ArticlePDF Available

Evolução da Mortalidade e Anos Potenciais de Vida Perdidos por Câncer Cérvico-Uterino em Salvador (BA), 1979-1997

Authors:

Abstract

O câncer cérvico-uterino, quando diagnosticado e tratado precocemente, constitui-se em uma causa de morte evitável. Entretanto, no Brasil, a mortalidade por esta causa ainda é elevada, persistindo como problema de saúde pública. O objetivo deste trabalho é descrever a evolução da mortalidade e estimar os anos potenciais e produtivos de vida perdidos por esta neoplasia, em Salvador (BA), entre 1979 e 1997. Trata-se de um estudo de agregados de série temporal, no qual foram considerados todos os óbitos de mulheres com idade igual ou superior a 20 anos, que tiveram como causa básica de morte o câncer de colo uterino e de porção não especificada do útero. Utilizou-se como fontes de dados o CD ROM: DATA SUS-MS (Sistema Único de Saúde-Ministério da Saúde), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB). Os indicadores empregados foram as taxas de mortalidade específicas por idade, brutas e padronizadas por idade. Houve um decréscimo de 50,6% na taxa padronizada de mortalidade por este tipo de câncer, no período analisado, cujos valores variaram de 17,6/100.000 mulheres em 1979 a 8,7/100.000 em 1997. Observou-se ainda que o risco de morte por esta causa cresce à medida que aumenta a idade, sendo a sua magnitude mais expressiva a partir de 40 anos. A variação da média de anos potenciais de vida perdidos por mulher foi de 15,5 no ano de 1986 a 20,4 em 1980. Os autores concluem que a mortalidade por câncer cérvico-uterino neste município ainda é alta e discutem os possíveis fatores determinantes da evolução desta mortalidade. Destacam a necessidade de ações efetivas na prevenção da morbi-mortalidade por esta causa.
163
Revista Brasileira de Cancerologia, 2001, 47(2): 163-70
ARTIGOS / ARTICLES
EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE E ANOS POTENCIAIS
DE VIDA PERDIDOS POR CÂNCER CÉRVICO-UTERINO
EM SALVADOR (BA), 1979-1997*
Trends and Years of Potential Life Lost on Cervical Cancer
Mortality in Salvador (BA), Brazil 1979-1997
Susanne Andrade Derossi1, Jairnilson Silva Paim2,
Estela Aquino3 e Lígia Maria Vieira da Silva3
* Projeto “Análise da Situação de Saúde do município de Salvador segundo Índices de Condições de Vida”. Acordo OPS/CNPq/DRC/RPD/63/5/12. Processo
521.820/93/6 (CNPq).
1 Mestranda em Saúde Coletiva. Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA). Enviar correspondência para S.A.D. Rua
Machado Neto 223, aptº 1104, Pituba; 41830-510 Salvador, BA, Brasil. E-mail: susanne@ufba.br
2 Professor Titular do ISC/UFBA.
3 Professor Adjunto do ISC/UFBA.
RESUMO
O câncer cérvico-uterino, quando diagnosticado e tratado precocemente, constitui-se em
uma causa de morte evitável. Entretanto, no Brasil, a mortalidade por esta causa ainda é
elevada, persistindo como problema de saúde pública. O objetivo deste trabalho é descrever
a evolução da mortalidade e estimar os anos potenciais e produtivos de vida perdidos por esta
neoplasia, em Salvador (BA), entre 1979 e 1997. Trata-se de um estudo de agregados de série
temporal, no qual foram considerados todos os óbitos de mulheres com idade igual ou superior
a 20 anos, que tiveram como causa básica de morte o câncer de colo uterino e de porção não
especificada do útero. Utilizou-se como fontes de dados o CD ROM: DATA SUS-MS (Sistema
Único de Saúde-Ministério da Saúde), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
e a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB). Os indicadores empregados foram as
taxas de mortalidade específicas por idade, brutas e padronizadas por idade. Houve um
decréscimo de 50,6% na taxa padronizada de mortalidade por este tipo de câncer, no período
analisado, cujos valores variaram de 17,6/100.000 mulheres em 1979 a 8,7/100.000 em
1997. Observou-se ainda que o risco de morte por esta causa cresce à medida que aumenta a
idade, sendo a sua magnitude mais expressiva a partir de 40 anos. A variação da média de
anos potenciais de vida perdidos por mulher foi de 15,5 no ano de 1986 a 20,4 em 1980. Os
autores concluem que a mortalidade por câncer cérvico-uterino neste município ainda é alta
e discutem os possíveis fatores determinantes da evolução desta mortalidade. Destacam a
necessidade de ações efetivas na prevenção da morbi-mortalidade por esta causa.
Palavras-chave: neoplasias do colo uterino; coeficiente de mortalidade; indicadores de
morbi-mortalidade; anos de vida perdidos.
164
Derossi, S. A., Paim, J. S., Aquino, E. e Silva, L. M. V.
INTRODUÇÃO
O câncer cérvico-uterino é uma doença
de evolução gradativa, que se inicia com
alterações neoplásicas intra-epiteliais, as quais
podem evoluir para um processo invasivo em
um período médio de 10 a 20 anos. Como
possui etapas bem definidas e evolução lenta,
permite a interrupção do seu curso a partir
de um diagnóstico precoce e tratamento
oportuno.1
Em países com programas organizados de
rastreamento com adequada cobertura, as
taxas de incidência e de mortalidade por este
câncer vêm se reduzindo.2 Desse modo, esse
tipo de neoplasia está sob controle nos países
industrializados, o que não ocorre naqueles
de desenvolvimento dependente, onde persiste
como problema de saúde pública.3
No Brasil, foi estimada para 2001, uma
taxa de incidência de 18,9/100.000 mulheres,
sendo que no Sudeste esta taxa foi de 27,7,
enquanto o valor deste indicador correspon-
deu a 33,4 no Norte e a 31,5 no Nordeste.4
Em 1990, a mortalidade por esta causa,
no país, ajustada por idade, segundo popu-
lação padrão mundial, foi de 5,5/100.000
mulheres, ou seja, quase quatro vezes superior
à do Canadá e dos Estados Unidos, onde estas
taxas foram de 1,4 e 1,7, respectivamente.2
A mortalidade por câncer de colo de útero e
porção não especificada do útero foi
responsável pela morte de 4.998 mulheres no
Brasil, em 1988, o que o tornou a sétima causa
de morte por câncer na população geral.
Sendo de 6.420, o número absoluto de óbitos
estimado para 1998, significa um crescimento
de 28,5% nestes dez anos, representando a
segunda causa de óbito por câncer entre
mulheres no Brasil e 15% dos tumores
malignos do sexo feminino, ao analisar o
câncer cérvico-uterino.5-7 Neste mesmo ano,
o Ministério da Saúde realizou uma
Campanha Nacional de Combate ao Câncer
de Colo Uterino, tendo como objetivo a redu-
ção da morbimortalidade por esta doença,
através da realização do teste Papanicolaou
em aproximadamente 3.600.000 mulheres,
prioritariamente na faixa de 35-49 anos.
Embora tenha definido como uma de suas
metas iniciar o tratamento de todas as mulhe-
res com qualquer indício de infecção, lesão
ou câncer no colo do útero, seis meses após
o final da campanha não havia informações
disponíveis sobre a situação das mulheres que
apresentaram alterações em seus exames.8
Revista Brasileira de Cancerologia, 2001, 47(2): 163-70
ABSTRACT
When early diagnosed and treated, cervical cancer is an avoidable cause of death. In Brazil,
however, mortality from cervical cancer is still high and remains a public health problem. This
study is aimed at both describing the evolution of such mortality and estimating the potential and
productive years of life lost due to this neoplasia in Salvador (BA), Brazil, between 1979 and 1997.
Aggregates of time series were chosen for analysis by considering all deaths of women aged 20 or
older who had either cervical cancer or cancer in an unspecified part of the cervix as their basic
cause of death. DATA from SUS/MS CD-ROM, Brazilian Institute of Geography and Statistics
(IBGE), and the Health Department of the State of Bahia (SESAB) were used. Crude, age-specific
and age-standardized mortality rates were taken as indicators. A decrease of 50.6% in the
standardized mortality rate for this disease was noted in the period, with values ranging from 17.6/
100.000 women in 1979 to 8.7/100.000 in 1997. The risk of death due to this neoplasia was
found to increase with age, markedly after the age of forty. The average of potencial years of life lost
ranged from 15.5 in 1986 to 20.4 in 1980. Mortality from cervical cancer in Salvador was then
shown to be still high and the possible determining factors for such evolution were discussed. The
need for effective action on the prevention of such morbidity and mortality is emphasized.
Key words: cervix neoplasms; mortality rate; indicators of morbity and mortality; years of lost
life.
165
Evolução da Mortalidade e Anos Potenciais de Vida Perdidos por Câncer Cérvico-uterino em Salvador (BA), 1979-1997
Em Salvador, capital do estado da Bahia,
a mortalidade proporcional por câncer de
útero (colo de útero, útero e porção não
especificada) em relação às principais
localizações de neoplasias malignas em
mulheres adultas, no ano de 1995 foi de
14,3% , e também ocupou a segunda posição
em relação a todos os óbitos por câncer entre
mulheres.7 No Hospital Aristides Maltez,
especializado em câncer neste município, o
carcinoma de colo do útero correspondeu a
30,8% dos tumores mais freqüentes, no ano
de 1993.6
A relevância da neoplasia cervical como
determinante de óbito entre mulheres nesse
município, tanto pela sua magnitude, como
por se tratar de uma causa de morte evitável,
aliado à carência de estudos mais detalhados
sobre a mortalidade por esta causa, determi-
naram o interesse desta pesquisa. Assim, este
trabalho tem como objetivo descrever a
evolução da mortalidade por câncer cérvico-
uterino e estimar seu impacto em anos poten-
ciais e anos produtivos de vida perdidos na
cidade de Salvador, no período compreendido
entre 1979 e 1997.
METODOLOGIA
Foi realizado um estudo de agregados de
série temporal, em Salvador, que em 1996
possuía 2.211.539 habitantes, dos quais
1.172.017 eram do sexo feminino.
Consideraram-se todos os óbitos de
mulheres residentes no referido município,
com idade igual ou superior a 20 anos, que
faleceram no período de 1979 a 1997 e que
tiveram como causa básica de morte o câncer
de colo uterino e de porção não especificada
do útero. Estas causas correspondem, res-
pectivamente, aos códigos 180 e 179 na 9ª
Revisão da Classificação Internacional de
Doenças (CID), utilizadas na seleção das
causas básicas dos óbitos ocorridos entre 1979
e 1995, e a C53.8, C53.9 e C55, na CID/
10ª Revisão, empregada na codificação dos
óbitos ocorridos nos anos de 1996 e 1997. A
decisão de se incluir os cânceres de porção
não especificada do útero deveu-se ao fato de
que estudos realizados em São Paulo aponta-
ram que 85% deles na realidade referiam-se
a câncer de colo de útero.9
A fonte de dados para os óbitos ocorridos
de 1979 a 1995 foi o CD ROM: DATA SUS
produzido pelo Ministério da Saúde, e para
os anos de 1996 e 1997 foram consultados
relatórios fornecidos pelo Centro de Infor-
mações de Saúde, da Secretaria de Saúde do
Estado da Bahia (CIS/SESAB).
Para cada ano do estudo foram calculadas
as taxas de mortalidade específicas por idade
e as taxas brutas, sendo estas padronizadas
pelo método direto, usando-se como referên-
cia a População Padrão Mundial.10 As estima-
tivas da população, utilizadas como denomina-
dores para o cálculo desses indicadores, foram
fornecidas pelo CIS/SESAB, exceto as popu-
lações dos anos de 1980, 1991 e 1996, cuja
fonte foi o IBGE.
A análise dos dados foi feita através da
representação gráfica da curva de tendência
temporal das taxas brutas e padronizadas de
mortalidade, bem como pela sua comparação
com outra curva delineada a partir do empre-
go da técnica estatística das médias móveis
integradas auto-regressivas de ordem 5.11
Para o cálculo dos anos potenciais de vida
perdidos (APVP) foi utilizada a população
feminina da faixa etária de 20-69 anos, em
sub-grupos de 10 em 10 anos.12 Para a estima-
tiva dos anos produtivos de vida perdidos,
considerou-se como 60 anos o limite deter-
minado para o cálculo.
O processamento dos dados foi feito ele-
tronicamente, com a utilização do Microsoft
Excel versão 8.0, e os gráficos foram elabo-
rados pelo emprego do programa Microsoft
Grafh 97.
RESULTADOS
No período analisado, a taxa de mortali-
dade por câncer cérvico-uterino declinou de
20,7/100.000 mulheres em 1979 para 10,6
em 1997, o que representou uma redução de
48,8%. Esta tendência manteve-se após a
padronização desses indicadores, com a
ampliação do decréscimo para 50,6%;
entretanto este declínio não foi uniforme,
observando-se picos dessas taxas nos anos de
1982, 1988 e 1990 (Tabela 1 e Gráfico 1).
A tendência decrescente dessa mortalidade
persistiu mesmo após as oscilações das taxas
terem sido suavizadas por meio da técnica
Revista Brasileira de Cancerologia, 2001, 47(2): 163-70
166
estatística das médias móveis. (Gráfico 2)
Observa-se na Tabela 1 e no Gráfico 3 que
o risco de morte por esta causa cresce à
medida que aumenta a idade, e mais
acentuadamente a partir dos 40 anos. A maior
taxa de mortalidade na faixa de 20-29 anos
foi de 2,7/100.000 mulheres, no ano de 1995,
e para aquelas de idade igual ou superior a
70 anos houve uma variação de 137,6 em
1979 a 54,3 em 1997.
Na série histórica estudada houve uma
variação, de 680 anos potenciais de vida
perdidos (APVP) por mulheres que faleceram
devido a esta neoplasia no ano de 1986, a
1.615 em 1990. As maiores médias de APVP
por mulher ocorreram nos anos de 1980
(20,4), 1987 (20,1) e 1988 (20,0), e a menor
ocorreu em 1986, o que representou 15,5
anos perdidos por mulher. A menor média
de anos potenciais de vida perdidos ocorreu
em 1986, sendo esta de 10,9 anos por mulher,
e a maior foi de 15,4, em 1988. Na década
de 90, estes valores variaram de 11,6 em
1997, a 14,3 em 1995 (Tabela 2 e Gráfico 4).
Revista Brasileira de Cancerologia, 2001, 47(2): 163-70
Derossi, S. A., Paim, J. S., Aquino, E. e Silva, L. M. V.
Gráfico 1 - Taxas brutas e padronizadas de mortalidade por câncer cérvico-uterino* em mulheres com idade igual ou maior que 20 anos, por 100.000
mulheres, segundo ano de ocorrência. Salvador, 1979-1997. *Câncer de colo do útero + os referentes ao útero, porção não especificada
Tabela 1  Taxa de mortalidade por câncer cérvico-uterino* por 100.000 mulheres segundo faixa etária e ano de
ocorrência. Salvador, 1979-1997.
Faixa Etária 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70 + TOTAL
ANO CM CM CM CM CM CM CMnpd CMpd
Nº: Número; CM: Coeficiente de Mortalidade; CMnpd: Coeficiente de Mortalidade não padronizado; CMpd: Coeficiente de Mortalidade padronizado
*Câncer de colo do útero + os referentes ao útero, porção não especificada
-
2
-
2
3
-
5
-
1
5
2
4
1
-
1
1
3
-
1
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
-
1,2
-
1,2
1,7
-
2,7
-
0,5
2,4
0,9
1,8
0,4
-
0,4
0,4
1,2
-
0,4
6
10
10
10
6
6
4
5
11
10
10
11
6
10
6
8
10
6
7
6,4
10,4
10,1
9,8
5,7
5,6
3,6
4,3
9,1
8,1
7,9
8,4
3,5
5,8
3,4
4,4
5,4
3,1
3,5
14
13
20
18
15
13
14
7
16
23
9
17
23
8
15
19
21
25
10
21,7
19,8
29,5
25,8
20,9
17,6
18,5
8,7
19,4
27,1
10,4
19,0
23,0
7,9
14,3
17,8
19,3
19,5
7,7
20
19
15
23
20
15
13
17
23
18
20
36
16
24
18
16
20
17
23
49,3
43,8
33,4
49,8
42,1
30,1
25,9
32,1
42,1
32,0
34,8
60,8
25,4
37,5
27,3
23,8
29,2
23,3
31,1
15
10
14
22
20
17
14
15
10
20
17
17
21
19
20
19
20
25
16
60,7
39,3
53,2
81,2
71,8
59,3
47,6
48,2
31,2
60,6
50,4
48,9
50,6
45,0
46,0
42,8
44,2
52,5
33,1
24
12
13
14
17
20
20
20
19
19
18
19
26
23
32
24
23
22
20
137,6
65,0
68,1
71,3
84,1
96,3
93,7
88,7
81,8
79,4
73,6
75,4
87,9
76,5
103,3
75,9
71,3
60,7
54,3
79
66
72
89
81
71
70
64
80
95
76
104
93
84
92
87
97
95
77
20,7
16,0
16,9
20,3
18,0
15,3
14,7
12,7
15,4
17,8
13,9
18,5
14,8
13,1
14,0
12,9
14,1
13,3
10,6
17,6
13,1
14,2
17,5
15,6
13,6
12,5
11,4
12,7
14,9
11,9
15,5
12,6
11,2
12,0
10,9
11,7
10,9
8,7
167Revista Brasileira de Cancerologia, 2001, 47(2): 163-70
Evolução da Mortalidade e Anos Potenciais de Vida Perdidos por Câncer Cérvico-uterino em Salvador (BA), 1979-1997
Gráfico 2 - Médias Móveis (de ordem 5) das taxas brutas e padronizadas de mortalidade por câncer cérvico-uterino* em mulheres com idade igual ou maior
que 20 anos, segundo ano de ocorrência. Salvador, 1979-1997. *Câncer de colo do útero + os referentes ao útero, porção não especificada
Obs.: A não
vizualização de
alguns anos no
gráfico decorre da
aplicação da técnica.
Gráfico 3 - Coeficiente de Mortalidade por câncer cérvico-uterino*, por 100.000 mulheres, segundo faixa etária e ano de ocorrência. Salvador, 1979-
1997. *Câncer de colo do útero + os referentes ao útero, porção não especificada
Tabela 2  Anos Potenciais de Vida Perdidos de mulheres entre 20 e 69 anos e Anos Produtivos de Vida Perdido
entre 20 e 59 anos, devido ao câncer cérvico-uterino*. Salvador, 1979-1997.
Faixa Etária 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 TOTAL MÉDIA
ANO POT PRO POT PRO POT PRO POT PRO POT POT PRO Xa POT Xa PRO
-
90
-
90
135
-
225
-
45
225
90
180
45
-
45
45
135
-
45
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
-
70
-
70
105
-
175
-
35
175
70
140
35
-
35
35
105
-
35
210
350
350
350
210
210
140
175
385
350
350
385
210
350
210
280
350
210
245
150
250
250
250
150
150
100
125
275
250
250
275
150
250
150
200
250
150
175
350
325
500
450
375
325
350
175
400
575
225
425
575
200
375
475
525
625
250
210
195
300
270
225
195
210
105
240
345
135
255
345
120
225
285
315
375
150
300
285
225
345
300
225
195
255
345
270
300
540
240
360
270
240
300
255
345
100
95
75
115
100
75
65
85
115
90
100
180
80
120
90
80
100
85
115
75
50
70
110
100
85
70
75
50
100
85
85
105
95
100
95
100
125
80
935
1.100
1.145
1.345
1.120
845
980
680
1.225
1.520
1.050
1.615
1.175
1.005
1.000
1.135
1.410
1.215
965
460
610
625
705
580
420
550
315
665
860
555
850
610
490
500
600
770
610
475
17,0
20,4
19,4
17,9
17,5
16,6
19,6
15,5
20,1
20,0
18,1
19,0
17,5
16,5
16,7
18,0
19,1
16,6
16,9
11,5
13,5
13,9
13,3
13,2
12,4
15,3
10,9
13,0
15,4
13,5
12,5
13,3
11,7
12,5
13,6
14,3
12,7
11,6
Xa POT: Média de Anos Potenciais de Vida Perdidos por mulher; Xa PRO: Média de Anos Produtivos de Vida Perdidos por mulher; POT: Anos Potenciais
de Vida Perdidos; PRO: Anos Produtivos de Vida Perdidos.
168 Revista Brasileira de Cancerologia, 2001, 47(2): 163-70
DISCUSSÃO
O câncer cérvico-uterino ainda é uma
causa de óbito importante em Salvador, apesar
do decréscimo de 50,6% observado na taxa
padronizada por idade, no período analisado.
Em 1990, a taxa de mortalidade por esse
agravo, neste município, foi de 15,5/100.000
mulheres, quase três vezes superior àquela
verificada para o Brasil neste mesmo ano.2 A
magnitude desse decréscimo foi superior
àquela verificada na Bélgica, entre 1955 e
1989, que correspondeu a um declínio de
39,7%, mesmo tratando-se de um intervalo
de tempo de 15 anos maior do que o do
presente estudo.13 É possível que a queda mais
rápida da mortalidade por esta causa em
Salvador tenha decorrido do fato desta se
tratar de uma cidade em que as taxas ainda
são muito altas, não tendo atingido um pata-
mar que permita considerá-la sob controle,
enquanto na Bélgica as baixas taxas (3,8/
100.000 mulheres em 1985 a 1988) parecem
indicar que o controle da mortalidade por esta
doença está próximo ou já foi alcançado. Essa
mesma tendência foi observada em Shandong,
China, nos anos compreendidos entre 1970
e 1992, assim como em 24 países europeus
(1955-1994), e na região dos Apalaches, nos
Estados Unidos, entre os anos de 1976 e
1996, indicando a possibilidade desta reali-
dade ser uma tendência mundial.14-16
Ao contrário da tendência observada na
capital baiana, no Rio Grande do Sul a morta-
lidade por esta doença, no período de 1970 a
1989, mostrou-se ascendente, com a taxa
padronizada de 7,37/100.000 mulheres em
1989, e em São Paulo este valor correspondeu
a 4,0, com um leve decréscimo entre 1980
(4,82/100.000 mulheres) e 1989, enquanto
em Salvador o valor deste indicador, neste
mesmo ano, foi de 11,9. A tendência obser-
vada no Rio Grande do Sul foi atribuída, den-
tre outros fatores, a uma possível melhoria
da acuidade diagnóstica e/ou cuidado no
preenchimento dos atestados de óbito.17, 18
Faerstein19 refere que o subregistro de
óbito acontece principalmente nas camadas
mais pobres da população, por razões sócio-
econômicas, onde o câncer cervical é mais
freqüente. Uma das possíveis causas deste
subregistro é a falta de identificação desta
neoplasia como causa básica de óbito, quando
a mesma já atingiu outras partes do organismo
ao ser atestado este óbito. Certamente, o
subregistro e sub-notificação de óbitos são
fatores que devem ser considerados na análise
do presente trabalho, pois os mesmos podem
ter influenciado na magnitude da mortalidade
em Salvador, porém, se for assumido que não
houve alteração no sistema de informação de
morte neste período, é provável que a ten-
dência ao declínio observada, seja uma
realidade. Esta hipótese pode-se constituir em
um futuro objeto de investigação.
Possivelmente, um outro fator deter-
minante da evolução desta mortalidade em
Salvador é a informação da população acerca
da importância do cuidado com a saúde, cujo
acesso foi facilitado através da mídia, com a
modernização da sociedade, especialmente
nas capitais do país, levando as mulheres a
buscarem um atendimento pré-natal, plane-
jamento familiar e outros, realizando assim o
exame preventivo da neoplasia cervical. Em
1974, foi criado o Centro Integrado de
Derossi, S. A., Paim, J. S., Aquino, E. e Silva, L. M. V.
Gráfico 4 - Média de Anos Potenciais e Protutivos de Vida Perdidos por mulher devido ao câncer cérvico-uterino*, segundo o ano de ocorrência. Salvador,
1979-1997. *Câncer de colo do útero + os referentes ao útero, porção não especificada
169
Revista Brasileira de Cancerologia, 2001, 47(2): 163-70
Evolução da Mortalidade e Anos Potenciais de Vida Perdidos por Câncer Cérvico-uterino em Salvador (BA), 1979-1997
Controle do Câncer (CICAN) em Salvador,
a princípio, voltado exclusivamente para a
atenção à saúde da mulher, e transformado
em Serviço Estadual de Oncologia/CICAN
em 1992, com maior abrangência. Este
centro, desde a sua criação, vem oferecendo
atendimento de prevenção e detecção do
câncer cérvico-uterino, o que pode ter exer-
cido influência no decréscimo desta mortali-
dade nesse município.20
De acordo com alguns autores, o risco de
morte por câncer cérvico-uterino é maior em
idades elevadas, tendendo a um aumento
progressivo com a idade, o que foi também
verificado em Salvador; é provável que essas
mulheres tenham sido expostas a fatores de
riscos diferentes por fazerem parte de gerações
distintas. Este perfil também foi encontrado
no México, Estados Unidos e Bélgica.2, 13
O impacto sócio-econômico da morta-
lidade por câncer cérvico-uterino nesse
município foi analisado através do cálculo dos
anos potenciais e anos produtivos de vida
perdidos pois, segundo Reichenheim,21 a
morte em uma etapa produtiva da vida, pena-
liza o indivíduo e o grupo que lhe é próximo,
além de privar a sociedade de seu potencial
econômico e intelectual. Esta observação
aplica-se com mais propriedade ainda aos anos
produtivos de vida perdidos, cujas médias
encontradas por Lessa et al22 para as regiões
Sudeste (14,4 anos) e Sul (16,0 anos), em
1988, são semelhantes àquela observada em
Salvador (15,4 anos) neste mesmo ano. Por
sua vez, a variação da média de 15,5 a 20,4
anos potenciais de vida perdidos por mulher,
no período estudado, correspondeu a valores
muito altos, especialmente por se tratar de
uma causa de morte 100% evitável.
Assim, os resultados apontados por este
estudo indicam que, embora tenha apre-
sentado um declínio, ainda existe um grande
risco de morte por câncer cervical em Salvador
e, conseqüentemente, as perdas sociais são
significativas e portanto, esta neoplasia con-
tinua a ser um grande problema de saúde
pública nesta capital. Apesar do decréscimo
observado, impõe-se uma maior atenção, por
parte dos órgãos competentes, no desen-
volvimento de atividades organizadas e
continuadas de prevenção desta enfermidade
e mortalidade. Ao descrever e analisar o
padrão da tendência histórica desta causa de
óbito em Salvador, o presente estudo poderá
representar um ponto de partida para uma
possível avaliação, nesta capital, do impacto
do Programa Nacional de Combate ao Câncer
de Colo Uterino realizado em 1998 pelo
Ministério da Saúde no Brasil.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem às professoras
Maria da Conceição Nascimento Costa e Ines
Lessa pelas críticas e sugestões apresentadas,
e a todos aqueles que contribuíram para a
realização deste trabalho.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
1. OPS. Manual de normas e procedimentos para
o controle do câncer cérvico-uterino.
Washington, 1985.
2. Robles SC. Tendencias de la mortalidad por
cáncer de cuello de útero en las Américas. Bol
Oficina Sanit Panam 1996;121(6):478-90.
3. Brasil.Ministério da Saúde. Instituto Nacional
de Câncer . Estimativa da incidência e
mortalidade por câncer no Brasil: 2001.
Disponível em: http://www.inca.org.br .
4. Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional
de Câncer. Câncer no Brasil: dados dos registros
de base populacional. Rio de Janeiro: INCA,
1991.
5. Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional
de Câncer. O problema do câncer no Brasil.
Rio de Janeiro: INCA, 1994.
6. Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional
de Saúde. Mortalidade Brasil - 1995. Brasília:
FNS / CENEPI, 1998.
7. Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional
de Saúde. Relatório executivo da 11ª Reunião
da Comissão Intersetorial de Saúde da mulher;
1999; Brasília.
8. Azevedo G, Mendonça S. Câncer na população
feminina brasileira. Rev. Saúde Pública
1993;(1):68-75.
9. Rouquayrol MZ, Almeida Filho, N.
Epidemiologia & Saúde. São Paulo:
HUCITEC/ABRASCO, 1994.
10.Spiegel MR. Estatística. 2a ed. São Paulo:
McGraw-Hill, 1985.
11. Laurenti R, Mello Jorge MHP de, Lebrão ML,
Gotlieb SLD. Indicadores de saúde. In:
170 Revista Brasileira de Cancerologia, 2001, 47(2): 163-70
Estatísticas de saúde. São Paulo: EPeU, 1985.
cap.9.
12.Vyslouzilova S, Arbyn M, Van Oyen H,
Drieskens S, Quataert P. Cervical cancer
mortality in Belgium, 1955-1989: a descriptive
study. Eur J Cancer 1997;33(11):1841-5.
13. Li H, Jin S, Xu Hx, Thomas DB. The decline
in the mortality rates of cervical cancer and a
plausible explanation in Shandong, China. Int
J Epidemiol 2000;29(3):398-404.
14.Levi F, Lucchini F, Negri E, Boyle P, La
Vecchia C. Cancer mortality in Europe, 1990-
1994, and an overview of trends from 1955 to
1994. Eur J Cancer 1999;35(10):1477-516.
15. Hall HI, Rogers JD, Weir HK, Miller DS,
Uhler RJ. Breast and cervical carcinoma
mortality among women in the Appalachian
region of the U.S., 1976-1996. Cancer
2000;89(7):1593-602.
16.Dietz J, Prolla JC, Pohlmann PR, et al.
Mortalidade por câncer de colo uterino no Rio
Grande do Sul. Rev Assoc Med Bras
1993;39(3):146-50.
17.Fonseca LAM. Mortalidade por câncer no
Estado de São Paulo. Oncol Atual 1992;2(1):6-
14.
18.Faerstein E. Câncer cérvico-uterino e lesões
precursoras: aspectos de ocorrência, controle e
vigilância epidemiológica no Brasil [Dissertação
de mestrado]. Rio de Janeiro: Universidade do
Estado do Rio de Janeiro, 1987.
19.Bahia. Secretaria de Saúde (SESAB). Serviço
Estadual de Oncologia (CICAN). Relatório
anual. Salvador, 1996.
20.Reichenheim ME. Anos potenciais de vida
perdidos no Rio de Janeiro, 1990: as mortes
violentas em questão. Cad Saúde Pública
1994;10(supl 1):188-98.
21.Lessa I, Mendonça GAS, Teixeira MTB.
Doenças crônicas não-transmissíveis no Brasil:
dos fatores de risco ao impacto social. Bol
Oficina Sanit Panam 1996;120(5):389-413.
Derossi, S. A., Paim, J. S., Aquino, E. e Silva, L. M. V.
... Fatores clínicos e socioeconômicos influenciam na mortalidade por câncer, assim como a disponibilidade e qualidade da assistência prestada no país 6 Internacional de Doenças (CID-10), correspondeu à neoplasia maligna do colo do útero (código C53) e a neoplasia maligna do útero de porção não especificada (código C55). Esta última incluída em concordância com diversos trabalhos [9][10][11] . Em grande parte, a utilização do código concernente a útero de porção não especificada refere-se à doença de colo do útero em estágio avançado e de difícil classificação, ou mesmo falha ao atestar o óbito 11 . ...
... diagnóstico e tratamento de neoplasias, incluindo o CCU, com atendimento diário de, em média, 300 pessoas, além de oferecer procedimentos para a investigação diagnóstica10,23 .No que se refere à faixa etária, foi verificado que o risco de morte cresce à medida que aumenta a idade, corroborando com diversos estudos10,17,24,25 . Destaca-se a TM em mulheres idosas na faixa etária com 80 anos ou mais, com tendência de crescimento.A cobertura do exame preventivo é maior em mulheres em idade reprodutiva, o que pode contribuir para que as mais jovens sejam diagnosticadas em estágios iniciais da doença e apresentem maior sobrevida23 . ...
... diagnóstico e tratamento de neoplasias, incluindo o CCU, com atendimento diário de, em média, 300 pessoas, além de oferecer procedimentos para a investigação diagnóstica10,23 .No que se refere à faixa etária, foi verificado que o risco de morte cresce à medida que aumenta a idade, corroborando com diversos estudos10,17,24,25 . Destaca-se a TM em mulheres idosas na faixa etária com 80 anos ou mais, com tendência de crescimento.A cobertura do exame preventivo é maior em mulheres em idade reprodutiva, o que pode contribuir para que as mais jovens sejam diagnosticadas em estágios iniciais da doença e apresentem maior sobrevida23 . ...
Article
Full-text available
Resumo O câncer de colo do útero ainda é um problema de saúde pública no Brasil, sendo a quarta causa de morte por câncer na população feminina apesar dos mais altos potenciais de prevenção e cura entre todos os tipos de câncer. O objetivo deste estudo é analisar a tendência da mortalidade por câncer cervical na Bahia entre 1996 e 2012. Realizou-se um estudo ecológico que investigou os óbitos por câncer do colo do útero de mulheres residentes no estado, com idade igual ou superior a 20 anos, entre 1996 e 2012. Como fonte de dados, utilizou-se o Datasus. Foram calculadas taxas de mortalidade específicas por idade, por macrorregião de saúde, brutas e padronizadas pela população mundial. A análise de tendência foi realizada por modelos de regressão linear. Calculou-se a variação percentual, a percentagem por estado civil e local de ocorrência do óbito. A Bahia apresentou 6.275 mortes por câncer de colo do útero, com taxa de mortalidade média de 6/100.000 mulheres, sendo observada tendência de estabilidade entre 1996 e 2012. O risco de morte cresceu com o aumento da idade. A macrorregião de saúde com maior taxa de mortalidade foi a Leste, porém apresentou tendência decrescente. Do total de óbitos, a maioria foi de mulheres solteiras (46,4%), e 69,3% das mortes ocorreram no hospital. Na Bahia, a mortalidade por câncer de colo do útero ainda é elevada, o que sugere a necessidade de implementação de estratégias específicas para o enfrentamento da morbimortalidade por este agravo. Palavras-chave: Neoplasias do colo do útero. Saúde da mulher. Mortalidade.
... No Brasil, ao se agruparem os dados de óbito por câncer de colo de útero e útero porção não especificada no Estado do Rio Grande do Sul para o período de 1979-1995, foi evidenciada estabilidade da mortalidade, diferente do encontrado quando analisados apenas os dados relativos aos óbitos por câncer de colo de útero no mesmo período, os quais demonstraram aumento 17 . Estudo conduzido em Salvador, Bahia, Brasil, mostrou declínio na mortalidade pela doença, tendo incluído também os óbitos por câncer de colo de útero não especificado 18 . ...
... Argumentou-se que a maioria dos casos apresentados como câncer de útero porção não especificada eram, na realidade, casos de câncer de colo de útero. Esta hipótese foi levantada uma vez que a queda na mortalidade iniciou-se ainda nas faixas etárias mais jovens, onde o câncer de endométrio apresenta incidência praticamente nula, além da ausência de redução observada na faixa etária mais elevada 19 Optou-se por avaliar também os casos de câncer de útero porção não especificada, uma vez que foi demonstrado que a maioria destes casos é representada por casos de câncer de colo de útero 18 . ...
... Foi observada uma tendência de redução da mortalidade por câncer cervical de cerca de 1,93% ao ano para o Estado de Minas Gerais no período compreendido entre 1980-2005. Neste sentido, cabe comentar que estudos têm demonstrado queda das taxas de mortalidade por esta doença ao longo dos anos em diversas regiões 4,5,6,7,8,9,10,11,13,16,17,18,19 , sugerindo melhora no acesso a métodos de diagnóstico e tratamento oportunos e adequados nos locais e períodos considerados. ...
Article
Full-text available
Foi avaliada a tendência da mortalidade por câncer cervical no Estado de Minas Gerais, Brasil, no período compreendido entre 1980-2005. Os dados demográficos e de mortalidade disponíveis na página da Internet do Departamento de Informática do SUS (DATASUS) foram utilizados para estimar a taxa de mortalidade por câncer de colo de útero e útero porção não especificada no local e período considerados. Foi realizada regressão linear, considerando-se a taxa de mortalidade como variável resposta e o ano do diagnóstico como variável explicativa. A mortalidade variou de 9,18/100 mil em 1980 para 5,70/100 mil em 2005. O modelo log-linear revelou redução da mortalidade por câncer cervical de cerca de 1,93% ao ano na região e período avaliados (p = 0,000), sendo tal redução observada principalmente para os casos classificados como câncer de útero porção não especificada. A tendência observada de queda da mortalidade pela doença sugere melhoria no acesso a métodos de diagnóstico e tratamento oportunos e adequados em Minas Gerais nos últimos anos, embora a cobertura do rastreamento ainda seja insatisfatória.
... Sua frequência é maior em mulheres na faixa etária reprodutiva, com pico nas idades entre 45 e 49 anos, que residem em países em desenvolvimento, com múltiplos parceiros sexuais (ou parceiros com múltiplas parceiras), multíparas, tabagistas e com início precoce da atividade sexual [4][5] . A causa necessária para a sua ocorrência é a infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV), o qual apresenta mais de 80 subtipos, sendo que os 16 e 18 estão presentes em mais de 80% dos casos de câncer invasor [4][5][6][7][8] . ...
... mulheres; Salvador (1980-1997) 8,75/100.000 mulheres; e a taxa nacional 11,00/ 100.000 mulheres [3][4]8 . ...
Article
Full-text available
Introdução: O câncer do colo do útero representa a quarta causa de mortalidade entre as mulheres brasileiras. Objetivo: Descrever o perfil da mortalidade por câncer do colo do útero nas mulheres residentes no município do Rio de Janeiro, no período de 1999 a 2006. Método: As informações foram extraídas do Sistema de Informação sobre Mortalidade. Foram incluídos os registros que apresentaram CID-10 referentes a câncer do colo do útero, corpo do útero e útero porção não especificada e como município de residência o Rio de Janeiro. Realizou-se a redistribuição dos óbitos classificados como: útero porção não especificada, câncer do colo do útero e corpo do útero, de acordo com a proporção de registros certificados originalmente para cada uma das categorias por causa de óbito, ano de ocorrência e faixa etária. Resultados: No período do estudo, ocorreram 2.752 óbitos, dos quais, 56,5% foram por câncer do colo do útero, 20,0% corpo do útero e 23,5% por útero porção não especificada. Após a redistribuição dos óbitos, as taxas de mortalidade por câncer do colo do útero e corpo do útero foram respectivamente 6,27/100.000 e 2,12/100.000. As maiores taxas de mortalidade por câncer do colo do útero foram observadas em mulheres pretas/pardas, na faixa etária dos 50-70 anos, solteiras, e que residiam nas áreas programáticas mais pobres da cidade. Conclusão: Os achados sugerem a necessidade de novas estratégias no âmbito das políticas de saúde pública, que contemplem maior número de mulheres nas ações de prevenção secundária, tendo em vista a alta taxa de mortalidade por essa neoplasia.
... Possuindo etapas bem definidas e de lenta evolução, o câncer de colo de útero permite sua interrupção a partir de um diagnóstico precoce e tratamento oportuno a custos reduzidos. Medidas de prevenção consideradas de suma importância envolvem o rastreamento de lesões na população sintomática e assintomática, identificando o grau das mesmas e o tratamento adequado (3) . ...
... Nos países desenvolvidos com programas organizados de rastreamento e com adequada cobertura, as taxas de incidência e de mortalidade pelo câncer de colo de útero, têm mostrado redução no seu quadro, o que não ocorre naqueles em desenvolvimento, como é o caso do Brasil (3) . Nesses países, encontram-se casos de até 80% de óbitos por esse tipo de neoplasia, por se tratar de uma patologia que acomete em especial as mulheres com baixo nível de escolaridade e pouco acesso aos serviços de saúde (4) . ...
Article
Full-text available
This is a descriptive quantitative research carried out at a Basic Health Unit in Natal, State of Rio Grande do Norte, aimed at measuring the knowledge that women have on the importance of the Pap test and the frequency in which they undertake it, as well as how they prepare themselves to undertake it and the causes that lead women to not submit to it. For data collection a structured interview prior to the gynecologic consultation was used, with an intentional sample of 120 women. The results show that the surveyed women are aware of the importance of the test, that most of them undertake it annually and that they generally have satisfactory knowledge as for the care they must take prior to undertaking it. Embarrassment and fear of the results are the main causes associated with the refusal to undertake the test. It can be concluded that the educative projects are to be focused on the importance, the frequency and the care that must be taken prior to the test, as well as on the professional-client interaction during the gynecologic consultation, with the aim of reducing women's embarrassment and fear.
... In the present study, a stable trend was observed in the overall rates of leukemia in Brazil and in Mato Grosso, both of three per 100,000 inhabitants in the period. A possible explanation for these results is that therapeutic advances, as well as in chemotherapeutic pharmacological therapies, prevented the growth of mortality rates, considering that changes in the handling of cases and treatment for leukemias can be hypotheses for the reduction and maintenance of these rates 28 . ...
Article
Full-text available
Objective: To estimate the mortality trend and to analyze the potential years of life lost (PYLL) due to leukemias and lymphomas in Brazil and Mato Grosso, from 2001 to 2019. Methods: Time-series study on deaths from leukemias and lymphomas with data obtained from the Mortality Information System. Trends were calculated by age group by the Joinpoint regression method, using calendar year as regressor variable, estimated annual percentage change (APC) and mean annual percentage change, considering 95% confidence intervals. PYLL rates were collected from the Cancer Mortality Atlas. Results: In Brazil, the mortality rate trend remained stable for both diseases in the period: leukemias (APC=0.2; 95%CI 0.0-0.3) and lymphomas (APC=0.2; 95%CI 0.4-0.1). In Mato Grosso state, the rate for leukemias was also stable (APC=0.3; 95%CI 1.0-1.6). For lymphomas, the trend was ascendant (APC=2.3; 95%CI 0.5-4.2), but descending among people younger than 59 years. For leukemias, PYLL rates were 64 and 65/100,000 in Brazil and Mato Grosso, respectively. For lymphomas, 27 and 22/100,000, respectively, with the highest rates found among males. Conclusion: The behavior of mortality rates from leukemia and lymphoma in Mato Grosso was different from that observed nationally, with an upward trend for lymphomas and no differences between age groups for both diseases. PYLL rates for leukemias were similar, while for lymphomas they were higher among men and lower in Mato Grosso when compared to Brazil.
... Durante a evolução da doença há lesões que podem se constituir em sinais preditivos que representam a probabilidade de cura. 1 O diagnóstico precoce e o tratamento eficaz da doença são viáveis, pois esta apresenta etapas bem definidas, longo período para a evolução das lesões precursoras, e facilidade de detecção das alterações na fase inicial, o que lhe confere um dos mais altos potenciais de prevenção e cura entre todos os tipos de câncer. [2][3] Apesar disso, no ano de 2009, o CCU ocupou o terceiro lugar na distribuição proporcional do total de mortes por câncer em mulheres no Brasil, perfazendo 6,4% de todas as mortes por câncer. 4 A mortalidade por esse câncer no Brasil apresenta-se heterogênea nas diferentes regiões: 8,1 por 100.000 no Norte; 6,7 por 100.000 no Centro-Oeste; 5,8 por 100. ...
Article
Full-text available
Cervical cancer in Brazil is the third most common cancer among women and presents a high mortality rate. The objective of this study was to evaluate cervical cancer mortality occurring in the state of Santa Catarina, from 2000 to 2009. This was a population-based descriptive study, including all female deaths due to cervical cancer. Data was collected from the Mortality Information System, from the Brazilian Ministry of Health, identifying 1253 female deaths associated with this neoplasm. The mortality rate calculated over the period ranged from 3.6 to 4.9 deaths per 100,000 women, registering more elevated rates among women older than sixty years. Nursing contributed to building a culture of prevention of this neoplasm, to performing diagnostic tests, and to capturing and following-up with at-risk women within primary Brazilian healthcare.
Preprint
Full-text available
Objetivo: Estimar a tendência de mortalidade e analisar os anos potenciais de vida perdidos (APVP) por leucemias e linfomas no Brasil e Mato Grosso, entre os anos de 2001 a 2019. Métodos: Estudo de série temporal de óbitos por leucemias e linfomas obtidos do Sistema de Informações sobre Mortalidade. As tendências foram calculadas por faixa etária pelo método de regressão Joinpoint, usando ano calendário como variável regressora, e estimadas a variação percentual anual (APC) e variação percentual média anual, considerando intervalos de confiança de 95%. As taxas de APVP foram coletadas do Altas de Mortalidade por câncer. Resultados: No Brasil, a tendência da taxa de mortalidade apresentou estabilidade para ambos os agravos, leucemias (APC=0,2; IC95%-0,0;0,3) e linfomas (APC=0,2; IC95%-0,4;0,1). No estado, a taxa por leucemias também apresentou estabilidade (APC=0,3; IC95%-1,0;1,6). Para os linfomas, a tendência foi de aumento (APC=2,3; IC95%0,5;4,2), contudo, tendência decrescente foi observada entre aqueles com menos de 59 anos. Para leucemias, as taxas de APVP foram de 64 e 65/100.000 no Brasil e no Mato Grosso, respectivamente. Para linfomas, esses valores foram de 27 e 22/100.000, respectivamente, sendo as maiores taxas encontradas no sexo masculino. Conclusão: As taxas de mortalidade por leucemias e linfomas no Mato Grosso apresentam comportamento diferente do observado nacionalmente, com tendência crescente para linfomas e sem diferenças entre as faixas etárias, para ambos os agravos. As taxas de APVP por leucemias foram semelhantes, no entanto, para os linfomas, foi maior entre os homens e menores para o estado, quando comparadas as do Brasil.
Article
Estudo epidemiológico, descritivo e temporal. Descreve a mortalidade feminina por AIDS nos 17 Departamentos Regionais de Saúde (DRS) do Estado de São Paulo, por meio dos Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP) e identifica relações entre ocorrência de morte precoce por AIDS e condições de vida. Os dados foram extraídos da base do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram estudadas 16.973 mulheres, com idades entre 15 e 69 anos, que faleceram no período de 01/01/1985 a 31/12/2006. Foi calculado o APVP e a taxa (TAPVP) para os 17 DRS. Utilizou-se o Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS) e os Anos de Estudos Concluídos (AEC) como indicadores sociais. Houve redução de óbitos por AIDS a partir de 1996, predominância de baixa escolaridade e aumento da sobrevida. Não se observou relação direta entre IPRS, TAPVP e IPVS. Considerando os baixos indicadores sociais como determinantes da mortalidade precoce, se evidencia a necessidade de aperfeiçoamento das estratégias de controle da AIDS entre mulheres paulistas.
Article
Full-text available
ReSumo: Estudo epidemiológico, descritivo e temporal. Descreve a mortalidade feminina por AIDS nos 17 Departamentos Regionais de Saúde (DRS) do Estado de São Paulo, por meio dos Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP) e identifica relações entre ocorrência de morte precoce por AIDS e condições de vida. Os dados foram extraídos da base do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram estudadas 16.973 mulheres, com idades entre 15 e 69 anos, que faleceram no período de 01/01/1985 a 31/12/2006. Foi calculado o APVP e a taxa (TAPVP) para os 17 DRS. Utilizou-se o Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS) e os Anos de Estudos Concluídos (AEC) como indicadores sociais. Houve redução de óbitos por AIDS a partir de 1996, predominância de baixa escolaridade e aumento da sobrevida. Não se observou relação direta entre IPRS, TAPVP e IPVS. Considerando os baixos indicadores sociais como determinantes da mortalidade precoce, se evidencia a necessidade de aperfeiçoamento das estratégias de controle da AIDS entre mulheres paulistas. PAlAVRAS-chAVe: AIDS. Mulher - mortalidade. Mulher - condições de vida. ABSTRAcT: This is an epidemiologic, descriptive and temporal study. It describes female mortality by AIDS in the 17 Regional Health Departments (DRS) of São Paulo State, by means of years of potential life lost (YPLL) and identifies relations between occurrence of early death by AIDS and life conditions. Data was obtained in the database of Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), which records deaths. 16973 women were studied, with ages from 15 to 69 years that died from 01/01/1985 the 12/31/2006. YPLL was calculated and its rates (TAPVP) for the 17 DRS. We used as social indexes the São Paulo Index of Social Responsibility (IPRS), the São Paulo Index of Social Vulnerability (IPVS) and rates regarding Completed Study Years (AEC). There was a reduction of deaths by AIDS from 1996 on, predominance of school years low rates and increase of survival. We did not observe a direct relationship between IPRS, TAPVP and IPVS. Considering social indexes bases as determinative of early mortality, it was evidences the necessity of enhancing AIDS control strategies among São Paulo women.
Article
Full-text available
Neste artigo faz-se uma análise da magnitude das causas de morte no estado e no município do Rio de Janeiro em 1990, com base no cálculo dos "anos potenciais de vida perdidos" (APVPs) entre as idades de 1 e 70 anos. Esta análise leva a uma substancial modificação na importância relativa das causas de óbito, pois este método imputa um maior valor às mortes que ocorrem nas fases precoces da vida. De acordo com este método, a análise pelos grandes grupos de causas de óbito mostra que as duas regiões apresentam o grupo das "causas externas" como principal causa de APVP, sendo as mesmas responsáveis por mais de 30,0% dos APVPs entre 1 e 70 anos. Esta estimativa está em contraposição à predominância das doenças cardiovasculares, indicada pelos perfis de mortalidade que utilizam os coeficientes específicos de mortalidade por grandes grupos de causas. A análise por causas específicas de morte aponta os homicídios como principais responsáveis pelos APVPs nas duas regiões, seguidas pelos neoplasmas malignos, no município do Rio de Janeiro, e por "outros tipos de violência" (suicídios e violências em que ignora se de causa acidental ou intencional), no estado do Rio de Janeiro. Exceção feita às doenças neoplásicas, as taxas de APVP por grandes grupos de causas, em ambos os sexos, são sempre menores no município do Rio de Janeiro. O total de APVP e as taxas de APVP são marcadamente mais altas no sexo masculino, em decorrência, principalmente, das causas externas. Os autores salientam a importância da utilização deste indicador de mortalidade prematura para a definição de prioridades e chamam a atenção para o caráter devastador dos traumas e violências como causa de mortes em idades jovens.
Article
Full-text available
Objetivou-se mostrar a importância do câncer enquanto causa de morte e morbidade para a população feminina brasileira. Foram analisados os dados das estatísticas de mortalidade do Ministério da Saúde e os disponíveis nos registros de câncer de base populacional existentes nos municípios em Belém, Fortaleza, Recife, Goiânia, São Paulo e Porto Alegre (Brasil). Em 1986 o câncer foi responsável por 15,5% dos óbitos em mulheres acima de quinze anos no Brasil. Os cânceres de mama e útero representaram quase um terço desses óbitos. A comparação internacional mostrou que os coeficientes de incidência de câncer de colo de útero em Recife e Belém foram os mais altos do mundo e os de mama em Fortaleza e São Paulo são próximos dos encontrados nas regiões de mais altas cifras como nos Estados Unidos e alguns países da Europa. São discutidos os principais fatores de risco para os cânceres mais prevalentes entre as mulheres brasileiras, guardando as diferenças culturais, sociais e geográficas, bem como os programas de controle existentes. Conclui-se que os programas, de "screening" e de diagnóstico precoce para o câncer de colo uterino tiveram coberturas muito baixas. Considerou-se que o estabelecimento de uma política assistêncial e de controle que inclua a prevenção e o diagnóstico precoce para os cânceres de colo uterino e de mama nos programas de assistência à mulher deveria ser uma das prioridades de saúde pública, no Brasil.
Article
This study describes trends in cervical cancer mortality among women in Belgium from 1954 to 1989. Data are analysed by means of the standardised mortality rate, age- and cohort-specific mortality rates and standardised cohort mortality ratios. The age-standardised mortality rate decreased progressively from 6.3/100,000 women-years in the first period (1955-1959) to 3.8/100,000 in 1985-1989, indicating a decline of 39.7% over the seven quinquennial periods. A decrease was observed in almost all age groups between 30 and 69 years. In the last 15 years, no further decline, but even a discrete increase, occurred for the age categories younger than 50 years. The successive cohorts born between 1915 and 1939 expressed a continuing lower risk of cervical cancer mortality. This trend was not observed for the most recent generations, for whom even a slight increase of the standardised cohort mortality ratio could be distinguished.
Article
Mortality data, abstracted from the WHO database, are presented in tabular form for 26 cancer sites or groups of sites, plus total cancer mortality, in 35 European countries during the period 1990-1994. Trends in mortality are also given in graphical form for 24 major countries over the period 1955-1994. In most western European countries total cancer mortality was--for the first time--moderately downwards in the early 1990s. Such favourable trends included some decline in lung cancer mortality for males, the persistent decline in stomach cancer for both sexes, and of cervical cancer for women, as well as some decline in breast and colorectal cancers, plus other neoplasms (testis, lymphoid neoplasms), whose treatment has further improved over the last few years. However, cancer mortality was still upwards in a few southern and eastern European countries, including Hungary and Poland, where total cancer mortality rates in middle-aged males are now the highest ever registered in Europe. The favourable trends in western Europe over the recent years are similar to those observed in the U.S.A.
Article
The aim of the present study is to describe the temporal trends in mortality rates of cervical cancer in Shandong Province, China, and to elucidate their likely explanations. Three retrospective surveys of all causes of death in 1970-1974, 1985-1989 and 1990-1992 in Shandong were carried out. An age-period-cohort analysis based on similar survey data from Qixia, a county in Shandong, from 1970 to 1994 was performed. A correlation analysis between prevalence of syphilis and cervical cancer mortality rates three decades later was conducted. A cross-sectional survey of risk factors for cervical cancer was conducted in 1991 in one city and 12 villages in the province. A marked decline in cervical cancer mortality rates was observed from 1970 to 1992 and in successive birth cohorts from 1892 to 1927, and rates remained relatively constant in subsequent birth cohorts through that of 1952. The decline in these rates was strongly correlated with a decline in positive serological tests for syphilis 32 years previously. The percentages of women with selected risk factors were lower in younger women (30-54 years) than in older women (55-69 years) in both cities and rural areas. These trends are compatible with a decrease in risk of exposure to sexually transmitted factors at an early age after the founding of the People's Republic of China in 1949, and a decline in lifetime duration of exposure to possible co-factors in successive birth cohorts who reached sexual maturity before that time.
Article
Previous studies have shown high cervical carcinoma mortality and increasing breast carcinoma mortality in the Appalachian region of the U.S. (which includes parts of 12 states and all of West Virginia). In the current study the authors report trends in breast and cervical carcinoma death rates among women in Appalachia for 1976-1996. Death rates were calculated from information provided on death certificates and reported to the National Center for Health Statistics for Appalachian women and for women living elsewhere in the U.S. ("other U.S. women"). Trends were examined with joinpoint regression techniques overall and by age and race. Average annual mortality rates were calculated by state for 1992-1996 for each state's Appalachian and non-Appalachian areas. Overall breast carcinoma mortality was lower among Appalachian women than among other U.S. women throughout the study period; however, after rates decreased among both groups in the 1990s, the difference appears to have narrowed. No such decline was observed for women age >/= 70 years. Overall cervical carcinoma mortality was higher among Appalachian women than among other U.S. women but decreased during the study period to rates closer to those for other U.S. women. No significant decrease was observed among women age < 50 years. Overall, for both black and white women, breast carcinoma mortality was lower and cervical carcinoma mortality higher among women in Appalachia compared with their counterparts elsewhere in the U.S. For both breast and cervical carcinoma, the average annual death rates (1992-1996) varied by geographic areas within the Appalachian states, but most differences were not significant. Analysis of mortality trends in breast and cervical carcinoma may provide guidance for prevention and control activities to reduce premature mortality from these diseases.
Manual de normas e procedimentos para o controle do câncer cérvico-uterino
  • Ops
OPS. Manual de normas e procedimentos para o controle do câncer cérvico-uterino. Washington, 1985.
Instituto Nacional de Câncer . Estimativa da incidência e mortalidade por câncer no Brasil
  • Brasil
  • Ministério Da Saúde
Brasil.Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa da incidência e mortalidade por câncer no Brasil: 2001. Disponível em: http://www.inca.org.br.
Câncer no Brasil: dados dos registros de base populacional
  • Brasil
  • Ministério Da Saúde
Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Câncer no Brasil: dados dos registros de base populacional. Rio de Janeiro: INCA, 1991.