ArticlePDF Available

Influência de diferentes aglutinantes na digestibilidade aparente da matéria seca e da proteína, no pacu ( Piaractus mesopotamicus ) arraçoado com rações elaboradas com ou sem vapor

Authors:

Abstract

O trabalho foi realizado no Centro Nacional de Pesquisa de Peixes Tropicais - Cepta, com o objetivo de determinar a influência de vários aglutinantes: carboximetilcelulose, polimetilcarbamida, amido de mandioca, alginato de sódio, polivinilpirrolidona e goma guar, bem como a técnica de processamento, com ou sem vapor, na digestibilidade aparente das frações matéria seca e proteína bruta. Os resultados obtidos demonstraram que a técnica de processamento a que se submete a mistura, durante a confecção de ração para peixes, influencia o coeficiente de digestibilidade aparente das frações matéria seca e proteína bruta, em pacus. Quando da confecção de rações para peixes, houver a necessidade de utilizar-se de aglutinantes, a fim de obter pelletes mais estáveis, recomenda-se, para os equipamentos dotados de câmara de acondicionamento com adição de vapor, a polivinilpirrolidona, e para os sem a adição de vapor, a goma guar.This work was carried out at National Research of Tropical Fishes - Cepta, with the objective to determine the influence of different dietary binders with their respective concentrations: sodium alginate, guar gum, polymethylolcarbamide, polyvinylpyrrolidone, carboxymethylcellulose, cassava starch, and the manufacturing process with or without steam, in the apparent digestibility of protein and dry matter. The results obtained showed that the manufacturing technique during the fish ration process, influences the apparent digestibility coefficient of dry matter and protein in pacu. When binders are required to obtain more stable diet pellets, polyvinylpyrrolidone for equipments with steam addition chambers and guar gum for equipment without steam are recommended.
Acta Scientiarum 21(2):277-282, 1999.
ISSN 1415-6814.
Influência de diferentes aglutinantes na digestibilidade aparente
Influência de diferentes aglutinantes na digestibilidade aparente Influência de diferentes aglutinantes na digestibilidade aparente
Influência de diferentes aglutinantes na digestibilidade aparente
da matéria seca e da proteína, no pacu (
da matéria seca e da proteína, no pacu (da matéria seca e da proteína, no pacu (
da matéria seca e da proteína, no pacu (Piaractus mesopotamicus
Piaractus mesopotamicusPiaractus mesopotamicus
Piaractus mesopotamicus)
) )
)
arraçoado com rações elaboradas com ou sem vapor
arraçoado com rações elaboradas com ou sem vaporarraçoado com rações elaboradas com ou sem vapor
arraçoado com rações elaboradas com ou sem vapor
Osmar Angelo Cantelmo
1
, Luiz Edivaldo Pezzato
2
*, Margarida Maria Barros
2
e Maria
Angélica Rosa Ribeiro
1
1
Centro Nacional de Pesquisa de Peixes Tropicais - CEPTA/Ibama.
2
FMVZ - Unesp/Câmpus de Botucatu, CP. 560, 18618-
000, Botucatu-São Paulo, Brazil. *Author for correspondence.
RESUMO.
O trabalho foi realizado no Centro Nacional de Pesquisa de Peixes Tropicais -
Cepta, com o objetivo de determinar a influência de vários aglutinantes:
carboximetilcelulose, polimetilcarbamida, amido de mandioca, alginato de sódio,
polivinilpirrolidona e goma guar, bem como a técnica de processamento, com ou sem
vapor, na digestibilidade aparente das frações matéria seca e proteína bruta. Os resultados
obtidos demonstraram que a técnica de processamento a que se submete a mistura, durante
a confecção de ração para peixes, influencia o coeficiente de digestibilidade aparente das
frações matéria seca e proteína bruta, em pacus. Quando da confecção de rações para peixes,
houver a necessidade de utilizar-se de aglutinantes, a fim de obter pelletes mais estáveis,
recomenda-se, para os equipamentos dotados de câmara de acondicionamento com adição
de vapor, a polivinilpirrolidona, e para os sem a adição de vapor, a goma guar.
Palavras-chave: aglutinantes, digestibilidade, pacu, processamento de ração.
ABSTRACT.
Influence of different binders in the apparent digestibility of dry
matter and protein in pacu (Piaractus mesopotamicus) fed with ration processed with
or without steam. This work was carried out at National Research of Tropical Fishes -
Cepta, with the objective to determine the influence of different dietary binders with their
respective concentrations: sodium alginate, guar gum, polymethylolcarbamide,
polyvinylpyrrolidone, carboxymethylcellulose, cassava starch, and the manufacturing
process with or without steam, in the apparent digestibility of protein and dry matter. The
results obtained showed that the manufacturing technique during the fish ration process,
influences the apparent digestibility coefficient of dry matter and protein in pacu. When
binders are required to obtain more stable diet pellets, polyvinylpyrrolidone for equipments
with steam addition chambers and guar gum for equipment without steam are
recommended.
Key words: binders, digestibility, pacu, ration process.
Os aglutinantes são usados em dietas para peixes
com o intuito de conferir estabilidade e reduzir as
perdas de nutrientes, quando em contato com a
água. A maioria destes, afirmam Storebakken e
Austreng (1987), são polímeros não digeridos ou
desintegrados pelos animais monogástricos e podem,
ainda, atuar na manutenção parcial da forma física do
pellete, após a ingestão. Desta forma, torna-se
importante avaliar como os aglutinantes atuam nessa
manutenção e a ão dessa prática no valor nutritivo
dos alimentos. Enquanto os nutricionistas têm se
preocupado com os aspectos fisiológicos do uso de
aglutinantes em dietas para peixes de clima
temperado, nos mais variados segmentos
(Storebakken, 1985; Storebakken e Austreng, 1987;
Shiau et al., 1988; Spyridakis et al., 1989; Rosa
Ribeiro et al., 1993; Takeuchi et al.,1994; Hernãndez
et al., 1994), a avaliação de aglutinantes em dietas
para peixes tropicais esbarra na escassez de
informações.
Storebakken (1985) comenta que os aglutinantes
são conhecidos por reduzir a digestibilidade em
truta, sendo que, em outras espécies, tem-se
observado que esses aglutinantes influenciam o
278 Cantelmo et al.
conteúdo de umidade das fezes, a velocidade de
passagem pelo trato digestivo, a ingestão de alimento,
o balanço de minerais e o crescimento. Por outro
lado, Balazs (1973) afirma que se tem obtido sucesso
com aglutinantes, quando incorporados à ração,
ficando limitado seu uso em função do preço, da
disponibilidade e de equipamentos. Do mesmo
modo que Hastings (1968) e Hepher (1968) fazem a
afirmação de que o emprego de aglutinantes, para a
obtenção de um grânulo de boa qualidade, está na
dependência das características físico-químicas do
material envolvido e da eficiência do equipamento
empregado. Entretanto, para espécies de clima
tropical, pouco se tem em resultados,
principalmente, considerando-se as espécies nativas,
com grande potencial de criação em cativeiro em
sistema intensivo.
Portanto, o objetivo deste trabalho foi verificar a
influência de diferentes aglutinantes comumente
utilizados em dietas na aquicultura e diferentes
técnicas de processamento, na digestibilidade
aparente das frações proteína bruta e matéria seca.
Material e métodos
Material e métodosMaterial e métodos
Material e métodos
Este trabalho foi realizado no Centro Nacional de
Pesquisa de Peixes Tropicais - Cepta -
Pirassununga-SP, onde se avaliou a eficiência de
diferentes produtos aglutinantes, empregados nos
níveis recomendados pela literatura, constituindo os
tratamentos carboximetilcelulose (CMC),
polimetilcarbamida (PMC), amido de mandioca
(AM), alginato de sódio (ALG), polivinilpirrolidona
(PVP) e goma guar (GG), além de uma ração
controle, a qual não foi acrescida de aglutinante
comercial (C). Esses produtos foram comparados
através da determinação do volume de água presente
no estômago e da digestibilidade aparente das frações
proteína bruta e matéria seca, após ingestão pelo
pacu (Piaractus mesopotamicus). Os valores foram
avaliados através de um delineamento inteiramente
casualizado, arranjados em um esquema fatorial,
com sete rações e duas técnicas de processamento,
com e sem vapor.
As sete rações experimentais, que compuseram
os tratamentos propostos, foram formuladas de
modo a apresentarem-se isoprotéicas (26,0% PB) e
isoenergéticas (2.700kcal ED/kg de ração), conforme
Cantelmo (1993). As rações foram confeccionadas
com ingredientes convencionalmente utilizados,
como farinha de peixe, farelo de soja, farelo de trigo,
fubá de milho, suplemento vitamínico e mineral,
violeta genciana, óxido de crômio III como marcador
e os aglutinantes acima apresentados.
Esses ingredientes tiveram seus diâmetros
padronizados, mediante a utilização de peneira, no
moinho à martelo, e com abertura de 2,0mm. A
composição percentual dos ingredientes e as
características nutritivas das rações experimentais
encontram-se na Tabela 1.
Tabela 1. Composição percentual e características nutritivas das
rações experimentais
Tratamentos
Ingredientes CMC
PMC
AM
C ALG
PVP
GG
farinha de peixe 14,7
14,9
14,2
15,0
14,6
14,7
14,6
farelo de soja 21,2
21,5
20,5
21,6
21,1
21,2
21,1
farelo de trigo 29,4
29,9
28,5
30,0
29,2
29,4
29,2
fubá de milho 32,2
32,9
31,3
33,0
32,2
32,2
32,2
vitaminas 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2
minerais 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2
violeta genciana (g) 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8
carboximetilcelulose 2,0 - - - - - -
polimetilcarbamida - 0,5 - - - - -
amido de mandioca - - 5,0 - - - -
controle - - - - - - -
alginato de sódio - - - - 2,5 - -
polivinilpirrolidona - - - - - 2,0 -
goma guar - - - - - - 2,5
Total 100
100 100 100
100 100 100
Proteína bruta (%) 26,0
26,0
26,0
26,0
26,0
26,0
26,0
Energia digesvel (kcal/kg rão)
2700
2700
2700
2700
2700
2700
2700
Níveis de garantia por kg de premix:: ácido fólico 250 mg; ácido pantotênico 5,0g; vit. B
1
250mg; vit. B
2
1,75g; vit B
6
87 5mg; vit. B
12
2,5m g; niacina 3,75g; vit. C 12,5g, vit. A
1.000.000UI; vit. E 12.500UI; vit. K 31 5mg; vit D
3
600.000UI; cobalto 25g; cobre 2g;
ferro 11,25g; iodo 106,2mg; manganês 3,75g; selênio 75,5mg; zinco 17,5g; antioxidante
0,25g. CMC = carboximetilcelulose; P MC = polimetilcelulose; AM = amido; C =
controle; ALG = alginato; PVP = polivinilpirrolidona ; GG = goma guar
A partir da formulação, os ingredientes foram
homogeneizados em misturador vertical, com
capacidade para 100,0kg de ração, em lotes de
50,0kg, onde cada tratamento foi submetido ao
processamento (peletização) em peletizador (modelo
Júnior da Koopers), com câmara de
acondicionamento e presença de vapor, de modo
que os grânulos apresentaram-se com diâmetro e
comprimento de 5,0mm e 10,0mm. E o outro foi
peletizado em um peletizador para laboratório
(California Pellet Mill), com a adição de água, sem
vapor, e com as mesmas características do anterior.
Para avaliar os prováveis efeitos dos tratamentos
sobre o valor nutritivo da dieta, as rações
processadas, com e sem vapor, foram empregadas na
determinação da digestibilidade aparente das frações
proteína bruta e matéria seca.
Para esse estudo, foram utilizados aquários de
fibra de vidro, de formato circular e capacidade de
300l, conforme o sistema de coleta proposto por
Cho et al. (1985) e adaptado para a realização desse
experimento. Esses aquários foram dotados de
sistema de coleta de fezes por gravidade, o que
possibilitou a obtenção do material para análise, sem
provocar estresse aos peixes. Foram estocados 100
peixes por aquário, com peso médio de 50g, nos
Digestibilidade aparente de matéria seca e proteína em pacu 279
quais foi avaliada a influência dos diferentes
aglutinantes e da técnica de processamento na
digestibilidade aparente da proteína bruta e matéria
seca com o pacu (Piaractus mesopotamicus). O fluxo de
água dos tanques foi regulado e mantido constante,
permitindo adequado suprimento de oxigênio aos
peixes de, no mínimo, 4ppm e conseqüente
carreamento e deposição das fezes, nos respectivos
coletores. A iluminação ambiente foi obtida através
de lâmpadas fluorescentes, com fotoperíodo das 6h
às 18h. A temperatura da água foi medida duas vezes
ao dia, às 08h e às 17h30min.
Os peixes foram mantidos nos aquários de
digestibilidade, onde receberam quatro refeições
diárias, às 08h30min, 11h30min, 14h30min e às
17h30min, sendo a coleta de fezes realizada no
período da manhã, antes da primeira alimentação.
No período da tarde, foi efetuado processo de
limpeza de todo o sistema 15 minutos após a última
refeição, preparando, desta forma, os tanques para
nova coleta, no dia seguinte.
Os peixes receberam a dieta controle, com
coloração diferente das dietas experimentais, por um
período de 5 dias, para assegurar a limpeza do
sistema digestório, quando então receberam a
dieta para avaliação do coeficiente de digestibilidade
aparente, durante 4 dias. As fezes foram liofilizadas e
estocadas a -15°C para posterior análise química do
óxido de crômio, conforme metodologia proposta
por Granner (1972 e 1992). Esse procedimento
constituiu em submeter a amostra a uma digestão
com soluções concentradas de ácido sulfúrico, ácido
nítrico e ácido perclórico, até completa
oxidação/solubilização do crômio III. Em seguida, a
solução foi misturada com uma alíquota de s-
difenilcarbazida, e a leitura feita em
espectrofotômetro a 550nm.
A digestibilidade aparente das frações proteína
bruta e matéria seca das rações foi estimada através
da equação proposta por Cho et al. (1985):
D
A
n
.
.
(
)
=
100
100 (%Cr
O
)
x (%nutrie
nte
)
(%Cr O ) x (% nutriente )
2 3 (dieta) (fezes)
2 3 (fezes) (dieta)
Para a avaliação do efeito dos aglutinantes sobre
os coeficientes de digestibilidade aparente da fração
proteína e matéria seca da dieta, foi efetuada análise
de variância para experimentos inteiramente
casualizados. No caso de significância para o teste
nas análises de variância, os graus de liberdade dos
tratamentos foram desdobrados em seus efeitos
principais e nas interações entre os mesmos. Estudos
de comparações múltiplas de médias foram
realizados pelo teste de Tukey no nível de 5% de
probabilidade (Steel e Torrie, 1984).
Resultados e discussão
Resultados e discussãoResultados e discussão
Resultados e discussão
No ambiente em que foi conduzido o presente
trabalho, os valores de temperatura da água
apresentaram pequenas variações durante todo o
período experimental. Esses valores foram em média
27°C pela manhã e 28°C à tarde, e estão de acordo
com a temperatura apresentada por Carneiro (1990),
como sendo a que proporcionou os melhores
resultados no desenvolvimento e utilização do
alimento pelo pacu.
Digestibilidade aparente da matéria seca.
Quando
da avaliação dos aglutinantes dentro das técnicas de
processamento, pode-se constatar que, enquanto
processados com vapor, o aglutinante
polivinilpirrolidona (PVP) proporcionou (p<0,05)
melhor digestibilidade da matéria seca do que o
aglutinante goma guar (GG). Entretanto, essa
superioridade não foi constatada entre o aglutinante
PVP e os demais, o mesmo ocorrendo entre o GG e
esses mesmos tratamentos (Tabela 2).
Tabela 2. Valores médios (%) de digestibilidade aparente das
frações proteína bruta e matéria seca, desvio padrão e resultado
do teste estatístico para comparação de médias
Técnica de processamento
Tratamentos Com vapor Sem vapor
PB MS PB MS
CMC 88,59±0,72 ac A 74,22±1,06 ab A 85,47±1,78 c A 72,28±2,60 cb A
PMC 85,67±0,58 ac A 73,86±0,83 ab A 83,82±0,85 c A 70,86±1,10 c A
AM 84,91±1,09 ac A 72,62±1,95 ab A 86,97±0,34 bc A 76,52±0,17 ab B
C 87,43±1,07 a A 75,25±2,21 ab A 90,51±1,05 ab B 81,21±2,34 a B
ALG 83,23±1,56 bc A 72,42±4,11 ab A 88,43±1,74 b B 77,88±3,12 ab B
PVP 86,60±0,97 ac A 76,41±0,80 a A 87,82±0,67 b A 76,08±1,32 b A
GG 87,20±3,57 a A 70,63±2,13 b A 92,65±0,60 a B 86,39±0,54 d B
Valores seguidos mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Tukey (P<0,05), onde
as letras minúsculas representam as diferença s entre agluti nantes dentro da técnica e as
letras maiúsculas as de tempo dentro de aglutinante. CMC = carboximetilcelulose;
PMC = polimetilcelulose; AM = amido; C = controle; ALG = alginato; PVP =
polivinilpirrolidona; GG = goma guar. CV/MS (%) = 3,07; CV/PB (%) = 1,87 ;
DMS/MS (5%) = 5,09 (para aglutinante dentro d e técnica de processamento);
DMS/MS (5%) = 3,31 (para técnica de processamento dentro de aglutinante); DMS/PB
(5%) = 2,52 (para a glutinante dentro de técnica d e processamento); DMS/PB (5%) =
2,32 (para técnica de processamento dentro de aglutinante)
No sentido de quantificar essas diferenças,
atribuiu-se índice 100% ao tratamento controle (C).
Assim, pode-se verificar que, embora a diferença
entre o coeficiente de digestibilidade aparente da
matéria seca, quando da técnica de processamento
com vapor entre os tratamentos PVP e C tenha sido
de apenas 1,51%, a mesma foi inferior em 6,13% no
tratamento GG.
Neste sentido, Shiau et al. (1988) afirmam que a
presença de aglutinantes fibrosos em dietas para
peixes tem ação sobre o movimento de nutrientes ao
longo do trato gastrintestinal, podendo influenciar a
absorção da dieta. Segundo esses autores, existem
duas categorias de fibra dietética: as chamadas
polissacarídeos viscosos ou solúveis em água, e não
280 Cantelmo et al.
viscosos ou insolúveis. Observam ainda que as fibras
dietéticas solúveis em água, como a goma guar e o
carboximetilcelulose, aumentam a viscosidade do
conteúdo estomacal dos peixes, retardando o seu
esvaziamento, influenciando, portanto, a taxa de
absorção da fração carboidrato da dieta.
Quando da técnica de processamento sem vapor
(Tabela 2), o aglutinante GG proporcionou o melhor
(p<0,05) coeficiente de digestibilidade aparente da
matéria seca da dieta. Essa superioridade, em média
de 10,58%, constatada de forma significativa para o
aglutinante GG, destaca-o entre os demais.
Por outro lado, embora não diferenciando do
aglutinante carboximetilcelulose (CMC), o
polimetilcarbamida (PMC) foi aquele que
apresentou o menor coeficiente de digestibilidade
aparente da matéria seca (70,86%). Cabe, ainda,
ressaltar que os aglutinantes alginato de sódio (ALG),
PVP e amido de mandioca (AM), juntamente com o
tratamento C, proporcionaram resultados que os
qualificam como de qualidade intermediária, dentro
dessa técnica de processamento. A qualidade do
CMC, como aglutinante de dietas para peixes, foi
também destacada por Shiau et al. (1988), quando o
avaliaram em dietas para tilápia do Nilo.
Concluíram, esses autores, que o CMC não
influenciou a digestibilidade da matéria seca das
dietas, mas que a mesma declinou, quando níveis
maiores foram incorporados à mistura.
Ainda dentro da técnica de processamento sem
vapor, atribuindo-se índice 100% ao tratamento C,
verifica-se que o aglutinante GG foi superior em
6,37%, enquanto a digestibilidade aparente da
matéria seca, do aglutinante PMC, também em
relação ao C, foi inferior em 12,74%.
A influência dos aglutinantes no coeficiente de
digestibilidade aparente da matéria seca das dietas
confirmam os resultados obtidos por Storenbakken e
Austreng (1987), quando empregaram 5,0% de seis
diferentes alginatos, com propriedades de
gelatinização, em dietas para truta arco-íris (Salmo
gairdneri). Os autores concluíram que o alginato
reduz a digestibilidade aparente das frações proteína
bruta e extrato etéreo, além dos minerais,
destacadamente o cálcio da dieta.
Quando da avaliação de cada um dos aglutinantes
dentro das técnicas de processamento, constatou-se
que os aglutinantes CMC, PMC e PVP
proporcionaram semelhantes coeficientes de
digestibilidade aparente da fração matéria seca, tanto
quando processados com vapor como para sem
vapor. Por outro lado, verificou-se diferença
(P<0,05) da técnica de processamento para os
tratamentos AM, C, ALG e GG, sendo que o
processamento sem vapor resultou em melhor
digestibilidade de matéria seca.
No sentido de destacar a diferença da técnica de
processamento dentro de cada um dos aglutinantes,
atribuiu-se índice 100% a cada um destes, quando
submetidos ao processamento sem vapor. Como
conseqüência, pode-se constatar que, quando da
técnica de processamento sem vapor, os coeficientes
de digestibilidade aparente foram superiores em
5,35, 7,92, 7,53 e 22,31%, respectivamente para os
tratamentos AM, C, ALG e GG.
Resultados inferiores (p<0,05) dos tratamentos
AM e C, obtidos enquanto do processamento com
vapor, contrariam as expectativas lógicas previstas,
quando da presença do vapor d’água na mistura. Essa
constatação contraria as afirmações feitas por
Hernandez et al. (1984) e Takeuchi et al. (1994), os
quais avaliaram vários carboidratos em dietas com a
carpa comum (Cyprinus carpio) e concluíram que a
gelatinização do amido das diferentes fontes resultou
no aumento da digestibilidade do amido e energia.
Segundo Storebakken (1985), aglutinantes, como o
alginato e a goma guar, podem reduzir, em trutas, a
digestibilidade das dietas, enquanto em outras
espécies, modificam o conteúdo de umidade nas
fezes e sua taxa de passagem pelo trato digestivo.
Digestibilidade aparente da proteína bruta.
Dentro
da técnica de processamento com vapor, observa-se
que o menor (p<0,05) coeficiente de digestibilidade
aparente da proteína bruta foi obtido pelos peixes
arraçoados com a dieta com o ALG, o qual diferiu
dos tratamentos C e GG. Estes, entretanto,
apresentaram resultados semelhantes aos dos
aglutinantes PVP, PMC, CMC e AM, que não
diferiram do aglutinante ALG.
Os resultados de coeficiente de digestibilidade
aparente da fração protna bruta não apresentam-se
correlacionados com os obtidos com a fração matéria
seca, dentro do mesmo processo de confecção das
dietas. No sentido de melhor quantificar esses
resultados, atribuiu-se índice 100% ao tratamento C,
obtendo-se, desta maneira, um valor de digestibilidade
4,80% inferior para o aglutinante ALG.
Pode-se verificar que, dentro da técnica de
processamento sem vapor, didaticamente, é possível
dividir os aglutinantes em três grupos, em função
dos resultados de digestibilidade da proteína bruta.
Assim, constata-se que os melhores resultados foram
obtidos com os peixes que receberam as dietas com
os aglutinantes GG e C, ao passo que o GG diferiu
de todos os demais agregantes.
Esses resultados concordam com os obtidos com
a mesma espécie, por Rosa Ribeiro et al. (1993),
Digestibilidade aparente de matéria seca e proteína em pacu 281
quando trabalharam com a técnica sem vapor e
dietas contendo 2,0% de carboximetilcelulose ou
goma guar. Os autores concluíram que a goma guar
resultou em melhor coeficiente de digestibilidade
aparente para a fração proteína bruta.
Ainda, dentro da técnica de processamento sem
vapor, resultados intermediários foram
proporcionados pelos aglutinantes ALG, PVP e AM.
Pode-se observar, que esses dois primeiros diferiram
significativamente dos resultados de CMC e PMC,
os quais demonstraram menores porcentagens de
digestibilidade aparente.
Destaca-se que os resultados de digestibilidade
aparente da proteína bruta, dentro da técnica de
processamento sem vapor, mostrou semelhante
comportamento para a matéria seca, quando
confeccionada sem vapor. Quando atribuiu-se índice
100% ao resultado do processamento sem vapor do
tratamento C, pode-se constatar que o aglutinante
GG apresentou coeficiente de digestibilidade
aparente 2,3% superior. Por outro lado, os
tratamentos CMC e PMC mostraram-se inferiores
em 5,89 e 7,98%, respectivamente.
A ação dos alginatos como aglutinantes na
digestibilidade da dieta com peixes foi estudada por
Spyridakis et al. (1989). Esses autores empregaram
dietas contendo níveis crescentes desse aglutinante
com o European sea bass e concluíram que não
afetaram significativamente a digestibilidade da
proteína bruta e extrato etéreo. Entretanto,
Storebakken (1985) constatou, em experimento com
a truta arco-íris, que o alginato de sódio e a goma
guar reduziram a digestibilidade aparente dessas
mesmas frações nutritivas, além de aumentarem o
conteúdo de umidade nas fezes.
Os resultados dos coeficientes de digestibilidade
aparente da proteína bruta, Tabela 2, das técnicas de
processamento dentro dos aglutinantes, revelaram
diferenças significativas (P<0,05) para alguns
aglutinantes, em função do processamento a que se
submeteu essas dietas.
Neste sentido, pode-se verificar que os
tratamentos C, ALG e GG foram significativamente
influenciados pela técnica de processamento. Notou-
se que essas dietas apresentaram superiores
coeficientes de digestibilidade aparente, quando
confeccionadas sem vapor.
Com base nesses resultados, pode-se considerar
que os aglutinantes ALG e GG não seriam os mais
recomendados, quando do emprego de equipamento
dotado de câmara de acondicionamento com injeção
de vapor d’água. Esses resultados de digestibilidade
da proteína bruta apresentam-se semelhantes aos de
digestibilidade obtidos para a matéria seca, dentro da
mesma técnica de processamento.
Entretanto, não constatou-se interferência da
técnica de processamento para os aglutinantes CMC,
PMC, AM e PVP. A não detecção de ação da técnica
de processamento, na digestibilidade aparente da
proteína bruta, para o aglutinante AM, contraria as
expectativas preliminares dessa investigação.
No sentido de melhor quantificar a ação da
técnica de processamento, atribuiu-se índice 100% a
cada um dos aglutinantes. Constatou-se, desta
forma, que o processamento sem vapor implicou na
melhora da digestibilidade da proteína bruta,
respectivamente em 3,40, 5,88 e 5,88% para os
tratamentos C, ALG e GG. Resultados semelhantes
foram verificados por Hilton et al. (1981), em
experimento com trutas arco-íris. Os autores
destacaram que o processamento pode influenciar de
forma significativa o consumo, o ganho de peso e a
eficiência alimentar dos peixes, concluindo que a
extrusão pode promover reações do tipo Mayllard,
com conseqüente destruição de aminoácidos,
reduzindo a utilização da fração protéica da dieta.
A constatação de diferenças entre os coeficientes
de digestibilidade aparente das dietas contrariam a
afirmação feita pelo NRC (1983), que, segundo as
indústrias que confeccionam rações para peixes, os
aglutinantes têm pouco ou nenhum efeito negativo
sobre a digestibilidade, quando empregados em
baixas concentrações.
Os resultados obtidos nesta pesquisa
demonstraram que a técnica de processamento a que
se submete a mistura, durante a confecção de ração
para peixes, influencia o coeficiente de
digestibilidade aparente das frações matéria seca e
proteína bruta em pacus e, quando da confecção de
rações para peixes, houver a necessidade de utilizar-
se de aglutinantes, a fim de obter-se pelletes mais
estáveis, recomenda-se, para equipamentos dotados
de câmara de acondicionamento com adição de
vapor, a polivinilpirrolidona e, os sem a adição de
vapor, a goma guar.
Referências bibliográficas
Referências bibliográficasReferências bibliográficas
Referências bibliográficas
Balazs, G.H. Preliminary studies on the preparation and
feeding of crustacean. Aquaculture, 2:369-377, 1973.
Cantelmo, O.A. Níveis de proteína e energia em dietas para o
crescimento do pacu Piaractus mesopotamicus (Holmberg,
1887), em condições de criação intensiva. Florianópolis,
1993. (Master’s Thesis) - Universidade Federal de
Santa Catarina.
Carneiro, D.J. Efeito da temperatura na exigência de proteína e
energia em dietas para alevinos de pacu, Piaractus
mesopotamicus (Holmberg, 1887). São Carlos, 1990.
282 Cantelmo et al.
(Doctoral Thesis in Ecology) - Universidade Federal de
São Carlos.
Cho, C.Y.; Cowey, C.B.; Watanabe, T. Finfish nutrition
in Asia: methodological approaches to research and
development. Ottawa: IDRC, 1985.
Graner, C.A.F. Determinação do crômio pelo método
colorimétrico da s-difenilcarbazida. Botucatu, 1972.
(Doctoral Thesis in Science) - Faculdade de Ciências
Médicas e Biológicas, Universidade Estadual Paulista.
Graner, C.A.F. Determinação do crômio quando utilizado como
marcador biológico na fase óxido de crômio (III). Botucatu,
1992. (Projeto de Pesquisa) - Faculdade de Ciências
Médicas e Biológicas, Universidade Estadual Paulista.
Hastings, W.H. Recent development in fish food technology; fish
food processing. Rome: EFAC Press, 1968.
Hepher, B. A modification hastings method of the determination
of the water stability of fish feed pellets. Rome: EFAC Press,
1968.
Hernãndez, M.; Takeuchi, T.; Watanabe, T. Effect of
gelatinized corn meal as a carbohydrate source on
growth performance, intestinal evacuation, and starch
digestion in common carp. Fish. Sci., 60(5):579-582.
1994.
Hilton, J.W.; Cho, C.Y.; Slinger, S.J. Effect of extrusion
processing and steam pelleting diets on pellet durability,
pellet water absorption and the physiological response
of rainbow trout (Salmo gairdneri R.). Aquaculture,
25:185-194. 1981.
National Research Council. Nutrient requirement of
warmwater fishes and shellfishes: other dietary components.
Washington: National Academy Press, 1983.
Rosa Ribeiro, M.A.; Ribeiro Costa, A.P.; Cantelmo, O.A.
Influência do aglutinante na digestibilidade aparente da
proteína e energia, para o pacu (Piaractus mesopotamicus
Holmberg, 1887). In: SIMPÓSIO BRASILEIRO
SOBRE CULTIVO DE CAMARÃO, 4, 1993;
CONGRESSO BRASILEIRO DE AQÜICULTURA,
1, 1993. João Pessoa. Anais... João Pessoa: Tersona.
1993. p.729-734.
Shiau, S.Y.; Yu, H.L.; Hwa, S. The influence of
carboxymethylcellulose on growth, digestion, gastric
emptying time and body composition of tilapia.
Aquaculture, 70:345-354. 1988.
Spyridakis, P.; Metailler, R.; Gabaudan, J. Studies on
nutrients digestibility in European sea bass
(Dicentrarchus labrax). 2. Effect of sodium alginate on
protein and lipid digestibility. Aquaculture, 77:71-73.
1989.
Steel, R.G.D.; Torrie, S.H. Principles and procedures of
statistics: a biometrical approach. Auckland: McGraw-
Hill International, 1984.
Storebakken, T. Binders in fish feeds. I. Effect of alginate
and guar gum on growth, digestibility, feed intake and
passage through the gastrointestinal tract of rainbow
trout. Aquaculture, 47:11-26. 1985.
Storebakken, T.; Austreng, E. Effect of different alginates
on the digestibility of macronutrients in rainbow trout.
Aquaculture, 60(2):121-131. 1987.
Takeuchi, T.; Hernãndez, M.; Watanabe, T. Nutritive
value of gelatinized corn meal as a carbohydrate source
to grass carp and hybrid tilapia Oreochromis niloticus x O.
aureus. Fish. Sci., 60(5):573-577. 1994.
Received on January 25, 1999.
Accepted on May 31, 1999.
... Nesta pesquisa, como o alimento foi peletizado e fornecido seis vezes ao dia em quantidades pequenas e em repasses sucessivos para garantir a rápida e completa ingestão das rações e não foram observadas sobras significativas durante os repasses em cada horário de alimentação, é pouco provável que tenha ocorrido lixiviação de aminoácidos sintéticos e/ou desbalanços aminoacídicos nos sítios de síntese protéica em quantidades significativas que pudessem comprometer a conversão alimentar e a eficiência de utilização de lisina dos peixes alimentados com a ração com 27% de PB. Além disso, apesar de não terem sido utilizados aditivos com características aglutinantes, o amido do milho pode também ter contribuído para reduzir a lixiviação dos aminoácidos, em virtude de suas características aglutinantes (Cantelmo et al., 1999). ...
Article
Full-text available
The effect of decreasing dietary crude protein (CP) with supplementation of amino acids, based on the ideal protein concept on Nile tilapia (Oreochromis niloticus) fingerlings performance was evaluated. A total of 396 fingerlings from Thai strain, with 0.80 ± 0.17 g of BW, was allotted to a randomized block design, with six levels of CP (32, 31, 30, 29, 28 and 27% of CP) in the diets, six replications with 11 fish each. The diets were formulated to be isocaloric and digestible isolysine, remaining constant the amino acids to lysine minimum ratio. The fish were kept in 36 aquariums of 130 L, equipped with water supply, controlled temperature and individual aeration, and ad libitum fed six times a day for 40 days. The reduction of CP content of the diet did not affect weight gain, specific growth rate, feed intake, digestible lysine intake, body protein content, fat and protein deposition rates and nitrogen retention efficiency of fishes. The fish fed diets with 27% of CP lower feed: gain ratio, lysine efficiency for gain, nitrogen intake and body water and higher protein efficiency for gain and body fat content. The level of crude protein of the diet for Nile tilapia fingerlings can be reduced by four percentage points (from 32 to 28%), without negative effect on the performance of the animals, since the diets are supplemented with essential limiting amino acids.
... Com isso, a substituição de determinados produtos e subprodutos empregados como alimentos das dietas dos peixes por produtos sucedâneos tem-se apresentado como prática econômica alternativa (Pezzato, 2001). Vários estudos com diferentes espécies foram realizados com o objetivo de determinar o coeficiente de digestibilidade aparente de alimentos para peixes de clima tropical, dentre tais pesquisas podemos destacar as de: Anderson et al. (1983); Wang et al. (1985); Pezzato et al. (1988); Hernández et al. (1994); Takeuchi et al. (1994); Esquivel et al. (1998); Cantelmo et al. (1999); Pezzato (2001) e Gonçalves (2003. Esses estudos permitem identificar que muitos alimentos com composições químicas semelhantes podem apresentar diferentes valores de coeficiente de digestibilidade aparente e, ainda, dentre as várias espécies o aproveitamento dos nutrientes é bastante variável. ...
Article
Full-text available
Este estudo teve por objetivo avaliar o coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca, da proteína bruta e a energia bruta de alimentos (farelo de soja, farelo de canola, farinha de peixe e milho), para juvenis de piavuçu, Leporinus macrocephalus (Anostomidae). 60 peixes (60g) foram alimentados com uma ração referência (purificada) marcada com 0,10% de óxido de crômio III. Os peixes foram mantidos em aquários de alimentação (500L), das 8h às 17h. Após esse período, foram transferidos para aquários (250L) apropriados para a coleta de fezes. Pode-se concluir que alimentos de origem vegetal (farelo de soja e milho) apresentam maiores coeficientes de digestibilidade aparente para a proteína bruta e a energia digestível.This study aimed to evaluate the apparent digestibility coefficients of dry matter, crude protein and digestible energy of feedstuffs (soybean meal, canola meal, fish meal and corn) for piavuçu juveniles, Leporinus macrocephalusn (Anostomidae). Sixty fish (60.0g) were fed control diet (purified) marked with 0.10% chromic oxide III. Fish were maintained in aquaria (500L) for feeding, between 0800-1700h. After this period they were transferred for aquaria (250L) appropriate for fecal collection. The apparent digestibility coefficients of nutrient were determined by assessing the difference between the feed and fecal concentrations of the marker. It was concluded that vegetable feedstuffs (soybean meal and corn) showed high apparent digestible coefficients for protein crude and digestible energy.
Article
Full-text available
In order to assess the effects of replacing fishmeal (FM) protein by soybean meal (SM) for juveniles of pirarucu (Arapaima gigas) feeds, five isonitrogenous (46% CP) and isocaloric (4,800 kcal kg⁻¹ GE) diets containing 0, 15, 30, 45 and 60% replacement were tested. One hundred and five fish (233.5 ± 11.5 g) were distributed in fifteen 200-L tanks, fed three times daily to apparent satiation for 120 days. The highest growth rates were observed in diets with up to 30% replacement, but no significant difference was detected as regards to specific growth rate, feed conversion ratio, mean daily feed intake and mean daily protein intake in fish fed diets with up to 45% FM replacement. Survival rate, condition factor, hepatosomatic and viscerosomatic indexes were not influenced by the treatments, just as the biochemical analyses were not, except for cholesterol. Fish fed diets with increasing levels of SM presented lower hematological values, and higher mean corpuscular value, indicating probable anemia at 60% FM replacement and hypocholesterolemia. Diets with 15 and 30% FM replacement were the most cost effective suggesting that SM can replace up to 30% of FM in diets for pirarucu juveniles (200 to 1,200 g), without compromising growth performance, fish health, feed digestibility and feed cost effectiveness.
Article
Determining the ingredients and/or digestibility of a diet is one of the most important steps in fish nutrition for accurate diet formulation. Additionally, the use of digestible nutrient data in fish feed formulation can reduce the environmental impact of aquaculture. To properly determine the nutrient digestibility (ADC) of a feed ingredient and/or compound diets, an accurate faeces-collecting method should be used to provide reliable information on the digestion capacity of a determined species. Thus, a series of two trials were performed aiming to evaluate and standardize a faeces-collecting method for Colossoma macropomum. Faeces from all groups were collected using one of the methods. In trial 1, two faeces-collecting methods (sedimentation and dissection) were evaluated using 80 juveniles (170 g average weight) randomly assigned into four 310-L aquaria. In trial 2, 135 juveniles (300 g average weight) were randomly distributed into nine 310-L aquaria and fed a control diet (without binder) and diets containing a dietary binder at 0, 2 and 4 g kg−1 diet aiming to test the effect of binder inclusion on the ADC of nutrients. Fish were fed in triplicate groups per diet. Results showed that the dissection method provided the lowest ADC values for dry matter, phosphorus and gross energy. ADC of dry matter tended to decrease up to 5 h (305 min) of faeces immersion and seem to stabilize afterwards. Using 4 g kg−1 of dietary binder tended to reduce the leaching of DM, and no effect was observed on the protein digestibility. Phosphorus was the nutrient most prone to leaching in faeces. Faeces collection within 1 h is recommended in the sedimentation method in C. macropomum digestibility studies; the use of dietary binder at 4 g kg−1 may be a useful approach to reduce nutrient leaching in the faeces.
Article
This study investigated the nutritive value of gelatinized corn meal to common carp, including the effect of gelatinization on intestinal evacuation and starch digestion. Fish were fed diets containing raw and extruded corn meal in three proportions at a 40% dietary level, with dietary gelatinized ratios (GR) of 28, 72, and 100%. In the first experiment (growth trial) with fingerlings, the percent gain was similar in all groups, but feed efficiency and protein efficiency ratio improved with increasing level of GR. The daily feed consumption decreased with increase of GR. The starch apparent digestibility improved by increasing the GR level. The energy digestibility also slightly improved with increase of GR. In the second experiment (evacuation trial) with juveniles, the food evacuation time from the anterior section of the intestine was very similar in all diets, suggesting no difference in food passage time in the digestive tract. The apparent starch digestibility in the different sections of the intestine increased gradually with time after feeding in all diets. However, starch digestion was much faster for the diets with higher GR. It can be concluded that an increase of gelatinization ratio improves the nutritive value of corn meal for common carp and this might be due to the acceleration of starch digestion in the intestine.
Article
The effect of extrusion on the nutritional value of corn meal for grass carp Ctenopharyngodon idella and hybrid tilapia Oreochromis niloticus×O. aureus fingerlings was studied. Raw and extruded corn meal were mixed in five proportions at a 50% level in the diet, with a gelatinized ratio (GR) ranging from 29 to 100%. The apparent starch digestibilities improved gradually by increasing the GR level. The energy digestibility was slightly improved in grass carp, while it was almost constant in tilapia. The percent gain, feed efficiency and protein efficiency ratio improved smoothly by increasing the GR level. However, the feed efficiency was still high (114% for grass carp and 119% for tilapia) even in the fish fed on a diet with raw corn meal. In tilapia, the daily feed consumption was not related to the GR. In the whole body composition, an increase of lipid content was observed with an increase of GR. A gradual increase in gelatinization thus improves gradually the nutritive value of corn meal for grass carp and tilapia. However, the effect is not so strong. Both species are good at utilizing corn meal, even in its raw form and at a high concentration, particularly tilapia.
Article
An inexpensive, simple and effective method is described for preparing water-stable diets suitable for aquatic crustacean feeding experiments. Seven representative diets ranging from 25 to 40% total protein were prepared and tested for their dry weight loss in water for 1-, 3- and 5-hour periods. Dissolution was influenced by diet composition, and loss was greater in fresh water than in sea water. Diets were subsequently fed to both marine shrimp (Penaeus sp.) and fresh water Malaysian prawns (Macrobrachium rosenbergii) held under experimental conditions. Results of these trials showed that diets were capable of producing a 106–329% increase in weight in juvenile Penaeid shrimp over a 25-day period. Growth appeared to increase with amount of protein in the diet. Juvenile Malaysian prawns held under mass culture conditions for 60 days increased in length from 98 to 112% on three different diets. Juvenile Penaeus japonicus held under mass culture conditions for 75 days increased in weight 1877% on a 35% protein diet. In general, all prepared diets produced good growth with low mortality when compared with data reported by other workers.
Article
Protein and lipid digestibility in European sea bass were investigated using diets with increasing sodium alginate concentrations. This binder did not significantly affect protein and lipid digestibility when included in the diet at a rate of up to 8%.
Article
Carboxymethylcellulose (CMC) was incorporated into each of two experimental diets at one of four levels (2, 6, 10 and 14%). Each of the eight diets was fed to male tilapia hybrids (Oreochromis niloticus × O. aureus) for 9 weeks. The experiment was conducted in a closed, filtered and recirculated rearing system. The fish were fed the appropriate diets at a rate of 3% of body weight per day, 2 times a day, 6 days a week. The water temperature was maintained at 26°C. Tilapia fed diets containing, 6, 10 and 14% CMC showed significantly poorer (P<0.05) feed conversion rates than fish fed diets containing 2% CMC. The dry matter digestion coefficients of the diets did not differ significantly but generally declined as CMC level increased. Gastric emptying times decreased as the level of inclusion of CMC in the diets increased. Crude protein content and ash content of fish were similar in all dietary groups. Fish fed diets containing 6, 10 and 14% CMC had significantly lower (P<0.05) lipid content than fish fed diets with 2% CMC.
Article
Six different alginates were fed in a concentration of 5.0% in moist diets for rainbow trout (Salmo gairdneri Richardson). The gelling property of three of the alginates was weak, whereas that of the other three was strong. For both gelling levels, alginates of low, medium and high viscosity were tested. All six alginates reduced the apparent digestibility of nitrogen, fat, ash and calcium and increased the moisture content of the faeces when compared with a control diet without a binder. The digestibility of phosphorus was less affected by the alginates. The reduction in digestibility caused by the weakly gelling alginates was greater than that caused by the more strongly gelling ones. The influence of viscosity on digestibility was not significant.
Article
The effect of extrusion processing and steam pelleting on pellet durability, pellet water absorption and the physiological response of rainbow trout reared upon these diets was investigated. Extruded pellets were observed to be more durable, had superior water stability and absorbed more water than steam pellets. Trout reared on extruded pellets had prolonged gastric emptying in comparison with those reared on steam pellets; this may have been responsible for the reduction in daily feed consumption. Trout reared on extruded pellets also showed significantly lower weight gain but higher feed efficiency than those reared on steam pellets. Liver: body weight ratio and percent liver glycogen were significantly higher in trout reared on the estruded pellets as compared with those reared on steam pellets. Thus, extrusion processing may increase the bioavailability of carbohydrate in the diet and the enlarged livers and increased liver glycogen content could impair liver function.
Article
Alginate and guar gum were fed in different concentrations in dry, moist and wet diets to rainbow trout (Salmo gairdneri, Richardson). Both binders reduced the apparent digestibility of protein and fat. They also reduced the feed intake and increased the moisture content of the faeces. Guar gum caused a delayed rate of passage through the gastro-intestinal tract. High levels of guar gum reduced the growth and the dry matter and fat contents of the fish. The protein content, -ratio of the bones, condition factor, viscera and liver weights, and mortality were not influenced by the binders.