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The repair of liver experimental wound with fibrin glue and cianoacrilate

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OBJETIVO: estudar comparativamente o uso de cianoacrilato e cola de fibrina no reparo do ferimento hepático, para evidenciar suas respectivas capacidades de integração aos tecidos à curto prazo. MÉTODOS: 30 ratos Wistar-EPM1 foram separados em 2 grupos e submetidos à anestesia com tiopental na concentração de 40mg/kg EV. Realizada laparotomia com exposição do fígado. Usando um "punch" dermatológico de 3mm foi produzido um ferimento padronizado em lobo direito hepático. Os animais do grupo A foram tratados com a colocação de cola de fibrina nos ferimentos, os animais do grupo B tiveram os ferimentos tratados com adesivo de cianoacrilato. No 7º de PO, sob anestesia, os animais sofreram a ressecção do lobo hepático direito e foram coletadas amostras para os procedimentos de estudo histológicos (HE e Picro-Sirius). Foram avaliados, por microscopia óptica, os processos inflamatórios (critérios qualitativos da presença de neutrófilos, células gigantes, granuloma tipo corpo estranho, neovascularização) e, por microscopia de polarização, a quantificação de colágeno (Tipo I-jovem e Tipo III-maduro). RESULTADOS: Os dois adesivos levaram ao efeito hemostático em tempos semelhantes. Os ferimentos tratados com cola de fibrina mostraram maior quantidade de colágeno jovem e maduro e uma maior quantidade de neovascularização, enquanto os ferimentos tratados com cianoacrilato mostraram maior reação de granuloma tipo corpo estranho. CONCLUSÃO: O ferimento tratado com a cola de fibrina apresentou maior neovascularização e maior porcentagem de colágeno tipo I e tipo III demonstrando tendência a uma melhor reparação tecidual, sem formação de granuloma tipo corpo estranho.
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Acta Cirúrgica Brasileira - Vol 19 (1) 2004 - 37
Estudo comparativo do uso de cola de fibrina e cianoacrilato em ferimento de fígado de rato
1. Trabalho na Disciplina de Técnica Operatória da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia
Experimental da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM).
2. Professor Adjunto da Clínica Cirúrgica da UEM.
3. Professor Orientador do Programa de Pós-Graduação em Técnica Operatória e Cirurgia Experimental da UNIFESP-EPM.
4. Professor Adjunto do Depto. de Cirurgia da UNIFESP-EPM e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Técnica Operatória e Cirurgia
Experimental da UNIFESP-EPM.
5. Professor Assistente da Clínica Cirúrgica da UEM.
6 – ARTIGO ORIGINAL
Estudo comparativo do uso de cola de fibrina e cianoacrilato
em ferimento de fígado de rato1
Carlos Edmundo R. Fontes2, Murched Omar Taha3, Djalma José Fagundes4, Marcos Victor Ferreira5,
Orlando R. Prado Filho2, Marino Jose Mardegan5
Fontes CER, Taha MO, Fagundes DJ, Ferreira MV, Prado Filho OR, Mardegan JM. Estudo comparativo do reparo de
ferimento de fígado com cola de fibrina e cianoacrilato. Acta Cir Bras [serial online] 2004 Jan-Fev;19(1). Disponível
em URL: http://www.scielo.br/acb
RESUMO – Objetivo: estudar comparativamente o uso de cianoacrilato e cola de fibrina no reparo do ferimento
hepático, para evidenciar suas respectivas capacidades de integração aos tecidos à curto prazo. Métodos: 30 ratos
Wistar-EPM1 foram separados em 2 grupos e submetidos à anestesia com tiopental na concentração de 40mg/kg EV.
Realizada laparotomia com exposição do fígado. Usando um “punch” dermatológico de 3mm foi produzido um
ferimento padronizado em lobo direito hepático. Os animais do grupo A foram tratados com a colocação de cola de
fibrina nos ferimentos, os animais do grupo B tiveram os ferimentos tratados com adesivo de cianoacrilato. No 7º de
PO, sob anestesia, os animais sofreram a ressecção do lobo hepático direito e foram coletadas amostras para os
procedimentos de estudo histológicos (HE e Picro-Sirius). Foram avaliados, por microscopia óptica, os processos
inflamatórios (critérios qualitativos da presença de neutrófilos, células gigantes, granuloma tipo corpo estranho,
neovascularização) e, por microscopia de polarização, a quantificação de colágeno (Tipo I-jovem e Tipo III-maduro).
Resultados: Os dois adesivos levaram ao efeito hemostático em tempos semelhantes. Os ferimentos tratados com
cola de fibrina mostraram maior quantidade de colágeno jovem e maduro e uma maior quantidade de neovascularização,
enquanto os ferimentos tratados com cianoacrilato mostraram maior reação de granuloma tipo corpo estranho.
Conclusão: O ferimento tratado com a cola de fibrina apresentou maior neovascularização e maior porcentagem de
colágeno tipo I e tipo III demonstrando tendência a uma melhor reparação tecidual, sem formação de granuloma tipo
corpo estranho.
DESCRITORES - Hemostasia. Adesivo tecidual de fibrina. Fígado.
Introdução
A cirurgia é certamente o ramo mais antigo
da terapêutica. Seu início confunde-se na
pré-história com o aparecimento do
homem primitivo, quando em sua luta pela
existência estava continuamente em confli-
tos com animais que caçava ou que o
perseguiam1 , 2, 3. As feridas necessitavam
de tratamento imediato por métodos primi-
tivos como a pressão, a aplicação de mus-
go e teias de aranha 2, 4.
Foi uma exibicionista de circo de nome
Gamba Curta que no início do século XIX,
a primeira pessoa a utilizar uma substância
capaz de colar tecido biológico. Ela fazia
demonstrações de retirada de fragmentos
da própria pele e depois as colava com
uma mistura que produzia a fixação e cica-
trização . O conhecimento destas exibições
permitiu que Barônio (1804) tentasse
transplantes de fragmento de pele da
cauda de ovelhas, usando para a fixação
este mesmo material 2, 4.
Sano (1943) descreve um método para fixar
retalhos de pele sem sutura ou curativos
compressivos, empregando mais princí-
pios de cultura de tecidos do que uma
substância com propriedades adesivas.
Seu método foi empregado por vários au-
tores, tais como Harris, Babcock, Clarke.
Esse método foi usado principalmente em
queimados durante a Segunda Guerra
Mundial 2, 4.
Na década de 50 Bloch utilizou resina de
epoxilina em fraturas experimentais.
38 - Acta Cirúrgica Brasileira - Vol 19 (1) 2004
Fontes CER e col.
Mandarino e Salvatori utilizaram políme-
ros de poliuretano como adesivo também
na consolidação de fraturas 2, 4.
Em 1951 um químico da Eastman Kodak,
determinando as propriedades de monô-
meros derivados de acrilatos, verificou, ao
medir o índice de refração de um destes
compostos, que o mesmo havia colado os
prismas do refratômetro. Surgiu, dessa
forma, o alquil-2-cianoacrilato que recebeu
o nome comercial EASTMAN-910, da
Eastman Kodak Company. No final dos
anos 50 e em toda década de 60, o alquil-
2-cianoacrilato e derivados (com cadeias
laterais mais longas ou mais curtas, retas
ou quebradas) foram utilizados em animais
e na espécie humana como adesivos sinté-
ticos, praticamente em todos os tecidos
orgânicos 1, 3, 4, 5.
Em 1911, paralelamente aos estudos
utilizando substâncias adesivas, Cushing
usou fragmentos de coágulos solidifica-
dos para hemostasia; Grey continuou
experimentos usando fibrina extraída de
sangue ovino para controlar sangramento
de lacerações cutâneas e cerebrais em cães
e gatos. Harvey, por sua vez, converteu
fibrina bovina num material hemostático,
semelhante a papel, usado no reparo de
feridas e em anastomoses intestinais 6, 7, 8.
No entanto, a partir de 1970 é que a cola
de fibrina ganhou nova importância com
o desenvolvimento de técnicas de micro-
cirurgia 7, 8 .
O presente trabalho procurou estudar
comparativamente o uso de cianoacrilato
e cola de fibrina no reparo do ferimento
hepático, para evidenciar a capacidade
integração aos tecidos à curto prazo.
Métodos
Foram usados 30 ratos Wistar EPM1, ma-
chos, peso com variação de 200 a 250
gramas provenientes de Biotério da Uni-
versidade Estadual de Maringá, que foram
separados em 2 Grupos: Grupo A - feri-
mento tratado com cola de fibrina e Grupo
B - ferimento tratado com cianoacrilato.
Os animais foram confinados em gaiolas
apropriadas para ratos em ambiente com
controle de temperatura e umidade. Foto-
período de 12h controlado por “timer”.
Ração peletizada própria para a espécie e
água a vontade.
A anestesia endovenosa foi aplicada pela
veia caudal usando tiopental sódico na
dose de 40mg/Kg de peso.
Tricotomia da região ventral com aparelho
elétrico, anti-sepsia com iodo polividona,
colocação dos panos operatórios esterili-
zados delimitando o campo cirúrgico.
Laparotomia mediana de 3cm de extensão
com bisturi a partir do processo xifóide,
interessando pele, tela subcutânea, mús-
culo reto abdominal e peritônio parietal.
Identificação do lobo direito hepático e
realização de ferimento com “punch”
dermatológico de 3mm de diâmetro e 5mm
de profundidade. Após manobra de com-
pressão e limpeza local do ferimento , nos
animais do Grupo A foi colocado 1ml de
cola de fibrina por gotejamento sobre o
ferimento. Nos animais do Grupo B foi
colocado 1ml de cianoacrilato por goteja-
mento sobre o ferimento. Após a coloca-
ção dos adesivos na área cruenta do fíga-
do foram observados o tempo e eficácia do
efeito hemostático. Ficou estabelecido um
tempo de observação de três minutos para
a concretização do efeito hemostático e
depois a cavidade abdominal foi suturada.
A cavidade foi fechada com fio de polia-
mida 4-0, separadamente, por sutura contí-
nua da camada músculo-aponevrótica e
sutura continua a pele.
No 7º dia de pós-operatório os animais
foram submetidos a laparotomia, usando a
mesma técnica anestésica e mesma técnica
operatória descrita anteriormente, e os
achados macroscópicos foram anotados
em formulário próprio. Os segmentos de
fígado após serem retirados e encami-
nhados para o laboratório de histologia da
Universidade Estadual de Maringá para
preparação histológica pela técnica con-
vencional de inclusão em parafina e seccio-
nados com micrótomo perpendicularmente
à área a ser estudada produzindo cortes
com espessura de 5 micrômeros e corados
com solução de hematoxilina e eosina.
A interpretação dos achados histológicos
teve como base critérios qualitativos da
presença de neutrófilos, células gigantes,
granuloma tipo corpo estranho, neovas-
cularização. As leituras histológicas foram
feitas usando microscopia óptica e com
aumentos de 80x e 100x.
O estudo da presença de colágeno, quan-
to ao aparecimento da forma jovem e ma-
dura, foi feito por coloração dos cortes
histológicos pela técnica de Picrus-Sirius,
a leitura foi feita por microscopia de polari-
zação e as imagens foram analisadas por
analisador de imagens para quantificação
do colágeno tipo I (jovem) e tipo III
(maduro).
Resultados
TABELA 1 – Ratos submetidos a ferimento em fígado e colocação de cianoacrilato ou cola de
fibrina na ferida, segundo a porcentagem de colágeno tipo I nos cortes histológicos observados á
microscopia de polarização (Picrus-Sirius - aumento de 80X).
Grupo A Grupo B
Fibrina Cianoacrilato
6,20 18,10
22,50 12,40
24,00 6,00
35,70 2,00
2,10 8,30
8,70 7,20
0,20 7,70
9,50 3,90
10,40 3,40
29,40 7,70
11,50 2,50
14,60 3,20
13,40 3,00
15,00 5,40
16,70 4,70
Média 14,66 6,37
Análise de variância por postos de Kruskal-Wallis
H calculado = 8,49* H crítico = 5,99
(P=0,02)
Teste de comparações múltiplas
Cola de fibrina > cianoacrilato
Acta Cirúrgica Brasileira - Vol 19 (1) 2004 - 39
Estudo comparativo do uso de cola de fibrina e cianoacrilato em ferimento de fígado de rato
Discussão
O animal escolhido para este estudo foi o
rato devido às suas características bioló-
gicas e seu metabolismo aumentado em
relação ao homem, podendo desta maneira
admitir uma análise tardia em relação ao
processo de cicatrização em tempo menor
de observação. Outro aspecto importante
na escolha foi a facilidade de se obter uma
TABELA 2 – Ratos submetidos a ferimento em fígado e colocação de cianoacrilato ou cola de
fibrina na ferida, segundo a porcentagem de colágeno tipo III nos cortes histológicos observados á
microscopia de polarização (Picrus-Sirius - aumento de 80X).
FIGURA 1 – Fotomicrografia de corte histológico em lesão hepática reparada com cola de fibrina
mostrando a área de regeneração do tecido hepático sem formação de granuloma tipo corpo estranho
(HE – aumento 100X).
Grupo A Grupo B
Fibrina Cianoacrilato
6,30 18,00
7,40 2,00
13,40 0,60
45,00 0,50
7,60 1,20
15,50 0,40
0,10 1,20
17,20 0,20
19,30 0,30
29,80 0,70
12,00 0,40
18,00 0,40
21,80 0,50
26,40 0,60
27,10 0,20
Média 17,79 1,81
Análise de variância por postos de Kruskal-Wallis
H calculado = 24,74* H crítico = 5,99
( p=0,01)
Teste de comparações múltiplas
Cianoacrilato<fibrina
amostra homogênea. A textura e caracte-
rísticas de manipulação do parênquima
hepático do animal simulam, com muita
semelhança, o fígado humano. A literatura
biomédica utiliza com grande freqüência o
rato como modelo de experimentação em
pesquisas do gênero4, 5, 10, 12.
A droga anestésica escolhida foi o tio-
pental sódico na concentração de 40mg/
Kg, por apresentar um bom poder de
sedação e de relaxamento. A via venosa
foi necessária uma vez que o procedimen-
to a ser realizado poderia sofrer interferên-
cia do fármaco se administrado na cavi-
dade abdominal. Não ocorreram acidentes
anestésicos e o período de sedação foi
suficiente para os procedimentos opera-
tórios previstos.
A cola de fibrina é um adesivo de fibrina
composto por fibrinogênio humano alta-
mente purificado, concentrado e pasteuri-
zado, fator XIII e trombina humana que
são reconstituídos em soluções com agen-
te antifibrinolítico e aprotinina, derivado
de tecido pulmonar de bovinos e solução
de cloreto de cálcio, reproduzindo os últi-
mos passos da coagulação representando
um mecanismo fisiológico na hemos-
tásia1,3, 9, 10, 11.
O cianoacrilato age por polimerização ao
contato com as proteínas orgânicas que
funcionam como catalisadores produzin-
do uma reação exotérmica e deixando uma
crosta na superfície da ferida. Deve-se
salientar seu poder bactericida e bacte-
riostático, mínima toxidade tecidual e sua
cor azul facilita a visibilização do produto
no campo operatório1,3, 4, 5,13.
O ferimento padronizado foi estabelecido
à partir do estudo de um grupo piloto. A
área e profundidade escolhidas do feri-
mento foram aquelas em que, se não
usasse nenhum procedimento hemostáti-
co, levaria a um sangramento que persisti-
ria por cerca de dez minutos ou mais.
A hemostasia do ferimento provocado foi
conseguida nos dois grupos antes do
fechamento da cavidade, o que ocorreu
em cerca de três minutos após a aplicação
e que corresponde à cerca de 30% do
tempo que levaria sem uso de produtos
hemostáticos. A análise dos resultados
mostra que ambos os adesivos produziram
a hemostasia em tempos semelhantes
(dentro dos prazos estabelecidos) não
havendo sob este critério nenhuma vanta-
gem de um sobre o outro.
A parte técnica de aplicação de ambos os
adesivos foram semelhantes não havendo,
no procedimento estudado, dificuldades
em aplicação dos adesivos. Não houve
adesividade às luvas cirúrgicas ou ao
instrumental; não houve dificuldade de
formar a placa de adesivo sobre o ferimen-
to; não houve escape ou deslocamento
40 - Acta Cirúrgica Brasileira - Vol 19 (1) 2004
Fontes CER e col.
da placa do adesivo do ferimento; não
houve necessidade de novas aplicações
ou reforço de adesivo sobre o ferimento
Um aspecto que deve ser salientado quan-
to ao uso de ambos os adesivos diz respei-
to à necessidade prévia de compressão e
“limpeza” do ferimento antes da aplicação.
A hemorragia volumosa acelera a polimeri-
zação do cianoacrilato impossibilitando
seu uso, e não permite a reação para obten-
ção do coágulo estável da cola de fibrina.
O manuseio do cianoacrilato deve ser mui-
to cuidadoso, por apresentar poder adesi-
vo maior que a fibrina, o extravasamento
do produto fora da ferida poder levar a
aderências indesejáveis5, 14.
No 7º dia de pós-operatório os fígados de
todos os ratos de ambos os grupos mos-
tram aderências da área lesada à parede
abdominal e ao omento, não sendo obser-
vado sinais de peritonite ou fístula em
nenhum animal. Não houve diferença
estatística quanto a aderências pois em
todos os animais, de ambos os grupos,
elas estiveram presentes e com caracterís-
ticas semelhantes.
A reação inflamatória desencadeada em
ambos os grupos foi muito parecida, sob
o aspecto histológico observado à micros-
copia óptica, quanto à presença de neutró-
filos e células gigantes.
A reação de granuloma tipo corpo estra-
nho foi mais intensa no grupo tratado
com cianoacrilato (Figuras 1 e 2), embora
não tenha sido possível estabelecer uma
significância estatística pela natureza da
análise que foi somente sob o ponto de
vista qualitativo. A maior reação inflama-
tória tipo corpo estranho do adesivo de
cianoacrilato deve-se ao fato de ser um
material sintético e os achados são con-
cordantes com outros trabalhos que usam
dos diversos tipos de cianoacrilatos 1, 3, 5,
12, 14.
O estímulo a neoformação vascular foi
maior no grupo tratado com cola de fibrina
(Figura 1) como é característico deste tipo
de adesivo e destacado por outros traba-
lhos na literatura 6, 7, 8, 9, 12. A neovascu-
larização é tida como uma grande vanta-
gem do adesivo de fibrina pois estaria
facilitando a reparação tecidual e a cicatri-
zação.
A cicatrização é uma série de eventos bio-
lógicos que começa com a hemostasia,
mas que, a seguir, envolve uma resposta
FIGURA 4 - Fotomicrografia de corte histológico de ferimento de fígado tratado com cianoacrilato,
menor trama de colágeno com predomínio de colágeno maduro-Tipo III (Picrus-Sirius - aumento
de 80X).
FIGURA 2 – Fotomicrografia de corte histológico em lesão hepática reparada com cola de fibrina
mostrando a alteração estrutural na área de regeneração do tecido hepático com formação de
granuloma tipo corpo estranho (HE – aumento 100X).
FIGURA 3 - Fotomicrografia de corte histológico de ferimento de fígado tratado com cola de
fibrina e o predomínio de colágeno jovem -Tipo I (Picrus-Sirius - aumento de 80X).
Acta Cirúrgica Brasileira - Vol 19 (1) 2004 - 41
Estudo comparativo do uso de cola de fibrina e cianoacrilato em ferimento de fígado de rato
inflamatória, a formação de tecido conjun-
tivo e a remodelagem da ferida.
A cicatrização constitui fenômeno quími-
co, físico e biológico que ocorre após lesão
de qualquer natureza, possuidora de vá-
rias fases que se superpõem e se relacio-
nam reciprocamente, constituindo um
processo harmônico, único e contínuo5
Das fases da cicatrização destaca-se a de
fibroplasia notada 48 horas após a execu-
ção da lesão, caracterizada pela invasão
de fibroblastos que se multiplicam, prolife-
ram e passam a secretar as proteínas
características do tecido em reparação2.
O fibroblasto produz a substância funda-
mental (amorfa-mucopolissacarídeos)
envolvida com a produção e orientação
das fibras colágenas bem como o tamanho
dessas fibras e a síntese propriamente de
colágeno7.
As primeiras fibras colágenas surgem em
quatro a cinco dias. No início da fase proli-
ferativa , a síntese e a lise de colágeno se
dão simultaneamente. Qualquer intensi-
ficação da lise ou atraso ou diminuição da
síntese podem causar a deiscência de uma
ferida ou anastomose11, 12.
O colágeno é o responsável pela força e
integridade de todos os tecidos, sendo
que a força e a integridade do tecido de
reparação reside no tipo e na quantidade
de fibras colágenas8, 15.
Portanto, é de grande relevância na repa-
ração tecidual a concentração de fibras
de colágeno que dão orientação as células
epiteliais que migram sobre a superfície
lesada. Estas fibras são classificadas em
tipo I e III conforme seu grau de maturação,
a mensuração destas fibras é de extrema
importância quando queremos comparar
a reparação tecidual15, 16, 17, 18.
O uso da coloração de picrosirius foi de
grande importância para a mensuração do
colágeno jovem e maduro ao colorir a
proteína das fibras em verde a forma jovem
e vermelho a madura ( tipo I, e III ).
A observação na microscopia de polari-
zação por birrefrigência permitiu a
identificação e quantificação dos dois
tipos de colágenos. A cola de fibrina
favoreceu o aparecimento de fibras
colágenas tanto do tipo I quanto do tipo
III (Figuras 3 e 4) em porcentagem
estatisticamente significante em relação
ao cianoacrilato favorecendo desta forma
a reparação tecidual (Tabelas 1 e 2).
Considerando os dados obtidos pode-se
afirmar que do ponto de vista técnico a
aplicação de ambos os adesivos foram
equivalentes. No entanto do ponto de
vista histológico o adesivo de fibrina
mostrou-se mais adequado uma vez que
causou menor reação tipo corpo estranho
e está associado a uma maior quantidade
de fibras colágenas, o que configura um
processo de reparação ou cicatrização mais
favorável.
Conclusões
O ferimento tratado com a cola de fibrina
apresentou maior neovascularização e
maior porcentagem de colágeno tipo I e
tipo III demonstrando tendências a uma
melhor reparação tecidual.
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wound with fibrin glue and cianoacrilate. Acta Cir Bras [serial online] 2004 Jan-Feb;19(1). Available from URL: http:/
/www.scielo.br/acb
ABSTRACT - Purpose: To determinate the role of cianoacrilate and fibrin glue in the repair of the hepatic wound, to
evidence the hemostatic capacity of the adhesives and their respective integration to the hepatic tissue. Methods: 30
rats Wistar-EPM1 were separate in 2 groups and submitted to the anesthesia with tiopental in the concentration of
40mg/kg EV. Laparotomy was made with exhibition of the liver. A punch of 3mm was made in the hepatic right lobe.
The animals of group A were treated with the placement of fibrin glue in the wounds, the animals of group B had the
wounds treated with cianoacrilate. In the 7th of post-operative period, under anesthesia, the animals suffered the
resection of the right hepatic lobe and samples were collected for the histology study procedures (HE and Picro-
Sirius). They were appraised for optical microscopy, the inflammatory response (qualitative criteria of the neutrofiles
presence, giants cells, granuloma, neovascularization) and for polarization microscopy, the quantification of collagen
(I-young Type and III-matureType). Results: The two adhesives had hemostatic effects in similar times. The wounds
treated with fibrin glue showed larger amount of young and mature collagen and a larger amount of neovascularization,
while the wounds treated with cianoacrilate showed larger reaction of granuloma. Conclusion: Fibrin glue and
cianoacrilate have similar hemostatic effects. The wound treated with fibrin glue present larger neovascularization
and larger percentage of collagen type I and type III showing tendency to a better tissue repair without formation of
granuloma.
KEY WORDS - Hemostasis. Fibrin tissue adhesive. Liver.
Conflito de interesse: nenhum
Fonte de financiamento: CEDITEC
Correspondência:
Carlos Edmundo R. Fontes
Hospital Universitário Regional de Maringá – Depto. Medicina
Av Mandacaru, 1590
87080-000 Maringá - PR
cfontes@teracom.com.br
Data do recebimento: 25/11/2003
Data da revisão: 16/12/2003
Data da aprovação: 03/01/2004
Fotos coloridas disponíveis em www.scielo.br/acb
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Article
Fibrin glue is a biologic hemostatic agent that coagulates and seals upon application. It is made by combining human fibrinogen concentrate with standard thrombin solutions containing calcium. Similar to epoxy glue, the two components are applied simultaneously in equal volumes resulting in an almost instantaneous formation of a coagulum. Fibrinogen concentrate is prepared in the blood bank from single donor plasma. Fibrin glue can be applied topically or injected into the parenchyma of solid organs. Twenty-six patients sustained hepatic or splenic trauma from May through August 1989--17 liver and nine splenic injuries. The glue was effective after one application in 21 patients and after a second in five. Hemostasis was achieved despite coagulopathy and thrombocytopenia in eight patients. There were no re-explorations for bleeding, and nine complications occurred in six patients. Our experience suggests fibrin glue is an effective, underutilized adjunctive hemostatic agent in trauma.
Article
In the United States, there has been a trend away from hepatic resection in favor of nonresectional techniques for patients with severe hepatic injury. However, we consider that hepatic resection is more effective and safer, provided that it is performed appropriately. In 1985, we adopted a new protocol for patients undergoing hepatectomy for severe hepatic injury (class IV and V by Moore's classification). This protocol consists of criteria for hepatectomy and application of adjunctive procedures. Since 1985, we have treated 130 patients with hepatic injuries, including 24 patients (20 who underwent hepatectomy) with class IV hepatic injury and 13 patients (ten who underwent hepatectomy) with class V injury. The mortality rates of the patients with hepatic injury with class IV and V injury were 21 and 46 percent, respectively. The mortality rates for patients who underwent hepatectomy, including formal lobectomy to treat class IV and V injury, were 5 and 33 percent, respectively. The mortality rates of the patients with hepatic injury with class IV injury and the hepatectomy patients in both groups were significantly improved after introduction of the protocol. In addition, the outcome was superior to those reported by several trauma centers in the United States. Thus, we conclude that hepatectomy, including formal lobectomy, should be considered as one of the preferred treatment modalities for severe hepatic injury.
Article
The spleen and liver are the most frequently injured organs during blunt and penetrating abdominal trauma. Emergency laparotomy is crucial for early control of bleeding and to prevent "secondary" injury as a result of physiologic splanchnic vasoconstriction and free oxygen radicals. Altogether 98 patients with spleen and liver injuries were treated over an 8-year period. Primary orthotopic spleen preservation could be achieved in 46 of 63 patients. In 58 patients with hepatic trauma, hemostatic treatment was chosen based on the severity of the injury. Nonoperative management was used for four splenic and seven hepatic trauma patients. The most commonly used techniques were fibrin sealing, suturing, and débridement for hepatic injury and mesh splenorrhaphy, fibrin glue, and partial resection with a TA stapler for splenic injury. The death of patients with complex injuries was mainly due to preclinical massive blood loss and multiple organ failure.
Article
There are few well-controlled studies of the clinical efficacy of fibrin sealant, defined by lives saved or reduced need for blood transfusions. Evaluation of fibrin sealant in trauma situations, e.g. liver laceration, has been difficult to perform. Only recently has fibrin sealant been actively promoted by US manufacturers as a commercially valuable alternative to the relatively inexpensive crude bovine thrombin and cryoprecipitate that are in current use. Regulatory agencies and manufacturers are aware that patients in the USA are receiving a suboptimal form of fibrin glue since cryoprecipitate is not virally inactivated and has a variable fibrinogen concentration. In addition, bovine thrombin is not regulated with respect to factor V content or any other impurities. During the past year regulatory agencies, together with manufacturers and clinicians, have begun to define clinically valid endpoints for efficacy of a commercially prepared fibrin sealant. These may include improvement in hemostasis compared with a placebo or agents considered to be 'standard of care'. Thus, the regulatory agencies may be willing to consider studies in animals that demonstrate efficacy as well as surrogate endpoints, such as reduced factor concentrate requirements in patients with severe hemophilia requiring dental extraction. As fibrin sealant becomes available in a liquid and potentially in a bandage form, it may also become an essential matrix for recombinant factors that can affect endothelial function.
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Most blunt hepatic trauma patients can be managed nonoperatively. The current failure rate in adult blunt hepatic trauma is reportedly 0 to 19%. We wished to evaluate the applicability of laparoscopy and fibrin glue as a minimally invasive alternative to laparotomy in these unsuccessfully nonoperative cases. All adult patients with blunt hepatic trauma managed nonoperatively at Linkou, Chang Gung Memorial Hospital Medical Center, Taipei, Taiwan, over a 2-year period from July 1, 1994, to June 30, 1996, were eligible for the study. A laparoscopic examination was performed on those who failed conservative care before undertaking an exploratory laparotomy. Fibrin glue was sprayed over the wound surface if ongoing hemorrhage was evident from any liver laceration. The clinical data, operative and laparoscopic findings, operative methods, and outcomes of these patients were studied. Of the 61 patients, 55 patients were successfully treated without operation. Of the six failures (10%) all were liver related. After the introduction of laparoscopy, the nontherapeutic laparotomy rate would have decreased from 100% (6 of 6) to 50% (3 of 6), and with the adjunctive use of fibrin glue, the laparotomy rate went down to 0% (0 of 6). There were no deaths among the six patients receiving laparoscopy and fibrin glues; and only one developed a liver abscess, for a morbidity rate of 17% (1 of 6). The selective use of laparoscopy and fibrin glue can effectively reduce the nontherapeutic laparotomy rate among blunt hepatic trauma patients who fail nonoperative management.
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We determined the ability of a packaged fibrin glue (FG) product to terminate severe bleeding in a new porcine model of complex hepatic injury. Femoral arterial and venous catheters were placed in pentobarbital-anesthetized swine (n=7 per group, 16-18 kg). Pigs received an external blast to the right upper abdomen at 0 minutes, followed by uncontrolled hemorrhage at 0 to 30 minutes, with anticoagulation (heparin, 200 U/kg) at 10 minutes. Pigs were resuscitated with lactated Ringer's solution (20 mL/kg) beginning at 15 minutes and then underwent laparotomy to control bleeding at 30 minutes. Lactated Ringer's solution was infused to keep mean arterial pressure greater than 70 mm Hg until 120 minutes, when repeat laparotomy was performed. Control animals (group 1) underwent routine surgical procedures to terminate bleeding followed by packing if hepatic bleeding continued. The FG animals (group II) underwent routine surgical procedures plus application of FG. Avoidance of packing, estimated blood loss (EBL) during and after laparotomy, and fluid resuscitation volume were the primary end points studied. In both groups, mean arterial pressure varied significantly from baseline to 120 minutes (group I: 100+/-3 to 52+/-11 mm Hg; group II: 99+/-4 to 66+/-3 mm Hg). Temperature decreased at the end of each experiment (group I: 37+/-1 to 33+/-1 degrees C; group II: 37+/-1 to 34+/-1 degrees C). There were no group differences in EBL before laparotomy (0-30 minutes), but from initial laparotomy to repeat laparotomy (30-120 min), EBL (group I: 875+/-265 mL; group II: 300+/-59 mL) and total fluid resuscitation (group I: 2.9+/-0.4 L; group II: 1.9+/-0.3 L) were statistically significantly less in FG pigs. Of greatest importance, six of seven control pigs required packing, but none of the FG animals were packed and none bled at repeat laparotomy. FG stopped bleeding and eliminated the need for packing in a model of severe liver injury. Further work in the clinical arena is warranted to determine the potential benefits of FG in arresting hemorrhage in hypotensive, hypothermic, coagulopathic trauma patients with complex visceral injuries.
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Ensuring adequate haemostasis is a major difficulty in the field of liver surgery. This study aimed to evaluate a novel fibrin sealant (Vivostat), designed for autologous preparation, in a porcine model of partial hepatectomy. Thirty-six Large White Landrace pigs underwent partial left hepatectomy by finger fracture under portal vascular inflow occlusion. Animals were randomized to treatment of the resected surface with either fibrin sealant (Vivostat, n = 12) or regenerated oxidized cellulose gauze (Surgicel, n = 12), or were left untreated (controls, n = 12). Blood loss from the resection margin was measured at 2-min intervals for 10 min, and the time to haemostasis was recorded. Following complete haemostasis the animals recovered for 7 days. Median (range) blood loss in the control group was 94.3 (17.3-467.0) g, and was significantly reduced with Vivostat (13.8 (5.5-150.9) g) and Surgicel (22.8 (5.8-67.3) g). Median (range) time to haemostasis in controls (31 (12-52) min) was also significantly reduced by Vivostat (8 (0-32) min) and Surgicel (10 (0-19) min) (both P < 0.001 versus controls, Kruskal-Wallis test). The novel fibrin sealant, Vivostat, is as effective as Surgicel cellulose gauze in achieving haemostasis after porcine partial hepatic lobectomy.
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The majority of early trauma deaths are attributable to uncontrolled hemorrhage from truncal sites. A hemorrhage-control technique that reduced bleeding in the prehospital phase of treatment without requiring manual compression may improve the outcome of these patients. We conducted this preliminary study to determine whether an expanding fibrin sealant foam (FSF) would reduce bleeding from a severe liver injury even during resuscitation. Rats (n = 31; 291 +/- 5 g; 37.4 +/- 0.3 degrees C; mean +/- SEM), underwent a 60 +/- 5% excision of the median hepatic lobe. The animals received one of three treatments: (1) FSF, (2) immunoglobulin G placebo foam (IgGF), or (3) no treatment. All animals were resuscitated with 40 degrees C lactated Ringer's solution at 3.3 mL/ min/kg to a mean arterial pressure of 100 mm Hg. Total blood loss, mean arterial pressure, and resuscitation volume were recorded for 30 minutes. A qualitative measure of foam coverage and adherence to the cut liver edge was recorded. The total blood loss was less (p < 0.01) in the FSF group (21.2 +/- 5.0 mL/kg) than in either IgGF (41.4 +/- 4.3 mL/kg) or the no treatment group (44.6 +/- 4.7 mL/kg), which did not differ. The resuscitation volume was not different. The amount of foam used in the treated groups, 9.1 +/- 1.0 g in the FSF group and 10.0 +/- 1.0 g in the IgGF group, did not differ. Survival for 30 minutes was not different among groups. There was no difference in the amount of cut liver covered by either foam, but the clots were more adherent (p < 0.05) in the FSF group than in the IgGF group. In rats with a severe liver injury, spraying fibrin foam directly on the cut liver surface decreased blood loss when compared with placebo foam and no treatment. This pilot study suggests a future possible treatment for noncompressible truncal hemorrhage.
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2-Octyl cyanoacrylate tissue adhesive is increasingly being used for closure of traumatic lacerations. Data regarding the strength of incisions closed with 2-octyl cyanoacrylate are limited. We compared the strength of disruption of closure with glue with that of more conventional methods of wound closure. Segments of fresh porcine skin measuring 3.5 x 10 cm were approximated by one of four methods: 1) 2-octyl cyanoacrylate glue, 2) surgical staples, 3) 0.5 inch Steri-Strips, and 4) interrupted 4-0 poliglecaprone 25 sutures in a subcuticular fashion. Fifteen specimens were used to test each type of closure. The strength of closure was tested on an Instron 4502 tensionometer. The peak force required for disruption of the closure was recorded and the strength of the closure was compared. Staples provided the strongest closure. Skin glue proved superior to Steri-Strips but inferior to stapled closure. The difference between skin glue and suture closure was not statistically significant (P = 0.12). Patterns of failure differed between the groups. Skin glue failed because of disruption of the skin-glue interface. 2-Octyl cyanoacrylate glue provides a wound closure that is similar to closure with an interrupted subcuticular absorbable suture. This study validates the clinical use of skin glue for closure of surgical incisions. The technique should be used with caution in areas of the body that are subject to tension.