ArticlePDF Available

Levantamento florístico da floresta serrana da Reserva Biológica de Serra Negra, microrregião de Itaparica, Pernambuco, Brasil

Authors:

Abstract

O levantamento florístico, de duas áreas da Reserva Biológica de Serra Negra, localizada entre os municípios de Inajá e Floresta (8º35' - 8º38' S e 38º02' - 38º04' W), foi realizado fazendo-se 19 excursões para coleta de material botânico de Bryophyta, Pteridophyta e Magnoliophyta. No total foram coletados 319 taxa, 255 na floresta densa, situada no topo, e 117 na floresta aberta, localizada na escarpa meridional, com 12,5 % de similaridade (Jaccard). A análise de agrupamento mostrou que as duas áreas têm maiores similaridades com outras florestas serranas da região nordeste. A presença de condições abióticas diferenciadas, úmida no topo e mais seca na escarpa meridional, justifica as diferenças florísticas. Na floresta densa ocorreu um grande número de espécies com ampla distribuição nos domínios amazônico e atlântico, enquanto na floresta aberta parte das espécies foi mais relacionada à vegetação caducifólia espinhosa (caatinga), e outras têm distribuição ampla em florestas neotropicais.
Acta bot. bras. 16(4): 481-500, 2002
Levantamento florístico da floresta serrana da Reserva Biológica de Serra Negra, Itaparica-PE. 481
LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DA FLORESTA SERRANA DA RESERVA
BIOLÓGICA DE SERRA NEGRA, MICRORREGIÃO DE ITAPARICA,
PERNAMBUCO, BRASIL1
Maria Jesus Nogueira Rodal2
Ladivania Medeiros do Nascimento3
Recebido em 17/12/1999. Aceito em 15/05/2002.
RESUMO – (Levantamento florístico da floresta serrana da Reserva Biológica de Serra Negra, microrregião de
Itaparica, Pernambuco, Brasil). O levantamento florístico, de duas áreas da Reserva Biológica de Serra Negra,
localizada entre os municípios de Inajá e Floresta (8o35’ – 8o38’ S e 38o02’ – 38o04’ W), foi realizado fazendo-se 19
excursões para coleta de material botânico de Bryophyta, Pteridophyta e Magnoliophyta. No total foram coletados
319 taxa, 255 na floresta densa, situada no topo, e 117 na floresta aberta, localizada na escarpa meridional, com 12,5
% de similaridade (Jaccard). A análise de agrupamento mostrou que as duas áreas têm maiores similaridades com
outras florestas serranas da região nordeste. A presença de condições abióticas diferenciadas, úmida no topo e mais
seca na escarpa meridional, justifica as diferenças florísticas. Na floresta densa ocorreu um grande número de espécies
com ampla distribuição nos domínios amazônico e atlântico, enquanto na floresta aberta parte das espécies foi mais
relacionada à vegetação caducifólia espinhosa (caatinga), e outras têm distribuição ampla em florestas neotropicais.
Palavras-chave – Floresta serrana, caatinga, florística, semi-árido, nordeste do Brasil
ABSTRACT – (Floristic survey in the montane forest of the Biological Reserve of Serra Negra, Pernambuco, Brazil).
A floristic survey was carried out in the Biological Reserve of Serra Negra, between the municipalities of Inajá and
Floresta (8o35'–8o38' S and 38o02'–38o04' W), in order to assess the floristic relationship between two sites, a dense
forest on the plateau, and an open forest, located on the southern scarp. Nineteen trips were accomplished to collect
Bryophyta, Pteridophyta and Magnoliophyta. 319 taxa, 255 on the plateau and 117 on the southern scarp were
registered. The presence of distinct abiotic factors, the southern scarp being has drier than the plateau, justify the
floristic difference. In spite of the low similarity level between the two sites (12,5%), the cluster analysis grouped both
with a other surveys realized in other montane forests in the northeast region. The dense forest has many species with
a wide distribution in the Amazon and Atlantic regions, while in the open forest some species are more related with the
thorny decidual woodland (caatinga), white others have a wide distribution in neotropical forests.
Key words – Upland forest, thorny decidual woodland, floristic, semi-arid, northeast of Brazil
1Trabalho financiado pelo projeto “Composição florística e diversidade dos brejos de altitude de Pernambuco” (Darwin
Initiative/CNPq/PNE/UFRPE).
2Departamento de Biologia, UFRPE, R. Dom Manoel de Medeiros s/n., Recife, PE, Brasil. CEP 52.171-900
(rodal@truenet.com.br)
3 Bolsista DTI-CNPq/PNE. Departamento de Biologia, UFRPE, R. Dom Manoel de Medeiros s/n., Recife, PE, Brasil.
CEP 52171-900 (l.m.nascimento@bol.com.br)
482 Rodal, M. J. N. & Nascimento, L. M.
Acta bot. bras. 16(4): 481-500, 2002
Introdução
O bioma caatinga, inserido no domínio do
semi-árido, representa, segundo Heywood
(1997), um importante centro de biodiversidade
da América. Esse domínio ocupa uma área de
788.064 km2, equivalente a 48% da região
Nordeste - sensu IBGE (Souza et al., 1994) e
abriga, além da vegetação caducifólia espinhosa
(VCE), a caatinga propriamente dita, outras
formações vegetacionais com fisionomia e flora
diferenciadas, como as florestas, e cerrados
situados nos enclaves úmidos e subúmidos,
totalizando 42.855,9 km2, e extensas faixas
ecotonais com o cerrado e a floresta atlântica
(Souza et al., 1994).
Das diferentes formações vegetacionais
daquele bioma, as florestas situadas nas serras
são, sem dúvida, as de maior riqueza florística
(Andrade-Lima, 1973). Entre os autores que
estudaram essas florestas merece destaque
Dárdano de Andrade-Lima abordando a flora
(Andrade-Lima, 1954; 1957; 1982), a fisionomia
da vegetação (Andrade-Lima, 1961) e o perfil
fitoecológico (Oliveira & Andrade-Lima, 1948;
Andrade-Lima, 1966). Recentemente, os estudos
foram retomados em Pernambuco com o
mapeamento dos remanescentes (Rodal et al.,
1998b) e a elaboração de dois checklists (Pereira
et al., 1993; Sales et al., 1998).
Em termos fisionômicos, o tipo dominante
nessas serras é a floresta densa, chamada
floresta serrana ou brejo de altitude, associada à
floresta aberta nas escarpas médias e inferiores
voltadas para a direção dos ventos, à vegetação
caducifólia espinhosa (VCE) nas escarpas à
sotavento da serra ou do maciço onde a serra
ocorre e, eventualmente, vegetação rupícola em
locais com afloramentos de rocha (Rodal et al.,
1998b).
As florestas serranas pernambucanas
ocorrem sempre a barlavento, nos topos e
encostas superiores de algumas serras (600 a
1100 m) situadas na superfície da Borborema
(Sales et al., 1998). Apesar da estreita relação
entre estas florestas e condições de
disponibilidade hídrica mais favoráveis que no
semi-árido (Vasconcelos-Sobrinho, 1949), não
existem registros pluviométricos sistemáticos nos
locais onde elas ocorrem, apenas estimativas
obtidas através de equações de regressão.
Ferraz et al. (1998), estudando duas
formações vegetacionais do semi-árido de
Pernambuco, distantes 30 km, citaram
precipitações médias anuais de 1260 mm em uma
área de floresta serrana localizada a 1.100 m de
altitude, contra 679 mm numa área da VCE a
500 m. Em outro estudo comparativo, entre estas
formações, separadas por 20 km, Lyra (1982)
observou que, apesar das duas áreas
apresentarem uma diferença altitudinal de apenas
137 m, a floresta serrana apresentou precipitação
média de 948,6 mm/ano e a VCE adjacente 526,9
mm. A autora acrescentou que no mês de
setembro/81 (mês equinocial), a floresta serrana
apresentou menores valores de temperatura do
ar (17,70C) e maiores de umidade relativa
(82,6%), que os da VCE (22,60C e 66,8%).
Concluindo, assinalou que as florestas serranas
têm menores amplitudes, tanto térmicas quanto
da umidade relativa, que a VCE. Outro
parâmetro climático importante nas florestas
serranas é a chamada “precipitação oculta”,
resultado da intensa condensação noturna,
especialmente nos meses mais frios
(Vasconcelos-Sobrinho, 1949).
Se por um lado, a distinção fisionômica,
florística e ambiental entre a floresta serrana e
a VCE é clara, a transição entre esses tipos não
é abrupta, sendo possível encontrar diferentes
fisionomias e floras, dependendo da altitude e
da exposição do relevo.
Considerando essas diferenças, este
trabalho descreve a composição florística em dois
pontos de uma floresta serrana situada na
Reserva Biológica de Serra Negra (RBSN),
estado de Pernambuco, com a finalidade avaliar
as relações de similaridade entre elas e com
Acta bot. bras. 16(4): 481-500, 2002
Levantamento florístico da floresta serrana da Reserva Biológica de Serra Negra, Itaparica-PE. 483
outras formações do semi-árido nordestino e
discutir os padrões de distribuição de algumas
espécies, especialmente com base nos dados de
estudos taxonômicos.
Material e métodos
Área de estudo – A RBSN situa-se no semi-
árido pernambucano, entre os municípios de Inajá
e Floresta. Apresenta 1.100 ha (8o35’- 8o38’ S e
38o02’- 38o04’ W) e é a única unidade de
conservação federal de floresta serrana no
estado. Foi criada em 20 de setembro de 1982,
de acordo com o Decreto Federal no 87.591
(IBAMA, 1989).
O relevo da RBSN é do tipo cuesta, com o
topo medindo cerca 800 m de largura por 3.000
m de comprimento, orientado no sentido E/NE –
O/SO, com altitudes entre 800 e 1.036 m
(Andrade, 1954). A escarpa setentrional (N/NO)
apresenta um declive abrupto ao contrário da
escarpa meridional (S/SE) cujo declive é suave,
com altitudes variando de 550 a 800 m (figura
1). Trata-se de um tabuleiro relictual de uma
extensa cobertura sedimentar, modelada em uma
série de paleoclimas com diversos graus de
umidade, que se dilatava para a direção noroeste,
atingindo os estados do Ceará e Piauí, antes das
sucessivas etapas de intensa erosão pelas quais
passou a região Nordeste como um todo
(Andrade, 1954).
A área está incluída na bacia sedimentar do
Jatobá, em terrenos do Cretáceo Inferior das
formações Santana e Exú, do grupo Araripe
(Dantas, 1980). Os solos são arenosos amarelados
e avermelhados, friáveis, argilosos, ocasionalmente
caulínicos, apresentando estratificação cruzada e
plano-paralela, granulometria variável, por vezes
conglomeráticos, e partes com intensa silicificação
(Dantas, 1980). As classes de solo citadas são:
Bruno não cálcico, Areia Quartzosa Distrófica e
Podzólico Vermelho - Amarelo Eutrófico, sendo
as duas últimas referidas para as cotas mais
elevadas da serra (IBAMA, 1989).
A precipitação e temperatura médias anuais são
de 900 mm e 25,3°C, respectivamente, havendo
registro de temperaturas máxima e mínima
absolutas de 380C e 80C (IBAMA, 1989). A
altitude e a exposição aos ventos de sudeste, que
entram pela calha do rio São Francisco, são os
principais responsáveis pelo mesoclima encontrado
no topo.
A floresta do topo é densa, com troncos
grossos e retilíneos e emergentes de até 35 m,
que perdem as folhas no período desfavorável.
Na escarpa meridional a floresta é aberta, as
emergentes, também caducifólias, têm no
máximo 20 m de altura e apresentam troncos
que se ramificam entre três e quatro metros de
altura. De um modo geral, o ambiente torna-se
menos úmido, à medida que se afasta do topo
em direção à base da serra, onde ocorre VCE.
Coleta e tratamento de dados As coletas
mensais de material (ervas, epífitas, lianas,
trepadeiras, subarbustos, arbustos e árvores)
foram realizadas no topo e na escarpa meridional,
no período de 19 meses, seguindo os métodos
usuais (Bridson & Forman, 1998). As exsicatas
foram processadas e depositadas no herbário
PEUFR (Professor Vasconcelos-Sobrinho) da
Universidade Federal Rural de Pernambuco,
com duplicatas encaminhadas a diversos
especialistas para confirmação ou identificação.
As espécies foram organizadas por família nos
sistemas de Cronquist (1981), Tryon & Tryon
(1982) e Vitt (1984), para Magnoliophyta,
Pteridophyta e Bryophyta, respectivamente,
incluindo informações de hábito (Font Quer,
1977). A grafia dos gêneros e a autoria das
espécies foram verificadas através de Brummitt
(1992) e Brummitt & Powell (1992).
A fim de identificar com qual(is)
formação(ões) vegetacional(is) ocorrentes no
semi-árido nordestino a flora lenhosa do topo e
da escarpa meridional teria maior similaridade,
foi empregada a técnica de análise de
agrupamento (Kent & Coker,1992) para um
484 Rodal, M. J. N. & Nascimento, L. M.
Acta bot. bras. 16(4): 481-500, 2002
conjunto de 13 listas florísticas de seis
levantamentos, incluindo as duas listas da área
de estudo. Foram consideradas as espécies
lenhosas (árvores e arbustos), presentes no topo
e na escarpa meridional, uma vez que nos demais
tipos vegetacionais analisados aqueles hábitos
foram incluídos. Além dessas duas listas, foram
analisadas duas de floresta serrana (Ferraz et
al., 1998), uma de vegetação arbustiva perenifólia
em chapada sedimentar (Rodal et al., 1998a),
oito listas de vegetação caducifólia, quatro em
vegetação da VCE (Rodal, 1992; Ferraz et al.,
1998), três em vegetação caducifólia não
espinhosa – VCNE, o chamado “carrasco”
(Araújo et al., 1998) e uma na transição
“carrasco-caatinga de areia” (Oliveira et al.,
1997). Em seguida, foi analisada a distribuição
de alguns taxa, especialmente a partir de
revisões. Foi empregada a análise de
agrupamentos usando o índice de similaridade
de Jaccard e a técnica de aglomeração por
pesos proporcionais (UPGMA) (Valentim, 2000),
com auxílio do pacote FITOPAC (Shepperd,
1995).
Resultados e discussão
No total, foram encontrados 319 taxa, 85%
identificados no nível de espécie e 14% no
genérico, com um taxon em nível de família
(tabela 1). No topo e escarpa meridional, foram
coletados 255 e 117 taxa, respectivamente, com
predomínio do componente lenhoso (árvores e
arbustos) (figura 2). Houve proporção
semelhante de espécies arbóreas em ambos, o
que era de se esperar, tratando-se de duas
fisionomias florestais, predomínio de epífitas na
floresta densa, provavelmente em função da
maior umidade; maior porcentagem de arbustos
na floresta aberta, o que pode ser explicado pela
maior penetração de luz, devido ao dossel ser
mais aberto, bem como por se tratar de um
ambiente mais seco. Apesar de próximas, o índice
de similaridade (Jaccard) foi de apenas 12,5%
(53 espécies comuns), o que se justifica pela
presença de condições abióticas diferenciadas.
Das espécies comuns, 33 foram árvores ou
arbustos, especialmente das famílias
Mimosaceae, Cactaceae e Caesalpiniaceae, taxa
citados entre os mais freqüentes em áreas de
VCE (Rodal, 1992). Entre as famílias com três
ou mais espécies, nenhuma foi exclusiva da
floresta aberta, enquanto Begoniaceae,
Bryaceae, Dioscoreaceae, Myrtaceae,
Lycopodiaceae, Orchidaceae, Polypodiaceae
(comuns em florestas mais úmidas), entre outras,
foram exclusivas da floresta densa.
A análise de agrupamento, realizada com
base nas 310 espécies, em 13 listas de diversas
formações vegetais do semi-árido (figura 3), mos-
tra, que num primeiro nível de similaridade, ocor-
reram dois grupos, um, formado exclusivamente
por listas de vegetação não florestal sobre
chapadas sedimentares (Oliveira et al., 1997;
Araújo et al., 1998; Rodal et al., 1998a) e outro
reunindo as florestas serranas de Triunfo (Ferraz
et al., 1998) e de Serra Negra (este trabalho) e
os levantamentos da VCE (Rodal, 1992; Ferraz
et al., 1998).
O resultados da análise de agrupamento in-
dicam que as florestas serranas se unem aos
levantamentos de VCE com um nível inferior a
10% de similaridade. Embora baixa, a maior si-
milaridade destas florestas (Triunfo e Serra Ne-
gra) com a VCE se deve à presença de espéci-
es arbóreas como: Allophylus quercifolius
(Sapindaceae), Caesalpinia ferrea e Senna
spectabilis var. excelsa, (Caesalpiniaceae),
Coutarea hexandra (Rubiaceae), Maprounea
guianensis var. guianensis (Euphorbiaceae),
Parapiptadenia zehntneri (Mimosaceae),
Sideroxylon obtusifolium (Sapotaceae),
Tabebuia impetiginosa (Bignoniaceae) e
Ziziphus joazeiro (Rhamnaceae), citadas em
áreas mais úmidas da VCE nordestina (Andrade-
Lima, 1989; Araújo et al., 1995; Prado & Gibbs,
1993). Essa maior semelhança se justifica quan-
do se observa que as florestas serranas estão
Acta bot. bras. 16(4): 481-500, 2002
Levantamento florístico da floresta serrana da Reserva Biológica de Serra Negra, Itaparica-PE. 485
BRYOPHYTA
BRYACEAE (K. Porto - UFP)
Brachymenium sp D.S.Pimentel,146 7X
Bryum cf. beyrichianum (Hornsch.) C.Muell. J.R.R.Cantarelli,14 7X
Bryum billarderi Schwayr. D.S.Pimentel,376 7X
PTERIDOPHYTA
ADIANTACEAE (P.G.Windisch - UNESP)
Hemionitis tomentosa (Lam.) Raddi D.S.Pimentel,142 7X
ASPLENIACEAE (P.G.Windisch - UNESP)
Asplenium punilum Sw. A.P.S.Gomes,56 7X
LYCOPODIACEAE (I.C.L.Barros - UFP)
Huperzia chiristii (Silveira) Holub. D.S.Pimentel,s/n2 7X
Huperzia flexibilis (Fée) B.Øllg. D.S.Pimentel,s/n1 7X
POLYPODIACEAE (I.C.L.Barros - UFP; P.G. Windisch - UNESP; J.TMickel -NY)
Microgramma squamulosa (Kef.) de la Sota D.S.Pimentel,140 7X
Microgramma crispata (Fée) de la Sota M.J.N.Rodal, 478 7X
Pleopeltis angusta Willd. M.F.Sales,640 7X
Pleopeltis astrolepis Liebm. D.S.Pimentel,362 7X
Polypodium aureum L. A.Laurênio,167 7X
Polypodium brasiliense Poir. M.J.N.Rodal, 654 7X
Polypodium hirsutissimum Raddi D.S.Pimentel,357 7X
MAGNOLIOPHYTA
ACANTHACEAE (M.Wasshausen - NY; M.R.C.Sales - PEUFR)
Dicliptera ciliaris A.Juss. M.F.Sales,339 4X
Justicia cf. thumbergioides (Lindau) Leonard A.P.S.Gomes,554 4X
Justicia strobilacea (Nees) Lindau A.P.S.Gomes,3 3X
Ruellia asperula (Nees) Lindau A.Laurênio,156 2X
Ruellia bahiensis (Nees) Morong M.Oliveira,323 2X
Ruellia cf. geminiflora Humb., Bonpl. & Kunth M.J.N.Rodal,349 5X
ALSTROEMERIACEAE (P.Wilken - K)
Bomarea edulis Mirb. M.F.Sales,642 5X
AMARANTHACEAE
Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze M.J.N.Rodal,484 2X
Gomphrena vaga Mart. M.J.N.Rodal,626 3X
AMARYLLIDACEAE
Hippeastrum sp A.Laurênio,269 4X
ANACARDIACEAE
Schinopsis brasiliensis Engl. A.Laurênio,98 1X
ANNONACEAE
Rollinia leptopetala (R.E.Fries) Safford E.Inácio,256 2X
APOCYNACEAE (M.F.Sales – PEUFR)
Aspidosperma cf. illustre (Vell.) Kuhlm. & Piraja L.M.Nascimento,41 1X
Aspidosperma pyrifolium Mart. A.P.S.Gomes,211 1X
Tabela 1. Famílias e espécies registradas na floresta da Reserva Biológica de Serra Negra, Floresta/ Inajá, Pernambuco, com
nome, número de coletor (N) e hábito (1- árvore; 2- arbusto; 3- subarbusto; 4- erva; 5- trepadeira; 6- liana; 7- epífita). H
– hábito; T- topo e EM- escarpa meridional. Especialistas que auxiliaram na determinação de todos ou parte dos taxa estão
listados após cada família.
Divisão/Familía/Espécie Coletor HTEM
486 Rodal, M. J. N. & Nascimento, L. M.
Acta bot. bras. 16(4): 481-500, 2002
Aspidosperma sp1 M.J.N.Rodal,611 1X
Aspidosperma sp2 M.J.N.Rodal,705 1X
ARACEAE (S.J.Mayo - K)
Anthurium cf. affine Schott A.Laurênio,157 4X
Anthurium scandens (Aubl.) Engl. A.Laurênio,153 7X
ASCLEPIADACEAE (D.Goyder – K; J.Fontella - HB )
Ditassa glaziovii Fourn. M.F.Sales,535 5X
Ditassa oxyphylla Turcz. M.J.N.Rodal,487 5X
Schubertia sp M.F.Sales,634 5X
ASTERACEAE (J.A.Bastos – PEUFR; N.Hind - K.; H.Robinson - NY)
Baccharis serrulata (Lam.) Pers. M.C.Tschá,384 2X
Baccharis sp D.S.Pimentel,379 3X
Conocliniopsis prasiifolia (DC.) R.M.King & H.Rob. A.Laurênio,77 3X
Conyza bonariensis (L.) Cronquist L.S.Figueirêdo,10 4X
Eupatorium ballataefolium Humb., Bonpl. & Kunth D.S.Pimentel,368 4X
Eupatorium sp D.S.Pimentel,372 4X
Koanophyllum conglobatum (DC.) R.M.King & H.Rob. L.S.Figueirêdo,6 2X
Mikania cordifolia (L.f.) Willd. A.Laurênio,164 5X
Trixis divaricata (Kunth) Spreng. M.C.Tschá,18 3X
Verbesina macrophylla (Cass.) S.F.Blake M.J.N.Rodal, 606 2X
Vernonia chalybaea Mart. ex DC. D.S.Pimentel,371 3X
Wedellia alagoensis Baker M.J.N.Rodal,356 3X
Wedellia hookeriana Gardner E.Inácio,1 2X
Wedellia villosa Gardner L.M.Nascimento,70 3X
BEGONIACEAE (E.Jacques – CEUL)
Begonia cf. grisea A.DC. M.F.Sales,551 4X
Begonia petassifolia Brade M.F.Sales,647 4X
Begonia reniformis Dryand. M.J.N.Rodal,623 4X
Begonia sp D.S.Pimentel,331 4X
BIGNONIACEAE (C.Sothers - K)
Amphilophius sp E.Inácio,85 5X
Anemopaegma laeve DC. M.F.A.Lucena,15 6X
Arrabidaea sp M.F.Sales,630 6X
Clytostoma binatum (Thumb.) Sandw. M.J.N.Rodal,637 5X
Memora cristicalyx A.Gentry A.Laurênio,180 5X
Memora sp M.C.Tschá,123 5X
Parabignonia sp M.F.Sales,344 5X
Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers A.P.S.Gomes,120 5X
Tabebuia impetiginosa (Mart.ex DC.) Standl. A.P.S.Gomes,214 1X
Tabebuia serratifolia (Vahl) G.Nicholson M.J.N.Rodal,720 1X
BORAGINACEAE (S.F.Smith - NY)
Cordia curassavica (Jacq.) Roem. & Schult. K.Andrade,5 2X X
Cordia leucomalloides Taroda M.J.N.Rodal,481 2X X
Cordia sp1 E.Inácio,103 2X
Cordia sp2 E.Inácio,260 2X
Heliotropium angiospermum Murr. L.F.Silva,28 4X
Tabela 1. (continuação).
Divisão/Familía/Espécie Coletor HTEM
Acta bot. bras. 16(4): 481-500, 2002
Levantamento florístico da floresta serrana da Reserva Biológica de Serra Negra, Itaparica-PE. 487
Heliotropium tiaridioides Cham. F.M.O.Villarouco,17 4X
Tournefortia sp M.J.N.Rodal,346 4X
BROMELIACEAE (G.M.Souza - PFPB; M.G.L.Wanderley - SP)
Aechmea tomentosa Mez M.F.Sales,560 7X
Bilbergia porteana Brongn. G.M.Sousa,68 7X
Portea leptantha Harms G.M.Sousa,69 7X
Tillandsia gardneri Lindl. G.M.Sousa,65 7X X
Tillandsia juncea (Ruíz & Pav.) Poir. D.S.Pimentel,349 7X
Tillandsia polystachia (L.) L. G.M.Sousa,71 7X
Tillandsia recurvata L. D.S.Pimentel,335 7X
Tillandsia tenuifolia L. G.M.Sousa,99 7X
Tillandsia usneoides (L.) L. G.M.Sousa,66 7X
Bromeliaceae D.S.Pimentel,337 7X
CACTACEAE (D.Zappi - K )
Cereus jamacaru DC. M.J.N.Rodal, 718 2X X
Harrisia adscendens (Gürke) Britton & Rose A.Laurênio,265 2X
Melocactus sp A.Laurênio,199 4X
Opuntia brasiliensis (Willd.) Haw. M.F.Sales,564 1X X
Pilosocereus catingicola subsp. salvadorensis (Werderm.) Zappi 2X X
A.Laurênio,196
Rhipsalis baccifera (J.S.Muell.) Stearn A.Laurênio,159 7X X
Rhipsalis sp A.P.S.Gomes,143 7X
CAESALPINIACEAE (G.P.Lewis- K ; R.Barneby - NY)
Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. A.Laurênio,299 1X
Caesalpinia pyramidalis Tul. A.Laurênio,191 1X
Senna macranthera (Vogel) H.S.Irwin & Barneby E.Inácio,98 2X X
Senna macranthera var. micans (Nees) H.S. E.Ferraz,262 1X X
Irwin & Barneby
Senna macranthera var. pudibunda (Nees) H.S. A.Laurênio,72 1X X
Irwin & Barneby
Senna pendula var. dolichandra H.S.Irwin & Barneby C.S.Zickel,14 2X
Senna spectabilis (DC.) H.S.Irwin & Barneby E.Inácio,168 2X X
Senna spectabilis var. excelsa (Schrad.) H.S. E.Menezes,39 2X X
Irwin & Barneby
Senna trachypus (Benth.) H.S.Irwin & Barneby M.C.Tschá,261 2X
CAPPARACEAE (M.B.Costa e Silva - PEUFR)
Capparis flexuosa (L.) L. L.M.Nascimento,29 2X X
Capparis jacobinae Moric. ex Eichler L.M.Nascimento,15 2X X
Capparis yco Mart. & Eichler L.M.Nascimento,14 2X X
CELASTRACEAE
Maytenus aff. evonymoides Reissek M.C.Tschá,233 1X
Maytenus obtusifolia Mart. L.M.Nascimento,24 1X
Maytenus rigida Mart. M.F.Sales,313 1X X
CLUSIACEAE
Garcinia gardneriana (Planch. & Triana) Zappi L.M.Nascimento,40 1X
COMBRETACEAE
Buchenavia capitata (Vahl) Eichler L.M.Nascimento,42 1X
Tabela 1. (continuação).
Divisão/Familía/Espécie Coletor HTEM
488 Rodal, M. J. N. & Nascimento, L. M.
Acta bot. bras. 16(4): 481-500, 2002
Terminalia brasiliensis Cambess. M.J.N.Rodal,569 1X
COMMELINACEAE (R. Barreto - UFP)
Aneilema brasiliensis C.B.Clarke M.F.Sales,307 4X
Callisia monandra (Sw.) Schult.f. M.F.Sales,306 4X
Callisia repens L. M.F.Sales,323 4X X
Commelina erecta L. L.F.Silva,27 4X
Dichorisandra hexandra (Aubl.) Standl. M.F.Sales,613 4X X
CONVOLVULACEAE
Aniseia sp M.F.Sales,618 5X
Evolvulus elegans Moric. M.C.Tschá,159 3X
Evolvulus latifolius Ker Gawl. M.J.N.Rodal,354 3X
Jacquemontia ferruginea Choisy D.C.Silva,78 4X
Jacquemontia nodiflora (Desv.) G. Don M.F.Sales,305 5X
CUCURBITACEAE (C.Sothers - K)
Cayaponia racemosa (Mill.) Cogn. M.J.N.Rodal,666 5X
Momordica charantia L. F.M.O.Villarouco,19 5X
DIOSCOREACEAE (G.Pedralli - HXBH; P.Wilken - K)
Dioscorea dodecaneura Vell. M.F.Sales,614 5X
Dioscorea monadelpha (Kunth) Griseb. M.F.Sales,662 5X
Dioscorea piperifolia Humb. & Bonpl. ex Willd. M.C.Tschá,218 5X
Dioscorea polygonoides Humb. & Bonpl. ex Willd. M.Oliveira,318 5X
EBENACEAE
Diospyros cf. brasiliensis Mart. M.C.Tschá,234 1X
ERYTHROXYLACEAE (S.F.Smith - K; M.I.B.Loyola - PEUFR)
Erythroxylum distortum Mart. M.F.Sales,608 2X X
Erythroxylum macrochaetum Miguel L.M.Nascimento,12 2X
Erythroxylum sp M.C.Tschá,14 2X
EUPHORBIACEAE (G.L.Webster – DAV; M.F.A.Lucena - PEUFR)
Acalypha pruriens Nees & Mart. M.F.Sales,293 3X
Croton conduplicatus Kunth A.B.Marcon,11 3X X
Croton macrocalyx Mart. ex Baill. M.F.Sales,624 2X X
Croton micans (Sw.) Müll.Arg. L.F.Silva,261 2X X
Croton moritibensis Baill. K.Andrade,4 2X X
Croton pulegioides Baill. M.F.Sales,653 3X X
Croton rhamnifolius (Baill.) Müll.Arg. M.J.Hora,113 3X
Dalechampia cf. brasiliensis Lam. D.C.Silva,94 5X X
Dalechampia olfersiana Müll.Arg M.J.N.Rodal,456 5X X
Jatropha molissima (Pohl) Baill. M.J.N.Rodal,688 2X
Maprounea guianensis Aubl. var. guianensis L.M.Nascimento,68 1X
Phyllanthus cf. amarus K.Schum. D.C.Silva,9 4X
Sebastiania brasiliensis Spreng. M.F.Sales,616 1X
Tragia cf. alienata (Didr.) Múlgura. & M.M.Gut. M.F.A.Lucena,136 5X
Tragia volubilis L. A.Laurênio,7 5X
FABACEAE (G.P.Lewis - K; L.P. de Queiroz - UEFS)
Bocoa mollis (Benth.) R.S.Cowan M.J.N.Rodal,706 2X
Tabela 1. (continuação).
Divisão/Familía/Espécie Coletor HTEM
Acta bot. bras. 16(4): 481-500, 2002
Levantamento florístico da floresta serrana da Reserva Biológica de Serra Negra, Itaparica-PE. 489
Chaetocalyx longiflora A.Gray M.F.Sales,322 2X
Chaetocalyx scandens var. pubescens (DC.) Rudd E.Ferraz,272 2X
Chaetocalyx sp A.P.S.Gomes,57 2X
Crotalaria vitellina Ker Gawl. A.P.S.Gomes,149 2X X
Dalbergia catingicola Harms A.Laurênio,170 2X
Dalbergia cearensis Ducke A.P.S.Gomes,7 1X
Dioclea grandiflora Mart. ex Benth. E.Inácio,169 5X
Indigofera suffruticosa Mill. M.C.Tschá,118 3X X
Lonchocarpus sp1 A.Laurênio,264 1X
Lonchocarpus sp2 A.Laurênio,181 1X
Macroptilium sp A.P.S.Gomes,123 5X
Periandra coccinea (Schrad.) Benth. A.Laurênio,5 5X X
Periandra mediterranea (Vell.) Conc. Taubert M.F.Sales,326 5X
Platymiscium floribundum Vogel M.J.N.Rodal,684 1X
Poiretia punctata (Willd.) Desv. ex Rudd A.Laurênio,106 5X X
Vigna candida (Vell.) Maréchal, Mascherpa & Stainier M.J.N.Rodal,351 5X X
LAMIACEAE
Hyptis pectinata (L.) Poir. E.Inácio,263 3X
LAURACEAE (R.Roxana - UFP)
Ocotea duckei Vattimo-Gil M.F.Sales,558 1X
LORANTHACEAE (B.Stannard - K)
Struthanthus polyrrhizus Mart. M.F.Sales,665 7X
LYTHRACEAE (T.B.Cavalcanti - CEN)
Cuphea racemosa (L.f.) Spreng. M.J.N.Rodal,620 4X
MALPIGHIACEAE (W.R.Anderson - MICH; C.Sothers - K)
Banisteriopsis platypoda (Griseb.) Cuatrec. M.J.N.Rodal,681 1X
Banisteriopsis sp1 M.J.N.Rodal,662 1X
Banisteriopsis sp2 M.J.N.Rodal,723 1X
Barnebya harleyi W.R.Anderson & B.Gates M.J.N.Rodal,818 1X
Bunchosia pernambucana W.R.Anderson - Typus E.Menezes,33 1X
Heteropterys coleoptera A.Juss. M.F.Sales,655 5X
Heteropterys perplexa W.R.Anderson M.J.N.Rodal,572 5X
Heteropterys sp1 A.P.S.Gomes,220 5X
Heteropterys sp2 M.C.Tschá,130 5X
Mascagnia chlorocarpa (A.Juss.) Griseb. D.C.Silva,95 5X X
Ptilochaeta bahiensis Turcz. A.Laurênio,257 2X X
Thryallis longifolia Mart. M.F.Sales,660 2X
MALVACEAE (A.Krapovickas - G; G.S.Baracho - UFP; P.A.Fryxell - TEX)
Gaya canescens Humb., Bonpl. & Kunth E.Menezes,41 4X
Herissantia crispa (L.) Brizicky E.Inácio,8 2X
Herissantia tiubae (K.Schum.) Brizicky L.F.Silva,22 3X
Malvastrum coromandelianum (L.) Garcke. K.Andrade,10 3X
Pavonia glazioviana Gürke M.F.Sales,670 4X
Sida galheirensis Ulbr. A.B.Marcon,16 2X
Sidastrum multiflorum (Jacq.) Fryxell L.F.Silva,26 3X X
Tabela 1. (continuação).
Divisão/Familía/Espécie Coletor HTEM
490 Rodal, M. J. N. & Nascimento, L. M.
Acta bot. bras. 16(4): 481-500, 2002
Sidastrum paniculatum (L.) Fryxell A.P.S.Gomes,151 3X
MARANTACEAE (K.N.Yoshida Arns - UFP)
Ctenanthe pickeliana K.Y.Arns & S.Mayo L.M.Nascimento,63 3X
MELASTOMATACEAE
Miconia sp M.J.N.Rodal, 672 1X
MELIACEAE
Trichilia emarginata (Turcz.) C.DC. M.J.N.Rodal,622 1X
MENISPERMACEAE (R.Barneby - NY)
Cissampelos pareira L. M.J.N.Rodal,489 5X
MIMOSACEAE (G.P.Lewis - K; L.Rico – K; R.Barneby - NY)
Acacia bahiensis Benth. M.J.N.Rodal,615 2X
Acacia riparia Kunth A.Laurênio,102 1X X
Acacia tenuifolia (L.) Willd. K.Andrade,12 2X X
Acacia sp1 M.F.Sales,625 1X X
Acacia sp2 M.J.N.Rodal,574 1X X
Albizia polycephala (Benth.) Killip L.M.Nascimento,31 1X
Chloroleucon foliolosum (Benth.) G.P.Lewis A.P.S.Gomes,140 1X
Inga thibaudiana DC. M.J.N.Rodal,568 1X
Mimosa acutistipula (Mart.) Benth. A.P.S.Gomes,141 2X
Mimosa acutistipula (Mart.) Benth. var. acutistipula A.P.S.Gomes,50 2X
Mimosa arenosa (Willd.) Poir. var. arenosa A.P.S.Gomes,30 2X
Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth. A.P.S.Gomes,44 2X
Mimosa sensitiva L. A.P.S.Gomes,34 2X
Mimosa sensitiva L. var. sensitiva M.Oliveira,325 2X
Parapiptadenia zehntneri (Harms.) A.P.S.Gomes,148 1X X
M.P.Lima & H.C.Lima
Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke A.P.S.Gomes,137 1X X
Pithecellobium diversifolium Benth. A.Laurênio,71 1X
Plathymenia foliolosa Benth. M.F.Sales,622 1X
MORACEAE
Ficus sp1 M.F.Sales,649 1X
Ficus sp2 M.C.Tschá,113 1X
MYRSINACEAE
Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze M.J.N.Rodal,624 1X
MYRTACEAE (G.M.Barroso - RB)
Calyptranthes dardanoi Mattos L.F.Silva,265 1X
Calyptranthes multiflora Poepp. ex Baker L.M.Nascimento,69 1X
Eugenia biflora (L.) DC. K.Andrade,14 1X
Eugenia hirta O. Berg L.M.Nascimento,51 1X
Eugenia lambertiana var. hispidula McVaugh M.J.N.Rodal,722 1X X
Eugenia punicifolia (Humb., Bonpl. & Kunth) DC. M.F.Sales,635 1X
Myrcia aff. bullata O.Berg L.M.Nascimento,66 1X
Myrcia caesia O.Berg L.M.Nascimento,20 1X
Myrcia fallax (Rich.) DC. M.J.N.Rodal,560 1X
Myrcia multiflora (Lam.) DC. L.M.Nascimento,16 1X X
Myrciaria floribunda (West ex Willd.) O.Berg L.M.Nascimento,62 1X
Tabela 1. (continuação).
Divisão/Familía/Espécie Coletor HTEM
Acta bot. bras. 16(4): 481-500, 2002
Levantamento florístico da floresta serrana da Reserva Biológica de Serra Negra, Itaparica-PE. 491
Psidium personii McVaugh M.J.N.Rodal,644 1X
NYCTAGINACEAE (A.Furlan - HRCB)
Guapira laxa (Netto) Furlan M.J.N.Rodal,707 1X X
Guapira opposita (Vell.) Reitz L.M.Nascimento,59 1X
OLACACEAE (J.Kallunki - NY)
Schoepfia brasiliensis A.DC. M.F.Sales,645 1X
ORCHIDACEAE (L.P.Félix - EAN; S.Thomas - K)
Amblostoma tridactylum (Lindl.) Rchb.f J.R.R.Cantarelli,11 7X
Campylocentrum crassirhizum Hoehne M.F.Sales,320 7X
Campylocentrum neglectum (Rchb.f & Wärn) Cogn. D.S.Pimentel,91 7X
Cattleya labiata Lindl. D.S.Pimentel,65 7X
Cranichis cf. glabricaulis Hoehne J.Urbano,1 7X
Cranichis scripta Kraenzl. E.Inácio,90 4X
Cyclopogon elatus (Sw.) Schltr. J.Urbano,3 7X
Epidendrum ramosum Jacq. L.M.Nascimento,79 7X
Habenaria glaucophylla Barb.Rodr. J.Urbano,2 4X
Lanium avicula (Lindl.) Benth. L.M.Nascimento,s/n 7X
Oncidium barbatum Lindl. M.J.N.Rodal, 625 7X
Oncidium gravesianum Rolfe D.S.Pimentel,111 7X
Pleurothallis rubens Lindl. D.S.Pimentel,155 7X
Stenorrhynchos hassleri Cogn. A.Laurênio,277 7X
PASSIFLORACEAE
Passiflora cincinnata Mart. J.R.R.Cantarelli,16 5X
Passiflora foetida L. A.P.S.Gomes,213 5X X
Passiflora galbana Mart. M.J.N.Rodal,336 5X
Passiflora sp A.P.S.Gomes,49 5X
PHYTOLACCACEAE (J.Kallunki - NY; J.W.Novicke - US; S.F.Smith - K)
Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms L.M.Nascimento,36 1X
Phytolacca sp A.P.S.Gomes,147 4X
Rivina humilis L. M.F.Sales,609 3X
PIPERACEAE
Peperomia sp1 A.P.S.Gomes,139 7X
Peperomia sp2 M.F.Sales,664 7X
PLUMBAGINACEAE
Plumbago scandens L. S.S.Lira,21 3X
POACEAE (S.A.Revoise - K)
Ichnanthus dasycoleus Tutin M.F.Sales,658 4X
Ichnanthus nemoralis (Schrad.) Hitchc. & Chase L.F.Silva,23 4X
Ichnanthus sp M.J.N.Rodal, 665 4X
Panicum sp E.Inácio,12 4X
POLYGALACEAE
Polygala albicans A.W.Benn. A.Laurênio,169 2X
Polygala laureola A.St.-Hil. & Moq. M.F.Sales,656 3X
Polygala aff. spectabilis DC. M.J.N.Rodal, 561 2X
Polygala sp M.J.N.Rodal, 683 2X
POLYGONACEAE
Tabela 1. (continuação).
Divisão/Familía/Espécie Coletor HTEM
492 Rodal, M. J. N. & Nascimento, L. M.
Acta bot. bras. 16(4): 481-500, 2002
Ruprechtia laxiflora C.A.Mey. M.F.Sales,659 1X
PORTULACACEAE
Talinum paulensis (Jacq.) Willd. M.J.N.Rodal, 651 4X
PROTEACEAE
Roupala paulensis Sleum. M.J.N.Rodal, 657 1X
RHAMNACEAE
Gouania mollis Reissek M.J.N.Rodal, 617 5X X
Ziziphus joazeiro Mart. M.J.N.Rodal, 612 1X X
RUBIACEAE (D.Zappi - K; E.B.Souza - PEUFR; P.Delprete - NY)
Alibertia sp A.Laurênio,270 2X
Coutarea alba Griseb. M.C.Tschá,256 1X
Coutarea hexandra (Jacq.) K.Schum. M.F.Sales,650 1X
Emmeorrhiza umbellata (Spreng.) K.Schum. M.J.N.Rodal,661 5X X
Endlichera umbellata C.Presl. M.J.N.Rodal,339 5X
Genipa americana L. A.Laurênio,263 1X
Guettarda platypoda DC. M.J.N.Rodal,647 1X
Guettarda sericea Müll.Arg. M.C.Tschá,137 1X
Guettarda sp M.J.N.Rodal,618B 1X
Manettia cordifolia Mart. M.J.N.Rodal, 664 5X
Mitracarpus scabrellus Benth. L.M.Nascimento,13 4X
Mitracarpus villosus (Sw.) Cham. & Schltdl. M.F.Sales,667 4X
Psychotria cuspidata Bredem. ex Roem. & Schult. M.F.Sales,606 2X
Psychotria leiocarpa Cham. & Schlecht. M.J.N.Rodal, 483 2X
Randia armata (Sw.) DC. M.J.N.Rodal, 355 2X
Randia nitida (Humb., Bonpl. & Kunth) DC. M.F.Sales,652 2X
Richardia grandiflora (Cham. & Schltdl.) Steud. L.F.Silva,30 4X
Rudgea jacobinensis Müll.Arg. M.J.N.Rodal, 612 1X
RUTACEAE (J.Kallunki - NY)
Zanthoxylum rhoifolium Lam. L.M.Nascimento,53 1X
SAPINDACEAE (M.S.Ferrucci - CTES; G.M.Somner - UFRRJ)
Allophylus laevigatus Radlk. L.M.Nascimento,50 1X
Allophyllus quercifolius Radlk. S.S.Lira,15 1X
Cardiospermum corindum L. M.C.Tschá,253 5X X
Serjania glabata Humb., Bonpl. & Kunth M.F.A.Lucena,170 5X
Serjania marginata Casar. M.F.Sales,619 5X
Urvillea laevis Radlk. M.F.Sales,612 5X X
Urvillea ulmacea Kunth A.Laurênio,183 5X
SAPOTACEAE (T.D.Pennington - K)
Manilkara salzmanii (A.DC.) Lam. M.F.Sales,648 1X
Sideroxylon obtusifolium (Roem. & Schult.) T.D.Penn. M.Oliveira,133 1X
SCROPHULARIACEAE
Angelonia biflora Benth. D.S.Pimentel,64 3X
Angelonia hookeriana Benth. A.P.S.Gomes,43 2X
Angelonia sp L.M.Nascimento,26 2X
Scoparia dulcis L. F.M.O.Villarouco,20 2X X
Tabela 1. (continuação).
Divisão/Familía/Espécie Coletor HTEM
Acta bot. bras. 16(4): 481-500, 2002
Levantamento florístico da floresta serrana da Reserva Biológica de Serra Negra, Itaparica-PE. 493
SMILACACEAE
Smilax sp E.Inácio,100 5X
SOLANACEAE (M.F.Agra - K; M.Nee – NY; S.Knapp - K)
Brunfelsia uniflora (Pohl) D.Don L.M.Nascimento,9 3X
Cestrum obovatum Sendtn. M.C.Tschá,380 2X
Solandra aff. longipes Sendtn. A.P.S.Gomes,2 1X
Solanum baturitense Huber M.J.N.Rodal, 488 3X X
Solanum eunoymoides Sendtn. M.F.Sales,292 2X
Solanum gracillimum Sendtn. M.F.Sales,607 2X
Solanum inaequale Vell. M.C.Tschá,23 2X
Solanum paniculatum L. M.F.Sales,303 2X
Solanum stipulaceum Roem. & Schult. M.C.Tschá,558 2X
Solanum sp1 E.Inácio,215 2X
Solanum sp2 M.C.Tschá,151 2X
STERCULIACEAE (C.L.Cristóbal - CTES)
Helicteres macropetala A.St.-Hil. M.J.N.Rodal,338 2X X
Melochia tomentosa L. E.Inácio,6 4X
Waltheria cf. ferruginea A.St.-Hil. E.Freire,99 4X
TILIACEAE (A.B.Marcon - PEUFR)
Prockia crucis P.Browne ex L. M.J.N.Rodal,727 2X
TURNERACEAE
Piriqueta sp M.J.N.Rodal,477 2X
ULMACEAE
Celtis brasiliensis (Gardner) Planch. M.F.Sales,610 1X
URTICACEAE
Urera baccifera (L.) Gaudich. M.J.N.Rodal,566 1X
VERBENACEAE (R.W.Sanders - K; S.F.Smith - NY)
Lantana caatingensis Moldenh. M.J.N.Rodal,490 2X
Lantana cf. camara L. D.C.Silva,82 2X X
Lantana canescens Humb., Bonpl. & Kunth M.C.Tschá,119 2X
Lippia schomburgkiana Schauer M.F.Sales,345 2X
VISCACEAE (B.L.Stannard - K)
Phoradendron mucronatum Krug & Urban M.J.N.Rodal,343 7X
Phoradendron cf. piauhyanum Trel. A.Laurênio,172 7X
Phoradendron piperoides (Kunth) Trel. E.Menezes,35 7X
Phoradendron tunaeforme (DC.) Eichler M.C.Tschá,554 7X
VITACEAE (J. Lombardi – HXBH)
Cissus blanchetiana Planch. M.J.N.Rodal,607 5X
Cissus verticillata (L.) Nicolson & C.E. Jarvis D.C.Silva,77 5X
Tabela 1. (continuação).
Divisão/Familía/Espécie Coletor HTEM
494 Rodal, M. J. N. & Nascimento, L. M.
Acta bot. bras. 16(4): 481-500, 2002
localizadas no domínio do semi-árido e rodeadas
por VCE.
As famílias com maior número de espécies
no componente arbóreo do topo foram
Myrtaceae com 12 espécies, seguida por
Mimosaceae (sete) e Malpighiaceae e
Apocynaceae (quatro cada). Como árvores
mais conspícuas ocorrem: Manilkara
salzmanii (Sapotaceae), Trichilia emarginata
(Meliaceae), Albizia polycephala
(Mimosaceae), Gallesia integrifolia
(Phytolaccaceae), Myrcia fallax, M.
multiflora (Myrtaceae) e Terminalia
brasiliensis (Combretaceae). Ainda nesse
componente, deve-se citar uma espécie nova
de Malpighiaceae, Bunchosia pernambucana,
e que a maioria das espécies não ocorreu na
floresta aberta (tabela 1).
010 20 30 40
arvore
arbusto
erva
epifita
trepadeira
ss
s
liana
subarbusto
floresta
aberta
floresta densa
%
Figura 2. Distribuição percentual do hábito das espécies encontradas nas florestas aberta e densa da Reserva Biológica de
Serra Negra, Floresta/Inajá, Pernambuco.
Figura 1. Corte transversal esquemático, no sentido Norte-Sul, mostrando o relevo da Reserva Biológica de Serra Negra,
Floresta/Inajá, Pernambuco.
Acta bot. bras. 16(4): 481-500, 2002
Levantamento florístico da floresta serrana da Reserva Biológica de Serra Negra, Itaparica-PE. 495
A importância de Myrtaceae também foi
registrada por Ferraz et al. (1998) na floresta
serrana de Triunfo, estado de Pernambuco, e em
florestas da costa atlântica brasileira (Peixoto &
Gentry, 1990), sendo considerada por Siqueira
(1994) como bastante comum no domínio atlântico.
Das Myrtaceae encontradas no topo, algu-
mas como Eugenia biflora e Myrcia fallax têm
ampla distribuição nas florestas neotropicais
ocorrendo desde a Mesoamérica, Antilhas e
América do Sul (McVaugh, 1963; 1969; 1989);
Eugenia punicifolia é freqüente na América
do Sul; Myrcia multiflora e Myrciaria flori-
bunda são citadas no escudo das Guayanas
(McVaugh, 1969) e florestas ciliares como a da
bacia hidrográfica do rio Tibagi, Paraná (Dias et
al., 1998 e Silva et al., 1992); Calyptranthes
multiflora ocorre no escudo das Guayanas
(McVaugh, 1969); Eugenia lambertiana var.
hispidula no Pará (McVaugh, 1969); Calyptran-
thes dardanoi tem citação para a zona da mata
úmida de Pernambuco (Mattos, 1990).
Dentre as Leguminosae (lato sensu), Inga
thibaudiana tem distribuição ampla nos
neotrópicos (Pennington, 1997) e é encontrada
na Bahia, segundo Lewis (1987), na mata
higrófila, restinga, capoeira e plantações de
cacau. O contrário ocorre com Albizia
polycephala e Acacia riparia, também
amplamente distribuídas nas florestas da
Figura 3. Similaridade florística entre as duas áreas estudadas e outras formações vegetacionais do semi-árido nordestino.
Vegetação Caducifólia Espinhosa - caatinga (1/2 - Rodal, 1992; 3/4 – Ferraz et al., 1998), Floresta serrana – brejo de altitude
(5/6 – Ferraz et al., 1998); vegetação caducifólia não espinhosa e áreas afins (7/8/9 - Araújo et al., 1998; 10 - Oliveira et al.,
1997), Vegetação arbustiva perenifólia sobre chapadas sedimentares (Rodal et al. 1998a), áreas estudadas (12 – floresta
densa; 13 – floresta aberta).
c.c. = 0,923
496 Rodal, M. J. N. & Nascimento, L. M.
Acta bot. bras. 16(4): 481-500, 2002
América do Sul tropical (Ducke, 1949), mas
registradas em áreas de caatinga, mata de cipó
e mata mesófila (Lewis, 1987). Por outro lado,
espécies como Parapiptadenia zehntneri,
Senna macranthera var. pudibunda e var.
micans, são referidas apenas em áreas mais
abertas, como VCE, VCNE e cerrado do nordeste
brasileiro, especialmente no semi-árido (Irwin &
Barneby, 1982; Lima & Lima, 1984). Há ainda
algumas como Mimosa bimucronata, citada na
flora do Rio de Janeiro (Barroso, 1965), mata de
várzea da floresta estacional paulista (Metzger
et al., 1998) e presente em áreas perturbadas
da mata costeira à caatinga, na Bahia (Lewis,
1987).
Entre as Sapotaceae, taxon bastante comum
no domínio amazônico (Pennington, 1990)
ocorrem apenas 2 espécies: Manilkara
salzmanii, com distribuição mais atlântica e
bastante comum nas florestas úmidas entre
Alagoas e Rio de Janeiro e Sideroxylon
obtusifolium, citada desde o México até a
Argentina, especialmente em áreas mais secas
(Pennington, 1990).
Vale ressaltar o registro de apenas uma
Lauraceae e Melastomataceae, comuns no
domínio atlântico segundo Joly et al. (1991) e
Leitão-Filho (1993). Cabe destacar que Ocotea
duckey (Lauraceae) e comumente citada em
levantamentos da mata de tabuleiro nordestina
(Barbosa, 1996).
Entre as demais espécies: Tabebuia impe-
tiginosa (Bignoniaceae) ocorre nas florestas
neotropicais (Gentry, 1992); Schoepfia brasili-
ensis (Olacaceae) é comum nas florestas neo-
tropicais desde a Argentina até as Guyanas
(Sleumer, 1984); Tabebuia serratifolia (Bigno-
niaceae) ocorre nas florestas úmidas entre Ala-
goas e Rio de Janeiro e na floresta amazônica
(Gentry, 1992; Pinto & Oliveira-Filho, 1999);
Urera baccifera é comum nas florestas pluvi-
ais montana e submontana da Floresta Atlântica
(Rizzini, 1979); Terminalia brasiliensis é cita-
da na floresta de Araucária do sul do Brasil (Sil-
va et al., 1997) ocorrendo ainda nas florestas
ciliares na cadeia do Espinhaço na serra do
Ambrósio em Minas Gerais (Pirani et al., 1988);
Trichilia emarginata é referida para as flores-
tas da Bahia, Minas Gerais e São Paulo (Pen-
nington et al., 1981). Entre as Euphorbiaceae,
Maprounea guianensis var. guianensis repre-
senta um taxon amazônico (Senna, 1984) enquan-
to Sebastiania brasiliensis, presente no cen-
tro-oeste (Ratter et al., 1988), é bastante fre-
qüente na Argentina, Paraguai, Bolívia e Uru-
guai (O’Donell & Lourteig, 1942).
Giulietti & Pirani (1988) observaram que
espécies de ampla distribuição geralmente
constituem grande parte da flora de diversas
áreas. Avaliando as espécies das famílias com
maior riqueza no componente arbóreo do topo
da RBSN, e de algumas espécies que mais se
destacaram pelo seu maior porte/freqüência,
verifica-se a presença de elementos amazônicos
e atlânticos.
Essa distribuição, hoje tão particular, pode
ser explicada pelo fato de que no quaternário
tardio, entre 200.000 e 10.000 anos atrás, o clima
mundial foi determinado por ciclos glaciais, onde
o clima era mais frio que atualmente e ciclos
interglaciais, com condições mais quentes que
na atualidade (Houghton & Woodell, 1989).
Prado & Gibbs (1993) observam que poucos
estudos têm sido realizados buscando
compreender a influência das mudanças
climáticas do Pleistoceno na expansão da
vegetação decídua e semi-decídua na América
do Sul e que muitas espécies lenhosas, que
estariam envolvidos nos processos de migrações
cíclicas do Pleistoceno, são membros de
comunidades florestais deciduais tropicais e
subtropicais, tais como a caatinga e algumas
matas semidecíduas de São Paulo e Paraná, entre
outras.
Considerando o sub-bosque da floresta densa,
foram encontrados muitos indivíduos de outra
espécie inédita, o subarbusto Ctenanthe
pickeliana (Marantaceae), sendo observadas
Acta bot. bras. 16(4): 481-500, 2002
Levantamento florístico da floresta serrana da Reserva Biológica de Serra Negra, Itaparica-PE. 497
apenas duas espécies de Psychotria (Rubiaceae),
taxon citado por Joly et al. (1991) como freqüente
no estrato arbustivo da Floresta Atlântica. P.
cuspidata e P. leiocarpa têm distribuições
distintas, a primeira amazônica e a segunda
bastante comum no Paraguai (http://
mobot.mobot.org). As famílias com maior número
de espécies no estrato herbáceo e subarbustivo
foram Asteraceae (nove), Malvaceae (seis) e
Commelinaceae (cinco). Entre as Bromeliaceae,
Portea leptantha tem distribuição centrada nas
florestas úmidas nos estados da Paraíba e
Pernambuco enquanto Tillandsia juncea e T.
polystachia são citadas em florestas da América
Central e florestas neotropicais, respectivamente
(Lyman & Downs, 1977; 1979).
As famílias com maior número de espécies
no estrato arbóreo da floresta aberta foram Mi-
mosaceae e Rubiaceae com sete e cinco espé-
cies, respectivamente (tabela 1). No estrato ar-
bustivo, destacaram-se Mimosaceae (com oito
espécies), Caesalpiniaceae e Fabaceae (cinco
cada) e Euphorbiaceae (quatro). Exceto por
Rubiaceae, as famílias com maior riqueza de
espécies no componente arbustivo-arbóreo, fo-
ram às mesmas da maioria dos levantamentos
quantitativos nos diferentes tipos caducifólios do
semi-árido nordestino (Araújo et al., 1995; Oli-
veira et al., 1997; Ferraz et al., 1998). Por seu
maior porte e freqüência, citam-se: Acacia bahi-
ensis, Caesalpinia pyramidalis, Chloroleucon
foliolosum, Parapiptadenia zenhtneri e Pithe-
cellobium diversifolium.
Com relação a distribuição das leguminosas
lenhosas verifica-se uma padrão bastante varia-
do. Mimosa arenosa tem registro no escudo das
Guayanas (Irwin, 1966). Platymiscium floribun-
dum é citada na flora da Guanabara (Barroso,
1965) e em diversos pontos da mata higrófila e
capoeira da Bahia (Lewis, 1987). Senna pendu-
la var. dolichandra, é citada na localidade Pe-
dra Azul, Minas Gerais (Irwin & Barneby, 1982)
e em terrenos abandonados de cultivo em áreas
de caatinga, na Bahia (Lewis, 1987). Outras por
sua vez, têm distribuição centrada dentro dos li-
mites do semi-árido nordestino como: Caesalpi-
nia pyramidalis, Dalbergia catingicola, Pip-
tadenia stipulacea (Ducke, 1953 e Lewis, 1987).
A ocorrência de Rubiaceae no componente
lenhoso dos levantamentos do semi-árido é
registrada apenas em áreas da VCE onde há
maior disponibilidade hídrica, como São José do
Belmonte e Caruaru, ambas no estado de
Pernambuco (Tavares et al., 1969 e Alcoforado-
Filho et al., prelo) e Barbalha no estado do Ceará
(Tavares et al., 1974).
Se por um lado, Leguminosae e Rubiaceae e
Euphorbiaceae foram importantes no componente
lenhoso, a última família ocorreu ainda com
representantes subarbustivos, herbáceos e
trepadeiras. Phyllanthus cf. amarus é uma erva
daninha pantropical, nativa dos neotrópicos
(Gilliespie, 1993); Tragia volubilis ocorre em
áreas quentes de toda América tropical (Mulgura,
1991); Tragia cf. alienta é citada na província
paranaense, abrangendo parte do Argentina,
Bolivia e Paraguay (Spichiger & Ramella, 1990)
e Dalechampia olfersiana é citada por Webster
(1991) como ocorrente na vegetação estacional
de Minas Gerais.
Entre as ervas e trepadeiras, Fabaceae teve
maior número de espécies (cinco), seguida por
Asteraceae, Commelinaceae e Sapindaceae
(três espécies cada), enquanto no estrato epífitico
predominaram representantes de Viscaceae
(três espécies ).
Os resultados encontrados sugerem que as
florestas densa e aberta apresentam distintos
padrões de riqueza de espécies e proporção de
formas de vida. O predomínio de epífitas na
floresta densa provavelmente ocorre em função
da maior umidade enquanto a maior porcentagem
de arbustos na floresta aberta, pode ser explicada
pela maior penetração de luz, devido ao dossel
ser mais aberto, bem como por se tratar de um
ambiente mais seco.
A floresta densa do topo apresentou diversas
espécies comuns a florestas mais úmidas. De
498 Rodal, M. J. N. & Nascimento, L. M.
Acta bot. bras. 16(4): 481-500, 2002
um modo geral, houve registro de elementos
florísticos tanto do domínio amazônico quanto do
atlântico. A presença dessas espécies em uma
floresta completamente isolada em pleno domínio
do semi-árido indica tratar-se de uma área
importante em termos de fitodiversidade e
merecedora de estudos adicionais que permitam
compreender suas relações florísticas,
especialmente no que diz respeito a Floresta
Atlântica nordestina. A floresta aberta, por sua
vez, situada na escarpa meridional, apresentou
diversas espécies comuns à VCE, algumas das
quais com distribuição restrita aos diferentes
tipos caducifólios do semi-árido nordestino
enquanto outras têm ocorrência em diferentes
pontos da região neotropical.
A riqueza de espécies e a presença plantas
com padrões de distribuição acima comentados
indica que a RBSN é uma área importante para
a fitodiversidade, sendo considerada área de
extrema importância biológica para o bioma
caatinga (http://www.biodiversitas.org/caatinga/).
Referências bibliográficas
Alcoforado-Filho, F.G.; Sampaio, E.V.S.B. & Rodal,
M.J.N. prelo. Florística e fitossociologia de um
remanescente de vegetação caducifólia espinho-
sa arbórea em Caruaru, Pernambuco. Acta Botanica
Brasilica.
Andrade, G.O. de. 1954. A Serra Negra - uma relíquia
geomórfica e higrófita nos tabuleiros
pernambucanos. Imprensa Oficial. Recife.
Andrade-Lima, D. de. 1954. Contribution to the study of
the flora of Pernambuco, Brazil. Monografia. Uni-
versidade Federal Rural de Pernambuco. Recife.
Andrade-Lima, D. de. 1957. Estudos fitogeográficos
de Pernambuco. Instituto de Pesquisas Agronô-
micas de Pernambuco, 50 p. (Publicação, n.2)
Andrade-Lima, D. de. 1961. Tipos de florestas de
Pernambuco. Anais da Associação Brasileira de
Geógrafos 12: 69-85.
Andrade-Lima, D. de. 1966. Esboço fitoecológico de
alguns brejos de Pernambuco. Boletim Técnico
IPA, 7p. (Boletim Técnico, n. 8).
Andrade-Lima, D. de. 1973. Traços gerais do agreste
de Pernambuco. Pp. 85-88. In: Anais do 23ª Con-
gresso Brasileiro de Botânica. Sociedade Brasi-
leira de Botânica. Recife.
Andrade-Lima, D. de. 1982. Present-day forest refuges
in Northeastern Brazil. Pp. 247-251. In: G. T. Prance
(Ed.), Biological diversification in the tropics.
Columbia University Press, New York.
Andrade-Lima, D. de. 1989. Plantas da caatinga. Aca-
demia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro.
Araújo, E.L.; Sampaio, E.V.S.B. & Rodal, M.J.N. 1995.
Composição florística e fitossociológica de três
áreas de caatinga. Revista Brasileira de Biologia
55(4): 595-607.
Araújo, F.S.; Sampaio, E.V.S.B.; Rodal, M.J.N. &
Figueiredo, M.A. 1998. Organização comunitária
do componente lenhoso de três áreas de carrasco
em Nova Oriente – CE. Revista Brasileira de Bi-
ologia 58(1): 85-95.
Barbosa, M.R.V.B. 1996. Estudo florístico e
fitossociológico da Mata do Buraquinho, rema-
nescente de Mata Atlântica em João Pessoa, PB.
Tese de Doutorado. Universidade Estadual de
Campinas.. Campinas.
Barroso, G.M. 1965. Leguminosas da Guanabara. Ar-
quivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 18:
109-177.
Bridson, D. & Forman, L. 1998. The herbarium
handbook. 2ª ed. Royal Botanic Gardens Kew,
London.
Brummitt, R.F. 1992. Vascular plant families and
genera. Royal Botanic Gardens Kew, London.
Brummitt, R.F. & Powell, C.E. 1992. Authors of plant
names. Royal Botanic Gardens /Kew, London.
Cronquist, A. 1981. An integrated system of
classification of flowering plants.Columbia
University Press, New York.
Dantas, J.R.A. 1980. Mapa geológico do estado de
Pernambuco. DNPM. Recife.
Dias, M.C.; Vieira, A.O.S.; Nakajima, J.N.; Pimenta,
J.A.& Lobo, P.C. 1998. Composição florística e
fitossociológica do componente arbóreo das flo-
restas ciliares do rio Tibagi, PR. Revista Brasilei-
ra de Botânica 21(2): 183-195.
Ducke, A. 1949. Notas sobre a flora neotrópica II. As
leguminosas da Amazônia Brasileira. Boletim Téc-
nico do Instituto Agronômico 18:1-248
Ducke, A. 1953. As Leguminosas de Pernambuco e
Paraíba. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 51:
417-461.
Ferraz, E.M.N.; Rodal, M.J.N.; Sampaio, E.V.S.B. &
Pereira, R. de C.A. 1998. Composição florística em
trechos de vegetação de caatinga e brejo de alti-
Acta bot. bras. 16(4): 481-500, 2002
Levantamento florístico da floresta serrana da Reserva Biológica de Serra Negra, Itaparica-PE. 499
tude na região do Vale do Pajeú, Pernambuco.
Revista Brasileira de Botânica 21(1): 7-15.
Font Quer, M.P. 1977. Diccionario de botánica. Lábor.,
Barcelona.
Gentry, A.H. 1992. Flora neotropica: Tribe Tecomeae
(Bignoniaceae). Part. 2. Organization for Flora
Neotropica by Hafner Publishing Company
(Monograph, 25), New York.
Gilliespie, L.J. 1993. Euphorbiaceae of Guianas:
Annotated species checlist and key to the genera.
Brittonia 45(1): 56-94.
Giulietti, A.M. & Pirani, J.R. 1988. Patterns of
geographic distribution of some plant species from
the Espinhaço Range, Minas Gerais and Bahia.
Pp . 39-69. In: W.R. Heyer & P.E. Vanzoloni (Eds.),
Proceedings of a Workshop on Neotropical
Distribution Patterns. Academia Brasileira de Ci-
ências, Rio de Janeiro.
Heywood, V.H. 1997. Centres of plant diversity.
WWF/IUCN, London.
Houghton, R. & Woodell, G. 1989. Cambio climático
global. Investigación y Ciência 153(1): 8-17
IBAMA. 1989. Unidades de conservação do Brasil:
parques nacionais e reservas biológicas. Brasília:
Ministério do Interior.
Irwin, H. S. 1966. Contributions to the Botany of
Guiana. III. Leguminosae-Mimosoideae. Memoirs
of the New York Botanical Garden 15(1): 96-111
Irwin, H.S. & Barneby, R.C. 1982. The american
Cassiinae: A synoptical revision of Leguminosae
tribe Cassieae subtribe Cassiinae in the New
World. Memoirs of The New York Botanical
Garden 35:1-918.
Joly, C.B.; Leitão-Filho, H.F. & Silva, S.M. 1991. O
patrimônio florístico. Pp. 96-128. In: Câmara, I.
G., (Ed.), Mata Atlântica. SOS Mata Atlântica,
São Paulo.
Kent, M. & Coker, P. 1992. Vegetation description
and analysis: a pratical approach. John Wiley &
Sons, London.
Leitão-Filho, H.F. 1993. Ecologia da Mata Atlântica
em Cubatão (SP). EDUSP/UNICAMP, São Paulo.
Lewis, G.P. 1987. Legumes of Bahia. Royal Botanic
Gardens Kew, London.
Lima, M.P.M. & Lima, H.C. 1984. Parapiptadenia
Brenan (Leg. Mim.) – Estudo taxonômico das es-
pécies brasileiras. Rodriguesia 36(60): 23-30.
Lyman, B.S. & Downs, R.J. 1977. Flora neotropica:
Tillandsioideae (Bromeliaceae) Part. 2.
Organization for Flora Neotropica by Hafner
Publishing Company (Monograph, 13), New York.
Lyman, B.S. & Downs, R.J. 1979. Flora neotropica:
Bromelioideae (Bromeliaceae) Part. 3. Organization
for Flora Neotropica by Hafner Publishing
Company (Monograph, 14), New York.
Lyra, A.L.R.T. 1982. Efeito do relevo na vegetação em
duas áreas do município de Brejo da Madre de Deus,
Pernambuco. Dissertação de Mestrado. Universi-
dade Federal Rural de Pernambuco. Recife.
Mattos, J.R. 1990. Novidades taxonômicas em
Myrtaceae – VI. Loefgrenia - comunicações avul-
sas de Botânica 99: 1-6.
McVaugh, R. 1963. Flora of Guatemala: Myrtaceae.
Fieldiana 24(7): 283-405.
McVaugh, R. 1969. Myrtaceae. In: B. Maguire &
collaborators. The botany of the Guayana
Highland - Part VIII. Memoirs of the New York
Botanical Garden 18: 55-286.
McVaugh, R. 1989. Myrtaceae Pp. 463-532. In:
Dicotyledoneae - Part 2. Flora of the Lesser Antilles,
Leeward and Windward Islands.
Metzger, J.P.; Goldenberg, R. & Bernacci, L.C. 1998.
Diversidade e estrutura de fragmentos de mata de
várzea e de mata mesófila semi-decídua
submontana do rio Jacaré-Pepira (SP). Revista
Brasileira de Botânica 21(3): 321-330.
Mulgura, M. E. 1991. Sinopsis del genero Tragia L.
(Euphorbiaceae) del Paraguay Candollea 46: 521-532.
O’Donell, C.A & Lourteig, A. 1942. Hipomaneae
Argentinae (Euphorbiaceae). Lilloa 8: 455-592.
Oliveira, A.P. & Andrade-Lima, D. de. 1948. Serra Ne-
gra. Boletim Técnico da Secretária de Agricultu-
ra, Indústria e Comércio do estado de
Pernambuco. p. 388-397.
Oliveira, M.E.A.; Sampaio, E.V.S.B.; Castro, A.A.J. de
F. & Rodal, M.J.N. 1997. Flora e fitossociologia de
uma área de transição carrasco-caatinga de areia
em Padre Marcos, Piauí. Naturalia 22(2): 131-150.
Peixoto, A.L. & Gentry, A.H. 1990. Diversidade e com-
posição florística da mata de tabuleiro na Reserva
Florestal de Linhares (Espírito Santo, Brasil). Re-
vista Brasileira de Botânica 13:19-25.
Pennington, T.D. 1990. Flora neotropica: Sapotaceae.
Organization for Flora Neotropica by Hafner
Publishing Company. (Monograph, 52), New York
Pennington, T.D. 1997. The Genus Inga – Botany.
Royal Botanic Gardens Kew, London.
Pennington, T.D.; Styles, B. T. &. Taylor, D. A. H.
1981. Flora neotropica: Meliaceae. Organization
for Flora Neotropica by Hafner Publishing
Company. (Monograph, 28), New York.
Pereira, R.C.A.; Lima,V.C.; Silva, R.S.; Silva, S.Z. 1993.
500 Rodal, M. J. N. & Nascimento, L. M.
Acta bot. bras. 16(4): 481-500, 2002
Lista das espécies arbóreas e arbustivas ocorrentes
nos principais “brejos” de altitude de Pernambuco.
Instituto de Pesquisas Agronômicas de
Pernambuco. Série documentos, 22, Recife.
Pinto, J.R.R. & Oliveira-Filho, A.T. de 1999. Perfil
florístico e estrutura da comunidade arbórea de
uma floresta de vale no Parque Nacional da
Chapada dos Guimarães. Revista Brasileira de
Botânica 22(1): 53-67.
Pirani, J.R.; Giulietti, A.M.; Mello-Silva, R. & Meguro,
M. 1988. Checklist and patterns of geographic
distribution of the vegetation of Serra do
Ambrósio, Minas Gerais, Brasil. Revista Brasi-
leira de Botânica 17(2): 133-147.
Prado, D.E. & Gibbs, P.E. 1993. Patterns of species
distributions in the dry seasonal forest of South
America. Annals Missouri Botanical Garden 80:
902-927.
Ratter, J.A.; Pott, A J.V.; Cunha, C.N. da & Haridasan,
M. 1988. Observations on woody vegetation types
in the pantanal and at Corumbá, Brazil. Notes of
Royal Botanic Garden of Edinburgh 45(3): 503-525.
Rizzini, C.T. 1979. Tratado de Fitogeografia do Bra-
sil: aspectos sociológicos e florísticos. HUCITEC/
USP, São Paulo.
Rodal, M.J.N. 1992. Fitossociologia da vegetação
arbustivo-arbórea em quatro áreas de caatinga
em Pernambuco. Tese de Doutorado. Universi-
dade Estadual de Campinas. Campinas.
Rodal, M.J.N., Sales, M.F. de; Mayo, S.J. 1998b. Flo-
restas serranas de Pernambuco: localização e
diversidade dos remanescentes dos brejos de al-
titude. Imprensa Universitária. Universidade Fe-
deral Rural de Pernambuco, Recife.
Rodal, M.J.N.; Andrade, K.V. de S.A.; Sales, M.F. de
& Gomes, A.P.S. 1998a. Fitossociologia do com-
ponente lenhoso de um refúgio vegetacional no
município de Buíque, Pernambuco. Revista Bra-
sileira de Biologia 58(3): 517-526.
Sales, M.F.; Mayo, S.J.; Rodal, M.J.N. 1998. Plantas
vasculares das florestas serranas de Pernambuco
- Um checklist da flora ameaçada dos brejos de
altitude. Imprensa Universitária. Universidade
Federal Rural de Pernambuco, Recife.
Senna. L M. 1984. Maprounea Aubl. (Euphorbiaceae)
- Considerações taxonômicas das espécies sul-
americanas. Rodriguesia 36(60): 51-78.
Shepherd, G.J. 1995. FITOPAC: Manual do usuário.
Departamento de Botânica. Universidade Estadual
de Campinas, Campinas.
Silva, J.A.S.; Salomão, A. N.; Gripp, A. & Leite, E.J.
1997. Phytosociological survey in Brazilian forest
genetic of Caçador. Plant Ecology 133(1): 1-11.
Silva, S.M; Silva, F.C.; Vieira, A.O.S; Nakajima, J.N.;
Pimenta, J.A.; Colli, S. 1992. Composição florística
e fitossociologia do componente arbóreo das flo-
restas ciliares da bacia do rio Tibagi, Paraná: 2.
Várzea do rio Bitumirim de Ipiranga, PR. Revista
do Instituto Florestal 4:192-206.
Siqueira, M.F. de. 1994. Análise florística e ordena-
ção de espécies arbóreas da Mata Atlântica atra-
vés de dados binários. Tese de Mestrado. Univer-
sidade Estadual de Campinas. Campinas.
Sleumer, B. 1984. Flora neotropica: Olacaceae.
Organization for Flora Neotropica by Hafner
Publishing Company (Monograph, 35), New York.
Souza, M. J.N. de; Martins, M.L.R.; Soares, Z.M.L.;
Freitas-Filho, M.R. de; Almeida, M.A.G. de, Pinhei-
ro, F.S. de A.; Sampaio, M.A.B.; Carvalho, G.M.B.S.;
Soares, A.M.L.; Gomes, E.C.B. & Silva, R.A. 1994.
Redimensionamento da região semi-árida do Nor-
deste do Brasil. In: Conferência Nacional e Semi-
nário Latino-Americano de Desertificação. Fun-
dação Esquel do Brasil, Fortaleza.
Spichiger, R. & Ramella, L. 1990. Notulae ad Floram
paraquaiensem. Candollea 45(1): 35-45
Tavares, S.; Paiva, F.A.V.; Tavares, E.J. de S. & Lima,
J.L.S. de. 1974. Inventário florestal do Ceará. Es-
tudo preliminar das matas remanescentes do mu-
nicípio de Barbalha. Boletim de Recursos Na-
turais 12(2):20-46.
Tavares, S.; Paiva, F.A.V.; Tavares, E.J. de S.; Lima,
J.L.S. de. & Carvalho, G.H. 1969. Inventário flores-
tal de Pernambuco. Estudo preliminar das matas
remanescentes do município de São José do
Belmonte. Boletim de Recursos Naturais 7(1/
4):113-139.
Tryon, R. & Tryon, A.F. 1982. Ferns and allied plants
with special reference to tropical America.
Springer - Verlag, New York.
Valentim, J.L. 2000. Ecologia numérica: uma introdu-
ção a análise multivariada de dados: Editora
Interciência, Rio de Janeiro.
Vasconcelos-Sobrinho, J. 1949. As regiões naturais
de Pernambuco, o meio e a civilização. Livraria
Freitas Bastos, Rio de Janeiro.
Vitt, D.H. 1984. Classification of Bryopsida Pp. 696-
759. In: R. N. Schuster (Ed.), Manual of Bryology
Hatpori Botany Labotatory Nichigan, Mijazaki.
Webster, G.L. 1991. A synopsis of the Neotropical
species of Dalechampia (Euphorbiaceae). Journal
of the Linnean Society 105: 137-177.
... South America harbors 23% of the world's forests, in addition to 10 to 20 different types of vegetation (FAO, 2000). The continent has predominantly humid landscapes, as well as arid and semi-arid nuclei (Araújo et al., 2005;Sarmiento, 1975), of which the Caatinga is an important center of biodiversity (Araújo Filho and Carvalho, 1997;Fernandes and Queiroz, 2018;Rodal and Nascimento, 2002). Located entirely within the northeast of semiarid Brazil, the Caatinga harbors the largest Seasonally Dry Forests and Woodlands (SDTFW) nucleus, representing approximately 31% of the total area of that biome in the Neotropics (Fernandes et al., 2020). ...
... A USJ apresenta o maior número de espécies de Asteraceae quando comparada a outros inventários florísticos de Pernambuco (Rodal & Nascimento 2002, Alcoforado-Filho et al. 2003, Rodal et al. 2005a, b, Rodal & Sales 2007, Ferraz & Rodal 2008, Costa et al. 2009, Pereira & Melo 2009, Pessoa et al. 2009, Souza et al. 2009, Nascimento et al. 2012, Cavalcanti Ferreira et al. 2016, Melo et al. 2016, Da Silva & Moura 2021 Gênero caracterizado por apresentar brácteas involucrais externas expandidas, e as internas conduplicadas envolvendo as flores do raio, flores do disco funcionalmente estaminadas e cipselas com cerdas uncinadas a retas (Blake 1921, Panero 2007b). Abrange cerca de seis espécies nativas da região neotropical, com algumas também introduzidas na região paleotropical (Pruski & Robinson 2018). ...
Article
Full-text available
Asteraceae is one of the largest families among angiosperms, concentrated mainly in open vegetation. This study aims to survey the floristic inventory of Asteraceae in fragments of Atlantic Forest of Usina São José (USJ), Igarassu, Pernambuco State, providing subsidies for an updated taxonomic recognition of species in the region. In total, 32 species from 27 genera and 10 tribes were identifield. The tribes with the greatest number of species are Eupatorieae (8 spp.), Vernonieae (7 spp.) and Heliantheae (6 spp.). The most representative genera were Mikania (3 spp.), Acanthospermum, Elephantopus and Emilia (2 spp. each). Gamochaeta pensylvanica presents here the first occurrence for the State of Pernambuco. Identification key is presented, followed by taxonomic comments and geographic distribution for each taxon, and illustrations are presented. Keywords: Atlantic rainforest; Compositae; floristic; lowland; taxonomy
... Cronquist (1988) associa o grande sucesso evolutivo da família ao sistema químico de defesa (compostos secundários), sendo de grande importância para fins econômicos e medicinais. Estudos e pesquisas voltadas para diversidade associada a vegetação em áreas de serras e chapadas úmidas do semiárido ainda são escassos, apresentando em sua maioria trabalhos nos estados de Pernambuco (SALES et al., 1998;RODAL et al., 1999;NASCIMENTO, 2002;RODAL et al., 2005;FERRAZ;RODAL, 2006;SALES, 2007). No Ceará, os trabalhos são voltados para os planaltos de Ibiapaba (ARAÚJO et al., 1998;LIMA et al., 2009), e Serra de Baturité (ARAÚJO et al., 2007). ...
... Cactaceae apresenta distribuição disjunta, com limitações latitudinais entre a região sul do Canadá e a Patagônia (GIBSON; NOBEL, 1986;TAYLOR, 1997;ANDERSON, 2001;BARTHLOTT et al., 2015). Segundo Judd et al. (2009) O conhecimento associado a diversidade da vegetação em áreas de serras e/ou chapadas úmidas do semiárido são escassos, com maior predominância de trabalhos associados ao estado de Pernambuco (SALES et al., 1998;RODAL et al., 1999;NASCIMENTO, 2002;RODAL et al., 2005;FERRAZ;SALES, 2007). ...
Article
Full-text available
As formações vegetais da Caatinga são notavelmente diversas, superando outras florestas sazonalmente secas da América do Sul, com várias fácies fitogeográficas influenciadas pela distribuição, abundância e relação das espécies com os fatores ambientais. Este estudo visa identificar possíveis padrões fitogeográficos da Caatinga na região do Seridó potiguar, um núcleo de desertificação no Brasil, analisando a possível correlação com a diversidade de seus sistemas geoambientais. A pesquisa baseia-se no conceito de Paisagem e no método de análise fitossociológica proposto por Rodal, Sampaio e Figueiredo (2013) para o bioma da Caatinga. Os parâmetros fitossociológicos analisados incluem densidade (D), frequência (Fr), dominância (Dm) e índices de valor de importância (VI), além da diversidade hierárquica pelo índice de Shannon (H’) e de similaridade florística pelo Índice de Jaccard (IJ). Entre as espécies lenhosas mais abundantes destacam-se a Catingueira (Cenostigma pyramidale (Tul.) E. Gagnon & G.P. Lewis), Marmeleiro (Croton blanchetianus Baill.), Pereiro (Aspidosperma pyrifolium Mart. & Zucc.) e Jurema-Preta (Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.). Os índices de diversidade Shannon (H' = 1,31 a 2,48) e Simpson (1-D = 0,64 a 0,89) revelaram maior riqueza florística nas áreas serranas, como o Maciço Residual da Formiga (2,48 H’ e 0,89 1-D) e o Planalto da Borborema (2,86 H’ e 0,87 1-D), enquanto o índice de similaridade de Jaccard indicou maior semelhança entre pontos dentro do mesmo sistema geoambiental, sugerindo que condições similares favorecem a similaridade florística. A densidade fitogeográfica variou entre 0,007 e 0,034 ao longo do transecto florístico analisado. Esses dados são fundamentais para direcionar esforços de conservação em regiões afetadas pela desertificação. No Seridó potiguar, observa-se um padrão fitogeográfico curioso com distintas fácies de caatingas, refletindo os sistemas geoambientais e a degradação ambiental.
Article
Full-text available
Rocky environments show great habitat heterogeneity and very specific microclimatic characteristics that select for appropriately adapted floristic assemblages. A floristic survey was carried out on a rock outcrop in the driest portion of the Cariri Environmental Protection Area (APA) in Paraíba State, northeastern Brazil, to determine its similarity to other Caatinga sites. We recorded 128 species distributed among 103 genera and 52 families. Fabaceae, Convolvulaceae, Malvaceae, Euphorbiaceae, Asteraceae, Cactaceae, Bromeliaceae, Rubiaceae, and Poaceae were the most representative families in terms of numbers of species, with a high representation of herbaceous and shrub components and a predominance of typically Neotropical species, in addition to endemic taxa. Pectis linifolia L. (Asteraceae) is recorded here for the first time in the Paraíba state, Brazil. Similarity analysis evidenced that the study area, located in an extremely dry Caatinga zone, evidenced floristic relationships with other rocky outcrops in more humid areas, suggesting that habitat type is important for selecting specific groups, following the theory of refuges.
Article
Full-text available
A pressão pelo uso do solo, principalmente para expansão agropecuária e ocupação urbana, têm sido os principais obstáculos à preservação das matas ciliares. Este trabalho foi realizado com o objetivo de analisar a composição florística e a estrutura fitossociológica do estrato arbustivo-arbóreo de um fragmento de mata ciliar na região do Baixo Rio São Francisco, no estado de Sergipe. O fragmento foi analisado pelo método de amostragem sistemática, utilizando-se 25 parcelas de 400m² (20m x 20m). Todos os indivíduos com circunferência à altura do peito (CAP) igual ou superior a 6cm foram registrados, tendo seus diâmetros e alturas estimados. As amostras de material botânico foram levadas aos herbários da Universidade Federal de Sergipe (ASE) e do Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (MAC), onde foram identificadas e depositadas em suas coleções. As famílias com maior número de espécies foram Fabaceae, Myrtaceae, Rubiaceae e Euphorbiaceae. A espécie com o maior índice de valor de importância (IVI), foi Croton jacobinensis Baill. destacando-se também em termos de dominância, frequência e densidade. No estrato vertical médio observou-se 75,6% do total de indivíduos. O remanescente apresentou uma diversidade consideravelmente acima do esperado para ambientes ciliares em área domínio de Caatinga, tendo a condição edáfica diretamente associada a esse aspecto florístico e estrutural, principalmente para a vegetação encontrada na região de fundo de vale.
Article
Full-text available
Trabalhos sobre dispersão de frutos e sementes e aspectos morfofuncionais de plântulas podem fornecer informações essenciais no esclarecimento de questões ligadas à sucessão ecológica, além de contribuir nos trabalhos de inventário, conservação e regeneração de ecossistemas naturais, uma vez que contribuem para a compreensão das funções das estruturas morfológicas nos processos de desenvolvimento e estabelecimento das plantas. Diante do exposto, a presente investigação objetivou levantar as síndromes de dispersão e a morfofuncionalidade de plântulas de espécies de fanerógamos de um fragmento de Floresta Atlântica em Dois Irmãos, Recife–PE. O levantamento das espécies e coleta de material fértil foi feito pelo método do caminhamento, entre o período de janeiro de 2008 e agosto de 2011. As espécies foram demarcadas com fitas e acompanhadas quanto à produção de frutos e sementes para determinação da síndrome de dispersão e posterior germinação, visando à obtenção das plântulas. Também foram feitas observações de campo para identificação das sementes germinadas e plântulas encontradas na serrapilheira. A caracterização da síndrome de dispersão e morfofuncionalidade de plântulas foram feitas através de observações em campo e literatura. Foram levantadas 85 espécies, distribuídas em 20 famílias e 60 gêneros. Quanto ao hábito, 63,85% das espécies são árvores, 16,86% são arbustos, 14,45% são trepadeiras e 7,22% são ervas. A síndrome de dispersão mais frequente foi a zoocoria (66,66%), seguida da autocoria (18,84%) e anemocoria (13,05%). O padrão de morfofuncionalidade de plântulas predominante foi o fanerocotiledonar-epígeo com cotilédones do tipo foliáceo, semelhante ao padrão descrito na literatura para as florestas tropicais úmidas não inundáveis.
Article
Full-text available
A taxinomia das espécies do gênero Maprounea Aubl. (Euphorbiaceae), que ocorrem em florestas primárias e secundárias, capoeiras e cerrados da América do Sul é discutida. Com base em estudos morfológicos, anatômicos e palinológicos são distinguidas duas espécies e três variedades: M. guianensis Aubl. var. guianensis (= M. guianensis var. undulata Müll. Arg. syn. nov.), M. guianensis var. nervosa Müll. Arg., M. guianensis var. obtusata (Müll. Arg.) Müll. Arg. e M. brasiliensis St. Hil. É apresentada a anatomia foliar com análise do bordo, lâmina e pecíolo de todos os "taxa" e descritos os nectários extraflorais. O número de camadas de tecido paliçádico da lâmina foliar e a distribuição dos nectários extraflorais são reconhecidos como bons caracteres taxinômicos.
Article
Full-text available
The genus Parapiptadenia Brenan (Leguminosae-Mimosoideae: Tribe Mimoseae) is represented by four species in Brazil. The authors present the valuation of morphological descriptions, illustrations, identifications keys and geographic distributions of the species. Piptadenia rigida var grandis Lindman is synonimized and a new combination for Piptadenia zehntneri Harms is presented (Parapiptadenia zehntneri (Harms) M. P. Lima & Lima). © 2018 Instituto de Pesquisas Jardim Botanico do Rio de Janeiro.All right reserved.
Article
Twenty-fifth installment of a series dedicated to the presentation of taxonomic, nomenclatural or floristic novelties in relation with the project "Flora del Paraguay" as well as complements to already published treatments. Organizational information and accounts on the advancement of the project are sometimes added by the editors. - Notula 78. Vernonia bellula Dematteis (Compositae-Vernonieae), a new species for the flora of Paraguay, by Massimiliano Dematteis. Notula 79. Thelypteris amambayensis (H. Christ) Ponce (Thelypteridaceae), a new combination for Paraguay, by Mónica M. Ponce. Notula 80. Paspalum quarinii Morrone & Zuloaga (Gramineae-Paniceae), a new species of Paraguay, southern Brasil and Argentina, by Osvaldo Morrone & Fernando O. Zuloaga. Notula 81. New synonyms in Pleurophora saccocarpa Koehne (Lythraceae), by Julián Molero & Reinilda Duré.