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Quando cada caso NÃO é um caso Pesquisa etnográfica e educação

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... Já Cláudia Fonseca (1999) afirma que o método etnográfico é um importante instrumento para a educação, independentemente da série em que atue o professor. Para que seja eficaz, porém, depende da comunicação entre o agente e seu interlocutor (FONSECA, 1999). ...
... Já Cláudia Fonseca (1999) afirma que o método etnográfico é um importante instrumento para a educação, independentemente da série em que atue o professor. Para que seja eficaz, porém, depende da comunicação entre o agente e seu interlocutor (FONSECA, 1999). Salienta ela, ainda, que não se pode trabalhar com o método etnográfico como se fosse uma receita, nem uma garantia, mas como um instrumento da pesquisa em educação no sentido de estreitar essa comunicação respeitando as diferenças e revendo os preconceitos para superá-los (FONSECA, 1999). ...
... Para que seja eficaz, porém, depende da comunicação entre o agente e seu interlocutor (FONSECA, 1999). Salienta ela, ainda, que não se pode trabalhar com o método etnográfico como se fosse uma receita, nem uma garantia, mas como um instrumento da pesquisa em educação no sentido de estreitar essa comunicação respeitando as diferenças e revendo os preconceitos para superá-los (FONSECA, 1999). ...
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Pensar o ensino da antropologia tem sido bastante desafiador, porque exige (re)pensar a transmissão dosconhecimentos antropológicos em diferentes contextos. Neste artigo, pretendemos discutir os desafiosmetodológicos e pedagógicos na formação de antropólogas/as para o exercício da docência no ensinosuperior. Para tanto, buscaremos dialogar sobre esses desafios, a partir da pesquisa de pós-doutoradorealizada com professores/as de Antropologia no Brasil e em Portugal. Também pretendemos encontraraproximações nas diferentes áreas do conhecimento em que os docentes da disciplina atuam, considerando as estratégias pedagógicas utilizadas, bem como debater sobre a formação para a docência no ensino superior e os desafios enfrentados pelos Programas de Pós-Graduação em Antropologia de ambos os países. Os resultados obtidos sugerem ser consensual a precária formação para a docência nos PPGAS. Já as proposições sobre a forma de resolver esses desafios são muitas, não havendo uma que seja consensual. Essas proposições serão algumas das principais questões que iremos apresentar e discutir neste artigo.
... En vistas de aportar a una línea de estudios sobre las relaciones entre el despojo territorial y la situación sanitaria de pueblos indígenas, el presente artículo propone abordar los diagnósticos infantiles de déficits nutricionales desde una perspectiva antropológica (21,22) que analice los modos en que el cuidado infantil es organizado en los contextos rurales y periurbanos del departamento de Orán, Salta. Sobre la base de discusiones recientes (23,24,25) , comprendemos el cuidado infantil como una organización social y cultural que permite observar las relaciones entre factores estructurales, valores culturales y tendencias ideológicas y políticas. ...
... Dicha muestra fue realizada con el objetivo de identificar la distribución de los casos de déficits nutricionales diagnosticados por agentes sanitarias y sanitarios en los tres sectores seleccionados del área de estudio. Siguiendo a Fonseca (21) , entendemos que los casos permiten observar regularidades y "revelar los valores de un grupo y los múltiples actos que construyen la cotidianeidad" (21) , de modo que no los consideramos "excepcionales", evitando perspectivas cercanas al individualismo metodológico. Las explicaciones entrecomilladas y en cursiva pertenecen a categorías nativas. ...
... Dicha muestra fue realizada con el objetivo de identificar la distribución de los casos de déficits nutricionales diagnosticados por agentes sanitarias y sanitarios en los tres sectores seleccionados del área de estudio. Siguiendo a Fonseca (21) , entendemos que los casos permiten observar regularidades y "revelar los valores de un grupo y los múltiples actos que construyen la cotidianeidad" (21) , de modo que no los consideramos "excepcionales", evitando perspectivas cercanas al individualismo metodológico. Las explicaciones entrecomilladas y en cursiva pertenecen a categorías nativas. ...
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Se analizan los modos en que la desnutrición se relaciona con el acceso a tierras, las condiciones laborales, las relaciones étnicas y de género y la organización social y cultural del cuidado infantil en contexto rurales y periurbanos del departamento de Orán de la provincia de Salta, Argentina. La investigación fue realizada desde un enfoque etnográfico en el que se utilizaron técnicas cualitativas y cuantitativas con poblaciones ava-guaraní, kolla, wichí y criollas, pacientes del Programa de Atención Primaria de la Salud (PROAPS) de la provincia de Salta, entre 2010 y 2016. Si bien la desnutrición infantil emerge como “un problema indígena” desde la perspectiva de cierto personal de salud y de funcionarios públicos, se observaron casos de desnutrición en niñas y niños de poblaciones criollas mientras que no se encontraron diagnósticos positivos de desnutrición en niñas y niños que viven en comunidades con reconocimiento territorial. El acceso a tierras rurales, aún sin poseer título de tenencia, habilita la autoproducción de alimentos y permite acceder a condiciones habitacionales y laborales más estables. La vulneración de derechos territoriales de las poblaciones indígenas constituye un factor determinante para comprender la emergencia de déficits nutricionales en la población infantil.
... A etnografia ganhou popularidade na área da Educação a partir dos anos 1980 por fornecer uma entrada qualitativa para observar as dinâmicas de sala de aula e as relações cotidianas no ambiente da escola, dando dimensão aquilo que foi nomeado como cultura escolar ou a escola como espaço sociocultural (DAYRELL, 1996). Contudo, a etnografia tende a ser considerada estritamente como um método em pesquisas da área de Educação, gerando usos e apropriações superficiais e equivocadas do método etnográfico que já foram alvo de críticas por parte de antropólogos (VALENTE, 1996;FONSECA, 1999;OLIVEIRA, 2013). ...
... Apesar das nuances importantes entre essas formulações, é possível notar uma constante nessa relação interdisciplinar no Brasil, quando lida sob o prisma da produção da Antropologia. De um lado, a defesa do aparato teórico da disciplina, com ênfase no conceito antropológico de cultura (DAUSTER, 2015;GUSMÃO, 2015) e preocupações com o rigor e a banalização do método etnográfico quando instrumentalizado por estudantes e pesquisadores no campo da Educação (VALENTE, 1996;FONSECA, 1999;OLIVEIRA, 2013); de outro, a reafirmação sistemática das contribuições da Antropologia para a pesquisa e a formação de educadores. ...
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O artigo apresenta reflexões sobre antropologia e educação a partir de uma experiência de ensino-aprendizagem com estudantes de graduação em Pedagogia. Está baseado no exercício de uma proposta pedagógica na qual estudantes de seis turmas diferentes, ao longo de três anos, foram convidadas a articular suas experiências, imaginação e conhecimento antropológico na escrita de ensaios breves sobre educação como parte do processo avaliativo. Nestes termos o experimento ganhou contornos metodológicos inspirados na pesquisa-ação em que se buscou combinar intervenção pedagógica e produção de conhecimento. A aposta na liberdade de escrita abriu espaço para uma diversidade de descrições sobre a educação categorizadas em quatro domínios temáticos: infâncias, trajetórias, ficções e escolas. Em relação ao conteúdo, os ensaios enfocam dramas e violências simbólicas na vida e no contexto escolar, mas também vivências educacionais transformadoras e os significados da educação na vida de pessoas e grupos. Os resultados deste exercício indicam caminhos didáticos e avaliativos interdisciplinares para os campos da antropologia e da educação a partir de uma perspectiva antropológica que reforça o estudo da cultura como plataforma para compreensão das diferenças. Ao mesmo tempo, sinalizam possibilidades para a prática da Antropologia no diálogo com os interesses de estudantes da área de educação.
... Estes aspectos ressaltados por Fonseca (1999) como fundamentais à identidade da pesquisa em Antropologia (etnográfica ou não) também aparecem nas reflexões de Lüdke e André (1986). Ao apresentar a abordagem etnográfica na pesquisa educacional, as autoras recorrem a Wolcott (1975) para elencar seus critérios. ...
... Cumpre dizer que a ausência do registro tradicional em caderno de campo não chega a ser um problema quando este é substituído por instrumento similar, como o webblog ou mesmo o portfólio. Para Fonseca (1999), o que mais preocupa é o momento anterior ao registro, ou seja, a própria imersão em campo. Não é raro que trabalhos que anunciam o emprego da observação participante tenham recorrido, quando muito, a algumas idas a campo seguidas de uma entrevista estruturada realizada em lugar isolado e com um sujeito de cada vez. ...
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RESUMO: O objetivo deste artigo é analisar a metodologia desenvolvida nas produções acadêmicas sobre a educação básica, defendidas no período (2012-2014) no Programa de Pós-Graduação em Educação da UNIUBE. Sob a perspectiva do método fenomenológico, a análise revelou que há uma significativa relação entre os procedimentos utilizados e o processo investigativo da Antropologia, expressando interação de saberes e reinvenção de trajetórias de pesquisa. Palavras-chave: Procedimentos de pesquisa educacional; Investigação antropológica; Método fenomenológico; Interdisciplinaridade; Educação básica.
... Isso permite ultrapassar a noção ingênua de que é possível medir individualmente a realidade (Rocha;Eckert, 2008.). Fonseca (1999), em seu célebre artigo Quando cada caso NÃO é um caso, nos relembra a importância de compreender que a etnografia deve ter por objetivo compreender questões sociais gerais com base nos casos dos indivíduos, ou grupos específicos, com os quais convivemos como pesquisador(a). Na etnografia, não acrescenta muito em termos de ciência uma pesquisa na qual o(a) pesquisador(a) não se permita ser também "pesquisado(a)" e observado(a) pelo seu interlocutor, sem ter o tempo inteiro a rigidez teórica dos seus objetivos acadêmicos guiando cada passo dado em campo. ...
... Na etnografia, não acrescenta muito em termos de ciência uma pesquisa na qual o(a) pesquisador(a) não se permita ser também "pesquisado(a)" e observado(a) pelo seu interlocutor, sem ter o tempo inteiro a rigidez teórica dos seus objetivos acadêmicos guiando cada passo dado em campo. E, principalmente, na qual durante e após o campo não seja realizado o exercício de compreender o que esse campo nos diz acerca da realidade geral (Fonseca, 1999). ...
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Este artigo tem como objetivo discutir as relações estabelecidas entre corpo e rua e a implicação da questão do gênero nestas relações, a partir da análise de experiências de mulheres em situação de rua na cidade brasileira de Pelotas/RS. Minoria na situação de rua, as mulheres são o maior alvo de violências nesse contexto. Tal dado revela a questão do gênero como determinante para as experiências vividas pelos diferentes corpos na cidade. A reflexão teórica tem contribuições das Geografias Feministas, bem como da Antropologia Urbana. A inserção em campo ocorreu nos moldes da pesquisa etnográfica, com a realização de observação participante e entrevistas com mulheres em situação de rua. Analisamos as percepções das interlocutoras acerca de suas vivências, bem como o que elas nos revelam sobre a relação corpo-cidade. Assim, discutimos as múltiplas experiências dessas mulheres, que nos revelam multipli-cidades, a partir das corporeidades vividas no espaço da rua.
... O estranhamento da realidade observada é a primeira etapa da pesquisa etnográfica (FONSECA, 1999). É a partir do estranhamento que buscamos "[...] alternância entre dados de campo e leituras bibliográficas [...], procurando entender qual o sentido das práticas" (FONSECA, 1999, p. 67). ...
... Em nossa pesquisa, vivenciamos todas as etapas que Fonseca (1999) propôs para a etnografia, entretanto, elas se inter-relacionaram umas com as outras e não funcionaram como fases subsequentes. ...
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O texto traz reflexões sobre a etnografia, a postura do menos-adulto e a triangulação, como aporte metodológico para pesquisa com crianças. Considerou-se uma pesquisa com crianças que teve como objetivo de compreender o ponto de vista das crianças sobre como é a experiência de atravessar da Educação Infantil para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Ancorada nos estudos da Sociologia da Infância admitiu-se a perspectiva de que as crianças são sujeitos capazes e produtoras de conhecimento, atores sociais, criativos, partícipes do processo partilhado de construção da informação. Entende-se que a postura do menos-adulto é adequada para esse contexto de investigação, pois respeita a lógica própria das crianças e adapta os elementos científicos para que possam ser acessados pelas crianças. Entende-se que a etnografia, a postura do menos-adulto e a triangulação atendem as especificidades da pesquisa com crianças, tornando-se um aporte útil e eficiente.
... As proposed by anthropology, it shows that a specific research territory can create questionings and open the way for more comprehensive analyses and interpretations. This pathway implies framing by the contextual and sociohistorical influences, different from what is usual in other social sciences, where the individual instance is chosen because of its representativeness according to pre-existing criteria, serving as an illustration of analytical categories established at the formulation of an initial problem (Fonseca 1999). This story is not detached from a collective cultural symbolic system; rather, it is embedded in the social fabric of the symbolic products built and negotiated in culture and social milieus. ...
... The relationship established here between food and memory is based on the notion that food has a communicative dimension. This perspective was widely explored by several authors in anthropology (specifically Lévi-Strauss 1966and Douglas 1972 and semiotics (Barthes 1961(Barthes /1993. These scholars started with an analogy between food and the linguistic system, presenting questions regarding the conventions and rules that regulate the ways in which food items (conceived as signs in a system) are categorized and combined. ...
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In this paper, the authors address the cultural dimension of food brought out through social action. Building their reflection on experiences lived by a Sephardi Jewish family established in Brazil and reviewing recipes of some daily dishes, the authors discuss how a community may manifest emotions, systems of relevance, meanings, social relationships and collective identity through its food. They analyze the recipes and suggest that food and foodways can constitute themselves as narrative of a community’s social memory arguing that these food narratives also build communities. In this paper, a personal and singular story is told, yet it introduces many others. As proposed by anthropology, it shows that a specific research territory can create questionings and open the way for more comprehensive analyses and interpretations. This pathway implies framing by the contextual and socio-historical influences, different from what is usual in other social sciences, where the individual instance is chosen because of its representativeness according to pre-existing criteria, serving as an illustration of analytical categories established at the formulation of an initial problem. The story told is not detached from a collective cultural symbolic system; rather, it is embedded in the social fabric of the symbolic products built and negotiated in culture and social milieus.
... Primeiramente, se fez um levantamento dos problemas e soluções que os alunos apresentaram, por meio dos representantes em conselho de classe 11 . Nas aulas de EF uma proposta de trabalho foi discutida e aceita com pontos sugeridos pelos alunos, como: pesquisas com pessoas mais velhas da comunidade escolar e reestruturação das atividades diárias que visassem à participação dos alunos na organização, execução e avaliação do processo (estranhamento dos acontecimentos no campo (FONSECA, 1999)). De posse de alguns relatórios das aulas, definiram-se os tópicos que poderiam ser discutidos com indígenas e quilombolas, assumindo que se descreveriam as relações dos sujeitos durante o evento e a organização política dentro da instituição (CAp) (esquematização das regularidades/irregularidades). ...
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Ao dialogar com os formandos do Ensino Médio do Colégio de Aplicação João XXIII sobre uma resistência a determinados temas da cultura corporal, surgiu o desejo de aperfeiçoar as aulas de danças tradicionais da Educação Física a fim de colaborar com o Projeto Coletivo Pés na Estrada – Paraty/ CAp João XXIII, fato que culminou na organização do evento “Troca de saberes indígenas e quilombolas” em uma versão presencial, em 2019, e virtual, em 2020. Este relato traz o cotidiano vivido por noventa formandos e duas professoras, registrado em diário de campo de estagiários e bolsistas da escola. Concluiu-se que, a partir da interculturalidade crítica, o grupo foi motivado a repensar o funcionamento do ensino, certos de que a pandemia trouxe desafios e possibilidades de encontro com comunidades distantes da escola.
... In addition to reiterating the capacity of ethnography for resignification and adaptability (Fonseca 1999), ethnography conducted in online environments is 1 Given the breadth of concepts developed by Bourdieu during his career, we define cultural capital as having that becomes being, as a property that becomes a body, whether through the material possession of cultural goods (economic capital) or through the symbolic appropriation of such objects. The concept delimits "cultural needs" or "taste" as forms of social distinction, linked to a form of social hierarchy, which function as privileged "markers of 'class'" (Bourdieu 1984). ...
... De um lado, sobrecarga de trabalho; de outro, falta de concentração: a relação entre docentes e estudantes... A etnografia realizada em ambientes online, portanto, além de reiterar a capacidade de ressignificação e de adaptabilidade da etnografia (Fonseca 1999), está alicerçada sob os mesmos princípios básicos do método, da ética e da epistemologia antropológicos (Cesarino, Walz e Balistieri 2023). Vislumbramos como central para este levantamento a definição de Magnani (2009, 136): ...
... The aim was also to highlight the fact that the significance and the consequences of children's work depend on the context in which they occur, therefore a "close up" insight into the network of social relations is necessary (Llobet, 2012). The shared focus of both investigations and the similarity of many of the results permits the comparison of experiences in the sense that "each case is not a case" (Fonseca, 1999b) but rather that the regularities found allow a sociological analysis. ...
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Recognizing that child labour has a significant presence in Argentina, this study analyses child participation in informal economic activities and the meanings associated with them. Based on two field studies with working children and their families, we consider the implications of the studies’ findings for institutionalised views on the “problem” of child labour, as developed by the International Labour Organization. The issue takes on special relevance in the 1990s, a period in which, on the one hand, there was a boom in the rhetoric of children’s rights and intense activities by international organizations aimed at promoting and guaranteeing them. Yet, on the other hand, a series of structural changes led to the shrinkage of the state and a worsening of living conditions, thus challenging the actual possibility of guaranteeing such rights.
... The aim was also to highlight the fact that the significance and the consequences of children's work depend on the context in which they occur, therefore a "close up" insight into the network of social relations is necessary (Llobet, 2012). The shared focus of both investigations and the similarity of many of the results permits the comparison of experiences in the sense that "each case is not a case" (Fonseca, 1999b) but rather that the regularities found allow a sociological analysis. ...
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States in the South American region, with their predominantly authoritarian practices, increasingly discarded responsibility for social welfare as they embarked on processes of political and social democratisation. Yet during the 1990s, they found themselves required to become guarantors of the social rights of children, as well as of children’s rights to protection and participation. In this context, the emergence of a “universal child” creates a disputed territory about politics and moral governance that the introduction explores. It focuses, first, on the characteristics of neoliberalisation processes in Latin America; second, on the institutionalisation of children’s rights and third, the emergence or reconfiguration of the field of childhood studies. In discussing these topics, the introduction argues that South America has never been simply a region that has received and imported modernising influences from the countries of the North. It also raises the question of the nature of the “South American child”, a topic touched on throughout this book from different perspectives.
... Também aqui nossa postura se aproximou da abordagem etnográfica, uma vez que não buscamos fazer uma análise individualizante, focada em supostos sujeitos isolados de seu contexto social. Ao contrário, assim como propõe o método etnográfico, buscamos apreender as subjetividades e experiências das mulheres a partir de seu enquadramento social, entendendo que mesmo seus sentimentos e emoções mais íntimas são "fatos sociais" (Claudia FONSECA, 1999), continuamente configurados e moldados pelas relações e pelo meio sócio-histórico, político e cultural (David LE BRETON, 2009). ...
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Resumo: Mulheres em situação de rua sofrem violações e vulnerabilizações específicas e gendradas. Este estudo tem como objetivo examinar as diferentes manifestações e incidências da violência que as atinge. Foram realizadas nove entrevistas aprofundadas e pesquisa de campo de cunho etnográfico. Violências físicas e sexuais revelaram-se os principais deflagradores para a ida para as ruas, mas não sua causalidade, pois incidiram em vidas já devastadas por violências estruturais e interseccionais. O cotidiano nas ruas mostrou-se corroído por violências explícitas e veladas e pela submissão à violência como modo de sobrevivência. Destaca-se que gênero, raça e pobreza são acionados como autorização para a violência sobre os corpos e subjetividades dessas mulheres.
... Cláudia Fonseca (1999) argumenta que a etnografia possibilita o estudo da subjetividade, e, para isso, deve ser valorizado no campo o que aparentemente é banal, óbvio e irrelevante. A pesquisa etnográfica permite a reflexão sobre as dinâmicas culturais condicionadas a trocas simbólicas entre pesquisadoras e interlocutoras. ...
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Este artigo tem como objetivo refletir sobre a pesquisa etnográfica na Comunicação a partir de contribuições de abordagens decoloniais e feministas. Para isso, produzimos um debate acerca de lógicas de pesquisa do campo em diálogo com a Antropologia. Compreendemos a pesquisa etnográfica como uma abordagem que busca ser abrangente e pode dar conta de aspectos holísticos, utilizando diferentes práticas de escuta, de colaboração e de escrita. Buscamos apontar, a partir de contribuições de perspectivas decoloniais e feministas, que a etnografia pode ser um processo teórico metodológico preocupado com a participação mútua e colaborativa, com as imposições interpretativas, com as lentes colonizadoras de gênero, raça e classe (principalmente, mas não apenas) e com uma linguagem e escrita mais democrática.
... Por último, esta metodología estudia casos concretos y particulares, pero jamás olvida que ellos están insertos en sistemas sociales más amplios de los que se puede desentramar algún fragmento si se estudia con atención y paciencia. Sin caer en reificaciones sociológicas que nos alejen de los sujetos estudiados y parafraseando a Fonseca (1998), es posible llevar el análisis de lo particular a lo general, aportando conocimiento válido y útil en la comprensión del mundo. En este mismo sentido, es posible realizar un diálogo entre dos campos y procesos de investigación diferentes, a partir de un ejercicio reflexivo colectivo que busca analizar las semejanzas sin perder de las singularidades de cada realidad. ...
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La concentración de tierras en pocas manos genera que gran parte de la población viva en espacios tomados, tanto en el campo como en la ciudad. A partir de dos investigaciones etnográficas desarrolladas en Argentina, una en Ciudad de Buenos Aires y otra en el departamento de Orán (provincia de Salta), el objetivo del presente trabajo es analizar los modos en los que la ocupación ilegal de la vivienda configura diversos aspectos de las vidas de lxs niñxs. Los resultados se presentan en tres ejes de análisis: la configuración intergeneracional de lo común/lo privado/lo público/lo íntimo en un contexto de escasez de espacio; la experiencia del temor como dimensión de la precariedad habitacional para la infancia y, por último, la participación de lxs niñxs en la organización política y familiar para garantizar su supervivencia.
... Pelo contrário, partimos do princípio de que as narrativas de vida são reveladoras para os analistas, pois carregam em si questões sociais a respeito do grupo social ao qual o narrador faz parte e, com isso, expandem nossa compreensão sobre este grupo, como analisam Venan L. de Oliveira Alencar (2020) e Moisés Lopes (2016). O essencial é que nos baseamos na provocação desenvolvida por Claudia Fonseca (1999), de que "Cada caso não é apenas um caso" e de que a narrativa de Marcos, para ser completamente compreendida, tem que ser inserida no cerne de suas relações sociais, não se trata deste modo de um ser humano genérico, sem rosto. ...
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A narrativa de história de vida busca a reconstrução e a análise de experiências singulares a partir de um engendramento coletivo de um período sócio-histórico-político e cultural localizado. O presente artigo investe na problematização de uma narrativa de uma história de vida de um jovem que compartilhou suas experiências relacionadas à vivência da homossexualidade masculina em uma região interiorana do estado do Paraná. A construção teórico-metodológica se formulou em uma entrevista transcrita e posteriormente analisada a partir de uma perspectiva pós-estruturalista dos estudos das produções de subjetividades, gêneros e sexualidades. Nesta pesquisa, buscamos, em um processo polifônico de análise, problematizar questões pertinentes que surgiram nas falas do participante e que se relacionam à sua composição de jovem homossexual e ao seu posicionamento de sujeito perante a macropolítica em intersecção com a micropolítica do desejo.
... Mas tampouco queremos voltar ao "cada caso é um caso". Fonseca (1999), falando sobre o uso desse tipo de argumento em outras situações, adverte que fugir de "sujeitos eternos e ahistóricos" não deveria significar cair na "sacralização do indivíduo". Frisar que nós, pesquisadoras, não somos todas iguais -e sobretudo que não nos enquadramos em arquétipos que eram supostamente neutros há cem anos -não significa dizer que cada uma age à sua maneira. ...
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Para pessoas formadas dentro de uma tradição disciplinar local que privilegia - por variados motivos - pesquisas realizadas dentro das fronteiras nacionais, o desejo e a oportunidade de realizar trabalho de campo em outro país apresentam alguns desafios.[1] Para começar, surgem questões sobre como começar a mergulhar na bibliografia regional, e com quem dialogar, dada a escassez de especialistas em nossas universidades. Pesquisar um outro país, para parte de nós, ainda é um pouco como aventurar-se num terreno misterioso, no qual não sabemos se seremos bem-vindas[2]. Parece um pouco (re)inventar o fazer antropológico. Isso torna particularmente agudas as lacunas textuais acerca de questões práticas do nosso métier. No que segue, começamos argumentando pela necessidade - para a qual já se chama atenção há pelo menos 45 anos, como veremos - de suprir tais lacunas. Depois, realizamos um breve sobrevoo sobre as peculiaridades de pesquisar em um país estrangeiro, tendo formação no Brasil. Finalmente, apresentamos os textos que compõem o atual dossiê, para então explorar como eles nos fornecem alguns indícios de respostas para inquietações que expusemos anteriormente.[1] Agradecemos ao comitê editorial da Aceno e especialmente ao editor Marcos Aurélio da Silva pela oportunidade e pelo apoio; a Raquel Freire de Andrade pela revisão do português; e a todas as autoras e autor pelo prazer da leitura dos textos, pelo trabalho em conjunto e pela leitura e sugestões referentes a esta introdução.[2] Evitando adotar o masculino como genérico, mas também construções que marcam simultaneamente o gênero masculino e feminino e, no entanto, prejudicam a leitura de deficientes visuais, utilizamos o feminino como forma não-marcada no conjunto do texto - até porque 50% das editoras e quase todas as autoras deste dossiê são mulheres.
... O estudo optou pela investigação plural, com elementos da pesquisa-ação participativa, no entender de Brandão (2006) e Thiollent (2011), especificamente, por incorporar, ao mesmo tempo, uma metodologia de investigação e um processo de intervenção social, propondo uma análise da realidade como uma forma de conhecimento e sensibilização dos atores envolvidos como protagonistas da transformação da realidade. De forma associada, integramos a etnografia ao Quintal Agroecológico da EFA Cocais e aos saberes dos camponeses dos Cocais, conforme orienta Fonseca (1998), ao facilitar diálogo de saberes, ao emergir as vivências e as narrativas coletivas. ...
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A agricultura familiar é caracterizada pela multiculturalidade e os elementos de resistência pela lógica neoliberal do agronegócio, desempenham papel fundamental no enfrentamento da exclusão, do êxodo e da insustentabilidade no campo. Entretanto, o processo histórico tem evidenciado perdas de memória do fazer camponês, dificuldades no acesso à informação e a pandemia de Covid-19 agravou problemas enfrentados pela profissionalização das juventudes rurais. A museologia social, historicamente, fez emergir experiências de inserção de jovens em espaços de diálogos e de pertencimento territorial nos campos de lutas e litígios do campesinato. Contudo, a presença de museus ocorre de forma desigual nas regiões brasileiras, o Nordeste é a terceira região em quantitativo e o Piauí figura como um dos estados com o menor número de museus do país. Diante desse contexto, o trabalho optou pela integração da pesquisa-ação participativa com a etnografia, envolvendo juventudes rurais e as tecnologias socioambientais da unidade técnico-pedagógica do Quintal Agroecológico da EFA Cocais - PI, utilizou-se instrumentos de inventário e oficina participativas para resgatar as memórias, histórias orais, mediações pedagógicas, experimentações da museologia social e dos elementos do patrimônio cultural, para propor a construção participativa de um museu de referência da identidade cultural dos saberes dos camponeses do território dos Cocais. Entre os resultados estão a Exposição “Campo” que utilizou instrumento de registro fotográfico dos jovens, dos camponeses e do processo de construção tecnologias do Quintal agroecológico, para promover intercâmbio, trocas de experiências, saberes, memórias e histórias geracionais. Tais achados subsidiaram a proposta de criação do museu de território na EFA Cocais como uma ferramenta de inserção social e resgate cultural. Conclui-se que a relevância histórica do Território dos Cocais e o enlace das juventudes rurais com o ambiente do Quintal Agroecológico, promoveu encontros de saberes, valorização, pertencimento territorial e preservação do patrimônio cultural camponês.
... Pretende-se explicar a realidade com base na perceção, atribuição de significado e opinião dos "atores", das pessoas que nela participam"(ESTE- BAN, 2010, p. 163-164). O Método Etnográfico é um instrumento que pode enriquecer a intervenção educativa na cultura escolar(FONSECA, 1999).O Método a ser aplicado será Etnografia com enfoque Crítico, sendo Virtual ou Multifatorial. A opção usada dependerá, exclusivamente, do tipo de modalidade de ensino (Presencial, Remoto, Híbrido) que encontrar-se-á no período do recolhimento de dados.Madison (2005) propõe que a Etnografia Crítica parte do pressuposto do pesquisador-participante em investigar as injustiças de um contexto particular, ao contribuir para trazer melhorias significativas para promoção de uma maior liberdade e equidade. ...
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O Aconselhamento no Luto é um método terapêutico de curta duração, realizado por pro-fissionais das áreas de educação, psicologia, saúde e serviço social, prestado a pesso-as em processo de Luto Normal. Tem como objetivo apoiar a pessoa na adaptação à per-da significativa e facilitar o ajustamento harmonioso à nova realidade, podendo prevenir o aparecimento de Luto Complicado, Distúrbio de Luto Prolongado ou outro tipo de doença mental. Face à escassa investigação sobre formação para aconselhamento no luto nor-mal, o presente estudo permitirá estabelecer o ponto de situação no que refere a carateri-zar o Aconselhamento no Luto, identificar o profissional que o realiza e os contextos tera-pêuticos que necessitam desta intervenção, clarificação essencial à transformação da for-mação para o aconselhamento no luto normal. Realizou-se uma pesquisa de artigos cientí-ficos, publicados entre 2017 e 2021, nas bases de dados Scopus, Eric, PubMed e WoS. Dos 228 artigos encontrados apenas 12 cumpriram todos os critérios de elegibilidade. Da sua análise percebeuse que os EUA e a Austrália são os países com maior investimento científico no tema, que apesar de universal, tem uma intervenção particular que deve atender às especificidades socioculturais, às características próprias de cada etapa de desenvolvimento do ser humano e às singularidades da perda. É definido como uma in-tervenção terapêutica, profissional e especializada, cujo objetivo é melhorar as estratégias adaptativas da pessoa em luto, para ajustamento à nova realidade e prevenção das com-plicações do luto. É orientado por modelos teóricos que pressupõem a não ‘patologização’ do luto e orientam a intervenção para abordagens centradas na pessoa, com interven-ções sistémicas e familiares, numa ótica de autocompaixão. É realizado por profissionais das ciências sociais e humanas, e das ciências da vida e da saúde, que intervêm junto de crianças, jovens e adultos em luto por perda de ente querido, em contextos terapêuti-cos individuais, comunitários e escolares. Os resultados indicam que as pessoas em luto desenvolveram estratégias individuais (‘insight’, gestão emocional, ressignificação e manu-tenção do vínculo contínuo) e sociais (melhoria na capacidade relacional, participação na vida social), para a adaptação harmoniosa à nova realidade.
... Para muitos, o trabalho só é etnográfico se houver diálogo íntimo e metodologicamente mediado entre a empiria e a teoria (que deve ser antropológica), desconfiando de etnografias vindas de outras áreas, mesmo próximas. Com efeito, conforme afirma Fonseca (1999), quando profissionais de outras áreas buscam na etnografia formas de se distanciar de seus métodos clássicos em prol de algo "mais aberto", mas sem a preparação adequada, correm o risco de, em vez de realizarem uma costura interdisciplinar, caírem "em um território nem lá, nem cá" (1999:66). Não é o caso aqui de afirmar que "qualquer um pode ser etnógrafo" e nem, contrariamente, de ignorar que profissionais do outreach possam escrever ótimas etnografias. ...
... Ramos 2007), mas por serem trabalhos produzidos em uma faculdade de educação, área que dialoga com a antropologia principalmente ao utilizar, com bastante frequência, os métodos desenvolvidos por esta última (Fonseca, 1999 Devido à sua importância como crítica possível à análise apresentada por este artigo, incorporo uma observação feita pelo parecerista anônimo sobre o tratamento dado a estes trabalhos como etnografias ou autoetnografias. Ele chama atenção para o fato de que "a escrita etnográfica não deve excluir a busca pelo rigor disciplinar" e que "o olhar antropológico depende de treinamento próprio e profundo, de esforço analítico e de domínio dos fundamentos da disciplina, sem os quais ela corre o risco de se reduzir a apenas um nome sem referente". ...
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Este artigo busca analisar os trabalhos de conclusão de curso (TCCs) produzidos por estudantes Xakriabá na Formação Intercultural para Educadores Indígenas (FIEI) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), de modo a estabelecer um diálogo com a disciplina antropológica com foco no conceito de “escrita da cultura”. Alguns estudos clássicos apontam para a invenção das tradições, a invenção da cultura e o uso desta como arma na garantia de direitos e nas lutas por reconhecimento. O papel da escrita etnográfica nessas invenções e disputas também vem sendo discutido há muitas décadas. Já é lugar comum dizer que “a etnografia sempre está enredada na invenção e não na representação das culturas” (Clifford 2016, 32), mas o que ocorre quando a “escrita da cultura” é feita por acadêmicos indígenas? Essa é a pergunta que norteia este trabalho. Para a análise, foram selecionados 11 TCCs, defendidos de 2016 a 2019, que abordam diretamente temas identificados com a cultura ou tradição Xakriabá. Entre os principais resultados, destacamos a contribuição teórica da produção acadêmica Xakriabá ao conceito de cultura, as reflexões suscitadas pelo uso do método etnográfico nas pesquisas e as inovações estilísticas produzidas pela escrita indígena na academia.
... de "eus". Isso permite aos etnógrafos dedicados aos estudos educacionais relativizar a reprodução social no sentido de trazer para a discussão de suas investigações elementos da vida social para o âmbito da dinâmica educacional, tornando, assim, um pouco mais significativo o turbilhão de normativas burocráticas dos sistemas educacionais.Como nos alertaFonseca (1999), embora a observação participante seja possível sem essas características, É só ao completar esse movimento interpretativo, indo do particular ao geral, que o pesquisador cria um relato etnográfico. Sem essa "contextualização" (um tipo de representatividade post ipso facto), o "qualitativo" não acrescenta grande coisa à reflexão acadêmica(FONSCECA, 1999, p. 61).Wilcox (2007) complementa dizendo que esse uso vazio da observação participante pode levar o investigador educacional a preconceitos culturais e pontos cegos, que os impediam de ver o significado do observado, além de criar uma situação investigativa, que o deixaria com atenção demaseadamente voltada para um indivíduo separado do contexto social importante na compreensão dos elementos constituinte das diferenças (diversidades) culturais da escola.A diversidade cultural está presente diariamente no contexto escolar e isso pode ser visualizado na música, na dança, na culinária, na língua e entre inúmeras atividades em nosso cotidiano. ...
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Este trabalho tem por objetivo apresentar um diálogo entre a Educação e a metodologia de investigação antropológica, contribuindo para compreensão da diversidade sociocultural, que está cada vez mais visível nos processos educativos. Através de um levantamento da literatura sobre a etnografia e das experiências de observações participantes em Escolas da Região Metropolitana do Recife, buscar-se apresentar alguns pontos de discussão sobre a importância do método etnográfico para entender como a escola interpreta a diversidade como processo de formação e aprendizagem. A Antropologia tem um papel fundamental nesse diálogo com a Educação quando propõe debater as alteridades no contexto da dinâmica social. Diante disso, a etnografia como metodologia de pesquisa antropológica constitui uma ferramenta fundamental para docentes e gestores, que pretendem os significados construídos pelos grupos em contextos interacionais específicos.
... O texto etnográfico não é neutro, uma vez que a visão da realidade é coconstruída nas relações intersubjetivas entre pesquisador e interlocutores. Por outro lado, Fonseca (1999) alerta e critica as análises antropológicas que se limitam nessa dimensão intersubjetiva da pesquisa. ...
... Pretende-se explicar a realidade com base na perceção, atribuição de significado e opinião dos "atores", das pessoas que nela participam"(ESTE- BAN, 2010, p. 163-164). O Método Etnográfico é um instrumento que pode enriquecer a intervenção educativa na cultura escolar(FONSECA, 1999).O Método a ser aplicado será Etnografia com enfoque Crítico, sendo Virtual ou Multifatorial. A opção usada dependerá, exclusivamente, do tipo de modalidade de ensino (Presencial, Remoto, Híbrido) que encontrar-se-á no período do recolhimento de dados.Madison (2005) propõe que a Etnografia Crítica parte do pressuposto do pesquisador-participante em investigar as injustiças de um contexto particular, ao contribuir para trazer melhorias significativas para promoção de uma maior liberdade e equidade. ...
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A presente proposta desenvolvida no âmbito de uma unidade curricular do Programa Doutoral em Educação da Universidade de Aveiro foi articulada com os objetivos de um projeto programático, mais amplo, do Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores 2020-2023 – o Smart Knowledge Garden (CIDTFF, 2021). Trata-se, assim, de uma ideia interdisciplinar que pretende esbater as fronteiras entre áreas do saber e entre espaços de educação formal e informal, pois os autores acreditam em todas as potencialidades relacionadas com a variedade de experiências, a relação com o quotidiano e tudo o que o contacto com diferentes realidades proporciona. Nesse sentido, propõe-se um percurso orientado por aplicação móvel e assente num contexto de jogo, no qual alunos dos 5.º e 6.º anos podem explorar diferentes temas dos conceitos de sustentabilidade e diversidade linguística e cultural, em espaços exteriores da Universidade de Aveiro. A proposta aborda estes dois conceitos da Agenda 2030 devido à sua crescente importância e às relações que é possível estabelecer entre eles, uma vez que têm como finalidades comuns a inclusão e a justiça social (Andrade & Martins, 2009), possuindo ainda objetivos partilhados e conexões positivas com diversas questões, nomeadamente a paz e o bem-estar social, o diálogo intercultural, os direitos humanos ou a preservação do meio ambiente (Pinto, 2012). Procura-se, assim, desenvolver estratégias para a valorização das línguas e culturas que assentam no desenvolvimento da intercompreensão, questionamento das línguas e inclusão da comunidade numa perspetiva de articulação com assuntos de sustentabilidade ambiental, económica e social (Abdallah-Pretceille, 2011; Andrade, Araújo e Sá & Moreira, 2007). Com esta proposta, pretende-se fomentar a aprendizagem interdisciplinar e em espaços exteriores, sensibilizar para a importância da preservação das línguas e das culturas, consciencializar para a necessidade de adotar um modo de vida sustentável e estimular a aprendizagem a partir de uma ferramenta tecnológica enquanto os utilizadores consolidam conhecimentos adquiridos em contextos de educação formal. Ao unir diferentes áreas do conhecimento e potenciar a ligação academia-comunidade, a presente proposta promove a ciência cidadã como potenciadora do avanço da educação, assentando ainda num modelo de cocriação, uma vez que foi desenvolvida por (e contou com contribuições externas de) autores de diferentes ramos.
... Como nos alerta Fonseca (1999), embora a observação participante seja possível sem essas características, É só ao completar esse movimento interpretativo, indo do particular ao geral, que o pesquisador cria um relato etnográfico. Sem essa "contextualização" (um tipo de representatividade post ipso facto), o "qualitativo" não acrescenta grande coisa à reflexão acadêmica (FONSECA, 1999, p. 61). ...
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Neste relato apresentamos algumas reflexões construídas a partir da experiência do curso de extensão “Bases teórico-epistemológicas à pesquisa científica no campo das humanidades”, aprovado pela Pró-reitoria de Extensão e Cultura da Universidade de Pernambuco, e desenvolvido no mês de junho de 2020, remotamente. A referida ação extensionista visou oferecer subsídios a pesquisadores(as) inseridos(as) no grande campo das Humanidades para a realização de atividades de investigação científica coerentes quanto à fundamentação e organização epistêmico- política. Ressaltamos de que forma o curso considerou a instrumentalização e a organização de pesquisas acadêmicas, nos diferentes níveis de formação superior, as controvérsias e as incertezas que cercam o campo em questão. Articulo como determinados subsídios foram concebidos na dinâmica da prática extensionista e visando a qualificação da investigação científica, elementos que compõem os trajetos teórico-epistêmico-metodológicos e as possibilidades de articulação para as Humanidades. Assim, a referida atividade contribuiu para o fortalecimento de perspectivas científicas e políticas de interesse comum à formação de pesquisadores( as) no campo das Humanidades, sob um olhar interdisciplinar.
... As análises estão pautadas na abordagem qualitativa, com o fim de explicitar o movimento necessário à compreensão que se buscou. Sem a pretensão de demarcar limites e, tampouco, subjetivismos à pesquisa em questão, é necessário esclarecer com Fonseca (1999) Destaca-se que as situações problemas do cotidiano escolar referiam-se à inclusão de alunos, sem serem direcionadas às Pessoas com Deficiência (PcD). ...
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Este artigo tem como tema as tensões acerca da inclusão e exclusão escolar vivenciadas por professores universitários quando têm que orientar seus acadêmicos. Delineou-se como objetivo compreender as tensões acerca da inclusão e exclusão vivenciadas no processo de formação de professores. Para tanto, buscaram-se os fundamentos teóricos em Skliar, Lessa e Tonet, Cury, Santos além, de leituras de documentos institucionais como os Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPCs), as Diretrizes Nacionais para a formação de professores e o documento de Políticas para Educação Especial Inclusiva. A metodologia pautou-se na abordagem qualitativa sendo utilizado como instrumento para coleta de dados cinco (5) situações problemas do cotidiano escolar, da Educação Básica, referente à aprendizagem de alunos do ensino fundamental anos finais. Os sujeitos foram os professores universitários atuantes em cinco (5) cursos de licenciatura de uma universidade pública do Estado do Paraná. Os dados, construídos por ocasião da pesquisa e pontuados neste artigo, indicam a necessidade de desmitificar ideias que reforçam a categorização do ser humano. Neste sentido, concluímos que articular a formação teórica à vivência prática na realidade da escola básica permite que as tensões ensejadas em torno da inclusão e exclusão, pelo confronto com situações do cotidiano da Educação Básica, impulsionem o olhar do acadêmico em formação à diversidade humana presente na escola, além de fornecer direcionamentos na busca de alternativas pedagógicas.
... Na Etnografia, a observação em campo também deve ser precedida de uma preparação prévia, deve contar com registros de pesquisa criteriosos enquanto é realizada e de uma análise cuidadosa da pesquisa de campo. Cláudia Fonseca (1999), no artigo "Quando cada caso NÃO é um caso: pesquisa etnográfica e educação", discute diversas questões envolvendo a etnografia e a educação e chama a atenção para os resultados que vão além da intersubjetividade entre pesquisador/pesquisado: É praxe, nas discussões sobre o método etnográfico, dar ênfase à experiência do pesquisador no campo. Discorre-se longamente sobre a relação pesquisador-pesquisado ou o "anthropological blues" dessa etapa da pesquisa e sublinha-se a importância do insubstituível diário de campo. ...
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Ao longo de sua história, a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) se consolidou tanto como um campo educacional importante para a educação brasileira quanto como um campo de pesquisas instigante. Nessecenário, a participação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT) tem sido marcante em diversas frentes, sobretudo no início do século XXI, com a oferta crescente de diversos cursos, por meio de uma expansão expressiva da rede, alçando grande capilaridade geográfica, aumento do número de cursos oferecidos e um conjunto de ótimos resultados em várias experiências exitosas de ensino, pesquisa e extensão por todo o país.
... Isso não significa a invalidade do esforço interpretativo. Em etnografia, são nas particularidades que as interpretações ganham sentido e permitem as generalizações (FONSECA, 1999). Todavia, chega-se ao fim deste estudo com possibilidade de avançar sobre as questões discutidas, especialmente no que se refere a relevância de se pensar no corpo e saúde em uma perspectiva ampla, tendo como ponto de partida o papel das práticas corporais no Ensino Médio. ...
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A presente pesquisa teve como objetivo compreender a abordagem da temática corpo e saúde nas aulas de Educação Física (EF) observando a organização e desenvolvimento dessa temática pelo professor. Trata-se de um estudo qualitativo que encontra na etnografia o seu referencial metodológico. Para o desenvolvimento do estudo foi utilizado como instrumento de coleta de dados a observação participante, com o uso de um roteiro de observação das aulas de Educação Física que contemplou os atores escolares envolvidos e o tema pesquisado. O instrumento escolhido foi utilizado por sua possível harmonização com o estudo realizado em âmbito escolar O estudo contou com a participação de 26 alunos e um professor de Educação Física de uma escola estadual do ensino médio da cidade de Santos-SP. Os dados coletados foram tratados à luz da análise de conteúdo. Nesse estudo, foi possível perceber a existência de uma divisão entre aula teórica e prática, sendo que as aulas práticas priorizam o esporte, enquanto que as aulas teóricas apresentam o tema saúde em uma perspectiva fundamentada nos aspectos biológicos. Por isso, ressaltamos a necessidade de se reinterpretar o cenário composto pela EF e o tema saúde. Nesse sentido, pensamos na possibilidade de se aprofundar na escola os temas existentes e abordados nas aulas de EF, mas considerando e fundamentado a saúde sob a ótica de um conceito ampliado que considere o ser humano no todo, inclusive, em seu contexto social.
... Tal aproximação, em que pesem as dificuldades institucionais e epistemológicas ainda presentes (Oliveira, 2017), apenas pôde reivindicar certa credibilidade acadêmica quando as etnografias produzidas em ambientes escolares conseguiram se afastar dos modos tradicionais de observação que individualizam e descontextualizam o fenômeno educacional (Fonseca, 1999), gerando conhecimentos atentos às diferenças e alteridades que nos constituem (e.g. Rocha, 2012;Carniel, 2013;Fians, 2015;Pereira, 2016;Pinho, 2018). ...
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O que a prática etnográfica teria a oferecer para a formação docente? Por meio de um exercício etnográfico realizado em uma instituição pública de ensino no Paraná, procuramos debater ao longo deste artigo aspectos significativos da dimensão formacional da etnografia. O trabalho de campo baseia-se em uma experiência de estágio docente, realizado ao longo do ano de 2018, com duas turmas de Ensino Médio de uma escola pública da região metropolitana de Maringá. A intenção é argumentar que a prática etnográfica, enquanto um exercício pedagógico a ser realizado durante o estágio supervisionado, comporta o potencial de educar a percepção dos futuros(as) professores e professoras a respeito da realidade escolar. Ao final, o texto propõe uma composição entre o campo e a literatura especializada, para dialogar com desafios éticos, políticos e formativos relacionados ao desenvolvimento de estratégias pedagógicas sensíveis às diferenças e desigualdades, que constituem as relações sociais em sala de aula.
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Este artigo procura discutir sobre as tecnologias de governo da população infantil, tomando a infância como uma invenção moderna. Ao compreender os deslocamentos nas formas de governar a população e a si mesmo, busca-se entender como as tecnologias operam no governa da infância, tendo como referência a perspectiva foucaultiana. O texto também apresenta o desenvolvimento de uma pesquisa etnográfica com crianças, como possibilidade para compreender os modos de viver na escola infantil e os sentidos que as crianças de um grupo de 3 a 5 anos atribuem para a instituição escolar. No final, o texto aborda análises realizadas a partir da pesquisa etnográfica com crianças, mostrando regulação, controle, enfrentamentos e negociações nos espaços e tempos do contexto escolar.
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O artigo se constitui em um relato de experiência com a autoetnografia, como método e narrativa, para a realização de uma investigação sobre deficiência visual. Ao enfocar o processo de reconhecimento do nistagmo e da visão monocular como minha forma de estar no mundo, objetivo realizar uma reflexão a respeito dos lugares do trabalho de campo na formação de antropólogas, o espaço do self na pesquisa etnográfica e a dimensão transformadora da autoetnografia na aceitação da deficiência como modo de estar no mundo e universo perceptivo. Pretendo enfocar o trabalho de campo em sua dinâmica como um universo fenomenológico de aprendizado situacional enriquecido pela percepção da autoetnografia no sentido de ser um passo imprescindível na concretização da Antropologia como uma filosofia do humano.
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Entre os anos de 2018 e 2020, logo antes da pandemia de Covid-19 impor medidas de isolamento e distanciamento social em todo o mundo, a performance “Banho de Sangue” foi realizada em diferentes espaços da cidade de Teresina, estado do Piauí. Ela foi idealizada e realizada por Luzia Amélia Marques, uma mulher negra, ativista, bailarina e performer teresinense. A performance teve como intenção, em todas as suas edições, denunciar e problematizar as violências sofridas por parte da população. O objetivo deste artigo é apontar quais foram os espaços da cidade que foram transformados em palco para disputas políticas e sociais. Para alcançar nosso objetivo iremos primeiro a) apresentar cada um dos momentos onde o “Banho de Sangue” foi apresentado, indicando as motivações para a sua realização; segundo, b) discutir, a partir da categoria de interseccionalidades (Collins, 2021) quais são as implicações e os desdobramentos do “Banho de Sangue”. Por fim, mostraremos a importância das cidades serem percebidas enquanto lócus privilegiados para disputas políticas que envolvem as lutas por moradia urbana, bem como lutas antirracistas e feministas.
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Resumo O texto que segue é uma contribuição para imaginar uma antropologia da abolição e das insurgências, com base na análise de casos de encarceramento, tortura e massacres ocorridos contra os Guarani e Kaiowá desde a ditadura militar brasileira e seus desdobramentos, no que se convencionou chamar de Estado Democrático de Direito. Demonstraremos que as bases deste mesmo Estado são estruturalmente racistas, a partir da análise documental e pesquisa etnográfica. O enfoque será o estudo da prisão de Leonardo de Souza, indígena Guarani Kaiowá preso em dezembro de 2018 acusado de crimes relacionados à insurreição deflagrada no contexto do Massacre de Caarapó. Discutiremos 4 processos que o enquadram. Buscaremos evidenciar, com contextualização histórica do sarambi/esparramo que acometeu territórios Kaiowá e Guarani no sul do Mato Grosso do Sul, a permanência e mobilização de dispositivos relacionados ao complexo sistema-industrial-empresarial-prisional pelo Estado brasileiro, com vistas ao sufoco de levantes indígenas pela retomada de suas terras. Uma das estratégias contra-insurgentes aqui debatida será a seletividade penal, como parte de ampla engrenagem de defesa da propriedade privada em detrimento da reprodução da vida nos Tekoha, em disputa frente ao avanço das monoculturas e das tipificações penais. Seria o Estado, afinal, hiperpresente em sua omissão?
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Através do estudo de caso de um paciente atendido por profissionais de saúde de um serviço especializado em saúde mental para usuários de drogas, analisa-se antes e depois da reestruturação desse serviço ao receber recursos do financiamento de políticas públicas do Plano de Enfrentamento ao Crack, Álcool e Outras Drogas. O perfil de paciente esperado destoa do perfil de paciente atendido gerando dificuldades para os profissionais e a própria instituição no atendimento desse paciente e criando entraves no encaminhamento pela rede de atenção disponível. Assim, evidencia as classificações morais que permeiam o cotidiano dos serviços de saúde, bem como suas implicações sobre a vida dos usuários, destaca-se o preconceito e estigma (PARKER; AGGLETON, 2001) sofrido por quem passa por essa rede. Essa situação gera consequências nas práticas de cuidados com a saúde/doença nos fazendo refletir sobre os desafios relacionados ao estigma vivido no âmbito da saúde a fim de rebater diretamente as questões fundamentais sobre garantia dos direitos humanos dos mais vulneráveis (MONTEIRO; VILELLA, 2013). Dessa forma, é possível apontar para os limites do processo de discriminação institucionalizada que devem ser tencionados no atendimento de uma saúde com qualidade – e pública – para a maior parte da população (MONTEIRO; VILELLA; KNAUTH, 2012).
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Com o objetivo de traçar um perfil psicográfico do cliente Sebrae em Rondônia considerando a localização geográfica no estado de Rondônia após desenho de ferramenta que considere estilo de vida, valores pessoais, estima, aspirações e motivações; fez-se um levantamento quantitativo com microempreendedores individuais, proprietários de microempresa e de empresas de pequeno porte nos municípios de Ariquemes, Cacoal, Porto Velho e Vilhena. Como resultados, foram desenhadas personas onde se observam diferenças entre os empreendedores dos diferentes tipos de porte de empresa e entre os mesmos quando se considera a região em que a empresa se localiza no estado de Rondônia.
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Esta pesquisa se enunciou a partir de questionamentos acerca dos constantes embates vivenciados em sala de aula ao trazermos a temática de outras sexualidades, outros prazeres e de outras expressões de gênero, dissidentes dos modelos identitários heteronormativos, em nosso cotidiano universitário. Destes tensos encontros, anunciaram-se indagações como: - Que Psicologias estamos ensinando? - Que psicólog@s estão se formando atualmente? E mais uma indagação ainda: - Há uma identidade psi? Nesta pesquisa, agenciam-se através de sete narrativas outras possibilidades de nomearmo-n@s psicólog@s, pois esta pesquisa valora as tecnologias e os conjuntos de estratégias que tanto podem contribuir para a ampliação das Psicologias e suas conexões com a realidade e os movimentos sociais, quanto denunciando as estratégias que podem aprisioná-las em conceitos e metodologias descontextualizadas que reificam biopolíticas de manutenção ao Estado neoliberal.
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La propuesta del trabajo se centra en poner en diálogo dos obras de corte cultural. La primera se refiere a “La vida social de las cosas. Perspectiva cultural de las mercancías” del antropólogo indio Arjun Appadurai. La segunda obra se centra en el libro “El artesano” del sociólogo estadounidense Richard Sennet. Ambos trabajos se ponen en diálogo e intercambio para repensar las trasformaciones culturales que atraviesa la sociedad en relación al carácter ontológico de las cosas y a las (nuevas) formas de hacer. Muchas veces trabajamos sobre procesos y transformaciones a gran escala perdiendo así de vista las pequeñas piezas socio-culturales que configuran las vidas de las sociedades. En este sentido, la propuesta de Appadurai parte de una antropología de las cosas, en donde para comprender la vida social de los objetos debemos seguirlos, ya que sus significados están inscriptos en sus formas, usos y trayectorias (Appadurai, 1991). Por su parte, Sennet rescata el rol del artesano por su conexión entre la mano y la cabeza, como un actor-productor de una materialidad que debe ser reivindicada. En este sentido, el artesano busca una recompensa emocional, a partir de determinados logros producto de su habilidad única. Y se diferencian estas formas de hacer con los patrones de producción y consumo que impone el sistema capitalista. Por lo tanto, el objetivo del trabajo se centra en comprender la perspectiva socio-cultural de las cosas y de las formas de hacer en los tiempos actuales, tratando de identificar otras formas de abordar estos elementos y categorías. La mirada retrospectiva e historiográfica les permite a los autores centrase en objetos de estudios para comprender sus tensiones, cambios y (dis) continuidades. La metodología utilizada para este artículo se sustentó en una lectura sistematizada de los dos libros identificando campos relacionales para poner las obras en diálogo. Para ello se decidió tomar una tercera obra “La corrosión del carácter. Las consecuencias personales del trabajo bajo el nuevo capitalismo” también de Sennet. Esta elección se sustentó en que este tercer libro dispone de una estructura argumentativa que nos permite aunar estas ideas en una unidad espacial determinada. Ante la ausencia de un trabajo de campo, dicha obra nos permitió reponer los campos y categorías emergentes en un plano de corte empírico. Consideramos que, si bien no se puede entender como un trabajo de campo en el sentido tradicional, sin embargo, la experiencia analizada en el texto nos permite escenificar las reflexiones de los autores en los textos propuestos.
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The article addresses the relations between teachers considered established and those seen as outsiders within the context of a teacher learning community based on the state of São Paulo, Brazil. It seeks to understand who the subjects are as to professional teaching knowledge under a concept of practice-training induction. Based on a theoretical-methodological perspective, the researchers have produced a study case where the research subjects were also the narrators of their own perceptions, expectations and teaching actions. Holding as reference the studies of Elias and Scotson (2000); Zeichner (2008; 2015), Cochran-Smith (2012) and Nóvoa (2017), it is possible to consider that the teacher learning community reveals itself as a strategy to train subjects, where teacher learning makes teachers’ groups move toward insurgent proposals of professional performance. Keywords: Professional insertion; teacher learning communities; beginning and experienced teachers
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Trata-se de uma pesquisa qualitativa, sob viés etnográfico-cartográfico, que se dedicou à compreensão das masculinidades produzidas em uma barbearia localizada na cidade de Campo Grande (MS). Tomando como base o campo de estudos sobre masculinidades, contemplando os aspectos históricos e culturais locais, buscamos compreender quais modelos de masculinidade são produzidos a partir da lógica de cuidado estético. Como resultado, a constatação de uma masculinidade que se constitui por meio de performances, discursos, valores, códigos e moralidades.
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Resumo: Apresento, neste artigo, reflexões epistemológicas e metodológicas produzidas a partir de um longo contato com o campo de estudos e intervenção da prostituição feminina. Indico caminhos metodológicos seguidos durante minha trajetória, ressaltando a opção por um processo de pesquisa e intervenção que não se restrinja à coleta de dados ou à aplicação de técnicas, mas que seja baseado na construção de redes de solidariedade e de luta. Apresento uma perspectiva interdisciplinar, feminista, situada e de inspirações na psicologia comunitária e na etnografia. Defendo a necessidade de evidenciar as bases éticas e políticas que sustentam a pesquisa e a busca por caminhos que favoreçam um posicionamento ao lado das prostitutas, do seu movimento e de suas demandas, construindo coletivamente as diversas etapas da pesquisa-intervenção e as possibilidades de transformação social.
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O campo de pesquisa em ensino de Geografia tem se consolidado nas últimas décadas. Há, no momento, centrada preocupação e investimento quanto ao desenvolvimento de ações didático-pedagógicas que favoreçam a superação de aulas convencionais e de métodos ditos tradicionais. Neste contexto, identificamos pesquisadores preocupados com um certo modus operandi da Geografia que visa o desenvolvimento e a compreensão de processos cognitivos ligados à ordem espacial das coisas e dos fenômenos. Por conseguinte, termos como Raciocínio Geográfico, assim como outros conceitos análogos, são hoje objetos de pesquisas. Concomitantemente, registra-se em vários países movimento de adequação de seus sistemas de ensino e normativas que regem a educação básica onde é possível perceber tais tendências. Partindo dessa premissa, a presente tese teve como objetivo realizar uma análise das normativas curriculares que regem as etapas do Ensino Fundamental, no Brasil, e do Primo Ciclo di Istruzione, na Itália, a partir da utilização de método comparativo e da teoria fundamentada em dados na investigação dos pressupostos da educação geográfica na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e na normativa italiana – Indicazioni Nazionali per il curricolo del Primo Ciclo –, em que pese o comprometimento com o desenvolvimento do Raciocínio Geográfico. Para tal nos ancoramos na proposta de Roque Ascenção e Valadão (2014, 2016, 2017a, 2017b) e Roque Ascenção, Valadão e Silva (2018), que se baseia no desenvolvimento do Raciocínio Geográfico por meio da mobilização de conceitos fundantes da ciência geográfica e de seu tripé metodológico, a partir da análise de uma situação geográfica. Com vistas a atingir os objetivos desta pesquisa, o que aqui se investiga se fundou em pauta de trabalho que envolveu: (i) a identificação de questões da epistemologia da ciência geográfica e do desenvolvimento da Geografia como disciplina escolar, que nos levou a considerações quanto à importância do desenvolvimento do Raciocínio Geográfico; (ii) a apresentação de propostas destinadas à elucidação do Raciocínio Geográfico, que nos levou à identificação de seus possíveis elementos constituintes; (iii) a apresentação do contexto histórico e da estrutura dos documentos normativos analisados, que permitiu caracterizações e generalizações de seu conteúdo e significado; e a (iv) a identificação, análise e interpretação dos elementos constituintes do Raciocínio Geográfico nos documentos normativos, que nos levou a diagnosticar aproximações e distanciamentos em relação às referências previamente estabelecidas. À vista disso, verificou-se que a BNCC/Geografia contempla, em grande medida, o desenvolvimento do Raciocínio Geográfico, o que sugere que essa normativa vai ao encontro de questões contemporâneas do campo de pesquisa do ensino de Geografia. Por outro lado, verificou-se que a Indicazioni Nazionali/Geografia não contempla plenamente os elementos constituintes do Raciocínio Geográfico conforme as referências preconizadas previamente. Registra-se que, no cotejo das informações e dados aqui discutidos, foi possível perceber que tanto no Brasil, como na Itália, ainda há um longo caminho a perquirir com vistas à evolução do ensino de Geografia, seja no campo das normatizações propriamente ditas, seja no campo de sua prática efetiva na escola e em sala de aula.
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Resumen Este artículo propone estudiar la relación entre quehacer etnográfico y elaboración textual de los cuerpos y corporalidades de las y los interlocutores. En particular, busca hurgar en la tensión entre la “mirada diagnóstica” que recae sobre los cuerpos de las personas con discapacidad y las posibilidades de la descripción etnográfica. El tema emerge de una investigación con personas con y sin discapacidad en espacios de prácticas artísticas “inclusivas” en Buenos Aires y Montevideo. El artículo sitúa a la descripción y la narrativa como prácticas políticas y recurre para su análisis a fragmentos de textos etnográficos “clásicos” y “contemporáneos” y a notas de campo de la autora.
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Refletimos, no presente estudo, acerca do pensamento de Rodolfo Kusch e outros aportes dos conhecimentos ameríndios para pensar a educação e aprendizagens interculturais com os Guarani. O objetivo é apresentar e compreender modos de viver dos Guarani, aprofundando diálogos interculturais e experiências de linguagem e educação entre professores, estudantes não indígenas e educadores Guarani. A metodologia adotada é qualitativa e segue passos da pesquisa participante, conforme Brandão (1984; 1987). As conclusões mostram princípios de uma educação seminal operados pela espiritualidade, respeito e vivência como estratégias educativas dos Guarani. Trata-se de educação inter(geo)cultural que considera aldeias e cultura guarani como espaços de formação que ultrapassam os modos rituais da educação tradicional das escolas e universidades.
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Este artigo objetiva analisar atributos conferidos ao bom aluno por professoras/es aposentados da rede estadual de ensino de Santa Catarina, erigidos tendo em vista as seguintes características: atributos primários, que emergem sob a égide da herança familiar; atributos secundários, que consideram a condução das razões práticas desse aluno; atributos terciários, que se dão pela ordem do espaço social e atributos quaternários, que se manifestam pela ordem econômico-psíquico-simbólica. Todos eles fortemente demarcados pelos capitais econômico e simbólico. Metodologicamente, orienta a análise, a centralidade do mérito escolar, tendo como fundamentos os estudos de Dubet (2003; 2008) e como referências as representações de professoras/es. Foram analisados 894 questionários para desenhar o perfil desse contingente de professoras/es tendo como foco as variáveis carreira profissional, gênero, condição de aposentados, lugar de origem e formação. Como recurso visual, recorremos à elaboração da nuvem de palavras, proposta por Mcnaught (2010). O agrupamento das palavras ocorreu tendo por base a categoria “nível de formação” como filtro principal e as análises foram firmadas fundamentalmente em categorias elaboradas por Bourdieu em sua produção teórica, tais como herança familiar, teoria da ação, espaço social e poder simbólico. Consideramos que o atributo de bom aluno nesse caso específico, é fruto de “negociação” entre escola e família e resulta das representações que cada uma dessas instituições constrói sobre a outra. Essas representações variam segundo as categorias sociais e os “contratos pedagógicos” que são matizados pelo grau de confiança mútua e de clareza das exigências visíveis, explícitas, mas essencialmente pelas veladas.
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Drawing on long-term ethnographies with children, the authors (anthropologists from the “Global South”) problematize the disconnect between homogenising discourses around “childhood”, and the localised, socio-culturally rich experiences of indigenous children. Through an anthropological lens in dialogue with post-colonial theory they explore vernacular conceptualisations and practices around childhood in three indigenous communities –two in Argentina, one in Indonesia. In doing so, they place these childhoods within local, regional and global forces, highlight contexts of inequality, and explore children’s active positionality in such contexts.
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Este artigo visa refletir acerca do cotidiano de trabalhadoras rurais do interior do município de Jaguari, região central do Rio Grande do Sul. Por meio da análise etnográfica, buscaremos apresentar, inicialmente, os percalços que envolvem os papéis sociais atribuídos a essas trabalhadoras enquanto mulheres e camponesas. Em seguida, voltamo-nos à esfera do trabalho feminino, compreendendo a divisão sexual do trabalho no mundo camponês em questão, destacando a jornada laboral dessas camponesas tanto na esfera reprodutiva quanto na sua participação ativa no âmbito produtivo. O trabalho delas, em ambas as esferas, não é reconhecido, o que tende a minar a autonomia dessas mulheres, privando-as do acesso a algum tipo de ganho monetário. Por fim, analisaremos as formas de agenciamento, ou ainda, as formas de resistência cotidiana, isto é, as estratégias que essas camponesas adotam para obter certa autonomia, econômica sobretudo, nesse espaço marcado pelas hierarquias e desigualdades de gênero. Essas resistências ocorrem mediante a confecção e comercialização das quitandas, um compilado de produtos atrelados à esfera de trabalho dita feminina, que possibilita às mulheres de Rincão dos Alves se colocarem como agentes ativos e geradores de renda.
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RESUMO: Este trabalho é um estudo de caso etnográfico que problematiza as influências da cibercultura no ambiente escolar, considerando-o um sistema simbólico, tendo como plano de fundo momentos de mediação em Educação em Ciências em uma instituição de ensino pública no litoral Norte do Estado do Rio Grande do Sul. As problematizações são feitas a partir do campo epistemológico da antropologia da educação, tendo como cerne a perspectiva freireana de dialogicidade. Neste estudo a escola é considerada em sua dimensão cultural: são apresentadas descrições densas de episódios que ilustram aspectos da cultura da escola e evidências de como a mediação na Educação em Ciências vem sendo transformada pela cibercultura. A partir desta pesquisa de campo, argumentamos que a midiatização de discursos que difundem informações científicas passam a ter um relevo diferente em comparação ao discurso de professores em suas mediações na escola. Assim, destacamos que as formas de adaptação à cibercultura podem se apresentar tanto como um processo de alienação quanto como um meio que encaminha uma educação libertária. [ABSTRACT: This research consists of an ethnographic case study that problematizes the kinds of influence cyberculture exerts in the school environment; it considers it a symbolic system which has moments of mediation in its background reflected in Science Education in a public school institution in the north coast of the State of Rio Grande do Sul, Brazil. The problematizations derive from the epistemological field of anthropology of education, as well as from the Freirean perspective of dialogicity. In this study, the cultural dimension of the school is taken into account; episodes are described in detail to illustrate aspects of the school culture, and also evidence of how the mediation in Science Education has been transformed by cyberculture.In this paper, we argue that the mediatization of discourse that disseminates scientific information takes on a different dimension in comparison to the discourse of teachers in their mediations in school. Thus, the forms of adaptation to cyberculture can be presented both as a process of alienation and as well as a means that leads to libertarian education].
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We analyzed the conceptions and assessment practices of elementary school teachers, aiming to investigate the uses of the results of the learning assessments in schools and the results of the Provas Bimestrais (Bimonthly Exams) – instruments of the Assessment System of the Rio de Janeiro Municipal Educational System – for planning and taking pedagogical decisions. We are based on the theories of formative assessment, which indicated assessment as a tool to improve learning and not just to measure it. We conducted interviews and participant observation in two schools, describing and analyzing contradictions between discourse and practices. The teachers’ conceptions approached formative assessment, focusing on defense of diversification of assessment instruments, yet they mainly conduct traditional exams and, frequently, they work in a similar way to the Provas Bimestrais (Bimonthly Exams). The results of both assessments were basically to give superficial feedback to the students and to calculate their grades, distancing the assessment practice from the theoretical conception of formative assessment.
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Esta dissertação tem como objeto de estudo os processos de organização e mobilização de um coletivo feminista denominado Ovelhas Negras, criado por estudantes no contexto do Ensino Médio Integrado ao Ensino Técnico de uma Instituição Federal de Educação (IFE) localizada no Rio Grande do Sul, Brasil. A pesquisa faz parte do projeto guarda-chuva Vidas precárias no cibermundo – Estudos sobre violências, poder e interseccionalidade nos sistemas hierárquicos. O objetivo geral desta investigação foi compreender as interconexões entre os sentidos do feminismo para o Movimento Ovelhas Negras e as formas como este coletivo busca promover mudanças no cotidiano escolar, identificando: (a) as representações que o coletivo tem desenvolvido sobre feminismos e sobre sua própria atuação feminista no processo de construção de suas práticas; (b) as dinâmicas relacionais que o coletivo desenvolve com os diversos atores sociais enquanto uma minoria ativa em seu território. Os objetivos específicos foram: identificar o potencial de transformação e influência do coletivo participante, a partir de suas dinâmicas e seu conjunto de ações, vislumbrando como ele se mantém em movimento; conhecer os saberes produzidos pelo coletivo feminista participante, observando as bases de seu projeto ativista e a dimensão ética de sua proposta; identificar que relações o coletivo estabelece com seus interlocutores, tanto com seus antagonistas quanto com seus aliados, observando os limites e possibilidades de sua ação política em seu território. Para desenvolver esta pesquisa, tivemos como base a Teoria das Representações Sociais, a Teoria das Minorias Ativas, os estudos feministas e estudos de gênero. Em consonância com nossas perspectivas teóricas e com os objetivos propostos, preconizamos um delineamento qualitativo de pesquisa, a partir da pesquisa participante, enfatizando o uso de técnicas que buscam engajar as participantes - neste caso, as estudantes integrantes do coletivo – na pesquisa. Ao mesmo tempo, buscamos dar especial atenção à observação do contexto real onde as interações e as práticas coletivas ocorrem. Para produzir as informações empíricas, foi construído um diário de campo contando com relatos das participações da autora da dissertação em atividades e reuniões do coletivo, bem como com relatos de outros momentos de interesse para a pesquisa. Foi realizada também uma roda de conversa de sistematização de experiências com as participantes. Iniciamos a análise do material produzido construindo uma espiral de contextualização histórica e cultural do coletivo participante. A análise do material possibilitou a discussão sobre as origens do coletivo, suas formas de organização e arrecadação de novas integrantes e apoiadoras/es, os saberes produzidos no seio do coletivo, principalmente relativamente ao entendimento do que é feminismo e o que é ser feminista, e as formas como o coletivo lida com as relações de alteridade. A partir daí, vislumbramos as potencialidades da mobilização de jovens no espaço escolar, principalmente de forma autônoma, servindo não apenas como espaço de formação de sujeitos sociais mais críticos e ativos, como também para causar transformações no próprio espaço escolar.
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