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A teoria evolutiva de Lamarck

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Quando se fala sobre teorias da Evolução Biológica, dois grandes nomes são logo lembrados: Lamarck e Darwin. O naturalista francês é muitas vezes considerado como “aquele que estava totalmente errado”, e Darwin como “aquele que estava totalmente certo”. Entretanto, essa fama é injusta. A trajetória científica de Lamarck mostra grandes acertos, e parte dos erros que ele cometeu estão presentes também na obra de Darwin.
Rosana Tidon
Laboratório de Biologia Evolutiva, Departamento de Genética e Morfologia,
Instituto de Ciências Biológicas, Universidade de Brasília
Autor para corespondência: rotidon@pq.cnpq.br
CONCEITOS EM GENÉTICA
Quando se fala sobre teorias da Evolução Biológica, dois
grandes nomes são logo lembrados: Lamarck e Darwin.
O estudioso francês é muitas vezes considerado como aquele
que estava errado, e Darwin, como aquele que estava certo.
Entretanto, essa fama é injusta. A trajetória científica de
Lamarck mostra grandes acertos, e parte dos erros que ele
cometeu estão presentes também na obra de Darwin.
A teoria evolutiva de
LAMARCK
A
Evolução Biológica é ocasionalmente
abordada no segundo ciclo do Ensino
Fundamental, e mais frequentemente no úl-
timo ano do Ensino Médio. Nessas ocasiões,
as teorias de Lamarck e de Darwin são mui-
tas vezes comparadas de forma equivocada,
favorecendo confusões conceituais. A teoria
de Darwin é tradicionalmente relacionada
à Seleção Natural, enquanto que a de La-
marck costuma ser caracterizada por duas
ideias principais: a Lei do Uso e Desuso” e
a Herança dos Caracteres Adquiridos”. Essa
simplificação conduz a uma interpretação
errônea das ideias desses dois grandes na-
turalistas, principalmente das de Lamarck
(FREZZATTI-JUNIOR, 2011). Este ar-
tigo revisita a teoria de Lamarck, e compara
alguns de seus aspectos com a proposta por
Darwin. Nessa abordagem serão tratados
os principais conceitos associados ao lamar-
ckismo, frequentemente mal interpretados
nos textos didáticos. O objetivo é propiciar
ao professor um panorama mais completo e
preciso das ideias desses dois grandes evolu-
cionistas.
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CONCEITOS EM GENÉTICA
AS IDEIAS DE LAMARCK
O francês Jean-Baptiste Pierre Antoine de
Monet (1744-1829), que herdou do pai
o título de cavaleiro de Lamarck, não foi o
primeiro a admitir mudanças nas espécies ao
longo do tempo. Antes dele, outros filósofos
naturais desenvolveram ideias sobre a trans-
formação das espécies. Dentre eles podemos
citar seu conterrâneo famoso, Georges Louis
Leclerc (conde de Buffon, 1707-1788), e o
inglês Erasmus Darwin (1731-1802), avô de
Charles Darwin (1809-1882). Entretanto,
embora esses antecessores admitissem mu-
danças nas espécies ao longo do tempo, eles
não desenvolveram teorias sistematizadas
sobre a transformação e origem das espécies.
Lamarck era um observador atento dos fatos
para, baseado neles, propor explicações. Ele
foi o primeiro a propor uma sistema teóri-
co completo para explicar as mudanças das
espécies ao longo do tempo, embora nunca
tenha usado o termo “evolução” ou “transfor-
mação” para se referir a essas mudanças.
A Teoria de Lamarck, em livros didáticos e
salas de aula, costuma ser associada às leis do
uso e desuso e herança dos caracteres adqui-
ridos. Esses dois mecanismos realmente são
componentes importantes da teoria lamar-
ckista, mas não capturam adequadamente
toda a essência da obra desse grande pensa-
dor. A compreensão dessa teoria pelos estu-
dantes será mais produtiva se abordada com
base nos quatro princípios apresentados no
quadro 1.
A ideia por trás dessa lei é que, quando ex-
postos a novas circunstancias ambientais,
os fluidos internos dos animais se movi-
mentam e abrem novas passagens entre as
células. Dessa forma, eles poderiam criar
novos órgãos, com o uso. Lamarck ilustrou
este ponto comparando os órgãos de um
animal recém-nascido com os de sua vida
adulta. Segundo ele, a observação de como
corpo de um indivíduo muda ao longo do
seu desenvolvimento ontogenético ilustra-
ria o funcionamento desta lei.
Segundo o naturalista francês, alguns hábi-
tos dos animais poderiam induzir mudan-
ças estruturais, por uso ou desuso. O caso
mais famoso é o do pescoço das girafas. La-
marck argumentou que o hábito (não cons-
ciente) de esticar o pescoço para se alimen-
tar na copa das árvores teria conduzido ao
aumento do tamanho dessa estrutura, no
decorrer das gerações. Para ilustrar o efeito
do desuso nos animais Lamarck usou, den-
tre muitos outros exemplos, toupeiras que
não usam o sentido da visão, aves mantidas
em cativeiro que perdem a capacidade de
voo, a ausência de pernas em serpentes e de
dentes em baleias. Ou seja, ele foi um bom
observador de órgãos vestigiais.
Lamarck era também um botânico expe-
riente, e percebeu que determinadas gramí-
neas tornavam-se raquíticas em primaveras
mais secas, mas que em primaveras pre-
dominantemente quentes e úmidas essas
plantas cresciam mais fortes e vigorosas.
O mesmo fenômeno ele relatou para a al-
titude. Sementes de uma mesma espécie,
quando cultivadas em altitudes diferentes,
podem gerar plantas morfologicamente
bem diversas. Nos dois casos, a interpreta-
ção é que o ambiente induziu mudanças na
forma da planta. Ou seja, o clima e a dispo-
nibilidade de recursos, que variam notavel-
mente entre diferentes localidades, teriam
uma forte influência na constituição física
dos organismos. Por fim, Lamarck atribuía
uma grande importância ao tempo (MAR-
TINS; BAPTISTA, 2007). Ele reconhecia
que algumas mudanças só seriam possíveis
se considerássemos períodos muito longos
de tempo.
PRINCÍPIOS DA TEORIA DE LAMARCK
1. Ocorrência frequente de geração espontânea
2. Lei do uso e desuso
3. Herança dos caracteres adquiridos
4. Aumento da complexidade e progresso
QUADRO 1.
QUADRO 2.
Hipócrates de Cós (460-370 a.C.)
Esse médico grego foi um observador atento das variações dentro e entre populações
humanas. Ele sugeriu as leis do uso e desuso, herança dos caracteres adquiridos, para
explicar que “O clima e outros fatores regionais seriam os responsáveis pelas diferenças
entre pessoas que vivem em lugares diferentes”.
1. Novas linhagens evolutivas
surgem frequentemente
por geração espontânea
No início do século XIX, Lamarck defendia
que, sob certas condições, a matéria inanima-
da poderia gerar formas simples de vida que
ele chamou de “germes” (ébauches). Ele acre-
ditava que a chave para a geração espontânea
seria a força de fluidos ativos que atuariam
sobre a matéria gelatinosa. Dessa maneira,
pela força da natureza, seriam continuamen-
te produzidos organismos muito simples,
sem órgãos especializados. Segundo Lamar-
ck, esses organismos iniciais classificavam-se
em pelo menos dois tipos: os que seguiriam
como plantas e os que seguiriam como ani-
mais.
2. Adaptação ao ambiente
por uso e desuso
Como muitos de sua época, Lamarck de-
fendia que o uso continuado de um órgão
tenderia a desenvolvê-lo, enquanto que seu
desuso causaria sua redução. Embora a ideia
já fosse muito antiga quando Lamarck a in-
corporou em sua teoria (quadro 2), ela ficou
conhecida como “Primeira Lei de Lamarck”.
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Figura 1.
A teoria de Lamarck pressupõe
diversos eventos independentes
de geração espontânea, ao longo
do tempo, produzindo linhagens
que evoluem progressivamente
em direção ao aumento da
complexidade.
linhagens podem progredir por caminhos
evolutivos diversos, em função do ambiente
que elas ocuparam durante a trajetória. A
escala dos animais, por exemplo, teria início
com organismos muito simples, como póli-
pos ou infusórios, os quais depois de muitas
gerações se tornariam vermes ou radiários,
posteriormente aracnídeos ou insetos, e
assim por diante (tabela 1). Em síntese, to-
das as linhagens evoluiriam em direção ao
progresso, mas para isso poderiam trilhar
caminhos evolutivos diferentes devido à in-
fluência dos ambientes que ocuparam nesse
trajeto.
Escala de
organização
Formas simples geradas espontaneamente
Tempo
Espécies
atuais
Progresso
ESTÁGIO REPRESENTANTES
1oPólipos e infusórios
2oVermes e radiários
3oAracnídeos e insetos
4oMoluscos, cirripédios, anelídeos e crustáceos
5oPeixes, anfíbios e répteis
6oAves, mamíferos
Adaptado de http://itc.gsw.edu/faculty/bcarter/histgeol/paleo2/chain2.htm
Tabela 1.
Estágios da evolução animal,
segundo Lamarck. A evolução
de uma linhagem não pressupõe
que ela passe por todos os
grupos dentro de um mesmo
estágio. Por exemplo, os seres
muito simples, do primeiro
estágio, podem atravessar o
segundo como vermes ou como
radiários.
3. Continuidade evolutiva ao longo
das gerações pela herança
dos caracteres adquiridos
Lamarck defendia que todas as mudanças
estruturais, causadas pelo uso ou desuso de
determinados órgãos, seriam transmitidas
para a geração seguinte. Ou seja, os descen-
dentes herdariam as modificações adquiridas
(ou perdidas) por seus ancestrais. A ideia da
herança dos caracteres adquiridos, apesar de
também muito antiga e amplamente difundi-
da entre os intelectuais dos séculos XVIII e
XIX, tornou-se conhecida como a “Segunda
lei de Lamarck”.
Sobre nossa história evolutiva, Lamarck
especulou que ... se algum quadrúmano, so-
bretudo dentre os mais aperfeiçoados, viesse a
perder (pela necessidade da circunstância ou
alguma outra causa) o hábito de subir em árvo-
res e segurar galhos com seus pés, como fazem
com suas mãos ao se pendurar, e se os indiví-
duos dessa raça, ao longo de uma sucessão de
gerações, fossem forçados a usar seus pés ape-
nas para o movimento e parassem de usar suas
mãos como pés, não há dúvida (...) de que eles
seriam nalmente transformados em bípedes”
(LAMARK, 1809, p.309).
4. Progressão mediante
aumento da complexidade
Uma vez originados por geração espontâ-
nea, organismos inicialmente muito simples
progrediriam de uma forma a outra, no de-
correr das gerações, em uma escala crescente
de complexidade. A força ativa dos fluidos
os transportaria ao seu destino evolutivo,
através de uma escala progressiva que con-
duziria à perfeição. Lamarck não supôs que
diferentes espécies descendem de ancestrais
comuns. Ele interpretava a diversidade bio-
lógica que o rodeava como um conjunto de
formas derivadas de diferentes eventos de
geração espontânea. Os organismos que des-
cendem de linhagens mais antigas seriam
mais complexos porque tiveram mais tempo
para evoluir. Representantes de linhagens
que surgiram por geração espontânea mais
recentemente, por outro lado, seriam mais
simples.
A essência da teoria lamarckista está re-
presentada na figura 1. Observa-se que os
eventos de geração espontânea ocorrem ao
longo do tempo, e seguem suas trajetórias
em direção ao aumento da complexidade.
Entretanto, é importante ressaltar que as
Dado o cenário acima, não é surpresa que
Lamarck considerava artificial a classificação
dos seres vivos em espécies, gêneros, famílias,
ordens e classes: para ele apenas os indivídu-
os têm existência real. Uma espécie gradati-
vamente se tornaria outra, mais complexa,
ao longo de sua jornada evolutiva através das
gerações.
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LAMARCK E DARWIN
Embora seja frequentemente ensinado que a
teoria de Charles Darwin não tem nada em
comum com a de Lamarck, esse não é exata-
mente o caso. Ambos postularam mudanças
biológicas ao longo do tempo, e atribuíram
uma enorme influência do ambiente nesse
processo. Os dois evolucionistas também
reconheceram importância do uso e desuso
e da herança dos caracteres adquiridos na
evolução biológica, embora tenham aborda-
do essas ideias em suas teorias de formas di-
ferentes. Para Lamarck, essas duas leis con-
duziam à adaptação dos organismos aos seus
ambientes. Para Darwin, por outro lado, elas
explicavam a origem da variação sobre a qual
a seleção natural atua.
A constatação de que Darwin se referiu às
leis do uso e desuso e herança de caracteres
adquiridos surpreende muitos estudantes.
No capítulo sobre “Leis da Variação do livro
A Origem das Espécies”, ele se refere aos efei-
tos do uso e desuso dizendo: “Com base nos
fatos mencionados no primeiro capítulo, acho
que deve ter restado pouca dúvida quanto à
ideia de que, entre os animais domésticos o uso
reforça e desenvolve certas partes de seus corpos,
enquanto o desuso as atroa, e que tais modi-
cações são hereditárias”. Lembre-se de que
Darwin não conheceu as ideias de Mendel, e
que a teoria hereditária vigente na época (he-
rança por mistura, mediada pela pangênese)
pressupunha que os descendentes de um ca-
sal tenderiam a ser intermediários entre eles.
A predição desse modelo é que as gerações se
tornariam cada vez mais uniformes ao longo
do tempo, perdendo, portanto, variabilidade.
Nesse cenário, Darwin solucionou esse dile-
ma, argumentando que indivíduos de uma
mesma ninhada (mesmo que muito seme-
lhantes ao nascimento por serem intermedi-
ários entre seus genitores) poderiam se dife-
renciar ao longo da vida em função do uso
ou desuso de diferentes estruturas. Se essas
diferenças acumuladas fossem passadas para
a geração seguinte, então teríamos uma fon-
te para variações observadas nas populações
naturais e domesticadas. É importante res-
saltar que as leis do uso e desuso e da heran-
ça de caracteres adquiridos não fazem parte
da teoria evolutiva moderna, estabelecida no
século XX.
Apesar das semelhanças superficiais entre as
teorias de Lamarck e Darwin, elas são essen-
cialmente diferentes. A evolução por seleção
natural conduz a mudanças ao longo das
gerações que – embora fortemente influen-
ciadas pelo ambiente – não são necessaria-
mente progressivas. Lamarck – por outro
lado - via a evolução biológica como uma
mudança que implicava aumento de comple-
xidade, como uma marcha progressiva para
a perfeição. Esse “progresso” era o item das
ideias evolucionistas de Lamarck que Da-
rwin chamava de “disparate”, e representa
uma das grandes diferenças entre as teorias
desses dois grandes naturalistas. Por fim,
Darwin evitou abordar questões religiosas
em seus textos, enquanto Lamarck atribui
claramente o curso do processo evolutivo ao
“supremo autor de todas as coisas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As conclusões de Lamarck parecem mais in-
tuitivas e persuasivas que as de Darwin. Por
causa disso, muitas pessoas (mesmo acredi-
tando conhecer as diferenças entre as teorias
de ambos) usam inconscientemente raciocí-
nios baseados no uso e desuso e herança dos
caracteres adquiridos para explicar a mudan-
ça biológica. Dentre as obras avaliadas no
Programa Nacional do Livro para o Ensino
Médio (SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
BÁSICA, 2006), por exemplo, algumas in-
duziam o estudante a pensar que o proces-
so evolutivo é linear, progressivo, e conduz à
perfeição (ROCHA et al. 2007). Como con-
sequência desse entendimento equivocado,
o aprendiz é levado a pensar em organismos
“superiores” e “inferiores”, em répteis viventes
que descendem de anfíbios viventes, e assim
por diante. Essas concepções equivocadas,
que também foram identificadas entre profes-
sores de Ensino Médio (TIDON; LEWON-
TIN, 2004), se opõem à Teoria de Darwin e
são compatíveis com a Teoria de Lamarck.
Em suma, podemos dizer que, apesar dos
esforços empreendidos até o momento, a
teoria de Lamarck ainda continua mal com-
preendida e representa uma fonte fértil de
equívocos conceituais. Nesse contexto, este
artigo forneceu subsídios para uma compre-
ensão mais profunda das contribuições desse
notável filósofo naturalista.
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O presente artigo apresenta a aplicação de um jogo de tabuleiro em turmas de Biologia do 3º ano do Ensino Médio durante as aulas remotas no Instituto Federal do Piauí - Campus Teresina Central. Dentro do contexto da pandemia do SARS-COV 2, muitas escolas adotaram o modelo de aulas virtuais, a partir disso, muitas complicações surgiram desde 2020 e uma delas é a forma de ensinar, em que, apesar de ferramentas tecnológicas serem utilizadas, a falta de contato e interações afetam a qualidade do ensino, por isso, faz-se necessário o uso de metodologias ativas que vão motivar os alunos e tornar a aprendizagem mais interessante e dinâmica. Em biologia, alguns conteúdos são transversais e atemporais, como é o caso da Evolução Biológica, estudada desde o Ensino Fundamental, até suas formas mais aprofundadas. A partir dessa necessidade foi criado o jogo de tabuleiro Bio Evolution com o objetivo de validar o uso de metodologias ativas e analisar a aprendizagem decorrente de sua execução nos conteúdos de Evolução. Para isso, foram elaborados três formulários, o primeiro contendo questões relativas ao perfil dos alunos e específicas de Evolução, que foi aplicado antes do jogo didático. O segundo questionário contendo questões de avaliação do jogo didático e da metodologia utilizada e também possui questões específicas do conteúdo de Evolução retiradas da Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB). E finalmente, o terceiro formulário que foi um simulado, aplicado 5 dias após a aplicação do jogo, contendo cinco questões da OBB, para validação de aprendizagem. A partir da análise dos resultados foi verificado que os alunos demonstraram uma aprendizagem significativa dos principais conceitos de Evolução Biológica e se mostraram muito satisfeitos com a metodologia. Concluindo, apesar de algumas dificuldades acontecerem durante o processo de ensino-aprendizagem, as metodologias ativas são grandes incentivos à participação ativa dos alunos e contribuem para relações saudáveis de competição e cooperação.
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A construção da oposição total entre as teorias evolucionistas de Jean-Baptiste Lamarck e de Charles Darwin foi utilizada, em fins do século xix e início do século xx, para classificar autores que escreviam sobre a evolução, mesmo aqueles que não eram cientistas. Claire Richter, em Nietzsche e as teorias biológicas contemporâneas, afirma que o lamarckismo de Nietzsche é muito pronunciado, e, para isso, distingue o que é propriamente darwiniano e propriamente lamarckiano. Em nosso trabalho, pretendemos entender por que essa distinção foi aplicada a um filósofo como Nietzsche. A chave da questão está, para nós, na diferença que a autora faz entre a seleção natural e a herança dos caracteres adquiridos e na relação que ela estabelece entre essas noções e o eugenismo. O objetivo de Richter é transformar Nietzsche em um dos principais e primeiros defensores do eugenismo. O seu esforço em mostrar que o pensamento nietzschiano é lamarckista está a serviço da divulgação de ideias eugenistas. A herança dos caracteres adquiridos, por sua relativa rapidez em alterar os seres vivos, pode embasar e justificar ações educativas e sociais para melhoria da raça.
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Evolutionary Biology integrates several disciplines of Biology in a complex and interactive manner, where a deep understanding of the subject demands knowledge in diverse areas. Since this knowledge is often inaccessible to the majority of specialized professionals, including the teachers, we present some reflections in order to stimulate discussions aimed at the improvement of the conditions of education in this area. We examine the profile of evolutionary teaching in Brazil, based on questionnaires distributed to teachers in Secondary Education in the Federal District, on data provided by the "National Institute for Educational Studies and Research", and on information collected from teachers working in various regions of this country. Issues related to biological misconceptions, curriculum and didactic material are discussed, and some proposals are presented with the objective of aiding discussions aimed at the improvement of the teaching of evolutionary biology.
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Nous avons repris et mis à jour la version de cet ouvrage figurant dans Gallica. Cet ouvrage est disponible sur Google "Recherche de livres" ( ou Google Print) : voir en ligne sur Google la Philosophie zoologique.
Jean-Baptiste Lamarck: works and heritage. Em francês, com opção de inglês para alguns módulos
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  • Techniques
CENTRE DE RECHERCHE EN HIS- TOIRE DES SCIENCES ET DES TECHNIQUES. Jean-Baptiste Lamarck: works and heritage. Em francês, com opção de inglês para alguns módulos. Disponível em www.lamarck.cnrs.fr Consultado em 20/11/2013.
Biologia: Catálogo do Programa Nacional do Livro para o Ensino Médio -PNLEM
  • Secretaria Da
  • Básica
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO BÁSICA. Biologia: Catálogo do Programa Nacional do Livro para o Ensino Médio -PNLEM 2007. Brasília: Ministério da Educação, 2006.
Lamarck: fatos e boatos. Ciência Hoje v
  • R F C Silva
RODRIGUES, R. F. C.; SILVA, E. P. Lamarck: fatos e boatos. Ciência Hoje v. 45, n. 285, p. 68-70, 2011.