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Saúde mental em estudantes do ensino superior : fatores protetores e fatores de vulnerabilidade

Authors:
  • Escola Superior de Enfermagem São João de Deus Universidade de Évora

Abstract

College student’s mental health (MH) is an important issue for their development and academic success. Enrolment in higher education set up a multiple transition that cause stress, imbalance and a challenging adjustment, with major impact on a personal, and academic level. In Portugal, little is known about the relationship between biopsychosocial variables and mental health of college student’s. This study aims to: 1) describe the mental health college students in terms of psychological well-being and distress; 2) explore the relationship between college student’s mental health, well-being and psychological distress and: sociodemographic, relational, academic characteristics; health behaviours; social support perception (SSP); satisfaction with academic life (SAL); negative life events (NLE); psychological vulnerability (PV) and vulnerability perception (VP) 3) To identify predictors of well-being and psychological distress in CE. Using a cross-sectional correlational trial and a non probabilistic sample of 560 under graduating students attending the 1st and 2nd year, in 2014/15 during the 1st semester, Lisbon District, data was collected from an online self-report inquiry form "Metal Health Survey for College Students" was used, containing variables and measures: sociodemographic, relational; academic; health behaviours; Mental Health Inventory (MHI); Social Support Satisfaction Scale (SSSS); Negative Life Events Inventory (NLEI); Life Academic Satisfaction Scale (LASS); Psychological Vulnerability Scale (PVS) and Perception of Vulnerability (PV). Throughout the course of research formal and ethical aspects were observed. Quantitative techniques, descriptive and inferential statistical analysis was performed. Results reveal a good mental health (M = 158.87, SD = 29.49), but 16.6% are in the MH-Low level, and 10% have self-harmful behaviours. SSSS is high, and generally students are satisfied with academic life, most had no negative life events, and they have moderate psychological vulnerability, but they don’t feel vulnerable. We found that MH is positively correlated with: high socioeconomic level; have an affective stable and satisfactory relationship; have good academic performance; sleep 7 or more hours; do not drugs, be satisfied with social support and academic life, never had negative life events, having less psychological vulnerability and have a lower perception of vulnerability. Also, MH- High level is correlated with: SE-Low/Medium; conflictual/tense or short relationship; insufficient academic performance; sleep less than six hours; take drugs; having self-harm behaviour; psychological vulnerability and feel If vulnerable. Regression analyses indicate that males; have a close relationship/dating satisfactory, good academic performance, exercising, sleeping 7 hours, satisfaction with social support and academic life are very significant positive predictors of psychological well-being. Conversely females, low socioeconomic level, aged 21-24 years, sleeping less than 6 hours, having moderate psychological vulnerability and perception of vulnerability are strong negative predictors of psychological distress. We identified several biopsychosocial predictors of well-being and psychological distress in college student’s. These data should be considered to design specific programs, based in metal health promotion and prevention of morbidity, to decrease MH deficits and problems of mental health.
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... A entrada no ensino superior corresponde a uma "fase de transição" na qual um conjunto de alterações (psicológicas, biológicas, ambientais, cognitivas) tem lugar e onde a capacidade de viver de forma autónoma se encontra em interdependência social. Nesta etapa ocorrem algumas ruturas, crises e sentimentos ambivalentes, em resultado da instabilidade emocional que vivenciam (Nogueira, 2017). Alguns transportam consigo quadros sintomatológicos pré-existentes (ansiedade, depressão, gestão de emoções, entre outros) que se agravam consideravelmente quando procuram ajustar-se a uma nova realidade (Guthman, Iocim & Konstas, 2010). ...
... Neste sentido, a existência de suporte social, ou seja, o apoio emocional dos pares, família ou da instituição, durante a fase de transição e/ou adaptação dos alunos, pode constituir um fator de proteção a potenciais crises emocionais (Nogueira, 2017). Estudos recentes mostram que o suporte social desempenha um papel muito importante na saúde emocional dos estudantes universitários e que poderá ter impacto na solidão ou depressão (Barroso, Oliveira & Andrade, 2019). ...
... A revisão da literatura mostrou que são diversos os fatores que concorrem para a avaliação do BES e da QV. No que toca aos estudantes do ensino superior, fatores como: caraterísticas sociodemográficas, relacionais, desempenho académico, comportamentos de saúde, acontecimentos negativos, podem influenciar, direta ou indiretamente, esta avaliação (Nogueira, 2017). No caso concreto, este estudo tinha como objetivo geral a avaliação do BES e da QV dos estudantes oriundos do Brasil que estudam na UAlg. ...
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Este trabalho analisou os níveis de bem-estar subjetivo (BES) e de qualidade de vida (QV) nos estudantes brasileiros que estudam na Universidade do Algarve (UAlg) a partir da constatação do significativo aumento destes em universidades portuguesas. Foi realizado um inquérito por questionário com entrevista eletrónica, constituído pela Escala de Bem-Estar Subjetivo e pelo WHOQOL-Bref, tendo participado 102 estudantes. Os resultados mostraram que os estudantes brasileiros que consideram a UAlg um bom sítio para estudar e um bom local para viver apresentam níveis mais elevados de QV e de BES. Aqueles que não tiveram crises emocionais e os que estão bem integrados têm uma QV e um BES mais elevado. Os estudantes com um nível físico e de relações sociais mais elevados têm maior probabilidade de considerarem a UAlg uma boa universidade para estudar. Conclui-se que os estudantes brasileiros têm um bom nível de BES e de QV.
... Avaliar a perceção de vulnerabilidade permite identificar défices na saúde mental e possibilita aos profissionais de saúde agir precocemente (Nogueira, 2017 Apresentamos-te abaixo um conjunto de 6 frases que dizem respeito como te vês a ti mesmo. Para cada item, assinala com uma cruz X, de forma espontânea, o numero que melhor te descreve. ...
... Identificar a vulnerabilidade psicológica, isto é, padrões de funcionamento desajustados é importante para identificar adolescentes com maior suscetibilidade.Pergunta sobre a perceção de vulnerabilidade, que cota numa escala tipo Likert (1=nada vulnerável a 5= extremamente vulnerável;Escala de vulnerabilidade psicológica (EVP)(SinClair & wallston, 1999, adaptada para a realidade portuguesa por Nogueira, 2014) para se avaliar a vulnerabilidade psicológica dos adolescentes Metodologia A análise dos dados foi quantitativa, descritiva e inferencial.Para avaliar a PERCEÇÃO DE VULNERABILIDADE(Nogueira, 2017), elaborou-se uma única pergunta que possibilitasse ao jovem expressar em que medida se sente vulnerável em menor ou maior grau. Ou seja, se Esta informação foi recolhida numa escala de Likert com cinco possibilidades de resposta, que variam entre 1= «nada vulnerável» até 5= «extremamente vulnerável»(Nogueira, 2017). ...
... Identificar a vulnerabilidade psicológica, isto é, padrões de funcionamento desajustados é importante para identificar adolescentes com maior suscetibilidade.Pergunta sobre a perceção de vulnerabilidade, que cota numa escala tipo Likert (1=nada vulnerável a 5= extremamente vulnerável;Escala de vulnerabilidade psicológica (EVP)(SinClair & wallston, 1999, adaptada para a realidade portuguesa por Nogueira, 2014) para se avaliar a vulnerabilidade psicológica dos adolescentes Metodologia A análise dos dados foi quantitativa, descritiva e inferencial.Para avaliar a PERCEÇÃO DE VULNERABILIDADE(Nogueira, 2017), elaborou-se uma única pergunta que possibilitasse ao jovem expressar em que medida se sente vulnerável em menor ou maior grau. Ou seja, se Esta informação foi recolhida numa escala de Likert com cinco possibilidades de resposta, que variam entre 1= «nada vulnerável» até 5= «extremamente vulnerável»(Nogueira, 2017). ...
Conference Paper
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A adolescência é uma etapa fundamental no desenvolvimento, em que se procura definir a identidade pessoal, aprofunda as relações com os pares, intensificam-se os interesses intelectuais, e busca-se um sentido de pertença social (Sampaio, 1993; Sampaio, 2002; Sampaio, 2010; Alves, 2018). Avaliar a perceção de vulnerabilidade permite identificar défices na saúde mental e possibilita aos profissionais de saúde agir precocemente (Nogueira, 2017). Identificar a vulnerabilidade psicológica, isto é, padrões de funcionamento desajustados é importante para identificar adolescentes com maior suscetibilidade. A escala de vulnerabilidade psicológica (SinClair & Wallston, 1999) foi adaptada para a realidade portuguesa em estudantes do ensino superior, por Nogueira (2017). Em Português foi designada de Escala de Vulnerabilidade Psicológica (EVP. De acordo com a autora, trata-se de uma medida válida, fiável e estável para medir vulnerabilidade psicológica. Uma vez que se desejava usar a EVP em adolescentes (dos 12 aos16 anos), foi necessário proceder aos respetivos testes psicométricos. Assim, o objetivo deste estudo é analisar as propriedades psicométricos da EVP em adolescentes.
... Estão dormindo bem, tendo momentos de descanso e laser Não estão dormindo bem, tendo momentos de descanso e laser graves consequências para o bem-estar dos alunos. Portanto, é imperativo aumentar a conscientização, fornecer serviços de suporte e alocar recursos para a saúde mental no ambiente educacional para prevenir e reduzir transtornos mentais entre os alunos [13][14] . ...
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Introdução: As doenças não transmissíveis (DCNTs) representam um desafio para a saúde pública no Brasil e no mundo, trazendo gastos excessivo para os cofres públicos pois se tratam de doenças crônicas como: transtornos mentais, diabetes, hipertensão, câncer, acidentes de trânsitos, dentre outras. Objetivo: Compreender a saúde mental no contexto educacional. Metodologia: A coleta dos dados ocorreu entre os meses de agosto e setembro de 2023, por meio de questionário estruturado de 12 perguntas aplicado à comunidade acadêmica de uma Instituição de Ensino Superior (IES) de Curitiba. Resultados: Participaram da pesquisa 22 participantes na faixa etária de 19 a 26 anos, com predomínio do sexo feminino, de cor branca, com ensino superior incompleto e solteiro. A maioria dos participantes relataram não ter diagnostico de psicopatologia. Dentre os que relataram diagnóstico, a ansiedade com sintomas físicos foi predominante, sendo, inclusive, uma condição que prejudica o seu desempenho no estudo e no trabalho. Sono e lazer entre os participantes da pesquisa apresentaram a mesma proporção. Considerações Finais: O presente estudo foi importante para ter uma noção de realidade sobre a saúde mental da comunidade acadêmica de uma Instituição de Ensino Superior (IES) de Curitiba, de maneira a orientar ações preventivas.
... Chang et al., 41 and emotional balance. [41][42][43] Moreover, optimism and hope were negatively associated with anxiety confirming hypotheses 1 e 3. Also, optimism acted as the main protective factor in decreasing anxiety in comparison with hope and gratitude as previewed in the fourth hypothesis. A negative correlation between anxiety and optimism was evidenced, according to the findings of Hutz and Nunes, 34 and Bastianello et al., 33 Furthermore, a negative association with hope, was according to studies by Gadosey et al., 44 and Long & Gallager. ...
Article
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Objectives: To investigate the role of optimism, hope, and gratitude as psychosocial factors for healthy development, especially with regard to anxiety in college students in the context of COVID-19. Methods: This is a quantitative and descriptive cross-sectional research. The sociodemographic questionnaire and the Brazilian versions of the anxiety scale B-GRAT, LOT-R, Hope Index, and BIG-FIVE were applied. Data were analyzed using Mann-Whitney correlation, Kruskal-Wallis, Spearman, and hierarchical linear regression. Results: A total of 297 students were assessed. In the hierarchical linear analysis, the relationship of gratitude with anxiety becomes positive, contradicting the negative association of these variables in Spearman's correlation. The contradictions may result from the suppression effect. When gratitude was added to the model, these three variables together accounted for 38% of the variance in anxiety. This indicates that optimism, hope, and gratitude together are significant predictors, but optimism alone accounts for a large part of the variance for decreased anxiety. Conclusions: The data confirm that family and religiosity are protective factors against mental illness, specifically non-adaptive anxiety. Furthermore, developing optimism as a protective factor makes it possible to experience less anxiety while hope has the potential to provide the individual with multiple pathways to healthy development. This study has highlighted that gratitude plays a dual role in these relationships as it has the potential to be associated with anxious feelings with likely negative outcomes while at the same time it can drive positive psychosocial factors of optimism and hope in decreasing anxiety.
... Portanto, é possível citar alguns fatores estressores dos acadêmicos 11 , tais como: viver em um ambiente novo (estudantes que precisam se mudar para outra cidade, deixando a casa da família), corresponder às próprias expectativas e de familiares, dificuldades financeiras, problemas com a rotina e organização do tempo, maior conscientização da própria identidade e orientação sexual, redução das horas de sono, saber lidar com diversas responsabilidades, como trabalhos, provas e estágios, preocupação em concluir o curso e ser inserido no mercado de trabalho 11 . Em função desses aspectos, acabam surgindo sintomas que podem vir a prejudicar tanto a saúde mental quanto física dos acadêmicos. ...
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A trajetória acadêmica é marcada por alterações pessoais e profissionais. Dentre elas, pode-se observar impactos que corroboram para que consequências à saúde mental dos acadêmicos sejam desenvolvidas. Assim, o presente estudo tem como objetivo identificar os efeitos que a vida acadêmica pode provocar na saúde mental do graduando. A pesquisa trata-se de uma revisão de literatura narrativa e utilizou como base de dados as plataformas Scielo (Scientific Eletronic Library Online), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências em Saúde), MEDLINE, Google Acadêmico e Revista Pró-UniverSus, através do critério de inclusão e exclusão, resultando em 16 artigos selecionados e 325 excluídos. Os resultados demonstraram que a graduação traz impactos mentais devido à transição da infância para a vida adulta, pelas responsabilidades e cobranças que são geradas diariamente no ensino superior e na nova rotina, o que ocasiona um desequilíbrio psicológico ao estudante e propicia o desenvolvimento de transtornos mentais ou psicossomáticos. Conclui-se que as instituições de ensino podem atuar como fatores estressores que provocam o desequilíbrio psíquico; em contrapartida, podem também proporcionar meios a partir dos quais o equilíbrio mental, social e físico seja reestabelecido. Palavras-chave: Saúde Mental; Vida Acadêmica; Transtornos Mentais.
... A OMS indica um decréscimo da saúde mental e um aumento das doenças mentais, que afetam 11% da população europeia. Designadamente atingindo 10% a 20% dos jovens adultos, o que torna esta problemática um sério problema de Saúde Pública(Storrie, Ahern, & Tuckett, 2010;Nogueira, 2017). Lehtinen em 2004, definia a Saúde Mental Positiva como a capacidade de perceber, compreender, interpretar as circunstâncias que nos cercam para nos adaptarmos a elas e modificá-las em caso de necessidade (Lluch, 2018). ...
Conference Paper
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Tendo por base os estudos do Modelo Multifactorial de Teresa Lluch (1999), foi criado e validado um Programa Promotor de Saúde Mental Positiva para adolescentes e aplicado numa turma piloto. O trabalho integra-se no Projeto de Saúde Mental Positiva da CINTESIS/NursID do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde e da Escola Superior de Enfermagem do Porto. No ano seguinte, procedeu-se á continuidade do programa na mesma turma, dando origem a novos dados.
Article
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O presente artigo analisa os fatores que contribuem para a retenção discente nos cursos de graduação do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). A temática tornou-se pertinente, pois tal condição, quando não analisada institucionalmente, pode acarretar prejuízos sociais, econômicos e acadêmicos tanto para o aluno quanto para a IES. Partindo de Pereira (2013) e Moraes (2015), categorizaram-se os fatores de retenção em três grupos de variáveis: Características Individuais, Ambiente Institucional e Aspectos Socioculturais e Econômicos Externos. Dessa forma, investigou-se em que medida tais fatores influenciaram a retenção acadêmica a partir da percepção dos próprios estudantes. A presente pesquisa, classificada como descritiva, quanti-qualitativa e de campo, teve como participantes os estudantes matriculados nos cursos de graduação que ultrapassaram o prazo regular para conclusão dos seus respectivos cursos. Adotou-se como instrumento de pesquisa um questionário eletrônico no qual se mensurou a percepção discente quanto à influência de cada fator para a retenção. Para análise, optou-se pelo uso de métodos estatísticos clássicos, tais como a análise exploratória e a inferência estatística. A amostra contou com a participação de 69,13% do universo da população. Os resultados demonstram que o fator “Necessidade de trabalhar enquanto frequenta o curso”, inserido na variável Aspectos Socioculturais Externos, alcançou maior média de influência entre os fatores analisados na constituição da retenção discente, ainda que os demais fatores influenciem na composição do cenário propício para consolidação da retenção, tais como dificuldades para conciliar horário das disciplinas e do trabalho, curso ofertado em horário incompatível, dentre outros.
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Análise da Saúde Mental de professores universitários brasileiros atuantes no ensino superior das Universidades Federais do Estado do Pará, em 2023. Linha de pesquisa em epidemiologia em saúde mental. A partir desta pesquisa, procura-se observar quais as possíveis causas que estão afetando a saúde mental desses professores e quais as possíveis relações neste transtorno e se isso pode afetar seu desempenho profissional e como é possível sustentar essa descompensação de saúde mental na profissão docente hoje, ano de 2023, considerando a intersetorialidade entre saúde e educação. Avaliar se o estado emocional dos professores está relacionado à carga de estresse na profissão e quais os fatores que podem ser os agentes causadores desse estresse; se há um alto índice de ataques de pânico ao atuar como professor e se isso interfere na sua vida privada; medir o nível de ansiedade e o nível de depressão; e observar o uso de medicamentos controlados para crises que afetam a saúde mental. Conclui-se que a “população” de professores universitários está adoecida, se evidenciando um caso de saúde pública, na educação. Diante de todos esses pontos vê-se a necessidade de uma política pública diretamente relacionada a saúde mental de professores, pois o lugar que estes ocupam, de formação de outros profissionais, reflete em pessoas, e estas irão atuar em toda sociedade. Trata-se de construção de futuro, com cuidado no presente.
Thesis
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A presente dissertação propõe-se a analisar os fatores associados aos Transtornos Mentais Comuns em estudantes universitários de graduação nos campi da Universidade Federal da Bahia localizados na cidade de Salvador - BA, no ano de 2021. Logo, trata-se de uma pesquisa quantitativa, de corte transversal, do tipo analítico exploratório, realizada com estudantes da graduação dos gêneros feminino e masculino, com idade igual ou maior a 18 anos, matriculados regularmente em todos os cursos dos turnos: matutino, vespertino, noturno e integral. Assim sendo, a dinâmica do processo de investigação para a coleta dos dados consistiu na aplicação de questionários validados e autoaplicáveis em ambiente virtual: Questionário Socioeconômico-demográfico (QSD), Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20) e o Questionário de Vivência Acadêmica em sua versão reduzida (QVA-r). Os dados foram submetidos à análise quantitativa utilizando-se o software Statistical Package for Social Sciences - SPSS, em sua versão 20.0, para o sistema operacional Windows. Dessa forma, realizou-se a análise descritiva do perfil epidemiológico das características demográficas, socioeconômicas, do estilo de vida dos estudantes universitários e das condições de infraestrutura, relações interpessoais e do processo de ensino-aprendizagem da referida instituição de ensino superior. Também foram calculadas as Razões de Prevalência da variável dependente e independente e os respectivos intervalos de confiança de 95%. Aplicou-se o Teste t de amostra independente para diferença entre médias, o Teste do Qui-Quadrado de Pearson e o Teste Exato de Fisher, a considerar o nível de significância de 5% (p ≤ 0,05) para avaliar a associação estatisticamente significante. Como resultados, participaram deste estudo 509 graduandos, sendo 367 (71,2%) do gênero feminino e 142 (27,9%) do gênero masculino, com idade média de 24,06 anos (DP = 6,566). Ademais, constatou-se uma prevalência para a suspeição de Transtornos Mentais Comuns (pontuação no SRQ-20 ≥ 7) de 78,6% da amostra, observada com maior percentual em estudantes do gênero feminino. Os resultados evidenciam, ainda, que ser do gênero feminino (p < 0,01), com cor/raça não-branca (p = 0,02), estado civil solteira (p = 0,01), sem apoio da Universidade frente às adversidades (p < 0,01) e que não considera a Universidade um ambiente acolhedor (p < 0,01) estiveram estatisticamente associados à maior ocorrência de Transtornos Mentais Comuns na amostra. Diante do descrito, discute-se a necessidade de novas investigações que complementem e aprofundem as questões, problemas e achados aqui apresentados e discutidos. Além disso, aponta-se para a necessidade de ações de cunho coletivo, tanto por parte dos gestores universitários quanto das entidades estudantis, bem como condutas institucionais, estratégias de cuidado em saúde mental e assistência intersetorial que proporcionem o bem-estar biopsicossocial dos discentes e a eficácia no estímulo de uma cultura institucional que valorize vivências acadêmicas mais saudáveis, humanas e solidárias no ambiente universitário.
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Gender differences among undergraduates are mainly found in the prevalence of common mental disorders such as depression, anxiety, somatic complaints, and sexual violence. However, there is a lack of information in the literature about gender differences in academic life satisfaction and psychological vulnerability among freshmen. Thus, this study aimed to identify gender differences in demographics, mental health, academic life satisfaction, and psychological vulnerability of freshmen. A cross-sectional study was conducted on a sample of 560 Portuguese freshmen. An online survey was used to collect data in all 29 Lisbon District colleges. Data were collected through a demographic and academic data questionnaire, the Mental Health Inventory (MHI-38), the Academic Life Satisfaction Scale (ALLS), the Psychological Vulnerability Scale (PVS), and a question to assess students’ perception of their vulnerability. We found significant gender-related differences (p < .05) in all subscales of MHI-38, the ALLS-Personal Satisfaction subscale, and the self-perception of vulnerability. Overall, freshmen women presented worse scores in all subscales of MHI-38, in ALLS-Personal Satisfaction subscale, and a higher self-perception of vulnerability. These findings emphasize the need to design and implement mental health promotion activities, mainly focused on the needs of freshmen women, in colleges.
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The Oxford Handbook of Sport and Performance Psychology includes the latest research and applied perspectives from leaders in the field of performance psychology, presenting sport and performance psychology from myriad perspectives. It looks at individual psychological processes in performance such as attention, imagery, superior performance intelligence, motivation, anxiety, confidence, cognition, and emotion. Articles also consider the social psychological processes in performance including leadership, teamwork, coaching, relationships, moral behavior, and gender and cultural issues. The book further examines human development issues in performance, such as the development of talent and expertise, positive youth development, the role of the family, the end of involvement transitions, and both youth and masters-level sport and physical activity programs. Finally, the text looks at interventions in sport and performance psychology and counseling of performers in distress including such important issues for all performers as: appearance- and performance-enhancing drug use, injuries, managing pain, eating and weight issues, burnout, and the role of physical activity in maintaining health. The articles collected here also cover the history of sport and performance psychology; the scope and nature of the field; ethical issues in sport and performance psychology; performance psychology in the performing arts and other non-sporting fields; perfectionism and performance; the role of the performance coach and of the sport psychologist with a coach and team; supervision; and a look ahead to the future of the field.
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O objectivo deste estudo é averiguar em que medida se modificam os comportamentos de saúde de estudantes de licenciaturas no âmbito das ciências da saúde, à medida que progridem no plano de estudos das suas licenciaturas e aumenta a sua informação sobre promoção da saúde e prevenção da doença. A amostra estudada foi extraída da população constituída pelos estudantes das licenciaturas em ciências da saúde (I - Medicina Dentária, II - Engenharia Alimentar e Nutrição, III - Educação Física, Saúde e Desporto e, IV - Ciências Farmacêuticas) do Instituto Superior de Ciências da Saúde – Sul. Foi utilizado o questionário "Health and Behaviour Survey", sobre comportamentos de saúde, crenças de saúde e conhecimentos de saúde. A ausência de diferenças significativas entre os comportamentos registados em alunos que frequentam os 1º, 2º, 3º e 4º anos, leva-nos a questionar o processo de transmissão dos conteúdos de saúde face à resistência à mudança protagonizada pelos sujeitos envolvidos, bem como o possível impacto da informação que os sujeitos recebem, na aquisição de comportamentos salutogénicos. Os autores consideram, todavia, que a educação para a saúde não é uma aprendizagem que possa ser imposta, nem se esgota numa mera aquisição de conhecimentos, pelo que defendem a ideia de que o futuro da aprendizagem das ciências da saúde não poderá desenvolver-se sem que, em paralelo com os planos curriculares, sejam criados "programas activos" de promoção e educação para a saúde.
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Describes the Social Support Questionnaire (SSQ) and 4 empirical studies employing it. The SSQ yields scores for (a) perceived number of social supports and (b) satisfaction with social support that is available. Three studies (N = 1,224 college students) dealt with the SSQ's psychometric properties, its correlations with measures of personality and adjustment, and the relation of the SSQ to positive and negative life changes. The 4th study (40 Ss) was an investigation of the relation between social support and persistence in working on a complex, frustrating task. The research reported suggests that the SSQ is a reliable instrument and that social support is (a) more strongly related to positive than negative life changes, (b) more related in a negative direction to psychological discomfort among women than men, and (c) an asset in enabling a person to persist at a task under frustrating conditions. Clinical implications are discussed. (47 ref) (PsycINFO Database Record (c) 2006 APA, all rights reserved).
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Este trabalho apresenta a experiência desenvolvida em um grupo operativo comunitário através do Projeto de Extensão Homo Sacratu – Grupo de Autoestima e Estudo em Saúde Mental do departamento de Psicologia da Universidade da Região de Joinville (Univille), que se iniciou em 2007 e teve duração de três anos consecutivos. Desde o início teve-se como referênciade trabalho a prevenção e promoção da saúde mental com o objetivo de desenvolver um trabalho de apoio e orientação às pessoas adultas que apresentavam algum tipo de sofrimento psíquico, bem como aos familiares dos portadores de transtorno mental; pretendia-se resgatar e melhorar a autoestima dessas pessoas a partir de discussão, reflexão, esclarecimentos e conscientizaçãoem grupo, atuando também na comunidade por meio de palestras e atividades de socialização. A autoestima é um dos indicadores mais importantes para o bem-estar psicológico e para uma boa saúde mental. O projeto pretendeu enfatizar a importância que o trabalho em grupo pode representar na comunidade, como um recurso amplo priorizando a qualidade de vida em diversos segmentos sociais, principalmente na promoção da saúde mental. Os resultados obtidos mostraram que as atividades desenvolvidas em grupo proporcionaram a cada integrante a autorreflexão, o cuidado de si, e a elevação da autoestima, pois todas as pessoas que participaram do grupo apresentaram melhoras significativas em suas vidas.
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Avaliação de apoio social em estudos brasileiros: aspectos conceituais e instrumentos Social support assessment in Brazilian studies: conceptual aspects and measures Resumo Este estudo investigou como o apoio social tem sido avaliado em estudos brasileiros. Foi realizado um levantamento das publicações científicas de 1987 a 2007, nos indexadores In-dexpsi, Pepsic, SciELO e Lilacs, usando as pala-vras-chave apoio social, suporte social, rede social. Foram encontrados 59 estudos que contempla-vam a avaliação de apoio social em amostras bra-sileiras. Os resultados apontaram um crescimen-to nos últimos anos no número de estudos brasi-leiros que incluem a avaliação do apoio social, com a predominância do uso de técnicas de entre-vistas para investigar, em especial, o apoio recebi-do e o apoio percebido. Contudo, o construto foi utilizado, algumas vezes, sem uma fundamenta-ção teórica sólida e associado a vários outros con-ceitos sem uma articulação clara. Fica também evidente a escassez de instrumentos fidedignos, válidos e padronizados para a realidade brasilei-ra, apesar dos diversos instrumentos já utilizados e que são revisados no presente estudo. Abstract This study investigated the different ways of evaluating the social support in Brazilian studies. A surveying of scientific Brazilian publications from 1987 to 2007 was done in the Indexpsi, Pepsic, SciELO and Lilacs databases according to keywords social support and social network. Fifty-five studies included some type of assessing social support in Brazilian samples. The results indicated a rise in the number of studies about social support assessment in the last years using interviews to investigate received and perceived support, predominantly. However, the construction was applied without theoretical basis and was associated with many other concepts, sometimes without an appropriate articulation. Besides, there were evidences of lacking reliable, valid and standardized instruments to Brazilian population by considering the instruments currently used and revised by this study.
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The purpose of this study is to determine the relationship between physical exercise, depression, and body mass index (BMI). The sample of the study consisted of 175 participants (43 male and 132 female) with ages between the 18 and 27 years. The used instruments were: an adapted and validated Portuguese version of the Beck Depressive Inventory (BDI) and an adaptation of the physical exercise scale developed by Prochaska, Sallis and Long (2001). The results suggested a negative correlation between the physical exercise and depression, with statistical significance. The group that does not reach the recommended level of physical exercise presents higher scores of depression in comparison with the group that reaches. This study corroborates previous studies that suggested positive effects of physical exercise on depression.
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The present study had the objective of searching for validity evidence based on relations to other variables among the Inventário de Percepção de Suporte Familiar (IPSF) and the Goldberg’s General Health Questionnaire (GHQ). 530 students from a private university in SP, aging from 17 to 54 years old participated of this research. In order to assess the perception of family support the IPSF was used and GHQ was used to assess mental health. As a result, the majority of the dimensions in both instruments were significantly correlated. This result indicates that the IPSF may be considered an accurate instrument when assessing the perception of family support. In a second analysis, differences between gender, race and economical level related to family support and mental health were found.
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This study was proposed to analyze evidences of validity of construct and criterion for the Escala de Traços de Agressividade para Crianças e Jovens by means of the Escala de Personalidade for Crianças. 331 children participated, aged from 8 to 10 years old (average=8.84; DP=0.71), being 159 (48%) males and 172 (52%) females and attending at a elementary school from second to fifth grades. The aggressiveness scale supplied scores to school, familiar and general aggressiveness and the personality scale informed of neuroticism, psychoticism, extraversion and sociability. Significant correlations in relation the psychoticism, neuroticism, sociability and the measure of familiar aggressiveness were found, as well as psychoticism and school aggressiveness; psychoticism, sociability and general aggressiveness. The measures of school aggressiveness discriminated the extreme groups of psychoticism and sociability, and the measures of general and familiar aggressiveness discriminated the extreme groups of psychoticism, neuroticism and sociability.