ArticlePDF Available

Medindo a satisfação com a vida dos médicos no Brasil

Authors:
  • Federal University of Paraíba

Abstract and Figures

O presente estudo teve como objetivo adaptar para a população médica brasileira a Escala de Satisfação com a Vida (ESV) e avaliar a sua validade de construto. Métodos: Contou-se com a participação de 14.405 profissionais das cinco regiões do país. Estes tinham idades entre 22 e 85 anos (média 40,8 ± 10,2), sendo a maioria do sexo masculino (69,8%). Eles responderam a um questionário eletrônico (online) com seis blocos de itens, incluindo aqueles da ESV, que são respondidos numa escala de 7 pontos, variando de 1 (discordo totalmente) a 7 (concordo totalmente). As respostas dos participantes à escala foram submetidas às análises de componentes principais (CP) e fatorial confirmatória (FC). Resultados: Os resultados da CP indicaram consistentemente uma estrutura unifatorial que explicou aproximadamente 70% da variância total e apresentou consistência interna média de 0,89. A análise FC corroborou a unidimensionalidade dessa medida no contexto brasileiro (goodness-of-fit index [GFI] = 0,99; adjusted goodness-of-fit index [AGFI] = 0,97; comparative fit index [CFI] = 0,99; razão metabólica relativa [RMR] = 0,045; root mean square error of approximation [RMSEA] = 0,077). Os participantes demonstraram satisfação com suas vidas, principalmente os mais velhos. Conclusões: Tais resultados apoiam a validade de construto da ESV para a população considerada.
Content may be subject to copyright.
Recebido
04-11-05
Aprovado
09-12-05
Artigo original – Original article
Medindo a satisfação com a vida dos médicos no Brasil
Measuring life satisfaction among physicians in Brazil
Valdiney V. Gouveia, Genário Alves Barbosa, Edson de Oliveira Andrade e Mauro
Brandão Carneiro
Resumo
Objetivo: O presente estudo teve como objetivo adaptar para a população
médica brasileira a Escala de Satisfação com a Vida (ESV) e avaliar a sua
validade de construto. Métodos: Contou-se com a participação de 14.405
prossionais das cinco regiões do país. Estes tinham idades entre 22 e 85
anos (média 40,8 ± 10,2), sendo a maioria do sexo masculino (69,8%).
Eles responderam a um questionário eletrônico (on-line) com seis blocos
de itens, incluindo aqueles da ESV, que são respondidos numa escala de
7 pontos, variando de 1 (discordo totalmente) a 7 (concordo totalmente).
As respostas dos participantes à escala foram submetidas às análises de
componentes principais (CP) e fatorial conrmatória (FC). Resultados: Os
resultados da CP indicaram consistentemente uma estrutura unifatorial que
explicou aproximadamente 70% da variância total e apresentou consistência
interna média de 0,89. A análise FC corroborou a unidimensionalidade dessa
medida no contexto brasileiro (goodness-of-t index [GFI] = 0,99; adjusted
goodness-of-t index [AGFI] = 0,97; comparative t index [CFI] = 0,99; razão
metabólica relativa [RMR] = 0,045; root mean square error of approximation
[RMSEA] = 0,077). Os participantes demonstraram satisfação com suas
vidas, principalmente os mais velhos. Conclusões: Tais resultados apóiam
a validade de construto da ESV para a população considerada.
Palavras-chave:dico, satisfação com a vida, bem-estar, validade.
Abstract
Objective: This study aimed at adapting to the Brazilian physician
population the Satisfaction With Life Scale (SWLS) and testing its construct
validity. Methods: Participants were 14,405 professionals from the ve
regions of this country. Their age ranged from 22 to 85 years (mean
40.8 ± 10.2), most of them male (69.8%). They answered an electronic
questionnaire (on-line) with six blocks of items, including those of the SWLS.
This measure is rated in a 7-point scale, ranging from 1 (strongly disagree)
to 7 (strongly agree). The set of answers to this scale was submitted
to Principal Components (PC) and Factor Conrmatory (FC) analyses.
Results: The PC’s results indicated a one-factor structure, accounting for
approximately 70% of the total variance, with a mean Cronbach’s Alpha of
0.89. The CF analysis corroborates the unidimensionality of this measure
to the Brazilian milieu (GFI = 0.99, AGFI = 0.97, CFI = 0.99, RMR = 0.045,
and RMSEA = 0.077). Participants showed satisfaction with their lives,
principally the oldest ones. Conclusions: These ndings support the
construct validity of the SWLS to the corresponding population.
Key words: physician, life satisfaction, well-being, validity.
Universidade Federal da Paraíba (UFPB) (Gouveia VV)
Universidade do Estado do Amazonas (UEA) (Andrade EO)
Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) (Carneiro MB)
Correspondência para: Valdiney V. Gouveia, Universidade Federal da Paraíba, CCHLA – Departamento de
Psicologia – 58051-900 – João Pessoa-PB – e-mail: vvgouveia@uol.com.br
Satisfação com a vida dos médicos no Brasil
J Bras Psiquiatr 54(4): 298-305, 2005 299
sobre aqueles mais cognitivos, isto é, de satisfação com a vida.
Esta é a dimensão de interesse do presente estudo.
Alguns pesquisadores têm priorizado critérios externos ou
domínios especícos como indicadores de satisfação com a vida
(por exemplo, saúde, trabalho, família) (Campbell, 1981), espe-
rando que as pessoas os considerem no momento de relatarem o
quanto estão satisfeitas. Apesar da importância desses domínios,
o interesse no presente estudo é com a avaliação geral que as
pessoas fazem de suas vidas (Diener et al., 1985; Pavot, Diener,
1993; Pavot et al., 1991). Dá-se, portanto, a possibilidade de que
elas empreguem seu próprio e único conjunto de critérios para
avaliar sua qualidade de vida, ponderando e atribuindo subjetiva-
mente pesos diferentes aos diversos domínios.
Na literatura são encontradas mais medidas do componen-
te afetivo do bem-estar subjetivo (Diener et al., 1985; Pavot, Diener,
1993), porém, recentemente, também têm sido desenvolvidos ins-
trumentos para avaliar seu componente cognitivo ou propriamente
a satisfação com a vida (Albuquerque, Tróccoli, 2003; Kim, 2004;
Lee, 1998). Observa-se, contudo, que a maioria dos instrumentos
disponíveis apresenta alguma limitação, como contar com um único
item, ter sido construído para populações especícas (por exemplo,
crianças, idosos) e cobrir fatores outros que não especicamente
a satisfação com a vida (Diener et al., 1985). Procurando resolver
essas limitações, propôs-se a Satisfaction With Life Scale (SWLS)
(Diener et al., 1985), cujas qualidades psicométricas atraíram o
interesse dos autores desse artigo.
Escala de Satisfação com a Vida
O propósito dessa medida é avaliar o julgamento que
as pessoas fazem acerca do quanto estão satisfeitas com suas
vidas. Como os indivíduos provavelmente dão pesos e signica-
dos diferentes a domínios especícos de suas vidas, Diener et al.
(1985) decidiram desenvolver uma medida com independência
de domínio, isto é, os itens que compõem sua escala são de na-
tureza global, avaliando o julgamento geral de satisfação com a
vida. Nesse sentido, são os próprios respondentes, em lugar dos
pesquisadores, quem elegem que domínios deverão ser conside-
rados no momento de expressar a satisfação geral com suas vidas,
tendo em conta seus próprios interesses e valores. As principais
vantagens dessa medida em relação às demais que pretendem
avaliar a satisfação com a vida parecem claras: compreende uma
escala com múltiplos itens, cobre um único fator, é breve e tem
um formato de resposta simples (Pavot, Diener, 1993; Pavot et
al., 1991). Esses aspectos tornam viável seu uso em grupos de
diferentes faixas etárias, permitem seu emprego no consultório
para subsidiar a avaliação de pacientes psiquiátricos e favorecem
os estudos de levantamento em grandes amostras, principalmente
quando se demanda incluir outras medidas.
A ESV vem sendo administrada amplamente em diversos
países (Pavot, Diener, 1993). Por exemplo, ela já foi traduzida para
francês (Blais et al., 1990; Fouquereau, Rioux, 2002), holandês
(Arrindell, Heesink, Feij, 1999; Arrindell, Meeuwesen, Huyse, 1991),
russo (Balatsky, Diener, 1993), árabe (Abdallah, 1998), checo
(Lewis et al., 1999), chinês (Sachs, 2004), espanhol (Atienza, Ba-
laguer, García-Merita, 2003; Atienza et al., 2000; Pons et al., 2000,
2002) e, inclusive, português (Neto, 1993b). Foi empregada em di-
ferentes grupos, como crianças (Atienza et al., 2000), adolescentes
Introdução
As condições de vida e trabalho dos médicos são uma
realidade precária que preocupa pesquisadores de diversos paí-
ses (Bruce, 2004; Smrdel, 2003; Von Vultée, 2004). A propósito,
a Canadian Medical Association procurou conhecer a percepção
que 3.520 médicos canadenses têm do seu trabalho, tendo sido
retratado um perl nada satisfatório: 62% opinaram que possuem
uma carga de trabalho muito pesada; 55% relataram que sua fa-
mília e vida pessoal sofrem por terem escolhido a medicina como
prossão; e 65%, apesar de insatisfeitos, consideraram escassas
as oportunidades de mudar de prossão (Sullivan, Buske, 1998).
Efetivamente, na maioria dos países os médicos têm pago
caro pelo exercício do seu hipocrático ofício em circunstâncias
adversas (Galambos et al., 2004). Por exemplo, são expressi-
vos os quantitativos daqueles que apresentam problemas em
suas relações interpessoais e matrimoniais (Maxwell, 2001) e,
especialmente, os que relatam problemas emocionais e sintomas
psiquiátricos (Burbeck et al., 2002; Sullivan, Buske, 1998). Reforça
essa visão pessimista a revisão da literatura apresentada por Miller
e Mcgowen (2000), os quais indicam que a taxa de médicos que
cometem suicídio se situa entre 28 e 40 por 100 mil habitantes,
sendo que, na população geral, é menos da metade (12,3 por 100
mil habitantes). Por outro lado, acrescentam que a taxa de divórcio
de médicos é 10% a 20% superior à registrada na população. Esse
quadro pode ser ainda pior no âmbito da emergência hospitalar,
em que aproximadamente 18% dos médicos sofrem de depressão
e 10% relatam ideação suicida (Burbeck et al., 2002).
No Brasil a situação não é muito diferente, demandando
dos pesquisadores e das entidades médicas um esforço no sen-
tido de melhor retratar e compreender aspectos tão comuns e
desgastantes do exercício da prossão como são, por exemplo, as
múltiplas atividades assumidas e os trabalhos de plantão (Carneiro,
Gouveia, 2004; Machado, 1996). Portanto também aqui os médicos
e acadêmicos de medicina enfrentam diculdades. Especicamen-
te, em consonância com as preocupações no âmbito internacional,
os seguintes sintomas/problemas são freqüentemente abordados:
ansiedade, depressão e/ou ideação suicida (Meleiro, 1998; Millan,
Rossi, De Marco, 1995; Miranda, Queiroz, 1991; Nogueira-Martins
et al., 2004). Esses aspectos denotam baixa qualidade de vida ou
propriamente bem-estar subjetivo dos médicos, porém enfocando
principalmente seu componente afetivo. Pouco tem sido encontrado
a respeito do cognitivo, isto é, da satisfação com a vida.
Bem-estar subjetivo e satisfação com a
vida
O bem-estar subjetivo apresenta duas dimensões princi-
pais: uma afetiva ou emocional, representada por afetos positivos
(prazer) e negativos (desprazer), e outra cognitiva, correspondendo
à satisfação com a vida (Pavot et al., 1991). Apesar de esses
componentes se correlacionarem entre si (Diener et al., 1985),
representam construtos diferentes. Coerentemente, os pesqui-
sadores têm identicado fatores afetivos e cognitivos claramente
separados em suas medidas (Albuquerque, Tróccoli, 2003; Pavot,
Diener, 1993). Como visto anteriormente, os estudos com os
médicos e acadêmicos de medicina têm sido mais proeminentes
em tratar os aspectos afetivos. Nenhuma pesquisa foi encontrada
Gouveia VV et al.
300 J Bras Psiquiatr 54(4): 298-305, 2005
(Atienza, Balaguer, García-Merita, 2003; Neto, 1993b; Pons et
al., 2000; Gilman, Huebner, 2001), adultos (Arrindell, Heesink,
Feij, 1999; Blais et al., 1990), pessoas idosas (Pavot et al., 1991;
Pons et al., 2002), estudantes universitários (Diener et al., 1985;
Shevlin, Bunting, 1995), pacientes médicos não-psiquiátricos (Ar-
rindell, Meeuwesen, Huyse, 1991), mulheres grávidas (Martinez
et al., 2004) e migrantes (Neto, 1993a, 2001).
Sua estrutura fatorial e dedignidade foram comprovadas
em diversos estudos. As análises fatoriais realizadas, tanto explo-
ratórias como conrmatórias, têm demonstrado que seus cinco
itens cobrem uma única dimensão (Atienza et al., 2000; Diener
et al., 1985; Lewis et al., 1995, 1999; Pavot et al., 1991; Shevlin,
Bunting, 1995). A precisão teste-reteste tem produzido coecientes
no intervalo de 0,54 (quatro anos) a 0,83 (duas semanas), e sua
consistência interna (alfa de Cronbach) tem se situado entre 0,79
e 0,89 (Pavot et al., 1991). Esses resultados apóiam a adequação
dessa medida como sendo válida e precisa para avaliar o julga-
mento geral que as pessoas fazem de sua satisfação com a vida,
ao menos em outros países.
No Brasil, apesar dos esforços em medir o bem-estar
subjetivo (Albuquerque, Tróccoli, 2003; Gouveia et al., 2003;
Wagner et al., 1999), são escassas as evidências acerca da
adequação desta escala. Gouveia et al. (2003) a empregaram
em uma amostra de 306 membros da população geral de João
Pessoa, realizando uma análise fatorial exploratória (principal
components) em que identicaram um único fator com eigenvalue
de 2,67, explicando 53,2% da variância total e apresentando um
alfa de Cronbach de 0,72. Albuquerque e Tróccoli (2003), ao
proporem uma medida nova de bem-estar subjetivo, incluíram
três itens dessa escala, porém isso não signica que a tenham
validado.
Apesar das qualidades da ESV, não foram encontradas
pesquisas brasileiras em que ela tenha sido empregada para
conhecer o bem-estar subjetivo dos médicos. Como antes cou
evidenciado, tal medida cobre um dos componentes fundamentais
desse bem-estar: o cognitivo. Entretanto os pesquisadores, talvez
por escassez de medidas adequadas sobre tal componente,
têm insistido em avaliar aqueles afetivos ou emocionais, cujos
meios para avaliá-los estão mais presentes neste país (Gouveia
et al., 2003). Portanto, adaptá-la a este contexto se constitui no
objetivo principal deste estudo. Especicamente, pretende-se
conhecer sua validade de construto, isto é, a estrutura fatorial e
a consistência interna.
Método
Participantes
Fizeram parte deste estudo 14.405 médicos das cinco
regiões do Brasil com idades entre 22 e 85 anos (média 40,8 ±
10,2), a maioria dos quais do sexo masculino (69,8%). A coleta de
dados foi realizada no período de 18 de outubro de 2002 a 31 de
março de 2003. Embora esta amostra não seja exatamente alea-
tória, contando com a participação daqueles que se dispuseram a
responder, representa 6,14% do contingente de médicos à época
com inscrição primária ativa no país (Carneiro, Gouveia, 2004). A
Tabela 1 oferece uma descrição geral desta amostra, detalhando
suas principais características demográcas em função da região
onde atua o médico.
Tabela 1. Variáveis demográcas
Amostra nMédia de idade
(amplitude)
Homens
(%)
Norte 695 43 (24 a 71) 66,7
Nordeste 2.757 40 (23 a 75) 66,7
Centro-Oeste 1.500 39 (22 a 78) 68,1
Sudeste 7.461 41 (23 a 85) 70,6
Sul 1.992 40 (22 a 80) 73,7
Total 14.405 41 (22 a 85) 69,8
De acordo com esta tabela, em razão da região do
país, os participantes desse estudo diferem em relação ao
sexo [χ² (4) = 32,26; p < 0,001] e à idade [F (4, 14.374) = 24,83;
p < 0,001]. No caso da primeira variável, verica-se maior con-
tingente de prossionais do sexo masculino no Sul (73,7%) e no
Sudeste (70,6%) e menos no Norte e no Nordeste (66,7% para
ambos). Em se tratando da idade dos médicos, o teste post hoc de
Bonferroni indicou (p < 0,05) serem mais velhos aqueles do Norte
em relação aos das demais regiões; os do Nordeste são mais
jovens que os que atuam no Sudeste, sendo esses mais velhos
que os do Centro-Oeste e Sul.
Instrumentos
Os participantes responderam a um questionário eletrônico
(disponibilizado na Internet) contendo seis blocos de perguntas que
procuravam conhecer os seguintes aspectos: (1) características
demográcas, (2) formação prossional, (3) participação cientíca,
(4) mercado de trabalho, (5) participação e orientação sociopolí-
tica e (6) atitudes sociais. Neste caso incluíram-se duas medidas
especícas: uma de valores humanos e outra de satisfação com
a vida. Considerando os propósitos deste artigo, unicamente essa
última será tratada.
A ESV (Diener et al., 1985) é composta por cinco itens
que avaliam um componente cognitivo do bem-estar subjetivo
(por exemplo, na maioria dos aspectos, minha vida é próxima ao
meu ideal; se pudesse viver uma segunda vez, não mudaria quase
nada na minha vida). Os participantes dão suas respostas em
uma escala de 7 pontos, com os extremos 1 (discordo totalmen-
te) e 7 (concordo totalmente). A versão brasileira teve em conta
inicialmente aquela portuguesa encaminhada por Ed Diener (Neto,
1993b), realizando ajustes no sentido de torná-la culturalmente
mais adequada (Anexo).
Procedimento
Através de divulgação em congressos cientícos, jor-
nais e sites de entidades médicas brasileiras (associações,
conselhos, cooperativas e sindicatos) e, eventualmente, de
spams realizados, procurou-se divulgar a pesquisa e indicar o
endereço eletrônico do Conselho Federal de Medicina (CFM) ao
qual os médicos deveriam aceder. Procurando assegurar que
apenas médicos habilitados acessassem o questionário, antes
de respondê-lo eles deveriam informar sua data de nascimento
e seu número de registro prossional (no Conselho Regional de
Medicina [CRM]), que eram checados com o banco de dados do
Satisfação com a vida dos médicos no Brasil
J Bras Psiquiatr 54(4): 298-305, 2005 301
CFM. Além deste propósito de autenticação, estas informações,
automaticamente dissociadas do banco de dados com o m de
assegurar o sigilo das respostas, foram utilizadas para a reali-
zação do sorteio de um computador entre os participantes de
cada região do país. Este incentivo foi previamente divulgado,
procurando maximizar a participação dos médicos.
Análise de dados
As respostas dos médicos foram inicialmente armazena-
das em um arquivo MySQL. Posteriormente, foram salvas como
arquivo texto (.txt) e, nalmente, convertidas para o formato de
dados (.sav) do Statistical Package for the Social Sciences (SPSS
11.5). Com esse programa foram calculadas as estatísticas des-
critivas (medidas de tendência central e dispersão), bem como
feitas as comparações de médias e freqüências, a análise fatorial
exploratória (principal components) e o cálculo da consistência
interna da escala.
A versão 5 do AMOS foi empregada para efetuar as
análises fatoriais conrmatórias, tendo sido considerada a matriz
de correlação como entrada e empregado o estimador Maximum
Likelihood (ML). Considerando-se o fato de os tamanhos das
amostras nas regiões serem grandes (n > 200), decidiu-se não
empregar o χ² como índice de bondade de ajuste por ser pouco
recomendado nestes casos (Marsh, Balla, McDonald, 1988); menos
sensíveis ao tamanho da amostra, os seguintes indicadores foram
escolhidos: GFI, AGFI, NFI, CFI, RMR e RMSEA (Byrne, 2001; Hu,
Bentler, 1999; Tabachinick, Fidel, 2001). Para os quatro primeiros,
valores iguais ou superiores a 0,95 indicam um ajuste muito bom;
no caso dos dois últimos índices, os valores precisam ser 0,05 e
0,08, respectivamente, para indicar um modelo satisfatório.
Resultados
Estatísticas descritivas e diferenças de sexo
e idade
Os médicos apresentaram uma média de satisfação com
a vida de 23,5 ± 6,77, que se situou acima da mediana teórica da
pontuação total da escala (M = 15; amplitude 5-35), t (13.664) =
147,01, p < 0,001. Através de uma análise multivariada da vari-
ância (MANOVA), constatou-se que a pontuação nesta medida
varia em função da idade dos participantes (F [8,13.636] = 25,06;
p < 0,001), mas não do seu sexo (F [1,13.636] = 0,31, p > 0,05);
não foi constatado efeito de interação signicativo entre essas
duas variáveis (F [7,13.636] = 0,9, p > 0,05). Quanto ao papel da
idade na pontuação de satisfação com a vida, o teste post hoc
de Bonferroni (p < 0,05) indicou serem menores as médias dos
mais jovens [por exemplo, com até 27 anos (22,5) ou de 28 e 29
anos (21,9)] do que daqueles mais velhos [por exemplo, com 60
a 69 anos (25,9) ou com 70 ou mais anos (29,0)].
Validação da Escala de Satisfação com a Vida
Inicialmente, procurou-se descrever como os participantes de
diferentes regiões do país pontuavam na escala, considerando cada
um dos seus cinco itens. Posteriormente, foram submetidos a uma
análise fatorial (componentes principais), sem xar número de fatores
ou tipo de rotação. Os resultados podem ser vistos na Tabela 2.
Como é possível observar, o padrão de resposta dos
participantes das cinco regiões é praticamente o mesmo para
todos os itens da escala. Coerentemente, obtêm maior média
no item 4 (5,37 ± 1,34; Dentro do possível, tenho conseguido as
coisas importantes que quero da vida) e menor no 2 (4,22 ± 1,65;
As condições da minha vida são excelentes).
Tabela 2. Médias, saturações e correlações item-total dos itens da ESV através das amostras
Amostra Número do item
1 2 3 4 5
Médias dos itens
Norte 4,94 ± 1,55 4,36 ± 1,61 5,05 ± 1,55 5,53 ± 1,32 4,54 ± 1,94
Nordeste 4,66 ± 1,63 4,13 ± 1,66 4,8 ± 1,6 5,35 ± 1,33 4,35 ± 1,93
Centro-Oeste 4,77 ± 1,59 4,32 ± 1,64 4,89 ± 1,57 5,37 ± 1,38 4,44 ± 1,91
Sudeste 4,64 ± 1,62 4,16 ± 1,67 4,78 ± 1,58 5,34 ± 1,35 4,35 ± 1,9
Sul 4,89 ± 1,49 4,43 ± 1,58 4,97 ± 1,5 5,43 ± 1,31 4,44 ± 1,86
Total 4,71 ± 1,6 4,22 ± 1,65 4,83 ± 1,58 5,37 ± 1,34 4,38 ± 1,91
Saturação e correlação item-total
Norte 0,84/0,73 0,86/0,76 0,87/0,77 0,79/0,67 0,76/0,64
Nordeste 0,86/0,77 0,86/0,76 0,89/0,81 0,79/0,67 0,76/0,64
Centro-Oeste 0,87/0,79 0,87/0,78 0,9/0,82 0,82/0,72 0,76/0,65
Sudeste 0,88/0,77 0,87/0,78 0,9/0,82 0,8/0,69 0,75/0,63
Sul 0,86/0,77 0,87/0,78 0,9/0,83 0,82/0,71 0,76/0,64
Total 0,87/0,77 0,87/0,78 0,9/0,82 0,8/0,69 0,76/0,64
Gouveia VV et al.
302 J Bras Psiquiatr 54(4): 298-305, 2005
Tabela 3. Índices de bondade de ajuste da estrutura
unifatorial da ESV nas diferentes regiões do
Brasil
Amostra GFI AGFI NFI CFI RMR RMSEA
Norte 0,98 0,95 0,98 0,98 0,049 0,088
Nordeste 0,99 0,98 0,99 1 0,03 0,049
Centro-Oeste 0,99 0,96 0,99 0,99 0,05 0,08
Sudeste 0,99 0,96 0,99 0,99 0,045 0,077
Sul 0,99 0,97 0,99 0,99 0,037 0,065
Total 0,99 0,97 0,99 0,99 0,04 0,071
GFI = goodness-of-t index; AGFI = adjusted goodness-of-t index; CFI = com-
parative t index; RMSEA = root mean square error of approximation.
Figura 1. Modelo unifatorial da Escala de
Satisfação com a Vida
E1
E2
E3
E4
E5
SV1
SV5
SV4
SV3
SV2
Satisfação
com a vida
0,45
0,53
0,78
0,72
0,7
0,84
0,85
0,88
0,73
0,67
Quanto ao resultado da análise de componentes principais,
primeiramente comprovou-se a adequação de empregar esta
técnica estatística, tendo sido observados indicadores satisfató-
rios para a amostra total: KMO = 0,88 e teste de esfericidade de
Bartlett, χ² (10) = 40.142,71, p < 0,001. A região que apresentou
indicadores menos satisfatórios foi a Norte [KMO = 0,86, teste de
esfericidade De Bartlett, χ² (10) = 1.724,91, p < 0,001], porém
igualmente adequados. No que se refere aos resultados dessa
análise propriamente, de forma coerente constatou-se a emersão
de um único fator/componente cujas saturações variaram de 0,75
(Se pudesse viver uma segunda vez, não mudaria quase nada na
minha vida) a 0,9 (Estou satisfeito/a com minha vida). Seu valor
próprio (eigenvalue) foi de 3,52 na amostra brasileira, variando
de 3,4 (Norte) a 3,58 (Centro-Oeste); este fator explicou 70,5%
da variância das pontuações do total de médicos, sendo que nos
âmbitos regionais a contribuição se situou no intervalo de 68,1%
(Norte) a 71,6% (Centro-Oeste).
Diante do antes exposto, parece razoável admitir que a ESV
apresenta um componente cognitivo único de bem-estar subjetivo.
Resta, entretanto, conhecer a conabilidade (consistência interna)
desse fator, o que se checou através do alfa de Cronbach. Na
amostra do Norte constatou-se o menor alfa (0,88), com correlações
item-total variando de 0,64 (Se pudesse viver uma segunda vez,
não mudaria quase nada na minha vida) a 0,77 (Estou satisfeito/a
com minha vida). Nas demais regiões, este foi de 0,89; os mesmos
dois itens previamente citados foram os que apresentaram a menor
e a maior correlação item-total nas demais regiões: 0,63 (Sudeste)
e 0,83 (Sul), respectivamente.
Análise fatorial conrmatória da estrutura
unifatorial
Embora a análise antes descrita revele a existência
de um único fator, não oferece índices de bondade de ajuste
do modelo. Neste sentido, decidiu-se considerar os mesmos
participantes e efetuar a comprovação da estrutura unifatorial
teorizada e aqui reconhecida. Os resultados desta análise podem
ser vistos na Tabela 3.
Os resultados para a amostra brasileira não deixam
dúvidas acerca da adequação da estrutura unifatorial desta
escala: goodness-of-t index [GFI] = 0,99; adjusted goodness-
of-t index [AGFI] = 0,97; comparative t index [CFI] = 0,99;
razão metabólica relativa [RMR] = 0,045; root mean square
error of approximation [RMSEA] = 0,077. Como se verica na
Tabela 3, resultados similares são apresentados nas diversas
regiões do país; o caso menos favorável é do Norte, mas os
índices se aproximam dos valores recomendados: GFI = 0,98,
AGFI = 0,95, CFI = 0,98, RMR = 0,049 e RMSEA = 0,088. Neste
sentido considerou-se a amostra total brasileira para representar
gracamente a estrutura conrmada (Figura 1).
Discussão
O objetivo principal deste estudo foi conhecer a validade de
construto da versão brasileira da ESV (Diener et al., 1985) em amostra
nacional de médicos, e espera-se que tenha sido alcançado. Como
armado na introdução, esta é uma medida amplamente empregada
em diversos países, considerando amostras variadas (Pavot, Diener,
1993). Porém não foram encontradas informações no Brasil acerca
do seu uso para conhecer a satisfação que os médicos apresentam
com suas vidas.
Apesar de não se contar com uma amostra aleatória que
possa representar elmente as características da população mé-
dica que atua no Brasil, fez-se um esforço por constituir um grupo
bastante expressivo numericamente, contemplando médicos das
cinco regiões do país. Neste sentido, cona-se estar oferecendo
uma contribuição ao entendimento da saúde mental desses pro-
ssionais, especicamente no que se refere à dimensão cognitiva
do seu bem-estar subjetivo. A seguir destacam-se os principais
resultados observados.
Satisfação com vida, sexo e idade
Apesar das condições de trabalho adversas que os
médicos têm enfrentado na última década (Carneiro, Gouveia,
2004; Machado, 1996), no geral esses profissionais relatam
estarem satisfeitos com suas vidas. Sua pontuação média (M =
23,5) está dentro da amplitude que permite classificá-los como
ligeiramente satisfeitos (21 a 25 pontos) (Pavot, Diener, 1993).
Quanto às respostas dadas a cada um dos cinco itens desta
medida, merece particular atenção a maior média verificada
Satisfação com a vida dos médicos no Brasil
J Bras Psiquiatr 54(4): 298-305, 2005 303
para o item 4: Dentro do possível, tenho conseguido as coisas
importantes que quero da vida. Provavelmente, o conteúdo
deste item reflete o sentimento de auto-realização, cumprimento
com o dever de ser médico, tornando-se um dos profissionais
mais respeitados e admirados pela população geral (Pimen-
tel, Andrade, Barbosa, 2004). Seguramente não se limita a
eventuais bens materiais conseguidos, pois, como também se
viu, o item 2 (As condições da minha vida são excelentes) foi
sistematicamente o que recebeu menor pontuação.
A satisfação com a vida não foi afetada pelo sexo dos
médicos, coerente com o constatado em pesquisas prévias que
consideraram diversos grupos amostrais (Arrindell, Heesink,
Feij, 1999; Shevlin, Brunsden, Miles, 1998; Pavot, Diener, 1993).
Embora na dimensão afetiva os médicos do sexo masculino
possam apresentar menores indicativos de distúrbios do que
aqueles do sexo feminino (por exemplo, depressão e ideação
suicida) (Frank, Dingle, 1999), isso não se constata no aspecto
cognitivo. Esse resultado pode sugerir que as mulheres têm
pensamentos positivos, embora possam ser menos aptas que
os homens para gerenciar os afetos negativos. Contudo esta
é apenas uma hipótese, demandando-se que se considere em
pesquisas futuras os modos de enfrentamento que profissionais
de ambos os sexos adotam diante dos afetos negativos. Por
certo, no geral, este resultado também aponta para a indepen-
dência dos fatores afetivo e cognitivo do bem-estar subjetivo,
como sugerido na literatura.
A pontuação de satisfação com a vida variou em função
da idade dos participantes. Concretamente, os médicos mais
velhos apresentaram maior satisfação com a vida. Este resul-
tado é consistente com o que escrevem Ehrlich e Isaacowitz
(2002) sobre a relação entre bem-estar subjetivo e idade. O
resultado é particularmente confirmado se se considerar que
todos os participantes do estudo são profissionais (médicos)
ativos, o que sugere que desfrutam de capacidades vitais para
seguir vivendo e apresentam rendimento profissional aceitável
pela população. Como demonstram os autores previamente
citados, as pessoas mais velhas podem até apresentar baixa
satisfação com a vida quando têm a saúde comprometida e
não se sentem produtivas, realizadoras; contudo, na situação
em que se encontram os profissionais do presente estudo, é
coerente a satisfação com a vida aumentar com a idade. Afinal,
os médicos mais velhos, em princípio, gozam de estabilidade e
realização pessoal, o que lhes permite inclusive maior otimismo
diante da vida.
Qualidades psicométricas da medida
Quer através da análise fatorial exploratória (principal
components), quer através da conrmatória (maximum likelihood),
parece evidente a existência de um fator único e geral de satisfa-
ção com a vida, o que corrobora pesquisas prévias (Atienza et al.,
2000; Diener et al., 1985; Lewis et al., 1999; Pavot et al., 1991). A
porcentagem de variância explicada se situou entre 68% e 72%,
que é inclusive um pouco melhor que a vericada no estudo de
elaboração da ESV (66%) (Diener et al., 1985). Também as cargas
fatoriais são consistentes com as vericadas em diversos estudos
(Pavot, Diener, 1993), estando acima do que se recomenda na
literatura (0,4) (Tabachinick, Fidel, 2001).
O teste da estrutura unifatorial nas cinco regiões brasileiras
dá suporte à adequação desta medida. Claramente, inclusive no
caso do Norte, os indicadores de bondade de ajuste são favoráveis
à identicação de um único fator, com todos os itens apresentando
saturações estatisticamente diferentes de zero (t > 1,96, p < 0,05).
Esta estrutura é, portanto, inequívoca, emergindo inclusive quan-
do os itens desta medida são misturados com aqueles de uma
correlata, como pode ser a tendência à gratidão (McCullough,
Emmons, Tsang, 2002).
A consistência interna (alfa de Cronbach) da escala também
é bastante consistente com o que tem sido vericado na literatura.
Por exemplo, Pavot e Diener (1993) descrevem coecientes no
intervalo de 0,79 a 0,89 (M = 0,85), sendo que o menor observado
neste estudo foi de 0,88 (região Norte). Em todas as demais regiões
se vericaram alfas com o valor similar de 0,89, que está acima
da média antes descrita. Portanto parece evidente que todos os
itens deste instrumento meçam um mesmo construto: a avaliação
geral que as pessoas fazem das suas vidas, isto é, a dimensão
cognitiva do seu bem-estar.
Conclusão
Em resumo, espera-se que tenham sido apresentados
indícios sucientes a respeito da validade de construto da ESV,
possibilitando seu emprego no universo pesquisado. Entretanto
recomendam-se novos estudos em que possam ser comprovados
outros parâmetros desta medida, como sua estabilidade temporal,
validade convergente e preditiva. Nesse caso, poder-se-ia, por
exemplo, comprovar sua adequação para predizer a satisfação que
os médicos apresentam com seu trabalho, sua especialidade e a
percepção que têm em relação ao futuro da sua prossão.
Agradecimentos
Este estudo contou com o apoio do Conselho Nacional
de Desenvolvimento Cientíco e Tecnológico (CNPq) através de
bolsa de produtividade em pesquisa concedida ao primeiro autor
(478307/2003-9). Os dados analisados são de propriedade do
CFM, sendo gentilmente cedidos para a preparação deste artigo.
Os autores agradecem a essas duas instituições.
Gouveia VV et al.
304 J Bras Psiquiatr 54(4): 298-305, 2005
Referências
Abdallah T. The Satisfaction With Life Scale (SWLS): Psychometric
properties in an Arabic-speaking sample. International Journal of
Adolescence and Youth, 7: 113-9, 1998.
Albuquerque AS, Tróccoli BT. Desenvolvimento de uma escala de bem-
estar subjetivo. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 20: 153-64, 2003.
Arrindell WA, Heesink J, Feij JA. The Satisfaction With Life Scale (SWLS):
Appraisal with 1700 health young adults in The Netherlands.
Personality and Individual Differences, 26: 815-26, 1999.
Arrindell WA, Meeuwesen L, Huyse FJ. The Satisfaction With Life Scale
(SWLS): psychometric properties in a non-psychiatric medical
outpatients sample. Personality and Individual Differences, 12:
117-23, 1991.
Atienza FL, Balaguer I, García-Merita M. Satisfaction With Life Scale:
analysis of factorial invariance across sexes. Personality and
Individual Differences, 35: 1255-60, 2003.
Atienza FL, Pons D, Balaguer I, García-Merita M. Propiedades psicométricas
de la Escala de Satisfacción con la Vida en adolescentes. Psicothema,
12: 314-9, 2000.
Balatsky G, Diener E. A comparison of the well-being of Soviet and
American students. Social Indicators Research, 28: 225-43, 1993.
Blais MR, Vallerand RJ, Pelletier LG, Briere NM. L’echelle de satisfaction de
vie: Validation canadienne-francaise du “Satisfaction With Life Scale”.
Canadian Journal of Behavioural Science, 21: 210-23, 1990.
Bruce S. Physician burnout: a pilot study. New Zealand Medical Student
Journal, 1: 14-9, 2004.
Burbeck R, Coomber S, Robinson SM, Todd C. Occupational stress in
consultants in accident and emergency medicine: a national survey
of levels of stress at work. Emergency Medicine Journal, 19: 234-8,
2002.
Byrne BM. Structural equation modeling with AMOS: Basic concepts,
applications and programming. Mahwah, NJ, Lawrence Erlbaum
Associates, 2001.
Campbell A. The sense of well-being in America. New York: McGraw-Hill;
1981.
Carneiro MB, Gouveia VV. O médico e o seu trabalho. Brasília: Conselho
Federal de Medicina; 2004.
Diener E, Emmons RA, Larsen RJ, Grifn S. The Satisfaction With Life
Scale. Journal of Personality Assessment, 49: 71-5, 1985.
Ehrlich BS, Isaacowitz DM. Does subjective well-being increase with age?
Perspectives in Psychology, 5: 20-6, 2002.
Fouquereau E, Rioux L. Elaboration de l’Echelle de Satisfaction de Vie
Professionnelle (ESVP) en langue francaise: une demarche exploratoire.
Canadian Journal of Behavioural Science, 34: 210-5, 2002.
Frank E, Dingle AD. Self-reported depression and suicide attempts among
U.S. women physicians. American Journal of Psychiatry, 156: 1887-
94, 1999.
Galambos GA, Pethebridge AM, Manicavasagar VK, Johnson S. Doctors’
mental health: a literature review of the pattern and causes of mental
disorder in doctors. Disponível em: http://members.optushome.com.
au/drgg/gg/int/draft_lit_rv.htm.
Gilman R, Huebner ES. Review of life satisfaction measures for
adolescents. Behaviour Change, 17: 178-95, 2001.
Gouveia VV, Chaves SS, Oliveira ICP, Dias MR, Gouveia RSV, Andrade PR.
A utilização do QSG-12 na população geral: estudo de sua validade
de construto. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 19: 241-8, 2003.
Hu L, Bentler PM. Cutoff criteria for t indexes in covariance structure
analysis: conventional criteria versus new alternatives. Structural
Equation Modeling, 6: 1-55, 1999.
Kim D-Y. The implicit life satisfaction measure. Asian Journal of Social
Psychology, 7: 236-62, 2004.
Lee S. Marital status, gender and subjective quality of life in Korea.
Development and Society, 27: 35-49, 1998.
Lewis CA, Shevlin ME, Bunting BP, Joseph S. Conrmatory factor analysis
of the Satisfaction With Life Scale: replication and methodological
renement. Perceptual and Motor Skills, 80: 304-6, 1995.
Lewis CA, Shevlin ME, Smekal V, Dorahy MJ. Factor structure and reliability
of a Czech translation of the Satisfaction With Life Scale among Czech
university students. Studia Psychologica, 41: 239-44, 1999.
Machado MH. Perl dos médicos no Brasil. Rio de Janeiro: FIOCRUZ/
CFM-MS/PNUD; 1996.
Marsh HW, Balla JR, McDonald RP. Goodness-of-t indexes in conrmatory
factor analysis: the effect of sample size. Psychological Bulletin, 103:
391-410, 1988.
Martínez JC, Martínez MR, Garcia JC, Cortes IO, Ferrer AR, Herrero BT.
Fiabilidad y validez de la Escala de Satisfacción con la Vida de Diener
en una muestra de mujeres embarazadas y puérperas. Psicothema,
16: 448-55, 2004.
Maxwell S-AM. Designing and developing an intervention to maximise
the coping resources of doctors working with trauma patients at
Johannesburg General Hospital. 2001. Dissertação. Faculdade de
Artes, Departamento de Psicologia, Universidade Africana de Rand,
África do Sul.
McCullough ME, Emmons RA, Tsang J-A. The grateful disposition: a
conceptual and empirical topography. Journal of Personality and
Social Psychology, 82: 112-27, 2002.
Meleiro AMAS. Suicídio entre médicos e estudantes de medicina. Revista
da Associação Médica Brasileira, 44: 135-40, 1998.
Millan LR, Rossi E, De Marco OLN. A procura espontânea de assistência
psicológica pelo estudante de medicina. Revista ABP-APAL, 17:
11-6, 1995.
Miller MN, Mcgowen KR. The painful truth: physicians are not invencible.
Southern Medical Journal, 93: 966-72, 2000.
Miranda PSC, Queiroz EA. Pensamento suicida e tentativa de suicídio entre
estudantes de medicina. Revista ABP-APAL, 13: 157-60, 1991.
Neto F. The Satisfaction With Life Scale: psychometrics properties in an
adolescent sample. Journal of Youth and Adolescence, 22: 125-34,
1993b.
Neto F. Satisfaction with life among adolescents from immigrant families in
Portugal. Journal of Youth and Adolescence, 30: 53-67, 2001.
Nogueira-Martins LA, Fagnani Neto R, Macedo PCM, Cítero VA, Mari JJ.
The mental health of graduate students at the Federal University of
São Paulo: a preliminary report. Brazilian Journal of Medical and
Biological Research, 37: 1519-24, 2004.
Pavot W, Diener E. Review of the Satisfaction With Life Scale. Psychological
Assessment, 5: 164-72, 1993.
Pavot W, Diener E, Colvin CR, Sandvik E. Further validation of the
Satisfaction With Life Scale: evidence for the cross-method
convergence of well-being measures. Journal of Personality
Assessment, 57: 149-61, 1991.
Pimentel AJP, Andrade EO, Barbosa GA. Os estudantes de medicina e
o ato médico: atitudes e valores que norteiam seu posicionamento.
Brasília: Conselho Federal de Medicina; 2004.
Pons D, Atienza FL, Balaguer I, García-Merita ML. Satisfaction With Life
Scale: analysis of factorial invariance for adolescents and elderly
persons. Perceptual and Motor Skills, 91: 62-8, 2000.
Pons D, Atienza FL, Balaguer I, García-Merita ML. Propiedades
psicométricas de la Escala de Satisfacción con la Vida en personas
de tercera edad. Revista Iberoamericana de Diagnóstico y Evaluación
Psicológica, 13: 71-82, 2002.
Sachs J. Validation of the Satisfaction With Life Scale in a Sample of Hong
Kong University Students. Psychologia, 46: 225-34, 2004.
Shevlin ME, Bunting BP. Conrmatory factor analysis of the Satisfaction
With Life Scale. Perceptual and Motor Skills, 79: 1316-8, 1995.
Smrdel ACS. Experiencing professional strains of nurses, radiation
engineers and physicians working at the Institute of Oncology in
Ljubljana. Radiology and Oncology, 37: 249-55, 2003.
Satisfação com a vida dos médicos no Brasil
J Bras Psiquiatr 54(4): 298-305, 2005 305
Sullivan P, Buske L. Results from CMA’s huge 1998 physician survey point
to a dispirited profession. Canadian Medical Association Journal,
159, 54-8, 1998.
Tabachinick BG, Fidel LS. Using multivariate statistics. Needham Heights:
Allyn and Bacon; 2001.
Von Vultée PJ. Physicians’ work environment and health: a prospective
controlled intervention study of management development programs
targeting female physicians. 2004. Tese. Faculdade de Medicina,
Universidade Uppsala, Suécia.
Wagner A, Ribeiro LS, Arteche AX, Bornholdt EA. Conguração familiar
e o bem-estar psicológico dos adolescentes. Psicologia: Teoria e
Pesquisa, 12: 147-56, 1999.
Anexo
Escala de Satisfação com a Vida
Instruções
Abaixo você encontrará cinco armações com as quais pode ou não concordar. Usando a escala de resposta a seguir, que vai de 1 a 7,
indique o quanto concorda ou discorda com cada uma; escreva um número no espaço ao lado da armação, segundo sua opinião. Por
favor, seja o mais sincero possível nas suas respostas.
7 = Concordo totalmente
6 = Concordo
5 = Concordo ligeiramente
4 = Nem concordo nem discordo
3 = Discordo ligeiramente
2 = Discordo
1 = Discordo totalmente
1._____Na maioria dos aspectos, minha vida é próxima ao meu ideal.
2._____As condições da minha vida são excelentes.
3._____Estou satisfeito(a) com minha vida.
4._____Dentro do possível, tenho conseguido as coisas importantes que quero da vida.
5._____Se pudesse viver uma segunda vez, não mudaria quase nada na minha vida.
... The Satisfaction with Life Scale -SWLS (Gouveia et al., 2005) was used to assess the participants' LS. It consists of five statements, and participants must choose from seven options, ranging from "strongly disagree" (value 1) to "strongly agree" (value 7). ...
... Educafi participants' LS also had a high average initial score (29.6; range 5-35). In the study by Gouveia et al. (2005), for example, the sample had an average score of 23.5 (SD = 6.77), with people between 60 and 69 years old having an average score of 25.9 and individuals aged 70 or over, 29.0. The results demonstrate how satisfied older adults can be with their lives. ...
Article
Full-text available
This study aimed to analyze an intervention on Strengths Based Character Education for the Elderly (Educafi) and its effects on the variables character strengths, psychological well-being, life satisfaction and depressive symptoms. Forty-one elderly people participated in the research, divided into three groups: experimental, active control and control. Participants answered the same questionnaires in three moments: pretest, post-test and follow up. Statistically significant results were obtained for depressive symptoms, but not for the positive constructs assessed. Elderly people who participated in Educafi decreased the levels of these symptoms from the pretest to the post-test. However, in the follow up they returned to the initial levels. The results are discussed and suggestions for Educafi and other positive interventions for the elderly are presented. Educação para o Caráter Baseada em Forças para Idosos: Um Estudo Quase-Experimental RESUMO-O objetivo deste estudo foi analisar uma intervenção de Educação para o Caráter Baseada em Forças para Idosos (Educafi) e seus efeitos nas variáveis forças do caráter, bem-estar psicológico, satisfação com a vida e sintomas depressivos. Participaram da pesquisa 41 idosos distribuídos em três grupos: experimental, controle ativo e controle. Todos responderam aos mesmos questionários em três momentos, pré, pós e pós-teste tardio. Resultados estatisticamente significativos foram obtidos para os sintomas depressivos, mas não para os construtos positivos analisados. Idosos que participaram da Educafi diminuíram os níveis dessa sintomatologia do pré para o pós-teste, porém no pós-teste tardio retornaram aos patamares iniciais. Os resultados são discutidos e sugestões para essa e outras intervenções positivas para idosos são apresentadas.
... Quanto maior o resultado obtido em cada dimensão, maior a percepção de que ele representa uma fonte de estresse para o indivíduo. Diener et al. (1985) Adaptada ao contexto brasileiro por Gouveia et al. (2005), desenvolvida para medir julgamentos cognitivos globais e a satisfação com a vida (5 itens; α = .87; ex. ...
Article
Full-text available
Objective. To identify the sociodemographic, work predictors, psychosocial stressors, regulatory focus to achieve goals at work, and emotional labor for professional abandonment intention in Brazilian teachers according to the five levels of education: kindergarten, elementary, secondary, undergraduate, and postgraduate. Method. A non-probabilistic sample of 1,284 Brazilian teachers distributed across five levels of education was used, who responded to an online instrument that contained five sections: sociodemographic and labor data questionnaire, Burnout questionnaire, General Regulatory Focus Scale, Emotions Labor Scale and the Psychosocial Stressors Assessment Scale in the Work Context. Results. The results obtained through multiple linear regression analyses revealed different predictors according to educational levels. The variables that explained the models were higher rates of burnout syndrome, pressure for responsibility, role conflict and ambiguity, role overload, career insecurity, emotional variability, higher academic training and remuneration and lower rates of satisfaction with life, lower length of work and age, not having another professional activity, and working in a private institution. Burnout syndrome was a predictor at all levels.
... Life Satisfaction Scale (ESV). It assesses the judgments people make about their overall life satisfaction (Gouveia et al., 2005). It comprises 5 items and responses are measured on a 7-point Likert-type scale, ranging from 1(strongly disagree ) to 7(strongly agree ). ...
Preprint
Objective: Work-Related Quality of Life (WRQoL) is a multidimensional concept that is difficult to measure owing to the challenge of reaching a consensus on the factors involved. Although the WRQoL Scale has been proven effective in evaluating the construct in several countries, it has not been translated into Brazilian Portuguese until now. The aim of this study was to measure burnout, life satisfaction and WRQoL in psychologist, beyond validate the Brazilian Portuguese version of the WRQoL Scale, using psychology professionals as the target population. Methods: 610 psychologists participated in this study, who responded to the Maslach Burnout Inventory, Life Satisfaction Scale and the WRQoL Scale. Spearman’s correlation and group comparison analyzes were performed. Bilingual translators translated the scale into Portuguese, then English, and finally back into Portuguese. Adjustments to the final scale were made through a focus group comprising psychology professionals. The scale was administered online using SurveyMonkey. Confirmatory Factor Analysis was used to test the existing models in the sample WRQoL Scale. Exploratory Factor Analysis was used to examine the potentially improved model fits. Results: 42% indicated adequate levels of satisfaction with life, 53% had burnout for Emotional Exhaustion and Depersonalization. Protective factors for the mental health of psychologists were identified. The final model to WRQoL Scale comprised 21 items distributed across 4 factors. The Cronbach’s alpha reliability index was 0.94 and CR = 0.95. Conclusion: This study provides evidence that the WRQoL Scale is a valid tool that can measure work-related quality of life. Keywords : burnout; life satisfaction; Work-Related Quality of Life Scale; psychometric validation; psychologist
... (Diener et al., 1985). Foi utilizada a versão brasileira (Gouveia et al., 2005) da ESV, composta por cinco itens. Os participantes são orientados a indicar o seu nível de concordância (1 -Discordo Totalmente; 5 -Concordo Totalmente) a itens como "Estou satisfeito com minha vida" e "Dentro do possível, tenho as coisas importantes que quero na vida". ...
Article
Full-text available
A resiliência descreve a capacidade que o indivíduo possui para se adaptar de forma positiva às adversidades e estressores da vida. Considerando a importância do construto para a saúde física e mental das pessoas, a sua adequada quantificação é uma preocupação básica entre os pesquisadores. No presente estudo (N = 591) reunimos evidências adicionais em torno da Brief Resilience Scale (BRS). Mais especificamente, replicando as evidências de validade baseada na estrutura interna, corroborando a sua unidimensionalidade, além de expandir as evidências de validade baseada nas correlações com variáveis externas (e.g., depressão, ansiedade, otimismo, afetos positivos e negativos). Ademais, observou-se que a BRS é precisa, tendo itens discriminativos, que exigiram níveis moderados e elevados de resiliência para o seu endosso, além de ser uma escala informativa, cobrindo ampla faixa do traço latente. No geral, os resultados indicam que esta é uma medida psicometricamente adequada, sendo breve e de fácil administração, recomendada em pesquisas onde se demanda uma rápida e eficaz avaliação da resiliência.
... Neste sentido, a satisfação vai variar em função dos contextos e também de cada individuo, sugerindo uma flutuação em função do polo positivo ou negativo (Campira et al., 2016). Embora a satisfação com a vida, possa atender a referida multidimensionalidade, muitos estudos têm adotado a visão mais global (Diener et al., 1985;Gouveia et al., 2005;Reppold et al., 2019;Souza & Noronha, 2021), procurando sempre integrar diferentes itens que descrevem o constructo. ...
... In the Brazilian validation, the scale presented a Cronbach's α value of 0.89 19 . It is the most widely used scale for assessing overall satisfaction with life and has been implemented in several languages and cultures, providing good psychometric indexes 20,21 . ...
Article
Full-text available
This study aimed to identify possible conditions associated with the perception of happiness and satisfaction with life in a sample of the Brazilian population who use social networks. This was a cross-sectional study with participants recruited online in five regions of Brazil via Facebook and WhatsApp. Data were collected from October 2015 to October 2016. The instruments used were the Pemberton Happiness Index, the Satisfaction with Life Scale, and a questionnaire regarding sociodemographic and clinical characteristics and issues potentially associated with the feeling of happiness. In total, 2,151 participants were included. A total of five variables exerted the greatest influence on higher levels of happiness and satisfaction with life in the multiple linear regression model, in the multiple logistic regression analysis, and in the decision tree model. Being satisfied with financial circumstances, having a positive self-evaluation of health, having frequent family gatherings, engaging in physical activity ≥ 3 times a week, and having no previous psychological/psychiatric diagnosis are variables that “seem” to positively influence Brazilians’ perception of happiness and satisfaction with life. We identified some predictors of happiness and satisfaction with life, which were mainly related to the social activities and personal satisfaction of the participating individuals. Encouraging people to seek strategies for increasing levels of happiness and life satisfaction based on modifiable variables, such as those found, can be helpful in this context.
... Escala de Satisfação com a Vida. Foi utilizada uma versão adaptada da Escala de Satisfação com a Vida (ESV; Diener et al., 1985;Gouveia, Chaves, Oliveira, & Carneiro, 2005), de modo que todos os itens foram mantidos, mudando apenas a chave de resposta da escala. Assim, foi utilizada a escala Likert variando de 1 (discordo totalmente) até 5 (concordo totalmente). ...
Article
Full-text available
Situações financeiras afetam direta e indiretamente a vida das pessoas. Fenômenos como desemprego e percepção de disparidade de renda embutem consequências negativas a dimensões objetivas e subjetivas da vida. Neste estudo, o papel mediador exercido pelas preocupações com a economia foi analisado na relação entre a desigualdade de renda e satisfação com a vida no Brasil. Participaram deste estudo 278 estudantes universitários (idade: M = 23,71; DP = 7,31). Além de questões sociodemográficas e da renda familiar como proxy para desigualdade de renda, foram utilizadas medidas de satisfação com a vida e preocupações com a economia, assim como uma questão subjetiva sobre a relação entre as variáveis. Os resultados demostraram que a relação entre a renda familiar e a satisfação com a vida foi mediada pelas preocupações com a economia pessoal (e não a economia brasileira). Sobre a questão aberta, uma categoria sobressaiu-se na análise de conteúdo: Preocupações com a economia como determinante da satisfação com a vida (39,7%). Em conjunto, estes resultados retratam a relevância da preocupação com a economia como definidor da satisfação com a vida, especialmente no caso de estudantes universitários, mostrando que a relação direta entre desigualdade de renda e satisfação com a vida é afetada por esta percepção.
... Neste sentido, a satisfação vai variar em função dos contextos e também de cada individuo, sugerindo uma flutuação em função do polo positivo ou negativo (Campira et al., 2016). Embora a satisfação com a vida, possa atender a referida multidimensionalidade, muitos estudos têm adotado a visão mais global (Diener et al., 1985;Gouveia et al., 2005;Reppold et al., 2019;Souza & Noronha, 2021), procurando sempre integrar diferentes itens que descrevem o constructo. ...
Article
Full-text available
O presente estudo analisa o impacto das variáveis pessoais e do contexto na (in)satisfação com experiências acadêmicas em estudantes da Universidade Licungo em Moçambique. Participaram do estudo 711 estudantes, sendo 472 (66,4%) do sexo masculino. Foi aplicado, na modalidade online, um questionário contendo itens de descrição social e acadêmica dos estudantes e de avaliação de satisfação com as experiências acadêmicas. Com base no modelo de regressão hierárquica, a idade dos estudantes, as variáveis de rendimento (e.g., nível de participação nas aulas, intenção de mudança de curso) e as variáveis contextuais (e.g., mudança de residência para frequentar o ES, a ocupação do estudante) mostraram serem preditores significativos da (in)satisfação com experiências acadêmicas. Os resultados do presente estudo sugerem a necessidade de implementação de estratégias de gestão universitária mais focadas nas características individuais e do contexto dos estudantes, visando melhorar a prestação de serviços e a satisfação dos estudantes.
Preprint
Full-text available
Background Work-Related Quality of Life (WRQoL) is a multidimensional concept that is difficult to measure owing to the challenge of reaching a consensus on the factors involved. Although the WRQoL Scale has been proven effective in evaluating the construct in several countries, it has not been translated into Brazilian Portuguese until now. The aim of this study was to measure burnout, life satisfaction and WRQoL in psychologist, beyond validate the Brazilian Portuguese version of the WRQoL Scale, using psychology professionals as the target population. Methods 610 psychologists participated in this study, who responded to the Maslach Burnout Inventory, Life Satisfaction Scale and the WRQoL Scale. Spearman's correlation and group comparison analyzes were performed. Bilingual translators translated the scale into Portuguese, then English, and finally back into Portuguese. Adjustments to the final scale were made through a focus group comprising psychology professionals. The scale was administered online using SurveyMonkey. Confirmatory Factor Analysis was used to test the existing models in the sample WRQoL Scale. Exploratory Factor Analysis was used to examine the potentially improved model fits. Results 42% indicated adequate levels of satisfaction with life, 53% had burnout for Emotional Exhaustion and Depersonalization. Protective factors for the mental health of psychologists were identified. The final model to WRQoL Scale comprised 21 items distributed across 4 factors. The Cronbach's alpha reliability index was 0.94 and CR = 0.95. Conclusions This study provides evidence that the WRQoL Scale is a valid tool that can measure work-related quality of life.
Article
Full-text available
Introdução: O bem-estar subjetivo é um construto que visa identificar os fatores positivos dos indivíduos e já a depressão é um transtorno mental. O objetivo desta pesquisa foi correlacionar e comparar esses construtos, bem-estar subjetivo, incluindo satisfação de vida, afetos positivos e afetos negativos e a sintomatologia depressiva, em grupos com e sem transtorno mental prévio. Método: A amostra foi composta por 167 indivíduos, sendo que 74,3% eram pessoas sem diagnóstico de transtorno mental. Foram aplicadas uma ficha sociodemográfica, a Escala Baptista de Depressão – Versão Adulto Breve (EBADEP-A), Escala de Satisfação com a Vida (ESV) e a Escala de Afetos (EA), analisando através da correlação de Pearson, do teste t de Student e da path analysis. Resultados: Ao associar os fatores separados da EA com a EBADEP-A – versão breve, foi verificado uma correlação negativa (r= -0,48; p= 0,001) entre os afetos positivos e depressão e uma correlação positiva (r= 0,55; p=0,001) entre afetos negativos e depressão. Quanto maior foi a satisfação com a vida, também menores foram os sintomas depressivos e os afetos negativos e maiores os afetos positivos no grupo não clínico. Discussão: O bem-estar subjetivo está associado negativamente com a sintomatologia depressiva. Na path analysis foi verificado que a satisfação com a vida e os afetos positivos predisseram negativamente os sintomas depressivos e os afetos negativos predisseram positivamente os sintomas depressivos. Conclusão: Quando o indivíduo apresenta diagnóstico de algum transtorno mental, menor é o bem-estar subjetivo e maiores são os sintomas depressivos.
Book
Full-text available
Trata-se de um livro com os resultados de pesquisa realizada na década de noventa sobre os médicos então existentes no Brasil
Article
Full-text available
In four studies, the authors examined the correlates of the disposition toward gratitude. Study 1 revealed that self-ratings and observer ratings of the grateful disposition are associated with positive affect and well-being prosocial behaviors and traits, and religiousness/spirituality. Study 2 replicated these findings in a large nonstudent sample. Study 3 yielded similar results to Studies 1 and 2 and provided evidence that gratitude is negatively associated with envy and materialistic attitudes. Study 4 yielded evidence that these associations persist after controlling for Extraversion/positive affectivity, Neuroticism/negative affectivity, and Agreeableness. The development of the Gratitude Questionnaire, a unidimensional measure with good psychometric properties, is also described.
Article
Full-text available
There are few valid measures of subjective well-being adapted to the Brazilian population. In this study, several items were elaborated for the development of an instrument to measure the three major components of subjective well-being: satisfaction with life, positive affect and negative affect. The Subjective Well-Being Scale (EBES) was answered by 795 participants (mean age = 35.6 years old; standard deviation = 4.83). Principal components and factor analysis of their answers (extratcion of principal components - PAF and direct oblimin rotation) revealed the expected three factors: positive affect (21 items, explaining 24.3% of the variance, alpha = 0.95); negative affect (26 items, 24.9% of the variance, alpha = 0.95) and satisfaction-dissatisfaction with life (15 items, 21.9% of the variance, alpha = 0.90). Together, these three factors explained 44.16% of the total variance of the construct. The 69 items of the EBES were further analyzed using Item Response Theory (IRT). All the results supported the construct validity of the Subjective Well-Being Scale.
Article
Full-text available
The Satisfaction With Life Scale (SWLS) was developed to assess satisfaction with the respondent’s life as a whole. The scale does not assess satisfaction with life domains such as health or finances but allows subjects to integrate and weight these domains in whatever way they choose. Normative data are presented for the scale, which shows good convergent validity with other scales and with other types of assessments of subjective well-being. Life satisfaction as assessed by the SWLS shows a degree of temporal stability (e.g., 54 for 4 years), yet the SWLS has shown sufficient sensitivity to be potentially valuable to detect change in life satisfaction during the course of clinical intervention. Further, the scale shows discriminant validity from emotional well-being measures. The SWLS is recommended as a complement to scales that focus on psychopathology or emotional well-being because it assesses an individuals’ conscious evaluative judgment of his or her life by using the person’s own criteria.
Article
The aim of this study was to examine the factor structure of a translated version of the Satisfaction With Life Scale to facilitate the use of the scale among Czech samples. The scale items were translated into Czech and administered to a sample of 109 Czech University students. Data was analyzed using both exploratory and confirmatory factor analysis. Exploratory maximum likelihood factor analysis suggested that the scale was unidimensional. A single factor confirmatory factor analysis using polychoric correlations and an appropriate weight matrix estimated using LISREL8 was an acceptable description of the data. In addition, the scale was found to have high reliability. Comparisons are made with previously reported data using the original version of the scale among different cultural groups. The Czech translation of the Satisfaction With Life Scale can be recommended for use among Czech language samples.
Article
Background. Since 1974 the term burnout is used in psychology. Burnout describes the end result of stress and has been described by Maslach comprising three basic components: emotional exhaustion, depersonalization and low personal accomplishment. In this paper we would like to describe some aspects of burnout experiences of the employees of the Institute of Oncology in Ljubljana. Subjects and methods. We used Questionnaire of professional stress, created by Žunter Nagy and Kocmur. In our research 137 health workers from four professional groups participated: physicians, graduated nurses, nurses and radiation engineers, representing 38% of all employees. Results. We found out that in the experience the professional stressof all four professional groups is relatively equalized. The most prominent feelings are of fatigue, irritability and work overload. There were no signs of depersonalization - as described by Maslach - reported in our group. In nurses and in radiation engineers a distress is significantly more often displayed due to poorer personal income and poorer material status. Nurses reported significantly more often the intention to change work position (51%), institution (57%) or job (47%). Conclusions. Workstress impacts on the experience and on the thought patterns in those participating in the study. We can describe those signs as burnout signs. However, there are more new questions opening in the future as well as the need to a longitudinal approach to the research of this more and more prominent field.
Article
This article reports the development and validation of a scale to measure global life satisfaction, the Satisfaction With Life Scale (SWLS). Among the various components of subjective well-being, the SWLS is narrowly focused to assess global life satisfaction and does not tap related constructs such as positive affect or loneliness. The SWLS is shown to have favorable psychometric properties, including high internal consistency and high temporal reliability. Scores on the SWLS correlate moderately to highly with other measures of subjective well-being, and correlate predictably with specific personality characteristics. It is noted that the SWLS is suited for use with different age groups, and other potential uses of the scale are discussed.