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[Identification of risk factors for chronic kidney disease among schoolchildren]

Authors:

Abstract

Aiming at identifying risk factors for chronic kidney disease (CKD) among schoolchildren, a cross-sectional population study was carried out in six municipal schools in Goiânia, Brazil. We investigated: history of birthweight, enuresis, urinary incontinence, mictional urgency, family history of kidney disease, diabetes, arterial hypertension, percentiles of arterial blood pressure, waist circumference and body mass index (BMI). We evaluated 274 children, mean age of 8.06 ± 1.33 years, among which 139 (50.7%) were female. We detected: enuresis in 50 (18.2%); urinary incontinence in 34 (12.4%); mictional urgency in 49 (17.9%); BMI above P85 in 18.8% (45); waist circumference above P90 in 17 (6.9%); arterial blood pressure above P95 in 17 (7.1%). Also, we observed correlation between arterial blood pressure, obesity, and increased waist circumference, (p < 0.05). The study showed high frequency of abnormal voiding habits and increased BMI in this population.
comunicAção breve | brief comunicAtion
278
Autores
Alessandra Vitorino
Naghettini1
Cláudia Maria Salgado1
Jonathan Santana Freitas2
Luciana M. R. Salgado3
1 Doutora (Professora adjunta).
2 Especialista.
3 Aluna.
Data de submissão: 31/08/2010.
Data de aprovação: 14/04/2011.
Correspondência para:
Alessanadra Vitorino Naghettini.
Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Medicina.
Rua T36, nº 477, apto 201. Setor
Bueno. Goiânia, GO, Brasil.
CEP: 74223-050.
E-mail: anaghettini@gmail.com
Tel/Fax: (62) 3251-1911.
A aluna Luciana Martins Rodrigues
Salgado foi bolsista de Iniciação
Científica- CNPQ.
Com o objetivo de avaliar a frequência de
fatores de risco para doença renal e suas
correlações, foi realizado estudo transver-
sal de base populacional em seis escolas
municipais de Goiânia (GO). Nós investi-
gamos a história de baixo peso ao nascer,
enurese, incontinência urinária, urgência
miccional, antecedente familiar de do-
ença renal, diabete, hipertensão arterial,
percentil de pressão arterial, perímetro da
cintura e índice de massa corporal (IMC).
Foram avaliadas 274 crianças, das quais
139 (50,7%) eram meninas, com idade
de 8,06 ± 1,33 anos. Observou-se enurese
em 50 (18,2%), incontinência urinária em
34 (12,4%) e urgência em 49 (17,9%). O
IMC apresentava-se, em 18,8% (45), aci-
ma de P85. Perímetro de cintura acima do
percentil 90 em 6,9% (17). Pressão arterial
foi detectada acima do P95, em 7,1% (17).
Também notamos a presença de correla-
ção da pressão arterial com a obesidade e
aumento da circunferência da cintura (p <
0,05). O estudo demonstrou elevada fre-
quência de alterações do hábito miccional
e aumento do IMC na população estudada.
IntRodução
No Brasil, estima-se que existam mais de
2 milhões de portadores de algum grau
de disfunção renal.1 O número estimado
de pacientes em terapia de substituição
renal no país, em março de 2008, era de
87.044, com prevalência de 468 pacientes
por milhão de habitantes.2
A Doença Renal Crônica (DRC) é re-
conhecida, hoje, como um problema glo-
bal de saúde pública. Esse novo modelo
Aiming at identifying risk factors for
chronic kidney disease (CKD) among
schoolchildren, a cross-sectional popu-
lation study was carried out in six mu-
nicipal schools in Goiânia, Brazil. We
investigated: history of birthweight, en-
uresis, urinary incontinence, mictional
urgency, family history of kidney dis-
ease, diabetes, arterial hypertension,
percentiles of arterial blood pressure,
waist circumference and body mass in-
dex (BMI). We evaluated 274 children,
mean age of 8.06 ± 1.33 years, among
which 139 (50.7%) were female. We de-
tected: enuresis in 50 (18.2%); urinary
incontinence in 34 (12.4%); mictional
urgency in 49 (17.9%); BMI above P85
in 18.8% (45); waist circumference
above P90 in 17 (6.9%); arterial blood
pressure above P95 in 17 (7.1%). Also,
we observed correlation between arterial
blood pressure, obesity, and increased
waist circumference, (p < 0.05). The
study showed high frequency of abnor-
mal voiding habits and increased BMI in
this population.
Identificando fatores de risco para desenvolvimento de
Doença Renal Crônica entre escolares
Identification of risk factors for chronic kidney disease among
schoolchildren
Resumo
Palavras-chave: falência renal crônica,
fatores de risco, prevenção de doenças,
saúde da criança, saúde pública.
AbstRAct
Keywords: child health, disease pre-
vention, kidney failure, chronic, public
health, risk factors.
conceitual, proposto pelo Kidney Disease
Outcome Quality Initiative e modificado
pelo Kidney Disease Improving Global
Outcome, possibilitou que médicos, in-
vestigadores e autoridades da saúde pas-
sassem a ver além da doença, focando
também seus antecedentes, prognósticos e
fatores de risco.3
Existem fatores de risco que são pe-
culiares à infância, como: baixo peso ao
nascimento, história familiar de doença
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Fatores de risco para Doença Renal
cística renal, história pregressa de refluxo vesicoure-
teral, infecção do trato urinário, síndrome hemolíti-
co-urêmica, nefrite e nefrose.4
Fatores como presença de obesidade, hiperten-
são e proteinúria, que são considerados de risco entre
adultos, podem, nas crianças, piorar ou estimular a
progressão da doença.5
Uma situação inquietante na área de nefrologia
pediátrica é a escassez de informações epidemiológi-
cas sobre insuficiência renal crônica. A maior parte
da literatura está dirigida a intervenções terapêuticas
e os registros populacionais têm como limitação a
amostra.6
A identificação precoce de fatores de risco e de
progressão pode auxiliar na intervenção e prevenção
da doença renal daquelas crianças com maior chance
de desenvolvê-la.
O estudo propõe a avaliação da frequência dos fa-
tores de risco associados à Doença Renal Crônica na
infância e suas correlações, em um grupo de crianças
do Centro-Oeste brasileiro.
métodos
A pesquisa foi realizada na cidade de Goiânia, capi-
tal do estado de Goiás, Brasil, que possui 1.244.645
habitantes.7
Para este estudo transversal de base populacional,
foram utilizadas como campo de trabalho escolas mu-
nicipais da Região Leste de Goiânia. Todas as esco-
las municipais (8) foram convidadas a participar por
meio dos seus diretores, e seis delas concordaram. O
total de crianças matriculadas era de 1800.
O tamanho mínimo da amostra estimado foi de
274 crianças, usando margem de erro de 4%-4,5%
para detectar a frequência de fatores de risco para do-
ença renal.
Após aceite dos diretores, foram enviadas cartas
aos pais ou responsáveis, convidando-os para uma
reunião de orientação sobre o projeto. Desses, 280
compareceram.
Foram avaliadas crianças entre 6 e 10 anos e 11
meses, matriculadas nessas escolas, cujos pais/respon-
sáveis assinaram o termo de consentimento livre e
esclarecido.
Uma equipe de alunos da Faculdade de Medicina
da Universidade Federal de Goiás, previamente trei-
nados, acompanhados de seus preceptores, realizou
as entrevistas e avaliação física.
Foram excluídas crianças cujos responsáveis legais
se recusaram a participar da pesquisa, os que não se-
guiram todos os passos do protocolo, os portadores
confirmados de doença crônica ou aguda e aqueles
em uso de medicamentos nefrotóxicos.
A primeira etapa foi realizada durante reunião
na escola. Constou de orientação sobre o projeto e
assinatura do termo de consentimento. Preencheu-se
ficha de cadastro, com os seguintes dados: nome, en-
dereço, telefone para contato, idade, data de nasci-
mento, data de avaliação, sexo e cor da pele (classifi-
cada por suas características fenotípicas em branca e
não branca).
Para a história clínica, foram obtidos dados uti-
lizando-se de um questionário de perguntas fecha-
das: identificação (nome, idade, sexo, endereço, es-
cola), peso ao nascer conforme anotação no cartão
da criança, sinais e sintomas sugestivos de problemas
urinários (enurese, incontinência, urgência), história
familiar (pai, mãe e avós) de doença renal, diabete e
hipertensão arterial.
O baixo peso ao nascer foi definido para aquelas
crianças que apresentaram, peso ao nascimento, infe-
rior a 2500 g.8
A avaliação antropométrica das crianças foi feita
pelas medidas de peso, estatura e pressão arterial.
A estatura foi medida com uma fita métrica ine-
lástica fixada à parede, colocando-se a criança em pé,
de encontro à parede, com os pés juntos, descalça e
a coluna retificada, ajustando-se o estadiômetro gra-
duado em milímetros sobre a cabeça. O peso (kg) foi
obtido por balança portátil calibrada com precisão de
50g, modelo Sport MEA-07400 - Plenna. As crianças
estavam descalças e usando roupas leves. Utilizou-
se, como padrão de referência, o gráfico do National
Center of Health Statistics Percentilis.9
Calculou-se o índice de massa corporal (IMC) (kg/m2)
e o percentil do IMC (pIMC) para cada criança.
Aquelas com pIMC inferior a 5 foram consideradas
desnutridas; entre 85 e 95, consideradas com sobre-
peso; e com pIMC superior a 95, foram classificadas
como obesas.9 Foram consideradas com excesso de
peso crianças com pIMC > P85, o que inclui aquelas
com sobrepeso e obesas.
O nível pressórico (NP) foi aferido por aparelho
digital marca Omrom. Considerou-se a média aritmé-
tica de duas medidas realizadas com intervalo de 5 mi-
nutos. Após um período de uma semana, as crianças
tiveram seu nível pressórico reavaliado. Realizou-se a
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Fatores de risco para Doença Renal
medida no braço direito, utilizando-se manguitos com
largura mínima correspondente a 40% da circunferên-
cia do braço e comprimento de 80%, com a criança
sentada, braço apoiado na altura do coração, este-
toscópio localizado sobre o pulso da artéria, em am-
biente controlado. O valor da média das medidas da
primeira e segunda avaliações foi comparado com a
tabela de percentil, seguindo a padronização do Fourth
Task Force.10 Foi considerado nível pressórico elevado
quando os valores estavam acima do percentil 95.
O perímetro da cintura (PC) foi realizado com o
avaliado em pé, com abdôme relaxado, os braços des-
contraídos ao lado do corpo, a fita colocada horizon-
talmente no ponto médio entre a borda inferior da
última costela e a crista ilíaca. Considerou-se como
obesidade central o perímetro da cintura acima do
percentil 90.11
Os resultados obtidos foram entregues e discuti-
dos com as equipes de saúde locais, para que propos-
tas de intervenção possam ocorrer.
A estatística descritiva compreendeu o cálculo das
médias (x), desvio padrão (DP) e frequência percen-
tual. O teste exato de Fisher foi aplicado para avaliar
a relação entre duas variáveis nominais. O coeficiente
de correlação linear de Pearson foi utilizado para ava-
liar o nível de correlação entre as variáveis estudadas.
O teste Anova foi aplicado para comparar a diferen-
ça das médias entre o mesmo conjunto de variáveis.
Fixou-se o nível de confiança em 95% e o valor de
significância menor ou igual a 0,05 ou 5% (p 0,05)
para rejeição da hipótese de nulidade. O progra-
ma estatístico utilizado para análise foi o Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS®) 10.0.
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê
de Ética do Hospital das Clínicas da Universidade
Federal de Goiás.
ResultAdos
Foram avaliadas 274 crianças, sendo 135 (49,3%)
eram do sexo masculino e 139 (50,7%), brancas. A
idade variou de 6 a 10 anos e 11 meses (8,1 ± 1,3).
Em relação aos dados obtidos nas entrevistas, obser-
vamos a presença de baixo peso ao nascer em 8,1%
das crianças.
História familiar de doença renal foi observada
em 12,1% (32) dos avós, 6,5% (17) dos pais e 12,8%
(34) das mães. Antecedentes de Diabete Mellitus fo-
ram descritos em 33,1% (89) dos avós, 2,7% (7) dos
pais e 1,5% (4) das mães.
Quanto à hipertensão arterial, foi observada em
69%(185) dos avós, 13,8% (36) das mães e 10,8%
(28) dos pais.
A obesidade foi relatada em 23,6% (62) dos avós,
6,3%(17) dos pais e 13,8% (37) das mães.
Na avaliação antropométrica, o peso (kg) variou
de 12,7 a 70 kg (29,2 ± 8,1) e a estatura (cm) variou
de 110 a 161,0 cm (132,3 ± 9,6). O IMC das crianças
apresentava-se na seguinte distribuição: 9,2% (22)
eram obesas, 18,8% (45) apresentavam sobrepeso e
9,2% (22) apresentavam percentil de IMC < 5.
As medidas do perímetro da cintura variaram de
27 a 103 cm (59,0 ± 8,2); desses, 6,9% (17) acima do
percentil 90.
A pressão arterial sistólica média após duas medi-
das foi de 90,7 ± 34,6 e a pressão arterial diastólica
56,9 ± 23,5. Foram considerados portadores de níveis
pressóricos elevados aqueles com pressão sistólica e/ou
diastólica acima do P95, 7,1% (17). Avaliando-se ape-
nas a primeira medida, foram detectadas 27 crianças
com valores acima do P95 (9,8%).
Discriminando os dados clínicos e antropométri-
cos pela idade (Tabela 1) observamos que, entre as
crianças com:
• 6 anos de idade (37), o peso (kg) médio era
23,0 ± 8,4; estatura (cm) 99,7 ± 47,0; IMC
15,7 ± 14,5; perímetro da cintura (cm) 56,7
± 7,8. Pressão arterial sistólica média 106,3 ±
25,2 e diastólica 67,5 ± 15,8.
• 7 anos (69), o peso (kg) médio era 23,0 ± 8,4;
estatura (cm) 113,9 ± 37,1; IMC 16,5 ± 14,6;
perímetro da cintura (cm) 55,4 ± 6,4. Pressão
arterial sistólica média 98,7 ± 11,9 e diastólica
59,3 ± 11,2.
• 8 anos (64), o peso (kg) médio era 25,3 ± 11,0;
estatura (cm) 116,7 ± 41,4; IMC 14,9 ± 5,5;
perímetro da cintura (cm) 58,0 ± 5,8. Pressão
arterial sistólica média 100,3 ± 14,1 e diastó-
lica 63,1 ± 14,9.
• 9 anos (49), o peso (kg) médio era 30 ± 13,2;
estatura (cm) 118,4 ± 49,2; IMC 14,5 ± 6,5;
perímetro da cintura (cm) 61,3 ± 8,2. Pressão
arterial sistólica média 101,5 ± 11,2 e diastó-
lica 62,3 ± 12,2.
• 10 anos (55), o peso (kg) médio era 32,5 ±
13,2; estatura (cm) 129,7 ± 41,9; IMC 15,8
± 6,1; perímetro da cintura (cm) 64,4 ± 10,2.
Pressão arterial sistólica média 103,4 ± 16,2 e
diastólica 65,6 ± 11,5.
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Fatores de risco para Doença Renal
Na avaliação do hábito miccional, observamos
que a enurese noturna estava presente em 18,5%
(50), incontinência em 12,5% (34), urgência miccio-
nal em 18,6% (49), sendo que a frequência da enurese
noturna foi de 13,1% aos 6 anos, 25,2% aos 7 anos,
23,7% aos 8 anos, 17,9% aos 9 anos e 20,1% aos
10 anos.
Observamos correlação significativa entre a pres-
são arterial sistólica e diastólica e os valores do IMC
e da circunferência de cintura (p < 0,05).
IMC maior que 85 não apresentou associação
com a presença de enurese, incontinência e urgência
urinária.
A história de baixo peso ao nascimento não de-
monstrou relação significativa com o IMC, circunfe-
rência da cintura e pressão arterial.
dIscussão
O interesse pelo estudo surgiu da possibilidade de
identificarmos crianças que apresentam fatores que
podem predizer a possibilidade de desenvolvimento
da doença renal crônica.
Chamou-nos atenção o IMC acima de P85 em
28% das crianças. Em um estudo anterior, também
realizado em duas regiões de Goiânia, a frequência
era de 21%.12 Existe risco da associação entre obesi-
dade e doença cardiovascular, encontradas em grupos
de indivíduos com aumento do peso corporal entre o
nascimento e a idade escolar.13
A medida da circunferência abdominal, melhor
parâmetro para diagnosticar obesidade central e para
relacionar-se com risco metabólico,14 foi encontrada
com valores aumentados em 6,7% das crianças. As
crianças obesas apresentam correlação positiva para
gordura abdominal e alterações metabólicas do tipo
hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, hiperinsuli-
nemia e hiperglicemia.15
A ocorrência de aumento de níveis pressóricos,
na amostra estudada, foi de 9,8% na primeira me-
dida e 7% na segunda. Essa redução, após algumas
medidas, já foi demonstrada pela literatura atual,
com prevalência 1%-13%,10 dependendo da metodo-
logia empregada. Como utilizamos apenas duas medi-
das, esses valores poderiam diminuir com a utilização
de uma terceira medida. Outros estudos realizados
na Região Centro-Oeste, também entre escolares, de-
monstraram valores que variaram de 2,3% a 5%.16,17
Estudos epidemiológicos sugerem que a dislipi-
demia e hipertensão arterial sejam um fator de risco
para progressão da doença renal crônica.5 Essas in-
formações podem ser úteis para programas de rastre-
amento da doença renal na infância e também entre
adultos.
Merece ressalva a frequência com que os distúr-
bios da micção e enurese foram relatados e o fato de
não observarmos a diminuição esperada de acordo
com as faixas etárias, diferentemente do relatado em
outros estudos.18
Outros fatores a serem considerados são os ante-
cedentes familiares positivos para doença renal, dia-
bete mellitus, hipertensão e obesidade. Fatores heredi-
tários são considerados de grande interesse, uma vez
que a sua detecção precoce pode auxiliar a prevenção
de doenças crônicas no futuro.14,19
Em relação aos dados do nascimento, o baixo pe-
so ao nascer apresentou prevalência de 8,1%. Estudos
demonstraram associação entre quantidade reduzida
do número de néfrons e baixo peso, justificando o
desenvolvimento de doenças crônicas.20 Apesar da hi-
pótese de que fatores presentes no período neonatal
sejam responsáveis por alterações biológicas perma-
nentes, a quantidade e a velocidade do ganho de peso
são mais relevantes na determinação da pressão arte-
rial na infância.13,21
Existem poucos estudos sobre frequência de fato-
res de risco para doença renal entre crianças.
Estudos populacionais são sempre um desafio,
grandes barreiras têm de ser vencidas, como as dificul-
dades de captação de recursos e de se atingir a amostra
ideal. Entretanto, podem contribuir para demonstrar o
tAbelA 1 cArActerísticAs clínicAs e AntropométricAs (pressão ArteriAl, circunferênciA AbdmoninAl e imc)
expressos em médiA e desvio pAdrão, nA populAção estudAdA discriminAdA pelA idAde (Anos)
Variáveis 6 anos 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos
Circunferência Abdominal (cm) 56,7 ± 7,4 55,4 ± 6,4 58,0 ± 5,8 61,3 ± 8,2 64,4 ± 10,2
Pressão Arterial Sistólica (mmHg) 106,3 ± 25,2 98,7 ± 11,9 100,3 ± 14,1 101,3 ± 11,2 103,4 ± 16,2
Pressão Arterial Diastólica (mmHg) 67,5 ± 15,8 59,3 ± 11,2 63,1 ± 14,9 62,3 65,6 ± 11,5
IMC (kg/m2) 15,7 ± 14,5 16,5 ± 14,6 14,9 ± 5,5 14,5 ± 6,5 15,8 ± 6,0
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Fatores de risco para Doença Renal
perfil da população e sinalizar a instituição de medidas
preventivas e educacionais que possibilitem a diminui-
ção da progressão da doença renal crônica.
No México, uma avaliação desenvolvida no Dia
Mundial do Rim (2006-2007), entre 240 menores de
18 anos, detectou hematúria em 17,5% dos partici-
pantes, proteinúria em 16,1%, hipertensão arterial
em até 19,5% e obesidade em 15%.22
Um estudo de screening populacional desenvol-
vido em Cingapura demonstra alterações urinárias
em menos de 0,1% da população estudada, porém,
observa-se relação entre a presença de proteinúria e o
baixo peso ao nascer.23
Na Itália, desenvolveu-se a partir de 1990, por
10 anos, um estudo prospectivo chamado “Italkids
Project”,6 que levou em conta os registros popula-
cionais com o objetivo de descrever a epidemiologia
da Doença Renal Crônica na infância e identificar
fatores de risco. Durante esse período, 1197 pacien-
tes foram registrados com a incidência da doença. E,
nos últimos 5 anos, eram de 12,1 casos novos por
milhão de crianças por ano. As hipodisplasias renais
com ou sem malformações urológicas correspondiam
a 57,6% de todos os casos, e a doença glomerular era
uma causa menos importante (6,8%).
Concluindo, nessa amostra populacional, obser-
vamos uma frequência considerável de fatores de ris-
co para DRC entre escolares, principalmente os dis-
túrbios miccionais e aumento do IMC.
A relevância deste trabalho está na possibilidade de
detecção precoce de crianças em situação de risco para
desenvolvimento da DRC e sinalizando instituição de
medidas preventivas e educacionais que diminuam a
evolução para Doença Renal Crônica terminal.
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34(3).indb 282 22/10/2012 09:20:59
... A crosssectional study with 274 healthy school children was conducted to identify risk factors for developing CKD and found 8.1% of low birth weight; 23.6% of obesity in grandparents, 6.3% in parents and in 13.8% of the mothers; and 7.1% of them were hypertensive. There was also a positive correlation between SBP/DBP and BMI as well as with waist circumference [53] . Excess body weight was associated with the presence of proteinuria and obese individuals had a higher risk for developing glomerulopathy [54] . ...
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AIM To investigate the prevalence of nutritional parameters of risk for cardiovascular disease (CVD) and kidney diseases in healthy preschool children. METHODS This is an observational cross-sectional study with 60 healthy children, of both genders, aged two to six years old and 56 mothers, in Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil. Preschool children and their families with regular activities at public schools were invited to paticipate in the study. The following characteristics were assessed: Socio-demographic condictions, clinical health, anthropometric, biochemical, lifestyle and data on food consumption. The 56 healthy children were divided into two groups, overweight (C1) and non-overweight (C2), as well as their mothers, respectively, in overweight (M1) and non-overweight (M2). Nutritional status was defined according to results obtained through the Anthro® Software for nutritional analysis. RESULTS Thirty-five children were male, with mean age of 4.44 ± 1.0 years old. Eighty-nine percent of them were eutrophic, 86.7% were sedentary and they had five meals a day. Body mass index (BMI) for age and total cholesterol (TC) was higher on C1 (P = 0.0001) and high density lipoprotein cholesterol (HDL-c) was higher on C2. Mothers were 32.5 ± 7.1 years old, mostly married and employed. Eighty-six percent of them were sedentary and 62.5% were overweight with BMI = 26.38 ± 5.07 kg/m². Eighteen percent of the overweight mothers had isolated total hypercholesterolemia (TC levels elevated) and 12.5% had low HDL-c levels. The present study showed an association between overweight and obesity during the preschool years and the correspondent mothers’ nutritional status of overweight and obesity (OR = 4.96; 95%CI: 0.558-44.17). There was a positive correlation between the food risk associated with CVD by children and mothers when their consumption was 4 times/wk (P = 0.049; r = 0.516) or daily (P = 0.000008; r = 0.892). CONCLUSION Analyzed children showed high rates of physical inactivity, high serum cholesterol levels and high consumption of food associated with risk for CVD and renal disease. Changes in habits should be encouraged early in kindergarten.
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OBJETIVO: Conhecer a ocorrência e associação de hipertensão arterial com algumas variáveis relacionadas ao estilo de vida. MÉTODOS: Estudo transversal, base populacional, amostra aleatória em indivíduos (7 a 14 anos) de escolas (rede pública e particular). Investigados o estado nutricional, pressão arterial e hábitos de vida (tabaco, álcool, atividade física e hábito alimentar). RESULTADOS: Dos 3.169 escolares avaliados, destacaram-se 5,0% de hipertensão arterial e 6,2% de pressão normal-alta. A categorização por sexo mostra 6,4% meninos e 6,0% meninas com pressão normal-alta e 4,3% meninos e 5,7% meninas com hipertensão arterial. O índice de massa corporal (IMC) identificou 16,0% com excesso de peso, dos quais 4,9% já obesos. Houve associação significante (p = 0,01) entre hipertensão arterial e excesso de peso. Dentre os investigados, 11,6% não faziam aulas de educação física e 37,8% eram sedentários no lazer. O tabagismo foi informado por vinte 0,6% escolares, e a experimentação de bebida alcoólica por 32,7%. Nenhuma dessas variáveis apresentou significância estatística em relação aos valores pressóricos e estado nutricional. CONCLUSÃO: Diante do encontro de escolares com valores médios de pressão arterial e IMC com freqüência acima da esperada, associado a hábitos de vida que tendem a favorecer o desenvolvimento das doenças cardiovasculares, sugere-se a proposição de medidas de intervenção cujo foco seja o escolar, como elemento capaz de disseminar as informações no núcleo familiar. Essa possibilidade nos mobiliza para uma proposta de atuação nas escolas como parceiras na promoção da saúde.
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OBJECTIVE: To describe voiding patterns and related dysfunctions in a population-based sample of children aged 3 to 9 years. METHODS: A cross-sectional population-based survey including 580 children. A probabilistic sample of households in the urban area of Pelotas in southern Brazil was selected following a multiple-stage protocol. Voiding and fecal patterns were investigated using the dysfunction score created by Farhat et al. and modified by the addition of high urinary frequency (more than eight times a day). Boys with scores above eight and girls above five were clinically investigated, as well as a sub-sample of the remaining children. RESULTS: Nocturia (60.4%), urinary urgency (49.7%) and holding maneuvers (42.1%) were the most frequently reported symptoms. The prevalence of enuresis was 20.1% in boys and 15.1% in girls. The prevalence of urinary dysfunction was 22.8%. Most symptoms were more frequently reported by girls and younger children. Among girls, low socioeconomic level was related to an increased prevalence of enuresis and straining to urinate, while among boys urgency was more common among the poor. Only 10.5% of the parents of the children with voiding dysfunction consulted a doctor because of their problems. CONCLUSIONS: The voiding symptoms studied presented high prevalence rates, and therefore should be investigated in clinical practice, with direct questions about each symptom, aiming to diagnose voiding dysfunction.
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BACKGROUND: Epidemiological studies have shown an increased prevalence of high blood pressure in pediatric patients. Today we know that risk factors can be detected during childhood and may help in preventing the disease. OBJECTIVE: To evaluate risk and protection factors related to high blood pressure in childhood. METHODS: We evaluated children aged 3 to10 years, residing in the east and southwest sanitary districts of the City of Goiânia, Goiás, and obtained the following data: birth weight, breastfeeding, family history of high blood pressure and obesity, weight, height, body mass index (BMI), and blood pressure. We applied the Mann-Whitney U-test to these variables in order to compare pressure variation. RESULTS: In this sample, 519 children were evaluated, and 246 (47.4%) of them were male. The BMI assessment identified 109 (21%) overweight children, of which 53 (10.3%) were obese. Predominant and/or exclusive breastfeeding for less than 6 months was found in 242 (51.2%). The mean systolic pressure was significantly higher in children with exclusive and/or predominant breastfeeding for less than 6 months (p = 0.04), and in children with family history of high blood pressure (p = 0.05), and in overweight children (p
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OBJECTIVE: The ways in which basal blood pressure levels are obtained may lead to different prevalence estimates. The objective of the study was to estimate the prevalence of high blood pressure among schoolchildren and to compare systolic and diastolic means obtained from three measurements of arterial pressure.METHODS: This was a cross-sectional study among seven to ten-year-old schoolchildren (N=601) from public and private schools in the urban area of Cuiabá, midwestern Brazil, in 2005. Three different blood pressure measurements at ten-minute intervals were made during a single visit. Children were considered to have high blood pressure when their systolic and/or diastolic blood pressure reached levels greater than or equal to the 95th percentile in the reference table, in accordance with their gender, age and percentile height. To calculate the prevalence, the first and third blood pressure measurements were considered separately.RESULTS: There were statistically significant differences between the systolic and diastolic means from the three measurements of the study. The mean systolic and diastolic pressures from the third measurement of the study were 97.2 mmHg (SD=8.68) and 63.1 mmHg (SD=6.66) respectively. The prevalence of high blood pressure was 8.7% (95% CI: 6.4;10.9) from the first measurement and 2.3% (95% CI: 1.1;3.5) from the third measurement. There was no statistical difference in prevalence in relation to age, sex, skin color and type of school.CONCLUSIONS: In studies with a single visit, blood pressure measurements decrease significantly from the first to the third measurement. The third measurement seems to reveal blood pressure levels closer to the basal levels.
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The risk of developing many adult-onset diseases, including hypertension, type 2 diabetes, and renal disease, is increased in low-birth-weight individuals. A potential underlying mechanism contributing to the onset of these diseases is the formation of a low nephron endowment during development. Evidence from the human, as well as many experimental animal models, has shown a strong association between low birth weight and a reduced nephron endowment. However, other animal models, particularly those in which the mother is exposed to elevated glucocorticoids for a short period, have shown a 20-40% reduction in nephron endowment without discernible changes in the birth weight of offspring. Such findings emphasize that a low birth weight is one, but certainly not the only, predictor of nephron endowment and suggests reduced nephron endowment and risk of developing adult-onset disease, even among normal-birth-weight individuals. Recognition of the dissociation between birth weight and nephron endowment is important for future studies aimed at elucidating the role of a reduced nephron endowment in the developmental programming of adult disease.
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World Kidney Day (WKD) is intended to raise awareness and increase detection of chronic kidney disease (CKD), but most emphasis is placed on adults rather than children. We examined yield of screening for CKD and hypertension among poor children in Mexico. On WKD (2006, 2007), children (age < 18 years) without known CKD were invited to participate at two screening stations. We measured body mass index (BMI), blood pressure, and serum creatinine, and performed dipstick urinalysis. The Schwartz equation was used to estimate glomerular filtration rate (GFR; reduced GFR defined as < 60 ml/min per 1.73 m(2)). Proteinuria and hematuria were defined by a reading of >or= 1+ protein or blood on dipstick. Hypertension was defined by gender, age, and height-specific norms. In total, 240 children were screened (mean age 8.9 +/- 4.1 years; 44.2% male). Proteinuria and hematuria were detected in 38 (16.1%) and 41 (17.5%), respectively; 15% had BMI > 95th percentile for age. Reduced GFR was detected in four (1.7%) individuals. Systolic hypertension was more prevalent in younger children (age 0-8 years, 19.6%; age 9-13 years, 7.1%; age 14-17 years, 5.3%) suggesting a possible white-coat effect. Hematuria, proteinuria, hypertension and obesity were frequently detected among children in a community based screening program in Mexico. This form of screening might be useful in identifying children with CKD and hypertension in developing nations.
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The present article reviews the diagnostic criteria for pediatric obesity and its comorbidities. Treatment is also reviewed, including promotion of physical activity, and dietetic, pharmacologic and surgical treatment.
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The hypothesis that adult disease has fetal origins is plausible, but much supportive evidence is flawed by incomplete and incorrect statistical interpretation. When size in early life is related to later health outcomes only after adjustment for current size, it is probably the change in size between these points (postnatal centile crossing) rather than fetal biology that is implicated. Even when birth size is directly related to later outcome, some studies fail to explore whether this is partly or wholly explained by postnatal rather that prenatal factors. These considerations are critical to understanding the biology and timing of 'programming,' the direction of future research, and future public health interventions.