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Produtividade de mandioca em sistema orgânico
Bragantia, Campinas, v.68, n.1, p.145-153, 2009
145
PRODUTIVIDADE DE RAÍZES DE MANDIOCA CONSORCIADA
COM MILHO E CAUPI EM SISTEMA ORGÂNICO (¹)
ANTONIO CARLOS PRIES DEVIDE (
2*
); RAUL DE LUCENA DUARTE RIBEIRO (
3
); TERESA LOSADA VALLE (
4
);
DEJAIR LOPES DE ALMEIDA(
5
); CRISTINA MARIA DE CASTRO (
2
); JOSÉ CARLOS FELTRAN (
4
)
RESUMO
Foram avaliados sistemas orgânicos de produção de mandioca “de mesa”, em Seropédica (RJ). O
experimento constou dos seguintes tratamentos: monocultivo de mandioca (cv. IAC 576-70) e consórcios com
milho experimental (cv. Eldorado), caupi (cv. Mauá) e milho+caupi. O manejo orgânico foi padronizado e
toda a área experimental irrigada durante o período de permanência do milho no sistema. Do milho, foram
colhidas espigas verdes (imaturas) e a parte aérea acamada na superfície do solo. O caupi foi incluído como
adubo verde e cortado na floração, sendo mantidos os resíduos na superfície do solo. Ambos os consortes
ocuparam as entrelinhas da mandioca, de modo alternado, semeados após a primeira capina da cultura principal.
A cultivar IAC 576-70 mostrou-se adaptada ao manejo orgânico, com produtividade de raízes de padrão
comercial próxima a 31 Mg ha
-
¹. Não houve diferenças significativas entre o monocultivo e os três tipos de
consórcios testados. A inclusão do milho representou potencial de renda adicional ao produtor, colhendo-se,
em média, 18.125 espigas ha
-
¹, o que correspondeu a 5,1 Mg ha
-
¹. Os resíduos provenientes da roçada do
caupi proporcionaram um aporte de biomassa fresca de 12 Mg ha
-
¹, com uma expressiva contribuição em
nitrogênio (cerca de 44 kg de N ha
-1
). A fabácea (leguminosa) cobriu por completo as entrelinhas da mandioca,
demonstrando seu potencial de controle à erosão e a ervas espontâneas. O consórcio triplo mostrou-se vantajoso
tendo em vista que a receita obtida com a venda do milho verde justificaria os custos da irrigação, além dos
benefícios da inclusão do caupi e da não interferência dos consortes na produtividade da mandioca.
Palavras-chave: Manihot esculenta, consórcio, adubação verde, agricultura orgânica.
ABSTRACT
YIELD OF CASSAVA ROOTS INTERCROPPED WITH CORN AND COWPEA IN AN ORGANIC SYSTEM
Organic systems were evaluated for cassava root production directed to human comsumption in natura,
at Seropédica-RJ. Treatments consisted of: cassava (‘IAC 576-70’) in single cropping and its intercropping with
corn (‘Eldorado’), cowpea (‘Mauá’) or corn plus cowpea. The organic management was standardized and the
experimental area was submitted to artificial irrigation during the period of stay of maize in the system. “Green”
(immature) corn ears were harvested at the “point” required for fresh marketing and the shoot placed on the
ground. The cowpea was included to function as green manure being cut at flowering with residues left on the
soil surface. Corn and cowpea were sown between cassava rows, in an alternate design, following the first
weeding of the main crop (cassava). The cultivar IAC 576-70 showed suitability with respect to organic
management, yielding approximatelu 31 Mg ha
-
¹ of marketable roots. No significant differences were detected
between cassava single cropping and any of the intercropping tested systems. Thus, corn crop has considerable
potential for additional income to the growers. Yield of ‘Eldorado’ corn averaged 18.125 ears ha
-
¹ correspponding
to 5,1 Mg ha
-
¹. Residues coming from cowpea cutting brought about an input close to 12 Mg ha
-1
, which meant
an expressive contribution in nutrient elements, especially nitrogen (about 44 kg N ha
-1
). The legume crop, in
addition, completely covered cassava inter-rows demonstrating its potential for controlling erosion and weeds.
The triple intercropping becomes advantageous considering that corn harvesting would justify irrigation and
that inclusion of cowpea meant benefitial effects to the system and did not interfere on cassava yield.
Key words: Manihot esculenta, intercrop, green manure, organic agriculture.
(
1
)
Recebido para publicação em 6 de dezembro de 2006 d aceito em 5 de agosto de 2008.
(
2
)
Pólo Regional do Vale do Paraíba/APTA/SAA, Caixa Postal 032, 12400-970 Pindamonhangaba (SP)
antoniodevide@apta.sp.gov.br (*) Autor correspondente; cristinacastro@apta.sp.gov.br
(
3
) Departamento de Fitotecnia/Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 23851-970 Seropédica (RJ). E-mail: lucena@ufrrj.br;
(
4
) Centro de Grãos e Fibras, IAC, Caixa Postal 28, 13012-970 Campinas (SP). E-mail: teresalv@iac.sp.gov.br; feltran@iac.sp.gov.br.
(
5
)
Centro Nacional de Pesquisa de Agrobiologia - Embrapa Agrobiologia, 23890-000 Seropédica (RJ) dejair@cnpab.embrapa.br.
A.C.P. Devide et al.
Bragantia, Campinas, v.68, n.1 , p.145-153, 2009
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1. INTRODUÇÃO
A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é uma
espécie nativa do Brasil e está distribuída em todo o
território nacional (VALLE, 2005). A lavoura emprega
cerca de dois milhões de pessoas considerando toda
a cadeia produtiva. A agricultura familiar é
responsável por 84% da produção de mandioca no
País (MDA, 2005) e o consumo per capita de raízes (51
kg hab
-1
ano
-1
) supera a média mundial de 17 kg hab
-1
ano
-1
(FAO, 2005).
Na cultura da mandioca, os produtores
familiares praticam sistemas agrícolas variados e sem
critérios técnicos definidos, frequentemente com baixa
produtividade [13,8 Mg ha
-1
média anual em 2002,
IBGE (2005)]. Na perspectiva de melhor utilizar os
recursos disponíveis, empregam grande número de
genótipos locais, com produtividade variável,
predominantemente em áreas cujos solos possuem
baixo teor de fósforo assimilável (LORENZI, 2003).
O cultivo de mandioca no Estado do Rio de
Janeiro é uma atividade ligada a pequenos e médios
agricultores, com produtividade média de 16,0 Mg ha
-1
,
sendo destinada à alimentação humana in natura ou
comercializada nas formas de farinha e polvilho
(ANDRADE et al., 1999). Na Região Metropolitana, com
destaque para o município de Seropédica, concentra-
se a produção de mandioca “de mesa” em
monocultura e com intenso preparo do solo, uso de
herbicidas e outros agrotóxicos. O clima caracteriza-
se por períodos de elevada precipitação pluvial, entre
outubro e março, com chuvas esporádicas no inverno,
e um ‘veranico’ em janeiro/fevereiro, caracterizando
a necessidade de irrigação para outras culturas, como
a do milho. O excessivo revolvimento da camada
superficial do solo para o plantio da mandioca,
predominantemente em setembro-outubro, associado
ao lento crescimento inicial e alta intensidade de
chuvas, têm contribuído para a erosão e a degradação
da fertilidade natural nas áreas cultivadas.
O estabelecimento de consórcios simultâneos
com culturas de valor econômico e também com
adubos verdes, visa, além de renda adicional, melhor
cobertura do solo, aporte de nutrientes e matéria
orgânica, distribuição da força de trabalho e
manutenção do equilíbrio biológico no
agroecossistema. A escolha do caupi deve-se à maior
velocidade de cobertura do solo (ALVARENGA et al.,
1995). Sob o ponto de vista de controle à erosão, este
fato é significante, sobretudo por ser a mandioca
frequentemente cultivada em locais declivosos, como
ocorre em diversas regiões do Estado do Rio de Janeiro.
Por ser considerada rústica, em comparação
a muitas outras espécies, a produção orgânica de
mandioca pode aumentar o número de adeptos desse
modelo de cultivo e conferir maior segurança àqueles
que pretendem converter suas unidades produtivas.
Entretanto, há carência de resultados científicos sobre
seu cultivo orgânico e consorciada com milho para
fins de colheita de espigas verdes ou com caupi para
adubação verde. Em Paranavaí (PR), foram registrados
1.000 hectares convertidos ao sistema orgânico, nos
quais a mandioca vem sendo consorciada com soja,
feijão e girassol (BEZERRA, 2004).
A hipótese testada foi de que as culturas
consortes não prejudicam a produtividade de
mandioca no manejo orgânico irrigado. Foram
avaliados os resultados produtivos do consórcio entre
a mandioca, o milho e o caupi, visando à colheita de
raízes para o consumo in natura, de espigas “verdes”
e o aporte de biomassa e nutrientes pelo caupi ao solo.
2. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi instalado no município de
Seropédica, Região Metropolitana do Estado do Rio
de Janeiro, a 22º 45' S, 43º 42' W e altitude de 33 m,
no SIPA (Sistema Integrado de Produção
Agroecológica) - “Fazendinha Agroecológica km 47”
(ALMEIDA et al., 2003). O clima é do tipo ‘Afw’ tropical,
segundo a classificação de Köppen, com inverno seco.
As respectivas médias de precipitação pluvial e a
temperatura dos últimos 30 anos na região são,
respectivamente, de 1.200 mm e 28 ºC (INMET/PESAGRO-
RIO, 2005). Os valores no período do experimento são
apresentados na Figura 1.
Figura 1. Médias históricas de temperatura e precipitação
pluvial em Seropédica (RJ) e no período de setembro
de 2004 a maio de 2005 (INMET/PESAGRO-RIO, 2005).
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Bragantia, Campinas, v.68, n.1, p.145-153, 2009
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O solo, classificado como Argissolo Vermelho-
Amarelo, horizonte A moderado, textura argilosa,
topografia plana e boa fertilidade (Tabela 1) teve seu
preparo mecanizado com uma aração a 20 cm de
profundidade, seguida de gradagem.
Foi utilizada a cultivar de mandioca de mesa
IAC 576-70, de excelente desempenho agrícola e
qualidade culinária, a mais cultivada no Estado de
São Paulo para comercialização nos mercados
hortícolas, indústrias de congelados, com expressiva
área na agricultura periurbana (LORENZI e VALLE, 2002)
e recém-introduzida no Estado do Rio de Janeiro. Para
o milho (Zea mays) empregou-se a cv. Eldorado, de
dupla aptidão - espigas verdes e grãos secos -
considerada eficiente no uso do nitrogênio (MACHADO,
1998). Para adubação verde utilizou-se o caupi (Vigna
unguiculata) cv. Mauá, de crescimento indeterminado,
que também pode ser cultivado para colheita de
vagens e grãos verdes, sendo comum seu cultivo por
pequenos e médios produtores fluminenses.
Tabela 1. Resultados da análise química do solo da área experimental. Seropédica (RJ), 2004
Profundidade pH Al Ca + Mg Ca Mg P K C MO N
cm em água cmol
c
dm
-3
mg dm
-3
%
0 – 20 5,2 0,0 4,6 3,1 1,5 29 76 0,60 1,03 0,0923
O delineamento experimental utilizado foi
em blocos casualizados, com cinco repetições. Os
tratamentos constaram dos seguintes arranjos: a)
monocultivo de mandioca; b) mandioca + milho; c)
mandioca + caupi; e d) mandioca + milho + caupi.
Cada parcela experimental foi composta por seis
linhas de mandioca de 5,0 m de comprimento, sendo
a área útil formada por quatro linhas centrais
(Figura 2).
O plantio da mandioca foi realizado em 13 de
setembro de 2004, utilizando-se manivas-semente de
15 cm de comprimento e 2,0 cm de diâmetro. Estas
foram colocadas em sulcos não adubados, a 10 cm de
profundidade, com espaçamento de 0,60 x 1,00 m
(16.667 plantas ha
-1
). Os consortes foram semeados
49 dias após o plantio (DAP) da cultura principal,
sendo o milho alternado em relação às entrelinhas da
cultura principal, correspondendo ao espaçamento de
2,0 x 0,5 m (20.000 plantas ha
-
¹), com duas plantas
por cova, adubadas com 100 g da mistura (1:1, v/v)
de cinzas de lenha e farinha de ossos + 500 g de
esterco bovino curtido (Tabela 2). O caupi foi semeado
em sulcos não adubados, na densidade de 12
sementes m
-1
, formando-se fileiras duplas espaçadas
em 0,50 m entre si e dispostas nas entrelinhas
alternadas da mandioca (120.000 plantas ha
-
¹). O
arranjo mandioca + milho + caupi foi desenvolvido
de modo similar aos consórcios simples, assim, todas
as entrelinhas da mandioca foram cultivadas.
Foram feitas adubações em cobertura no milho,
aos 21 e 50 dias após a semeadura (DAS) com 200 g
de “cama” de frango (Tabela 2). Durante a formação
da espiga, realizaram-se três aplicações foliares com
o produto comercial à base de Bacillus thuringiensis
para o controle de lagartas.
Figura 2. Arranjos espaciais, representando os
tratamentos avaliados: (1) monocultivo de mandioca
(1,0 x 0,60m); (2) mandioca consorciada com milho; (3)
mandioca consorciada com caupi; e (4) mandioca
consorciada com milho e caupi. Seropédica-RJ, 2004.
x
= mandioca Ï = milho : : = caupi
x x x x x x
x x x x x x
x x x x x x
x x x x x x
x x x x x x
x x x x x x
x x x x x x
x x x x x x
(1)
x x Ï x x Ï x x
x x Ï x x Ï x x
x x Ï x x Ï x x
x x Ï x x Ï x x
x x Ï x x Ï x x
x x Ï x x Ï x x
x x Ï x x Ï x x
x x Ï x x Ï x x
(2)
x : : x Ï x : : x Ï x : : x
x : : x Ï x : : x Ï x : : x
x : : x Ï x : : x Ï x : : x
x : : x Ï x : : x Ï x : : x
x : : x Ï x : : x Ï x : : x
x : : x Ï x : : x Ï x : : x
x : : x Ï x : : x Ï x : : x
x : : x Ï x : : x Ï x : : x
(4)
x : : x x : : x x : : x
x : : x x : : x x : : x
x : : x x : : x x : : x
x : : x x : : x x : : x
x : : x x : : x x : : x
x : : x x : : x x : : x
x : : x x : : x x : : x
x : : x x : : x x : : x
(3)
0,6 m
1,0 m
2,0 m
0,5m
Foram realizadas capinas 34 DAP da
mandioca, apenas nas linhas cultivadas; aos 47 DAP,
por ocasião da semeadura dos consortes; e aos 67
DAP, cobrindo toda a área experimental. O
experimento foi irrigado por aspersão durante todo o
ciclo do milho, quando constatada a ocorrência de
deficiência hídrica.
A.C.P. Devide et al.
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Na colheita, foram avaliadas na área útil da
parcela experimental, 24 plantas de mandioca (14,4 m²)
colhidas aos 254 DAP; espigas de 32 plantas de milho
(16 m²) colhidas 84 DAS (133 DAP da mandioca) e a
biomassa de 24 plantas de caupi (1,67 m²), cortado no
início da floração, aos 50 DAS (84 DAP da mandioca).
Foram avaliadas as seguintes características: a)
mandioca - produção total e comercial de raízes; número,
massa, diâmetro e comprimento médio de raízes
comerciais; cozimento, produção da parte aérea e índice
de colheita (produção de raízes/produção total de
biomassa x 100); b) milho - ciclo vegetativo, produção
de espigas comerciais (número, comprimento, diâmetro
e massa); c) caupi - massa de matéria verde e seca da
parte aérea e composição de nutrientes. Os dados obtidos
na área útil das parcelas experimentais foram
convertidos para megagrama por hectare (Mg ha
-
¹)
Os resultados foram submetidos à análise de
variância pelo teste F (p = 0,05). Os dados referentes
às características avaliadas na cultura da mandioca
foram comparados pelo teste de Tukey (p = 0,05) e
aqueles referentes ao milho e ao caupi pelo teste t
Student (p = 0,05). Para análise estatística utilizou-
se o programa SAS v.6.11 (SAS INSTITUTE INC., 1996).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A mandioca produziu, em média, 63,44 Mg ha
-
¹
de massa fresca e 33,32 Mg ha
-¹
de raízes comerciais.
Essa produtividade é considerada elevada quando
comparada às lavouras comerciais do estado de São
Paulo, onde a IAC 576-70 ocupa praticamente toda a
área cultivada com essa cultura a qual tem a média
estimada para o ano agrícola 2004/05 de 16 Mg ha
-¹
de mandioca de “mesa” (CASER et al., 2005).
Apresentou, também, desempenho superior a outros
resultados experimentais encontrados na literatura
(ARIAS et al, 2005; AGUIAR, 2003 e outros). Essa
produtividade é ainda mais expressiva se
considerarmos que as plantas foram colhidas com
relativa precocidade, aproximadamente oito meses e
ainda enfolhadas. Assim, a mandioca produzida em
sistema orgânico, além de viável, apresentou
desempenho favorável, quer nas condições de cultivo
solteiro ou consorciada com milho, caupi, ou ambos
consortes simultâneos. As condições férteis do solo e
a irrigação suplementar favoreceram o desempenho
da mandioca e das outras culturas, permitindo
colheitas precoces, o que favorece o uso da terra e a
renda do agricultor.
Tabela 2. Composição química dos insumos utilizados para adubação do milho. Seropédica (RJ), 2005
Insumos N P K Ca Mg
g kg
-1
Esterco bovino 22,96 4,55 20,50 47,07 11,25
“Cama” de frango 25,96 20,55 10,00 36,60 7,00
Cinzas de lenha + farinha de ossos* 10,37 35,81 82,85 310,38 18,75
*(1:1, volume/volume).
Tabela 3. Produtividade comercial, número de raízes por planta e massa, diâmetro e comprimento médio de raízes
tuberosas de mandioca (cv. IAC 576-70), sob manejo orgânico, em monocultivo e em consórcios simultâneos com
milho, caupi, e milho + caupi, aos 254 DAP. Seropédica (RJ), 2005
Produtividade
Massa Diâmetro Comprimento
Tempo
Tratamentos
comercial
Raízes por
média da médio da médio da
de cozimento
planta
raiz raiz raiz
Mg ha
-¹
n.° g cm min
Mandioca 36,31 A 6,47 A 337 A 5,64 A 28,80 A 15
Mandioca + milho 28,58 A 5,08 A 338 A 5,68 A 25,80 B 15
Mandioca + caupi 30,54 A 5,34 A 346 A 5,60 A 27,80 A 15
Mand.+ milho/caupi 30,17 A 5,33 A 339 A 5,82 A 25,40 B 15
CV (%) 13,84 13,36 8,54 2,18 2,81 -
DMS 8,16 1,39 54,51 0,23 1,42 -
Médias seguidas da mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤ 0,05).
Produtividade de mandioca em sistema orgânico
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o “ponto de purê”, o que segundo NORMANHA (1988),
é indicativo de produto de excelente qualidade,
comprovada pela apreciação sensorial.
A mandioca teve altas produções de massa de
matéria verde de raízes e da parte aérea (Tabela 4),
confirmando alto potencial produtivo em condições
não estressantes. O cultivo solteiro teve o melhor
desempenho com produção de 38,32 Mg ha
-¹
de raízes
e 71,76 Mg ha
-1
de biomassa total. Em consórcio, a
produção de raízes teve tendência a reduzir-se,
principalmente mandioca + milho, mas sem
magnitude suficiente para que fosse estatisticamente
significativa (Tabela 4).
Não foram detectadas diferenças
significativas entre tratamentos para os valores de
produtividade comercial, número de raízes por planta,
peso e diâmetro basal médios das raízes (Tabela 3).
Somente para comprimento da raiz houve diferença,
sendo que as raízes colhidas do monocultivo e do
consórcio com caupi apresentaram formato mais
alongado, padrão plenamente satisfatório para o
mercado in natura. Amostras de raízes comerciais,
coletadas ao acaso nos diferentes tratamentos, não
apresentaram qualquer tipo de deterioração até 48
horas após a colheita. O cozimento das raízes de todos
os tratamentos foi rápido, por volta de 15 minutos
(Tabela 3), sendo facilmente esmagadas por garfo até
A maior ação prejudicial foi provocada pelo
milho na produção de matéria verde total de
mandioca, que se reduziu em cerca de 18%. Os demais
arranjos não causaram prejuízos significativos à
mandioca, embora em todos diminuíssem a produção
total de massa fresca de raízes, da parte aérea e o
índice de colheita (Tabela 4). Entretanto, OLASANTAN
et al. (1996) registraram vantagens ecológicas do
consórcio entre mandioca e milho em relação ao
cultivo “solteiro”, o que pode ser notado em função
do aporte de biomassa e cobertura do solo.
O caupi não teve efeito prejudicial
significativo à mandioca, e ainda reduziu o efeito
negativo do milho no arranjo mandioca + milho +
caupi na produção total de massa fresca de raízes.
Também no município de Seropédica (RJ), a cultivar
Saracura de mandioca, tradicional na região, com o
manejo orgânico, porém em condições menos férteis
e sem irrigação, produziu cerca de 29% mais raízes
no consórcio mandioca + crotalária (Crotalaria juncea)
do que no cultivo solteiro (LOPES, 2003; LOPES et al.,
2005). A leguminosa cultivada nas entrelinhas da
mandioca recebeu três cortes durante o ciclo, sendo
capinada aos 60 DAS, na floração. Foi obtida uma
Tabela 4. Massa de matéria verde de raízes (MVr), da parte aérea (MVpa) e total (MVt) e índice de colheita (IC) da
mandioca (cv. IAC 576-70), sob manejo orgânico, em monocultivo e em consórcios simultâneos com milho, caupi e
milho + caupi, aos 254 DAP. Seropédica-RJ, 2005
Tratamento MVr MVpa MVt IC
Mg ha
-¹
%
Mandioca 38,32 A 33,44 A 71,76 A 53,5 A
Mandioca + milho 30,38 A 28,54 A 58,92 B 51,4 A
Mandioca + caupi 32,20 A 29,60 A 61,80 AB 52,2 A
Mandioca + milho/caupi 32,38 A 28,89 A 61,27 AB 52,6 A
CV (%) 13,57 9,80 9,31 7,42
DMS 8,49 5,54 11,09 7,30
Médias seguidas da mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p ≤ 0,05).
produção de 16,21 Mg ha
-1
de raízes próprias para
‘mesa’ (LOPES et al., 2005), confirmando o efeito
favorável das fabáceas (leguminosas).
O índice de colheita (IC), que caracteriza a
relação entre a parte colhida (raízes) e a biomassa
aérea da mandioca, ao redor de 52%, não foi alterado
pelos consórcios, sendo inferior ao esperado para a
cultivar IAC 576-70, devido à colheita precoce, quando
as plantas ainda estavam bastante enfolhadas. Esses
resultados confirmam as observações feitas por
KAWANO (1982) que, em condições favoráveis, pode ser
obtida alta produtividade, mesmo com IC não muito
alto, devido ao excesso de massa da parte aérea.
Com relação à cultura do milho, o
embonecamento foi uniforme e iniciou-se aos 63 DAS.
As adubações de cobertura estimularam o
desenvolvimento das plantas, compensando o
sombreamento inicial da mandioca, a qual teve
crescimento além do esperado, provavelmente por causa
da irrigação. As espigas foram colhidas aos 84 DAP, no
ponto de milho verde e estádio fenológico: grãos leitosos.
Imediatamente após a colheita, as plantas foram
cortadas rente ao solo e distribuídas nas entrelinhas da
mandioca, formando boa cobertura do solo.
A.C.P. Devide et al.
Bragantia, Campinas, v.68, n.1 , p.145-153, 2009
150
O número de espigas, massa média com ou
sem palha (Tabela 5) e as dimensões (Tabela 6) não
foram influenciadas pela presença do caupi,
possivelmente porque não houve competição
durante a sua formação e crescimento (MAGALHÃES
e DURÃES, 2005). Nos consórcios, o milho produziu,
em média, 82% de espigas aptas para o comércio
hortícola, equivalendo a aproximadamente 18 mil
espigas ha
-1
superando o valor de 70% obtido por
ARAÚJO e ALMEIDA (2000) para a cv. Sol da Manhã
ND (‘BR-4158’, atualmente cv. Eldorado) sob
idêntico manejo orgânico, nas condições da
Baixada Fluminense. Também, os valores de
comprimento e diâmetro basal de 17,9 e 3,8 cm
respectivamente, foram inferiores aos verificados
no presente trabalho.
Tabela 5. Número de espigas verdes por hectare, rendimento comercial e massa média da espiga com e sem palhas,
do cultivar Eldorado de milho, sob manejo orgânico, em consórcios simultâneos com mandioca e mandioca + caupi.
Seropédica (RJ), 2005
Tratamento Espigas verdes Rendimento comercial
Massa média da espiga
com palha sem palha
n.º espigas ha
-¹
% g
Milho + mandioca 17.500 A 86 A 272,73 A 201,25 A
Milho + mandioca + caupi 18.750 A 78 A 280,03 A 196,21 A
CV (%) 16,83 15,43 9,37 9,02
DMS 4.563 18,92 38,72 26,81
Médias seguidas da mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste t Student (p ≤ 0,05).
Tabela 6. Comprimento e diâmetro basal médios das
espigas verdes (padrão comercial) da cv. Eldorado de
milho, sob manejo orgânico, em consórcios simultâneos
com mandioca e com mandioca+caupi. Seropédica (RJ),
2005
Tratamento Comprimento Diâmetro basal
cm
Milho + mandioca 19,57 A 4,35 A
Milho + mandioca + caupi 19,24 A 4,43 A
CV (%) 6,78 5,10
DMS 1,97 0,34
Médias seguidas da mesma letra, nas colunas, não diferem entre si
pelo teste t Student (p ≤ 0,05).
O caupi cobriu totalmente o solo já a partir dos
20 DAP, sendo cortado aos 48 DAP, no estádio de
florescimento e distribuído nas entrelinhas da
mandioca. A produção de massa verde e seca da parte
aérea, em média, foi, respectivamente, de 12 e 1,48 Mg
ha
-1
,
porém não houve diferenças significativas entre
os consórcios testados (Tabela 7). A influência positiva
sobre a produção de raízes da mandioca, embora não
significativa, pode estar associada ao aporte de
nitrogênio, via fixação biológica, e à decomposição da
biomassa aérea do caupi após o corte. O nitrogênio e
outros nutrientes liberados na decomposição
provavelmente foram aproveitados pelas culturas em
consórcio, ou seja, a mandioca e o milho, ou
mobilizados no solo mediante ação da biota (HÖDTKE
et al., 1997). Essa atividade de organismos
decompositores da matéria orgânica seria acelerada
pela oferta do nitrogênio da massa fresca do caupi,
subsequente ao acamamento das plantas de milho, em
função da alta relação C/N desse material. Além
disso, a cobertura morta reduz perdas de umidade na
camada superficial do solo, assim como as variações
térmicas (LAMAS, 2007).
Tabela 7. Massa de matéria verde (MVpa) e seca (MSpa)
da parte aérea de caupi (cv. Mauá), sob manejo
orgânico, em consórcios simultâneos com mandioca e
mandioca + milho, aos 50DAP. Seropédica-RJ, 2005
Tratamento MVpa MSpa
Mg ha
-¹
Caupi + mandioca 12,35 A 1,49 A
Caupi + mandioca + milho 11,60 A 1,46 A
CV (%) 21,83 23,93
DMS 3,91 0,53
Médias seguidas da mesma letra, nas colunas, não diferem entre si
pelo teste t Student (p ≤ 0,05).
Os valores médios relativos ao acúmulo de
biomassa aérea, por ocasião do florescimento do
caupi, foram proporcionais àqueles registrados por
ALVARENGA et al. (1995) em monocultivo da
leguminosa. Em Seropédica (RJ), LOPES (2003) analisou
o consórcio simultâneo entre caupi (cultivar do grupo
Produtividade de mandioca em sistema orgânico
Bragantia, Campinas, v.68, n.1, p.145-153, 2009
151
“fradinho”) e mandioca (cv. Saracura), assinalando
valores, também, comparáveis ao do presente estudo.
Assim, com 200.000 plantas ha
-1
cortadas na floração,
este autor constatou 32,60 Mg ha
-1
de massa verde da
parte aérea (163 g planta
-
¹). No presente estudo, para
a população de 120.000 plantas, o caupi acumulou
cerca de 100 g planta
-1
de matéria fresca.
Os resultados das quantidades de nutrientes
acumuladas na parte aérea do caupi estão
relacionados na tabela 8. LOPES (2003), no consórcio
com mandioca aqui já referenciado, relatou acúmulo
correspondente a, aproximadamente, 100 kg de N
ha
-1
na parte aérea do caupi. Quanto a esta
característica, novamente os dados são
proporcionalmente comparáveis aos do presente
estudo.
Em monocultivo, a mandioca não utiliza
maximamente os fatores energia radiante, água e
nutrientes, durante os três primeiros meses de seu
ciclo vegetativo, devido ao lento desenvolvimento
inicial da planta, possibilitando o consórcio com
culturas de ciclo curto (DEVIDE, 2006).
Tabela 8. Acúmulo de cálcio, magnésio, fósforo, potássio, nitrogênio, matéria orgânica e carbono na parte aérea do
caupi (cv. Mauá), sob manejo orgânico, em consórcios simultâneos com mandioca e mandioca + milho, aos 50 DAP.
Seropédica-RJ, 2005
Tratamento Ca Mg P K N MO C
kg ha
-¹
Caupi + mandioca 8,24 A 1,99 A 2,00 A 13,71 A 44,65 A 1278,4 A 710,2 A
Caupi + mandioca+milho 8,75 A 2,06 A 1,83 A 16,58 A 42,02 A 1249,4 A 694,1 A
CV (%) 46,52 44,98 37,50 48,76 25,03 24,35 24,35
DMS 5,91 1,36 1,07 11,04 16,23 460,29 255,71
Médias seguidas da mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste t Student (p ≤ 0,05).
Os genótipos de mandioca com crescimento
ereto (ramificação tardia) e vigor médio estabelecem
menos competição por energia radiante em cultivos
associados. A cultivar IAC 576-70 emite a primeira
ramificação ocorrendo na metade da altura da planta
e ramificação tricotômica em ângulo agudo (LORENZI,
2003). Essas características favoreceram os tratos
culturais e a consorciação com o milho e o caupi.
A conveniência do uso do consórcio triplo
baseia-se no fato de que, além da colheita adicional
das espigas de milho para direta comercialização,
assegura-se, simultaneamente, a adubação verde da
área cultivada. Tal procedimento torna-se estratégico
para sistemas agroecológicos de produção, tendo em
vista a necessidade do aporte sistemático de matéria
orgânica ao solo, o que promove a redução de
fertilizações com estercos, tortas, compostos e mesmo
alguns fertilizantes minerais de baixa solubilidade.
Outros autores registraram efeitos de
leguminosas sobre a produtividade da mandioca,
quando em consórcio simultâneo. MATTOS et al. (1994a),
por exemplo, obtiveram rendimento, em raízes
comerciais, de 27,56 Mg ha
-¹
usando linhas duplas de
plantio (2,00 x 0,60 x 0,60 m), em consórcio com o
amendoim (Arachis hypogea), enquanto o monocultivo
produziu 25,32 Mg ha
-1
nesse mesmo espaçamento; em
fileiras simples (1,00 x 0,60 m), contudo, o consórcio
reduziu a produtividade (16,84 Mg ha
-1
) quando
comparado ao monocultivo (19,99 Mg ha-
1
). Em
consórcio simultâneo com a soja (Glycine max) para
colheita de grãos, a mandioca proporcionou redução
de produtividade, o que foi atribuído por MATTOS et
al. (1994b) ao estresse hídrico ocorrido no período
inicial de desenvolvimento das culturas. No
espaçamento convencional de 1,00 x 0,60 m, a
produção de raízes de mandioca no consórcio com a
soja foi reduzida (15,15 Mg ha
-¹
) em comparação ao
cultivo “solteiro”, no qual o rendimento chegou a
23,53 Mg ha
1
no espaçamento em fileiras duplas (2,00
x 0,60 x 0,60 m), todavia essas diferenças não foram
significativas (MATTOS et al., 1994a,b).
Nas condições estudadas, a curta duração
do ciclo do caupi até o estádio de florescimento, o
torna uma espécie promissora para consórcios
simultâneos. Adubos verdes, quando semeados nas
entrelinhas de culturas econômicas permitem a
contínua exploração agrícola de determinada área,
o que se reveste de interesse, sobretudo para
pequenos estabelecimentos rurais, pelo potencial de
melhor aproveitamento de fatores de produção,
como energia radiante, água e nutrientes, além do
fluxo de renda familiar. Entretanto, esse tipo de
consórcio, na maioria dos casos, não é recomendável
em situações de reduzida pluviosidade sem o recurso
da irrigação (ESPÍNDOLA et al., 1997).
A.C.P. Devide et al.
Bragantia, Campinas, v.68, n.1 , p.145-153, 2009
152
Para o cultivo consorciado de mandioca em
fileiras simples, LORENZI (2003) preconiza o
espaçamento de 1,00 a 1,20 m entrelinhas e de 0,60 a
0,80 m entre plantas, intercalando a cultura consorte
apenas em linhas alternadas com as de mandioca. No
presente trabalho foi possível obter-se elevada
produtividade de raízes comercias em consórcio com
milho e caupi, com o máximo aproveitamento do solo.
Os critérios adotados para o consórcio triplo, sem
modificar o espaçamento da mandioca (1,00 x 0,60 m),
foram adequados para as condições experimentais,
conferindo elevada produtividade de raízes, de
espigas verdes de milho, o aporte de nutrientes e
nitrogênio do caupi, benéficos ao agroecossistema e
ao agricultor.
4. CONCLUSÕES
1. A mandioca de “mesa” IAC 576-70
cultivada em manejo orgânico na Baixada Fluminense,
Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro,
com irrigação suplementar no estádio inicial do ciclo,
proporcionou alta produtividade em colheita precoce
(8 ½ meses), além de excelente padrão comercial.
2. A inclusão do milho, cv. Eldorado,
cultivado nas entrelinhas alternadas da mandioca,
após a primeira capina, não interferiu na produção
comercial de raízes. A colheita de espigas verdes com
padrão de mercado significa potencial de renda
adicional ao agricultor, com melhor aproveitamento
dos recursos disponíveis, inclusive justificando a
irrigação.
3. O cultivo simultâneo do caupi cv. Mauá, nos
arranjos espacial e temporal adotados, não exerce
influência negativa na produtividade da mandioca ou
do milho e agrega N ao solo.
4. O consórcio triplo mandioca + milho +
caupi é recomendável, nas condições do estudo, tendo
por base a contribuição da fabácea - leguminosa - em
termos de aporte de matéria orgânica e de nutrientes,
além da cobertura do solo e do conseqüente potencial
de controle à erosão.
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