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Cumarinas e alcaloides de Rauia resinosa (rutaceae)

Authors:

Abstract

Recebido em 3/7/10; aceito em 29/9/10; publicado na web em 8/11/10 COUMARINS AND ALKALOIDS FROM Rauia resinosa (RUTACEAE). The genus Rauia, that is poorly chemically studied, belongs to the Rutaceae family. This family has been known to contain a large variety of secondary metabolites. Our phytochemical investigation of the stem and leaves of Rauia resinosa has led to the identification of the structurally related coumarins: murralongin (1), murrangatin (2), munomicrolin (3), murrangatin diacetate (4), umbelliferone (5), rauianin (6) and one novel coumarin: 3-ethylrauianin (7); the alkaloids: N-methyl-4-methoxy-2-quinolone (8), mirtopsine (9), dictamine (10), g-fagarine (11), skimmianine (12), Z-dimethylrhoifolinate (13), zantodioline (14), zantobungeanine (15), veprissine (16), one novel alkaloid 7-hydroxy-8-methoxy-N-methylflindersine (17) and 8-hydroxy-N-methylflindersine (18) that is described as a natural product for the first time, and a mixture of steroids: as sitosterol and stigmasterol.
Quim. Nova, Vol. 33, No. 10, 2130-2134, 2010
Artigo
*e-mail: paulo@dq.ufscar.br
#Artigo em homenagem ao Prof. Hans Viertler
CUMARINAS E ALCALOIDES DE Rauia resinosa (RUTACEAE)#
Tatiane Regina Albarici, Paulo Cezar Vieira*, João Batista Fernandes e Maria Fátima das Graças Fernandes da Silva
Departamento de Química, Universidade Federal de São Carlos, CP 676, 13560-970 São Carlos - SP, Brasil
José Rubens Pirani
Departamento de Botânica, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, Rua do Matão, 277, 05508-900 São Paulo - SP, Brasil
Recebido em 3/7/10; aceito em 29/9/10; publicado na web em 8/11/10
COUMARINS AND ALKALOIDS FROM Rauia resinosa (RUTACEAE). The genus Rauia, that is poorly chemically studied,
belongs to the Rutaceae family. This family has been known to contain a large variety of secondary metabolites. Our phytochemical
investigation of the stem and leaves of Rauia resinosa has led to the identification of the structurally related coumarins: murralongin
(1), murrangatin (2), munomicrolin (3), murrangatin diacetate (4), umbelliferone (5), rauianin (6) and one novel coumarin:
3-ethylrauianin (7); the alkaloids: N-methyl-4-methoxy-2-quinolone (8), mirtopsine (9), dictamine (10), g-fagarine (11), skimmianine
(12), Z-dimethylrhoifolinate (13), zantodioline (14), zantobungeanine (15), veprissine (16), one novel alkaloid 7-hydroxy-8-methoxy-
N-methylflindersine (17) and 8-hydroxy-N-methylflindersine (18) that is described as a natural product for the first time, and a mixture
of steroids: as sitosterol and stigmasterol.
Keywords: Rauia resinosa; coumarins; alkaloids.
INTRODUÇÃO
O gênero Rauia, taxonomicamente posicionado na família
Rutaceae, subfamília Rutoideae, tribo Galipeae (anteriormente
Cusparieae) e sub-tribo Galipeinae (antes Cuspariinae),1,2 ainda
é pouco conhecido com relação ao seu potencial químico. De
Rauia resinosa Nees & Mart foi isolada a cumarina conhecida
como rauianina.3
A família Rutaceae é constituída de aproximadamente 150 gê-
neros e 1600 espécies de árvores e arbustos distribuídas nas regiões
tropicais e temperadas do globo terrestre.4 No Brasil estão citados 33
gêneros e aproximadamente 192 espécies.5 Esta família é conhecida
por apresentar uma grande diversidade de metabólitos secundários,
destacando-se os alcaloides, especialmente os derivados do ácido
antranílico, cumarinas, lignanas, flavonoides, terpenos e limonoides
com largo espectro de atividades biológicas.4,6,7
As cumarinas são substâncias amplamente encontradas em
plantas, entretanto, espécies pertencentes às famílias Rutaceae e
Umbelliferae representam as fontes mais ricas destes metabólitos,
onde ocorrem com grande diversidade estrutural.8,9
Os alcaloides relatados na ordem Rutales são derivados do áci-
do antranílico, triptofano, fenilalanina, histidina, ácido nicotínico,
ornitina ou lisina e, em alguns casos, podem ser derivados de dois
precursores.4 Os alcaloides derivados do ácido antranílico têm dis-
tribuição restrita fora da família Rutaceae, atuando como marcador
quimiotaxonômico desta.10
PARTE EXPERIMENTAL
Procedimentos gerais
Os espectros de ressonância magnética nuclear de hidrogênio e
carbono-13 (RMN 1H e 13C) em uma e duas dimensões foram obtidos
nos aparelhos ARX 200 MHz e DRX 400 MHz da Bruker. Os solven-
tes utilizados foram CDCl3 e CD3OD e TMS como padrão interno.
As análises cromatográficas em camada fina foram realizadas em
cromatoplacas de sílica gel F254 sobre placa de alumínio Merck, de 0,2
mm de espessura, empregando-se como revelador solução de vanilina/
ácido sulfúrico. As separações cromatográficas em colunas foram
realizadas utilizando-se gel de sílica 60, 70-230 e 230-400 mesh. As
separações por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) em
condições preparativas foram realizadas em coluna Shodex Asahipak
GS-310 2G (2,15 x 50,0 cm), utilizando metanol como fase móvel
e fluxo de 7 mL/min. O equipamento utilizado foi SCL10A vp Shi-
madzu, com válvula de injeção Rheodyne 7725i, bomba LC 6AD
Shimadzu e detector de ultravioleta modelo SPD 10AV vp Shimadzu
em dois comprimentos de onda simultaneamente, 365 e 254 nm.
Para a cromatografia em camada delgada preparativa (CCDP)
foram utilizadas placas de vidro de 20 x 20 cm e para a cromatografia
em camada delgada preparativa rotativa (CCDPR) foram utilizadas
placas de vidro de 26 cm de diâmetro, ambas utilizando como fase
estacionária sílica gel 60 F254 - Merck, preparadas com espessura da
camada de 1,5 mm. A CCDPR foi realizada em aparelho Cromato-
trom modelo 8924-Harrison Research, utilizando bomba modelo
RHSY- Fluid Metering inc.
As análises por espectrometria de massas de alta resolução foram
realizadas em VG- AutoSpec a 70 eV.
Material botânico
O material botânico foi coletado e devidamente identificado
pelo Prof. Dr. J. R. Pirani do Departamento de Botânica, Instituto de
Biociências, Universidade de São Paulo, onde se encontra depositada
uma exsicata (número de herbário 38274).
Obtenção dos extratos
Os extratos das folhas e do caule de Rauia resinosa foram prepa-
rados a partir da adição de solventes orgânicos em ordem crescente
de polaridade, hexano, diclorometano e metanol, respectivamente, ao
material vegetal seco e moído. Para cada solvente adicionado foram
feitas 3 extrações em um intervalo de no mínimo 2 dias. Os extratos
foram concentrados por destilação de solventes sob pressão reduzida.
Cumarinas e alcaloides de Rauia resinosa (Rutaceae) 2131
Vol. 33, No. 10
Os extratos metanólicos do caule e das folhas foram inicialmente
submetidos à partição líquido-líquido através da suspensão em uma
mistura de água destilada e 25% de metanol (v/v) e transferidos para
um funil de separação de 1 L. Em seguida, foi adicionado hexano
e após agitação e formação de fase a fração hexânica foi separada.
Posteriormente, o procedimento foi repetido adicionando-se diclo-
rometano e acetato de etila, respectivamente, à fase metanol-água
restante. As fases orgânicas obtidas foram concentradas por destilação
do solvente sob pressão reduzida em evaporadores rotativos.
Isolamento dos constituintes químicos do extrato metanólico
do caule de Rauia resinosa
O extrato metanólico do caule de Rauia resinosa (103,0 g) (RCM)
foi submetido à partição líquido-líquido, gerando quatro frações: he-
xânica (RCMH), diclorometânica (RCMD), acetato de etila (RCMA)
e hidroalcoólica (RCM-hidro)
A fração RCMH (3,0 g) foi, inicialmente, submetida à CC
utilizando-se sílica gel (70-230 mesh) eluída com hex/AcOEt (15-
100%) em gradiente de polaridade. Em seguida, as frações foram
submetidas a vários fracionamentos por CC, utilizando-se sílica
gel (230-400 mesh) eluída com hex/AcOEt (5-100%) em gradiente
de polaridade, fornecendo a substância 8 (26,0 mg) e a mistura dos
esteroides sitosterol e estigmasterol (65,1 mg).
A fração RCMD (10,5 g) foi submetida à CC, utilizando-se sílica gel
(70-230 mesh) eluída com CH2Cl2/MeOH (2-100%) em gradiente cres-
cente de polaridade, gerando 13 frações. A eluição com CH2Cl2/MeOH
10, 15, 20 e 30% levou à obtenção das frações 2, 3, 4 e 6, respectivamente.
A fração RCMD 2 (1,0 g) foi submetida vários fracionamentos
por CC utilizando sílica gel (230-400 mesh) eluída com hex/AcOEt
(5-100%) e AcOEt/MeOH (0-100%), fracionamentos por CC utili-
zando sílica gel (230-400 mesh) eluída com CH2Cl2/MeOH (2-100%)
em gradiente crescente de polaridade, levando ao isolamento das
substâncias 1 (1,0 mg) e 6 (368 mg). As sub-frações RCMD 2.4
(106,9 mg) e RCMD 2.5 (500 mg) foram ainda submetidas à CCDP
utilizando como eluentes: CH2Cl2 levando ao isolamento das subs-
tâncias 15 (2,7 mg) e 16 (4,1 mg); CH2Cl2/MeOH na proporção 98:2
levando ao isolamento das substâncias 5 (2,9 mg) e 10 (1,6 mg) e
hex/AcOEt levando ao isolamento das substâncias 3 (1,0 mg), 4 (1,0
mg) e 13 (2,3 mg) e à CLAE preparativa eluída com MeOH levando
ao isolamento da substância 7 (1,0 mg).
A fração RCMD 3 (884,0 mg) foi submetida a vários fraciona-
mentos por CC utilizando sílica gel (230-400 mesh) eluída com hex/
CH2Cl2 (50-100%), CH2Cl2/MeOH (0-100%) e hex/AcOEt (30-100%)
em gradiente crescente de polaridade, levando ao isolamento das
substâncias 2 (14,7 mg), 11 (3,2 mg), 12 (2,2 mg) e 17 (10,0 mg).
A subfração RCMD 3.6 (640 mg) foi ainda submetida à CCDP uti-
lizando como eluente: CH2Cl2/MeOH na proporção 98:2 levando ao
isolamento das substâncias 2 (3,8 mg) e 8 (35,5 mg) e na proporção
96:4 que levou ao isolamento das substâncias 3 (6,6 mg), 8 (7,6 mg),
12 (4,4 mg) e 17 (2,8 mg) e hex/AcOEt na proporção 1:1 levando ao
isolamento das substâncias 3 (9,8 mg) e 17 (4,6 mg).
A fração RCMD 4 (660,0 mg) foi submetida a vários fracio-
namentos por CC utilizando sílica gel (230-400 mesh) eluída com
CH2Cl2/MeOH (2-100%) em gradiente crescente de polaridade. As
subfrações RCMD 4.4 (39,8 mg) e RCMD 4.5 (351,0 mg) foram
ainda submetidas à CCDP utilizando como eluentes: CH2Cl2/MeOH
na proporção 96:4 levando ao isolamento da substância 8 (2,5 mg) e
hex/AcOEt na proporção 1:1 levando ao isolamento das substâncias
2 (1,5 mg), 18 (2,5 mg) e 14 (1,0 mg).
A fração RCMD 6 (676,0 mg) foi submetida a vários fracio-
namentos por CC utilizando como fase estacionária Sephadex
LH-20 eluída com MeOH e utilizando sílica gel (230-400 mesh)
eluída com CH2Cl2/MeOH (2-100%) em gradiente crescente de
polaridade. A subfração RCMD 6.3 (47,1 mg) foi ainda subme-
tida à CLAE preparativa, levando ao isolamento das substâncias
8 (13,4) e 9 (2,5 mg).
Isolamento de compostos do extrato metanólico das folhas de
Rauia resinosa
O extrato metanólico das folhas de Rauia resinosa (RFM) foi
submetido à partição líquido-líquido seguindo o procedimento des-
crito no item anterior, gerando quatro frações: hexânica (RFMH),
diclorometânica (RFMD), acetato de etila (RFMA) e hidroalcoólica
(RFM-hidro).
A RFMD (4,8 g) foi inicialmente submetida à CC utilizando
sílica gel (70-230 mesh) eluída com hex/CH2Cl2 (5-100%) e CH2Cl2/
MeOH (2-100%) em gradiente crescente de polaridade, gerando 10
frações. As frações RFMD 4 (291,0 mg) e RFMD 5 (291,0 mg)
foram submetidas à CCDPR eluída com hex/CH2Cl2 (50-100%) e
CH2Cl2/MeOH (0-50%), levando ao isolamento das substâncias 5
(38,9 mg) e 6 (60,8 mg).
3-etilrauianina (7)
Sólido branco. EMARIE m/z [M]+ 298,0845; calculado para:
298,0814; C17H14O5. m/z (intensidade relativa %): 298,0845 (100),
269,0805 [M-CH2CH3] (33).
7-hidroxi-8-metoxi-N-metilflindersina (17)
Sólido branco. EMARIE m/z [M]+ 287,1146; calculado para:
289,1314; C16H17NO4. m/z (intensidade relativa %): 287,1146 (31),
272,0915 [M-CH3] (100).
8- hidroxi-N-metilflindersina (18)
Sólido branco. EMARIE m/z [M]+ 257,1011; calculado para:
259,1208; C15H15NO3. m/z (intensidade relativa %): 257,1011 (30),
242,0804 [M-CH3] (100).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Do caule de Rauia resinosa foram isoladas sete cumarinas,
onze alcaloides e dois esteroides e das folhas foram isoladas duas
cumarinas.Figura 1. Cumarinas isoladas de Rauia resinosa
Albarici et al.
2132 Quim. Nova
Da fração hexânica proveniente do extrato metanólico do caule
de Rauia resinosa (RCMH) foram isolados o alcaloide N-metil-
4-metoxi-2-quinolona (8) e a mistura dos esteroides sitosterol e
estigmasterol.
Da fração diclorometânica do extrato metanólico do caule de
Rauia resinosa (RCMD) foram isoladas as cumarinas murralongina
(1), murrangatina (2), munomicrolina (3), acetato de murrangatina
(4), umbeliferona (5), rauianina (6) e 3-etilrauianina (7) inédita
na literatura. Foram isolados também onze alcaloides: N-metil-4-
metoxi-2-quinolona (8), mirtopsina (9), dictamina (10), fagarina (11),
esquimianina (12), Z-rhoifolinato de dimetila (13), zantobungeanina
(14), zantodiolina (15), veprissina (16), 7-hidroxi-8-metoxi-N-metil-
flindersina (17) inédita na literatura e a 8-hidroxi-N-metilflindersina
(18) relatada pela primeira vez como produto natural.
Os espectros de RMN 1H das substâncias 1-4 e 6 apresentaram o
mesmo padrão de sinais na região aromática, sendo quatro dubletos
integrando para um hidrogênio cada, característicos de sistema de
acoplamento AX. Dois deles em d 6,1-6,4 e d 7,5-8,3, com constante
de acoplamento da ordem de 9,5 Hz, referentes aos hidrogênios nas
posições 3 e 4, respectivamente, e outros dois com constante de aco-
plamento da ordem de 8,5 Hz ocorrendo em d 6,6-6,9 e em d 7,1-7,5,
que sugerem a presença de esqueleto cumarínico com substituições
nos carbonos 7 e 8.11
Os espectros de RMN 13C destas cumarinas apresentaram sinais
característicos para o esqueleto cumarínico: d 160,8-160,0 (C-2); d
113,6-112,8 (C-3); d 143,9-143,3 (C-4); d 113,6-111,8 (C-4a); d 130-
126,6 (C-5); d 108,1-107,1 (C-6); d 161,6-159,7 (C-7); d 116,1-112,1
(C-8); d 154,7-152,0 (C-8a); d 56,4-55,8 (C7-OMe).12
O conjunto de dados acima e a comparação com os dados da
literatura permitiram a identificação das cumarinas murralongina13,14
(1), murrangatina12-15 (2), munomicrolina12,13,16 (3), acetato de mur-
rangatina16 (4), umbeliferona17 (5), rauianina3 (6).
A substância 7 foi isolada como um sólido branco. O espectro de
RMN 1H mostrou sinais em d 7,41 e d 6,87 (J = 8,6 Hz), referentes
aos hidrogênios nas posições 5 e 6, respectivamente. A presença de 4
sinais d 5,11 (ddq, 1H, J =11,8; 6,0 e 1,6 Hz), d 4,83 (dd, 1H, J = 10,1
e 6,0 Hz), d 3,95 (dd, 1H, J = 11,8 e 10,3 Hz) e d 2,34 (s, 3H, J = 1,6
Hz) sugere a existência de um esqueleto carbocíclico semelhante ao da
rauianina. A Tabela 1 mostra comparação entre os dados do espectro
Figura 2. Alcaloides isolados de Rauia resinosa
Tabela 1. Dados RMN 1H e RMN 13C de rauianina (6) e da 3-etilrauianina (7)
rauianina 3-etilrauianina
dH (a) dC (b) dH (a) dC (b) HMBC
dH (2JC-H)dH (3JC-H)
2159,5 161* 7,44
36,35 (d, 9,6 Hz) 113,6 - 128,7 1,26
47,73 (d, 9,6 Hz) 143,5 7,44 (1H, s) 137,4
4a 113,0 113,8 6,87
57,50 (d, 8,6 Hz) 131,2 7,41 (d, 8,6 Hz) 130,4
66,92 (d, 8,6 Hz) 113,9 6,87 (d, 8,6 Hz) 113,6
7157,3 158* 7,41
8105,6
8a 151,7 152* 7,44; 7,41
2’ 174,0 173* 2,34
3’ 145,3 147* 2,34
4’ 122,9 123* 2,34
5’ 5,15 (ddq, 11,8; 6,0; 1,7 Hz) 71,0 5,11 (ddq, 11,8; 6,0; 1,6 Hz) 71,1
6’ 4,85 (dd, 10,3; 6,0 Hz)
3,95 (dd, 11,8; 10,3 Hz)
69,5 4,83 (dd, 10,1; 6,0 Hz)
3,95 (dd, 11,8; 10,1 Hz)
69,5 5,11
7’ 2,32 (d, 1,7 Hz) 12,5 2,34 (d, 1,6 Hz) 12,6
1’’ - - 2,60 (q, 7,0 Hz) 23,7 7,44
2’’ - - 1,26 (t, 7,0 Hz) 12,2
(a) CDCl3, 200 MHz; (b) CDCl3, 50 MHz. *valores obtidos através da projeção de carbono do HMBC
Cumarinas e alcaloides de Rauia resinosa (Rutaceae) 2133
Vol. 33, No. 10
Tabela 2. Dados de RMN 1H e RMN 13C de 7-hidroxi-8-metoxi-N- metil-
flindersina (17)
H/C dC (c) dH (1JC-H) (a) dH (2JC-H)dH (3JC-H)
2162,6 3,90
3103,5 5,49
4155,6 6,71
4a 111,5 6,91
5111,1 7,69 (d, 8,8 Hz)
6120,1 6,91 (d, 8,8 Hz)
7152,5 7,69
8134,4 3,73; 6,91
8a 134,1 3,90; 7,69
2’ 78,8 1,50; 5,49 6,71
3’ 125,5 5,49 (d, 9,9 Hz) 1,50
4’ 117,8 6,71 (d, 9,9 Hz)
2’(CH3)228,2 1,50 (s)1,50
O-CH362,2 3,90 (s)
N-CH333,2 3,73 (s)
a) CDCl3, 200 MHz; (b) CDCl3, 50 MHz
Tabela 3. Dados de RMN 1H e RMN 13C de 8-hidroxi-N-metilflindersina (18)
e de 8-metoxiflindersina
8-hidroxi-N-metilflindersina 8-metoxiflindersina
H/C dH (a) dC (b) dH (a) dC (b)
2162,3 160,4
3105,8 106,2
4155,4 156,8
4a 118,8 115,5
57,52 (dd, 7,8 e 1,7Hz) 118,4 7,45 (dd, 9 e 2,8 Hz) 114,4
67,05 (t, 7,8 Hz) 122,5 7,09 (dd, 9 e 2,8 Hz) 121,4
77,05 (dd, 7,8 e 1,7Hz) 115,7 6,93 (dd, 9 e 2,8 Hz) 110,0
8145,0 145,3
8a 129,4 127,8
2’ 78,7 78,2
3’ 5,54 (d, 9,9 Hz) 126,6 5,53 (d, 11,0 Hz) 126,0
4’ 6,75 (d, 9,9 Hz) 117,9 6,70 (d, 11,0 Hz) 117,1
2’(CH3)21,50 (s)28,2 1,50 (s)28,2
O-CH3- - 3,93 (s)55,9
N-CH34,05 (s)35,3
N-H -8,93 (s)
(a) CDCl3, 200 MHz; (b) CDCl3, 50 MHz
de RMN 1H da substância 7 e da cumarina rauianina.3 No espectro de
RMN 1H da substância 7 pode ser notada a ausência de dois dupletos
em d 7,73 e d 6,35 (J = 9,6 Hz) atribuídos aos hidrogênios nas posições
4 e 3 do esqueleto cumarínico da rauianina, assim como a presença de
um simpleto em d 7,44 que sugere a presença de um grupo substituinte
na posição 3. Os sinais em d 2,60 (q, 2H, J = 7,5 Hz) e d 1,26 (t, 3H,
J = 7,5 Hz) são característicos de um grupo etila. Os dados de RMN
13C e do mapa de contorno de HMBC estão expressos na Tabela 1.
O espectro de massas de alta resolução exibiu o pico do íon
molecular coincidindo com o pico base em m/z 298,0845, estando de
acordo com a fórmula molecular C17H14 O5, confirmando a proposta
da cumarina inédita na literatura, 3-etilrauianina para 7.
As estruturas dos alcaloides N-metil-4-metoxi-2-quinolona18 (8),
mirtopsina19 (9), dictamina20 (10), fagarina21 (11), esquimianina22
(12), Z-rhoifolinato de dimetila23 (13), zantodiolina24 (14), zanto-
bungeanina25 (15) e veprissina25 (16) foram elucidadas através de
dados de EM, RMN 1H, RMN 13C, além da comparação com dados
descritos na literatura.
Os espectros de RMN 1H das substâncias 15-18 mostraram sinais
típicos de anel 2,2-dimetilcromeno, condensado a sistema aromático,
um simpleto integrando para 6 hidrogênios na região de d 1,5 referente
a duas metilas geminais e dois dupletos nas regiões de d 5,50 e 6,75
com constante de acoplamento de aproximadamente 10 Hz referentes
a dois hidrogênios olefinicos.27
A substância 17 foi isolada como um sólido branco e o espectro
de RMN 1H, além dos sinais característicos do 2,2-dimetilcromeno,
apresentou dois dupletos em d 7,69 e 6,91 com J = 8,7 Hz, que indica
uma constante de acoplamento de hidrogênios aromáticos em relação
orto. Dois simpletos integrando para 3 hidrogênios cada em d 3,90 e
d 3,73 sugerem a presença de duas metilas ligadas a heteroátomos. A
análise do espectro de RMN 13C mostrou sinal em d 162,3 referente a
um carbono carbonílico, além de um sinal de carbono carbinólico em
d 78,7 e um sinal em d 28,2 referente às metilas geminais do cromeno.
Os sinais em d 62,2 e em d 35,3 indicam a presença de duas metilas
ligadas a oxigênio e nitrogênio, respectivamente. O deslocamento
químico do carbono da metoxila (d 62,2) indica a presença de grupos
substituintes nas posições orto.
O mapa de contorno de HSQC mostrou correlação entre os sinais
da metila em d 3,90 e o sinal em d 62,2 que indica a presença de um
grupo metila ligado a um átomo de oxigênio, enquanto que o sinal
em d 3,73 mostrou correlação com o sinal em d 33,2, que indica a
presença de um grupo metila ligado a um átomo de nitrogênio. Os
dados dos espectros de RMN 1H e 13C assim como dos mapas de
contorno de HSQC e HMBC da substancia 17 estão representados
na Tabela 2.
O espectro de massas de alta resolução exibiu o pico do íon mole-
cular coincidindo com o pico base em m/z 287,1146, estando de acor-
do com a fórmula molecular C16H17NO4, confirmando a proposta da
7-hidroxi-8-metoxi-N-metilflindersina para 17, inédita na literatura.
A substância 18 foi isolada como um sólido branco. O espectro
de RMN 1H apresenta dois dupletos em d 6,74 e d 5,53 (H, J = 9,9
Hz) e um simpleto em d 1,50 (6H) que sugerem a presença de um
anel 2,2-dimetilcromeno. A região aromática do espectro mostra ainda
um duplo dupleto em d 7,52 (1H, J = 7,6 e 1,7 Hz), um tripleto em
d 7,05 (1H, J = 7,6 Hz) e um duplo dupleto em d 7,13 (1H, J = 7,6 e
1,7 Hz), sugerindo a presença da um anel aromático trissubstituído.
Um simpleto em d 4,05 (3H) sugere a presença de uma metila ligada
a heteroátomo (N ou O). Este espectro mostrou sinais semelhantes
aos dados encontrados na literatura para a 8-metoxiflindersina, po-
rém com a ausência de um simpleto em d 8,88 (1H), como pode ser
observado na Tabela 3.
Os dados do espectro de RMN 13C mostram um sinal em d 162,6
referente a um carbono carbonílico, além de um sinal de carbono
carbinólico em d 78,8 e um sinal em d 28,2 referente às metilas ge-
minais do cromeno. A ausência de um sinal próximo a d 56,0 descarta
a possibilidade da presença de uma metoxila na estrutura e o sinal
em d 35,3 confirma a existência de uma metila ligada a nitrogênio.
A análise dos dados e as comparações com os dados da literatura
da 8-metoxiflindersina24 indicam que a substância 18 é o alcaloide
piranoquinolônico 8-hidroxi-N-metilflindersina.
O espectro de massas de alta resolução da substância 18 mostrou
o pico do íon molecular com m/z 257,1011 (30,01%), que está de
Albarici et al.
2134 Quim. Nova
acordo com a fórmula molecular C15H15NO3 o valor calculado é m/z
259,1208 confirmando a proposta da 8-hidroxi-N-metilflindersina
para 18. O pico base tem m/z 242 (100%) e é gerado através da perda
de uma metila. Na literatura há relato da síntese desta substância,
porém este alcaloide não foi isolado de fontes naturais. Os dados de
RMN 1H e de RMN 13C da substância 18 e da 8-metoxiflindersina
estão representos na Tabela 3.
MATERIAL SUPLEMENTAR
Os espectros de RMN e EM das substâncias 7, 17 e 18 estão
disponíveis em http://quimicanova.sbq.org.br, em arquivo .PDF,
com acesso livre.
AGRADECIMENTOS
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP), pelo financiamento do trabalho.
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... However, there is no published evidence to explain its anti-vitiligo mechanism currently. R. graveolens, a member of the Rutaceae family is a shrub with an unpleasant smell [10]. It is found in tropical and temperate regions worldwide and has been widely used in folk medicine [11,12]. ...
... In summary, one previously undescribed coumarin (1) and fourteen known compounds (2)(3)(4)(5)(6)(7)(8)(9)(10)(11)(12)(13)(14)(15) were isolated from PE extracts of Ruta graveolens. Their structures were determined by extensive spectroscopic analysis, including 1D, 2D NMR and HR-ESIMS, as well as by comparison with the literature data. ...
Article
Ruta graveolens L. has been widely used to treat various skin ailments, especially vitiligo. In this study, we isolated a new furanocoumarin named Rutagrarin (1) along with 14 known compounds (2–15) from the aerial parts of R. graveolens and elucidated their chemical structures via various spectroscopy. We found that compound 5 promoted melanogenesis and tyrosinase activity in B16 cells. Further investigation on underlying mechanisms revealed that compound 5 activated the transcription of microtia-related transcription factors and promoted the production of melanin in B16 cells via the Akt/GSK-3β/β-catenin pathway. Therefore, we confirmed the traditional efficacy of R. graveolens and speculated that compound 5 could be used as a natural drug to treat vitiligo.
... Essa família é constituída por espécies de árvores e arbustos distribuídos nas regiões tropicais e temperados do globo terrestre. Esta família é conhecida por apresentar uma grande diversidade de metabólitos secundários, principalmente alcaloides, cumarinas, flavonoides, terpenos e limonoides (Albarici et al., 2010). Possui cerca de 150 gêneros 2000 espécies. ...
Article
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Desde a antiguidade o homem faz uso de produtos naturais, especialmente de plantas que possuem finalidades terapêuticas. O Brasil possui uma grande variedade biológica de plantas, é considerado o país com a flora mais rica do mundo. Os medicamentos fitoterápicos são utilizadas pelo homem no tratamento de todos os tipos de enfermidades, esses vêm se tornando cada vez mais comercializados, principalmente entre as populações de baixa renda de países em desenvolvimento. Dentre vários aspectos que contribuem para a produção de fitoterápicos destaca-se a família Rutaceae, conhecida por apresentar uma grande diversidade de metabólitos secundários. A espécie Zanthoxylum rhoifolium Lam. pertencente a esta família tem se destacado devido as atividades farmacológicas desempenhadas. Logo, esse estudo tem como objetivo fazer uma revisão de literatura sobre as características botânicas, avaliação fitoquímica, estudos biológicos, avaliação antioxidante, antibacteriana e antimalárica do Z. rhoifolium Lam. Para obtenção dos dados, foram utilizados critérios como: avaliação de trabalhos voltados para área de botânica e fitoterapia dos anos 2006 a 2020, específicos sobre o gênero Z. rhoifolium Lam. que foram submetidos a uma análise criteriosa. Os artigos foram obtidos nas plataformas: Biblioteca Eletrônica Scientific Electronic Library Online: Repositório Digital da UFMS; Infarma; Repositório Institucional da UNESP; Hoehnea- Instituto de Botânica; Acervo Digital da UFPR; Revista Arquivo Cientifico; Infarma; Pharmaceutical Biology. Como resultados dessa pesquisa observamos que o Z. rhoifolium Lam apresenta atividade antitumoral, antioxidante, antifúngica, antibacteriana e antimalárica. Diante desses resultados constatamos que o Z. rhoifolium Lam. é uma espécie com importante potencial biológico.
... A arruda pertence à Classe Dicotyledoneae, Ordem Rutales e Família Rutaceae. Esta família engloba aproximadamente 150 gêneros e 1600 espécies, distribuídas principalmente na América Tropical, no sul da África, Austrália (ALBARICI et al. 2010;JOLY, 2002) e no Brasil, onde são descritas quase 200 espécies (PIRANI; GROPPO;FORZA, 2010). Possuem propriedades biológicas importantes, apresentando-se como fontes de cumarinas, alcaloides e flavonoides. ...
... The Rutaceae family, also named as Rutaceae, belongs to the order of Sapindales with about 150 genders and over 1600 species. They are hugely distributed throughout the tropical and temperate regions of the globe, being more abundant in tropical America, South Africa and Australia (Albarici et al., 2010). ...
Article
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This study investigated the chemical composition and antibacterial activities of volatile oil isolated from the fresh leaves of Ruta graveolens L., Rutaceae, from São Luís, Maranhão, Brazil. The essential oil was isolated using hydrodistillation in a Clevenger-type apparatus, and characterized by GC-FID and GC–MS. Seven compounds representing 100% of the oil were identified. The main compounds were 2-nonanone (39.17%) and 2-undecanone (47.21%). Antibacterial activity against Gram-positive and Gram-negative bacteria with inhibition zones of 8.30–25.60 mm to MIC values of 0.75–1.40 μg·mL− 1, the most susceptible bacterium was Bacillus cereus and Staphylococcus aureus. It is concluded from the present study that besides its traditional use, Ruta graveolens L. could be used as a natural source for antibacterial compounds and possible applications in the pharmaceutical industry.
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The ethanolic extract from leaves of Rauia resinosa, Rutaceae, provided a new flavone, 5-hydroxy-5',6,7-trimethoxy-3',4'-methylenedioxyflavone (1), in addition to four known compounds: 3',4',5,5',7-pentamethoxyflavone (2), 5,7,8-trimethoxy-3'4'-methylenedioxyflavone (3), 3',4',5,7,8-pentamethoxyflavone (4) and β-sitosterol (5). The structures of all compounds were established on the basis of spectroscopic methods, mainly 1D and 2D NMR, UPLC-DAD-MS and UPLC-ESI-MS/MS, involving comparison with literature data. Cytotoxicity of leaves and stems extracts, their fractions and compounds (2), (3), (4) and (5) were evaluated against T24 (bladder carcinoma), TOV-21-G (ovarian adenocarcinoma) and HepG2 (liver carcinoma) cell lines.
Article
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A dengue transmitida pelo mosquito Aedes aegypti é controlada por larvicida, inseticida e repelente. Os óleos essenciais à base de plantas são usados como excelentes repelentes. Portanto, a presente revisão é essencial para o entendimento da eficácia dos óleos essenciais contra os mosquitos. Os artigos relacionados a óleos essenciais foram pesquisados de 2014 a 2022 no Pubmed, Science Direct, LILACS, Scielo e Google Scholar usando as seguintes palavras-chave: óleo essencial, Aedes aegypti e repelentes. Um total de 280 plantas foram extraídas para EOs de 33 famílias. A maioria das plantas pertence a Lamiaceae (45,4%), seguida por Myrtaceae (38,3%) e Rutaceae (28,4%). Os metabólitos em OE com atividade repelente / larvicida máxima incluem β-cariofileno, α-pineno, 1,8-cineol, linalol e eugenol, as concentrações letais variaram de 40 a 120 ppm. Esses resultados apóiam a visão de que os óleos essenciais são promissores na formulação de repelentes, larvicidas, inseticidas e pesticidas.
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Na busca pelo controle químico alternativo contra o Aedes aegypti, muitas pesquisas são desenvolvidas e incentivadas de modo a encontrar novas substâncias bioinseticidas de origem vegetal. Com isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito larvicida do óleo essencial da arruda (Ruta graveolens Linneau) sobre as larvas do terceiro estádio do Aedes aegypti. A identificação dos componentes químicos presentes no óleo essencial de R. graveolens Linneau foi realizada por cromatografia gasosa-espectrometria de massa (CG/MS). A atividade larvicida foi determinada empregando os métodos de Reed-Muench e Pizzi em larvas do Aedes aegypti. Os resultados demonstraram que o óleo essencial de arruda apresentou a maior atividade larvicida, na concentração de 61,641 ± 1,72 μg mL-1. A eficiência da mortalidade do Aedes aegypti pode estar relacionada à presença de 2-nonanona e 2-undecanona (metilcetonas) no óleo essencial de arruda, componentes importantes de reconhecida eficácia como inseticida. Dessa forma pode-se verificar que o óleo essencial em estudo apresenta compostos químicos com efeito larvicida contra o A. aegypti.
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The Ruta graveolens L. (Rutaceae) plant is used medicinally as a homeopathic remedy in various areas of the world. In this study, volatile oils were extracted from the areal parts of the plant which was collected from southern India, then investigated for its chemical constituents and antimicrobial activities. The volatile oils were extracted by hydrodistillation using a Clevenger apparatus and samples were simultaneously analyzed with GC and GC-MS. As a result, a total of 13 chemical constituents were characterized. Representing 100% of the total oil with 2-ketones are the major groups. The principal components were identified, undecanone-2 (43.66%), 2-nonanone (16.09%), 2-acetoxy tetradecanone (14.49%), and nonyl cyclopropanecarboxylate (9.22%), respectively. The extracted volatile oil showed antibacterial activity against gram-positive and gram-negative bacteria, resulting in a number of common human pathogenic bacteria including methicillin-resistant Staphylococcus aureus and the yeast Candida...
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The present study was aimed at assessing the chemical composition of the essential oils from leaves and fruits of Conchocarpus fontanesianus, an endemic Brazilian species of Rutaceae. The plant material was harvested from two regions of the Atlantic Rainforest in the State of São Paulo. The volatile compounds in the essential oils were extracted by hydrodistillation (HD) and analyzed by GC/FID and GC/MS, allowing the quantification and identification of 54 components in total, which comprise about 97% of the total oil composition. From the leaves collected in Caraguatatuba and Juréia-Itatins, we identified the major volatile compounds as follows: sphatulenol (22.32% and 16.67%) and α-cadinol (9.7% and 14.76%). Whereas β-myrcene (34.56%), (+)-epi-bicyclosesquiphellandrene (8.71%) and bicyclogermacrene (5.80%) were dominant in the fruits collected only in Juréia-Itatins. The in vitro biological activities were tested to evaluate the cytotoxic, antifungal and antioxidant potential of essential oils from leaves and fruits. This article is protected by copyright. All rights reserved.
Article
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Angostura Roem. and Schult. as understood by Engler is defined more narrowly here. The species excluded from Angostura are recognized as species of Conchocarpus J. C. Mikan. Three new species of Angostura (A. alipes Kallunki from Ecuador, A. quinquefolia Kallunki from Para and Maranhao, Brazil, and A. simplex Kallunki from western Amazonas, Brazil, and San Martin, Peru) are described, and three new combinations in this genus are made. In Conchocarpus, 24 new combinations are made, and the following 21 new taxa are described: C. bellus Kallunki, C. cauliflorus Pirani, C. concinnus Kallunki, C. cuneifolius var. confertus Kallunki, C. cyrtanthus Kallunki, C. dasyanthus Kallunki, C. diadematus Pirani, C. fissicalyx Pirani, C. furcatus Kallunki, C. gaudichaudianus subsp. bahiensis Kallunki, C. grandis Kallunki, C. hirsutus Pirani, C. inopinatus Pirani, C. insignis Pirani, C. longipes Kallunki, C. mastigophorus Kallunki, C. modestus Kallunki, C. oppositifolius Kallunki, C. punciatus Kallunki, C. santosii Pirani and Kallunki, and C. sordidus Kallunki. With the exception of C. grandis from Amazonian Brazil, all are native to the coastal forests of eastern Brazil. As a result, seven species of Angostura and 45 of Conchocarpus are recognized. Keys to the taxa of both genera are provided. Lectotypes are designated for Cusparia grandiflora Engl., C. macrocarpa Engl., C. paniculata Engl., C. toxicaria Engl., Calipea odoratissima Lindl., and Lasiostemum silvestre Nees and Mart. and an epitype for Calipea elegans A. St.-Hill. The new combination, Rauia nodosa (Engl.) Kallunki, is made for Cusparia nodosa. The tribe Cusparieae DC. and subtribe Cuspariinae Engl., based on the illegitimate generic name Cusparia Humb., are renamed Galipeeae Kallunki and Galipeinae Kallunki.
Article
The structures of two new 2-quinolone alkaloids, N-methylpreskimmianine and veprisine (7,8-dimethoxy-N-methylflindersine) have been deduced from their spectra and confirmed by partial synthesis from known compounds.
Article
Stems and leaves of Myrtopsis macrocarpa, M. myrtoidea, M. novae-caledoniae and M. sellingii yielded terpenes, sterols, coumarins, alkaloids (furoquinolines and quinolones) and amides. A new quinolone (8-methoxy flindersine) occurs in Myrtopsis macrocarpa, a new amide (N-benzoyltryptamine) in M. myrtoidea, two new coumarins (myrsellin and myrsellinol) and a new dihydrofuroquinoline (myrtopsine) in M. sellingii. Structures of the new compounds are proposed from chemical and spectroscopic evidence.
Article
Three new pyranoquinoline alkaloids, simulenoline, peroxysimulenoline and benzosimuline, together with 22 known compounds, were isolated from the stem bark of Formosan Zanthoxylum simulans. Structures including zanthodioline, a known alkaloid without published data, were elucidated by spectral evidences. Among the isolates, 14 compounds showed strong anti-platelet aggregation activity in vitro.
Article
A new C-8 prenylated 5,7-dimethoxycoumarin, omphamurrayone, was isolated from the leaves of Murraya paniculata var. omphalocarpa, and its structure was established as 5,7-dimethoxy-8-(3-methyl-1-O-isovaleryl-2-oxobutyl)-coumarin on the basis of spectroscopic evidence. Eight other coumarins were also obtained and identified as murralongin, isomurralonginol isovalerate, murrangatin, minumicrolin (murpanidin), coumurrayin, toddalenone, aurapten and toddasin. The chemosystematic status of M. paniculata var. omphalocarpa is briefly discussed with respect to the infraspecific differentiation of M. paniculata.
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From the petroleum extract of the title plant was isolated the weak base 4-methoxy-1-methyl-2-quinolone(I).
Article
Six coumarins, four furoquinoline alkaloids, one glycosylflavonoid, two triterpenes, and one steroid have been characterized from stems, leaves and fruit of Zanthoxylum rhoifolium Lam. var. petiolulatum Engler (Fagara rhoifolium), of which one furoquinoline alkaloid is a new compound. The composition is very different from other reported studies of Z. rhoifolium. The structures of the compounds isolated were determined by spectroscopic methods.
Article
The structural determination of five new coumarins: murralonginol isovalerate (1b)r isomurralonginol isovalerate (2b), murrangatin isovalerate (6b), minumicrolin isovalerate (7b), chloculol (4a), and a new indole alkaloid, paniculol (18), is described. The relative configurations hitherto reported for the α-glycol moieties in murrangatin (erythro) and minumicrolin (threo) have been revised to threo for compound (6a) and erythro for compound (7a), respectively on the basis of NOE experiments performed on the acetonides (6e) and (7e). Furthermore, the absolute configuration of (-)-murrangatin (6a) has been shown to be [R, R] by analysis of the CD spectrum of tetrahydromurrangatin dibenzoate (16b). The reaction of phebalosin (8) with hydrochloric acid has also been re-examined.
Article
The distribution of alkaloids derived from tyrosine and anthranilic acid in the Angiospermae is discussed. Their role in the development of chemotaxonomic concepts in the subclasses Magnoliiflorae, Ranunculiflorae, Caryophylliflorae and Rutiflorae sensu Dahlgren has been reviewed with particular reference to the contributions of Professor Robert Hegnauer.