobre a relação entre bem-estar subjetivo e idade. O
resultado é particularmente confirmado se se considerar que
todos os participantes do estudo são profissionais (médicos)
ativos, o que sugere que desfrutam de capacidades vitais para
seguir vivendo e apresentam rendimento profissional aceitável
pela população. Como demonstram os autores previamente
citados, as pessoas mais velhas podem até apresentar baixa
satisfação com a vida quando têm a saúde comprometida e
não se sentem produtivas, realizadoras; contudo, na situação
em que se encontram os profissionais do presente estudo, é
coerente a satisfação com a vida aumentar com a idade. Afinal,
os médicos mais velhos, em princípio, gozam de estabilidade e
realização pessoal, o que lhes permite inclusive maior otimismo
diante da vida.
Qualidades psicométricas da medida
Quer através da análise fatorial exploratória (principal
components), quer através da conrmatória (maximum likelihood),
parece evidente a existência de um fator único e geral de satisfa-
ção com a vida, o que corrobora pesquisas prévias (Atienza et al.,
2000; Diener et al., 1985; Lewis et al., 1999; Pavot et al., 1991). A
porcentagem de variância explicada se situou entre 68% e 72%,
que é inclusive um pouco melhor que a vericada no estudo de
elaboração da ESV (66%) (Diener et al., 1985). Também as cargas
fatoriais são consistentes com as vericadas em diversos estudos
(Pavot, Diener, 1993), estando acima do que se recomenda na
literatura (0,4) (Tabachinick, Fidel, 2001).
O teste da estrutura unifatorial nas cinco regiões brasileiras
dá suporte à adequação desta medida. Claramente, inclusive no
caso do Norte, os indicadores de bondade de ajuste são favoráveis
à identicação de um único fator, com todos os itens apresentando
saturações estatisticamente diferentes de zero (t > 1,96, p < 0,05).
Esta estrutura é, portanto, inequívoca, emergindo inclusive quan-
do os itens desta medida são misturados com aqueles de uma
correlata, como pode ser a tendência à gratidão (McCullough,
Emmons, Tsang, 2002).
A consistência interna (alfa de Cronbach) da escala também
é bastante consistente com o que tem sido vericado na literatura.
Por exemplo, Pavot e Diener (1993) descrevem coecientes no
intervalo de 0,79 a 0,89 (M = 0,85), sendo que o menor observado
neste estudo foi de 0,88 (região Norte). Em todas as demais regiões
se vericaram alfas com o valor similar de 0,89, que está acima
da média antes descrita. Portanto parece evidente que todos os
itens deste instrumento meçam um mesmo construto: a avaliação
geral que as pessoas fazem das suas vidas, isto é, a dimensão
cognitiva do seu bem-estar.
Conclusão
Em resumo, espera-se que tenham sido apresentados
indícios sucientes a respeito da validade de construto da ESV,
possibilitando seu emprego no universo pesquisado. Entretanto
recomendam-se novos estudos em que possam ser comprovados
outros parâmetros desta medida, como sua estabilidade temporal,
validade convergente e preditiva. Nesse caso, poder-se-ia, por
exemplo, comprovar sua adequação para predizer a satisfação que
os médicos apresentam com seu trabalho, sua especialidade e a
percepção que têm em relação ao futuro da sua prossão.
Agradecimentos
Este estudo contou com o apoio do Conselho Nacional
de Desenvolvimento Cientíco e Tecnológico (CNPq) através de
bolsa de produtividade em pesquisa concedida ao primeiro autor
(478307/2003-9). Os dados analisados são de propriedade do
CFM, sendo gentilmente cedidos para a preparação deste artigo.
Os autores agradecem a essas duas instituições.
Gouveia VV et al.
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Anexo
Escala de Satisfação com a Vida
Instruções
Abaixo você encontrará cinco armações com as quais pode ou não concordar. Usando a escala de resposta a seguir, que vai de 1 a 7,
indique o quanto concorda ou discorda com cada uma; escreva um número no espaço ao lado da armação, segundo sua opinião. Por
favor, seja o mais sincero possível nas suas respostas.
7 = Concordo totalmente
6 = Concordo
5 = Concordo ligeiramente
4 = Nem concordo nem discordo
3 = Discordo ligeiramente
2 = Discordo
1 = Discordo totalmente
1._____Na maioria dos aspectos, minha vida é próxima ao meu ideal.
2._____As condições da minha vida são excelentes.
3._____Estou satisfeito(a) com minha vida.
4._____Dentro do possível, tenho conseguido as coisas importantes que quero da vida.
5._____Se pudesse viver uma segunda vez, não mudaria quase nada na minha vida.