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O acesso de gestantes ao tratamento odontológico The access of pregnants to dentistry treatment

Authors:

Abstract

resumO Introdução: A gestação é um período peculiar na vida feminina, no qual a mulher é receptível a informações que possam trazer benefícios a ela e seu bebê, o que poderá ser traduzido em mudanças de comportamen- to favoráveis à saúde. Uma das dificuldades do acesso das gestantes ao tratamento odontológico reside no conflito entre hábitos antigos e novos conceitos adquiridos. Assim os autores objetivaram verificar se gestantes foram ou não submetidas à assistência odontológica durante a gravidez e os motivos que dificul - taram o acesso a esse serviço. Métodos: Foram entrevistadas 100 gestantes, que buscaram atenção pré-natal nas Unidades Básicas de Saúde de Araçatuba - SP. Utilizou-se formulário contendo questões sobre acesso das gestantes ao serviço odontológico e os motivos pelos quais elas procuraram o serviço. A idade média das gestantes foi de 23,51 anos, sendo que 26% encontravam-se entre 14 a 20 anos. Resultados: Do total, 73% não procuraram tratamento odontológico durante a gravidez, tendo sido verificados como motivos: sem necessidade de tratamento (32,9%); crendices e mitos (16,4%), falta de dinheiro/vontade ou tempo (15,1%), medo (8,2%) e outras razões (27,4%). Entre as gestantes que procuraram serviço odontológico (27), 40,7% não foram atendidas, e citaram como principal motivo: problemas relacionados com servi- ços públicos de Saúde como demora no atendimento, falta de dentista, dificuldade para marcar consulta (45,4%). Conclusão: Pode-se concluir pouca procura das gestantes aos serviços odontológicos, em função principalmente da crença e mito. A falta de informação demonstra a necessidade de as gestantes serem priorizadas nos programas de atenção odontológica. Os profissionais devem promover o aprendizado sobre saúde bucal na gravidez. descritOres: Saúde Bucal - Assistência odontológica - Gravidez. abstract Introduction: Pregnancy is a special moment in the female period of life, when the woman is open to receive information that can bring benefits to her and her baby, what could be translated into behavior changes towards good health. One of the difficulties of the pregnant women access to dental treatment is the con - flict between old habits and new acquired concepts. The authors aimed to verify if pregnant women had or not been submitted to dental care during pregnancy and the reasons that had made difficult the access to this service. Methods: One hundred pregnant women looking for prenatal care in the Public Health Center of Araçatuba - SP were interviewed. A form assessment was used with questions about the access of pregnant women to dental service and the reasons they had looked for the service. The mean age of the pregnant women was 23.51 years, 26% of them were between 14- 20 years-old. Results: Of the total, 73% didn't looked for dental treatment during pregnancy, and the reasons for that were: no needs of treatment (32.9%); beliefs and myths (16.4%), lack of money/wish or no time available (15.1%), dental fear (8.2%) and other reasons (27.4%). Between the pregnant women that looked for dental treatment (27), 40.7% were not treated and they cited as main reasons problems related to public health services, as the delay for the treatment, absence of dentists, and difficulty for booking a visit to the dentist (45.4%). Pode-se con - cluir pouca procura das gestantes aos serviços odontológicos, em função principalmente da crença e mito. A falta de informação demonstra necessidade das gestantes serem priorizadas nos programas de atenção odontológica. Os profissionais devem promover aprendizado sobre saúde bucal na gravidez. Conclusion: It can be concluded there was a low rate of women looking for dental treatment, due to beliefs and myth. The lack of information demonstrates the needs of pregnant women being prioritized in dental care pro- grams. The health professionals must promote oral health education during the pregnancy. descriptOrs: Oral health - Dental care - Pregnancy.
Suzely Adas Saliba Moimaz*
Najara Barbosa Rocha**
Orlando Saliba***
Cléa Adas Saliba Garbin****
O acessO de gestantes aO tratamentO OdOntOlógicO
THE ACCESS OF PREGNANTS TO DENTISTRY TREATMENT
resumO
Introdução: A gestação é um período peculiar na vida feminina, no qual a mulher é receptível a informações
que possam trazer benefícios a ela e seu bebê, o que poderá ser traduzido em mudanças de comportamen-
to favoráveis à saúde. Uma das diculdades do acesso das gestantes ao tratamento odontológico reside
no conito entre hábitos antigos e novos conceitos adquiridos. Assim os autores objetivaram vericar se
gestantes foram ou não submetidas à assistência odontológica durante a gravidez e os motivos que dicul-
taram o acesso a esse servo. Métodos: Foram entrevistadas 100 gestantes, que buscaram atenção pré-natal
nas Unidades Básicas de Saúde de Araçatuba – SP. Utilizou-se formurio contendo questões sobre acesso
das gestantes ao serviço odontológico e os motivos pelos quais elas procuraram o serviço. A idade média
das gestantes foi de 23,51 anos, sendo que 26% encontravam-se entre 14 a 20 anos. Resultados: Do total,
73% não procuraram tratamento odontológico durante a gravidez, tendo sido vericados como motivos:
sem necessidade de tratamento (32,9%); crendices e mitos (16,4%), falta de dinheiro/vontade ou tempo
(15,1%), medo (8,2%) e outras razões (27,4%). Entre as gestantes que procuraram serviço odontológico
(27), 40,7% não foram atendidas, e citaram como principal motivo: problemas relacionados com servi-
ços públicos de Saúde como demora no atendimento, falta de dentista, diculdade para marcar consulta
(45,4%). Conclusão: Pode-se concluir pouca procura das gestantes aos serviços odontológicos, em função
principalmente da crença e mito. A falta de informação demonstra a necessidade de as gestantes serem
priorizadas nos programas de atenção odontológica. Os prossionais devem promover o aprendizado
sobre saúde bucal na gravidez.
descritOres
: Saúde Bucal - Assistência odontológica - Gravidez.
abstract
Introduction: Pregnancy is a special moment in the female period of life, when the woman is open to receive
information that can bring benets to her and her baby, what could be translated into behavior changes
towards good health. One of the difculties of the pregnant women access to dental treatment is the con-
ict between old habits and new acquired concepts. The authors aimed to verify if pregnant women had
or not been submitted to dental care during pregnancy and the reasons that had made difcult the access
to this service. Methods: One hundred pregnant women looking for prenatal care in the Public Health
Center of Araçatuba - SP were interviewed. A form assessment was used with questions about the access
of pregnant women to dental service and the reasons they had looked for the service. The mean age of the
pregnant women was 23.51 years, 26% of them were between 14- 20 years-old. Results: Of the total, 73%
didn’t looked for dental treatment during pregnancy, and the reasons for that were: no needs of treatment
(32.9%); beliefs and myths (16.4%), lack of money/wish or no time available (15.1%), dental fear (8.2%)
and other reasons (27.4%). Between the pregnant women that looked for dental treatment (27), 40.7%
were not treated and they cited as main reasons problems related to public health services, as the delay for
the treatment, absence of dentists, and difculty for booking a visit to the dentist (45.4%). Pode-se con-
cluir pouca procura das gestantes aos serviços odontológicos, em fuão principalmente da crença e mito.
A falta de informação demonstra necessidade das gestantes serem priorizadas nos programas de atenção
odontológica. Os prossionais devem promover aprendizado sobre saúde bucal na gravidez. Conclusion: It
can be concluded there was a low rate of women looking for dental treatment, due to beliefs and myth.
The lack of information demonstrates the needs of pregnant women being prioritized in dental care pro-
grams. The health professionals must promote oral health education during the pregnancy.
descriptOrs
: Oral health - Dental care - Pregnancy.
* ProfessoraAdjunto do Departamento de Odontologia Preventiva e Social da Faculdade de Odontologia de Araçatuba - Universidade Estadual Paulista
- Unesp .
** Aluna da graduação da Faculdade de Odontologia de Araçatuba – Universidade Estadual Paulista - Unesp.
*** Professor Titular do Programa de Pós Graduação em Odontologia Preventiva e Social da Faculdade de Odontologia de Araçatuba - Universidade Estadual
Paulista - Unesp
**** Professora Adjunto do Departamento de Odontologia Preventiva e Social da Faculdade de Odontologia de Araçatuba - Universidade Estadual Paulista
- Unesp
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Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo
2007 jan-abr; 19(1):39-45
40
Moimaz SAS, Rocha NB, Saliba O, Garbin CAS O acesso de gestantes ao tratamento odontológico. Revista de Odontologia da Universi-
dade Cidade de São Paulo 2007 jan-abr; 19(1):39-45
intrOdãO:
A gestação é um estado único e valioso no ciclo de
vida da mulher. É nesse contexto que a mulher se en-
contra mais susceptível e sensível para receber informa-
ções que possam levar melhorias à sua vida e à de seu
bebê. (Costa
5
1998, Lavel
11
1976, Maeda et al.
12
2001, Me-
nino
13
1995, Moura et al.
15
2001, Rossel
17
1998, Scavuzzi
et al.
21
1998). Portanto, essa é uma época ideal e propícia
para criar um novo senso crítico sobre determinados
assuntos, como a própria saúde, e assim desenvolver a
habilidade para a aquisição de novos hábitos saudáveis,
visando o bem-estar da própria gestante e de seu futuro
bebê. Moura et al.
15
(2001).
As gestantes são consideradas pacientes especiais por
serem um grupo de risco para doenças bucais, e também
pelo fato de apresentarem alterações físicas, biológicas e
hormonais que acabam por criar condições adversas no
meio bucal. (Dualibi
7
1985, Rossel
17
1998).
Nessa expectativa de poder melhorar a qualidade de
vida da gestante, encaixa-se a necessidade de uma educa-
ção capaz de reestruturar seu modo de agir com seu cor-
po e em conseqüência proporcionar mais saúde a ele.
Segundo Garcia Hoz
9
(1960), educar tem o signi-
cado primário de conduzir a uma determinada direção,
com uma nalidade preconcebida e esse processo termi-
na com a aquisição de novas formas de comportamento
social.
É relevante que um programa educativo tenha como
referência o contexto social, cultural e econômico no
qual a população-alvo esteja inserida, objetivando trans-
por as barreiras sociais e criar estímulos motivacionais
fortes que serão incorporados ao cotidiano dessas mu-
lheres, situando assim os problemas, necessidades e as
demandas do grupo-alvo (Garcia Hoz
9
, Rossel
17
1998,
Scavuzzi et al.
21
1998).
Vários autores concordam com a necessidade de um
programa de atenção odontológica voltado às gestantes
considerando ser um grupo estratégico devido às caracte-
rísticas psicossociais inerentes ao processo reprodutivo e,
fundamentalmente, em razão do papel que as mães pos-
suem na promoção de uma melhor saúde bucal de seus
lhos. (Costa
5
1998, Garcia Hoz
9
1960, Lavel
11
1976, Mo-
reira et al.
14
2004, Rossel
17
1998, Sartorio
18
2001 Savasta-
no
19
1981, Scavuzzi et al.
21
1998 Scavuzzi et al.
22
1999).
A educação individual para as gestantes, fora de um
contexto social, não é suciente. Ela deve ser efetuada
no local em que essas mulheres vivem para que haja co-
operação entre os grupos de conhecimento social, fun-
cionando como um ponto de intensicação no que se
refere às mudanças de comportamento. (Pinto
16
1992).
Porém, a educação individual é imprescindível para con-
duzir à mudança de hábito, porque permite trabalhar
questões pessoais mais direcionadas. Sendo assim, uma
forma de trabalho reforça a outra e devem ser realizadas
concomitantemente. (Maeda et al.
12
2001).
É sabido que quanto maior for atitude positiva da
mãe com relação à sua própria saúde, melhor será a saú-
de bucal de seus lhos. (Costa
et al.
5
1998).
Apesar de haver vários trabalhos publicados de-
fendendo o tratamento odontológico para essa parcela
populacional e de haver estudos voltados à esse tema,
é grande o tabu em torno do atendimento, tanto pelas
próprias gestantes, quanto por parte dos cirurgiões-den-
tistas. Devido a vários adágios populares sem suporte
cientíco, medos e falta de informação, ocorre uma não
procura de atendimento odontológico durante a gravi-
dez. Padrões comportamentais dessa natureza advêm de
traços culturais repassados através de gerações, por isso,
apresentam-se como pontos sensíveis e merecedores de
tratamento cuidadoso. (Menino
13
1995, Moreira et al.
14
2004, Moura et al.
15
2001 Pinto
16
1992, Sartorio
18
2001,
Savastano
19
1981, Scavuzzi et al.
21
1998, Scavuzzi et al.
22
1999).
Por outro lado, existe a recusa pura e simples de boa
parte dos cirurgiões-dentistas em prestar serviços quan-
do solicitados, por falta de conhecimento e informação
sobre o assunto. (Moreira et al.
14
2004, Rossel
17
1998, Sar-
torio
18
2001).
Tal falta de informação gera insegurança nas gestan-
tes e também nos prossionais. (Rossel
17
1998), Con-
siderando os aspectos abordados, torna-se de essencial
importância a introdução de métodos educacionais no
período gestacional, almejando substituir o medo e a an-
siedade, geralmente com auxílio de CDs, por meio de
informações e motivação e para a promoção de saúde
bucal. Essas gestantes podem ser adequadamente mo-
tivadas sendo de grande importância a sua introdução
na ação de agentes multiplicadoras de hábitos saudáveis
a seu bebê e a sua família, justicando a recomendação
de programas desse âmbito nos serviços públicos e pri-
vados. (Maeda et al.
12
2001, Sartorio
18
2001, Savastano
19
1981, Scavuzzi et al.
22
1999). São consideradas ideais
para a aplicação de programas de saúde, pois existe uma
predisposição das futuras mamães em adquirir novos
41
Moimaz SAS, Rocha NB, Saliba O, Garbin CAS O acesso de gestantes ao tratamento odontológico. Revista de Odontologia da Universi-
dade Cidade de São Paulo 2007 jan-abr; 19(1):39-45
conhecimentos que possam beneciar seus lhos, mos-
trando uma boa receptividade em relação a um progra-
ma educativo de saúde bucal. (Costa
5
1998, Maeda et al.
12
2001, Moreira et al.
14
2004, Rossel
17
1998, Scavuzzi et al.
20
1998, Scavuzzi et al.
21
1998). A gestante passa então a ser
encarada como uma promotora da saúde, pois quando
bem informada torna-se elemento chave na quebra da
cadeia da transmissibilidade da cárie dentária. (Costa
5
1998, Maeda et al.
12
2001, Menino
13
1995, Scavuzzi et al.
22
1999).
Moura
15
(2001) cita que não as gestantes preci-
sam de motivação, os cirurgiões-dentistas também, por-
que muitas vezes alguns se sentem despreparados para
atender às gestantes, pois considera que elas são sempre
pacientes de risco que devem ser alertadas sobre a ação
preventiva da Odontologia. Assim torna-se importante
a necessidade de se modicar esse discurso, inserindo
maiores informações sobre o assunto nos currículos de
graduação e nos meios de comunicação do prossional,
a m de se alcançar uma ampla cobertura, desmistican-
do-se a crença e promovendo-se o aprendizado.
É necessário enfatizar a responsabilidade da Odon-
tologia como formadora da consciência da saúde bucal
nas pessoas, num contexto inserido na saúde geral, e
como formadora da consciência da cidadania, enfocan-
do-se a manutenção da saúde e a prevenção de doenças
transmissíveis, investigando-se hábitos e costumes de
indivíduos, para orientá-los na promoção da saúde e na
prevenção de hábitos que os levam à condição de doen-
tes, (King et al.
10
1983). Sendo assim, é necessária a par-
ticipação do cirurgião-dentista numa equipe de pré-natal
para orientação e tratamento das gestantes. (Menino
13
1995, Moreira et al.
14
2004, Moura et al.
15
2001).
Assim, os autores, nesta pesquisa, tiveram como ob-
jetivos:
1. Vericar se as gestantes foram submetidas ao tra-
tamento odontológico durante a gestação;
2. Analisar, por meio de relato das gestantes, se hou-
ve recusa ao atendimento odontológico;
3. Analisar os motivos que porventura tenham leva-
do o cirurgião-dentista e/ou a gestante a recusar o tra-
tamento.
Material e Método:
A coleta de dados nesta pesquisa, do tipo quanti-
qualitativa, foi realizada em 2 UBS (Unidades Básicas de
Saúde: UBS1-Aristides Troncoso; UBS2-Alfredo Dan-
tas), no município de Araçatuba São Paulo, as quais
foram selecionadas por terem apresentado maior núme-
ro de gestantes matriculadas no Programa Pré-Natal do
serviço local de Saúde.
Inicialmente foi feito contato com a Secretaria da
Saúde do município e trabalhadores das UBS (médico,
enfermeira-chefe e auxiliar, conjuntamente com o gru-
po do PSF) para obtenção da permissão para realização
da pesquisa e o projeto foi encaminhado ao Comitê de
Ética em Pesquisa (CEP) e aprovado.
Foi elaborado e validado, em estudo piloto, um ins-
trumento para a coleta de dados com questões abertas
sobre o acesso das gestantes ao serviço odontológico e
os motivos que as levaram a procurar ou não o servi-
Tabela 1 - Distribuição das gestantes entrevistadas nas Unidades
Básicas de Saúde, segundo as características físicas,
educacionais e socioeconômicas: cor da pele, renda familiar,
escolaridade e ocupação, Araçatuba 2005.
Características físicas, socioeconômicas (n=100)
Cor n %
Branca 44 44
Parda 54 54
Negra 2 2
Escolaridade n %
analfabeto 2 2
1º grau incompleto 36 36
1º grau completo 11 11
2º grau incompleto 20 20
2º grau completo 31 31
3º grau incompleto 0 0
3º grau completo 0 0
Renda Familiar n %
abaixo de 2 salários mínimos 70 70
de 2 a 5 salários mínimos 29 29
acima de 5 salários mínimos 1 1
Ocupação n %
autônoma 1 1
desempregada 3 3
doméstica/faxineira/cozinheira 16 16
industriária 4 4
comerciante 3 3
do lar 62 62
estudante 6 6
Outros 5 5
Total 100 100
42
Moimaz SAS, Rocha NB, Saliba O, Garbin CAS O acesso de gestantes ao tratamento odontológico. Revista de Odontologia da Universi-
dade Cidade de São Paulo 2007 jan-abr; 19(1):39-45
Tabela 2 - Distribuição das gestantes entrevistadas nas Unidades Básicas de Saúde, de acordo com as respostas sobre as questões, Araçatuba 2005.
Perguntas: Sim Não Total
Percebeu alguma alteração na boca durante esta gestação? n % n % n %
Procurou o CD durante esta gravidez? 46 46 54 54 100 100
Se percebeu alterações na boca, procurou o CD? 27 27 73 73 100 100
Se procurou o dentista, foi atendida? 22 47,8 24 52,2 46 100
Se foi atendida, o tratamento odontológico foi concluído? 16 59,3 11 40,7 27 100
Procurou o CD nas gestações anteriores? 6 37,5 10 62,5 16 100
Foi orientada a procurar o CD durante a gravidez? 23 37,1 39 62,9 62 100
Percebeu alguma alteração na boca na gestação anterior? 25 25,0 75 75,0 100 100
38 %
36 %
3%
3%
20 %
P rim ig es ta
2ª
3ª
4ª
5ª
26 %
37 %
21 %
13 %
2%
1%
15 -| 19
20 -| 24
25 -| 29
30 -| 34
35 -| 39
40 -| 44
19 %
42 %
39 %
Gráco 1Distribuição percentual das gestantes entrevistadas nas
Unidades Básicas de Saúde, segundo a faixa etária,
Araçatuba 2005.
Gráco 2 – Distribuição percentual das gestantes entrevistadas nas
Unidades Básicas de Saúde, segundo o período gesta-
cional, Araçatuba 2005.
ço. Variáveis como: etnia, comportamento, classe social,
idade, renda familiar, escolaridade e ocupação; foram
também registradas.
Cem gestantes que procuraram o atendimento no
Programa Pré-Natal das 2 UBS foram entrevistadas por
um único pesquisador, após consentimento livre e es-
clarecido.
O cálculo do tamanho da amostra foi efetuado (Fon-
seca
8
1996), com nível de signicância a 5%, chegando-
se a um valor de n=85 gestantes. Para maior segurança
foram entrevistadas 100 gestantes.
Os dados coletados categorizados foram analisados,
de forma quanti-qualitativa, utilizando-se o Programa
EpiInfo 6.04.
discussãO:
O Gráco 1 apresenta a idade das gestantes entrevis-
tadas. Nota-se que a maioria (63%) encontrava-se com
menos de 25 anos. A idade média das gestantes foi de
23, 51 anos, período relatado na literatura como o mais
fértil da mulher. Esses dados são próximos aos obtidos
por vários autores, Costa
5
1998, Moreira et al.
14
(2004).
Mães mais jovens, devido a vários fatores, têm maior
abertura para incorporar hábitos saudáveis, podendo ser
mais facilmente inuenciáveis e motivadas a freqüenta-
rem reuniões e palestras educativas.
Concordando com Badeia
2
(1991) que, para se
considerar um perl epidemiológico de um grupo po-
pulacional, é necessário que o mesmo esteja inserido
no seu contexto social, econômico e cultural. A partir
dessa inserção devemos situar os problemas, as neces-
sidades e as demandas dos grupos. Assim, esta amostra
foi caracterizada, do ponto de vista educacional, social
e econômico, como uma população jovem, de nível de
escolaridade baixo (69% não completaram o grau),
baixo poder aquisitivo (70% sobrevivem com menos de
Gráco 3 - Distribuição percentual das gestantes entrevistadas nas
Unidades Básicas de Saúde, segundo o nº de gestações,
Araçatuba 2005.
Nota: A idade média das gestantes foi de 23,51 anos.
43
Moimaz SAS, Rocha NB, Saliba O, Garbin CAS O acesso de gestantes ao tratamento odontológico. Revista de Odontologia da Universi-
dade Cidade de São Paulo 2007 jan-abr; 19(1):39-45
Motivos n %
Não apresentaram necessidade de
tratamento
24 32,9
Problemas nos postos de saúde 7 9,6
Mitos, crendices e tabus 12 16,4
Medo 6 8,2
Ida ao dentista antes da gravidez 8 11
Falta de dinheiro, vontade e/ou tempo 11 15,1
Orientação do médico a não tratar 1 1,4
Sem motivo 2 2,7
Outras 2 2,7
Total 73 100
Medos, crendices e tabus n %
Medo:
“tenho medo”
“morro de medo”
“tenho medo, não posso mexer nos dentes
devido à gravidez”
“não fui ao dentista, tive medo que a anes-
tesia iria prejudicar meu bebê”
8 44,4
Falta de informação sobre a possibilidade
de realizar tratamento odontológico du-
rante a gestação:
“não sabia que podia tratar, todo mundo
fala que não pode”
“não posso tratar os dentes por causa da
criança”
“não posso tratar, sou gestante e preciso de
autorização do médico”
“não posso arrancar dente devido à gravi-
dez” “falam que não posso ir ao dentista”
“as pessoas dizem que não pode tratar
durante a gravidez, pois dá hemorragia”
10 55,6
Total 18 100
Por quem foi orientada durante a
gravidez?
n %
dentista 4 16
médico 2 8
Família/amigos/marido 6 24
cartazes no posto 3 12
funcionárias do posto 10 40
Total 25 100
Tabela 3 - Motivos alegados pelas gestantes para não buscarem
atendimento odontológico durante a gravidez. Araçatuba
2005.
Tabela 4 – Respostas das pacientes gestantes entrevistadas em relação
a medos, crendices e tabus, Araçatuba 2005.
Tabela 5 - Respostas das gestantes entrevistadas sobre a
orientação para a procura do atendimento odontológico
durante a gravidez, Araçatuba 2005.
2 salários mínimos), e 62% têm como principal ocupa-
ção os afazeres do lar (Tabela 1). Resultados semelhan-
tes foram encontrados por Araújo et al.
1
(2005); Costa,
44
16
2
2
0
10
20
30
40
50
Problema s ge ng iv a is /
s an gr ame nto
Do r d e de nte
Ma u hálito
Sens ib ilida de na
líng ua /adorme c imen to
Gráco 4 - Alterações bucais percebidas pelas gestantes entrevistadas
durante a gravidez, Araçatuba 2005.
Nota: Algumas gestantes relataram que apresentavam 2 ou mais alterações.
et al.
5
(1998); Menino e Bijella
13
(1995) e Scavuzzi, et al.
22
(1999 ).
De acordo com o Gráco 2, apenas 19% das ges-
tantes encontravam-se no primeiro trimestre da gra-
videz, período mais crítico da gestação. Isso pode ser
justicado pelo fato de que muitas mulheres demoram
a comprovar o estado gestacional, podendo estar rece-
osas de uma atenção prossional nessa fase ou ignoram
a importância desse período para a formação do feto.
42% das gestantes encontravam-se no segundo trimes-
tre e 39% no terceiro trimestre, sendo que 39% do total
(n=100) das gestantes estavam em sua primeira gravidez
(Gráco 3).
Na pergunta sobre ocorrência de alguma alteração
na boca percebida durante a gestação, de acordo com
Tabela 2, 46% perceberam alterações, sendo que destas
respostas, as principais alterações alegadas foram san-
gramento/problemas na gengiva e dor de dente (Grá-
co 4).
Menino e Bijella
13
(1995) relataram que 43,3% de
150 gestantes entrevistadas apresentavam sangramento
gengival e que 100% delas apresentavam algum grau de
doença periodontal. Sartorio e Machado
18
(2001) rela-
taram que 56,6% de um total de 60 pacientes gestantes
44
Moimaz SAS, Rocha NB, Saliba O, Garbin CAS O acesso de gestantes ao tratamento odontológico. Revista de Odontologia da Universi-
dade Cidade de São Paulo 2007 jan-abr; 19(1):39-45
apresentavam sangramento gengival, de diversos graus.
Em relação à pergunta sobre a procura de atendimen-
to odontológico durante o período gestacional (Tabela
2), 73% responderam que não procuraram o cirurgião-
dentista, contra 27% que procuraram. Esses resultados
evidenciam a pouca procura das gestantes por tratamen-
to odontológico, como foi descrito semelhantemente
por Costa, et al.
5
(1998), Maeda et al.,
12
(2001) Sartorio
e Machado
18
(2001). As causas principalmente relatadas
por essa não procura pelo tratamento, conforme Tabela
3, foram: não havia necessidade de tratamento (32,9%),
mitos, crendices e tabus (16,4%), falta de dinheiro, von-
tade e /ou tempo (15,1%), medo (8,2%), ida ao dentista
antes da gravidez (11%), problemas nos postos de saúde
(9,6%), orientação do médico a não tratar (1,4%), não
teve motivo (2,7%) e outros (2,7%).
Podemos constatar que mesmo a maioria (61% - Grá-
co 3) das gestantes não estando na primeira gravidez,
não sabem a importância de cuidar de sua saúde bucal
e preservá-la, ocorrendo pouca procura ao atendimento
odontológico.
Esses resultados mostram a insegurança e o medo
das gestantes quanto ao tratamento odontológico, ba-
seados em crenças antigas e argumentos sem qualquer
fundamentação cientíca, mas reforçados pela tradição
leiga, conforme relata Cozzupoli
6
(1981).
Em estudo realizado por Scavuzzi, et al.
20
(1998),
com 204 gestantes, também foi vericada a presença de
crenças e mitos relacionados à Odontologia e gravidez.
Das 46 gestantes que perceberam alterações na boca,
somente 22 (47,8%) procuraram o CD para realizar tra-
tamento odontológico (Tabela 2). Assim pode-se perce-
ber que mesmo quando existe uma real necessidade de
tratamento, devido às alterações percebidas pelas ges-
tantes, elas sugerem pouca valorização ou certo confor-
mismo sobre suas condições bucais de saúde.
Bernd et al.
3
(1992) realizaram uma entrevista com
um grupo de gestantes, identicaram nesta, o relato de
dois níveis de diculdades que devem ser superadas para
se chegar ao dentista. O primeiro é interno, subjetivo e
diz respeito a seus medos, traumas e fantasias. O segun-
do é externo e objetivo e se relacionam com as dicul-
dades de marcação de consultas, esperas prolongadas e
interferências do cotidiano.
Torna-se real a necessidade das gestantes serem prio-
rizadas nos programas de assistência odontológica, de-
vido a essa falta de informação, fundamentalmente pelo
seu papel exercido na saúde bucal de seus lhos, confor-
me relata Scavuzzi, et al
22
(1999).
Dualibi e Dualibi
7
(1985) concordam em que não há
problemas em se prestar assistência odontológica às ges-
tantes e qualquer procedimento pode ser feito em qual-
quer fase da gestação, desde que para isso se tomem os
devidos cuidados: seções curtas, uso criterioso de medi-
camentos e anestésicos e exposição à radiação somente
quando necessário. Apesar de 23 pacientes procurarem
o cirurgião-dentista somente 40,7% foram atendidas
(Tabela 2), alegando como motivos: problemas nos ser-
viços públicos de saúde (45,4%), aguarda atendimento
(27,3%) e recusa do CD a tratar (27,3%). Na opinião de
Scavuzzi et al.
20 e 21
1998, isso é bastante grave, pois essa
crença de que o tratamento odontológico prejudica o
feto está bastante arraigada e sua origem, possivelmen-
te, na própria concepção do prossional. necessida-
de, portanto de se modicar esse discurso, por meio da
inserção de maiores informações sobre o assunto nos
currículos de graduação e nos veículos de comunicação
prossional, a m de se alcançar uma ampla cobertura,
desmisticando-se a crença e promovendo-se o apren-
dizado.
Conforme Tabela 2, das gestantes que foram aten-
didas, apenas 37,5% tiveram seu tratamento concluído.
Eram primigestas 39% das gestantes, e dentre as que
tinham lhos, 62,9% não procuraram o atendimento
odontológico em gestações anteriores (Tabela 2). Das
37,1% que procuraram o dentista na gestação anterior,
alegaram como principais motivos da procura: dor e ur-
gência (73,9%), rotina (13%) e prevenção (8,7%).
Como agravante do quadro encontrado no grupo
de gestantes estudado nesta pesquisa, na Tabela 2, evi-
dencia-se que 75% das gestantes não haviam recebido
qualquer orientação sobre a importância do atendimen-
to odontológico durante a gestação. Das 25 (25%) que
a receberam, responderam que foram orientadas (Tabe-
la 5), principalmente, pelas funcionárias do postos de
saúde (40%), família, amigos e marido (24%), dentista
(16%), cartazes no posto (12%) e médico (8%). Esse re-
sultado mostra a importância dos prossionais dos pos-
tos de saúde (agentes comunitários de saúde e auxiliares
de enfermagem) orientarem as gestantes sobre aspectos
de promoção da saúde bucal.
Torna-se evidente a necessidade da inserção do cirur-
gião-dentista na equipe Pré-Natal, capacitando-se assim
a equipe, para fornecer informações básicas na área de
45
Moimaz SAS, Rocha NB, Saliba O, Garbin CAS O acesso de gestantes ao tratamento odontológico. Revista de Odontologia da Universi-
dade Cidade de São Paulo 2007 jan-abr; 19(1):39-45
odontologia, agindo como uma equipe multidisciplinar
de atendimento às gestantes através da utilização de mé-
todos educativos e preventivos.
cOnclues:
Com a análise dos resultados, conclui-se que:
1 - A procura por atendimento odontológico não foi
prioridade no grupo, mesmo quando problemas reais
como dor e sangramento gengival estavam presentes;
2 - Houve recusa de atendimento odontológico por
parte dos cirurgiões-dentistas, mostrando-se a necessi-
dade de capacitação de prossionais e ênfase de conteú-
dos relacionados aos temas nos cursos de formação;
3 - As crenças e os mitos foram evidenciados pelas
gestantes como motivo para a não procura de atendi-
mento odontológico durante a gestação;
4 - A falta de informação das gestantes sobre atenção
odontológica demonstra a necessidade de as gestantes
serem priorizadas nos programas de assistência odonto-
lógica, fundamentalmente devido ao papel que exercem
na promoção de saúde bucal de seus lhos.
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Recebido em: 26/06/2006
Aceito em: 02/02/2007
... Atividades educativas e de promoção em saúde não são exclusividade de uma faixa etária ou condição, sendo o período gestacional uma excelente oportunidade para capacitar e criar novos saberes (COLOMÉ; OLIVEIRA, 2008;FREIRE, 1996;KANDAN;MENAGA;KUMAR, 2011;PEREIRA, 2003). Durante a gestação, o organismo da mulher passa por diversas alterações (físicas, hormonais, biológicas, comportamentais e outras) e isso se reflete em sua condição bucal, gerando riscos para o desenvolvimento de diversas doenças que acometem o meio bucal e incidem na saúde do bebê (COLOMÉ; OLIVEIRA, 2008;FREIRE, 1996;KANDAN;MENAGA;KUMAR, 2011;MOIMAZ et al., 2007;PEREIRA, 2003). ...
... importância de cuidados com a saúde bucal dentro do ambiente familiar; aleitamento materno; cuidados com saúde bucal do bebê; hábitos de sucção não nutritivos; transmissibilidade da doença cárie e a importância da frequência ao consultório odontológico durante a gestação. (BRASIL, 2008;CORDEIRO;MIRANDA FILHO, 2013;MINAS GERAIS, 2007;MOIMAZ et al., 2007MOIMAZ et al., , 2011MOIMAZ et al., , 2013. Tão importante quanto saber os temas que devem ser abordados durante a prática de educação em saúde, é saber planejar e aplicar as metodologias ativas que mais se adequam para determinadas práticas (BRASIL, 2008;MINAS GERAIS, 2007). ...
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Atividades educativas e de promoção em saúde não são exclusividade de uma faixa etária ou condição, sendo o período gestacional uma excelente oportunidade para capacitar e criar novos saberes. O trabalho tem como objetivo investigar as atividades educacionais de promoção à saúde na literatura e descrever uma experiência realizada com gestantes em um Programa de Atenção Odontológica à Gestante. Trata-se de um estudo de revisão de literatura sobre as atividades e as metodologias educativas empregadas em serviço de saúde com gestantes. Foi observado que a eficácia do método de educação em saúde utilizado é diretamente proporcional ao número de sessões de intervenção realizada; a inclusão das gestantes nos debates e discussões, além de deixá-las mais à vontade, pode torná-las mais receptivas ao aprendizado, levando a adesão ao tratamento e a associação de mais de uma metodologia de educação em saúde, contribui no desenvolvimento de atitudes positivas e de um comportamento saudável. O Programa de Atenção Odontológica à Gestante fortalece o vínculo extensão-ensino-pesquisa-comunidade, atuado de forma efetiva na promoção e educação em saúde bucal de gestantes e qualificando estudantes e profissionais. Conclui-se que o emprego de metodologias ativas de educação em saúde com gestantes são efetivas na aquisição de hábitos saudáveis, sendo indispensáveis durante o pré-natal. Entretanto, faz se necessária à capacitação dos profissionais, visando à implementação de ações geradoras de saúde na comunidade.
... Diversos trabalhos mostram que as gestantes ainda possuem uma relação de medo, crendices, insegurança e tabus com o atendimento odontológico (Ramos, 2016;Nunes & Frutuoso, 2018;Golcalves, 2010;Cavalcante & Procópio, 2020;De Holanda et al., 2020). Resultados semelhantes foram encontrados por Moimaz et al. (2007), onde quando foi perguntado sobre a procura de atendimento odontológico durante o período gestacional, tiveram as seguintes respostas: não procuravam o cirurgião-dentista por conta de mitos, crendices e tabus (16,4%), medo (8,2%), não havia necessidade de tratamento (32,9%), falta de vontade, dinheiro ou tempo (15,1%), ida ao dentista antes do período gestacional (11%), problemas nos postos de saúde (9,6%), teve orientação do médico de não tratar (1,4%), sem motivo (2,7%) e outros (2,7%). ...
... Quando as gestantes foram questionadas sobre a existência de medo ou não da realização de procedimentos odontológicos em um dos estudos incluídos (De Holanda et al., 2020), foi visto que 45,4% das gestantes relataram ter medo, sendo que 16,5% seria da anestesia local odontológica, 13% da extração dentária, 6,5% do canal, 6,5% das radiografias e 2,6% outros, coincidindo com o estudo anteriormente citado de Moimaz et al., (2007). Esses resultados sugerem que as inseguranças por parte das gestantes podem ser baseadas em crenças antigas e em argumentos sem qualquer fundamentação científica reforçados pela tradição leiga. ...
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Objetivo: analisar por meio das publicações científicas como estão sendo realizadas as ações e estratégias de educação em saúde bucal que se encontram em fase de proposta ou ainda aquelas que já obtiveram resultados sobre o atendimento do pré-natal odontológico com gestantes brasileiras no âmbito do Sistema Único de Saúde. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, cujos dados foram coletados a partir de fontes primárias, por meio de levantamento bibliográfico nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Google Scholar e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Foram incluídos estudos originais que apresentavam propostas de ações e estratégias visando a melhoria do conhecimento das gestantes sobre saúde bucal e foram excluídos estudos de metanálise, revisões sistemáticas, revisões da literatura. Resultados: Dentre os 400 achados e após utilização de filtros, leitura de títulos e resumos, utilizaram-se 14 estudos para compor a revisão. Discussão: Os achados demonstraram que as principais estratégias de educação em saúde bucal se concentram em rodas de conversas para desmistificação de medos da consulta com o cirurgião-dentista durante a gestação, palestras e orientações sobre amamentação, escovação e utilização do fio dental. Considerações finais: A análise dos estudos incluídos sobre ações e estratégias de educação em saúde bucal para gestantes brasileiras demonstra que trabalhos vêm sendo desenvolvidos pelos profissionais permeados pelas mudanças do SUS ao longo do tempo. Entretanto, em relação ao acesso às ações de saúde bucal das gestantes, foi visto uma certa dificuldade. Observou-se que as gestantes ainda possuem uma certa insegurança quanto ao atendimento odontológico durante o período gestacional.
... A gestação é uma fase favorável para a promoção de saúde bucal, uma vez que a mulher se encontra mais receptiva à novas informações e incorporação de hábitos positivos à sua saúde e consequentemente, de seus filhos (MOIMAZ et al., 2007;SILVA et al., 2020). No Brasil, a consulta odontológica foi inserida ao pré-natal, sendo reconhecida a importância da promoção e manutenção da saúde bucal das gestantes e a oferta do cuidado no SUS (BRASIL, 2017). ...
... Este achado é corroborado por outros estudos (LIU et al., 2019; YUNITA SARI; SADDKI; YUSOFF, 2020) e é de extrema importância, visto que a dor pode interferir negativamente na gestação e poderia ser evitada com consultas preventivas. Os atendimentos de urgência são mais dispendiosos e sobrecarregam os serviços de saúde quando comparados com as atividades preventivas e de promoção de saúde, que atingem maiores parcelas da população e são mais efetivas e de menor custo (MOIMAZ et al., 2007). ...
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O objetivo neste estudo foi avaliar o uso de serviço odontológico, condição bucal autorreferida por gestantes de alto risco e fatores relacionados. Foi realizada uma pesquisa transversal, tipo inquérito, com 1200 gestantes de alto risco que realizaram o pré-natal em um centro de referência para atendimento especializado em saúde, em um período de dois anos. Foram excluídas aquelas com período gestacional avançado. Os dados foram processados no programa Bioestat 5.3, ao nível de significância de 5%. As principais condições para classificação de gestação de alto risco foram: idade materna (39,08%), hipertensão (26,90%) e diabetes (10,32%). Do total, 40,08% realizaram sua última consulta odontológica há mais de 1 ano, sendo associado à ocupação (p<0,002). Gestantes desempregadas tiveram 2,03 vezes mais chances do uso do serviço odontológico há menos de um ano (p=0,010). Dentre as entrevistadas, 72,17% relataram a condição bucal de “regular” a “muito ruim” e 75,58% já haviam tido dor de origem dentária. A condição bucal autorreferida como regular/ruim/muito ruim foi relacionada com a idade (p=0,0156), baixa escolaridade (p<0,0001), baixa renda (p<0,0001), ocupação (p<0,0001), estado civil (p<0,0001) e com o uso do serviço há mais de 1 ano (p<0,0001). Conclui-se que a taxa de uso do serviço odontológico pelas gestantes de alto risco foi baixa, embora a maioria tenha considerado sua condição bucal “regular” ou “ruim/muito ruim”. As alterações mais prevalentes para a classificação de gestação de alto risco foram: idade materna, hipertensão, diabetes, obesidade, dependência de drogas lícitas ou ilícitas, distúrbios da tireoide e doenças obstétricas na gravidez atual.
... Em outro estudo qualitativo realizado por Moimaz et al., 2007 foi identificado que a maioria das gestantes não procuram atendimento odontológico e não sabem da importância de cuidar da saúde bucal. ...
... Segundo os trabalhos publicados por Moimaz et al., 2007;Moreira, Chaves & Nóbrega, 2004;Sartorio & Machado, 2001, foi identificado que muitos cirurgiões-dentistas apresentam falta de conhecimento e informações para tratar gestantes, e por conta disso é comum recusarem atender esse grupo de pacientes. Com isso, as gestantes acabam ficando com medo e insegurança (Rossel, 1998). ...
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O artigo tem como objetivo discutir possibilidades pedagógicas que reconheçam e valorizem a autonomia e autoria das crianças em tratamento oncológico com os jogos e as brincadeiras ofertadas por um projeto no campo da animação cultural. Para tanto, focaliza as atividades do projeto Brincar é o Melhor Remédio, desenvolvido por meio da parceria entre o Núcleo de Aprendizagens com as Infâncias e seus Fazeres (Naif), do Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Espírito Santo e a Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil (Acacci). Trata-se de uma pesquisa-ação colaborativa, que utiliza o diário de campo e registros fotográficos como fontes. Os sujeitos da pesquisa são 30 crianças, as duas professoras e o coordenador participantes do Projeto. As análises empreendidas, em diálogo com a Sociologia da Infância e com os Estudos do Cotidiano, indicam que a entrada reativa, combinada com processos pedagógicos centrados na interação e na mediação, favoreceram a autonomia e a autoria das crianças em suas relações com as brincadeiras e jogos ofertados pelo Projeto.
... Em outro estudo qualitativo realizado por Moimaz et al., 2007 foi identificado que a maioria das gestantes não procuram atendimento odontológico e não sabem da importância de cuidar da saúde bucal. ...
... Segundo os trabalhos publicados por Moimaz et al., 2007;Moreira, Chaves & Nóbrega, 2004;Sartorio & Machado, 2001, foi identificado que muitos cirurgiões-dentistas apresentam falta de conhecimento e informações para tratar gestantes, e por conta disso é comum recusarem atender esse grupo de pacientes. Com isso, as gestantes acabam ficando com medo e insegurança (Rossel, 1998). ...
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Objetivo: Trata o presente relato da experiência de um projeto de extensão com foco educativo-preventivo em saúde bucal materno-infantil para gestantes, puérperas e crianças internadas no Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (HUCAM), em Vitória-ES. Relato da Experiência: O projeto de extensão é desenvolvido por docentes e acadêmicos do curso de Odontologia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), desde 2010. Inicialmente, os acadêmicos realizaram um levantamento bibliográfico sobre temas relacionados à saúde bucal coletiva para posterior discussão menal em grupo, construindo a fundamentação teórica para o planejamento e as atividades do projeto. Foram realizadas visitas semanais ao alojamento conjunto da maternidade e ambulatório de pediatria, sob supervisão de docentes do projeto, para orientações sobre cuidados à saúde bucal da mulher, do recém-nascido e das crianças. Os principais temas abordados foram: doenças bucais mais comuns na população do projeto; características da dentição de acordo com a faixa etária; cronologia de erupção dentária; orientação de higiene bucal; mitos e verdades sobre a odontologia pré-natal. Além disso, ficam à disposição para solucionar dúvidas e passar informações sobre o atendimento odontológico hospitalar e no ambulatórios do curso de Odontologia da univerdiade. Em torno de 1455 pessoas foram atendidas pelo projeto no período de 2010 a 2018. Discussão: Observa-se avanços teóricos e práticos dos acadêmicos que se envolveram no projeto. Apesar do aparente desinteresse inicial de algumas gestantes e puéperas em participar da atividade, muitas apresentavam-se receptivas a partir do momento que as discussões sobre os temas eram inciadas, já que as mesmas apresentavam muitas dúvidas sobre os temas. Já as crianças da ala da pediatria, geralmente apresentavam-se bem receptivas. Considerações finais: O projeto mostrou-se importante para a promoção de saúde bucal das gestantes, puérperas, bebês e crianças, pela inserção precoce dos cuidados bucais, principalmente por meio da educação em saúde bucal junto às mães.Palavras-chave: Gestantes, Saúde Bucal, Bebês.
... O cirurgião-dentista deve ter pleno conhecimento das mudanças e alterações sistêmicas que constituem o corpo da mulher durante a gestação, para que um plano de tratamento seja traçado de forma segura, evitando iatrogenias que possam comprometer a integridade do feto e da mãe (Moimaz, 2007). ...
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Health begins with the mouth, and pregnancy is a period of physiological changes in the woman's body, including the oral cavity, which justifies the importance of the dental surgeon during pregnancy. The objective of this study was to discuss the importance of dental prenatal care as a health promotion strategy, the knowledge of the main oral alterations during pregnancy, and the multidisciplinary follow-up. Method: This study was conducted from bibliographic searches in the Scielo and Google Scholar databases using complete articles in Portuguese, published in the years 2010 to 2022. Discussion: This article consists of a literature review that addresses the relationship between dentistry and pregnancy, both in aspects related to the oral health of the pregnant woman and the baby, as well as in relation to the importance of dental care during pregnancy. Conclusion: Dental prenatal care is important to prevent oral and systemic pathologies, in addition to guiding the future mother on oral hygiene, maternal oral health directly influences their own health as a whole, but also the health of the baby.
... Os valores culturais, a condição socioeconômica e as crenças são a base para formação de hábitos. Assim cabe ao profissional de saúde ter o conhecimento desses preceitos sociais, para inferir na formação de um programa de Educação em Saúde Bucal efetivo durante o pré-natal, com objetivo de desmitificar assuntos que não apresentem fundamentações científicas (MOIMAZ et al., 2007;MOIMAZ et al., 2011). ...
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The gestation period is a beneficial moment for the awareness, modification, and incorporation of healthy conduct for oral health care. The aim of the present work was to encourage preventive mother-baby oral health care, by means of actions for women during the gestation phase and also in the first years of the baby, by means of the extension project “Mom’s care”, performed in the city of Alfenas, Minas Gerais. The participants in this activity were students from the Odontology course at the Federal University of Alfenas, who developed the activities of the project in two steps. The first was performed with expectant mothers in the basic health units (UBS),while the second was after birth of the baby, involving active household visits to focus attention on the oral health of the baby. Five hundred expectant mothers were approached during the first step and 100 household visits were performed after the baby was born. The extension actionscontributed to the formation of better informed family groups, as well as to the training of students who were more capable of promoting the health of the population. Therefore, the extension work assisted the democratization of academic knowledge, contributing to improvements in society.
... 9 saúde pública para a população. Embora idade, escolaridade e visitas ao dentista não tenham apresentado associação com a QVRSB, um estudo relatou que gestantes mais jovens apresentam melhores hábitos de saúde, o que pode influenciar positivamente na QVRSB (Moimaz et al., 2007). Com relação aos níveis superiores de escolaridade e maior periodicidade de visitas ao dentista, outros pesquisadores sugerem que estes impactam positivamente na QVRSB de gestantes (Papaiannou et al., 2011). ...
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Objectives: The aim of this study was to assess the association between oral hygiene habits and oral health-related quality of life (OHRQoL) of pregnant women. Methodology: This cross-sectional study was conducted with a randomized sample of 100 pregnant women in a municipality in southern Brazil. OHRQoL was assessed using the Oral Health Impact Profile (OHIP-14) questionnaire. Demographic, socioeconomic and behavioral factors were collected through a structured interview. Clinical variables were obtained through examinations (gingivitis, periodontitis and dental caries). The association between predictor variables and OHIP-14 scores was evaluated using Poisson Regression models. Results are presented as Rate Ratio (RR) and a 95% confidence interval (95% CI). Results: The mean age of the sample was 24 years. The average total OHIP-14 scores were 11.54 [standard deviation (SD) 8.68]. Non-white pregnant women reported a worse OHRQoL compared with white women (RR 1.37; 95% CI 1.22-1.55). In addition, tooth brushing frequency > 2 times a day was a protective factor against negative impacts on OHRQoL compared with tooth brushing of ≤ 2 times a day (RR 0.80; 95% CI 0.70-0.92). Conclusions: Non-white women had greater impacts on OHRQoL. In addition, pregnant women who brushed their teeth >2 times a day had better OHRQoL. These findings are useful in planning strategies for improving health conditions as well as the OHRQoL of pregnant women.
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Este estudo analisou a percepção de pais e cuidadores sobre a saúde bucal de suas crianças, atendidos nas Clínicas Odontológicas Infantis I e II do ITPAC Palmas, com idade entre 5 a 9 anos. Assim foi realizado um estudo descritivo e transversal por aplicação de questionários a 34 participantes. Dos entrevistados, 58% afirmaram que não realizaram consultas odontológicas durante a gestação, enquanto 50% relataram ter obtido informações de como cuidar da saúde bucal da criança. Dos participantes, 32% relataram que só levam a criança ao dentista quando possui algum problema, sendo que 29% relataram durante a entrevista ser a primeira consulta odontológica da criança. Dos pais, 41% mencionaram que a causa da cárie dentária é “comer qualquer tipo de alimento e não escovar'', no entanto 26% não souberam responder se a cárie é transmissível ou não. Apenas 55% relataram que a escovação deve ser feita pela criança com ajuda dos pais, enquanto (41%) pensam que a criança deve escovar sozinha. A maioria, 76% mencionou que o creme dental deve ser com flúor. Uma vez que, 97% confirmam que hábitos deletérios prejudicam os dentes. Sobre traumatismos dentoaoveolares, 47% cita que pegaria o dente e colocaria em um recipiente com soro fisiológico ou água e seguiria para o dentista, enquanto (38%) jogaria o dente fora. Conclui-se que os pais possuem conhecimento moderado sobre a saúde bucal infantil, percebe-se que a falta de procura odontológica para ações de prevenção ainda segue precário, sugerindo o aumento de promoção de saúde.
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Este trabalho constitui um estudo de caso. Propoe-se a aprofundar o conhecimento sobre aspectos da percepcao popular em saude bucal. Para tanto, a amostra constitui-se de um grupo de gestantes e mulheres que tiveram seu parto nos ultimos 6 meses. A selecao deste grupo fundamentou-se na necessidade de conjulgar dois fatores: a dificuldade em integrar a atencao odontologica ao programa de pre-natal desenvolvido na Unidade Divina Providencia do Servico de Saude Comunitaria do Grupo Hospitalar Conceicao e o interesse em conhecer a percepcao popular em saude bucal. (AU). Especialista -- Escola Nacional de Saude Publica Sergio Arouca, Porto Alegre, 1990.
Curso de Estatística
  • Js Fonseca
  • Ga Martins
Fonseca JS, Martins GA. Curso de Estatística. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 1996.
Uma atuação miultidisciplinar relacionada à promoção de saúde oral materno-infantil
  • P V Moreira
Moreira PV, et al. Uma atuação miultidisciplinar relacionada à promoção de saúde oral materno-infantil.
Apresentação do programa preventivo para gestantes e bebês
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