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Diagnóstico da qualidade da água em área de conflito de uso do solo na Microbacia Mangabeira, Uberaba-MG

Authors:
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. - 2012
1164
DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DA ÁGUA EM ÁREA DE CONFLITO DE USO DO
SOLO NA MICROBACIA MANGABEIRA, UBERABA-MG
Hygor Evangelista Siqueira
1
, Janaína Ferreira Guidolini
2
, Diego Henrique Antunes
3
,
Fabíola de Paula Oliveira
1
, Renato Farias do Valle Junior
4
1. Pós-Graduando em Saneamento Ambiental do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro-Campus Uberaba-MG Jerônimo – Brasil.
(hygorsiqueira@yahoo.com.br)
2. Pós-Graduanda em Gestão Ambiental do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Triângulo Mineiro-Campus Uberaba
3. Graduado em Gestão Ambiental pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Triângulo Mineiro-Campus Uberaba
4. Professor Doutor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Triângulo Mineiro-Campus Uberaba, Minas Gerais - Brasil
Recebido em: 04/05/2012 – Aprovado em: 15/06/2012 – Publicado em: 30/06/2012
RESUMO
Este trabalho objetivou a definição das áreas de conflito do uso do solo e analisar
estatisticamente a qualidade físico-química da água nos pontos com e sem conflito
de uso do solo existente na microbacia hidrográfica Mangabeira, que está inserida
dentro da Área de Proteção Ambiental do rio Uberaba na cidade de Uberaba-MG.
Foi realizada a Análise Morfométrica e através do Coeficiente de Rugosidade (RN),
foi definido o potencial de uso do solo para a prática de reflorestamento e/ou
preservação ambiental. Utilizando-se de um Sistema de Informação Geográfico -
SIG, foi realizada a sobreposição dos planos de informação, identificando os
conflitos de uso que correspondem á 88,46% da área da microbacia, ocupados por
atividades agropecuárias. Os parâmetros físico-químicos: Temperatura,
Condutividade elétrica, Turbidez, Sólidos Totais Dissolvidos e o Potencial de
Oxirredução diferenciaram as áreas de conflito ambiental.
PALAVRAS-CHAVE: Morfometria, recursos hídricos, uso potencial do solo
DIAGNOSIS OF WATER QUALITY IN THE AREA OF CONFLICT OF LAND USE
IN THE WATERSHED MANGABEIRA, UBERABA-MG
ABSTRACT
This study aimed to define the conflict areas of land use and statistically analyze the
physical and chemical quality of water in points with and without conflict in the
watershed Mangabeira, which is embedded within the Environmental Protection Area
of the river in the city of Uberaba Uberaba-MG. Morphometric analysis was
performed and through the roughness coefficient (RN), was defined as the potential
land use for the practice of forestry and / or environmental preservation. Using a
Geographic Information System - GIS, was held the overlap of information plans,
identifying conflicts of use that will represent 88.46% of the watershed area, occupied
by agricultural activities. The physico-chemical parameters: temperature, electrical
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conductivity, turbidity, Total Dissolved Solids and differentiate the oxidation reduction
potential areas of environmental conflict.
KEYWORDS: Morphometry, water resources, potential soil use
INTRODUÇÃO
Entre os recursos naturais que o homem dispõe, a água aparece como um
dos mais importantes, sendo indispensável para a sobrevivência humana. A
qualidade e a quantidade da mesma em uma região são determinadas pela
intensidade de precipitações, intemperismo e cobertura vegetal (processos naturais)
e pela influência da agricultura, concentração urbana, atividade industrial e uso
excessivo da água (ANDRADE et al.,2007).
Nas últimas décadas, a região do Triângulo Mineiro tem apresentado
mudanças importantes devido ao seu crescimento demográfico e industrial
acelerados, juntamente com a inclusão de novas áreas no perímetro urbano. No
campo, toda a deterioração ambiental está associada à intensa retirada da cobertura
vegetal, introdução de pastagens, cultivos agrícolas à base de agroquímicos, mau
uso do solo e dos recursos hídricos (GOBBI et al., 2008).
A paisagem das microbacias vem sendo modificada ao longo dos anos devido
à falta de um planejamento conservacionista, que pode ser caracterizado pelo mau
uso e ocupação dos solos nas áreas (TORRES & FABIAN, 2006).
Na obtenção de dados quantitativos para diferenciar áreas homogêneas
dentro de uma bacia hidrográfica tem sido utilizada comumente a análise
morfométrica, que consiste na caracterização de parâmetros morfológicos que
explicitam os indicadores físicos da bacia, que podem ser específicos para
determinado local, de forma a qualificar as alterações ambientais ocorridas
(PISSARRA et al., 2004).
A análise morfométrica descreve parâmetros morfológicos e seus processos,
no intuito de diagnosticar mudanças, com ou sem interferência das atividades
humanas. Trata-se de medidas que auxiliam na análise de fenômenos geológicos
que ocorram em períodos de 100 anos ou menos, sujeitos às variações significativas
para a compreensão das mudanças ambientais antrópicas (PISSARRA et al.,2010).
Para RODRIGUES et al., (2009), dentre os parâmetros de qualidade da água,
podem-se destacar: a temperatura (T), o potencial hidrogeniônico (pH) e oxigênio
dissolvido (OD). A temperatura da água influencia na concentração de outras
variáveis, como OD, (PORTO et al., 1991 apud RODRIGUES et al., 2009), sendo a
radiação solar, segundo Arcova et al. (1993), a principal variável que controla a
temperatura da água de pequenos rios.
O regime pluvial tem importante papel para a manutenção da qualidade e
principalmente da quantidade de água. Isto se deve ao fato de que o regime das
chuvas evita a escassez da água e dilui a concentração de poluentes nos rios, além
de produzir o escoamento superficial e subsuperficial, que carregam sedimentos e
nutrientes para as águas. ABDALA (2012), comparando o período seco e chuvoso
para a bacia do rio Uberaba, onde está inserida a Microbacia da Fazenda
Mangabeira, determinou que no período chuvoso os parâmetros coliformes fecais,
turbidez, sólidos totais e o potencial de oxirredução apresentaram maiores valores
médios, favorecendo alterações significativas nos recursos hídricos em áreas com e
sem conflito ambiental.
O conhecimento do uso e ocupação do solo é de extrema importância para o
plano de manejo de uma bacia hidrográfica. E este é o único caminho a ser seguido
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para a recuperação ambiental, conduzindo ao equilíbrio dos ecossistemas existentes
(ROCHA & KURTZ, 2001).
A análise da água de um manancial pode evidenciar o uso inadequado do
solo, os efeitos do lançamento de efluentes, suas limitações de uso e seu potencial
de autodepuração. Desta forma, o objetivo deste estudo foi identificar as áreas de
conflito de uso do solo, monitorando os parâmetros físico-químicos da água no
período chuvoso, diferenciando os indicadores físico-químicos da água em zona de
conflito ambiental.
MATERIAIS E MÉTODOS
Caracterização da área de estudo
A microbacia Mangabeira localiza-se no município de Uberaba no Triângulo
Mineiro e está situada na Área de Proteção Ambiental (APA) do rio Uberaba, entre
os paralelos 19
o
34’ 54’’ e 19
o
37’ 15’’ sul e os meridianos de 47
o
55’ 29’’ e 47
o
56’
30’’ a oeste. Possui uma área total de 7,887 km², sendo o ponto mais baixo a foz
com o rio Uberaba situado na altitude de 750 m e, o ponto mais alto está na altitude
de 834 m, portanto o desnível máximo total de 84 m.
FIGURA 1: Localização da Microbacia da Fazenda Mangabeira
inserida dentro área de proteção ambiental (APA) do
rio Uberaba.
FONTE: SEMEA (2004) (Modificado).
A soma total de todos os seus cursos d’água é de 10,341 km de comprimento e
de 4.441 km de comprimento na medida em talvegue. O curso principal tem o
comprimento da nascente até sua foz de 4.962 km.
Algumas áreas do Triângulo Mineiro apresentam temperatura média anual
entre 20°C e 22°C e nos meses mais frios em torno d e 18°C. Com média das
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máximas de 29,0°C e das mínimas de 16,9°C, e insola ção em torno de 360,4 horas.
(ABDALA, 2005).
A precipitação média anual é de 1.584,2 mm, sendo o trimestre mais chuvoso,
dezembro - janeiro - fevereiro, com precipitação entre 42,8 e 541 mm /mês, para
uma série histórica de 62 anos (SILVA et al., 2003).
Cruz (2003) destaca que a topografia é caracterizada por superfícies planas ou
ligeiramente ondulada, geologicamente formada por rochas sedimentares,
basicamente o arenito, do período cretáceo da formação Bauru. Existe uma
variedade de solos, apresentando textura média, variando de arenoso a argiloso;
podem ser classificados de uma forma geral como sendo Latossolos de diferentes
graus de fertilidade.
Programas Utilizados
Foram utilizados no estudo para a análise morfométrica, elaboração dos
mapas, análise estatística, análise físico-química da água, georreferenciamento dos
pontos, fotografias e para definição dos pontos de coleta: microcomputador com
disco rígido de 500 Gb, teclado, mouse e com os softwares IDRISI ANDES,
AUTOCAD, MINITAB e GOOGLE EARTH instalados; Aparelho HORIBA W22XD;
Receptor de navegação GPS Gonav S1600; e Máquina fotográfica digital Sony 9.0
Megapixels.
Na obtenção dos planos de informação da rede de drenagem, foi utilizado
mosaico de imagem orbital elaborado a partir do CBERS 2 (China-Brazil Earth-
Resources Satellite) onde após composição de bandas (3R,4G,1B) efetuada no
IDRISI, possibilitou-se a digitalização do arquivo vetorial das redes de drenagem
da bacia do rio Uberaba e consequentemente a da microbacia da Fazenda
Mangabeira onde ela esta inserida.
Baseou-se na criação de um banco de dados georreferenciado com arquivos
de imagens elaborados por CANDIDO (2008), para a aquisição do mapa de uso e
ocupação do solo.
Coeficiente de Rugosidade (RN)
O Coeficiente de Rugosidade (Ruggdeness Number – RN) segundo Rocha &
Kurtz (2001), é determinado pelo produto entre a densidade de drenagem (km. km
-
2
) e a declividade média da microbacia (DME %), onde:
RN = Dd. DME (1)
É um parâmetro que direciona o uso potencial das terras rurais em bacias
hidrográficas, determinando assim, áreas de conflito quanto às suas características:
atividades de agricultura, pecuária, silvicultura, reflorestamento ou para preservação
permanente (VALLE JUNIOR, 2008). Desta forma, quanto maior for o valor do RN
entre sub-bacias, maior o perigo de erosão.
A digitalização do mapa de curvas de nível, elaborado de cartas topográficas
(Folha Uberaba) em escala de 1:100.000 do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE 2010), que são representativas da área em estudo, permitiu a
elaboração do coeficiente RN.
Utilizando-se o software AUTOCAD, mediante o comando “MODIFY-
LENGTHEN” foi possível determinar o comprimento total das curvas de nível da
microbacia e sua delimitação foi feita mediante importação do mapa “divisão da
microbacia” do software IDRISI para o ambiente do software AUTOCAD. Com os
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valores do comprimento total das curvas de nível, foi possível calcular a
declividade média e o coeficiente RN da microbacia. Posteriormente o banco de
dados (Coeficiente RN x microbacia) foi gerado por meio do comando “EDIT” do
software IDRISI.
Com uso do comando ASSIGN do IDRISI, foi possível atribuir ao mapa
“divisão da microbacia” o banco de dados criado a partir do coeficiente RN, o que
resultou no mapa de uso e potencial do solo da microbacia da Fazenda
Mangabeira.
Para se caracterizar o Uso Potencial do Solo (ROCHA & KURTZ 2001), nas
quatro classes, foi utilizada a seguinte equação:
A = (maior valor de RN – menor valor de RN) (2)
I = A/4 (3)
em que:
A – amplitude;
I – intervalo; e
4 – denominador
O denominador 4 representa o número de classes de aptidão (A, B, C, D).
Para definição dos intervalos de domínios (largura dos intervalos das classes de
RN’s), inicia-se com a classe inferior incluindo o menor valor de RN, logo em
seguida, o valor do intervalo de classe é acrescentado e o limite superior do
intervalo é definido. As demais classes serão definidas, segundo o mesmo
procedimento, observando-se que o valor do limite inferior da classe subsequente
será fixado a partir do limite superior da classe antecedente.
Identificação do conflito de uso do solo
A partir da determinação do uso potencial da terra, sendo este para a prática
de reflorestamento, obtido por meio do coeficiente de rugosidade (Ruggdeness
Number RN) de valor 9,63 foi elaborado o mapa de classificação da microbacia
do córrego da Fazenda Mangabeira, novamente com uso do software IDRISI. Em
seguida, criou-se um banco de dados (arquivo de valores AVL) com uso do
comando EDIT do mesmo programa.
Utilizando o comando “ASSIGN”, os valores estimados de RN, foram fixados
à imagem da microbacia em estudo. Posteriormente a mesma foi reclassificada
segundo as classes de aptidão e mediante uso do comando “GIS
ANALYSIS>DATABASE QUERY> RECLASS”.
A partir da elaboração do uso potencial da terra (RN), os pesos do RN e do
uso e ocupação foram reclassificados para possibilitar a elaboração do mapa de
conflitos, conforme a metodologia de Valle Junior (2008). O mapa em questão foi
gerado mediante o uso do software IDRISI e sobreposição de dois planos de
informação dos mapas uso potencial do solo (RN) e uso e ocupação, por meio do
comando GIS ANALYSIS > DATABASE QUERY>CROSSTAB.
Como exemplo de classificação do conflito, se o indicativo proposto pelo
valor de RN para a atividade de florestas e atualmente a respectiva área é usada
para agricultura, após a definição dos pesos (4-1=3) pode-se definir a existência de
um conflito classe 3 e assim sucessivamente.
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Todos os mapas elaborados adotam o sistema de projeção Universal
Transversa de Mercator (UTM), fuso 22, datum planimétrico WGS84 (World
Geodetic System 1984), equivalente ao SIRGAS2000 (Sistema de Referência
Geocêntrico para as Américas).
Definição dos pontos de Coleta
Em função da variedade de ambientes, e após a identificação dos conflitos de
uso na microbacia em estudo, além ainda das possíveis ocupações rurais nas
proximidades dos cursos d’água, foram selecionados três pontos de coleta de
dados, posicionados com um receptor GPS.
Avaliação Físico-Química da água
Para a realização das análises, delimitou-se três pontos na microbacia onde,
durante a visita de campo para a coleta de dados, foi constatado que uma das
nascentes estava seca, com isso sendo descartado o ponto. Assim foram feitos o
monitoramento em dois pontos com o uso do aparelho HORIBA W22XD, sendo
cinco repetições em cada ponto.
Foram realizadas três coletas de dados durante um período de dois meses a
cada 15 dias, entre outubro e dezembro de 2010. Com isso foi possível avaliar os
seguintes parâmetros físico-químicos da água: pH; condutividade elétrica; oxigênio
dissolvido; turbidez; temperatura da água e salinidade a cada coleta. Tais
parâmetros foram analisados segundo análise de variância e segundo delineamento
inteiramente casualizado, utilizando-se o software MINITAB, sendo possível dessa
forma, avaliar alguns parâmetros indicativos de possíveis interferências na qualidade
hídrica sobre os pontos com e sem conflito de uso do solo na microbacia em estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Análise Morfométrica
Segundo o método de Strahler (1974), a drenagem da microbacia é
considerada de 3ª ordem, apontando que o sistema de drenagem da bacia é pouco
ramificada.
A bacia possui área total de 7,888 km
2
e um perímetro total de 12,497 km, o
comprimento de seu canal principal é de 4,962 km, sendo que o comprimento da
bacia, medido em linha reta ao longo do canal principal é de 4,414 km. O desnível
altimétrico da bacia é de 83 m e o comprimento total de seus segmentos de canais é
de 10,34 km.
De acordo com a análise dos índices físicos e morfométricos conforme tabela
1, a densidade de drenagem de 1,31 km/km
2
é considerada baixa indicando que a
água escoa de forma lenta. Segundo Vilella & Mattos (1975) para o mesmo tipo de
solo esse índice pode variar de 0,5 km/km
2
em bacias com drenagem baixa a 3,5
km/km
2
ou mais nas bacias excepcionalmente bem drenadas. Valores baixos de
densidade de drenagem geralmente estão associados a regiões de rochas
permeáveis e regime pluviométrico caracterizado por chuvas de baixa intensidade
ou pouca concentração da precipitação.
A bacia possui índice de circularidade de 0,63 indicando risco de enchentes e
que simultaneamente ao coeficiente de compacidade, o índice de circularidade
tende para a unidade à medida que a bacia se aproxima da forma circular e diminui
à medida que a forma torna alongada (VALLE JUNIOR, 2008).
De acordo com os resultados, pode-se afirmar que a microbacia hidrográfica
da Fazenda Mangabeira mostra-se suscetível a grandes enchentes em condições
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anormais de pluviosidade, pelo fato de o coeficiente de compacidade apresentar o
valor (1,24) e, quanto ao seu fator de forma, exibir um valor baixo (0,3285),
resultando em condições de precipitações normais o baixo risco a enchentes. Assim,
uma indicação de que a microbacia não possui forma circular, possuindo,
portanto, uma tendência de forma alongada, onde que resultados semelhantes
foram obtidos por Cardoso et al. (2006), que caracterizaram morfometricamente a
bacia hidrográfica do rio Debossan, em Nova Friburgo, RJ. Observaram Kc de 1,58,
Kf de 0,33, Ic de 0,39 e Dd elevada de 2,36 km km
-2
.
Tal fato pode ainda ser comprovado pelo índice de circularidade, possuindo
um valor de 0,631. Em microbacias com forma circular, há maiores possibilidades de
chuvas intensas ocorrerem simultaneamente em toda a sua extensão, concentrando
grande volume de água no tributário principal (VALLE JUNIOR, 2008).
TABELA 1. Índices morfométricos da microbacia da Fazenda Mangabeira.
Índices Morfométricos Unidade Valor
Área km
2
7,887
Perímetro km 12,497
Comprimento da rede de drenagem
principal km 4,962
Comprimento total km 10,34
Comprimento talvegue km 4,441
Ordem da bacia -----
Comprimento 1ª ordem km 4,551
Comprimento 2ª ordem km 3,427
Comprimento 3ª ordem km 2,363
Maior largura km 2,405
Largura média km 1,739
Coeficiente de compacidade (kc) ----- 1,24
Fator forma (kf) ----- 0,39
Densidade de drenagem km / km
-2
1,31
Sinuosidade do curso principal ----- 1,11
Declividade média da bacia % 7,34
Índice de circularidade (Ic) ----- 0,631
Somatório dos comp. da curvas de nível km 11,58
Eqüidistância entre curvas m 50
Coeficiente de rugosidade ----- 9,63
FONTE: do autor
A sinuosidade do curso d’água é baixa possibilitando maior velocidade na
dispersão de poluentes. A declividade média da bacia foi de 7,34% apresentando
com isso maior escoamento das águas superficial e consequentemente maior
suscetibilidade a erosão, além de possuir maior potencial dispersor da contaminação
nas águas superficiais. Na tabela 08, apresentam-se as informações quantitativas
associadas à declividade do terreno da bacia.
Desta forma, verifica-se que a maior parte do relevo corresponde a suavemente
ondulado, com 7,34% de declividade, onde a declividade influencia a relação entre a
precipitação e o deflúvio da bacia hidrográfica, sobretudo devido ao aumento da
velocidade de escoamento superficial, reduzindo a possibilidade da infiltração de
água no solo (VALLE JUNIOR, 2008).
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Assim, as características morfométricas indicam as relações entre a rede de
drenagem e a respectiva área drenada, refletindo a fisiografia e a dinâmica fluvial da
bacia hidrográfica relacionada à manifestação dos processos de formação e
degradação da superfície (Pissara et al., 2010)
Valle Junior (2008) diagnosticando o uso potencial dos solos em 196
microbacias localizadas na bacia do rio Uberaba, onde esta inserida a microbacia
da fazenda Mangabeira, para microbacias que predominam o Latossolo Vermelho
distroférrico (LVdf), observou que o valor do intervalo de classes (I) foi de 2,84 e
que para o mesmo tipo de solo, quanto maiores às diferenças entre a declividade
média nas microbacias avaliadas, maior será o intervalo entre classes gerado.Desta
forma, o potencial de uso encontrado para a microbacia do Córrego da Fazenda
Mangabeira, em que o declive médio é suavemente ondulado, sendo o valor
calculado do RN igual a 9,63 apresentando assim o uso potencial da microbacia da
Fazenda Mangabeira recomendado para reflorestamento (Tabela 2).
QUADRO 1. Estimativa da classe de uso potencial do solo segundo os
coeficientes de Rugosidade (RN) para Latossolo Vermelho distroférrico(Valle
Junior, 2008).
Uso Potencial Intervalo da classe
A 1,16 a 3,90
B 3,90 a 6,64
C 6,64 a 9,37
D 9,37 a 12,11
A – Solos potenciais para a agricultura;
B – Solos potenciais para pastagens;
C – Solos potenciais para pastagem/reflorestamento;
D – Solos potenciais para reflorestamento.
Como o potencial de uso da microbacia é para a atividade de
reflorestamento, efetuando o cruzamento entre mapas de dois planos de
informação, entre os mapas de uso potencial do solo (RN) com o uso e ocupação,
mediante comando CROSSTAB do Software (SIG-IDRISI), que analisa pixel a pixel
comparando as duas imagens, gerou-se o mapa de conflito ambiental segundo
metodologia de Valle Junior (2008).
Diagnóstico de Uso e Ocupação do Solo
A microbacia do Córrego da fazenda Mangabeira possui uma área total de 7,
888 km² e verifica-se que a atividade agrícola ocupa 0,57 km
2
correspondendo a
7,23 % da área localizado próximo à nascente do ponto 1, que durante as 3 visitas
para a coleta dos dados físico-químicos, constatou-se que a rede de drenagem
estava seca, podendo ser ocasionado pelo conflito de uso existente na área.
A pecuária estende como a área de maior uso na microbacia, com 6,44 Km
2
que corresponde a 81,73% da área da bacia, e que durante as visitas de campo
observou e confirmou a presença de gado nas áreas identificadas pelo mapa de uso
e ocupação.
A vegetação nativa, que tem um papel de suma importância na preservação
da qualidade dos recursos hídricos, através do mapa de uso e ocupação do solo
consta que resta apenas 0,87 Km
2
correspondendo a 11,04 %.
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Desta forma, a utilização fora dos padrões de aptidão do solo acarreta
significativos impactos ao solo e consequentemente aos recursos hídricos dentro
destas áreas, gerando interferência na qualidade hídrica e nas características físico-
químicas do solo.
FIGURA 2-Mapa de uso e ocupação do solo.
Fonte: autor
Conflitos de Uso do solo
A microbacia da Fazenda Mangabeira possui conflito de uso do solo com área
de 7,012 km
2
, correspondendo à 88,46% da área da microbacia onde para o conflito
de classe 2, (Figura 3) caracterizado pelo uso do solo por pastagem é conceituado
como solo impróprio para cultivos intensivos, mas ainda adaptadas para pastagem
nativa, reflorestamento ou preservação ambiental. Para o conflito de classe 3
identificado na respectiva microbacia, caracterizado pela atividade agrícola,
corresponde a 0,5709 km
2
e 7,23% da área, sendo classificados como solos
impróprios para cultivos intensivos e pastagens, mas ainda adaptados para
reflorestamento ou preservação ambiental.
Como a microbacia da Fazenda Mangabeira, teve seu potencial de uso
definido para a prática de reflorestamento ou de preservação ambiental, existem
apenas 0,87 km
2
de mata nativa, correspondendo a 11,04% da área da microbacia.
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FIGURA 3: Mapa de conflito de uso do solo na microbacia da Fazenda
Mangabeira.
Fonte: do autor
Análise dos parâmetros físico-químicos da água
Com uso do aparelho HORIBA, foi possível obter sete parâmetros diferentes
para o recurso hídrico, são eles: pH; oxigênio dissolvido (OD); turbidez; sólidos totais
dissolvidos (TDS); condutividade; temperatura e potencial de oxirredução (ORP).
Destes, cinco apresentaram diferença estatística significativa para (p<0,05), sendo:
condutividade, turbidez, temperatura, potencial de Oxiredução e Sólidos Totais
Dissolvidos, ocasionado pelo conflito de uso do solo na microbacia. Tais dados
foram obtidos utilizando-se o software MINITAB, que apresentou os valores por meio
do “teste de F” para a probabilidade p<0,05 de significância. Para os demais
parâmetros não houve significância, sendo estes desconsiderados da discussão. Os
resultados podem ser observados na tabela 11, e enquadrados com parâmetros do
CONAMA na tabela 1
Turbidez
Segundo a resolução CONAMA 357/2005 (BRASIL, 2005) os corpos de água
Classe 1 permitem até 40 UNT e Classe 2 até 100 UNT. Contudo, observa-se que
os valores encontrados no ponto de amostragem 2 (sem conflito) e 3 (com conflito)
encontram-se acima do limite estabelecido para Classe 2 (Tabela 12). Assim sendo,
a Microbacia da Fazenda Mangabeira nos pontos analisados para o parâmetro de
turbidez, os corpos d’água localizados no ponto 2 e 3 classifica-se como de Classe
3. A turbidez caracterizada pelo grau de dispersão da luz branca ao sofrer
refração quando em contato com a água e as partículas orgânicas e inorgânicas que
ali estão presentes, aliado a pouca quantidade de luz que os organismos
fotossintetizantes submersos recebem, contribui para a diminuição do processo
fotossintético o que diminui a produção de oxigênio e consequentemente as
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comunidades biológicas que ali existem ou futuramente poderiam existir. O valor da
média para turbidez no ponto 2 (sem conflito), foi de 122,4 NTU, enquanto que no
ponto 3 (com conflito), foi 295,5 NTU, sendo significativa a análise de variância entre
pontos de monitoramento para a probabilidade(p < 0,05).
Temperatura
A Resolução 357 do CONAMA, (BRASIL, 2005), não estabelece limites
para esse fator, porém, a temperatura é de suma importância na manutenção da
vida aquática.
Na microbacia em estudo, após análise de variância observou-se diferença
significativa para a probabilidade (p < 0,05) e constatou-se que no ponto 2 (sem
conflito), o valor médio da temperatura foi de 20,6°C e no ponto 3 (com conflito) a
temperatura média chegou aos 21,5°C, causado pela supressão da vegetação e
conseqüentemente a disposição direta dos raios ultravioletas no corpo d’água,
confirmando a alteração na qualidade hídrica causado pelo conflito de uso existente
na área.
Potencial Hidrogeniônico (pH)
Os valores de pH não apresentaram variações consideráveis, pois o
recomendado na Resolução CONAMA 357/2005, (BRASIL, 2005), estão na faixa
de 6,0 – 9,0. Valores fora dessa faixa podem alterar a qualidade da água.
O Potencial Hidrogeniônico, que determina a acidez ou alcalinidade da água,
definindo o comportamento de outros parâmetros, no ponto de monitoramento 2
(sem conflito) esteve a 6,9 enquanto que na ponto de monitoramento 3 (com conflito)
teve seu valor médio em 8,1 portanto obtendo seu valor superior ao do ponto 2(sem
conflito), tornando-se o mais alcalino.
Oxigênio Dissolvido (OD)
O teor de oxigênio dissolvido na água é um indicador de suas condições de
poluição por matéria orgânica. Assim, uma água não poluída (por matéria orgânica)
deve estar saturada de oxigênio. Por outro lado, teores baixos de oxigênio dissolvido
podem indicar que houve uma intensa atividade bacteriana decompondo matéria
orgânica lançada na água (MOTA, 1995).
Em relação à concentração de oxigênio dissolvido na água na microbacia da
Fazenda Mangabeira não houve diferenças estatísticas significativas entre os pontos
coletados. No ponto 2 (sem conflito) o teor de oxigênio dissolvido foi de 9,7 mg L
-1
e
no ponto 3 (com conflito) ficando em 8,8 mg L
-1
, portanto com valor menor, mas
estando dentro da conformidade com a resolução CONAMA 357/2005, (BRASIL,
2005), já que a mesma estabelece um limite mínimo de 6 mg/L para as águas de
Classe 1.
O ponto de monitoramento 3 (com conflito) obteve quantidade de Oxigênio
dissolvido menor devido a quantidade de matéria orgânica foliar em decomposição
dentro do corpo d’água, oriundo do acarretamento de partículas causado por
assoreamento.
O conflito de uso no ponto de coleta 3 (com conflito), relaciona a qualidade
hídrica com os impactos no uso do solo, sendo possível a identificação, pela
supressão da vegetação nativa em torno dos corpos d’água, deixando assim o solo
exposto para a contaminação da água por matéria orgânica e componentes
químicos.
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1175
Condutividade elétrica
Representa a quantidade de sais existentes na coluna d’ água. Níveis
superiores a 100 MS cm
-1
indicam ambientes impactados. A resolução CONAMA
357/2005 não estabelece valores concretos referentes à condutividade para o
recurso hídrico. Contudo, em relação à condutividade elétrica, observou-se diferença
estatística entre pontos de coleta para a probabilidade (p <0,006), e que pôde-se
notar que a condutividade média na área sem conflito foi 0,008713 MS m
-1
, enquanto
que na área com conflito foi 0,013720 MS m
-1
. A diferença nos valores é devido ao
fato de que o ponto 2 de monitoramento (sem conflito) apresentava um baixo nível
de água e pouco material sólido na mesma, enquanto o ponto 3 (com conflito) havia
grande quantidade de matéria foliar submersa no recurso, que se apresentava em
baixo nível. A condutividade da água aumenta à medida que mais sólidos
dissolvidos são adicionados, onde altos valores podem indicar características
corrosivas da água gerados pelo o uso irregular do solo ou ainda pela falta de
estudos quanto à sua aptidão para uso, como no caso da microbacia em estudo.
Sólidos Totais Dissolvidos (TDS)
Em todas as amostras analisadas apresentaram valores abaixo do
especificado pelo CONAMA (Resolução . 357/2005), que estabelece valores
menores que 500 mg/L.
Em relação aos sólidos totais dissolvidos, observou-se diferença estatística (p
<0,002) e pôde-se notar que os valores para a área sem conflito foi 0,05467 mg L
-1
,
enquanto que na área com conflito foi 0,09000 mg L
-1
.
Isto se comprova devido ao fato de que no ponto 3 (com conflito) a
quantidade de matéria orgânica presente no corpo d’água juntamente com as
atividades nela desenvolvidas como a pecuária contribuem significativamente com o
aumento de valores de sólidos totais, pelo carregamento de materiais em suspensão
do solo, tais como adubos, matéria orgânica e partículas do solo. Assim sendo,
observa-se que no ponto de amostragem 3 (com conflito), o nível da água é menor e
com menos fluxo, facilitando a deposição e concentração de partículas no corpo
d’água.
No ponto 2 (sem conflito), cujas Áreas de Preservação Permanente
permanecem ainda preservadas, ao entorno do corpo d’água, a qualidade da água
neste parâmetro está ligado diretamente pela preservação do solo as margens,
diminuindo os riscos de erosões e assoreamentos.
Potencial de Oxirredução (ORP)
A resolução CONAMA 357/2005 não estabelece parâmetros para o ORP
(BRASIL, 2005). O ORP médio obtido foi 57,4 mV no ponto 2 (sem conflito) e no
ponto 3 (com conflito) 161.5 mV . Observou-se diferença estatística entre pontos de
coleta (p<0,003) onde o ponto 3 (conflito) observou-se grande quantidade de
matéria orgânica foliar, além de uma camada superficial de óleo ou material
derivado, gerado possivelmente pela precipitação ocorrida na área no dia anterior.
No ponto 2 (sem conflito) a água apresenta maior movimentação o que contribui
para uma melhor oxigenação, dessa forma o valor do ORP se apresentou menor
que no ponto com conflito.
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1176
TABELA 2. Valores encontrados para os parâmetros físico-químicos analisados,
para a microbacia da Fazenda Mangabeira nos pontos de monitoramento.
Segundo teste de F (*p<0,05) FONTE: do autor
CONCLUSÕES
A microbacia da Fazenda Mangabeira é considerada de 3ª ordem, possuindo
uma área total de 7,88 km
2
e um perímetro total de 12,497 km. O comprimento de
seu canal principal é de 4,962 km com baixa sinuosidade. A densidade de drenagem
de 1,31 km/km
2
é considerada baixa indicando que a água escoa de forma lenta, e
que em condições anormais de precipitação torna-se sujeito a grandes enchentes e
alto riso de erosão e consequentemente o assoreamento, pelo fato de possuir
declividade média de 7,3%.
O Uso Potencial do solo foi recomendado para a prática de Reflorestamento
e/ou de Preservação Ambiental havendo, portanto, conflito de uso do solo em 88%
da área que está sendo ocupado por atividades agropecuárias.
A qualidade das águas da bacia da Fazenda Mangabeira, classifica-se
segundo CONAMA 357/2005 (BRASIL, 2005), para os de classe 1 e 2 para os
parâmetros físico-químicos: pH, Oxigênio Dissolvido e Sólidos Totais, em que suas
águas superficiais podem ser destinadas para o abastecimento humano com
desinfecção e tratamento primário, à preservação de equilíbrio natural das
comunidades aquáticas e ainda das de unidades de conservação de proteção
integral.
Os parâmetros físico-químicos Temperatura, Condutividade elétrica, Turbidez,
Sólidos Totais Dissolvidos e o Potencial de Oxiredução diferenciaram áreas de
conflito ambiental, validando a metodologia de Valle Junior (2008).
A microbacia encontra-se degradada pelo conflito de uso do solo e o não
atendimento aos limites e condições de qualidade físico-química da água pode gerar
risco a saúde humana e animal e também para as comunidades biológicas e
aquáticas existentes no corpo d’água.
Parâmetro Analisados
Ponto de
Coleta
Média Desvio
Padrão
P2(S/Conflito) 6,943 1,780 pH (unid) P3(Conflito) 8,127 1,722
P2(S/Conflito) 9,727 3,340 Oxigênio dissolvido (mg L
-1
) P3(Conflito) 8,853 2,577
P2(S/Conflito 20,647 1,664 Temperatura da água(°C)* P3(Conflito) 21,513 0,479
P2(S/Conflito) 57,47 77,02 Potencial de oxiredução (m V
-1
) P3(Conflito) 161,53 96,87
P2(S/Conflito) 0,008713 0,003 Condutividade elétrica (S m
-1
)
P3(Conflito) 0,013720 0,005
P2(S/Conflito) 122,4 151,2 Turbidez(NTU)* P3(Conflito) 295,5 323,0
P2(S/Conflito) 0,05467 0,022 Sólidos Totais Dissolvidos
(mg L
-1
) P3(Conflito) 0,09000 0,033
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1177
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Article
Full-text available
O balanço dos nutrientes Ca, Mg, K, N03 e do Na, na bacia hidrográfíca experimental do Laboratório de Hidrologia Florestal Engenheiro Agrônomo Walter Emmerich, foi estimado durante dois anos; de janeiro de 1984 a janeiro de 1986. O pH, a cor, a turbidez, a condutividade elétrica e a temperatura da água do deflúvio também foram estudados, Os principais resultados foram: o balanço foi negativo para todos os nutrientes, sendo os fluxos de entrada via precipitação, de saída via deflúvio e a diferença entre ambos, em Kg/ha/ano, respectivamente: ano de 1984 - Ca: 4,06; 11,71 e -7,65; Mg: 1,25; 4,07 e -2,82; K: 3,66; 6,75 e -3,09; N03 : 9,36; 14,54 e -5,18; Na: 12,02; 26,88 e -14,89; ano de 1985 - Ca: 1,06; 19,65 e -18,59; Mg: 0,70; 8,90 e -8,20; K: 6,79; 13,91 e -7,12; No3 : 8,53; 22,15 e -13,62; Na: 9,68; 36,8 e -27,12. AS maiores perdas líquidas no segundo ano ocorreram devido a elevadas taxas de deflúvio nos meses iniciais, em função de chuvas intensas no período. Todos os parâmetros físicos apresentaram níveis desejáveis de qualidade da água, se considerado, por exemplo, o uso para abastecimento público. Baixos valores de pH e da condutividade refletiram os solos pobres e intemperizados e a litologia da área. A cor foi influenciada pelo material orgânico em solução na água. A vegetação da bacia evitou temperaturas extremas da água do deflúvio.
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This study aimed to promote an environmental characterization of the Almada River Watershed - BA. For this purpose, the adopted methodology included a survey of primary and pre existing data, that were subsequently handled using Geographic Information System. Climate, bedrock, land form, soil and land use and occupation maps were produced. The results showed that there is a great diversity of natural and anthropogenic areas. The watershed forest cover is, in general, preserved due to the cocoa plantation method in a agroecosystem called ìcabrucaî, covering 54.9% of the area.
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With the increase of the world population, mainly in the underdeveloped countries, allies the increasing demand for foods, they happened deep changes in the agriculture and consequently in the landscapes. This study it had as objective to make the topographical survey, to characterize the landscape and to classify the area in accordance with the use classrooms, to subsidize the elaboration of the conservationist planning of a hidrografic microbasin, tax of the river Uberaba, situated in Unit I of the CEFET-Uberaba-MG, in a total area 136 hectares. Annual pastures and farmings in 82,30 had been identified to 10 current uses in the area in study, predominating ha or 60.51% of the total. The sum of the areas of ciliary forest (8,77%) and native savannah (7,35%) to amount total of 21,93 ha there is or 16,12% of the total, below the 25% minimums demanded legally by planning unit. An area florested was observed (9,47 ha) with exotic plants of the region to the side of the spring and bovines was observed circulating freely for grase on and to kill the thrist in the areas of nascent. It was proven lacks of a conservationist planning in the area, characterized for its use and occupation to it throughout the years, that had modified the landscape of the microbasin.
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This study seeks to accomplish the environmental diagnosis of the stream Melo microbasin, the morphometric characteristics the area and evaluating the quality of the water. The social deterioration (FS) it was of 44%, medium low value. The houses are of masonry, water of well, septic tank and the garbage are burned or buried. The economical deterioration (FE) it was of 82%, high value. The productivity low and is come back toward subsistence, being based in the cattle milkmaid. The technological deterioration (FT) it was of 78%, high value, being associated to the type of rudimentary agricultural exploration. The socioeconomic deterioration (IF) it was of 68% (FS + FE + FT/3), high index, that it limits the conditions of life of the local population. The environmental deterioration was of 63%, high value, directly on observed ambient deterioration. Most of the erosions are caused by the water of draining directed for the train line that cuts the microbasin. Regarding the morphometric, the area of found drainage was of 12,5 km², and the perimeter of 19,20 km. The microbasin has prolongated format, that they are justified by a Kc of 1,52, Kf of 0,30 and Ic of 0,43. Obtained Dd was of 1,34 km/km², that indicates low risk of occurrence of inundations in the area. The water was analyzed according to parameters of biological quality, in the east and mouth. It was verified to the coliforms presence above allowed of the allowed one for the potability parameters for human consumption.
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O objetivo deste trabalho foi fazer a caracterização morfométrica a partir de alguns parâmetros físicos da bacia hidrográfica do rio Debossan, Nova Friburgo, RJ. Para isso, gerou-se inicialmente o Modelo Digital de Elevação Hidrologicamente Consistente (MDEHC) a partir de cartas topográficas do IBGE, na escala 1:50.000, utilizando o sistema de informações geográficas, através dos softwares ArcVIEW e Arc/INFO. A partir do MDEHC, foram calculados alguns parâmetros morfométricos para o estudo do comportamento hidrológico da bacia. A área de drenagem encontrada foi de 9,9156 km2 e o perímetro, de 17,684 km. A bacia hidrográfica do rio Debossan tem formato alongado, coeficiente de compacidade de 1,5842, fator de forma de 0,3285 e índice de circularidade de 0,3985. A densidade de drenagem obtida para a bacia foi de 2,3579 km/km2. A forma mais alongada da bacia hidrográfica indica que a precipitação pluviométrica sobre ela se concentra em diferentes pontos, concorrendo para amenizar a influência da intensidade de chuvas, as quais poderiam causar maiores variações da vazão do curso d'água.
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Este trabalho teve como objetivo avaliar as características morfométricas das microbacias (2ª, 3ª, 4ª e 5ª ordens de magnitude) da bacia hidrográfica do córrego Rico, sub-bacia do Rio Mogi-Guaçu, localizada na região administrativa de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, Brasil. Para tanto, foram determinados os parâmetros físicos e a configuração topográfica natural do sistema de drenagem. Os procedimentos para a obtenção dos dados foram fundamentados em técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento. A partir da vetorização das cartas topográficas correspondentes à área de estudo, realizou-se a análise morfométrica quanto às características dimensionais, do padrão de drenagem e do relevo no sistema de informação geográfica ArcView. A microbacia é considerada de sexta ordem de magnitude, com área estimada de 542 km2, com 85 microbacias de segunda ordem, 22 de terceira, sete de quarta ordem e duas de quinta. Utilizando o critério geométrico, na disposição fluvial das sub-bacias de cabeceiras observou-se a predominância dos modelos dendríticos e subdendríticos, enquanto a jusante predominava o modelo subparalelo, respectivamente, nas áreas de ocorrências dos arenitos Bauru e rochas efusivas básicas.
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RESUMO – A análise da variabilidade espacial e da variabilidade temporal de atributos naturais vem rece-bendo destaque nos últimos tempos, devido à possibili-dade de se realizar estimativas com maior precisão, destacando-se entre esses atributos a precipitação plu-viométrica. Objetivou-se com este trabalho estudar o comportamento temporal das chuvas mensais na Esta-ção Climatológica de Uberaba -MG, utilizando-se a sé-rie das precipitações pluviais mensais e anuais de 1914 a 2000. Os dados referentes à Estação Climatológica de Uberaba – Estação Experimental Getúlio Vargas -fo-ram obtidos no Laboratório de Climatologia e Recursos Hídricos do Instituto de Geografia – Universidade Fe-deral de Uberlândia. Realizou-se análise exploratória dos dados por meio de algumas estatísticas, como média aritmética, desvio-padrão, valores máximos e valores mí-nimos e histogramas. A análise de variabilidade temporal foi feita por meio de semivariâncias. Verificou-se uma ten-dência à normalidade nos meses correspondentes ao perío-do de outubro a março e assimetria no período de abril a setembro. Observou-se a presença do efeito pepita puro, não constatando-se dependência temporal e, conseqüente-mente, estudos e inferências estatísticas podem ser reali-zados com base em métodos da estatística não espacial. TERMOS PARA INDEXAÇÃO: Geoestatística, semivariograma, dependência temporal, precipitação.
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Análise Fatorial/Análise da Componente Principal (AF/ACP) foram empregadas com o objetivo de identificar os fatores determinantes (naturais e antrópicos) da qualidade das águas superficiais na bacia do Alto Acaraú, Ceará. Realizaram-se coletas trimestrais, no período de fev/2003 a mar/2004, em seis pontos localizados nas áreas de influência urbana e de drenagem de perímetros irrigados. Foram analisados os parâmetros pH, temperatura, cor, turbidez, nitrato, amônia total, amônia livre, amônia ionizada, sódio, cloretos, potássio, sulfato, dureza, cálcio, magnésio, alcalinidade total, alcalinidade do bicarbonato, condutividade elétrica, sólidos suspensos, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, fósforo total, ortofosfato solúvel, clorofila "A", coliformes totais e coliformes termotolerantes. Através das técnicas de estatística multivariada, AF/ACP, foram selecionadas as variáveis que explicavam o maior percentual da variância total dos dados. Três componentes são responsáveis pela estrutura da qualidade das águas explicando 88% da variância total. O modelo mostrou que o primeiro fator (39,81% da variância) expressou-se como um componente mineral. O segundo, explicando 29,22% da variância, apresentou-se como um componente de nutrientes. No terceiro fator (19,16% da variância), identificou-se como um componente de escoamento superficial das áreas agrícolas e clima. A rotação dos fatores, os parâmetros indicadores da qualidade das águas estão, principalmente, relacionados com a solubilidade dos sais (natural), com nutrientes e transporte de sedimentos (ação antrópica).
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Com a análise das características morfométricas procura-se entender a relação solo-superfície, em decorrência dos processos erosivos sobre estruturas e litologias variadas. Neste trabalho, objetivou-se avaliar as características morfométricas do padrão de drenagem e do relevo em microbacias hidrográficas de 2ª ordem de magnitude, em Latossolo Vermelho-Escuro e Argissolo Vermelho-Amarelo, com vistas ao planejamento agroambiental da Bacia Hidrográfica do Córrego Rico, município de Jaboticabal, SP. O estudo foi baseado em fotografias aéreas, pancromáticas, verticais na escala 1:35.000 da região administrativa de Ribeirão Preto. Com técnicas de fotointerpretação, foram traçadas a rede de drenagem e respectivas microbacias hidrográficas, onde as variáveis selecionadas foram determinadas. As classes de risco de degradação, resultando no uso potencial do solo, foram determinadas de acordo com o coeficiente de rugosidade. As características do padrão de drenagem e do relevo repercutiram no comportamento hidrológico e litológico das microbacias hidrográficas, possibilitando a diferenciação entre as unidades de solos. A densidade de drenagem e a amplitude altimétrica foram as características que mais contribuíram para o poder discriminatório na relação solo-superfície. Na análise conjunta do potencial de uso do solo, verificou-se, principalmente, adequação para agricultura nos Latossolos e pecuária e, ou, reflorestamento nos Argissolos.
357 de 17 de março de Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências
  • Conama Resolução Nº
BRASIL,CONAMA; Resolução nº. 357 de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Brasília, 2005.