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Fontes de Informação sobre Conceitos e Indicadores de Inovação

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Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa na literatura com objetivo de avaliação de mais de setenta fontes de informação sobre os conceitos e indicadores que definem o fenômeno da “inovação”, que tem se tornado uma preocupação central de governos dos países desenvolvidos e em desenvolvimento no mundo como saída para a crise econômica desencadeada com o “estouro da bolha” imobiliária nos Estados Unidos em 2008. Embora constitua um objeto de estudos sempre destacado na Ciência Econômica, com base nos estudos de Joseph Schumpeter sobre os ciclos do desenvolvimento econômico, “inovação” é um conceito polissêmico cujos fundamentos teóricos são multidisciplinares, envolvendo, contemporaneamente, conhecimentos de disciplinas como “Administração de Negócios” (Business Administration – BA), “Engenharia da Produção”, “Biologia Evolutiva” e “Psicologia Cognitiva”. Informação sobre inovação tem se tornado, nesse cenário, um valor público, concluindo-se que a Ciência da Informação reúne um arsenal de metodologias de análise de conteúdos fundamental para o avanço do conhecimento dos governos e da sociedade sobre inovação, proporcionando o principal insumo para estudos quantitativos e qualitativos acerca de suas causas e efeitos na economia dos países.
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Fontes de Informação sobre Conceitos e
Indicadores de Inovação
Ethel Airton Capuano, Dr.
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
eacapuano@terra.com.br
Resumo
Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa na literatura com objetivo de avaliação de mais de
setenta fontes de informação sobre os conceitos e indicadores que definem o fenômeno da “inovação”,
que tem se tornado uma preocupação central de governos dos países desenvolvidos e em
desenvolvimento no mundo como saída para a crise econômica desencadeada com o “estouro da
bolha” imobiliária nos Estados Unidos em 2008. Embora constitua um objeto de estudos sempre
destacado na Ciência Econômica, com base nos estudos de Joseph Schumpeter sobre os ciclos do
desenvolvimento econômico, inovação é um conceito polissêmico cujos fundamentos teóricos são
multidisciplinares, envolvendo, contemporaneamente, conhecimentos de disciplinas como
Administração de Negócios(Business Administration BA), Engenharia da Produção, Biologia
Evolutiva e Psicologia Cognitiva. Informação sobre inovação tem se tornado, nesse cenário, um
valor público, concluindo-se que a Ciência da Informação reúne um arsenal de metodologias de análise
de conteúdos fundamental para o avanço do conhecimento dos governos e da sociedade sobre
inovação, proporcionando o principal insumo para estudos quantitativos e qualitativos acerca de suas
causas e efeitos na economia dos países.
Palavras-Chave
Fontes de informação sobre inovação. Conceitos de Inovação. Contextos de inovação. Epistemologia
da inovação.
Abstract
This paper presents the outcome of a research in order to assess more than seventy sources of
information on the concepts and indicators that define the phenomenon of innovation, which has
become a central concern of governments in developed and developing countries worldwide as the
way out of the economic crisis triggered in 2008 with the real estate bursting bubble in the United
States. Innovation, while it is always an object of study highlighted in Economic Science based on the
studies of Joseph Schumpeter on the cycles of economic development, is also a polysemic concept
whose theoretical foundations are multidisciplinary, involving, simultaneously, knowledge of
disciplines like Business Administration, Production Engineering, Evolutionary Biology, and
Cognitive Psychology. Information on innovation has become, in this scenario, a public value,
concluding that Information Science brings together an arsenal of content analysis methodologies
critical to the advancement of knowledge of governments and society on innovation and provides the
main input for quantitative and qualitative studies about its causes and effects on the economy.
Keywords
Sources of information on innovation. Concepts of Innovation. Contexts of innovation. Epistemology
of innovation.
INTRODUÇÃO
O artigo apresenta um estudo de fontes sobre os conceitos e indicadores de inovação com estilo de
resenha crítica, elaborado sobre um conjunto amostral não estatístico representativo das principais
fontes de informação sobre esse fenômeno no mundo. Os objetivos específicos desse estudo são três:
(1) esclarecer o leitor brasileiro não familiarizado com o tema sobre sua inerente polissemia e as
consequências práticas; (2) mostrar as limitações epistemológicas do “economês” que ainda domina
esse discurso temático no Brasil; e (3) apresentar as diversas categorias de inovação e seus contextos a
partir das fontes disponíveis. Como objetivo geral, pretende-se evidenciar a necessidade de abordagens
eminentemente multidisciplinares para um estudo científico sobre o fenômeno da “inovação”,
especialmente com uso do arsenal metodológico da Ciência da Informação.
Esse gênero de pesquisa, na Ciência da Informação, se justifica de um ponto de vista da necessidade de
consolidação das melhores fontes disponíveis sobre um determinado tema. Stebbins (2006, p. 12), por
exemplo, ressalta que o valor de uma pesquisa de literatura envolve a reunião dos fios das conversas
que se referem ao tópico de interesse e a elaboração de um construto de tudo que é atualmente
conhecido sobre a área”, argumentando que esse construto do conhecimento é um processo contínuo e
interconectado, onde a pesquisa deve chacoalhar a videira do debate acadêmico sobre um tópico e
estar certa de ter descoberto todas as vozes com contribuições chave.
Em termos de conteúdos de informação, o fenômeno da inovação também se torna área de interesse da
Ciência da Informação na medida em que a construção de sistemas nacionais de monitoramento da
evolução da inovação e de seus efeitos econômicos ganha a dimensão de política nacional nos países,
como ocorreu nos Estados Unidos, na Europa e, recentemente, no Brasil. Esse monitoramento exige
um volume de informações qualificado e expressivo, que deve ser atualizado de modo a contribuir,
inclusive, para eventuais correções da própria política econômica dos países, tendo como principal
instrumento os “indicadores de inovação”, um tipo especial de informação sobre inovação.
Com a leitura de uma coletânea de referência com mais de setenta fontes (preponderantemente em
língua inglesa, mas com algumas em português), pretende-se mostrar também, neste artigo, que o
universo linguístico e epistemológico da inovação se refere a um fenômeno sociotécnico muito
complexo, que exige abordagens multidisciplinares para sua compreensão. Estudos científicos sobre
esse aspecto do fenômeno ainda são pouco encontrados na literatura brasileira sobre inovação, que
ainda é predominantemente circunscrita à inovação tecnológica, correspondente a apenas uma das
categorias de inovação, e à análise econômica dos grandes números baseados nas contas satélites1
derivadas das contas nacionais.
Como evidência para análise, na Figura 1 se encontra a distribuição de frequências (percentuais) de
palavras-tipos (palavras não repetidas e lematizadas) que aparecem nos textos em idioma inglês da
coletânea, observando-se uma alta concentração de uso de algumas poucas palavras-tipos. Os textos
somam 418.046 palavras (ou símbolos) com repetições (tokens), mas com apenas” 17.141 tipos
(types), que são palavras sem repetições, resultando numa razão TTR (Type/Token Ratio) de 4,10 (esse
valor corresponde ao percentual entre tipos e símbolos). Os dez tipos mais frequentes com
significância de conteúdos (excluídas as stop words) são: innovation, research, technology, science,
company, industry, OECD, product, process, development.
É interessante observar-se a referência à Organisation for Economic Co-operation and Development
(OECD) entre os dez tipos mais frequentes na coletânea, indicando que essa fonte de informações
sobre indicadores de inovação provavelmente seja a mais citada. Obviamente, o termo innovation é de
longe o mais frequente, mas esse perfil da curva de distribuição de palavras-tipos com um decréscimo
exponencial inicial tão acentuado das frequências, no caso logo após a décima posição no ranking, é
típico de textos sobre temas bastante fechados, em contextos bem delimitados.
1 As denominadas “Contas Satélites” apresentam, geralmente, estatísticas e indicadores com detalhamentos de setores da
economia de um país não encontrados nas Contas Nacionais.
Espera-se que os conteúdos apresentados, que podem ser considerados índices sintáticos e semânticos
de fontes para consultas futuras, possam ser úteis tanto para a elaboração de Guias de Fontes sobre
Inovação como para um estudo mais aprofundado sobre indicadores de inovação. Outras possíveis
contribuições da Ciência da Informação para o estudo da inovação são discutidas no final do artigo.
Figura 1. Distribuição de Frequência de Tipos na Coletânea
(elaboração do autor)
CONTEXTOS E CONCEITOS DE INOVAÇÃO
Com o acirramento da competição entre as empresas nos mercados globais em consequência da
entrada de novos competidores de peso a partir de meados da década de 1990, principalmente a China
e a Coréia (SEONG, POPPER e ZHENG, 2005), pensadores econômicos dos países ocidentais
redescobriram a inovação como o “Santo Graal” para saída de uma crise econômica que é
frequentemente considerada um problema de produção capitalista decorrente de produtividade
deficiente na indústria. Em síntese, considera-se que os países ocidentais, inclusive os mais
desenvolvidos, passam por uma crise econômica de competitividade que poderá ser superada, ou pelo
menos amenizada, com mais inovação na produção, especialmente na indústria manufatureira.
Esse pensamento se baseia numa lógica econômica bastante sólida e convincente, embora utilize o
termo “inovação” de modo polissêmico, que mais confunde que elucida. Conforme essa lógica, o
consumidor pode ser atraído pela novidade no mercado e nem sempre opta pelo produto de menor
preço, preferindo, muitas vezes, produtos diferenciados a um preço um pouco maior que os preços
médios de produtos similares mais populares. Como “produto diferenciado” entende-se “produto
inovador”, como os atuais iPads, que se tornaram o sonho de consumo da maioria dos entusiastas da
comunicação com dispositivos eletrônicos móveis, principalmente os consumidores mais jovens da era
pós-Internet. Em função dessa diferenciação de produtos puxada pelo interesse na novidade e por
detalhes além do preço, as próprias empresas buscam uma diferenciação entre si, optando por atuarem
em segmentos e nichos de mercado onde se sentem mais competitivas.
Epistemologia da Inovação
É importante ressaltar-se, inicialmente, que o estudo da inovação em nível de empresa, e não em
termos de contas nacionais (que mensuram apenas os resultados da inovação), é melhor desenvolvido
não pela Ciência Econômica, mas por uma área de conhecimento multidisciplinar conhecida como
Administração de Negócios (Business Administration, no idioma original). Essa multidisciplina,
devida a pensadores como Drucker (2008) e outros de sua geração (no período pós 2ª Guerra
Mundial), empresta e utiliza, de modo sistêmico e pragmático2, principalmente os conhecimentos das
áreas de: Administração (inclusive Administração Pública), Ciência Política, Direito, Economia e
Engenharia de Produção.
O comportamento clássico dos economistas no estudo da inovação era criticado, ainda na primeira
metade do Século XX, pelo economista Schumpeter (2008) num artigo que se tornou célebre: The
Explanation of the Business Cycle (publicado num periódico em 1927, depois republicado na obra
Essays on Entrepreneurs, Innovators, Business Cycles, and the Evolution of Capitalism). Schumpeter
parte da obra de Pigou, outro célebre economista da época (que reconhece a necessidade de “impulsos
iniciadores” para que se inicie, naturalmente, um novo ciclo econômico de desenvolvimento), para
teorizar sobre os ciclos econômicos ao longo da história, estabelecendo as diferenças entre “invenção”
e “inovação” e a necessidade de atributos de caráter como “atitude” e “aptidão” aos empreendedores
de negócios inovadores (ele menciona “poder” e “liderança” como exemplos desses atributos).3
Esse clássico artigo de Schumpeter apresenta, paradoxalmente, o conceito mais atual de “inovação”,
que pretende se desprender cada vez mais do restrito conceito de inovação científica e tecnológica
tradicionalmente estudado pelos economistas:
Como inovações eu entendo tais mudanças de combinações de fatores de produção
que não podem ser o efeito de passos infinitesimais ou variações na margem. Elas
consistem primordialmente de mudanças em métodos de produção e transporte, ou
em mudanças na organização industrial, ou na produção de um novo artigo, ou na
abertura de novos mercados ou de novas fontes de suprimento de material.
(SCHUMPETER, 2008, p. 30)
Outro ponto central do artigo de Schumpeter (2008, p. 32), que ainda é ignorado até mesmo por alguns
economistas, é que a inovação não é uma ideia ou invenção, que pode resultar em nada do ponto de
vista econômico, mas uma realização concreta (de uma ideia ou invenção) no mercado: “(...) não é a
invenção que importa, mas sua adoção e funcionamento.”
Embora pouco conhecido, outro artigo seminal de Schumpeter (2008) na linha de investigação sobre
os ciclos econômicos é The Creative Response in Economic History (de 1947), também republicado no
Essays. Essa expressão “resposta criativa” (creative response), no contexto das mudanças econômicas
reestruturantes, também se refere ao empreendedorismo, e Schumpeter (2008, p. 222), analisando
“respostas adaptativas” e “respostas criativas” dos agentes econômicos a situações desafiadoras,
esclarece que:
(...) a resposta criativa molda o curso inteiro dos eventos subsequentes e seus
resultados de ‘longo prazo’. Não é verdade que ambos os tipos de respostas
dominam somente o que os economistas adoram chamar de ‘transições’, deixando
os resultados últimos para serem determinados pelos dados iniciais. Resposta
criativa é algo que modifica as situações econômicas e sociais para sempre, ou,
para colocar isso de modo diferente, ela cria situações das quais não há ponte
para as situações que poderiam ter emergido na sua ausência.
Drucker (1985) é outro crítico da visão estritamente econômica da inovação, desenvolvendo uma obra
temática também clássica, mas na (inovadora) disciplina de Administração de Negócios: Innovation
and Entrepreneurship. Em Drucker (1985, p. 19), “inovação é a ferramenta específica dos
empreendedores, o meio pelo qual eles exploram mudanças como uma oportunidade para um negócio
diferente ou serviço diferente”. Ele argumenta que a inovação é um termo mais econômico e social do
que técnico, podendo ser melhor definida, economicamente, mais em termos de demanda que de oferta
(daí a necessidade de “realização” de uma ideia no mercado para que ela se torne uma inovação). Em
2 Pragmática como doutrina filosófica desenvolvida por Charles S. Pierce, concentrada sobre as consequências decorrentes
das abordagens adotadas no pensamento humano.
3 Como a inovação genuína é muito rara mesmo no campo das ideias, Rostow (1975) resgata a literatura sobre tendências
econômicas cíclicas mostrando as conexões do pensamento de Schumpeter com os estudos pioneiros de Kondratieff e
Kuznets, que também se basearam em antecessores.
outra passagem, ele afirma que o advento de uma economia empreendedora é mais um evento cultural
e psicológico que econômico ou tecnológico.
É interessante a contribuição de Drucker, nessa obra, sobre os padrões ambientais onde é mais
provável ocorrer a inovação com efeitos econômicos, que ele denomina as “Sete Fontes de
Oportunidade Inovativa”: (I) O Inesperado; (II) Incongruências; (III) Necessidade de Processo; (IV)
Estruturas da Indústria e do Mercado; (V) Demografia; (VI) Mudanças de Percepção; e (VII) Novo
Conhecimento. Essas seriam as situações-padrão percebidas pelo atento empreendedor, na sociedade e
na economia, como promissoras para seus investimentos.
Observa-se, com a leitura de Innovation and Entrepreneurship, que Drucker (1985, p. 13), tal como
Schumpeter, reforça aquilo que mais importa para qualquer estudo científico sobre o fenômeno da
inovação: o transbordo epistemológico desse fenômeno para além das fronteiras do conhecimento
estritamente econômico. Ele ressalta que:
(...) para os economistas, empreendedorismo é um evento ‘metaeconômico’, algo
que influencia e que certamente molda profundamente a economia sem ser parte
dela. (...) Certamente, os eventos que explicam porque o empreendedorismo se
torna efetivo não estão, provavelmente, nos próprios eventos econômicos. As
causas provavelmente são subjacentes às mudanças em valores, percepção e
atitude, mudanças talvez na demografia, em instituições (...), talvez mudanças na
educação do mesmo modo.
Essa corrente de pensamento contrária ao excessivo “economês” no estudo da inovação se encontra
presente na atualidade, por exemplo, em obras como a de Moldaschl (2010), com o sugestivo título
Why Innovation Theories Make No Sense. Essencialmente, esse autor observa que embora abundem
pesquisas econômicas sobre inovação, elas se concentram nos aspectos estáticos de um fenômeno que
é eminentemente dinâmico.
Canova (2012) é um autor conhecido no Brasil na linha de análise da inovação com sentido de
“Administração de Negócios”, desenvolvendo um discurso pragmático sobre inovação além do
tradicional “economês”. Isso se deve à sua experiência multidisciplinar que abrange tanto o ambiente
acadêmico como profissional da indústria. Enquanto os economistas se preocupam em mensurar os
efeitos macroeconômicos da inovação, estudiosos de negócios inovadores (business) buscam a
compreensão de porque”, “quando” e “como as inovações ocorrem nas empresas.
Essa complexidade fenomenológica da inovação tem atraído também o interesse de vários
pesquisadores de outras áreas do conhecimento, principalmente de áreas correlatas a estudos
científicos sobre a evolução natural. Com Where Good Ideas come From, Johnson (2010), por
exemplo, argumenta que o pensamento humano molda os espaços que habitamos e nossos espaços
retornam esse favor em forma de resultados. Em suma, com base em suas pesquisas sobre os
mecanismos evolutivos naturais dos seres vivos, Johnson estabelece, tal como Drucker (1985), um
modelo analítico estrutural sobre inovação composto de sete padrões de contextos ou situações de
conhecimento que propiciam o advento de ambientes férteis para inovação, os quais denomina: (I) O
Adjacente Possível; (II) Redes Líquidas; (III) Lenta Intuição; (IV) Serendipicidade: (V) Erro; (VI)
Exaptação; e (VII) Plataformas.
O termo exaptation (sem equivalente no idioma português, sugerindo-se uma simples transliteração
para “exaptação”), proposto inicialmente pelos biologistas evolucionários Stephen Jay Gould e
Elisabeth Vrba em 1971, se refere ao uso de um recurso biológico específico para um fim diverso
daquele para o qual foi desenvolvido, inicialmente, por um organismo vivo. O exemplo clássico
evidenciado por Gould e Vrba é o das penas dos pássaros, que se pensava desenvolvido para regulação
da temperatura desses animais.
Inovações em Categorias de Mercados
Em termos conceituais, talvez Porter (1998) seja o pesquisador que melhor desenvolva um raciocínio
consistente sobre modelos de categorias estruturantes e generalizáveis de mercados reais com base nos
níveis de inovação agregada nos processos produtivos e produtos e nas respectivas vocações (ou
categorias) empresariais observadas. O modelo de mercados de Porter é estruturado em três categorias
baseadas no tipo de produto: commodities, produtos diferenciados e produtos de nicho. Como mercado
de commodities deve-se compreender um mercado onde atuam muitos competidores com produtos
similares, sem diferenciação expressiva entre si, tais como os produtos agrícolas e minerais brutos (no
estado quase natural) e produtos manufaturados mais tradicionais (como a maioria dos
eletrodomésticos, por exemplo). Esse tipo de mercado é o que melhor caracteriza o construto lógico
fundamental da Ciência Econômica em mercados competitivos, que se conhece como Lei da Oferta e
da Demanda, onde os preços médios dos produtos comercializados tendem a se estabilizar em algum
ponto onde a curva do volume da demanda global cruza a curva do volume da oferta global.
Os produtos mais diferenciados, que apresentam ao menos algum detalhe de interesse especial dos
consumidores, geralmente incorporam determinado nível de desenvolvimento tecnológico ou algum
detalhe que o torna especial (leia-se, “mais sofisticado”), tais como os produtos manufaturados mais
complexos em mercados tradicionais. O mundo da moda representa bem essa categoria de mercado,
onde um produto de vestuário de uma marca (grife) famosa representa o objeto de interesse de
consumidores mais sofisticados, quando então os produtores podem cobrar um preço maior por uma
diferenciação artística desenvolvida pelo estilista. Obviamente, os mercados caracterizados ou pelo uso
de alta tecnologia nos processos fabris, ou que resultam em produtos tecnologicamente mais
sofisticados, tendem a ser os de produtos mais diferenciados entre todos os mercados. Isso ocorre
principalmente quando as tecnologias envolvidas nesses produtos são inovadoras, que historicamente
tem contribuído para a confusão, no imaginário popular, de “inovação” com “inovação tecnológica”.
O que se entende como “nichos de mercado” representa a terceira categoria do modelo de mercados de
Porter, que se caracterizam por constituírem segmentos (ou subconjuntos) de mercados maiores, ou
mesmo novos mercados, onde poucos competidores e, consequentemente, não há concorrência
sensível. Considerando-se que os produtores nesse mercado são pioneiros, os preços são ditados mais
pelos produtores que pelos consumidores. Ele representa uma tentativa das empresas de se
diferenciarem não pela tecnologia agregada nos seus produtos, mas pelo ineditismo dos produtos
ofertados (por exemplo, em mercados mais complexos com lacunas nas cadeias produtivas, quando
faltam alguns insumos, as primeiras empresas a se estabelecerem como produtoras desses insumos
tendem a se beneficiarem por algum tempo).
FONTES DE INFORMAÇÃO SOBRE CONCEITOS DE INOVAÇÃO
O texto Innovation: The History of a Category, de Benoit Godin (2008), é um dos mais emblemáticos
dentre os disponíveis, merecendo uma apreciação mais detalhada por ser um dos mais fundamentais do
ponto de vista epistemológico do conceito de “inovação”. Godin, nesse relatório, traça uma linha
evolutiva do conceito de “inovação” partindo do conceito de “imitação”, na Antiguidade (com Platão)
e na Renascença (com Francis Bacon), passando pelo de “invenção”, com origem na Retórica, mas
muito utilizado como sinônimo de inovação tecnológica no Século XIX, até chegar ao conceito
contemporâneo de inovação. Esse estudo histórico também desmistifica a aquisição de tecnologia e
atribui a essa prática um encaixe na modalidade de inovação por “difusão absortiva” ou seja, quem
adquire uma tecnologia inovadora precisa se adaptar a ela, o que representa, por si só, um processo de
inovação.
Contudo, o texto mais didático desse autor, sobre inovação no contexto atual, é o Innovation Studies:
the Invention of a Specialty. Godin parte, nessa análise histórica, dos primórdios dos estudos sobre
inovação na década de 1960, ressaltando o interesse dos economistas no tema invenção (que era
comumente abordado na comunidade científica desde o Século XIX), a partir da década de 1930,
associado aos estudos sobre mudanças de padrões tecnológicos na indústria. O autor reconhece,
contudo, que inovação tornou-se um rótulo para muitas pesquisas tecnológicas e que os estudos
sobre inovação são historicamente provenientes de duas vertentes (ou tradições): (1) a tradição norte-
americana da "mudança tecnológica", desenvolvida por econometristas; e (2) a tradição europeia dos
estudos sobre inovação per se. Os economistas norte-americanos, com viés econométrico, aplicaram
teorias consolidadas da produção apenas para mensurar os efeitos da inovação, examinando os
processos de inovação e seus fatores, ao passo que os pesquisadores europeus (economistas e cientistas
sociais de outras origens epistemológicas), a partir da década de 1970, passaram a se ocupar dos
“estudos sobre inovação” com foco nos produtos da inovação e seus processos produtivos ou seja, no
know-how e nas causas sociotécnicas da inovação e não apenas em suas consequências econômicas.
Outro texto insubstituível de Godin é In the Shadow of Schumpeter: W. Rupert MacLaurin and the
Study of Technological Innovation (GODIN, 2008). O autor resgata o papel pioneiro e a importância
de W. Rupert MacLaurin, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nas décadas de 1940 e
1950, na construção da epistemologia da inovação em sua versão primordial, partindo da análise dos
ciclos econômicos desencadeados por mudanças tecnológicas, na visão de Joseph Schumpeter. Embora
partindo de uma visão de inovação do Século XIX, MacLaurin entendeu que o protagonismo na
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), doravante, seria dos laboratórios de pesquisas nas grandes
empresas e não mais dos cientistas como heróis solitários. E sua contribuição final, para a segunda
metade do Século XX, foi a previsão que os empreendedores inovativos sairiam mais do grupo de
homens treinados como engenheiros sociais do que daqueles com uma base em engenharia física.
Sistemas Nacionais de Inovação
Outro texto didático de Godin (2010b) é National Innovation System: a Note on the Origins of a
Concept. Esse relatório de pesquisa bibliográfica trata das origens de um conceito muito conhecido
atualmente, vis a vis sua conexão com as políticas públicas em Ciência, Tecnologia e Inovação
(CT&I), denominado Sistema Nacional de Inovação”. Esse sistema é composto, geralmente, por
quatro tipos de entidades participantes em nível institucional: universidades, governos, empresas e
organizações do terceiro setor. Conforme as pesquisas desse autor, o conceito de “Sistema Nacional de
Inovação” tem sua origem em Christopher Freeman com a obra The Economics of Industrial
Innovation, na segunda metade do Século XX, mas remonta, na essência, às ideias de Friedrich List, de
meados do Século XIX, apresentadas na obra Das Nationale System des Politischen Ökonomie.
Outra obra de Godin (2009), complementando a anterior, sobre o apoio do Estado Moderno aos
esforços de inovação nos países, é National Innovation System (II): Industrialists and the Origins of an
Idea. O conteúdo é de natureza histórica, resgatando a origem do termo “Sistema Nacional de
Inovação” em sua essência e os primeiros esforços nesse sentido na Grã-Bretanha de 1915, em plena 1ª
Guerra Mundial.
É nessa mesma linha de pesquisa, resgatando o papel do Estado Moderno na inovação tecnológica, que
Godin (2010c) mergulha no problema das estatísticas. No relatório Taking Statistics (More) Seriously:
The Measurement of Science, Technology and Innovation and Its Future, publicado pela UNESCO,
esse autor apresenta os resultados de uma avaliação preliminar das estatísticas e indicadores
institucionais utilizados correntemente para mensurar os sistemas ou culturas de inovação,
argumentando, como conclusão, que apesar do volume de dados estatísticos e indicadores disponíveis
a qualidade desses modelos de mensuração é, geralmente, pobre.
O último relatório de Godin (2011), nessa linha de análise, também se reporta a um tema que envolve
o Estado moderno: The Culture of Numbers: from Science to Innovation.
Inovação Aberta e Inovação Oculta
Chesbrough (2006) apresenta o conceito de Inovação Aberta (Open Innovation) como um novo
paradigma de sistema institucional de inovação nas empresas. Como característica que o diferencia,
fundamentalmente, dos modelos de inovação tradicionais, o autor explica que no modelo de inovação
aberta os atores do processo de inovação podem pertencer a outras empresas ou outros tipos de
arranjos institucionais fora do ambiente corporativo, aparecendo então a figura dos atores
intermediários, com produtos de inovação intermediários no processo como um todo. Chesbrough
esclarece que os principais "pontos de diferenciação" desse modelo de inovação, em relação aos
modelos anteriores, são: (1) importância igual concedida tanto ao conhecimento internamente como
externamente gerado em relação à organização inovadora; (2) centralidade da P&D na geração de
valor comercializável; (3) atenção tanto aos erros tipo "falso positivo" como "falso negativo" em
relação ao êxito comercial da inovação; (4) fluxo proposital de conhecimento e tecnologia para fora
dos limites da empresa; (5) paisagem de conhecimento de base abundante; (6) papel proativo da gestão
da propriedade intelectual; (7) crescimento de "intermediários de inovação"; e (8) novas métricas de
avaliação da capacidade e desempenho em inovação.
Outra novidade conceitual é “Inovação Oculta” (Hidden Innovation), que se refere à inovação que
ocorre nas empresas e no mercado, mas não é identificada por estatísticas ou pelos indicadores de
inovação tradicionais. Geralmente, os autores que tem se dedicado a pesquisas sobre essa classe de
inovação são vinculados aos projetos patrocinados pela entidade denominada The National
Environment for Science, Technology and Arts (NESTA, como Halket (2007).
Outros Aspectos Conceituais
Outro aspecto pouco abordado por economistas se refere à demanda por inovação. O enciclopedista da
inovação Benoit Godin, mais uma vez, se apresenta como referência temática. Em A User-Side View of
Innovation: Some Critical Thoughts on the Current STI Frameworks and their Relevance to
Developing Countries, mais uma obra sobre estatísticas de inovação publicada pela UNESCO, esse
autor argumenta que por 50 anos os países têm mensurado seus esforços de inventividade e inovação
utilizando regras metodológicas precisas. A OECD, por exemplo, tem desenvolvido manuais com essa
finalidade, mas esses manuais se concentram apenas no lado da oferta de meios para inovação (supply-
side of invention and innovation) e não no lado da demanda, ou da inovação em si.
Com a obra The Information Economy: The History of a Concept through its Measurement, 1949-
2005, Godin (2008d) resgata o conceito de Economia da Informação, que é considerado um conceito
central na denominada “2ª Revolução Industrial” em curso, baseada no computador eletrônico digital.
O texto The Making of Science, Technology, and Innovation Policy: Conceptual Framework as
Narratives 1945-2005, de Godin (2008e), levanta uma discussão bastante delicada sobre políticas de
inovação: o autor, com base em 10 anos de pesquisa sobre políticas de apoio à Ciência e estatísticas
sobre CT&I utilizando o método de narrativa, critica o uso do termo política científica
argumentando que sempre que se menciona uma política pública de apoio à Ciência na verdade se trata
da Ciência apoiando a política.
Outra fonte interessante sobre política de CT&I é o artigo de Egil Kallerud (2011) Goals Conflict and
Goal Aligment in Science, Technology and Innovation Policy Discourse. É um texto bastante didático,
apresentando a evolução do pensamento da OECD sobre P&D e inovação em diferentes contextos
históricos desde a década de 1960, ou antes, reportando-se o autor à influência do relatório seminal de
Vanevar Bush Science - the Endless Frontier (de 1945). O autor reporta as discussões mais candentes
na OECD e as correntes dominantes nessa instituição, muitas vezes conflitantes, quanto a políticas de
CT&I e ao papel da inovação para o futuro da União Europeia (EU).
A Figura 2 representa, numa estrutura visual polar, um resumo conceitual de todos os sintagmas
substantivos utilizados pelos autores das fontes pesquisadas envolvendo os conceitos de “inovação” e
“informação” de modo concatenado. A recuperação desses sintagmas a partir dos textos da coletânea é
possível com uso de um software de mineração de textos configurado para execução da função de
busca baseada na concordância (concordance) entre dois termos.
Manuais de Estatísticas sobre Inovação
Como informação sobre inovação nos países se tornou o grande tesouro dos formuladores de políticas
públicas nos últimos anos, a obra de Godin (2008e) The Making of Statistical Standards: The OECD
and the Frascati Manual, 1962-2002 se apresenta com um ponto de partida interessante nesse tópico.
Este relatório apresenta os primórdios da estatística da produção científica e sua evolução até a
elaboração do “Manual Frascati”, em 1962, pela OECD. O relatório se concentra numa questão
histórica: como a contabilidade nacional se introduziu na mensuração das atividades científicas e
tecnológicas.
Com The Obsession for Competitiveness and its Impact on Statistics: the Construction of High-
Technology Indicators, Godin (2004) aborda o contexto histórico do surgimento do conceito de “alta
tecnologia” (high-technology ou, simplesmente, high-tech). Conforme o autor, uma empresa
considerada high-tech é aquela em que seus investimentos em P&D se situam acima da média global
no conceito de despesas brutas com P&D em relação ao Produto Nacional Bruto (PNB) de um país.
Ou, no idioma original: GERD/GNP (Gross Expenditures on R&D / Gross National Product). O
indicador de alta tecnologia empresarial é obtido dividindo-se o valor das vendas pelas despesas com
P&D.
Completando sua obra sobre estatísticas de inovação, em Tradition and Innovation: The Historical
Contingency of R&D Statistical Classification esse autor observa que alguns estudiosos sustentam que
uma característica peculiar das classificações de dados sobre P&D é que essas classificações foram
emprestadas de séries estatísticas não projetadas, especificamente, para a mensuração da P&D. Com o
reducionismo necessário para essas comparações, perde-se consistência e precisão.
Completando este capítulo, observe-se, na Figura 2, que da interação linguística entre os dois polos
conceituais “innovation” e “information” se originaram, nos textos conceituais da coletânea, cerca de
18 outros conceitos derivados, alguns bastante densos em termos hermenêuticos, tais como
“Environment for information of use in localized innovation”, “Information to the supporting of
innovation activities”, “Sources of information for innovation” e “Impact of the concept of information
on innovation studies”. A ideia, nesse tipo de representação conceitual, é que esses sintagmas sejam
apresentados como, por exemplo, uma nuvem de etiquetas (tag cloud), e o leitor que se interessar por
um deles possa, com uso de softwares adequados, apenas “clicar” sobre uma etiqueta para buscar e
analisar ou os textos integrais onde eles ocorrem ou trechos de textos para um exame mais detalhado.
Figura 2. Representação Conceitual “Polar” Integrando “Inovação” com “Informação”
(elaboração do autor com sintagmas minerados nos textos pesquisados)
FONTES DE INFORMAÇÃO ABERTAS SOBRE INDICADORES DE
INOVAÇÃO
Como síntese das principais fontes abertas de indicadores de informação, subdivide-se essas fontes
com base nas regiões globais onde suas entidades patrocinadoras se encontram: América Latina, Ásia-
Pacífico, Estados Unidos e Europa. Os textos, para simplificação do processo de busca visual neste
artigo, são apresentados por ordem alfabética de sobrenome de autor.
América Latina
Em geral, as publicações sobre inovação e seus indicadores na América Latina se dedicam apenas à
inovação tecnológica, como resultado da aplicação do Modelo Linear de Inovação, e muitas vezes
confundindo conceitos tão diversos como “invenção” e “inovação”. A Revista Brasileira de Inovação,
patrocinada pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), é um exemplo desse tipo de periódico,
muito focado em políticas oficiais de fomento à pesquisa e desenvolvimento (P&D) e em estudos
sobre invenções e patentes.
Existem, no entanto, periódicos populares de mentalidade mais aberta e atual em termos de inovação,
publicando conteúdos mais amplos sobre inovação, ao alcance do leitor comum, geralmente cobrindo
inovações ocultas (Hidden Innovation) e sistemas abertos de inovação (Open Innovation). Exemplos
no Brasil são Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Globo Rural, a primeira focada nos
mercados de varejo e a segunda no agronegócio. Outros periódicos brasileiros têm publicado, nos
últimos anos, conteúdos interessantes sobre inovação nas empresas, tais como as revistas Exame e
Wide (sobre negócios na Web).
O interesse mais recente do Governo Federal do Brasil em inovação na indústria manufatureira se
reflete nas ações da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (MDIC). A principal fonte de
informações produzida por essa agência é o periódico Sondagem de Inovação da ABDI, um relatório
institucional com edição trimestral (ABDI, 2011). Esse relatório apresenta pesquisas realizadas pela
ABDI com o objetivo de acompanhar a evolução da inovação tecnológica na indústria brasileira.
Outro texto interessante sobre inovação no Brasil é o de Cavalcante (2011), publicado na série de
pesquisas denominada “RADAR Tecnologia, Produção e Comércio Exterior”, pelo Instituto de
Política Econômica Aplicada (IPEA), com título Consenso Difuso, Dissenso Confuso: Paradoxos das
Políticas de Inovação no Brasil. Como sugere o título, esse didático artigo mostra, com evidências
baseadas em dados oficiais, a realidade do sistema brasileiro de fomento à Ciência, Tecnologia e
Inovação (CT&I). O autor apresenta os evidentes paradoxos das políticas de inovação no Brasil,
argumentando que um amplo reconhecimento, entre os estudiosos da inovação tecnológica, da
associação entre inovação e desenvolvimento econômico e social, que ele chama de consenso difuso,
e uma ampla divergência, que ele denomina dissenso confuso, sobre quais seriam a estrutura
institucional e os instrumentos operacionais mais adequados para a implementação de políticas
públicas mais eficazes de fomento governamental no país.
Equívocos conceituais ocorrem também no discurso oficial de autoridades no país, como na entrevista
publicada por Tiago (2010), onde o entrevistado declara que “o setor produtivo que utiliza ciência
fomenta a universidade, que traz inovação para o sistema”, e que “a ciência tem resultado direto na
economia”; ou no artigo de Bogossian (2012), que tenta justificar investimentos maiores em educação
pela necessidade de inovação.
O discurso sobre as inovações na área de TICs na região, no entanto, parece mais realista e longe das
limitações do Modelo Linear de Inovação. Vilicic (2012), por exemplo, conta a história do brasileiro
Michel Krieger, o jovem criador do Instagram, um serviço de tratamento e publicação de imagens na
Web, e hoje empresário de sucesso no Vale do Silício. Outros pensadores brasileiros sobre a inovação,
com origem no meio empresarial, desenvolvem teses bastante consistentes sobre o fenômeno, como
Camarano, que prega o desenvolvimento de uma “cultura da inovação e da qualidade” no Brasil
(NUNES, 2012).
O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social supervisionada pelo Ministério
da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) no Brasil, tem realizado “mesas redondas” e oficinas de
trabalho buscando apoiar o empresariado brasileiro no desenvolvimento da inovação. Com o sumário-
executivo Mobilização e Informação para a Inovação. Programa de Estímulo à Interação
Universidade-Empresa para Apoio à Inovação (CGEE, 2012), o CGEE apresenta uma proposta de
mobilização e produção de informação para apoiar as políticas públicas de fomento à inovação nas
empresas brasileiras, especialmente na manufatura.
O braço de pesquisas da empresa de mídia “The Economist” (Economist Intelligence Unit EIU) tem
incursionado pelo tema na América Latina e produzido artigos como Latin America: Innovation and
Entrepreneurship Lag, publicado no sistema de informações de negócios conhecido como Factiva, da
Dow-Jones. Os autores ressaltam que o empreendedorismo e a inovação se misturam num contexto
onde mais de 90% das empresas latino-americanas são de pequeno ou médio porte (SMEs), com
relativamente pouca tecnologia agregada em seus processos e produtos. A EIU destaca, positivamente,
os investimentos dos governos em CT&I, mas ressalta alguns problemas bastante conhecidos pelo
público em geral, tais como a insuficiente transferência de conhecimento e tecnologia da academia
para as empresas devido a duas razões: do lado da indústria, baixa capacidade de absorção; e do lado
do sistema de P&D, baixa relevância das pesquisas em face das necessidades da indústria, ou
excessiva ênfase em pesquisa básica.”
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) é outra fonte de informação de
referência em inovação na região, ainda que suas publicações se concentrem em questões de interesse
regional. A publicação Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo 2010 - Volume 1
(FAPESP, 2011), por exemplo, embora ainda restrita ao Modelo Linear de Inovação”, apresenta
conteúdos de qualidade e utilidade em seu contexto federativo, com dados abrangentes sobre formação
de recursos humanos para P&D, produção científica, balanço de pagamentos tecnológico, etc. Como
item que a diferencia de outras publicações congêneres, inclusive em nível internacional, destacam-se
nessa publicação dois itens de pesquisa denominados: Capítulo 9 Indicadores de Difusão e
Caracterização das Atividades de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) no Estado de São
Paulo” e “Capítulo 12 - Percepção Pública da Ciência e Tecnologia no Estado de São Paulo”.
Com a publicação de Normalización de Indicadores de Innovación Tecnológica en América Latina y el
Caribe - Manual de Bogotá, Jaramillo, Lugones e Salazar (2001) apresentam o que se conhece como
“Manual de Bogotá”, elaborado em 2001 por pesquisadores da Red Iberoamericana de Indicadores de
Ciência y Tecnologia da Organización de Estados Americanos (RICYT/OEA). Esse documento
constituiu a primeira tentativa de adaptação do Manual de Oslo para uso no contexto institucional
dos países da América Latina.
Outra obra interessante de Lugones (2012) é Training Module for the Recollection and Analysis of
Innovation Indicators, publicado pelo Inter-American Development Bank (IADB, ou BID), que pode
servir como um módulo de treinamento no escopo do projeto denominado Fortalecendo o Sistema de
Informação na Rede Interamericana de Ciência, Tecnologia e Inovação (Strengthening the
Information System in the Inter-American Science, Technology and Innovation Network, no original).
Esse módulo de treinamento apresenta uma inovação muito interessante, que o destaca em relação aos
manuais conhecidos sobre indicadores de inovação: um bloco de indicadores para conhecimento dos
obstáculos à inovação.
Em 2011 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2011) publicou um guia para coleta
de dados da Pesquisa sobre Inovação Tecnológica (PINTEC), denominado Pesquisa de Inovação
PINTEC-2011: Instruções para o Preenchimento do Questionário. Esse guia contém formulários para
coleta de dados entre os empresários da indústria, com orientações sobre os dados (metadados) e
procedimentos metodológicos em nível operacional endereçados aos envolvidos na pesquisa.
O texto Mobilização Empresarial pela Inovação: Estratégia e Objetivos (MEI, 2009) é uma
apresentação do grupo de empresários brasileiros que se identifica como um movimento em prol da
inovação no país. Esse documento tem como objetivo a divulgação da visão e dos objetivos
institucionais do movimento, com uma mensagem e um conceito de inovação bastante claros:
Inovar é transformar ideias em valor. Seu motor é o mercado: é um imperativo da
concorrência. É a capacidade de atender às necessidades dos clientes, ou de criar
novos mercados e clientes. Inovação engloba e transcende a pesquisa e o
desenvolvimento (P&D): novos modelos de negócios e mudanças incrementais
fazem parte do dia a dia das empresas.
Com o interessante relatório de pesquisa de campo denominado O Fenômeno do Crescimento no
Nordeste - Insights Estratégicos, a empresa Nielsen, líder global na área de pesquisas de mercado
(market research), trata de um importante aspecto da economia brasileira: o comportamento do
mercado da Região Nordeste do país nos últimos anos. A notícia é que a economia do Nordeste
cresceu acima da média brasileira nos últimos cinco anos, com predomínio de marcas regionais nos
mercados de itens de consumo básico das famílias (NIELSEN, 2011).
O texto de Resende (2010), Brazil: Challenges and Achievements, publicado também pelo Sistema
Factiva da Dow-Jones no periódico Issues in Science & Technology, apresenta uma resenha completa,
ainda que concisa, sobre os primórdios e a saga institucional das atividades de CT&I no país e os
desafios para o futuro. Como texto introdutório, é interessante porque expressa uma linha do tempo
das políticas de C&T no Brasil.
Rocha e Ferreira (2011), em Análise dos Indicadores de Inovação Tecnológica no Brasil: Comparação
entre um Grupo de Empresas Privatizadas e o Grupo Geral de Empresas, publicaram no periódico
Ciência da Informação um artigo que discute o desempenho em inovação de dois grupos de empresas
brasileiras participantes da base de dados da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das
Empresas Industriais (ANPEI): um grupo composto por empresas privatizadas e um grupo geral de
empresas. Essa análise é baseada nos indicadores de inovação tecnológica produzidos pela ANPEI e se
referem ao período 1994 a 1998, com as orientações do Manual de Oslo, da OCDE.
Outros textos de utilidade, sobre a inovação na economia brasileira e nos demais países da América
Latina, são Brazilian Science, Technology Minister Discusses Challenges, da conhecida empresa
mundial de comunicação The British Broadcasting Corporation (BBC), também publicado no canal
digital Factiva, da Dow-Jones (BBC, 2011), e National Innovation Surveys in Latin America:
Empirical Evidence and Policy Implications, patrocinado e publicado pela Comissão Econômica para
a América Latina e o Caribe da Organização das Nações Unidas (ONU/ECLAC, 2011).
Asia-Pacífico
Em termos de publicações sobre indicadores de inovação, a região denominada “Ásia-Pacífico” é das
menos produtivas, rivalizando nesse aspecto com a América Latina. Os textos abertos que se
encontram disponíveis, mediante pesquisa na Web, são, por exemplo, o Industrial Design Center do
Indian Institute of Technology (Centro de Projeto Industrial do Instituto Indiano de Tecnologia), que
publicou os resultados de uma iniciativa de modelagem curricular do ensino de inovação na Índia, no
relatório National Meet on Introducing Design and Innovation in School Curriculum (IIT/IDC,
2009). Essa iniciativa é direcionada à introdução de conteúdos de design, arte e inovação nas grades
curriculares do ensino fundamental e médio.
O texto de Sheehan (2005) Science, Technology and Innovation in the Asia-Pacific Region: Trends
and Policy, da Divisão de Políticas de Ciência e Tecnologia da OECD, resultante do evento
denominado Asian S&T Forum: Innovation Indicators, em 2005, contém um volume considerável de
dados estatísticos e informações gerais sobre as prioridades e iniciativas dos países da Ásia e da região
do Oceano Pacífico em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I).
O relatório Innovation, Trade and Technology Policies in Asia-Pacific Economies: a Scorecard
(ITIF/USAID, 2011) apresenta os resultados de uma pesquisa sobre os ambientes de inovação nos
países da Ásia e Oceano Pacífico encomendada pela Asia-Pacific Economic Cooperation (APEC),
uma organização multilateral que congrega os interesses econômicos dos países da região. A pesquisa
contou com apoio financeiro da conhecida organização norte-americana United States Agency for
International Development (USAID), envolvendo pesquisadores de vários países da região Ásia-
Pacífico e dos EUA. Com muitos dados e indicadores, o relatório apresenta uma crítica quantitativa e
qualitativa sobre os ecossistemas de desenvolvimento de CT&I na área da APEC, com ênfase na
indústria eletrônica e de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), e críticas institucionais,
tais como o nível de corrupção em alguns países da região.
Estados Unidos
Embora existam várias iniciativas no sentido de revigorar a inovação com base científica e tecnológica
nos EUA, para superação da crise econômica pós-2008, uma das mais conhecidas, atualmente, é a do
Departamento de Comércio, que patrocinou uma pesquisa da organização Alliance for Science and
Technology Research in America (ASTRA). O relatório denominado Defining Innovation: a New
Framework to Aid Policymakers (ASTRA, 2007) compõe a iniciativa que é também chamada ASTRA
for Innovation Vital Signs Project, apresentando os bastidores metodológicos da pesquisa da ASTRA
para o Departamento de Comércio dos Estados Unidos (USDoC). Essa pesquisa culminou na proposta
do modelo de indicadores denominado Innovation Vital Signs (IVS), com resenhas sobre os principais
indicadores de inovação publicados no mundo.
A proposta de modelo de indicadores da ASTRA tem o mérito de representar uma evolução em relação
a todos os modelos existentes nos países, partindo desse conhecimento para elaborar um novo modelo.
O modelo Sinais Vitais de Inovação (Innovation Vital Signs) é uma proposta técnica que deve ser
considerada como uma fonte de referência para identificação e análise dos principais indicadores de
inovação publicados até o momento e uma avaliação técnica das possibilidades de indicadores para um
futuro sistema de monitoramento da inovação nos países.
Com Innovation Vital Signs: Framework Report - An Update, Milbergs (2007), do Centro para
Aceleração da Inovação da ASTRA, detalha o construto metodológico (framework) denominado
Sinais Vitais de Inovação”. Esse construto foi desenvolvido com objetivo de prover uma ferramenta
metodológica para se avaliar a capacidade e o desempenho da inovação em contextos de políticas
públicas. Os autores concluíram que não existe um construto comum de indicadores de inovação,
concluindo seu estudo com uma proposta de sistema de indicadores para um cenário de inovação mais
próximo da realidade, considerando um processo de inovação retroalimentado, contendo insumos
(inputs) e produtos (outputs), e envolvido num contexto institucional multidimensional
(macroeconômico, de políticas públicas, de infraestrutura e de mentalidade nacional).
Outro texto da ASTRA com mais detalhes sobre o projeto Innovation Vital Signs recebe o complexo
título Innovation Indicators for Tomorrow: Innovation Vital Signs Project “Candidates” - by
Framework Category - A Better Taxonomy and Nomenclature for the Innovation Process? (ASTRA,
2006). Esse texto apresenta a complexidade do processo de inovação, seus potenciais indicadores e
uma taxonomia de referência para inovação. Embora o modelo de processo pensado nesse projeto
ainda seja o linear, com início na P&D, ele considera como fatores de contexto outras dimensões
analíticas não consideradas nos modelos tradicionais de indicadores, como o modelo mental (mindset)
do sistema como um todo, o que significa ponderar traços culturais dos países com isso, sugere-se
que alguns países podem ser, naturalmente, mais inovadores que outros.
Com Innovation Indicators: Report to the Council for Labor and Economic Growth, Reffitt et al.
(2007), patrocinados pelo Michigan Department of Labor & Economic Growth, relatam uma pesquisa
sobre a posição do Estado de Michigan, nos EUA, em termos de inovação tecnológica, encomendada
pelo Conselho de Michigan para o Trabalho e o Crescimento Econômico.
Outra fonte de informações sobre inovação bastante conhecida nos EUA é o US Council on
Competitiveness (CoC), que publicou o Competitiveness Index: Where America Stands (USCOC,
2007). O relatório também revela que mesmo antes da crise questionava-se como deveriam os EUA
direcionar seus esforços nacionais no sentido de manutenção do nível de competitividade de suas
empresas no mundo.
Europa
Desde o Século XIX que a Suíça é um dos países mais avançados na produção científica e tecnológica
europeia e Arvanitis, Donzé e Sydow (2010) mostram isso em Impact of Swiss Technology Policy on
Firm Innovation Performance: an Evaluation Based on a Watching Approach. Os autores analisam o
impacto das atividades promocionais da Comissão Suíça de Tecnologia e Inovação (Swiss Commission
of Technology and Innovation (CTI) sobre o desempenho da inovação nas empresas fomentadas pelo
CTI. É mais uma avaliação no estilo clássico do Modelo Linear de Inovação, mas com um
ingrediente político bastante inovador, numa abordagem de fomento bottom up.
O Eurostat, que é o escritório de estatísticas da Comissão Europeia (braço executivo do Parlamento
Europeu), é uma das fontes de indicadores de inovação mais atuante e com maior volume de
informações disponíveis. Os conteúdos publicados por esse tipo de fonte4 na Web, que se denomina
atualmente “observatório”, pode ser considerada confiável baseada na reputação da entidade
patrocinadora (Stebbins, 2006) no caso, a União Europeia. Com o periódico Science, Technology and
Innovation in Europe Eurostat Pocketbooks (EC, 2012), o Eurostat apresenta um resumo estatístico
de sua vasta coleção de dados sobre a evolução dos países em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I)
no período estudado, numa versão denominada Pocketbook. Como aspectos interessantes da
inovação abordados pelo Eurostat, observa-se que:
I. Os investimentos em P&D se concentram geograficamente em algumas poucas regiões da
Europa que reúnem condições mais favoráveis de um modo geral (tal como em algumas
regiões dos EUA), tais como Braunschweig (Alemanha), East Anglia (Reino Unido),
Pohjois-Suomi (Finlândia) e Hovedstden (Dinamarca).
II. Os países nórdicos (com a Suécia na dianteira) se destacam como os que estão investindo
mais em P&D em relação ao PIB, acompanhados pela Suíça, Áustria, Islândia e Alemanha
(todos investindo mais de 2,6% do PIB em P&D). Em termos de emprego de recursos
humanos (RH) em P&D (critério Full Time Equivalent FTE), a Suécia é um dos países em
que a participação do setor privado é maior em termos percentuais (aproximadamente 72%
do pessoal), superando até mesmo a participação das empresas na Alemanha (a maior
participação do setor privado em RH para P&D é a de Luxemburgo, com 78%).
III. O Pocketbook do Eurostat é bastante denso em termos de dados, com análises interessantes,
tais como a relativa aos objetivos da inovação nas empresas (numa visão de competitividade
típica de Michael Porter).
Outra produção interessante da Comissão Europeia é Innovation Union Scoreboard 2011 (EC, 2011).
Esse relatório apresenta os dados resultantes de uma pesquisa patrocinada pela Comissão Europeia
(EC) no escopo da iniciativa de formulação de políticas públicas de incentivo à inovação denominada
PRO INNO Europe.
Innobarometer 2007: Analytical Report (EC, 2007) é o relatório de uma pesquisa realizada pela
Gallup Organization para a Comissão Europeia. Esse relatório, que é o 7º de uma série anual,
apresenta os resultados da pesquisa incluindo os 27 países membros da União Europeia mais a
Noruega e a Suíça. Conforme os autores, nessa edição das pesquisas anuais da série Innobarometer
busca-se respostas para questões como: “De que modo as empresas inovam?”; “Qual o papel das
inovações não baseadas em P&D?”; e “Em que extensão as inovações são transferidas ou terceirizadas
de outras organizações ou outros nichos de negócios?”.
Miles e Green (2008) continuam o trabalho de pesquisa sobre “Inovação Oculta” na NESTA com
Hidden Innovation in the Creative Industries. O relatório desses autores explora o conceito de
“Inovação Oculta” na indústria de artes criativas (creative industries).
O Conselho de Pesquisas da Noruega (Research Council of Norway) patrocina a pesquisa de Nas
(2009), cujos resultados são publicados na apresentação Innovation Indicators. O autor aborda a
4 Onde se inclui, também, a OECD.
inovação no setor público e comenta sobre as iniciativas de mensuração da inovação e suas
fragilidades metodológicas, tais como a ausência de indicadores dos efeitos de primeira ordem da
inovação.
Em Hidden Innovation: How Innovation Happens in Six Low Innovation Sectors (NESTA, 2007), a
NESTA ressalta, com base em uma pesquisa, a importância das inovações ocultas. Os seis setores de
mercado considerados de baixa inovação pesquisados pela NESTA são: (1) produção de petróleo
bruto; 2) construção civil; (3) serviços bancários no varejo; (4) serviços advocatícios (defesa jurídica);
(5) serviços educacionais; e (6) serviços de reabilitação de criminosos (ou serviços penitenciários).
Outro aspecto importante do ambiente de inovação abordado nesse relatório da NESTA se refere aos
atores e esquemas de integração e colaboração utilizados na inovação, que podem ocorrer entre
disciplinas do conhecimento, entre setores da indústria, e ultrapassar os limites das regiões
geográficas.5
A NESTA, no escopo de sua iniciativa Innovation Index Project, ainda patrocinou a pesquisa de Roper
et al. (2009), cujo relatório recebeu o título Measuring Sectoral Innovation Capability in Nine Areas of
the UK Economy. Esse relatório apresenta conteúdos de inovação de nove setores da economia
britânica, que compõem o denominado NESTA Innovation Index.
Schubert et al. (2011), com Innovation Indicator, apresentam um inovador e interessante sistema de
monitoramento de inovação para a Alemanha, com intenção de suportar um Sistema Nacional de
Inovação, modelado com abordagem sistêmica, indicadores compostos e mais compactos (apenas 38
indicadores) e maior consistência interna que os demais modelos conhecidos. Embora lembre muito o
Modelo Linear de Inovação, o método incorpora visões mais atuais de inovação, inclusive
considerando que o processo tem laços de retroalimentação (o que o torna, portanto, não-linear).
A NESTA apresenta outro texto sobre indicadores de inovação: The Innovation Index: Measuring the
UKs Investment in Innovation and its Effects (NESTA, 2011). Esse relatório apresenta uma versão
piloto do sistema de indicadores de inovação denominado NESTA Innovation Index, para o Reino
Unido.
Informações Globais
O tema “inovação” tem atraído também a atenção de grandes empresas de pesquisas de mercado no
mundo, como a líder Nielsen. Em Cost Savings Innovation in a Downturn: Keys for Success
(NIELSEN, 2009), essa empresa (com presença no Brasil) publica uma pesquisa, que é um de seus
produtos globais, com objetivo de prover seus clientes com informação qualificada de mercados, com
dados quantitativos (estatísticas) e qualitativos (insights), para subsidiar atividades de monitoramento
do ambiente competitivo e decisões executivas nas empresas. Esse relatório, em particular, alerta sobre
a importância da marca (brand) para a indústria da manufatura e para o varejo, argumentando que um
produto com marca de reputação positiva no mercado, se comercializado com estratégicas de redução
de preços, pode garantir a fidelização dos clientes.
Outro produto da Nielsen voltado para o mercado global é Estudo Global Nielsen sobre a Confiança
do Consumidor 2008 (NIELSEN, 2008). Esse relatório de pesquisa (estudo global) da Nielsen analisa
a confiança do consumidor no ano de 2008, portanto no ano de início da crise econômica que perdura
até hoje. A pesquisa foi realizada no final de 2008 e contou com a participação de 26.202 usuários de
Internet localizados em 52 mercados na Europa, Ásia-Pacífico, América do Norte, América Latina e
Oriente Médio.
Em relação às Américas a Nielsen publica Pesquisa Global Nielsen: Confiança do Consumidor
(Americas). Esse produto anual da Nielsen (2010) apresenta os resultados de uma pesquisa realizada
5 Essa tendência de inovação resultante de esforços multidisciplinares de pesquisas pode representar uma oportunidade de
estudos na Ciência da Informação, partindo-se da identificação de conexões epistemológicas entre as áreas do
conhecimento com estudos de fontes e análises de Engenharia do Conhecimento.
em 2009 e publicada no início de 2010 sobre a expectativa dos consumidores sobre a economia na
América do Norte e América Latina.
Spielman (2008) é o autor de How Innovative is your Agriculture? Using Innovation Indicators and
Benchmarks to Strenthen National Agricultural Innovation Systems, num esforço de publicação
patrocinado pelo Banco Mundial (World Bank). O relatório explora a aplicação de construtos
epistemológicos de sistemas de inovação no projeto de sistemas de indicadores nacionais de inovação
para a agricultura. Esses indicadores podem ser utilizados para se mensurar e comparar o desempenho
nacional do setor agrícola e se desenvolver o setor agrícola de modo mais dinâmico e inovador nos
países desenvolvidos.
O artigo publicado pela United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD)
denominado Science, Technology and Innovation Indicators for Policymaking in Developing
Countries: an Overview of Experiences and Lessons Learned (UNCTAD, 2010) analisa as iniciativas
de mensuração da CT&I nos países em desenvolvimento, inclusive na América Latina e no Brasil. É
bastante didático, com muita informação sobre os sistemas de fomento e modelos de inovação nos
países, em todos os continentes, além de uma análise dos pontos fortes e fracos de cada um desses
sistemas.
A United Nations Educational, Scientific and Cultural Organizacion (UNESCO), outra unidade da
ONU, publicou Innovation for Development: Converting Knowledge to Value - Summary Report
(UNESCO, 2009). Esse texto é uma síntese do workshop (oficina de trabalho) denominado UNESCO
Forum on Higher Education, Research and Knowledge, um evento realizado em Paris em 2009, onde
compareceu também a OECD. Em termos de crítica, a apresentação de J. Stanley Metcalfe, Professor
de Economia Política das Universidades de Cambridge e Manchester (Reino Unido), parece a mais
interessante justamente por abordar e desafiar, na linha da economia evolucionária, alguns dogmas do
pensamento estruturante da economia social-democrata europeia, no prisma da inovação, resgatando
ideias centrais de Joseph Schumpeter sobre o dinamismo e as rupturas dos sistemas econômicos
inerentes à inovação.
Em Science, Technology and Innovation for Development: the UNESCO Agenda (UNESCO, 2010),
essa unidade da ONU mostra, principalmente, seus vários projetos voltados para o desenvolvimento
nacional e local, com ênfase em CT&I, e as redes de colaboradores institucionais que ela mantém no
mundo.
CONCLUSÕES
Como primeira conclusão, os textos analisados parecem apontar para abordagens de pesquisa sobre
inovação predominantemente empíricas, com foco em estatísticas e em indicadores, razão pela qual
organizações de maior porte e representatividade supranacional como a OECD e o Eurostat aparecem,
geralmente, como as fontes mais citadas. Outra conclusão é que com essa tendência de pesquisas de
campo reforça-se também uma tendência de governos investirem na implantação de observatórios de
inovação nos países, algo que se observa em países emergentes como o Brasil. Embora de natureza
privada, a entidade que se denomina Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) é o exemplo mais
evidente dessa iniciativa no Brasil, contando com amplo apoio governamental vis a vis os riscos de
desindustrialização (ou “Doença Holandesa”) que se apresentam à economia brasileira na esteira da
crise mundial.
Contudo, os problemas conceituais não parecem ter sido superados ainda e pesquisas nesse sentido
ainda têm lugar, principalmente porque qualquer iniciativa de organização de um observatório de
inovação necessita de uma base conceitual, que senão sólida, de um ponto de vista epistemológico,
pelo menos precisa ser bem definida em termos pragmáticos (para os seus fins), algo que não parece
ter ocorrido até o momento na maioria dos países. Caso o objetivo seja a compreensão do fenômeno da
inovação ex-ante ou seja, como ele ocorre na realidade e no cotidiano das empresas e dos mercados
e não apenas dos seus efeitos econômicos ex-post, o debate sobre inovação necessita de abordagens
próprias da Administração de Negócios, sem descartar possíveis contribuições de outras áreas do
conhecimento, tais como a Biologia Evolutiva e a Psicologia Cognitiva.
A Ciência da Informação é uma área de conhecimento estratégica tanto para a estruturação
metodológica dos estudos e pesquisas sobre inovação quanto para a organização de observatórios de
inovação. Esse papel central se deve à sua capacidade de tratamento adequado das fontes de
informação, oferecendo modelos de governança e de controle de qualidade dos dados disponíveis e da
reputação das respectivas fontes. Stebbins (2006), sobre processos de pesquisa, destaca que “em
particular, bibliotecários podem apoiar no projeto de estratégias de busca e na avaliação crítica da
inundação de informação num determinado tópico, mas podem carecer de conhecimento em
profundidade num tópico específico”.
Outra possível contribuição do arsenal metodológico da Ciência da Informação para estudos e
pesquisas sobre inovação, especialmente em ambientes sociotécnicos de observatórios de inovação, se
refere ao uso de metodologias e poderosas tecnologias de mineração de textos (text mining), sem as
quais não será possível o monitoramento simultâneo de um grande número de fontes de informação
valiosa e disponível na Web, que poderá ultrapassar a escala de centenas ou milhares dependendo do
contexto e da necessidade. O modelo de “plataforma” de informação temática ou setorial adotada pelo
Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) mostra essa necessidade6, apontando uma tendência
no sentido de estruturação de ambientes mais completos, com sistemas computacionais e gestão
adequada da informação, com propósitos de suporte à decisão em nível de governo e de apoio a
iniciativas empresariais nativas de interesse público.
Como se observa na maioria dos textos da coletânea apresentada neste artigo, informação sobre
inovação é uma necessidade nacional das mais prementes na atualidade.
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL (ABDI, 2011). Sondagem de
Inovação da ABDI. ABDI, trim. 2011. Disponível em:
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... A inovação é um conceito muitas vezes difundido como sinônimo de invenção ou associado a uma novidade tecnológica. De acordo com Capuano (2015), em estudo que levanta fontes de informação sobre o tema, o conceito de inovação é polissêmico, fundamentado em diversos campos teóricos, desde a administração de negócios, engenharia de produção, biologia evolutiva e psicologia cognitiva. O autor ainda aponta que o conceito pode ser tratado desde os níveis de contas nacionais, melhor desenvolvido pelas ciências econômicas, até o nível de empresas, por sua vez, melhor abordado pela área de administração de negócios. ...
... Ainda segundo Capuano (2015), um dos principais autores que introduzem o tema da inovação seria Shumpeter, que colocava a inovação de maneira a desprendê-la da abordagem de invenção tecnológica, que limita sua compreensão mais ampla. Shumpeter diferenciava inovação de invenção e definia que a inovação não seria simplesmente a criação de uma nova coisa, mas sim a devida alteração em um processo de produção ou organização, ou na abertura de novos mercados ou fontes de suprimentos -uma alteração concreta. ...
Article
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Este trabalho trata da construção do plano de classificação de documentos de arquivo em uma entidade, utilizando a metodologia de identificação arquivística. Os resultados do levantamento de tipologias produzidas subsidiaram a criação de um plano de classificação funcional e possibilitaram a detecção de processos não normatizados, bem como algumas discrepâncias entre a produção de documentos normatizada e a real. Considera-se que a metodologia contribuiu com a inovação incremental, uma vez que está se caracteriza por melhoramentos a produtos /processos já existentes.
Chapter
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As configurações sociotécnicas atuais, caracterizadas pela sua dinamicidade resultante do uso das tecnologias colaborativas da informação, associadas a sofisticação dos mecanismos artificiais de inteligência maquínica, demandam por matrizes cognitivas diferenciadas para a análise e compreensão da circularidade dos fenômenos envolvidos nesta outra ordem cosmológica informativa que se estabelece. Este contexto reconfigurado e dinâmico é o que nos convidou a pensar sobre a necessidade de reunirmos, em caráter de ensaios, alguns trabalhos que, no recorte de seus problemas de investigação, trabalharam com alguns dos elementos envolvidos neste outro sistema, nesta nova estrutura social. Estrutura em que a tecnologia comunicativa interfere radicalmente nos fluxos sociais de troca da informação etransversalizam nossas ações cotidianas, institucionais, religiosas, afetivas, econômicas e ambientais, reconfigurando inclusive, nossos comportamentos, valores e ações. Identificamos assim, que os percursos para se pensar estes fenômenos, tem como característica, talvez ainda não muito evidente, a sua natureza interdisciplinar e ensaística, na medida em que as verdades e as certezas neste meio “técnico-cientifico informacional” (Milton Santos), ainda não estão dadas. Assim, esta obra: “Ensaios interdisciplinares: Comunicação, Ciência da Informação e Inovação”, procurou reunir textos que, na particularidade e na intensidade dos diferentes objetos de pesquisa investigados, puderam compor, na sua totalidade, um arranjo teórico, conceitual e também experimental, que ajudam a refletir sobre sujeitos, agentes, atores, influenciadores, narrativas, neurocultura, arte digital, marketing digital, mémoria, documentos, instituições e inovação. Posicionamentos, leituras e abordagens diferenciadas, sobre os mesmos fenômenos, estão presentes e são demasiadamente necessárias. As formações distintas e os diferentes graus acadêmicos dos autores desta obra é que formam e dão consistência ao composto que fertiliza as potenciais reflexões e concatenações que poderão ser estabelecidas a partir da leitura de seus capítulos. Texto por Luciana de Souza Gracioso, Organizadora.
Chapter
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Para definir estratégias de competitividade aos pequenos negócios, o Programa Agentes Locais de Inovação - parceria entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - procura conhecer a realidade das empresas e identificar o estágio de maturidade do processo de gestão da inovação se utilizando do questionário Radar da Inovação. O objetivo desta pesquisa é reconhecer o impacto da dimensão Relacionamento, do Radar da Inovação, como acessível e factível às empresas do setor de serviços de alimentos e bebidas. Foram investigadas 15 micro e pequenas empresas nas cidades de São Carlos e Araras, no interior de São Paulo. O estudo foi realizado por meio de pesquisa exploratória, com base em pesquisa bibliográfica e documental, por meio de levantamento de dados, de 2015 a 2017. Entre os principais resultados estão que 4 empresas implantaram facilidades e amenidades (cartão fidelidade, promoções semanais, espaço com brinquedos para recreação infantil entre outras) e 11 adotaram a informatização para fidelizar clientes por meio do marketing digital (postagens, sorteios, promoções, monitoramento de redes sociais e reestruturação de websites). Conclui-se que as oportunidades de inovação permitem às empresas investirem em redes sociais à medida em que ocorre a fidelização de clientes, considerando aquilo que consumidor vê, ouve, sente ou experimenta ao interagir com a empresa em todos os momentos.
Chapter
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University librarians face challenges such as acting with new technologies, social access practices, use of scientific and technological information and the continuous need for professional updating. In this context, teamwork is consolidated as a possible solution to these challenges. The aim of the research was to identify the role, maturity and skills required for teamwork. The research method was the survey and the analyzed sample comprised 9.05% of respondents in a state university library. The results achieved: 1) roles played by the librarians in the teams and their intensity: integrator, evaluator, reporter and coordinator; 2) the maturity of the work teams at level 3, which means that "members need clarification of objectives and should 'cover' their teammates" and; 3) competency attributes necessary for teamwork in which it is necessary to acquire in an innovative and accessible way for the continuous professional development, in order to follow the changes that occur in the professional development, as well as to count on the possibility of career progression. The results can guide strategic and operational decisions in the management of university libraries, for professional planning, continuing education and undergraduate curriculum revision.
Article
Brazil has rapidly grown its supply of scientists and engineers and is now coordinating its research and economic development activities. The construction of a national system for science and technology began in the 1960s with the creation of a fund (FUNTEC) by the National Bank for Economic Development (BNDES) to support the establishment of graduate programs in engineering and hard sciences. FINEP provided grants to academic institutes or departments and to research centers to cover all needs for institutional maintenance or expansion. The CNPq provided fellowships for undergraduate research and graduate studies, as well as research grants for individuals or groups, and also created new research centers or took charge of existing ones. The progress in the federal system for supporting S&T was followed by similar state initiatives, most notably the Foundation for the Support of Science in the State of São Paulo.
Article
Ordinarily, the word "essays "is invoked at great risk by authors and publishers alike. But in the case of this special collection by Joseph A. Schumpeter, the great Austrian economist who finally settled at Harvard, the scholarly world knows this particular volume as his "Essays. "For a less pious younger generation, a subtitle has been added describing what these essays are about. In addition to the major themes of Schumpeter's life: the place of the entrepreneur in economic development, the risks and rewards of innovation, business cycles and why they occur, and the evolution of capitalism in Europe and America, the "Essays "contain statements on how Schumpeter viewed his own development; they discuss how he looked at Marxism, and how he feared that economics was in danger of becoming too ideological. Several of the "Essays "are classics. This is the case for "The Creative Response in Economic History" in which Schumpeter makes a plea for the close cooperation between economic theory and economic history. Another is "Science and Ideology," which constitutes Schumpeter's presidential address before the American Economic Association. Finally, there is the intriguing preface to the Japanese translation of "Theory of Economic Development, "in which Schumpeter names Walras and Marx as his two great predecessors. Even those who treasure the original publication were irritated by the remarkably poor quality of much of the book, which reproduced everything from typewriter script to nearly unreadable, reduced double columns. These lapses have been corrected in this new edition. Here Schumpeter's "Essays "can finally be read with the enjoyment, no lesS than enlightenment, they deserve. The volume is alive to the basic issues of our time. The reader can look forward to intellectual insight and stimuli of the highest order.
Article
The information economy is one of the key concepts invented to explain structural changes in the modern economy. It has given rise to theories on society, conceptual frameworks for policy, and statistics for measurement. This paper analyzes the history of the concept of information and its role in public discourses about the economy and society through the lens of statistics. It argues that the preoccupation with the growth and management of scientific publications was the very first step toward the construction of the concept of the information economy. Over history, the concept evolved from an understanding of information as knowledge, to information as commodity, or industrial activity, then information as technology. An international organization, the OECD, is discussed as emblematic of the conceptual and statistical work conducted on information over the period 1949–2005.