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O AGRONEGÓCIO NAS REGIÕES NORTE E NORDESTE DO BRASIL

Authors:

Abstract and Figures

The main goal of this paper is to analyze the level of development in the Agribusiness of the Brazilian regions North and Northeast for the years of 1985, 1990 and 1995; using inter-regional input-output analysis. The results obtained show: how the Agribusiness is structured inside the regions; and how the trade flows of the Agribusiness take place among the regions.
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O AGRONEGÓCIO NAS REGIÕES NORTE E NORDESTE DO BRASIL
JOSÉ LUIZ PARRÉ
Professor Assistente do Departamento de Economia da Universidade Estadual de
Maringá, Doutorando em Economia Aplicada (ESALQ/USP). e-mail: jlparre@uem.br.
JOAQUIM JOSÉ MARTINS GUILHOTO
Professor Associado do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da
ESALQ/USP e do Regional Economics Applications Laboratory (REAL) da University
of Illinois (EUA). e-mail: guilhoto@usp.br.
RESUMO:
O objetivo principal deste artigo é analisar o nível de desenvolvimento do agronegócio
ou complexo agroindustrial nas regiões Norte e Nordeste do Brasil para os anos de 1985,
1990 e 1995, utilizando matrizes de insumo-produto inter-regionais. São apresentados
resultados sobre a composição e sobre as principais características dos fluxos inter-
regionais do agronegócio nas regiões Norte e Nordeste.
PALAVRAS-CHAVE: Agronegócio, insumo-produto, desenvolvimento regional.
ABSTRACT:
The main goal of this paper is to analyze the level of development in the
Agribusiness of the Brazilian regions North and Northeast for the years of 1985, 1990
and 1995; using inter-regional input-output analysis. The results obtained show: how the
Agribusiness is structured inside the regions; and how the trade flows of the
Agribusiness take place among the regions.
1
1 INTRODUÇÃO
A desigualdade entre as regiões a respeito de crescimento e distribuição de renda
tem sido uma característica da economia brasileira desde os tempos coloniais, e cada um
dos ciclos de exportação de produtos primários do passado beneficiou uma ou outra
região específica. Segundo Baer (1995), a substituição histórica de regiões
economicamente favorecidas chegou ao fim no século XX, com a região Sudeste do país,
que era a área dinâmica de exportação no início do processo de industrialização,
tornado-se a região líder da economia brasileira”.
Ao analisar o “novo padrão agrícola brasileiro”, Hoffmann et al. (1985)
observam que “Todas essas transformações ... apresentam uma característica comum ...,
que é a de terem se processado de forma desigual em dois sentidos: regionalmente,
beneficiaram os estados do Centro-Sul, particularmente o estado de São Paulo; dentro
de cada estado, atingiram preferencialmente os médios e grandes estabelecimentos
agropecuários. É preciso enfatizar, porém, que, já em 1960, essas características
regionais e entre estabelecimentos eram acentuadas, devido à própria evolução
histórica de cada região...”.
Associando os aspectos da modernização da agricultura brasileira às
características do surgimento e da expansão do complexo agroindustrial ou agronegócio
brasileiro, ou seja, o aperfeiçoamento das relações agricultura-indústria, que não se deu
de modo uniforme e simultâneo em todo o país, chega-se ao seguinte questionamento,
que, de certa maneira, resume a essência desta pesquisa: de que forma o nível de
desenvolvimento das regiões determina a constituição e a influência do agronegócio nas
regiões e entre estas, e como o agronegócio afeta o desenvolvimento regional e,
particularmente, o desenvolvimento da agricultura regional. Neste sentido, são testados
os parâmetros sugeridos por Malassis (1969), que relacionam o grau de desenvolvimento
das regiões e a estrutura do agronegócio. Esses parâmetros são apresentados no item 3
deste artigo.
Como objetivo geral, este artigo pretende analisar o nível de desenvolvimento do
agronegócio ou complexo agroindustrial das regiões Norte e Nordeste do Brasil para os
anos de 1985, 1990 e 1995; utilizando matrizes insumo-produto inter-regionais. Devido
2
ao fato de a matriz inter-regional disponível das macrorregiões brasileiras (desenvolvida
por Crócomo e Guilhoto, 1998) apresentar como base o ano de 1985, foi necessário,
através da metodologia insumo-produto, obter a mesma matriz para 1990 e 1995; além
disso, foi desenvolvida uma metodologia que possibilitou dimensionar o agronegócio de
cada região e obter suas inter-relações com a economia e com o agronegócio das demais
regiões do país.
2 CARACTERÍSTICAS DA ECONOMIA E AGRICULTURA DAS REGIÕES
NORTE E NORDESTE
A ocupação e o povoamento do Brasil se deram por meio de surto de atividades
exportadoras que, sucedendo-se ao longo do tempo, foram fixando populações em
diferentes pontos do território nacional. E, conforme o sucesso ou insucesso da
exploração econômica - em particular, a capacidade ou incapacidade de levar à
diversificação e à industrialização - estabeleceram-se diferenciações nítidas entre esses
focos isolados de civilização, bem retratadas nos indicadores econômicos e sociais,
consagrando a herança regional do desenvolvimento do país.
Nesse sentido, o ciclo da cana-de-açúcar nos séculos XVI e XVII favoreceu o
Nordeste; o de exploração de ouro (séculos XVII e XVIII) levou o dinamismo da
economia para a área de Minas Gerais e do Sudeste do país; a expansão da exportação de
café do século XIX favoreceu primeiro o interior do Rio de Janeiro e, posteriormente, o
estado de São Paulo. No século XX, entretanto, segundo Baer (1995), a substituição
histórica de regiões economicamente favorecidas chegou ao fim. O Sudeste do país, que
era a área dinâmica de exportação no início do processo de industrialização, tornou-se
também a região líder da economia brasileira e o principal beneficiário do crescimento
econômico do país.
2.1 Região Norte
A Amazônia permanece até o início da Segunda metade do século XIX como
uma economia de extrativismo, com quase nenhuma integração ao mercado nacional. A
3
exportação de borracha propiciou uma grande expansão da região, no período de 1870 a
1912, porém este surto expansionista não conseguiu desenvolver na região uma
economia dinâmica do ponto de vista capitalista. A região permaneceria estagnada até o
início da década de 1940, quando então se vincularia ao mercado nacional através da
produção de borracha, fibras (malva e juta) e pimenta-do-reino.(Cano, 1981 e Hoffmann
et al, 1985)
Durante as décadas de 70 e 80 , a região Norte registrou crescimento do PIB mais
intenso do que o país como um todo, na primeira metade dos anos 80 a taxa de
crescimento regional foi cerca de cinco vezes superior ao do país. Ainda assim, o PIB da
região Norte é muito inferior ao potencial da região, atingindo uma participação máxima
de 5,3% na composição do PIB nacional, obtido no ano de 1995 (figura 1).
Em 1950, a agropecuária foi responsável por quase 1/3 do produto regional,
diminuindo em importância relativa até 1985 e recuperando-se em 1995, produzindo,
respectivamente, 13,4% e 21,0% do produto regional. O setor industrial apresentou
comportamento inverso, participou com apenas 11,3% da produção, em 1950, chegando
a 1985 com 44,3% do produto regional, para perder importância em 1995 participando
com apenas 32,0%. Os serviços apresentam grande participação em 1985 e 1995, com
42,3% e 47,0%, respectivamente, (BRASIL,1993 e figura 2). A queda do setor industrial
reflete uma crise na produção industrial na Zona Franca de Manaus.
A mudança na posição relativa entre os setores da indústria e dos serviços pode
ser visualizado na figura 2, esta figura também demonstra o aumento na participação do
setor agrícola no período 1985/1995. Um dos motivos do crescimento do setor de
serviços, como observa Cano (1998), foi a elevada taxa de urbanização da região, que
passou de 42,0% em 1970, para 58,0% em 1991; estimulando a criação e a
diversificação de atividades ligadas ao setor de serviços.
A importância da região Norte para a composição do PIB setorial do Brasil pode
ser analisada pela figura 1. Pode-se perceber que a região Norte é a que menos participa
do PIB nacional, tanto em nível agregado (PIB total) quanto desagregado (com exceção
do setor industrial, que supera a participação da região Centro-Oeste); porém, entre os
4
setores o que melhor se coloca é a agropecuária com uma participação de 8,4% em 1996,
e o pior é o setor de serviços com participação de 4,6% no mesmo período.
A evolução do setor agropecuário caracteriza-se pelo crescimento de 407% na
área dedicada à lavoura permanente, enquanto que a lavoura temporária registra aumento
de 178% entre 1970 e 1985. O padrão tecnológico da agricultura do norte também
avançou, ocorrendo a tecnificação da atividade a taxas superiores às observadas para o
país como um todo, ainda que as diferenças absolutas em relação ao Sudeste, Sul e
Centro-Oeste sejam muito grandes. No reajuste resultante dessas transformações, as
atividades do extrativismo vegetal e das culturas alimentares perderam espaço, enquanto
o cultivo de produtos agrícolas para exportação cresceu (BRASIL, 1993).
Na Amazônia (principalmente em Rondônia e no Pará), a expansão do setor
agropecuário se deve ao aumento dos efetivos de bovinos e aves, ao arroz, ao feijão, à
mandioca e ao milho, lavouras típicas da pequena produção de “fronteira” (Cano, 1998).
O setor agropecuário da região Norte beneficiou-se de várias políticas
empreendidas pelo Governo Federal no sentido de estimular o crescimento e
desenvolvimento da região. Entre 674 projetos agropecuários e agroindustriais
aprovados pela SUDAM (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) até
1985, 94 foram tidos como implantados. Mas apenas três desses 94 projetos tinham
alguma rentabilidade no período, sendo que um único aspecto da política de incentivos
fiscais funcionou como o previsto: a concessão de recursos oficiais (BRASIL, 1993).
Norte
0.00
2.00
4.00
6.00
8.00
10.00
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
Total
Agrícola
Indústria
Serviços
Fonte: Considera e Medina (1998), organizado pelo autor.
Figura 1: Participação da região Norte no PIB total e setorial do Brasil, 1985/96, em %.
5
Norte
Agrícola
Indústria
Serviços
Fonte: Considera e Medina (1998), organizado pelo autor.
Figura 2: Distribuição do PIB da região Norte por setores econômicos, 1985/95, em %.
2.2 Região Nordeste
O Nordeste experimenta, já no século XIX, a decadência do açúcar e do algodão,
que se tornam produtos marginais no mercado internacional, enquanto a pecuária,
associada com a agricultura de subsistência, permitiria a manutenção e reprodução do
“grande reservatório de mão-de-obra nacional”. Depois de 1929, soma-se o fato de São
Paulo também incrementar a produção de açúcar (passando a ser em 1955 o maior
produtor individual) e algodão para o mercado interno, ficando cada vez mais difícil o
desenvolvimento industrial do Nordeste (Hoffmann et al, 1985).
No período de 1970-75 a participação do Nordeste no PIB brasileiro caiu,
significando que a região não se beneficiou significativamente da fase do “milagre”. A
partir de 1975 o crescimento ocorre e a região como um todo se beneficia dos maciços
investimentos que são realizados, contudo, o crescimento é muito variado e diferenciado.
A região NE tem se integrado com as regiões mais dinâmicas do país,
principalmente através dos pólos químico e petroquímico. Entretanto, apesar do impacto
positivo nas taxas de crescimento da economia nordestina, o processo de integração
interregional não tem apresentado fortes encadeamentos intrarregionais que se
manifestem sob a forma de estímulos a todos os setores e atividades econômicas do
Nordeste (BRASIL, 1993).
Nas décadas de 70 e 80 ocorreram algumas transformações pontuais e localizadas
na agricultura nordestina. Estas transformações decorreram do incremento de algumas
culturas não tradicionais do Nordeste, que, pelo valor de mercado relativamente alto,
6
passaram a ter participação maior no valor da produção agrícola do NE. O aumento da
produção de frutas (mamão, manga, melancia e uva) deveu-se à expansão da agricultura
irrigada na área do submédio São Francisco; o aumento da produção de cacau e abacaxi
respondeu à expansão do cultivo em manchas climáticas favoráveis do sertão e do
agreste. Também ocorreu aumento da participação relativa do tomate, do café, da soja e
da borracha. Esses produtos que, conjuntamente, representavam, em 1970, 3,1% do valor
da produção agrícola do NE, elevaram sua participação para 13,5%, em 1989 (BRASIL,
1993).
Ao analisar, pela figura 4, a composição do PIB regional do Nordeste verifica-se
que a agricultura manteve uma participação média de 14,0% no período 1985/1995,
atingindo o valor máximo de 14,9% em 1990. O setor industrial apresentou um
decréscimo em sua participação no período analisado, caindo de 38,2% em 1985 para
31,2% em 1995. E o setor de serviços apresentou um aumento de 47,5% em 1985 para
54,6% em 1995, mantendo-se como o setor mais importante da região.
A participação da região Nordeste na composição do PIB setorial do Brasil pode
ser analisada pela pela figura 3. Percebe-se que a região Nordeste contribui em média
com aproximadamente 13,5% do PIB nacional total, porém, entre os setores o que
melhor se coloca é a agropecuária com uma participação média de 17,0% no período
1985/1995, enquanto os setores industrial e de serviços participam, em média, com
12,7%.
Nordeste
0.00
5.00
10.00
15.00
20.00
25.00
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
Total
Agrícola
Indústria
Serviços
Fonte: Considera e Medina (1998), organizado pelo autor.
Figura 3: Participação da região Nordeste no PIB total e setorial do Brasil, 1985/96, em %.
7
Nordeste
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
Agrícola
Indústria
Serviços
Fonte: Considera e Medina (1998), organizado pelo autor.
Figura 4: Distribuição do PIB da região Nordeste por setores econômicos, 1985/95, em %.
3. REFERENCIAL METODOLÓGICO
O referencial metodológico dessa pesquisa, para atender aos objetivos propostos,
está dividido em duas partes: uma utilizou a teoria das matrizes de insumo-produto
interregionais, para obtenção das matrizes para os anos de 1990 e 1995
1
; e a outra parte
da metodologia trata do método de dimensionamento do agronegócio para o Brasil e
suas macrorregiões. Será apresentado, a seguir, de forma resumida, o método de
dimensionamento do agronegócio a partir de uma matriz inter-regional, a apresentação
completa deste método pode ser vista em Parré (2000).
3.1 Dimensionamento do agronegócio para as regiões brasileiras
Diversos autores preocuparam-se em “medir” a importância do complexo
agroindustrial ou agronegócio na economia brasileira, entre os trabalhos que se
destacaram nesta tarefa pode-se citar Araújo et al. (1990); Lauscher (1995); Furtuoso
(1998) e Montoya & Guilhoto (1999).
Basicamente, os autores dessas pesquisas mensuraram o agronegócio partindo
de uma visão sistêmica, utilizando-se de matrizes insumo-produto nacionais, para
considerar os fluxos e transferências de insumos e de produtos entre os setores. Outro
ponto em comum entre as pesquisas foi a utilização dos trabalhos de Davis & Goldberg
8
(1957) e Malassis (1969) como referencial teórico para a metodologia de mensuração do
agronegócio.
A metodologia de mensuração do agronegócio utilizada neste artigo toma como
referencial metodológico básico os trabalhos de Lauscher (1995); Furtuoso (1998) e
Montoya & Guilhoto (1999). Entretanto, pelo fato desses autores analisar o agronegócio
brasileiro de forma agregada e a proposta do artigo é a de mensurar o agronegócio das
regiões brasileiras, bem como as relações de dependência que existem entre estas
regiões, deve-se desenvolver uma metodologia de mensuração que considere esses
objetivos.
O quadro 1 apresenta a matriz insumo-produto inter-regional simplificada para
a região Nordeste do Brasil, sendo que as relações intra-regionais da demanda
intermediária da região Nordeste apresentam-se desagregadas em 17 setores produtivos,
os quais estão especificados no quadro. Esta forma de apresentação da matriz inter-
regional destacando o setor agroindústria permite que se dimensione o agronegócio
para a região Nordeste, no caso bem como as inter-relações com as outras regiões.
As colunas do Quadro 1 representam os setores da demanda, divididos em
demanda intermediária (A) e demanda final (F). No caso, a demanda intermediária da
região Nordeste (M) é apresentada desagregada em 17 setores, enquanto a demanda
intermediária das outras regiões que compram dos setores da região Nordeste é
apresentada de forma agregada. Por exemplo, z1,7 representa quanto o setor da
agroindústria compra do setor agropecuário, sendo que ambos os setores são
pertencentes à região Nordeste; e Z1ML mostra quanto os setores em conjunto da região
Norte (L) compram do setor agropecuário da região Nordeste (M), esses fluxos inter-
regionais podem ser considerados exportações para demanda intermediária ou
exportações DI.
Vale lembrar que as compras realizadas na demanda intermediária servem como
insumos no processo produtivo das regiões, ou seja, representam o consumo
intermediário das regiões.
1
Para poupar espaço, não será apresentado o modelo inter-regional de insumo-produto, os interessados
podem encontrar está apresentação em Parré (2000), onde consta, também, uma versão completa das
matrizes inter-regionais obtidas para 1985, 1990 e 1995.
9
As colunas da demanda final (Y) no quadro 1 referem-se às compras das regiões
feitas aos setores da região Nordeste que serão destinadas ao consumo final. Estas
transações podem ser consideradas exportações para demanda final ou exportações DF.
Os setores da demanda final são subdivididos em consumo das famílias (C),
consumo do governo (G), investimento (I) e exportações (X); entretanto, no quadro 1,
eles estão apresentados de maneira agregada.
Um aspecto importante da construção da matriz inter-regional do Brasil deve
ser destacado: as exportações (X) representam as vendas para o exterior (R) ou resto do
mundo; e, como a matriz trata da região Nordeste (M) esses valores estão representados
apenas na coluna da demanda final NE (M), para as outras regiões o valor das
exportações é zero. Por exemplo, Y1ML mostra quanto a região Norte (L) compra do setor
agropecuário da região Nordeste, sendo que essas compras são destinadas a C, G ou I; e
Y1MM representa as compras ao setor agropecuário dentro da região Nordeste destinadas a
C, G, I ou X.
Com relação às compras dos setores da região Nordeste feitas aos setores das
outras regiões a matriz destaca apenas as compras de suprimentos, pois as compras para
consumo final estarão representadas na demanda final das matrizes das outras regiões em
estudo. Por exemplo, na matriz da região Norte haverá uma coluna de demanda final
para a região Nordeste, indicando as compras feitas por esta região de produtos
originários da região Norte, para consumo final
Nesse sentido, por exemplo, z7,1 representa quanto o setor agropecuário compra
do setor agroindústria, ambos da região Nordeste; m1R indica quanto o setor
agropecuário da região Nordeste compra (importa) do exterior ou resto do mundo; m1L
mostra quanto o setor agropecuário da região Nordeste compra (importa) do conjunto de
setores da região Norte (L).
Com base nas informações, pode-se desenvolver o método para o cálculo do
agronegócio na região Nordeste do Brasil e, damesma forma, para as demais regiões.
Considerando-se que a estrutura do agronegócio está dividida em três partes:
a) uma parte que precede a produção rural, que engloba o conjunto de setores
fornecedores de insumos e fatores de produção para as propriedades rurais,
10
denominado de agregado I ou montante do agronegócio, ou ainda, indústria para a
agricultura;
b) o setor de produção rural ou, apenas, setor agropecuário, denominado de agregado II;
c) os setores que recebem a produção agropecuária para agregar valor através do
armazenamento, processamento e distribuição para o consumidor final, chamado de
agregado III ou jusante do agronegócio.
Uma maneira de comparar o grau de desenvolvimento das regiões através da
estrutura do agronegócio foi proposta por Malassis (1969). A avaliação proposta pelo
autor considera a participação do agregado II (produção rural) no valor total e,
consequentemente, a participação do agregado II e III (montante e jusante). Malassis
classifica uma economia alimentar de pré-industrial ou agrícola nos casos em que o
agregado I (montante) do agronegócio representa 5% do valor do mesmo, o agregado III
(jusante) representa 20% e o agregado II (produção rural) participa com 75%. Uma
economia atinge, segundo o autor, o nível de economia alimentar industrializada quando,
por exemplo, o montante representa 17%, a produção rural participa com 32% e, a
jusante participa com 51% do valor total do agronegócio. Nesse sentido, quando o
agregado II ou produção rural começa a participar com menos de um terço do valor total
do agronegócio, a economia se eleva de um nível pré-industrial para uma economia
industrializada.
4 A COMPOSIÇÃO DO AGRONEGÓCIO DAS REGIÕES NORTE E
NORDESTE
4.1 Região Norte:
O desenvolvimento da região Norte do Brasil caracterizou-se, nas décadas de
70 e 80, por apresentar taxas de crescimento do produto mais elevadas do que a média
nacional, apesar de sua participação na produção brasileira de bens e serviços apresentar
uma importância reduzida.
A década de 90 indica que o processo de migração para a região encerrou-se.
Com o fim de alguns incentivos do Governo para a agricultura da região ocorre um
11
processo de urbanização acelerada em algumas cidades devido ao excedente migratório,
como explica Martine (1995): Assim, a rápida expansão do garimpo, das atividades
madeireiras, do comércio, do setor de serviços de todas as espécies e até do
narcotráfico serviu para multiplicar o assentamento urbano...”.
Paralelo a este processo de aumento do setor de serviços da região ocorre o
crescimento da atividade extrativa mineral e metalúrgica, vinculada, principalmente, ao
alumínio do Pará. Este processo levou a uma diminuição da parcela do agronegócio na
constituição do produto regional. Como pode ser observado na figura 5.
A análise da constituição do agronegócio da região Norte no período
1985/1995 indica um aumento da participação do jusante e da produção agropecuária
contra uma diminuição da parcela do montante (figura 6). Entretanto, comparando os
dados para 1985 e 1990, percebe-se um aumento do agregado I e uma diminuição do
agregado II, para, no período seguinte (1990/1995), ocorrer uma inversão nesse
comportamento. Ou seja, entre 1990 e 1995 pode-se supor que houve um ganho
tecnológico na agropecuária da região Norte pois, utilizando-se de menos insumos, o
valor de sua produção aumentou. Entretanto, como a atividade de extrativismo é
importante na região, não há condições de afirmar com certeza, baseando-se apenas nos
resultados disponíveis, que esse ganho tecnológico realmente ocorreu.
Norte
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
1985 1990 1995
%
Norte
Fonte: Resultados da pesquisa.
Figura 5: Participação do agronegócio na composição do PIB da região Norte, em %.
A distribuição do agronegócio da região Norte entre seus agregados, na
concepção de Malassis (1969), classifica a economia da região como pré-industrial pois,
12
o agregado II participa com 40,1% e o agregado III participa com 45,5% do agronegócio
para 1995. Sendo que as perspectivas de alterações nessa participação mostraram-se
insignificantes no período de análise, com a produção rural atingindo uma parcela
mínima de 36,2% em 1990.
A contribuição da região Norte para a formação do agronegócio brasileiro e de
seus agregados pode ser observada na figura 7. Percebe-se que a contribuição maior
ocorre no agregado II e deve-se destacar o crescimento da produção agroindustrial da
região em relação ao país. Entretanto, as parcelas dessa região são as menores do Brasil.
O resultado final, porém, é um aumento da participação do agronegócio da região Norte
na formação do valor total do agronegócio brasileiro.
Norte
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
agregado I agregado II agregado III PAI DIF
%
1985 1990 1995
Fonte: Resultados da pesquisa.
Figura 6: Constituição do agronegócio da região Norte, segundo os seus agregados, em
%. (Obs.: PAI Produção Agroindustrial, DIF Distribuição Final)
Norte
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
agronegócio agregado I agregado II agregado III PAI
%
1985 1990 1995
Fonte: Resultados da pesquisa.
13
Figura 7: Parcela da região Norte no valor total do agronegócio do Brasil, e de seus
agregados, em %. (Obs.: PAI Produção Agroindustrial)
4.2 Região Nordeste:
A participação do agronegócio da região Nordeste na composição do PIB
regional apresentou uma queda de quase dez pontos percentuais no período 1985/1995
pois, em 1985 essa participação correspondia a 37,8% e em 1995 foi de 28,3%, como
pode ser observado pela figura 8.
Nordeste
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
1985 1990 1995
%
NE
Fonte: Resultados da pesquisa.
Figura 8: Participação do agronegócio na composição do PIB da região Nordeste, em %.
As transformações ocorridas na economia Nordestina nas décadas de 70 e 80
geraram essa diminuição da parcela do agronegócio no PIB da região, como explica
Guimarães Neto (1995): No Nordeste, ocorreu um avanço da indústria de bens
intermediários em detrimento da posição relativa que o segmento produtor de bens de
consumo não-duráveis tradicionalmente teve na indústria de transformação regional,
sobretudo os setores alimentício e têxtil.
Essa diminuição relativa do setor alimentício na economia do Nordeste pode
ser confirmada pela figura 9; esse setor, que representava 18,5% do agronegócio da
região em 1985, teve sua parcela diminuída para 14,9% em 1990 e para 14,5% em1995.
O reflexo dessa alteração foi uma diminuição na parcela do agregado III, porém com
menor intensidade pois o componente distribuição final aumentou no período
14
compensando a diminuição relativa da produção agroindustrial. Entretanto, deve ficar
claro que essa análise refere-se à região de maneira agregada, pois a literatura destaca a
evolução e modernização de complexos agro-industriais em algumas áreas do Nordeste e
a própria modernização de algumas unidades do setor têxtil (Araújo, 1995).
Percebe-se, também, um certo aumento da parcela da produção agropecuária
entre 1990 e 1995 e uma diminuição da parcela do setor de insumos para a agricultura
(agregado I). Entretanto, comparando-se com as outras regiões do país, pode-se dizer que
o agronegócio da região Nordeste foi o que menos sofreu alterações em sua composição
no período 1985/1995.
A distribuição do agronegócio da região Nordeste entre seus agregados, nos
parâmetros de Malassis (1969), classifica a região como tendo uma economia alimentar
em vias de industrialização, ou seja, deixou de ser uma economia pré-industrial, porém
ainda não atingiu o nível estrutural de uma economia industrial.
15
Nordeste
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
agregado I agregado II agregado III PAI DIF
%
1985 1990 1995
Fonte: Resultados da pesquisa.
Figura 9: Constituição do agronegócio da região Nordeste, segundo os seus agregados,
em %. (Obs.: PAI Produção Agroindustrial, DIF Distribuição Final)
Da mesma forma que diminuiu a importância do agronegócio dentro da região
Nordeste, também diminuiu a importância relativa do agronegócio nordestino em relação
ao Brasil (figura 10). Em 1985 a parcela do Nordeste era de 14,8%, passando para 15,4%
em 1990 e 13,6% em 1995. O mesmo comportamento ocorreu nos agregados I e II e na
produção agroindustrial nordestina. Apenas o setor jusante manteve sua parcela em
relação ao Brasil no período de análise.
Nordeste
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
agronegócio agregado I agregado II agregado III PAI
%
1985 1990 1995
Fonte: Resultados da pesquisa.
Figura 10: Parcela da região Nordeste no valor total do agronegócio do Brasil, e de seus
agregados, em %. (Obs.: PAI Produção Agroindustrial)
16
5 AS TRANSAÇÕES INTERREGIONAIS DO AGRONEGÓCIO
Após analisar o agronegócio de cada região, resta saber as relações inter-
regionais que existem entre os mesmos; ou seja, as relações de compra e venda que
ocorrem entre as regiões relativas ao agronegócio. A obtenção dessas informações
permitirá saber quais os maiores “parceiros econômicos” por vias internas com relação
ao agronegócio de cada região.
5.1. Exportações e importações do agronegócio brasileiro para o exterior.
A tabela 1 demonstra que todas as regiões do país aumentaram seu comércio
com outros países, ou seja, ocorreu um aumento do valor das exportações regionalizadas
desde a década de 70. Como explica Guimarães Neto (1995), esse desempenho foi
devido aos grandes estímulos fiscais e financeiros oferecidos pelo Governo na década de
70 e, nos anos 80, a crise, a instabilidade da economia e a retração do mercado interno e
a necessidade de gerar divisas para o pagamento da dívida externa, induziram grande
parcela da atividade econômica do país a voltar-se para o exterior. As importações
apresentaram grande crescimento entre 1970 e 1980; com uma queda entre 1980 e 1985;
voltando a crescer a partir da segunda metade da década de 80.
Dentro dessa perspectiva, a região Norte, através principalmente da venda de
minérios e produtos metalúrgicos provenientes do complexo Carajás, aumentou suas
exportações de US$ 87 milhões em 1970, para US$ 2,4 bilhões em 1995; um
crescimento maior que a média nacional. A região Nordeste apresentou um acrescimento
menos intenso, porém significativo, principalmente nos Estados da Bahia e do
Maranhão; essa região aumentou suas vendas para o exterior de US$ 407 milhões em
1970 para US$ 3,0 bilhões em 1990 e US$ 4,2 bilhões em 1995.
17
Tabela 1: Exportações e importações segundo as regiões do Brasil. Em milhões de
Dólares correntes, 1970 a 1995.
1970
1980
1985
1990
1995
valor
%
valor
%
valor
%
valor
%
valor
%
Norte
Exp.
87
3,1
596
3,4
539
2,3
1794
5,8
2433
5,3
Imp.
114
3,8
908
3,6
594
4,1
1393
6,7
NE
Exp.
407
14,6
2297
13,3
2526
11,0
3030
9,7
4240
9,3
Imp.
178
5,9
1590
6,4
834
5,8
1492
7,2
CO
Exp.
10
0,4
53
0,3
116
0,5
563
1,8
987
2,2
Imp.
4
0,1
150
0,6
34
0,2
171
0,8
SE
Exp.
1587
57,0
10169
58,7
14284
62,2
18929
60,9
26635
58,3
Imp.
2449
80,6
18438
73,9
11473
80,1
15396
74,6
SU
Exp.
692
24,9
4200
24,3
5496
23,9
6767
21,8
11401
25,0
Imp.
292
9,6
3874
15,5
1396
9,7
2196
10,6
Brasil
Exp.
2783
100,0
17315
100,0
22961
100,0
31083
100,0
46506
Imp.
3037
100,0
24960
100,0
14331
100,0
20648
100,0
49858
Dif.
-254
-7645
8630
10435
-3352
Fonte: CACEX/IBGE, citado por Guimarães Neto (1995); e Anuário Estatístico do Brasil 1997,
para os dados de 1995. Obs.: Do total exportado de 1995, US$ 811milhões são não-declarados
Vale lembrar, ainda a afirmação de Guimarães Neto (1995) sobre a
composição da pauta de exportações do Brasil: “A crescente inserção da economia
brasileira na economia internacional vem ocorrendo através da ampliação das
exportações de produtos manufaturados em detrimento dos produtos básicos, que em
décadas passadas caracterizaram o perfil exportador do país”.
A tabela 2 apresenta as participações das regiões nas exportações por grandes
classes de produtos. Percebe-se que a região Norte e a Sudeste aumentaram suas
participações nas exportações de produtos básicos entre 1975 e 1990, mesmo com esses
produtos perdendo espaço nas exportações internas dessas regiões, seguindo a tendência
ocorrida no país. Outra região que teve sua parcela aumentada foi o Centro-Oeste.
A região Norte aumentou sua parcela nos produtos básicos e semi-
manufaturados . A região Nordeste, foi a que apresentou maior diminuição em suas
participações nas classes de produtos básicos e semi-manufaturados, seguindo a
18
tendência de queda de sua parcela nas exportações brasileiras indicada na tabela 1. Com
relação aos produtos manufaturados, as participações apresentaram poucas alterações no
período, com uma pequena queda da parcela da região Sudeste.
Tabela 2: Distribuição espacial das exportações por classes de produtos. Em
percentagem. (base em US$ 1,00).
básicos
Semimanufaturados
Manufaturados
1975
1980
1985
1990
1975
1980
1985
1990
1975
1980
1985
1990
Norte
3,6
4,5
5,2
11,1
1,8
5,2
3,2
12,5
1,3
2,3
0,9
1,1
NE
25,0
20,6
13,4
8,6
28,1
21,1
18,7
17,9
7,7
6,3
8,4
8,0
CO
0,6
0,4
1,1
4,3
0,1
0,8
0,9
1,0
0,5
0,1
0,2
0,2
SE
37,3
37,8
42,0
43,1
41,3
49,9
59,0
55,7
72,9
75,1
71,7
71,8
Sul
33,4
36,7
38,3
33,0
28,7
22,9
18,2
12,9
17,6
16,1
18,7
18,9
Brasil
100
100
100
100
100
100
100
100
100
100
100
100
Fonte: CACEX, citado por Araújo (1995). Adaptado pelo autor.
A tabela 3 apresenta a distribuição das exportações e das importações do
agronegócio das regiões Norte e Nordeste do país. Os segmentos de produção
agropecuária (agregado II) e de produção agroindustrial do agronegócio, e as respectivas
exportações e importações regionais estão representadas nessa tabela. A soma de todas
as participações representa o total para o Brasil. Por exemplo, a região Norte participa
com 1,69% das importações e 4,96% das exportações do setor de produção agropecuária
do Brasil para o ano de 1985; sendo que a sua participação no valor total da produção do
setor é de 5,35%. Portanto, essa tabela permite que se tenha uma visão da importância de
cada região nas relações de comércio exterior do agronegócio brasileiro, e as alterações
que ocorreram entre 1985 e 1995.
As importações de insumos pelo setor agropecuário indicaram uma
diminuição da participação da região Nordeste, cuja parcela de 10% em 1985 foi para
8% em 1995, indicando um certo “fechamento” da economia dessa região com relação à
compras do exterior.
Os resultados sobre exportações de produtos agropecuários (agregado II) para
o exterior indicam um aumento na parcela das duas regiões em análise. Outro destaque é
o aumento da parcela da região Norte no total exportado pela agroindústria brasileira,
19
passando de 1,6% em 1985 para 5,5% em 1995. A região Nordeste diminuiu sua parcela
no total exportado pela agroindústria.
As exportações totais indicam um crescimento da parcela da região Norte,
entre 1985 e 1995, contra uma pequena diminuição da parcela da região Nordeste. Esse
comportamento reflete o crescimento do agronegócio da região Norte e uma certa
estagnação deste setor na região Nordeste.
Tabela 3: Participação das regiões Norte e Nordeste nas exportações e importações para o exterior,
(Brasil=100).
Região Norte (%)
BRASIL (valores)
1985
1990
1995
1985
1990
1995
A Agregado II
5,35
7,81
5,67
127971
2300430
52245662
Importações do exterior
1,69
2,51
1,67
590
27820
1002873
exportações para o exterior
4,96
16,41
7,97
5856
57199
958129
B - Produção Agroindustrial (PAI)
3,22
4,93
4,47
105420
1957553
31337081
Importações do exterior
1,25
2,33
2,73
5726
162241
4487335
exportações para o exterior
1,57
9,18
5,48
13768
170829
3542968
Total de exportações ( A + B )
2,58
10,99
6,01
19625
228028
4501098
Região Nordeste (%)
1985
1990
1995
A Agregado II
20,64
23,14
17,32
Importações do exterior
10,01
11,58
8,07
exportações para o exterior
19,50
27,82
25,36
B - Produção Agroindustrial (PAI)
12,82
11,57
11,14
Importações do exterior
17,01
12,29
9,87
exportações para o exterior
17,24
16,88
14,38
Total de exportações ( A + B )
17,92
19,63
16,72
Fonte: Resultados da pesquisa. Obs.: O total para o Brasil é indicado em valores correntes.
5.2. As transações interregionais da região Norte
As tabelas 1 e 2 demonstraram o dinamismo das exportações da região Norte
do Brasil, influenciada, principalmente, pelos investimentos na minero-metalurgia do
complexo Carajás. Entre 1970 e 1990, as exportações brasileiras apresentaram uma taxa
de crescimento de 12,8% ao ano, enquanto a região Norte registrou um crescimento
anual nas exportações de 16,0%, perto de 30,0% superior à média nacional (Buarque et
al, 1995). Assim, as exportações da região Norte elevaram sua participação no total
exportado pelo Brasil, passando de 3,1% em 1970 para 5,8% em 1990, sendo que em
20
1995 houve uma queda para 5,3% (tabela 1). Entretanto, ocorreu no período 1970/1985
uma redução do coeficiente de exportação da região, diminuindo de 10,6% para 5,19%.
Nesse mesmo período, o coeficiente do Brasil aumentou de 6,12% em 1970 para 9,35%
em 1985 (Buarque et al, 1995).
O agronegócio da região Norte apresentou, entre 1985 e 1995, uma relativa
diminuição de suas importações e exportações totais. A tabela 4 apresenta as transações
do agronegócio da região Norte com as outras regiões do país e com o exterior.
Observa-se que do total de insumos utilizados pelo setor de produção
agropecuária da região, que constitui o montante do agronegócio, 29,0% são importados
do exterior e de outras regiões do país, para o ano de 1995. Com destaque para as
importações originárias da região Sudeste que representam 73,6% desse total. A análise
das importações desse segmento mostra uma diminuição da participação das importações
no total do montante de 32,9% em 1985 para 29,0% em 1995. Entretanto, a participação
dos insumos importados do exterior do país nesse total aumentou de 1,1% para 5,5% no
mesmo período.
Da produção agropecuária da região em 1985, 62,3% foi exportada; sendo que
esse valor diminuiu para 46,5% em 1990 e teve um aumento para 48,5% em 1995.
Confirmando as informações de que essa região aumentou suas exportações de produtos
básicos para o resto do Brasil e para o exterior, como demonstrado na tabela 2. As
exportações são divididas entre exportações para a demanda intermediária (DI) e
exportações para a demanda final (DF). As exportações para a demanda intermediária
das outras regiões serão utilizadas como insumos no processo produtivo das regiões, e as
exportações para a demanda final destinam-se ao consumo final das regiões. Para o setor
de produção agropecuária da região Norte, as exportações DI são mais importantes,
representando 62,8% do total de exportações do setor para o ano de 1995, ou seja, a
região Norte é fornecedora de insumos para a agroindústria das outras regiões do país.
A pequena agroindústria da região Norte exporta sua produção para o exterior
e para a demanda intermediária e final das outras regiões do país. A participação dessas
exportações no total produzido diminuiu de 35,5% em 1985 para 31,9% em 1995. O
destaque são as exportações para o exterior que aumentaram sua parcela no total de
21
exportações de 18,0% em 1985 para 43,5% em 1995. Nesse ano, as exportações DI
representaram 24,4% e as exportações DF participaram com 32,1% do total de
exportações.
Seguindo a tendência de diminuição relativa das exportações, observa-se que a
participação do total de exportações no total produzido pelo agronegócio da região cai de
31,2% em 1985 para 25,5% em 1995, porém, essa participação é uma das maiores do
país. . E o coeficiente de exportações do agronegócio no PIB regional também diminui
de 9,4% em 1985 para 6,7% em 1995, refletindo a queda do próprio agronegócio na
constituição do PIB da região (última linha da tabela 4).
5.3. As transações interregionais da região Nordeste
A economia da região Nordeste apresentou entre 1985 e 1995 uma diminuição
de sua parcela nas exportações brasileiras, como foi observado na tabela 1. Esta
diminuição ocorreu principalmente com relação aos produtos básicos e
semimanufaturados (tabela 2). Dentro da região, os Estados que aumentaram suas
vendas para o mercado externo entre 1975 e 1990 foram o Maranhão, Piauí, Sergipe,
Bahia e Ceará; enquanto os Estados de Alagoas e Pernambuco exportaram em 1990 um
valor menor do que em 1975 (Araújo, 1995).
Com relação à pauta de exportações do Nordeste, Araújo (1995) apresenta
informações que mostram um grande crescimento das relações com o exterior via vendas
de manufaturados, sendo que, entre 1975 e 1990, o peso relativo dos manufaturados no
total exportado pela região aumentou de 12,9% para 44,9%. Embora na pauta nordestina
os produtos semimanufaturados tenham tido, em 1990, maior peso relativo que o mesmo
item na pauta brasileira, respectivamente, 30,1% e 16,5%.
O mercado extra-regional prevalece como destino da produção de alguns
segmentos da indústria de transformação, caso de bebidas (99%), borracha (88%),
couros e peles (87%), material elétrico (76%) e química (61%). Os equipamentos
22
utilizados na montagem do novo parque industrial foram importados do Sudeste (49%) e
do exterior (33%) (dados da SUDENE e BNB, 1992; citados por Araújo, 1995).
A autora também destaca as relações econômicas extra-regionais estabelecidas
pelos novos pólos agrícolas do Nordeste, com destaque para a soja do oeste baiano, do
sul do Maranhão e do Piauí. A produção agroindustrial associada à irrigação tanto no
Vale do São Francisco (BA e PE) como no Vale do Açu (RN).
O comércio interregional do agronegócio nordestino sofreu o impacto da
diminuição das exportações da região, pois a participação das exportações totais desse
setor no PIB regional caíram de 3,5% em 1985 para 2,4% no ano de 1995, uma das
menores participações entre todas as regiões do país. O setor exportou para o exterior e
para as outras regiões do país 8,4% de sua produção em 1995; o que representou uma
queda comparando com 1985, cuja exportação representou 9,3%, como pode se
observado nas últimas linhas da tabela 5.
As importações de insumos utilizados pela agropecuária da região situou-se
em torno de 20,0% do total, para o período 1985/1995, sendo que as importações do
exterior aumentaram sua participação no total importado de 3,1% em 1985, para 6,8%
em 1990; e 13,8% em 1995. Internamente, a maior parcela das importações são
originárias da região Sudeste (64,8% em 1995).
A região Nordeste exporta relativamente pouco de sua produção agropecuária,
apenas 11,6% da produção foi exportada em 1995. Sendo que desse total 2,2% foi
exportado para o exterior, 42,4% foram exportações DI para as regiões do Brasil, e
34,4% foram exportações DF, ou seja, a maior parte das exportações da agropecuária da
região Nordeste vai servir como insumo nas agroindústrias das outras regiões do país.
Internamente, as maiores exportações são para a região Sudeste do país; um total
(DI+DF) de 44,4%.
As exportações da agroindústria da região Nordeste corresponderam para os
anos de 1985, 1990 e 1995, respectivamente, 30,5%, 28,0% e 27,9% do total produzido
por esse segmento do agronegócio da região. Ocorreu, portanto, uma diminuição relativa
das exportações desse segmento. Um detalhe importante é que mais da metade dessas
exportações tem como destino outros países, como ocorreu em 1995 quando 52,4% das
23
exportações foram para o exterior. Internamente, o maior comprador de produtos das
agroindústrias do Nordeste é a região Sudeste do país. A maior parte das exportações por
vias internas desse setor tem como destino a demanda intermediária das regiões.
6 CONCLUSÕES
O agronegócio da região Norte é relativamente o que apresenta a menor
participação na composição do total desse setor para o Brasil. Este, porém, é importante
na produção de bens e serviços da região, apesar de apresentar tendência de diminuição
de importância na economia regional. Sua principal característica é agregar pouco valor
ao produto agropecuário, pois seu agregado III é pouco representativo, apesar de sua
agroindústria ter boa participação. O fator limitante estaria, então, no segmento de
distribuição final do complexo agroindustrial da região. As exportações do agronegócio
da região são importantes, já que representavam ¼ do valor total produzido pelo setor e
quase 7% do PIB regional em 1995, sendo que a maior parte de suas vendas tem como
destino a região Sudeste do país.
A região Nordeste apresenta um setor de agronegócio em fase de transição.
Este é importante para a região, participando, em média, no período analisado, com mais
de 1/3 do valor total de bens e serviços produzidos na região. A principal característica
do agronegócio da região Nordeste é apresentar uma agroindústria pouco representativa,
o que dificulta o processo de agregação de valor. As exportações do setor são mais
importantes, relativamente ao total exportado pelo Brasil, do que o total de exportações
da região, ou seja, enquanto estas exportações representam menos de 10% do total
exportado pelo país, as exportações do agronegócio dessa região representam quase 17%
do total exportado pelo agronegócio brasileiro. Do total produzido pelo agronegócio da
região Nordeste, 8,4% foram exportados em 1995, tendo como principal comprador os
países do Exterior.
24
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Tabela 4: As transações comerciais do agronegócio da região Norte.
26
Região Norte
1985
1990
1995
Agregados do agronegócios
Valores
%
Valores
%
Valores
%
I Montante
2803,7
89553,5
1055555,4
Total de importações
923,2
100,0
31082,5
100,0
306370,7
100,0
Importados exterior
10,0
1,1
699,0
2,2
16770,8
5,5
Importações do NE
46,4
5,0
1698,0
5,5
14556,1
4,8
Importações do CO
14,5
1,6
840,2
2,7
4586,5
1,5
Importações do SE
716,7
77,6
24425,6
78,6
225346,1
73,6
Importações do SU
135,7
14,7
3419,8
11,0
45111,4
14,7
Importações / montante
32,9
34,7
29,0
II - Produção Agropecuária (PA)
6842,8
179638,9
2961575,4
Total de exportações PA
4259,9
100,0
83473,5
100,0
1436156,8
100,0
exportações para o Exterior
290,4
6,8
9386,7
11,2
76379,7
5,3
Total de exportações DI
2411,6
56,6
53745,6
64,4
901389,2
62,8
exportações DI para NE
55,2
1,3
877,5
1,1
15157,6
1,1
exportações DI para CO
151,2
3,6
2960,4
3,5
61536,8
4,3
exportações DI para SE
1256,4
29,5
28801,8
34,5
447414,1
31,2
exportações DI para SUL
948,8
22,3
21105,8
25,3
377280,7
26,3
Total de exportações DF
1557,9
36,6
20341,2
24,4
458387,9
31,9
exportações DF para NE
9,4
0,2
137,2
0,2
2867,7
0,2
exportações DF para CO
104,0
2,4
1471,8
1,8
37410,8
2,6
exportações DF para SE
1111,9
26,1
14841,8
17,8
317973,7
22,1
exportações DF para SUL
332,7
7,8
3890,3
4,7
100135,7
7,0
Exportações / PA
62,3
46,5
48,5
III Jusante
7835,5
226518,1
3360990,0
Produção Agroindustrial (PAI)
3389,7
96467,3
1402198,2
Total de exportações PAI
1203,0
100,0
33275,0
100,0
446870,8
100,0
exportações para o Exterior
215,9
18,0
15684,4
47,1
194300,4
43,5
Total de exportações DI
371,0
30,8
8118,7
24,4
108908,2
24,4
exportações DI para NE
8,4
0,7
168,2
0,5
2467,5
0,6
exportações DI para CO
27,2
2,3
555,2
1,7
10487,0
2,3
exportações DI para SE
232,7
19,3
5130,6
15,4
60578,0
13,6
exportações DI para SUL
102,6
8,5
2264,8
6,8
35375,8
7,9
Total de exportações DF
616,1
51,2
9471,8
28,5
143662,2
32,1
exportações DF para NE
53,3
4,4
697,9
2,1
11296,7
2,5
exportações DF para CO
37,8
3,1
617,4
1,9
10866,3
2,4
exportações DF para SE
404,1
33,6
6506,7
19,6
92403,6
20,7
exportações DF para SUL
120,9
10,1
1649,9
5,0
29095,6
6,5
Exportações / PAI
35,5
34,5
31,9
Total de exportações (PA + PAI)
5462,9
116748,5
1883027,6
AGRONEGÓCIO
17482,1
495710,4
7378120,8
Exportações Totais / Agronegócio
31,2
23,6
25,5
PIB regional
58085,7
1589858,5
28185311,7
Exportações Totais / PIB regional
9,4
7,3
6,7
Agronegócio / PIB regional
30,1
31,2
26,2
Fonte: Resultados da pesquisa. Obs.: Os valores são indicados em moeda corrente.
Tabela 5: As transações comerciais do agronegócio da região Nordeste.
Região Nordeste
1985
1990
1995
27
Agregados do agronegócio
Valores
%
Valores
%
Valores
%
I - Montante
9179,7
213372,0
2922013,7
Total de importações
1894,1
100,0
47568,5
100,0
585716,8
100,0
Importados exterior
59,1
3,1
3222,7
6,8
80970,3
13,8
Importações do N
5,6
0,3
88,0
0,2
1712,4
0,3
Importações do CO
34,5
1,8
1306,4
2,7
10359,4
1,8
Importações do SE
1416,8
74,8
35452,3
74,5
379395,8
64,8
Importações do SU
378,1
20,0
7499,1
15,8
113279,1
19,3
Importações / montante
20,6
22,3
20,0
II - Produção Agropecuária (PA)
26418,7
532213,6
9047713,6
Total de exportações - PA
2675,0
100,0
58700,0
100,0
1048776,9
100,0
exportações para o Exterior
1141,9
42,7
15914,7
27,1
242956,5
23,2
Total de exportações DI
908,4
34,0
25832,6
44,0
444977,8
42,4
exportações DI para N
1,4
0,1
46,9
0,1
922,2
0,1
exportações DI para CO
66,5
2,5
1677,0
2,9
36291,0
3,5
exportações DI para SE
495,6
18,5
14487,7
24,7
228532,1
21,8
exportações DI para SUL
344,8
12,9
9621,0
16,4
179232,6
17,1
Total de exportações DF
624,7
23,4
16952,7
28,9
360842,5
34,4
exportações DF para N
34,5
1,3
1176,5
2,0
21895,8
2,1
exportações DF para CO
39,6
1,5
1147,9
2,0
27843,9
2,7
exportações DF para SE
423,8
15,8
11593,2
19,7
236590,1
22,6
exportações DF para SUL
126,8
4,7
3035,2
5,2
74512,6
7,1
Exportações / PA
10,1
11,0
11,6
III - Jusante
37598,5
775257,1
12132242,7
Produção Agroindustrial (PAI)
13513,8
226578,6
3491705,6
Total de exportações - PAI
4118,2
100,0
63391,9
100,0
972739,0
100,0
exportações para o Exterior
2374,0
57,6
28843,4
45,5
509495,5
52,4
Total de exportações DI
1134,4
27,5
22929,3
36,2
289456,2
29,8
exportações DI para N
20,9
0,5
593,0
0,9
10111,3
1,0
exportações DI para CO
28,9
0,7
790,3
1,2
11957,1
1,2
exportações DI para SE
793,3
19,3
15093,0
23,8
176751,1
18,2
exportações DI para SUL
291,3
7,1
6453,1
10,2
90636,7
9,3
Total de exportações DF
609,8
14,8
11619,2
18,3
173787,3
17,9
exportações DF para N
196,6
4,8
5481,9
8,6
67521,3
6,9
exportações DF para CO
27,7
0,7
469,5
0,7
8633,5
0,9
exportações DF para SE
296,7
7,2
4445,2
7,0
74311,0
7,6
exportações DF para SUL
88,8
2,2
1222,5
1,9
23321,4
2,4
Exportações / PAI
30,5
28,0
27,9
Total de exportações (PA + PAI)
6793,2
122091,9
2021515,8
AGRONEGÓCIO
73197,0
1520842,6
24101970,0
Exportações Totais / Agronegócio
9,3
8,0
8,4
PIB regional
193262,3
4909440,7
85087465,1
Exportações Totais / PIB regional
3,5
2,5
2,4
Agronegócio / PIB regional
37,9
31,0
28,3
Fonte: Resultados da pesquisa. Obs.: Os valores são indicados em moeda corrente.
28
Quadro 1: Matriz insumo-produto simplificada para dimensionar o agronegócio da região Nordeste (M) do Brasil.
NORDESTE (M) (Compras)
Agropec
...
agroind.
...
Transp/com.
Serviços
Demanda Intermediária (A)
Demanda Final (Y)
Total
Setores
1
...
7
...
16
17
N
(L)
NE
(M)
CO
(N)
SE
(O)
Sul
(P)
N
(L)
NE
(M)
CO
(N)
SE
(O)
Sul
(P)
Produtos
NORDESTE (M)
(Vendas)
1
Agropecuária
z1,1
...
z1,7
...
z1,16
z1,17
Z1ML
Z1MM
Z1MN
Z1MO
Z1MP
Y1ML
Y1MM
Y1MN
Y1MO
Y1MP
X1
...
...
...
....
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
7
Agroindústria
z7,1
...
z7,7
Z7,16
z7,17
Z7ML
Z7MM
Z7MN
Z7MO
Z7MP
Y7ML
Y7MM
Y7MN
Y7MO
Y7MP
X7
...
...
...
....
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
16
Transp/comer.
z16,1
...
z16,7
...
z16,16
z16,17
Z16ML
Z16MM
Z16MN
Z16MO
Z16MP
Y16ML
Y16MM
Y16MN
Y16MO
Y16MP
X16
17
Serviços
z17,1
...
z17,7
...
z17,16
z17,17
Z17ML
Z17MM
Z17MN
Z17MO
Z17MP
Y17ML
Y17MM
Y17MN
Y17MO
Y17MP
X17
Importações Exterior (R)
m1R
...
m7R
...
m16R
m17R
SETORES:
1-agropecuária
2-mineração
3-minerais não-metálicos
4-metalurgia e mecânica
5-material elétrico
6-material de transporte
7-agroindústrias
8-celulose, papel e gráfica
9-borracha
10-química
11-farmacêutica e perfumaria
12-plásticos
13-indústrias diversas
14-energia, saneamento e comunicações
15-construção civil;
16-transporte e comércio;
17-serviços
Impostos indiret. líq. (II)
II1
II7
II16
II17
Importações - Norte (L)
m1L
...
m7L
...
m16L
m17L
Importações - CO (N)
m1N
...
m7N
...
m16N
m17N
Importações - SE (O)
m1O
...
m7O
...
m16O
m17O
Importações Sul (P)
m1P
...
m7P
...
m16P
m17P
Impostos sobre atividade
T1
...
T7
...
T16
T17
Valor Adicionado
VA1
...
VA7
...
VA16
VA17
Total Insumos
X1
...
X7
...
X16
X17
Fonte: Elaboração do autor.
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