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Morpho-physiological responses and grain yield of wheat mediated by increased atmospheric CO2 concentration

Authors:

Abstract

The increase in the concentration of atmospheric CO2 is one of the main environmental variables that can affect the production of cultivated plants. The objective of this study was to evaluate the effects of increase the atmospheric CO2 concentration on morphological and grain yield characteristics of wheat. For this, wheat plants of cultivar Marfim were cultivated under two CO2 concentrations (400 or 700 μmol mol-1). The variables evaluated were: gas exchange, morphological alteration and grain yield components. The increases in the CO2 concentration significantly altered the gas exchange parameters, increased anthocyanin index, plant height, leaf area, dry mass of leaves and roots. In regarding to yield, plants at 700 μmol mol-1 produced high number of grains per ear, high weight of thousand grains, high hectoliter weight (PH) and total production. Thus, the increase in atmospheric CO2 concentration influenced the agronomic performance of wheat through physiological alteration, biomass gain and increase in the grains yield.
Rev. Bras. Cienc. Agrar., Recife, v.14, n.1, e5600, 2019 1/7
Revista Brasileira de Ciências Agrárias
ISSN (on line) 1981-0997
v.14, n.1, e5600, 2019
Recife, PE, UFRPE. www.agraria.pro.br
DOI:10.5039/agraria.v14i1a5600
Protocolo 5600 - 16/02/2018 • Aprovado em 17/08/2018
Respostas morfosiológicas e rendimento de grãos do trigo mediados
pelo aumento da concentração de CO2 atmosférico
Keilor da Rosa Dorneles1, Douglas Antônio Posso2, Ihan Rebhahn1,
Sidnei Deuner2, Paulo Cesar Pazdiora1, Luis Antonio de Avila1, Leandro José Dallagnol1
1 Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Departamento de Fitossanidade, Capão do Leão, RS, Brasil. E-mail: keilor.rd@hotmail.com (ORCID:
0000-0001-8098-1539); irebhahn50@gmail.com (ORCID: 0000-0002-6828-1318); paulo.pazdiora@yahoo.com.br (ORCID: 0000-0001-6996-9619); laavilabr@gmail.com
(ORCID: 0000-0002-2532-7152); leandro.dallagnol@ufpel.edu.br (ORCID: 0000-0002-2131-4944)
2 Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Departamento de Fisiologia vegetal, Pelotas, RS, Brasil. E-mail: douglasposso@hotmail.com (ORCID:
0000-0003-1560-2023); sdeuner@yahoo.com.br (ORCID: 0000-0003-3131-1867)
AGRONOMIA (AGRONOMY)
RESUMO: O incremento de CO2 atmosférico é uma das principais variáveis ambientais que podem afetar a produtividade
das plantas cultivadas. O objetivo neste estudo foi avaliar os efeitos da elevação da concentração do CO2 atmosférico sobre
características morfosiológicas e rendimento de grãos do trigo. Para tal, plantas de trigo da cultivar Marm foram cultivadas sob
duas concentrações de CO2 (400 ou 700 μmol mol-1). As variáveis avaliadas foram: trocas gasosas, alterações morfológicas e
componentes de rendimento de grãos. A elevação da concentração de CO2 alterou signicativamente os parâmetros de trocas
gasosas, incrementou o índice de antocianina, a estatura da planta, a área foliar, a massa seca de folha e da raiz. Em relação ao
rendimento, incrementou o número de grãos por espiga, o peso de mil grãos, o peso hectolitro (PH) e a produção total. Assim, a
elevação da concentração de CO2 atmosférica inuência no desempenho agronômico de trigo através de alterações siológicas,
ganho de biomassa e no incremento do rendimento de grãos.
Palavras-chave: enriquecimento de CO2; fotossíntese; open top chambers; rendimento de grãos; Triticum aestivum L.
Morpho-physiological responses and grain yield of wheat mediated
by increased atmospheric CO2 concentration
ABSTRACT: The increase in the concentration of atmospheric CO2 is one of the main environmental variables that can affect
the production of cultivated plants. The objective of this study was to evaluate the effects of increase the atmospheric CO2
concentration on morphological and grain yield characteristics of wheat. For this, wheat plants of cultivar Marm were cultivated
under two CO2 concentrations (400 or 700 μmol mol-1). The variables evaluated were: gas exchange, morphological alteration
and grain yield components. The increases in the CO2 concentration signicantly altered the gas exchange parameters, increased
anthocyanin index, plant height, leaf area, dry mass of leaves and roots. In regarding to yield, plants at 700 μmol mol-1 produced
high number of grains per ear, high weight of thousand grains, high hectoliter weight (PH) and total production. Thus, the increase
in atmospheric CO2 concentration inuenced the agronomic performance of wheat through physiological alteration, biomass gain
and increase in the grains yield.
Key words: CO2 enrichment; photosynthesis; open top chambers; grain yield; Triticum aestivum L.
Respostas morfosiológicas e rendimento de grãos do trigo mediados pelo aumento da concentração de CO2 atmosférico
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Introdução
O trigo (Tricum aesvum L.) foi uma das primeiras espécies
domescadas pelo homem. Atualmente é um dos cereais mais
culvados no planeta, ocupando aproximadamente 20% da
área agricultável (CONAB, 2017). A importância desse cereal
na alimentação humana deve-se ao fato ser uma fonte rica
em carboidratos, bem como conter glúten, que é uma mistura
de proteínas, tornando-se assim uma matéria prima para a
produção de inúmeros alimentos (Scheuer et al., 2011).
No Brasil, a cultura ocupa a quarta posição em produção,
cando atrás apenas das culturas da soja, milho e arroz, com
um volume de 6,8 milhões toneladas na safra de 2015/16.
Os Estados do Paraná e Rio Grande do Sul são os principais
produtores correspondendo por 92% da produção nacional
(CONAB, 2017). A produção brasileira corresponde ao
segundo lugar na América do Sul em relação à produção de
trigo, superado apenas pela Argenna. Entretanto, a produção
brasileira não supre a demanda do mercado interno, tornando
assim, o Brasil um importador de trigo (CONAB, 2017).
Atualmente, o Brasil tem obdo ganhos signicavos em
produvidade devido à adoção de tecnologias modernas de
culvo e uso de variedades com potencial produvo superior
a 8.000 kg ha-1 (Wart et al., 2013). Porém, há fatores que ainda
limitam a expressão desse potencial produvo como a ocorrência
de problemas tossanitários e as condições climácas.
Entre as variações climácas, o dióxido de carbono (CO2)
se tornou uma problemáca a ser estudada pela comunidade
cienca, devido ao seu constante aumento na concentração
atmosférica, nos úlmos dois séculos. Dessa forma, inúmeros
estudos sobre o efeito da ferlização do CO2 na siologia,
crescimento e desenvolvimento das espécies culvadas, vem
sendo realizados em diversos países.
Para o trigo as evidências indicam que o incremento na
disponibilidade de CO2 confere ganho de biomassa, aumento
da produção de grãos e alterações na qualidade do grão.
Essas evidências foram obdas por meio de estudos em
open top chambers” – (OTC) e em campo pelo método “free-
air carbon dioxide enrichment” (FACE). Estes estudos foram
desenvolvidos na Austrália (Fernando et al., 2014), Alemanha
(Högy & Fangmeier, 2008), China (Erda et al., 2005), Índia
(Pandey et al., 2017) e Itália (Verrillo et al., 2017). Todavia,
apesar da importância do trigo para o Brasil, ainda são
desconhecidas informações sobre os efeitos do aumento da
concentração do CO2 para culvares de trigo culvadas no
Brasil nas condições brasileiras.
Dessa forma, nesse estudo foram avaliados os efeitos
da elevação da concentração do CO2 atmosférico sobre
caracteríscas morfosiológicas e rendimento de grãos do
trigo no Sul do Brasil.
Material e Métodos
Área experimental (“open-top chambers, OTC) e culvo do trigo
A culvar de trigo Marm (Biotrigo Genéca) foi ulizada
no experimento. A semeadura foi realizada em vasos pláscos
com capacidade 2 litros, contendo aproximadamente 1,5
kg de solo peneirado. Após análise da ferlidade do solo foi
adicionado ferlizante químico para obter uma produção de
4 t ha-1 conforme as indicações técnicas para a cultura do
trigo (Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e
Tricale, 2017). Após a semeadura, os vasos foram alocados
em estufas de topo aberto (“open-top chambers”, OTC). Em
cada vaso foi mando quatro plântulas de trigo.
As OTCs nham formato quadrangular e estrutura de
madeira (4 m2 e 2 m de altura) com as laterais protegidas por
um lme plásco transparente de polieleno, equipadas com
um redutor de abertura do topo para deexionar o ar e, assim,
prevenir a diluição da concentração desejada de CO2 dentro
da estufa. A transferência do CO2 puro condo no cilindro
para os OTCs, ocorreu através de uma tubulação até angir
o controlador de uxo, que faz a regulação da quandade
de CO2 distribuído em cada OTC. As concentrações de CO2
ulizadas foram 400 μmol mol-1 [considerada como atual no
ambiente (teste controle)] e 700 μmol mol-1 [concentração
prevista para no ano de 2050 (IPCC, 2014)].
Delineamento experimental
Os tratamentos foram organizados em delineamento
inteiramente casualizado. Para a quancação dos parâmetros
morfosiologicos e de rendimento de grãos foi considerado o
esquema unifatorial, consisndo de uma culvar de trigo em
duas concentrações de CO2 (400 ou 700 μmol mol-1 de CO2),
com oito repeções, cada uma constuída por quatro plantas.
O experimento foi repedo duas vezes.
Determinação das variáveis de trocas gasosas e índices
siológicos
Aos noventa (90) dias após a semeadura (estádio fenológico
11, maturação, conforme escala de Feeks (Large,1954))
realizaram-se as determinações das variáveis de trocas
gasosas e os índices de clorola, avonoides e antocianinas.
As variáveis de trocas de gasosas foram medidas na folha
bandeira de duas plantas de cada replicação. As medições
foram conduzidas sob CO2 ambiente (400 ± 1 μmol mol-1) e
condições de temperatura com luz arcial (1.200 mmol
de fotons m-2 s-1 no nível da folha). A taxa fotossintéca
líquida (A), a condutância estomáca de vapores de água
(gs), concentração interna de CO2 interno (Ci) e a taxa de
transpiratória (E) foram medidas durante a manhã (8:30 h a
10:30 h) usando o analisador de gás infravermelho portál
(LI-6400, LI-COR Inc., Lincoln, NE, USA). Durante as medidas
fotossintécas, os valores médios da temperatura do ar e da
umidade relava foram 28 ± 2 ºC e 68 ± 2%, respecvamente.
A eciência da carboxilação (EC) e a eciência do uso da
água (EUA) foram calculadas como a razão de A/Ci e A/E,
respecvamente.
O índice de clorola, avonóides e antocianinas foram
medidos usando uorômetro portál Dualex FORCE-A (Dualex
FORCE-A, Orsay, France) em duas folhas da parte superior,
média e inferior da planta. Dualex (“dupla excitação”) fornece
informações sobre o teor de polifenóis da cultura, medindo
K. da R. Dorneles et al.
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a absorção ultravioleta (UV) da epiderme foliar por excitação
dupla da uorescência da clorola. Para isso, ele emite um
feixe de luz do comprimento de onda a 375 nm (absorvido
pelos polifenóis) e outro de referência a 650 nm (região de
vermelho), que penetra na epiderme da folha. Os feixes UV
não absorvidos pelos polifenóis excitam a clorola no mesólo
da folha, e a sua uorescência é emida, quancada pelo
aparelho (Goulas et al., 2004).
Avaliação das variáveis biométricas
Aos noventa (90) dias após a semeadura (estádio fenológico
11, maturação, conforme escala de Feeks (Large, 1954)) foram
realizadas as determinações dos parâmetros biométricos:
estatura, área foliar, massa seca de folha, caule e raiz.
A estatura da planta, em cenmetros, foi determinada
através da mensuração da distância do nível do solo ao ápice da
espiga, excluindo as aristas. A Área foliar (AF) foi determinada
através do medidor de área foliar LI 3100C (LICOR, Lincoln,
USA). A massa seca de folha (MSF), caule (MSC) e raiz (MSR)
foram determinados a parr da secagem do material em
estufa de circulação de ar forçado a 70ºC até peso constante,
com auxílio de uma balança analíca com precisão de 0,01 g
(modelo BL 3200H, Shimadzu). Foram ulizadas duas plantas
por repeção, totalizando 16 plantas por tratamento.
Componentes de rendimento
Os componentes de rendimento, determinados na fase
de maturação siológica da cultura, foram a porcentagem de
perlhos férteis, o tamanho de espiga, número de grãos por
espiga, peso dos grãos por espiga, peso de mil grãos, peso de
hectolitro e produção por planta.
A porcentagem de perlhos férteis (PPF) é o número de
perlhos com produção de sementes em relação ao número
total de perlhos. O tamanho da espiga (TE), em cenmetros,
foi determinado com paquímetro digital (modelo, Micrometer,
Vernier Digital Vernier Caliper) e expresso pela média do
comprimento, da base até a extremidade superior, de cinco
espigas por repeção. O número de grãos por espiga (GE) foi
obdo pela média de contagem direta do número de grãos de
cindo espiga. O peso dos grãos por espiga (PE) foi determinado
através da mensuração da massa dos grãos da espiga com
auxílio de uma balança analíca com precisão de 0,0001 g
(modelo M124Ai, BEL Engineering). O peso hectolítrico (PH)
foi determinado de acordo com Brasil (2009) e os resultados
expressos em kg L-1, com auxílio de tabela de equivalência
(Brasil, 2009). O peso de mil grãos (PM) foi obdo através da
contagem manual de mil sementes em dez repeções de cem,
e pesadas separadamente.
Análises dos dados
A homogeneidade dos dados de todas as variáveis
foi vericada pelo teste de Shapiro Wilk. Os dados foram
submedos à análise de variância (ANOVA) e as médias dos
tratamentos comparadas pelos testes de Tukey ou teste -t no
soware SAS®.
Resultados
Para as variáveis de trocas gasosas, o incremento de
CO2 foi signicavo para todas as variáveis, exceto para a A
(Figura 1). Para as plantas culvadas à 700 μmol mol-1, a Ci
e a EUA aumentaram 81 e 24%, respecvamente, e a gs, E
e EC, reduziram, respecvamente 55, 42 e 38%, quando
comparadas com plantas culvadas à 400 μmol mol-1 (Figura
1).
Não houve interação signicava entre os fatores
concentração de CO2 e o terço da planta para clorolas e
avonoides, exceto para antocianinas (Tabelas 1 e 2).
O aumento na concentração de CO2 para 700 μmol mol-1
reduziu em 11% a concentração de clorolas, comparado
a 400 μmol mol-1 (Tabela 1). Porém, não houve variação
signicava na concentração de avonoides.
A posição da folha na planta afetou signicavamente a
concentração de clorolhas e avonoides. A concentração das
clorolas, nas folhas do terço inferior, reduziu 22% em relação
Figura 1. Taxa fotossintéca (A), condutância estomáca de
vapores de água (gs), concentração interna de CO2 (Ci), taxa
transpiratória (E), eciência da carboxilação (EC) e a eciência
do uso da água (EUA) de plantas de trigo da culvar Marm
culvada em ambiente com 400 ou 700 μmol mol-1 de CO2
atmosférico.
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, para concentração de CO2 pelo
teste de t (p ≤ 0,05) ou parte da planta pelo teste de Tukey (p ≤0,05).
Tabela 1. Teor de clorola e índice avonoide em plantas de
trigo da culvar Marm culvada em ambiente com 400 ou
700 μmol mol-1 de CO2 atmosférico.
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ao terço superior e 16% em relação ao terço mediano (Tabela
1). Os avonoides, no terço inferior, aumentaram 12% em
relação ao terço superior e 9% em relação ao terço mediano
(Tabela 1).
O índice de antocianina, em plantas a 700 μmol mol-1,
variou de 0,14 a 0,16 entre os terços da planta, enquanto
que nas plantas a 400 μmol mol-1 foi detectado apenas no
terço inferior com índice de 0,15 (Tabela 2). Para as variáveis
biométricas, a elevação do CO2 foi signicava para todas,
exceto MSC (Tabela 3).
Plantas culvadas a 700 μmol mol-1 apresentaram
incremento na estatura, AF, MSF e MSR, de 2, 21, 18 e 44%,
respecvamente, quando comparado com plantas culvadas
a 400 μmol mol-1 (Tabela 3) e (Figura 2A). Na gura 2A-C, está
demonstrado a diferença de estatura e da qualidade visual dos
grãos entre plantas de trigo culvada a 400 μmol mol-1 e em
700 μmol mol-1 de CO2. Nestas é observado, além de plantas
mais altas, os grãos produzidos com melhor aparência de
coloração, tamanho e forma, quando comparadas as plantas
culvadas a 400 μmol mol-1.
Médias de cada variável seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de t (p ≤ 0,05).
Tabela 3. Estatura, área foliar (AF), massa seca de folha (MSA), massa seca do colmo (MSC) e massa seca da raiz (MSR) de
plantas de trigo da culvar Marm culvada em ambiente com 400 ou 700 μmol mol-1 de CO2 atmosférico.
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste
de Tukey (p ≤0,05) comparando terços da planta. Letras maiúsculas, na linha, compara
as médias dos tratamentos em relação a concentração de CO2 pelo teste de t (p ≤ 0,05).
Tabela 2. Índice de antocianina em plantas de trigo da culvar
Marm culvada em ambiente com 400 ou 700 μmol mol-1 de
CO2 atmosférico.
Figura 2. Variação na estatura (A) e qualidade visual dos grãos
produzidos, dado pela coloração, tamanho e forma (B-C) de
plantas de trigo da culvar Marn culvadas em ambiente
com 400 ou 700 μmol mol-1 de CO2 atmosférico.
Figura 3. Porcentagem de perlhos férteis (A), comprimento
de espiga (B), número de grãos por espiga (C), peso dos grãos
por espiga (D), peso de mil grãos (E), peso hectolitro (F) e
a produção total (G) por planta de trigo da culvar Marm
culvada em ambiente com 400 ou 700 μmol mol-1 de CO2
atmosférico.
Para as variáveis de produção, a elevação da concentração
de CO2 foi signicava para maioria das variáveis avaliadas,
exceto para porcentagem de perlhos férteis (Figura 3A),
tamanho de espiga (Figura 3B) e peso dos grãos por espiga
(Figura 3D). Nas plantas culvadas a 700 μmol mol-1 ocorreu
aumento de 11, 4, 5 e 40%, respecvamente, no número de
grãos por espiga (Figura 3C), peso de mil grãos (Figura 3E),
peso hectolitro (Figura 3F) e produção por planta (Figura 3G),
quando comparado com plantas a 400 μmol mol-1.
Médias de cada variável seguidas pela mesma letra minúscula, não diferem entre si pelo
teste de t (p ≤ 0,05).
Discussão
Os resultados demonstram que a elevação da concentração
de CO2 atmosférico promove alterações morfosiologica no
trigo e no seu rendimento de grãos. A concentração atmosférica
de CO2 tem inuência direta sobre a siologia das plantas, por
ser a fonte primária de carbono para a fotossíntese. Neste
processo, as plantas ulizam a energia luminosa captada
K. da R. Dorneles et al.
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pelas clorolas presentes nos cloroplastos, para transformar
quimicamente o CO2 da atmosfera - captado pelos estômatos
- em substâncias ricas em energia. Esta energia estocada nas
moléculas orgânicas é ulizada nos vários processos celulares
da planta (Barnaby & Ziska, 2012).
Plantas com metabolismo C3, como o trigo, são beneciadas
pelo aumento da concentração de CO2 atmosférico, devido
à existência da potencialização da avidade carboxilava,
elevando a fotossíntese liquida sem saturação, além de reduzir
as perdas pela ocorrência da fotorrespiração (Barnaby & Ziska,
2012; Xu et al., 2015). Contudo, em nosso estudo, a eciência
da carboxilação foi menor em plantas expostas a 700 μmol
mol-1 CO2, bem como, não houve variação signicava na taxa
fotossintéca no momento da análise.
A eciência da carboxilação é resultante da relação entre a
concentração interna de CO2 e a taxa fotossintéca. Esse fato
nos faz crer que por causa da concentração interna de CO2 ser
superior em plantas a 700 μmol mol-1, o mesmo se encontra
em processo de difusão pelo parênquima e não prontamente
disponível a ser ulizado no ciclo de Calvin, especicamente
no estroma do cloroplasto. Dessa maneira, por conseguinte,
não elevando a capacidade caboxilação da rubisco, bem
como da taxa fotossintéca, no momento da avaliação. Além
disso, estudo recente realizado em plantas de soja, também
foi constatado que o CO2 elevado a 665 μmol mol-1, não
produziu efeitos signicavos na taxa fotossintéca líquida
em determinadas datas de avaliações, seja nos estudos FACE,
ou em OTC (Bunce, 2016). De fato, o metabolismo vegetal,
quando exposto a elevadas concentrações de CO2, passa
por diversas alterações, que objevam a autorregulação dos
processos bioquímicos e siológicos, tendendo ao retorno
ao estado inicial de equilíbrio. Essa autorregulação pode
acontecer dentro de uma ampla escala de tempo, incluindo
minutos, horas ou meses após o início da exposição ao CO2
elevado (Caliman et al., 2009).
Devido à fotossíntese ser um processo bioquímico que
depende da presença e atuação de diversas enzimas e
moléculas, o aumento da taxa fotossintéca não é connuo
ao longo do tempo (Barnaby & Ziska, 2012). À medida que a
fotossíntese aumenta, as enzimas (como a Rubisco) vão sendo
saturadas no processo, e o metabolismo de regeneração
dessas enzimas, além do suprimento de energia na forma de
ATP, não é suciente para atender à necessidade demandada
pelos órgãos fotossintécos (Chen et al., 2005). Portanto,
num primeiro momento, o aumento da concentração de CO2
atmosférico aumenta a taxa fotossintéca, que imediatamente
ca limitada em função do maior consumo de RuBisCo e ATP,
que não são supridas na mesma velocidade.
Ademais, o aumento na concentração atmosférica
de CO2 causou redução da condutância estomáca e da
taxa transpiratória, e elevou a eciência do uso da água.
Esse resultado decore do incremento de CO2 na atmosfera
promover o aumento na concentração interna na folha, e
consequentemente induzir a redução da abertura estomáca,
que por sua vez causa diminuição da perda de água por
transpiração (Allen & Prasad, 2004).
Como consequências das alterações siológicas
proporcionadas pela elevação do CO2 atmosférico, temos,
por exemplo, o aumento da taxa de crescimento e ganho de
biomassa (Barnaby & Ziska, 2012). Esse efeito foi observado
no trigo onde o aumento na concentração de CO2 promoveu o
aumento da estatura da planta, área foliar, e da massa seca da
parte aérea e radicular das plantas. Assim, mesmo não sendo
observado incremento na taxa fotossintéca, o aumento na
área foliar da planta em 700 μmol mol-1 de CO2 permite maior
interceptação da energia solar incidente e, por conseguinte,
determina maior assimilação de carbono, o que contribuiu
signicavamente para aumentar o acúmulo de matéria seca
pelas plantas, conforme outros estudos também já indicaram
(Caliman et al., 2009; Xu et al., 2015).
Além disso, compostos tanto do metabolismo primário
quanto do secundário podem apresentar maiores
concentrações em condições de elevação do CO2 atmosférico
(Xu et al., 2015). Este resultado também foi observado
para os índices de avonoides e antocianina nas folhas
da planta de trigo culvadas a 700 μmol mol-1 de CO2. Os
avonoides e antocianina desempenham uma gama de papeis
fundamentais na planta como proteção a danos causados pela
luz UV na folha, agentes anoxidantes além de outras funções
biológicas (Xu et al., 2015).
Contudo, o índice de clorola reduziu em plantas
culvadas em 700 μmol mol-1 de CO2. Acreditamos que este
resultado esteja relacionado, como consequência da série
de alterações no metabolismo vegetal, com a demanda por
nutrientes como cálcio, magnésio e nitrogênio a qual é mais
elevada, e consequentemente, ocasiona uma deciência
desses elementos nas folhas. O nitrogênio, por exemplo, é
ulizado na síntese de compostos celulares, como a clorola
(Lima et al., 2001), como também o magnésio, constuinte
central da molécula de clorola, base da fotossíntese (Goulas
et al., 2004). Estas hipóteses estão fundamentadas no estudo
de Houshmandfar et al. (2015) os quais constataram que a
concentração de cálcio e magnésio no xilema reduziu quando
plantas de trigo foram culvadas em maior concentração de
CO2.
Também é valido ressaltar, que devido à alta mobilidade
tanto do nitrogênio, quanto do magnésio na planta, acaba por
intensicar sua deciência em folhas velhas, no qual causa
amarelecimento generalizado, condizendo com os resultados
do estudo, onde as folhas do terço inferior apresentaram os
menores índices de clorola. A redução do teor de clorola na
folha de plantas trigo sob condições de elevação de 350 μmol
mol-1 para 700 μmol mol-1 CO2 atmosférico já foram relatados
previamente (Sicher & Bunce, 1997).
A elevação do CO2 para 700 μmol mol-1 também
incrementou o rendimento de grãos por meio do aumento
do número de grãos por espiga, peso de mil de grãos e a
produção por planta. Essas alterações são atribuídas a maior
alocação dos fotoassimilados em órgãos reproduvos.
Estudos realizados por Yang et al. (2006) indicam que,
comparavamente ao ambiente natural, em maiores
concentrações de CO2 na atmosfera, a planta de arroz em
K. da R. Dorneles et al.
Rev. Bras. Cienc. Agrar., Recife, v.14, n.1, e5600, 2019 6/7
estádio vegetavo, produziu maior quandade de colmos do
que folhas, sugerindo que, em ambiente enriquecido com
CO2, o aumento da taxa de fotoassimilados, resultou em maior
acúmulo de biomassa nos órgãos de reserva. E em estádio
reproduvo, a maior produção de fotoassimilados, foram
alocadas para os grãos de arroz, favorecendo o seu rendimento
nal. Resultado semelhante foi observado por Migliea et
al. (1998), que detectaram maior alocação de biomassa na
parte subterrânea em plantas de batata submedas a altas
concentrações de CO2 devido, principalmente ao aumento do
número de tubérculos.
Outra variável relevante é o peso de hectolitro, o qual
é ulizado na classicação da qualidade do grão para
comercialização do trigo, estando relacionado a vários fatores,
dentre eles: uniformidade, forma, densidade, tamanho do
grão, pelo teor de matérias estranhas e grãos quebrados da
amostra, servindo como indicavo para valor comercial do
grão (Brasil, 2009). O incremento no peso de hectolitro nas
plantas culvadas em 700 μmol mol-1 de CO2, como observado
na Figura 2 B-C, deve-se a maior uniformidade do tamanho e
no enchimento dos grãos de trigo.
Assim, podemos concluir que a elevação da concentração
de CO2 atmosférica inuência no desempenho agronômico
de trigo culvado no Brasil, através de alterações siológicas,
ganho de biomassa e no rendimento de grãos. Contudo, vale
ressaltar que os resultados observados no estudo, podem
variar, que as interações entre o enriquecimento de CO2,
que representa um fenômeno global, e outras mudanças
ambientais connuas, como, por exemplo, aumento de
temperatura ou mudanças na quandade, tempo e distribuição
das precipitações, podem ter implicações importantes para o
rendimento, a produção e a qualidade do trigo (Abdelgawad
et al., 2016). Infelizmente, o conhecimento disponibilizado
sobre essas interações ainda se encontra limitado (Marnez
et al., 2015). Dessa forma, outros estudos serão necessários
para entender a complexidade dessas interações e servir
como base para abordagens de modelagem para prever
futuros processos de crescimento e produção das culturas sob
condições de elevada concentração atmosférica de CO2.
Conclusões
A elevação da concentração de CO2 atmosférica de 400
μmol mol-1 para 700 μmol mol-1, inuência no desempenho
agronômico do trigo culvado no Brasil.
Plantas de trigo a 700 μmol mol-1 de CO2 sofrem alterações
siológicas, aumentando a concentração interna de CO2
e a eciência do uso da água, e redução na condutância
estomáca de vapores de água, taxa transpiratória, eciência
da carboxilação e no índice de clorola.
O incremento na concentração de CO2 atmosférico de 400
para 700 μmol mol-1 confere as plantas de trigo ganho de
biomassa, pelo aumento da área foliar, incremento da massa
seca de parte aérea e raiz, e no rendimento de grãos, através
aumento do número de grãos por espiga, peso de mil grãos,
peso hectolitro e produção por planta.
Agradecimentos
K. R. Dorneles recebeu uma bolsa de estudo da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil - CAPES
(Código de Financiamento 001). Esta pesquisa foi parcialmente
apoiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cienco
e Tecnológico - CNPq (400897/2014-8).
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Article
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Impact of elevated CO 2 (free air CO 2 enrichment) was studied on wheat (Triticum aestivum L. var Kundan) growth, yield and proteome. Elevated CO 2 significantly impacted both underground (+24%) and aboveground (+15%) biomass. Grain weight/plant and harvest index were increased by 35% and 11.4%, respectively under high CO 2. On the other hand, seed protein content was decreased by 19% under CO 2 enrichment while seed starch and soluble sugar contents were increased by 8% and 23%, respectively. Wheat leaf pro-teomics revealed that 50 proteins were showing differential expression. Twenty proteins were more abundant while 30 were less abundant. Thirty two proteins were identified by MALDI TOF TOF. More abundant proteins were related to defense, photosynthesis, energy metabolism etc. While less abundant proteins were related to glycolysis and gluconeogenesis. Wheat grain proteomics revealed that out of 49 differentially abundant proteins, 24 were more in abundance and 25 were less in abundance in wheat grains under eCO 2 condition. Thirty three proteins were identified and functionally characterized. They were found to be involved mainly in carbon metabolism, storage , defence and proteolysis. Gluten proteins are the major component of wheat storage proteins. Our results showed that both high and low molecular weight glutenins were more in eCO 2 wheat seeds while there was no change in gliadin evels. This might alter wheat dough strength. Concentration of grain Cr and As was increased at eCO 2 while that of Fe, Cu, Zn and Se were found to be decreased. Dynamics of carbon utilization and metabolic abilities of soil microbes under eCO 2 were significantly altered. Our study showed that altered wheat seed composition is cause for concern vis-à-vis nutrition and health and for industries which may have implications for agriculturally dominated country like India.
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The aim of this study was to investigate the impact of elevated concentration of carbon dioxide (CO2), as expected over coming decades, on yield and quality of winter bread wheat (Triticum aestivum L.). Plants (cv. Bologna) were grown by using the free-air CO2 enrichment (FACE) system at Fiorenzuola d'Arda under ambient (control) and elevated (570 ppm, e[CO2]) CO2 concentrations for two growing seasons. We addressed whether there would be a response of wheat grains to elevated CO2 concentration in terms of the contents of nitrogen (N), micro-and macronutrients, proteins and free amino acids. Under e[CO2], total wheat biomass and grain yield increased in both years of the study. Grain N percentage was reduced under e[CO2], but grain N yield (kg ha-1) was increased. Among macro-and micronutrients, a decrease in zinc concentration was observed. The proteome pattern was significantly different in grains grown at the two different CO2 levels, but the observed changes were highly dependent on interactions with prevailing environmental conditions. Finally, a negative trend was observed in the early germination rates of seeds from plants grown under e[CO2] compared with the controls. The results suggest that the expected increase in CO2 levels and their interactive effects with environmental variables may influence agronomic performance by increasing yield and negatively affecting quality.
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Elevated atmospheric CO2 can stimulate plant growth by providing additional C (fertilization effect), and is observed to mitigate abiotic stress impact. Although, the mechanisms underlying the stress mitigating effect are not yet clear, increased antioxidant defenses, have been held primarily responsible (antioxidant hypothesis). A systematic literature analysis, including “all” papers [Web of Science (WoS)-cited], addressing elevated CO2 effects on abiotic stress responses and antioxidants (105 papers), confirms the frequent occurrence of the stress mitigation effect. However, it also demonstrates that, in stress conditions, elevated CO2 is reported to increase antioxidants, only in about 22% of the observations (e.g., for polyphenols, peroxidases, superoxide dismutase, monodehydroascorbate reductase). In most observations, under stress and elevated CO2 the levels of key antioxidants and antioxidant enzymes are reported to remain unchanged (50%, e.g., ascorbate peroxidase, catalase, ascorbate), or even decreased (28%, e.g., glutathione peroxidase). Moreover, increases in antioxidants are not specific for a species group, growth facility, or stress type. It seems therefore unlikely that increased antioxidant defense is the major mechanism underlying CO2-mediated stress impact mitigation. Alternative processes, probably decreasing the oxidative challenge by reducing ROS production (e.g., photorespiration), are therefore likely to play important roles in elevated CO2 (relaxation hypothesis). Such parameters are however rarely investigated in connection with abiotic stress relief. Understanding the effect of elevated CO2 on plant growth and stress responses is imperative to understand the impact of climate changes on plant productivity.
Article
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It is well known that plant photosynthesis and respiration are two fundamental and crucial physiological processes, while the critical role of the antioxidant system in response to abiotic factors is still a focus point for investigating physiological stress. Although one key metabolic process and its response to climatic change have already been reported and reviewed, an integrative review, including several biological processes at multiple scales, has not been well reported. The current review will present a synthesis focusing on the underlying mechanisms in the responses to elevated CO2 at multiple scales, including molecular, cellular, biochemical, physiological, and individual aspects, particularly, for these biological processes under elevated CO2 with other key abiotic stresses, such as heat, drought, and ozone pollution, as well as nitrogen limitation. The present comprehensive review may add timely and substantial information about the topic in recent studies, while it presents what has been well established in previous reviews. First, an outline of the critical biological processes, and an overview of their roles in environmental regulation, is presented. Second, the research advances with regard to the individual subtopics are reviewed, including the response and adaptation of the photosynthetic capacity, respiration, and antioxidant system to CO2 enrichment alone, and its combination with other climatic change factors. Finally, the potential applications for plant responses at various levels to climate change are discussed. The above issue is currently of crucial concern worldwide, and this review may help in a better understanding of how plants deal with elevated CO2 using other mainstream abiotic factors, including molecular, cellular, biochemical, physiological, and whole individual processes, and the better management of the ecological environment, climate change, and sustainable development.
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RESUMO O trigo é um cereal que pode ser utilizado na elaboração de produtos, como pães, bolos, biscoitos e massas, razão por que seu consumo é incentivado. A composição química do grão de trigo (umidade, carboidratos, proteínas, lipídeos, minerais) afeta as características funcionais tecnológicas e, juntamente com as propriedades estruturais, define a qualidade da farinha de trigo. Dentre os constituintes do trigo as proteínas de reserva são o principal responsável pela funcionalidade do trigo, a fonte de destaque das propriedades viscoelásticas da massa, ou seja, o glúten, que tem papel fundamental na panificação. A composição química determina o comportamento reológico da massa que pode ser verificado através de análises reológicas, como: análise do glúten, farinografia, extensografia, análise da atividade α-amilásica e análise rápida de viscosidade. ABSTRACT Wheat is a cereal that has been used as raw material for the making of products like breads, cakes, cookies and pasta that are consumed on a daily basis. The functional and technological characteristics depend on the wheat grain chemical composition (moisture content, starch, proteins, lipids and ashes content). Its structural properties define the flour qualities. Proteins are responsible for the wheat functionality, which include its viscous-elastic properties, and the gluten that can be detected by baking technology tests. The dough can be determined by observing its rheological performance: farinography, extensography, analysis of α-amylase activity and rapid analysis of viscosity.
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World population will increase 35% by 2050, which may require doubling crop yields on existing farm land to minimize expansion of agriculture into remaining rainforests, wetlands, and grasslands. Whether this is possible depends on closing the gap between yield potential (Yp, yield without pest, disease, nutrient or water stresses, or Yw under water-limited rainfed conditions) and current average farm yields in both developed and developing countries. Quantifying the yield gap is therefore essential to inform policies and prioritize research to achieve food security without environmental degradation. Previous attempts to estimate Yp and Yw at a global level have been too coarse, general, and opaque. Our purpose was to develop a protocol to overcome these limitations based on examples for irrigated rice in China, irrigated and rainfed maize in the USA, and rainfed wheat in Germany. Sensitivity analysis of simulated Yp or Yw found that robust estimates required specific information on crop management, +15 years of observed daily climate data from weather stations in major crop production zones, and coverage of 40–50% of total national production area. National Yp estimates were weighted by potential production within 100-km of reference weather stations. This protocol is appropriate for countries in which crops are mostly grown in landscapes with relatively homogenous topography, such as prairies, plains, large valleys, deltas and lowlands, which account for a majority of global food crop production. Results are consistent with the hypothesis that average farm yields plateau when they reach 75–85% of estimated national Yp, which appears to occur for rice in China and wheat in Germany. Prediction of when average crop yields will plateau in other countries is now possible based on the estimated Yp or Yw ceiling using this protocol.
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Carbon dioxide (CO2) has two unique properties: physically it absorbs in the infra-red (heat) portion of the spectrum, and plays a role in maintaining global surface temperatures; secondly, it is the source of carbon for plant photosynthesis and growth. Recent, rapid anthropogenic increases in CO2 have been well-characterised with respect to climatic change; less recognised is that increase inCO2 will also impacthowplants supply food, energy and carbon to all living things. At present, numerous experiments have documented the response of single leaves or whole plants to elevated CO2; however, it is difficult to scale up or integrate these observations to plant biology in toto. To that end, a greater emphasis on multiple factor experiments for managed and unmanaged systems, in combination with simulative vegetative modelling, could increase our predictive capabilities regarding the impact of elevated CO2 on plant communities (e.g. agriculture, forestry) of human interest.